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MANUAL DE ROTINAS E PROCEDIMENTOS – MÓDULO FISCAL

APRESENTAÇÃO
O presente manual trata de material de auxílio para a realização das atividades
rotineiras, pelo profissional do Departamento Fiscal da Empresa, a fim de contribuir
na melhoria das boas práticas e dinâmicas diárias da Escrita Fiscal.
O principal objetivo é facilitar o exercício da escrita fiscal, porém cada empresa deve
considerar a sua realidade para utilização das orientações aqui apresentadas.
Sumário

1 TIPOS DE DOCUMENTOS FISCAIS ................................................... 5


1.1 Considerações iniciais ............................................................. 5
2 CONCEITOS ............................................................................. 5
2.2.1. NF-e (Modelo 55) ............................................................... 5
2.2.2. NFA-e – Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (Modelo 55) ...................... 5
2.2.3. NFC-e (modelo 65) ............................................................. 6
2.2.4. DANFE ............................................................................ 6
2.2.5. DANFE NFC-e .................................................................... 7
2.2.6. Chave de Acesso ................................................................ 7
2.2.6.1. Versão 4.00 da NF-e ......................................................... 7
2.2.6.2. Cálculo do Dígito Verificador da Chave de Acesso da NF-e .......... 8
3 ANÁLISE DO DOCUMENTO FISCAL .................................................. 8
3.1 Dados de Emitente e Destinatário .............................................. 8
3.1.2. Quem está obrigado a se inscrever no Cadastro de Contribuinte? ... 9
3.1.3. Consulta da Inscrição Estadual ............................................. 10
3.2. Conferência dos Impostos: .................................................... 11
3.2.1. Onde Consultar a Legislação? .............................................. 12
3.2.2. O que fazer se o imposto destacado estiver errado? .................. 13
3.2.3. O que fazer ao identificar algum erro na Nota Fiscal? ................ 14
3.2.3.1. Carta de Correção ......................................................... 14
4 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DO CLIENTE S.A.T.................................... 14
4.1. NCM e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) .................... 14
4.2. Pis e Cofins ....................................................................... 15
4.3. Alíquotas de ICMS ............................................................... 15
4.4. Da utilização dos benefícios fiscais – Estado de Goiás ................... 15
4.4.1. Contribuição ao Protege .................................................... 16
4.4.2. Estorno de Crédito de ICMS ................................................. 16
4.4.3. Benefícios Fiscais Aplicáveis ao Contribuinte em Estudo ............. 17
4.4.3.1. Isenção Concedida por Prazo Indeterminado:........................ 17
4.4.3.2. Redução da Base de Cálculo de ICMS: .................................. 17
4.4.3.3. Crédito Outorgado Concedido por Prazo Indeterminado: .......... 17
4.4.3.4. Crédito Outorgado Concedido por Prazo Indeterminado: .......... 17
5 ASPECTOS FISCAIS .................................................................. 18
5.1. Emissão de Notas ................................................................ 18
5.1.1. Emissão de Notas Fiscais de Entrada ..................................... 18
5.1.2. Emissão de Notas Fiscais de Saída......................................... 19
5.1.2.1. Saídas Internas Isentas de ICMS ......................................... 19
5.1.2.2. Saídas Interestaduais ...................................................... 20
5.1.2.3. Saídas – Regra Geral de Pis e Cofins .................................... 20
5.1.2.4. Saídas – Com suspensão de Pis e Cofins ............................... 20
5.1.2.5. Saídas Não Tributadas de IPI ............................................. 20
5.1.2.6. Saídas Tributadas de IPI .................................................. 20
6 APURAÇÃO DE ICMS ................................................................ 20
6.1 Créditos Pelas Entradas: ........................................................ 20
6.2 Estorno de Crédito de ICMS .................................................... 22
6.3 Apuração do Saldo ............................................................... 23
6.4 Contribuição ao Protege: ....................................................... 23
1 TIPOS DE DOCUMENTOS FISCAIS

Os Documentos Fiscais são comprovantes, exigidos em lei, com o fim de


registrar uma transação de compra e venda de produtos e/ou serviços entre
uma empresa e uma pessoa física ou entre empresas.

