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Circuitos Elétricos 1

Prof. Eduardo Henrique Diniz Fittipaldi, DSc

www.polivirtual.eng.br
Capítulo 3
Técnicas de Análise de
Circuitos
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Conhecer as Leis de Kirchhoff e as relações tensão-corrente para os elementos
de circuito, apesar de ser necessário e suficiente para a análise de circuitos
elétricos, nos leva, muitas vezes, a escrever muitas equações, sem otimizar a
solução do problema.
Este capítulo apresenta técnicas para a análise de circuitos a fim de otimizar a
solução e garantir o uso do menor número possível de equações para
determinar as variáveis de interesse.
As técnicas de análise serão divididas em duas categorias distintas: os Métodos
de Análise e os Teoremas de Circuitos. Os métodos de análise, Análise de Nós
e Análise de Malhas, buscam otimizar as equações obtidas a partir das Leis de
Kirchhoff, utilizando os circuitos originais e garantindo trabalhar sempre com a
menor quantidade possível de equações; já os teoremas de circuitos, Teorema
ou Princípio da Superposição e Teoremas de Thévenin e de Norton, procuram
transformar os circuitos originais dados em circuitos equivalentes mais simples e
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Ao final do capítulo, serão estudados circuitos com Amplificadores
Operacionais (abreviados como Amp-Op), componentes eletrônicos muito
importantes em diversos tipos de circuitos. A análise de circuitos com esses
dispositivos utiliza uma técnica especial, fazendo uso de características
específicas dos Amp-Op (ideais), além das Leis de Kirchhoff das correntes e das
tensões.

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3.1 Métodos de Análise

Qualquer circuito elétrico pode ser analisado a partir das duas Leis de Kirchhoff
(LKC e LKT) e das relações tensão-corrente nos elementos desse circuito. No
entanto, existem dois métodos que permitem a análise de circuitos utilizando
um número mínimo de equações na determinação de dois conjuntos de
variáveis específicas. A partir desses conjuntos de variáveis, um para cada
método, podem ser determinadas quaisquer variáveis de interesse do circuito
sob análise.

• Método da Análise de Nós:


Baseado na Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC)
Variáveis são as TENSÕES DE NÓ

• Método da Análise de Malhas:


Baseado na Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) polivirtual.eng.br
3.1.1 Método da Análise de Nós

O Método da Análise de Nós trabalha com as equações da Lei de Kirchhoff das


Correntes (LKC), definidas a partir dos nós do circuito sob análise. Neste ponto
vale a pena alterar a definição dada para nó de um circuito elétrico. A fim de
reduzir o número de equações deste método, o nó será definido como o ponto
de encontro de mais de dois elementos de circuito (três ou mais). Os nós que
interligam dois elementos de circuito podem ser chamados de “pseudo” nós e
será feita uma análise específica para eles.
Neste método, as variáveis a serem calculadas são as chamadas Tensões de Nó
(a serem definidas oportunamente). A partir da determinação dessas variáveis,
quaisquer outras variáveis poderão ser calculadas no circuito em análise, ou
seja, o método da análise de nós consiste em calcular um conjunto de variáveis
chamadas tensões de nó e a partir desse conjunto, podem ser determinadas
quaisquer variáveis de interesse no problema.
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∙ Variáveis: Tensões de Nó
O conceito de “Tensão de Nó” pode parecer paradoxal uma vez que tensão é a
diferença de potencial elétrico entre dois pontos, não existindo tensão em um
só ponto (nó). Dessa forma, deve-se escolher um dos nós do circuito em análise
como referência e determinar as tensões dos outros nós em relação a este nó
de referência. Representa-se para o nó de referência, muitas vezes, a ligação
para a terra, atribuindo-se a ele o potencial 0 (zero), fazendo com que a tensão
desse nó seja igual a 0 (zero). Com isso, os potenciais nos outros nós
representarão as tensões dos outros nós em relação ao nó de referência (nó
terra).

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A Análise de Nós consiste nos seguintes passos:

1º) Identificar e atribuir um número ou uma letra a todos os nós do circuito em


análise (considerando o nó como o ponto de encontro de mais de dois
terminais ou elementos de circuito).

