Você está na página 1de 1

Flores e Ode a Capinan

No Centro Cultural ocorreu uma homenagem ao cantor e compositor José Carlos Capinan.
Poesia e música adentaram o espaço e celebrou a trajetória do poeta baiano.

O professor e poeta Aleiton Fonseca abriu o momento solene com versos do homenageado da
Fligê deste ano, José Carlos Capinan. Com palavras do poeta baiano, Aleiton fez uma ode aos
textos e poemas de Capinan, com o objetivo de celebrar sua obra, e não a analisar. O início
deste momento épico se deu com Viramundo, poema musicado pelo talentoso Gilberto Gil.
Além dela, teve Ponteio, canção premiada no Festival da Canção em 1967, musicada por Edu
Lobo, e não poderia ficar de fora a parceira com João Bosco, a emblemática Papel Machê.

A poesia de Capinan é uma voz que esclarece, revela e ensina. Como se pode notar no seu livro
Inquisitorial, de 1963. Na ode, Aleiton celebra a vida e obra de Capinan, desde a sua infância
como menino em Esplanada-BA, aos versos e canções que abrilhantaram os festivais da canção
no Brasil na década de 1960. Para Aleiton, aos 82 anos Capinan vive a sofreguidão das almas
jovens, sempre com um poema, sempre a cantar, tal como ele mesmo se define. Ao final da
performance, Aleiton dedica as palmas do público ao grande poeta homenageado da Fligê
2023.

O segundo momento da homenagem foi marcado pelo concerto Flores para Capinan com a
participação da cantora Letícia Bertelli, do maestro João Omar, a violoncelista Gabriela Mello,
do músico Joab Petrônio e o cantor Elton Becker. O momento litero musical se iniciou com uma
moda de viola cantada por Becker, cujos versos “de um cego infeliz, vivo sem futuro num lugar
escuro”, trouxe afago e encantamento aos ouvidos atentos. Como não poderia faltar, Ponteio
empolgou o público, assim como a cantiga Cirandeiro, cantada pelo público a plenos pulmões.

José Carlos Capinan é um guerreiro poético e literário, com poesias que atravessam as
expressões do amor, dos afetos e da política. A noite de sexta-feira na Fligê nos trouxe a certeza
de que a poesia é eco imutável na transcendência do absoluto sentimento. Os que
contemplaram esse momento saíram do Centro Cultural preenchidos de flores, versos, músicas
e amor.

Você também pode gostar