1.1 Considerações iniciais

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-


e) foram desenvolvidas de forma integrada, pelas Secretarias de Fazenda dos
Estados e Secretaria da Receita Federal do Brasil, a partir da assinatura do
Protocolo ENAT 03/2005 (27/08/2005), que atribui ao Encontro Nacional de
Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (ENCAT) a coordenação
e a responsabilidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto NF-e.
Para instituir a NF-e, modelo 55, foi celebrado o Ajuste SINIEF 07/2005, pelos
Estados, Distrito Federal e União, juntamente com a legislação complementar
contida no Ato COTEPE 72/05, de 22/12/2005. Ambas as legislações sofreram
modificações e atualizações, resultado da evolução ocorrida desde o início da
fase de massificação.
Quanto à NFC-e, modelo 65, o Ajuste SINIEF 19/2016 trata da legislação base
deste documento, delineia as principais regras e identifica quais os documentos
em papel podem ser por ela substituídos.

2 CONCEITOS

2.2.1. NF-e (Modelo 55)

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é um documento de existência exclusivamente


digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar
uma operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviços, nos
campos de incidência do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e do Imposto Sobre Produtos
Industrializados (IPI), cuja validade jurídica é garantida por duas condições
necessárias: a assinatura digital do emitente e a Autorização de Uso fornecida
pela administração tributária do domicílio do contribuinte, que poderá ser
utilizada em substituição:
I – à Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A;
II – à Nota Fiscal de Produtor, modelo 4.

2.2.2. NFA-e – Nota Fiscal Avulsa Eletrônica (Modelo 55)


Na hipótese de a NF-e ser emitida por sistema eletrônico disponibilizado pelas
administrações tributárias das unidades federadas em seus correspondentes
endereços eletrônicos, contendo a assinatura digital da respectiva
administração tributária, passa a receber a denominação de Nota Fiscal Avulsa
eletrônica – NFA-e, modelo 55.
A emissão da NFA-e – Modelo 55 segue o padrão da NF-e emitida pelas empresas,
com as seguintes diferenças:
• Dados do Emitente: Os campos de identificação do emitente (grupo “emit”,
id1 :C01) são preenchidos com os dados do remetente da NF-e.
• Os dados de identificação do Fisco são informados em grupo específico (grupo
“avulsa”, id:D01).
• Chave de Acesso e Série da NFA-e: Conforme pode ser visto na Tabela 2-4, a
série utilizada (campo “serie”, id:B07), define se na Chave de Acesso2 da NFA-
e é informado o número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
(CNPJ) que consta no cadastro da Secretaria Estadual de Fazenda, Finanças ou
Tributação (SEFAZ), o CNPJ do Emitente, ou o número de inscrição no Cadastro
Nacional de Pessoas Físicas (CPF) do Emitente (atributo “Id”, id:A03).
• Número da NFA-e: O número da NFA-e deve ser controlado pela SEFAZ de
forma a garantir a sua unicidade. A numeração pode ser feita, a critério da
SEFAZ autorizadora, de forma sequencial para todas as NFA-e da unidade
federada (UF), ou sequencial conforme o CNPJ / CPF do Emitente (campo
“nNF”, id:B08).

2.2.3. NFC-e (modelo 65)

Considera-se Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica – NFC-e o documento


emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital, com o
intuito de documentar operações e prestações, cuja validade jurídica é
garantida pela assinatura digital do emitente e autorização de uso pela
administração tributária da unidade federada do contribuinte, antes da
ocorrência do fato gerador, que poderá ser utilizada, a critério das unidades
federadas, pelos contribuintes do ICMS em substituição:
I – à Nota Fiscal de Venda a Consumidor, modelo 2;
II – ao Cupom Fiscal emitido por equipamento Emissor de Cupom Fiscal (ECF);
III – ao Cupom Fiscal Eletrônico – SAT (CF-e-SAT).

2.2.4. DANFE

O DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica) é um documento fiscal


auxiliar, que pode ser impresso em papel; sua especificação e modelos de
leiaute encontram-se disponíveis no documento MOC – Anexo II – Manual de
Especificações Técnicas do DANFE e Código de Barras.
O DANFE não é nota fiscal, nem a substitui, servindo apenas como instrumento
auxiliar para consulta da NF-e, pois contém a chave de acesso da NF-e, que
permite ao detentor desse documento confirmar, através das páginas da
Secretaria de Fazenda Estadual ou da Receita Federal do Brasil (RFB), a efetiva
existência de uma NF-e que tenha tido seu uso regularmente autorizado.