2º) Associar a cada nó uma variável chamada “Tensão de Nó”, atribuindo a ela
a letra “V” maiúscula com um índice que seja o número ou a letra
representativa do nó em questão.

3º) Escolher um dos nós para ser o nó de referência e atribuir à tensão desse nó
o valor 0 (zero). Dessa forma, o valor das tensões dos outros nós estarão
referidos a este nó de referência.

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Como escolher o nó de referência?
Qualquer nó pode ser o nó de referência. No entanto, a fim de simplificar as
equações a serem escritas neste método, podem ser consideradas duas
situações para a escolha do nó de referência:
• O nó de referência deve ser aquele com mais elementos ligados a ele
(uma vez que, com mais elementos, a tensão desse nó aparece em mais
equações e, com o valor nulo, as equações são simplificadas).
• O nó de referência deve ser aquele ligado a um terminal negativo de uma
fonte de tensão independente, ou de uma fonte de tensão controlada,
nesta ordem, a fim de facilitar o cálculo das tensões em outros nós ou nos
“pseudo” nós.

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4º) Escrever uma equação da Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) para cada nó,
exceto para o nó de referência. Dessa forma, o número de equações no
Método da Análise de Nós é igual ao número de nós menos 1 (um).
As equações da LKC deverão ser escritas, inicialmente, utilizando-se
“correntes auxiliares”, que são as próprias correntes que circulam pelos
ramos do circuito. Dessa forma, as equações da LKC para cada nó irão ser
escritas a partir dessas correntes. Na sequência, deve-se escrever, na medida
do possível, cada “corrente auxiliar” em função das tensões de cada nó que
estão ligados a cada ramo. Só será possível escrever a corrente auxiliar em
função das tensões de nó nos ramos em que se tem resistores. Nesses
elementos, a relação entre a corrente auxiliar e as tensões de nó é dada
como: R
V+ V-
+ -
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3.1.2 Método da Análise de Malhas

O Método da Análise de Malhas trabalha com as equações da Lei de Kirchhoff


das Tensões (LKT), definidas a partir das malhas do circuito sob análise. Uma
malha de um circuito pode ser definida como um percurso ou caminho fechado
(já definido anteriormente), que não possua elementos de circuito em seu
interior.
Neste método, as variáveis a serem calculadas são as chamadas “Correntes de
Malha” (a serem definidas oportunamente). A partir da determinação destas
variáveis, quaisquer outras variáveis poderão ser calculadas no circuito em
análise, ou seja, o método da análise de malhas consiste em calcular um
conjunto de variáveis chamadas correntes de malha e, a partir desse conjunto,
podem ser determinadas quaisquer variáveis de interesse no problema.
∙ Variáveis: Correntes de Malha
∙ Equações: Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) polivirtual.eng.br
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Malha 1 Malha 2

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A corrente de malha estará associada a cada malha, percorrendo-a no sentido
horário ou anti-horário. O sentido pode ser qualquer. Mostra-se ser vantajoso,
para a relação entre as variáveis, colocar o sentido da corrente de malha com o
mesmo sentido de alguma fonte existente nesta malha, quando possível.

A corrente que passa em um determinado elemento de circuito poderá ser


formada pela corrente de uma malha (se o elemento pertencer a uma só malha)
ou ser formada pela composição de duas correntes de malha (se o elemento
pertencer a duas malhas ao mesmo tempo). Neste segundo caso, a composição
pode ser a soma ou a subtração das correntes de malha para formar a corrente
no elemento, dependendo do sentido das correntes de malha neste elemento.

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A Análise de malhas consiste nos seguintes passos:

1º) Identificar e atribuir um número ou uma letra a todas as malhas do circuito


em análise. A malha é considerada um percurso fechado sem elementos de
circuito no seu interior.

