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CARTILHA

Escrituração Contábil Fiscal

(Atualizada até 26/04/2016)

“O MELHOR CONTEÚDO COM A NOSSA INTELIGÊNCIA.”


CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

SUMÁRIO
ASPECTOS GERAIS DA ECF............................................................................................................................................. 3
1. CONHEÇA A ECF............................................................................................................................................................ 3
2. QUEM DEVE ENTREGAR A ECF................................................................................................................................... 3
3. PRAZO DE ENTREGA.................................................................................................................................................... 6
4. ATRASO NA ENTREGA.................................................................................................................................................. 8
5. RETIFICAÇÃO................................................................................................................................................................. 9
6. ASSINATURA DIGITAL................................................................................................................................................... 9
7. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS........................................................................................................................................ 9
8. GUARDA DE DOCUMENTOS......................................................................................................................................... 9
9. ESCOLHA DOS REGISTROS....................................................................................................................................... 10
10. LEGISLAÇÃO...............................................................................................................................................................11
11. SITUAÇÕES ESPECIAIS............................................................................................................................................. 12

CUIDADOS NA IMPLANTAÇÃO....................................................................................................................................... 15
1. SELEÇÃO DE BLOCOS E REGISTROS...................................................................................................................... 15
2. FORMAS DE TRIBUTAÇÃO......................................................................................................................................... 15
3. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL....................................................................................................................................... 25
4. ANÁLISE E CONCILIAÇÃO DAS CONTAS.................................................................................................................. 26
5. TECNOLOGIA................................................................................................................................................................ 26
6. SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO...................................................................................................................... 30
7. LEGISLAÇÃO................................................................................................................................................................ 30

REQUISITOS DO SISTEMA.............................................................................................................................................. 32
1. O QUE INFORMAR NO ARQUIVO............................................................................................................................... 32
2. GERAÇÃO DO ARQUIVO............................................................................................................................................. 32
3. CARACTERÍSTICAS DO ARQUIVO............................................................................................................................. 32
4. REGRAS DE PREENCHIMENTO.................................................................................................................................. 34
5. TABELAS....................................................................................................................................................................... 38
6. BLOCOS E REGISTROS............................................................................................................................................... 42

PERGUNTAS E RESPOSTAS .......................................................................................................................................... 46

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CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

ASPECTOS GERAIS DA ECF

1. CONHEÇA A ECF
A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) foi instituída pela Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, al-
terada posteriormente pelas Instruções Normativas RFB nºs 1.489 e 1.524/2014 e 1.574, 1.595/2015
e 1.633/2016. Essa obrigação acessória faz parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped),
instituído pelo Decreto nº 6.022/2007.

Ela veio para substituir a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ),
a partir do ano-calendário de 2014, exceto para as pessoas jurídicas incorporadas, fusionadas, cin-
didas ou encerradas no ano-calendário de 2014 (veja subitem 3.1.1).

Para as pessoas jurídicas que apuram o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) pela sistemática
do lucro real, a ECF é o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) de que trata o inciso I do art. 8º do
Decreto Lei nº 1.598/1977.

A ECF é uma DIPJ eletrônica em forma digital. As fichas da DIPJ estão distribuídas entre os diver-
sos blocos e registros da ECF, além de outros dados adicionais. As informações são recuperadas
da ECD pela ECF, ou em situações especiais, a critério do contribuinte, importadas ou mediante a
edição de textos.

A empresa deverá informar todas as operações que influenciarem a composição da base de cálcu-
lo e o valor devido do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL).

Uma das novidades na ECF diz respeito ao preenchimento e o controle, por meio de validações,
das Partes “A” e “B” do Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real (e-Lalur) e do Livro Eletrônico
de Apuração da Base de Cálculo da CSL (e-Lacs). Todos os saldos informados nesses livros serão
controlados pelo Registro M500 da ECF, e, no caso da Parte “B”, haverá o batimento de saldos de
um ano para o outro.

2. QUEM DEVE ENTREGAR A ECF


A ECF deve ser entregue até o último dia útil do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário
a que se refira (Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, art. 3º, com a redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.633/2016, art. 1º).