2.2.5. DANFE NFC-e

O DANFE NFC-e é um documento fiscal auxiliar, sendo apenas uma


representação simplificada da transação de venda no varejo, que pode ser
impressa, de forma a facilitar a consulta do documento fiscal eletrônico, no
ambiente da SEFAZ, pelo consumidor final. A impressão do DANFE NFC-e é
efetuada diretamente pelo aplicativo do contribuinte em impressora comum
(não fiscal), com base nas informações do arquivo eletrônico XML da NFC-e,
conforme especificação/modelos de leiaute disponíveis no documento MOC –
Anexo III – Manual de Especificações Técnicas do DANFE NFC-e e QR Code.

2.2.6. Chave de Acesso

A composição da chave de acesso da NF-e sofreu alterações ao longo da


evolução do sistema, pela versão 2.00 da NF-e e pela NT 2018.001.

2.2.6.1. Versão 4.00 da NF-e

A Chave de Acesso de identificação da Nota Fiscal eletrônica é um conjunto de


44 caracteres numéricos, formado pela concatenação de campos que se
encontram no leiaute da NF-e, seguindo a estrutura que pode ser vista na
Tabela 2-1.
Tabela 2-1 – Chave de Acesso da Versão 4.00 da NF-e

O Dígito Verificador (DV) garante a integridade da chave de acesso, protegendo-


a principalmente contra digitações erradas. Originalmente, na Chave de Acesso
da NF-e deveria ser informado o CNPJ da empresa emitente da NF-e, ou o CNPJ
da SEFAZ no caso da Nota Fiscal Avulsa. Esta realidade foi alterada a partir da
versão 4.00 do leiaute da NF-e (NT 2018.001), permitindo, a critério da UF, a
identificação na Chave de Acesso também de emitente pessoa física (CPF).
Também foi alterado o processo de assinatura da NF-e, que anteriormente
somente podia ser feito utilizando um Certificado Digital tipo “e-CNPJ”. No
caso do Emitente Pessoa Física:
• O CPF deverá constar na Chave de Acesso, precedido por zeros, completando
14 posições;
• Conforme pode ser visto na Tabela 2-4, está reservada uma faixa do campo
Série da NF-e, como forma de identificação do Emitente pessoa física (CPF);
• A NF-e deverá ser assinada com o Certificado Digital do Emitente, do tipo “e-
CPF”. Com exceção do Código Numérico, todas as demais informações que
compõem a Chave de Acesso podem ser deduzidas por qualquer pessoa, o que
representa um risco importante para a segurança das consultas aos dados das
NF-e. Para minimizar este risco, o Código Numérico deve ser uma sequência
totalmente aleatória.

2.2.6.2. Cálculo do Dígito Verificador da Chave de Acesso da NF-e

O dígito verificador (DV) da chave de acesso da NF-e é baseado em um cálculo


do módulo 11. O módulo 11 de um número é calculado multiplicando-se cada
algarismo pela sequência de números 2,3,4,5,6,7,8,9,2,3, ..., posicionados da
direita para a esquerda. A somatória dos resultados das ponderações dos
algarismos é dividida por 11 e o DV (dígito verificador) será a diferença entre o
divisor (11) e o resto da divisão:
DV: 11 – (resto da divisão)
Quando o resto da divisão for 0 (zero) ou 1 (um), o DV deverá ser igual a 0
(zero).

3 ANÁLISE DO DOCUMENTO FISCAL

3.1 Dados de Emitente e Destinatário

Tipo de Documento

Data de emissão e Data de Saída


Dados do Remetente/Destinatário
Inscrição Estadual do Destinatário

✓ Verificar o tipo de documento, entrada ou saída:


✓ Identificar o emitente
✓ Identificar Destinatário/Remetente
✓ Verificar se o Destinatário é obrigado a possuir inscrição estadual