2º) Associar para cada malha uma variável chamada “Corrente de Malha” no
sentido horário ou anti-horário. Normalmente se atribui a estas variáveis a
letra “I” maiúscula com um índice que pode ser um número ou uma letra
representativa da malha em questão.
O sentido da corrente de malha deve obedecer, preferencialmente, o
sentido das fontes de excitação existentes na malha, na medida do possível,
principalmente das fontes de correntes, a fim de facilitar a escrita das
equações e a relação entre as variáveis correntes de malha e correntes nos
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elementos.
3º) Escrever uma equação da Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) para cada
malha. Dessa forma, o número de equações no Método da Análise de
Malhas é igual ao número de malhas do circuito.
As equações da LKT serão escritas, inicialmente, utilizando-se “tensões
auxiliares”, que são as próprias tensões nos diversos elementos do circuito.
Dessa forma, as equações da LKT para cada malha serão escritas
inicialmente a partir dessas tensões. Na sequência, deve-se escrever, na
medida do possível, cada tensão auxiliar em função das correntes de malha
que estão circulando em cada malha. Só será possível escrever a tensão
auxiliar em função das correntes de malha nos ramos onde existem
resistores. Esses elementos poderão estar submetidos a uma ou duas
correntes de malha, percorrendo o elemento passivo do terminal positivo
para o negativo ou vice-versa. A relação entre a tensão auxiliar e as correntes
de malha para todas as possíveis situações são apresentadas a seguir.
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R R

+ - + -

R R

+ - + -

R R

+ - + -
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Malha 1 Malha 2

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Malha 1 Malha 2

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Malha 1 Malha 2

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3.2 Teoremas de Circuitos

A análise a partir dos teoremas de circuitos é diferente daquela realizada a


partir dos métodos de análise. Enquanto nos métodos eram utilizados os
próprios circuitos originais para a determinação das variáveis de interesse, os
teoremas procuram simplificar os circuitos a serem analisados para facilitar o
cálculo das variáveis desejadas.
Três teoremas serão estudados:
• Teorema ou Princípio da Superposição
• Teoremas de Thévenin e de Norton

Também será apresentado o Teorema da Máxima Transferência de Potência em


que se analisa sob quais condições uma fonte é capaz de fornecer a máxima
potência para uma carga ou unidade consumidora.
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3.2.1 Princípio da Superposição

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Eliminação de Fontes Independentes:

a) Para eliminar uma fonte de tensão independente devemos fazer o valor da


sua tensão igual a zero, anulando o seu valor.

b) Para eliminar uma fonte de corrente independente devemos fazer o valor da


corrente igual a zero, anulando o seu valor.

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• Eliminar uma fonte de tensão independente é substituí-la por um CURTO
CIRCUITO.
• Eliminar uma fonte de corrente independente é substituí-la por um CIRCUITO
ABERTO.

IMPORTANTE: O Princípio da Superposição vale apenas para Fontes


Independentes e pode ser aplicado quando se tem mais de uma fonte desse
tipo alimentando o circuito. Se existirem fontes dependentes ou controladas,
elas não entrarão no processo de eliminação de fontes, devendo fazer parte de
cada circuito individual formado com cada fonte independente atuando
sozinha.
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Circuito 1: Apenas com a fonte de tensão atuando (fonte de corrente
independente eliminada)

Circuito Aberto

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Circuito 2: Apenas com a fonte de corrente independente atuando (fonte de
tensão independente eliminada)

Curto Circuito

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3.2.2 Teoremas de Thévenin e de Norton

Seja um circuito elétrico separado em duas partes como mostrado na figura a


seguir:

CIRCUITO
CIRCUITO B
A (Pode ser
(Linear) Não
Linear)

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CIRCUITO
A
(Linear)

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CIRCUITO CIRCUITO
A A
(“Morto”) (“Vivo”)

Sem Fontes Com Fontes


Independentes Independentes

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CIRCUITO
A
(Completo
)

CIRCUITO
A
(Completo
)

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3.2.3 Teorema da Máxima Transferência de
Potência
Toda fonte independente real, seja ela de tensão ou de corrente, possui uma
resistência interna que produz uma queda na sua tensão ou corrente fornecida,
respectivamente. As representações das fontes reais de tensão e de corrente
estão apresentadas a seguir:

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Fonte Ideal

Fonte Real

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Fonte Ideal

Fonte Real

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3.3 Circuitos com Amplificadores Operacionais

Entrada Inversora

Saída do Amp Op
Entrada Não Inversora

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Fim do Capítulo 3

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