Estão obrigadas a entregar a ECF todas as pessoas jurídicas e equiparadas, entidades públicas e
privadas, inclusive as imunes e isentas, independentemente de serem tributadas pelo lucro real,
presumido ou arbitrado (Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, art. 1º, caput).

São equiparadas a- pessoas jurídicas para os efeitos da legislação do Imposto de Renda (art. 150 do
RIR/1999):

a) as firmas individuais (atualmente empresários);


b) as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qual-
quer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro,
mediante venda a terceiros de bens ou serviços.

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Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Para as pessoas jurídicas que apuram o IRPJ pela sistemática do lucro real, a ECF é o Lalur (Instru-
ção Normativa RFB nº 1.422/2013, art. 1º, § 3º).

2.1 Dispensa da apresentação


Estão dispensadas de entregar a ECF as pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional, as em-
presas inativas, os órgãos públicos, as autarquias e as fundações públicas.

(Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, art. 1º, § 2º; Instrução Normativa RFB nº 1.524/2014, art. 1º; Instrução Normativa
RFB nº 1.595/2015, art. 3º)

2.2 Pessoas jurídicas imunes e isentas


O inciso IV do § 2º do art. 1º da Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, havia dispensado as pessoas
jurídicas imunes e isentas que não estivessem obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal
Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social (Cofins) e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita (EFD-Contribuições), nos termos
da Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012, de apresentar a ECF relativa ao ano-calendário de 2014.

O inciso II do art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012, estabelece, por sua vez, que estão
dispensadas da apresentação da EFD-Contribuições, as pessoas jurídicas imunes e isentas do Im-
posto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja soma dos valores mensais das contribuições
apuradas, objeto de escrituração nos termos desta Instrução Normativa, seja igual ou inferior a R$
10.000,00

Assim, as pessoas jurídicas imunes e isentas que estivessem desobrigadas da apresentação da


EFD-Contribuições estavam dispensadas também da apresentação da ECF.

Observe-se, todavia, que, caso a pessoa jurídica imune ou isenta viesse a estar obrigada à entrega
da EFD-Contribuições, em pelo menos um mês ela estaria , por consequência obrigada também
obrigatoriedade da entrega da ECF, mesmo que nos demais meses ela estivesse dispensada da
entrega da EFD-Contribuições.

Entretanto, por força da revogação do inciso IV do § 2º do art. 1º da Instrução Normativa RFB nº


1.422/2013, pelo art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.595/2015, a partir do ano-calendário de
2015, as pessoas jurídicas imunes ou isentas passaram a estar obrigadas a apresentar a ECF, mes-
mo que desobrigadas da entrega da EFD-Contribuições.

2.3 Pessoas jurídicas inativas


Muitos gestores entendem que a inatividade de uma pessoa jurídica está relacionada apenas com
seu faturamento. No entanto, a definição de empresa inativa é um pouco mais abrangente.

Empresa inativa é aquela que não efetua qualquer atividade operacional, não operacional, patrimo-
nial ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o ano-ca-
lendário (art. 2º da Instrução Normativa RFB nº 1.306/2012).

Assim, mesmo sem apresentar faturamento, a pessoa jurídica pode ser descaracterizada como
inativa ao negociar um item do seu ativo imobilizado, por exemplo, ou apresentar uma aplicação
financeira em seu nome, por inconveniência do seu banco.

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Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Segundo o Fisco, a inatividade não se descaracteriza mesmo que o pagamento de tributo relativo a
anos-calendário anteriores e de multa pelo descumprimento de obrigação acessória seja paga no
ano-calendário a que se referir a obrigação acessória a que está obrigada a entregar.

As pessoas jurídicas inativas estão dispensadas da entrega da ECF. Elas também não entregavam a
DIPJ. No seu lugar, entregam anualmente a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ), no
período de janeiro a março de cada ano.

O contribuinte não deve confundir empresa inativa com empresa sem movimento. Elas possuem
características diferentes.

2.4 Pessoas jurídicas sem movimento


Ao contrário das inativas (pessoa jurídica que não realizar qualquer atividade operacional, não ope-
racional, financeira ou patrimonial no curso do ano-calendário), as sem movimento são as pessoas
jurídicas em atividade, porém sem auferir receitas.