3.1.2. Quem está obrigado a se inscrever no Cadastro de Contribuinte?

Contribuinte é qualquer pessoa, natural ou jurídica, que realize, com


habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operação de
circulação de mercadoria ou prestação de serviço de transporte interestadual
e intermunicipal ou de comunicação, ainda que a operação e a prestação se
iniciem no exterior (Lei nº 11.651/91, art. 44);
O Cadastro de Contribuintes do Estado de Goiás - CCE - é o conjunto de
informações relativas ao contribuinte e ao seu estabelecimento e às demais
pessoas sujeitas à inscrição, sistematicamente organizado nos arquivos da
Secretaria da Fazenda.
O CCE tem por finalidade obter, registrar e manter informações referentes ao
contribuinte que permitam determinar sua identificação, localização, nome
empresarial, tipo de sociedade, descrição das atividades econômicas
desenvolvidas, quadro societário ou administradores, ou qualquer outro
atributo que seja de interesse da administração tributária estadual.
Sujeitam-se à inscrição no CCE e à prestação de informações exigidas pela
administração tributária:
I - os comerciantes, mesmo que não possuam estabelecimento fixo, como os
vendedores ambulantes e os feirantes;
II - os produtores agropecuários, assim entendidos os produtores rurais e os
produtores urbanos;
III - os industriais;
IV - os que se dedicam à atividade de captura de peixes, crustáceos e ranídeos,
para fins comerciais;
V - os prestadores de serviço de transporte interestadual e intermunicipal;
VI - os prestadores de serviço de comunicação;
VII - os prestadores de serviço cuja prestação envolva o fornecimento de
mercadorias sujeitas ao ICMS;
VIII - os extratores de substâncias minerais ou fósseis, ainda que por processo
rústico de garimpagem ou outro semelhante;
IX - as cooperativas de produção e consumo de produtos agrícolas ou não, de
extração de substâncias minerais ou fósseis e de prestação de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;
X - as empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público de
transporte interestadual e intermunicipal, de comunicação, de energia elétrica
e de água potável;
XI - as empresas de construção civil, obras hidráulicas e outras obras
semelhantes, que promovam operações de circulação de mercadorias ou
prestação de serviços, em seu próprio nome ou no de terceiros;
XII - os órgãos da administração pública, incluídas as entidades da administração
indireta, e as fundações instituídas e mantidas pelo poder público, que
pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias ou prestem serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;
XIII - as demais pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado que
pratiquem, em nome próprio ou de terceiros, operações ou prestações sujeitas
à tributação do ICMS.

3.1.3. Consulta da Inscrição Estadual

Para consultar uma Inscrição Estadual (IE) no SINTEGRA, siga os passos:


1 - Acesse o site do SINTEGRA:
• http://www.sintegra.gov.br/
2 - No Mapa do Brasil exibido, clique sobre o Estado (UF) onde a IE está
cadastrada, ou na lista de Estados à direita:

3 - Será exibido uma página para consulta usando a CCE (IE), CNPJ ou CPF.
• Exemplo para Consulta no Estado de Goiás (GO) usando a IE:

✓ Clique em Consultar.

4 - Em seguida, será exibida as informações do cadastro.


Exemplo:
3.2. Conferência dos Impostos:

É importante analisar a tributação em conjunto com o dispositivo legal


informado na nota fiscal, conforme exemplo abaixo:

O dispositivo legal supracitado traz o seguinte:


Analisando o dispositivo legal, ele traz a redução de base de cálculo de ICMS,
fazendo com que a carga tributária fique em 10%. No nosso exemplo vamos
supor que quem está vendendo seja indústria.

Para saber se o valor do ICMS está correto, é só dividir o valor do ICMS pelo
valor da nota:
6.933,15 / 69.331,50 = 10%

3.2.1. Onde Consultar a Legislação?

Em relação ao ICMS, cada Unidade Federada possui seu portal de consulta. No


estado de Goiás a consulta é feita da seguinte forma:
1º Acesse o site:
https://www.economia.go.gov.br

2º Acesse Legislação >Consulta Legislação


3º Clicar em Regulamento do Código Tributário e entrar no Anexo IX para
consultar os benefícios fiscais:

3.2.2. O que fazer se o imposto destacado estiver errado?

Se o imposto estiver a menor, deve ser solicitado uma nota fiscal complementar
de ICMS, nos termos do art. 141 do RCTE/GO.
3.2.3. O que fazer ao identificar algum erro na Nota Fiscal?

3.2.3.1. Carta de Correção

A Fica permitida a utilização de carta de correção, para regularização de erro


ocorrido na emissão de documento fiscal, desde que o erro não esteja
relacionado com:
I - as variáveis que determinam o valor do imposto tais como: base de cálculo,
alíquota, diferença de preço, quantidade, valor da operação ou da prestação;
II - a correção de dados cadastrais que implique mudança do remetente ou do
destinatário;
III - a data de emissão ou de saída.
IV - campos da nota fiscal de exportação informados na Declaração Única de
Exportação – DU-E;
V - a inclusão ou alteração de parcelas de vendas a prazo.
(art. 142 do RCTE/GO)
Como saber se pode ser feita carta de correção de dados cadastrais sem
alterar remetente ou destinatário?
Não é considerado inidôneo o documento fiscal que, não ensejando a
possibilidade de sonegação, total ou parcial, do imposto, apresente qualquer
das seguintes omissões ou situações:
I - falta ou erro do número ou de algarismo da inscrição cadastral do
destinatário, desde que identificados o nome e o endereço do mesmo;
II - falta ou erro do endereço do destinatário, desde que identificados
corretamente o seu nome e o seu número de inscrição cadastral;
III - erro do nome do destinatário, desde que identificados corretamente o seu
número de inscrição e o seu endereço;
(art. 155 do RCTE/GO)

