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Sir John Everett Millais – Ophelia (personagem de Hamlet, de William Shakespeare), 1852 – óleo sobre tela –
Tate Britain, London
26-09-2022
Digamos que isso acontece em forma de sucessão matemática, pois insucessos
resultam em cargas de tristeza cada vez maiores ao longo do tempo. Uma forma
ótima para me libertar desse tipo de estado é apreciar ou criar artes melancólicas
ou, no mínimo, meio melancólicas. Quando encontro uma peça de arte ideal, me
sinto imersa nela, imaginando-me naquele cenário e, portanto, deixando a
criatividade e a imaginação tomarem conta da minha mente.
Quanto as mudanças, diria que é um assunto com o qual perco bastante tempo.
Me esforço todos os dias para conseguir a melhor versão de mim.
A análise figurativa ideal seriam “Profundas depressões num longo curso de água,
onde as águas deslizam de modo a preencher tais depressões, mas nunca
conseguem”.
Acabamos de visualizar o meu emocional condensado, é ele que me afoga, mas que
também recebe golpes meus, todos os dias.
Grupo nº3
Victor Hugo
Sandra Sousa nº22
Hugh Selwyn Mauberley LAÇOS
Cordas feitas de gritos
Vai, livro natimudo,
E diz a ela Sons de sinos através da Europa
Que um dia me cantou essa canção de Séculos enforcados
Lawes: Carris que amarrais nações
Houvesse em nós Não somos mais que dois ou três homens
Mais canção, menos temas, Livres de todas as peias
Então se acabariam minhas penas, Vamos dar-nos as mãos
Meus defeitos sanados em poemas
Para fazê-la eterna em minha voz Violenta chuva que penteia os fumos
Cordas
Diz a ela que espalha Cordas tecidas
Tais tesouros no ar, Cabos submarinos
Sem querer nada mais além de dar Torres de Babel transformadas em pontes
Vida ao momento,
Que eu lhes ordenaria: vivam, Aranhas-Pontífices
Quais rosas, no âmbar mágico, a compor, Todos os apaixonados que um só laço
Rubribordadas de ouro, só enlaçou
Uma substância e cor
Desafiando o tempo. Outros laços mais firmes
Brancas estrias de luz
Diz a ela que vai Cordas e Concórdia
Com a canção nos lábios
Mas não canta a canção e ignora Escrevo apenas para vos celebrar
Quem a fez, que talvez uma outra boca Ó sentido ó sentidos caros
Tão bela quanto a dela Inimigos do recordar
Em novas eras há de ter aos pés Inimigos do desejar
Os que a adoram agora,
Quando os nossos dois pós Inimigos da saudade
Com o de Waller se deponham, mudos, Inimigos das lágrimas
No olvido que refina a todos nós, Inimigos de tudo o que eu amo ainda
Até que a mutação apague tudo
Salvo a Beleza, a sós. Guillaume Apollinaire
Maria das Dores
Ezra Pound
Leonilda