Diferentemente da inativa, que entrega somente a DSPJ, a pessoa jurídica sem movimento entrega
todas as demais obrigações acessórias exigidas para as demais empresas, inclusive a ECF.

2.5 Sociedade em Conta de Participação (SCP)


No caso de pessoas jurídicas que forem sócias ostensivas de Sociedades em Conta de Participação
(SCP), a ECF deve ser transmitida separadamente, para cada SCP, além da transmissão da ECF da
sócia ostensiva.

Assim, por exemplo, se a sócia ostensiva tiver 3 SCP, deverá entregar 4 ECF, uma para si e outras
para cada uma das SCP das quais participa.

2.6 Comitê Olímpico Internacional (CIO), Rio 2016 e Empresas vinculadas


Se entidade não domiciliada no Brasil efetuar, ainda que somente para a realização e organização
dos jogos olímpicos, comercialização de produtos ou serviços no Brasil, deverá entregar a ECF de
acordo com as seguintes orientações:

a) Registros obrigatórios: 0000, 0010, 0020, 0030, 0930, X480.

b) Registro 0000: Preencher conforme instruções deste manual.

c) Registro 0010: No campo 0010.FORMA_TRIB, preencher o código 9 (Isenta do IRPJ).

d) Registro 0010: No campo 0010.TIP_ENT, preencher o código “14” (CIO e Entidades Relacio-
nadas).

e) Registro 0020: No campo 0020.IND_PJ_HAB (PJ Habilitada no Repes, Recap, Padis, PATVD,
Reidi, Repenec, Reicomp, Retaero, Recine, Resíduos Sólidos, Recopa, Copa do Mundo, Retid,
REPNBL-Redes, Reif e Olimpíadas), preencher “S” (Sim).

f) Registro 0030: Informar os dados do representante legal no país.

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g) Registro 0930: Informar os dados dos representantes ou procuradores que assinarão digi-
talmente a ECF.

h) Registro X480: Preencher conforme instruções do Manual de Orientação do Leiaute da


ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016.

3. PRAZO DE ENTREGA
A entrega é anual. Deverá ser transmitida até o último dia útil do mês de julho do ano-calendário
seguinte ao do ano-calendário a que se refira, devendo ser assinada digitalmente mediante a utili-
zação de certificado digital válido.

(Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, art. 3º, caput, e § 1º, Instrução Normativa RFB nº 1.633/2016, art. 1º)

3.1 Situações especiais

Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a ECF deve ser entregue
pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras até o último
dia útil do 3º mês subsequente ao do evento.

Se a incorporadora e a incorporada estiverem sob o mesmo controle societário desde o ano-calen-


dário anterior ao do evento, a incorporadora não precisa entregar a ECF.

Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, ocorrido de janeiro a abril
do ano-calendário, a ECF deve ser entrega até o último dia útil do mês de julho do referido ano, mes-
mo prazo para entrega da ECF para situações normais relativas ao ano-calendário anterior.

(Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, art. 3º, §§ 2º a 4º, com a redação dada pela Instrução Normativa RFB nº
1.633/2016, art. 1º)

3.1.1 Eventos ocorridos no ano-calendário de 2014

Conforme pronunciamento da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), através de notícia pu-
blicada no Portal do Sped na internet, nos eventos de encerramento, cisão, fusão, incorporação,
etc. que ocorridos no ano-calendário de 2014, a pessoa jurídica deve entregar a DIPJ-2014 e não a
ECF. A ECF somente será utilizada para transmissão de situações especiais a partir do ano-calen-
dário de 2015.

Vê-se, portanto, uma particularidade, que é a dispensa da entrega da ECF no ano-calendário de


2014, para as empresas que forem encerradas, cindidas, fusionadas ou incorporadas nesse ano.

Há que se ressaltar que, no caso de SCP:

a) que foram extintas ao longo do ano-calendário de 2014, não havia obrigatoriedade de en-
trega da DIPJ por SCP, e também não havia obrigatoriedade de entrega da ECF;

a) somente as SCP existentes em 31.12.2014 devem entregar a ECF relativa ao ano-calendário


2014 (situação normal);

b) desde o ano-calendário 2015, todas as SCP entregam a ECF, inclusive as que forem extintas
ao longo do ano da escrituração.