4 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DO CLIENTE S.A.T

4.1. NCM e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

7602.00.00 – Desperdícios e resíduos, e sucata, e alumínio (Não tributado pelo


IPI);
7601.20.00 – Ligas de Alumínio (Alíquota de 2,6%).
* O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota,
ainda que zero, relacionados na TIPI , observadas as disposições contidas nas
respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a
notação “NT” (não tributado) (Lei n o 10.451, de 10 de maio de 2002, art.6º ).
4.2. Pis e Cofins

NCM Regra Geral Suspensão


Aplica-se a suspensão do PIS e
da COFINS na venda
efetuada para pessoa jurídica
7602.00.00 1,65% de Pis e 7,6% de Cofins
que apure o imposto de renda
com base no lucro real (Lei nº
11.196/2005, artigos 47 e 48).
7601.20.00 1,65% de Pis e 7,6% de Cofins Não se Aplica

Em relação ao crédito, é vedado o direito a crédito de PIS e COFINS calculado


em relação à aquisição de desperdícios, resíduos ou aparas, efetuada ao amparo
da suspensão da incidência dessas contribuições de que trata o artigo 48 da Lei
nº 11.196/2005, ainda que esses bens sejam adquiridos para revenda.
Além disso, a legislação das contribuições sociais não permite o aproveitamento
de créditos em relação às aquisições de pessoas físicas.
No entanto, será permitido o aproveitamento de crédito em relação a bens e
serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou
fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e
lubrificantes; energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de
vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica; aluguéis de
prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas
atividades da empresa; máquinas, equipamentos e outros bens incorporados
ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para
utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de
serviços; edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros,
utilizados nas atividades da empresa; armazenagem de mercadoria e frete na
operação de venda, , quando o ônus for suportado pelo vendedor, entre outras
possibilidades.

4.3. Alíquotas de ICMS

As alíquotas do imposto são (Lei nº 11.651/91, art. 27):


I - 17% (dezessete por cento), nas operações e prestações internas;
II - 12% (doze por cento), na operação e prestação interestaduais.

4.4. Da utilização dos benefícios fiscais – Estado de Goiás

Os benefícios fiscais, a que se referem os arts. 83 e 84 do Decreto nº 4.852/97


(RCTE/GO) são disciplinados pelas normas contidas no Anexo IX desse
regulamento.
Nos termos do Art. 1º, § 6º do RCTE/GO, fica vedada a utilização de mais de um
benefício fiscal sobre uma mesma operação ou prestação, devendo o
contribuinte, no caso de operação ou prestação em que for aplicável mais de
um benefício fiscal, optar por apenas um deles, exceto nas hipóteses em que
no próprio dispositivo correspondente ao benefício fiscal haja disposição em
contrário.

4.4.1. Contribuição ao Protege

A utilização dos benefícios fiscais contidos nos dispositivos no Anexo IX do


RCTE/GO é condicionada a que o contribuinte contribua para o Fundo de
Proteção Social do Estado de Goiás - PROTEGE GOIÁS, no valor correspondente
ao percentual aplicado sobre o montante da diferença entre o valor do imposto
calculado com aplicação da tributação integral e o calculado com utilização de
benefício fiscal (Lei nº 14.469/03, art. 9º, II e § 4º):
I - 15% (quinze por cento), na situação prevista:
a) revogada;
a.1) nos incisos LXVIII e LXX, ambos do art. 7º;
b) nos incisos VIII, XII-A, XIII, XXIII, XXVII, XXIX e LVI, todos do art. 8º;
c) nos incisos III, V, VIII, IX, XIII, XV, XVIII, XIX, XXIII, XXV, XXVIII, XXXI, XXXII,
XXXIV, XXXV, XL, XLI, LI, LII, LIII, LIV, nas alíneas “a” e “b” do inciso LX, LXI,
LXIII, LXV, LXVI, LXX, LXXI e LXXII, todos do art. 11;
d) no inciso VIII do art. 12;
II-A - 10% (dez por cento) para:
a) as situações previstas nos incisos VI, XII, LV, LVI, nas alíneas “a” e “b” do
inciso LVII e nas alíneas “a” e “b” do inciso LVIII, todos do art. 11;
III – 5% (cinco por cento), para as empresas beneficiárias do Programa Produzir
e seus subprogramas, cujos contratos tenham sido assinados a partir de 1º de
janeiro de 2016, quando em suas operações seja aplicável benefício fiscal
previsto nos incisos I e II-A.

4.4.2. Estorno de Crédito de ICMS

Nos termos do art. 58 do RCTE/GO, o sujeito passivo deve efetuar o estorno do


imposto de que se tiver creditado, sempre que o serviço tomado, a mercadoria
ou bem que entraram no estabelecimento, quando:
I - sendo imprevisível a ocorrência das circunstâncias seguintes, na data da
entrada da mercadoria ou bem, ou da utilização do serviço, forem:
a) objeto de saída ou prestação de serviço correspondente isenta ou não
tributada;
b) objeto de saída ou prestação de serviço correspondente contemplada com
redução de base de cálculo, hipótese em que o estorno é proporcional a essa
redução;
c) for integrada ou consumida em processo de produção ou industrialização,
quando:
1. a saída da mercadoria resultante for isenta ou não-tributada;
2. houver saída isenta ou não tributada e sendo impossível determinar a qual
delas corresponde a mercadoria, na proporção em que estas saídas
representarem do total das saídas no mesmo período;
3. a saída da mercadoria resultante for contemplada com redução de base de
cálculo, hipótese em que o estorno é proporcional a essa redução;

4.4.3. Benefícios Fiscais Aplicáveis ao Contribuinte em Estudo

4.4.3.1. Isenção Concedida por Prazo Indeterminado:

Na operação interna com sucata de qualquer tipo de material (Anexo IX do


RCTE/GO, Art. 6º, LXXIV, “e”).
Protege: Não se Aplica.

4.4.3.2. Redução da Base de Cálculo de ICMS:

Na operação interna de tal forma que resulte aplicação sobre o valor da


operação do equivalente ao percentual de 10% (dez por cento) para o
contribuinte industrial ou de 11% (onze por cento) para o comerciante
atacadista, na saída interna que destine mercadoria para comercialização,
produção ou industrialização, ficando mantido o crédito (Anexo IX do RCTE/GO,
Art. 8º, VIII).
Protege: 5% (Anexo IX do RCTE/GO, Art.1º, §3º, III, “b”).

4.4.3.3. Crédito Outorgado Concedido por Prazo Indeterminado:

Constituem créditos outorgados para efeito de compensação com o ICMS devido


para os contribuintes industrial e comerciante atacadista, o equivalente ao
percentual de 1% (um por cento) e 3% (três por cento), respectivamente, na
saída interestadual que destine mercadoria para comercialização, produção ou
industrialização, aplicado sobre o valor da correspondente base de cálculo
(Anexo IX do RCTE/GO, Art. 11, III).
Protege: 5% (Anexo IX do RCTE/GO, Art.1º, §3º, III, “b”).

4.4.3.4. Crédito Outorgado Concedido por Prazo Indeterminado:

Constituem para o industrial, observado as disposições das alíneas "c" e "d", o


valor equivalente à aplicação do percentual de 5% (cinco por cento) sobre o
valor de entrada de (Anexo IX do RCTE/GO, Art. 11, XLI):
a) produto resultante de reciclagem realizada no Estado de Goiás utilizado
como matéria-prima no seu processo de industrialização;
b) embalagem e papel usados, sucata e apara de qualquer tipo de material,
retalho, fragmento e resíduo cuja reciclagem resulte produto a ser utilizado
como matéria-prima no seu processo de industrialização;
c) revogada;
d) para determinação do valor do benefício, considera-se o somatório dos
valores da coluna VALOR CONTÁBIL do livro Registro de Entradas,
correspondentes às entradas do período dos produtos relacionados nas alíneas
"a" e "b" e sobre esse somatório aplica-se o percentual do crédito outorgado
previsto.
Protege: 5% (Anexo IX do RCTE/GO, Art.1º, §3º, III, “b”)

5 ASPECTOS FISCAIS

5.1. Emissão de Notas

A Nota Fiscal, modelos 1 ou 1-A, deve ser emitida pelo contribuinte, sempre
que (Convênio SINIEF SN/70, arts. 18):
I - promover a saída de mercadoria;
II - promover a transmissão de propriedade de mercadoria, inclusive quando
esta não deva transitar pelo seu estabelecimento;
III - entrar no seu estabelecimento mercadoria, ou bem, real ou simbolicamente
(Convênio SINIEF SN/70, art. 54) nova ou usada, remetida a qualquer título por
pessoa natural ou jurídica não obrigada à emissão de documento fiscal.