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Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

3.2 FCont
Com a aplicação da Instrução Normativa RFB nº 1.492/2014, até o ano-calendário de 2014, permane-
ce a obrigatoriedade de entrega das informações necessárias para gerar o FCont de que tratam os
arts. 7º e 8º da Instrução Normativa RFB nº 949/2009, por meio do Programa de Validação e Assina-
tura (PVA) do Controle Fiscal Contábil de Transição (FCont), conforme disposto na Instrução Nor-
mativa RFB nº 967/2009, para as pessoas jurídicas sujeitas ao Regime Tributário de Transição (RTT).

Se a pessoa jurídica optar pela antecipação dos efeitos da Lei nº 12.973/2014 para o ano-calendário
de 2014, os efeitos do RTT ficam extintos, e ela não deve entregar o FCont relativo a este ano. Po-
rém, se não houver opção, tudo continua como está, isto é, o RTT continua em vigor, e a entrega do
FCont é obrigatória. Assim, a pessoa jurídica entrega em 2015, relativo ao ano-calendário de 2014,
o FCont e a ECF.

3.3 DIPJ
As pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos desde 1º.01.2014, da en-
trega da DIPJ (art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013). A ECF substitui a DIPJ a partir do
ano-calendário de 2014.

Atenção!

No caso de encerramento, incorporação, fusão ou cisão de empresas durante o ano-calendário de


2014, a pessoa jurídica deve entregar a DIPJ-2014 desse ano.

3.4 Extinção do RTT


O RTT foi extinto a partir de 01/01/2015, pela Lei nº 12.973/2014. Porém, a pessoa jurídica pode ante-
cipar a sua extinção para o ano-calendário de 2014. Para isso, terá que formalizar a opção junto ao
Fisco.

Esta manifestação se dá com a entrega da DCTF relativa aos fatos geradores ocorridos no mês de
agosto/2014, cuja entrega foi prorrogada para o dia 07.11.2014, conforme dispõe a Instrução Norma-
tiva RFB nº 1.499/2014.

Posteriormente, segundo o Fisco, quem optou pelo fim do RTT na DCTF de agosto de 2014, pode
retificar ou ratificar a opção, ou fazer a opção ou não, mediante a entrega da DCTF relativa ao fato
gerador do mês de dezembro de 2014, que será entregue no mês de março de 2015.

Segundo o Fisco, através da Instrução Normativa RFB nº 1.492/2014, as pessoas jurídicas optantes
nos termos do art. 75 da Lei nº 12.973/2014 (antecipação dos efeitos desta Lei em 2014), disciplinado
pela Instrução Normativa RFB nº 1.469/2014, sujeitam-se ao RTT até 31.12.2013, e as pessoas jurídi-
cas não optantes, até 31.12.2014.

Se a pessoa jurídica optar pela antecipação dos efeitos dessa Lei, o RTT será extinto a partir do
ano-calendário de 2014. Se deixar para 2015, nada muda, isto é, o RTT continua vigente em 2014.

Pelo que se depreende, vejamos 2 hipóteses:

a) opção pela Lei nº 12.973/2014 no ano-calendário de 2014:


a.1) RTT é extinto; e
a.2) entrega da ECF em 2015;

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Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

b) não opção pela Lei nº 12.973/2014 no ano-calendário de 2014:

b.1) RTT continua em vigor;

b.2) entrega do FCont em 2015; e

b.3) entrega da ECF em 2015.

4. ATRASO NA ENTREGA
O atraso na entrega da ECF enseja a aplicação de multa, aplicável de acordo com o regime de tribu-
tação adotado pela pessoa jurídica(lucro real, presumido, arbitrado ou imunes e isentas).

4.1 Lucro real

Aplicam-se as multas do art. 8º-A do Decreto-Lei nº 1.598/1977, conforme segue:

a) atraso na entrega - multa de 0,25% por mês-calendário ou fração do lucro líquido, antes do
IRPJ e da CSL, no período a que se refere a escrituração, limitada a 10%;

b) incorreção, omissão, erros - multa de 3%, não inferior a R$ 100,00 do valor omitido, inexato
ou incorreto.

Atenção! Na correção espontânea da ECF, não há multa.