5.1.1. Emissão de Notas Fiscais de Entrada

Tipo de Documento: 0 – Entrada

Campo Destinatário/Remetente: Dados da Pessoa Física, se impossível


identificar, colocar os dados da própria empresa

CST/ICMS: 090 – Outras


CST/IPI: 049- Outras Entradas
CST/PIS e Cofins: 70 – Operação de Aquisição sem Direito a Crédito (Aquisições
de pessoa física não permite crédito de Pis e Cofins).
CFOP: 1.101 – Compra para industriaização
Dados Adicionais: “Nota fiscal de entrada emitida nos termos do Decreto nº
4.852/97 (RCTE/GO), Art. 159, III, “a”, 2).”

5.1.2. Emissão de Notas Fiscais de Saída

5.1.2.1. Saídas Internas Isentas de ICMS

Código de Regime Tributário: 3 – Regime Normal


Tipo de Documento: 1 – Saída

Campo Destinatário/Remetente: Dados do Cliente.


CST/ICMS: 040 – Isenta

Dados Adicionais: “ICMS isento nos termos do Decreto nº 4.852/97 (RCTE/GO),


art. 6º, LXXIV, “e”.
5.1.2.2. Saídas Interestaduais

Código de Regime Tributário: 3 – Regime Normal


Tipo de Documento: 1 – Saída
Campo Destinatário/Remetente: Dados do Cliente.
CST/ICMS: 000 – Tributada Integralmente
Alíquota de ICMS: 12%

5.1.2.3. Saídas – Regra Geral de Pis e Cofins

CST/Pis e Cofins: 01 – Operação Tributável com Alíquota Básica


Alíquotas: 1,65% e 7,6% respectivamente
*Nas saídas tributadas pelo ICMS, parametrizar sistema para excluir ICMS da
Base de Cálculo de Pis e Cofins.

5.1.2.4. Saídas – Com suspensão de Pis e Cofins

NCM: 7602.00.00
CST/Pis e Cofins: 09 – Operação com Suspensão da Contribuição
*Aplica-se a suspensão do PIS e da COFINS na venda efetuada para pessoa
jurídica que apure o imposto de renda com base no lucro real (Lei nº
11.196/2005, artigos 47 e 48).

5.1.2.5. Saídas Não Tributadas de IPI

NCM: 7602.00.00
CST/IPI: 53 – Saída Não-Tributada

5.1.2.6. Saídas Tributadas de IPI

NCM: 7601.20.00
CST/IPI: 50 – Saída Tributada
Alíquota de IPI: 2,6%

6 APURAÇÃO DE ICMS

6.1 Créditos Pelas Entradas:

• Entrada de energia elétrica no estabelecimento, quando for utilizada por


contribuinte enquadrado no código de atividade econômica de indústria
(RCTE/GO, Art. 522, II, “a”, 2)

• CIAP – Entrada de bem destinado ao ativo imobilizado e o diferencial de


alíquotas sobre a operação (RCTE/GO, art. 46, I).
A apropriação do crédito decorrente da entrada de bem destinado ao ativo
imobilizado é feita à razão de 1/48 (um quarenta e oito avos) por mês,
proporcionalmente aumentada ou diminuída, pro rata die, se o período de
apuração for superior ou inferior a um mês, devendo ser observado o seguinte:
I - a apropriação do crédito é o resultado da multiplicação da razão de 1/48
(um quarenta e oito avos) pelo resultado da divisão entre o valor das operações
e prestações tributadas e o valor total das operações e prestações ocorridas no
mesmo período, devendo ser observado, ainda, o seguinte:
a) as saídas e as prestações com destino ao exterior, consideram-se como sendo
tributadas;
b) não são computadas no total das operações os valores correspondentes às
devoluções e as saídas de mercadorias, desde que retornem ao
estabelecimento, tais como: remessa para armazém geral, depósito fechado,
industrialização, exposição, feira e conserto;
II - a apropriação deve ocorrer a partir do mês de entrada do bem no
estabelecimento;
III - o saldo remanescente do crédito passível de apropriação deve ser
cancelado, quando:
a) ocorrer o final do quadragésimo oitavo mês, contado da data da entrada do
bem no estabelecimento;
b) houver a alienação, transferência ou, na hipótese de arrendamento
mercantil, restituição do bem antes de completado o quadragésimo oitavo mês.
• Aquisição de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
utilizado pelo estabelecimento (RCTE/GO, art. 46, II):
a) remetente de mercadoria, correspondente à operação tributada pelo
imposto, contratada com cláusula CIF;
b) destinatário de mercadoria, correspondente à operação tributada pelo
imposto, contratada com cláusula FOB;
c) transportador, quando redespachar ou subcontratar o serviço com outro
transportador, ainda que autônomo, vinculado à execução de serviço de
transporte por aquele contratado, desde que o valor total da prestação tenha
sido integralmente tributado pelo contratante e este proceda à apropriação do
crédito de, no máximo, no mesmo percentual aplicado à prestação de sua
responsabilidade;

• Crédito Outorgado de 5% (cinco por cento) sobre o valor de entrada de


(Anexo IX do RCTE/GO, Art. 11, XLI):
a) produto resultante de reciclagem realizada no Estado de Goiás utilizado
como matéria-prima no seu processo de industrialização;
b) embalagem e papel usados, sucata e apara de qualquer tipo de material,
retalho, fragmento e resíduo cuja reciclagem resulte produto a ser utilizado
como matéria-prima no seu processo de industrialização;
*Para determinação do valor do benefício, considera-se o somatório dos valores
da coluna VALOR CONTÁBIL do livro Registro de Entradas, correspondentes às
entradas do período dos produtos relacionados nas alíneas "a" e "b" e sobre esse
somatório aplica-se o percentual do crédito outorgado previsto.
Código de Ajuste no SPED:

• Crédito Outorgado de 1% nas operações interestaduais:


Constituem créditos outorgados para efeito de compensação com o ICMS devido
para os contribuintes industrial e comerciante atacadista, o equivalente ao
percentual de 1% (um por cento) na saída interestadual que destine mercadoria
para comercialização, produção ou industrialização, aplicado sobre o valor da
correspondente base de cálculo (Anexo IX do RCTE/GO, Art. 11, III).

Exemplo de Apuração:
REGISTRO DE APURAÇÃO DE ICMS
Entradas
Isentas/ Não
CFOP Valores Contábeis Base de Cálculo Imposto Creditado Outras
Tributadas
1101 200.000,00 0,00 0,00 0,00 200.000,00
1252 50.000,00 50.000,00 8.500,00 0,00 0,00
1352 100.000,00 0,00 0,00 100.000,00 0,00
2352 100.000,00 100.000,00 12.000,00 0,00 0,00
Totais 450.000,00 150.000,00 20.500,00 100.000,00 200.000,00
Saídas
Isentas/ Não
CFOP Valores Contábeis Base de Cálculo Imposto Creditado Outras
Tributadas
5101 300.000,00 0,00 0,00 300.000,00 0,00
6101 200.000,00 200.000,00 24.000,00 0,00 0,00
Totais 500.000,00 200.000,00 24.000,00 300.000,00 -

Valor Contábil Aquisições Internas 200.000,00


Crédito Outorgado 5% 10.000,00
BC. ICMS Saídas Interestaduais 200.000,00
Crédito Outorgado 1% 2.000,00

6.2 Estorno de Crédito de ICMS

Exemplo:

Saídas Credito de
Saídas Isentas (%) Estorno Estorno
Tributadas ICMS
200.000,00 300.000,00 66,67% 20.500,00 13.666,67
6.3 Apuração do Saldo

Exemplo:

Saldo Devedor 3.500,00


Crédito Outorgado Pelas Entradas 10.000,00
Crédito Outorgado Pelas Saídas 2.000,00
Estorno de Crédito 13.666,67
Imposto a Recolher 5.166,67

6.4 Contribuição ao Protege:

• 5% sobre o Crédito Outorgado previsto nos incisos III e XLI, Art. 11, do
Anexo IX do RCTE.

Exemplo:

Valor Contábil Aquisições Internas 200.000,00


Crédito Outorgado 5% 10.000,00
Protege 5% 500,00
BC. ICMS Saídas Interestaduais 200.000,00
Crédito Outorgado 1% 2.000,00
Protege 5% 100,00
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estudar é crescer em silêncio! As raízes do estudo são amargas, mas seus frutos
são doces. Sempre que ficar com preguiça de estudar lembre-se que o estudo
é a estrada que lhe levará onde você deseja chegar. Quando você se esforça
mais a cada dia, o sucesso acaba surgindo.

Autor Desconhecido

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