Atenção! A multa por atraso na entrega (letra “a”) será limitada a:

a) R$ 100.000,00 para as pessoas jurídicas que no ano-calendário anterior tiverem auferido


receita bruta total, igual ou inferior a R$ 3.600.000,00;

b) R$ 5.000.000,00 para as pessoas jurídicas que não se enquadrarem na hipótese supramen-


cionada.

4.2 Lucro presumido, arbitrado e imunes e isentas

Aplicam-se as multas do art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001, conforme segue:

a) atraso na entrega:

a.1) R$ 500,00 - Lucro presumido e imunes e isentas;

a.2) R$ 1.500,00 - Mudança de tributação durante o ano;

b) incorreção, omissão, erros:

b.1) multa de 3% do valor das transações comerciais ou financeiras;

b.2) multa mínina de R$ 100,00.

4.3 Quadro resumo

O quadro a seguir apresenta o valor devido das multas pertinentes à ECF:

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Atraso ou não apre- Incorreção, omissão e


Multas Base legal
sentação erros.

De 0,25% por mês-ca- De 3%, não inferior


lendário ou fração do a R$ 100,00 do valor
lucro líquido, antes do omitido, inexato ou in- Art. 6º, caput da
Lucro real IRPJ e CSL, no perío- correto. Instrução Normativa
do a que se refere a Atenção! Na correção RFB nº 1.422/2013
escrituração, limitada a espontânea da ECF,
10%. não há multa.

R$ 500,00 - Lucro De 3% do valor das


presumido e imunes e transações comerciais
Lucro presumido, isentas. ou financeiras. Art. 6º, § 2º da Ins-
arbitrado, imunes e trução Normativa
R$ 1.500,00 - Mudança Multa mínina de R$
isentas RFB nº 1.422/2013
de tributação durante o 100,00.
ano.

5. RETIFICAÇÃO
A retificação da ECF poderá ser realizada em até 5 anos.

Se a pessoa jurídica retificar a ECF de um ano anterior, poderá ser necessário retificar as ECF dos
anos posteriores, em virtude do controle de saldos da ECF.

Exemplo:

Em 1º.01.2017, a empresa retificou a ECF do ano-calendário 2014. Nesse caso, a empresa pode ter
que retificar as ECF dos anos-calendário 2015 e 2016.

A ECF pode ser retificada a qualquer momento por iniciativa da pessoa jurídica ou do Fisco.

6. ASSINATURA DIGITAL
A ECF deverá ser assinada digitalmente mediante utilização de certificado digital válido.

7. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
As pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos desde 1º.01.2014, da escri-
turação do Lalur em meio físico e da entrega da DIPJ.

8. GUARDA DE DOCUMENTOS
O prazo para a guarda de documentos relaciona-se com o prazo de decadência e de prescrição
relativo a eventuais ações que lhes sejam pertinentes e à constituição de créditos tributários.

Assim, temos, em princípio, nos atentar a 3 dispositivos legais que tratam do assunto, sendo eles:

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a) art. 195, parágrafo único, da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional - CTN);
b) art. 37 da Lei nº 9.430/1996; e
c) art. 4º do Decreto-lei nº 486/1969.
O art. 195 do CTN determina que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os com-
provantes dos lançamentos neles efetuados sigam o prazo de prescrição dos tributos.

O art. 37 da Lei nº 9.430/1996 diz que os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos
a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até
que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relati-
vos a esses exercícios.

O art. 4º do Decreto-Lei nº 486/1969 diz que o comerciante é obrigado a conservar em ordem, en-
quanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, a escrituração, correspondên-
cia e os demais papéis relativos à atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem
ou possam a vir modificar sua situação patrimonial.

No CTN, o prazo de decadência encontra-se previsto no art. 173, e o prazo de prescrição consta no
art. 174.

Diz o art. 173 que o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5
anos. Já o art. 174 diz que a ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 anos conta-
dos da sua constituição definitiva. Assim, depreende-se que o prazo de guarda da ECF é de 5 anos.

9. ESCOLHA DOS REGISTROS


A ECF é composta de blocos e registros. Eles são selecionados de acordo com a forma de tributa-
ção da empresa (lucro real, presumido, arbitrado, ou imunes e isentas).

O quadro a seguir apresenta as informações de cada uma das formas de tributação:

Lucro Lucro Lucro Imunes ou


Blocos Discriminação
Real Presumido Arbitrado Isentas

0 Abertura e identificação x x x x

Informações recuperadas da ECD


C x (*) (*) x
(bloco recuperado pelo sistema)

Informações recuperadas da ECF


anterior e cálculo fiscal dos dados
E x x x x
recuperados da ECD (bloco recupe-
rado pelo sistema)

J Plano de contas e mapeamento x (*) (*) x

Saldo das contas contábeis e refe-


K x (*) (*) x
renciais

L Lucro líquido x

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Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Lucro Lucro Lucro Imunes ou


Blocos Discriminação
Real Presumido Arbitrado Isentas

M e-Lalur e e-Lacs x

N Imposto de Renda e CSL x

P Lucro presumido x

T Lucro arbitrado x

Q Livro Caixa x(**)

U Imunes ou isentas x

X Informações econômicas x x x x

Y Informações gerais x x x x

9 Encerramento do arquivo digital x x x x

(*) Em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º.01.2014, as pessoas jurídicas tributadas
com base no lucro presumido somente era obrigatória para as pessoas jurídicas que distribuíssem,
a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos
lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do IRPJ, diminuída de todos os impostos
e contribuições a que estiver sujeita (Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, art. 3º, II). Em relação
aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º.01.2016, as pessoas jurídicas estão obrigadas à adoção
da ECD caso mantiverem escrituração contábil regular, em detrimento da manutenção de Livro
Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária (Instru-
ção Normativa RFB nº 1.422/2013, art. 3º-A, II).

(**) As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido puderam apresentar o Bloco Q (Demons-
trativo do Livro Caixa), facultativamente no ano-calendário de 2015. A apresentação do Demons-
trativo de Livro Caixa será obrigatória somente a partir do ano-calendário 2016, para as pessoas
jurídicas optantes pela sistemática do lucro presumido que se utilizem da prerrogativa manter livro
Caixa, no qual esteja escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária, conforme
previsto no parágrafo único do art. 45 da Lei nº 8.981/1995, e cuja receita bruta no ano seja superior
a R$ 1.200.000,00, ou proporcionalmente ao período a que se refere.

10. LEGISLAÇÃO

O Sped foi instituído pelo Decreto nº 6.022/2007, com as alterações do Decreto nº 7.979/2013.

A Instrução Normativa RFB nº 1.353/2013, inicialmente, instituiu a EFD-IRPJ. Posteriormente, a Ins-


trução Normativa RFB nº 1.422/2013 revogou a Instrução Normativa RFB nº 1.353/2013 e instituiu a
ECF.

O Manual de Orientação do Leiaute da ECF foi aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº
20/2016, e está disponível para download no link:http://sped.rfb.gov.br/pasta/show/1644.

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CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

11. SITUAÇÕES ESPECIAIS

11.1 Arquivo da ECF


Para gerar um arquivo da ECF, crie a ECF no programa (Arquivo/Criar), preencha os dados princi-
pais e clique em Ferramentas/Exportar Escrituração.

11.2 Importação da ECF e Recuperação da ECD


O arquivo da ECD não é importado para a ECF e sim recuperado. Primeiramente, deve ser criada
uma ECF no próprio programa ou deve ser importado um arquivo da ECF, para, aí sim, recuperar o
arquivo da ECD (recuperação de contas, saldos e mapeamento, caso tenha sido realizado na ECD).

A ECD recuperada deve estar validada, assinada e transmitida.

Para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido, imunes ou isentas obrigadas a entregar
a ECD, a recuperação da ECD na ECF é obrigatória. Nesse caso, o Registro 0010.TIP_ESC_PRE deve
ser preenchido com “C”.

Para as pessoas jurídicas não obrigadas a entregar a ECD, o Registro 0010.TIP_ESC_PRE deve ser
preenchido com “L”. Nessa situação, os blocos C, E, J e K não serão preenchidos.

11.3 Recuperação de ECD Sem Mapeamento para o Plano de Contas Referencial


Para que não seja necessário digitar todo o mapeamento para o plano referencial na ECF, no caso
de recuperação de dados da ECD sem o respectivo mapeamento, pode ser seguido o procedimento
abaixo:

1) Importar a ECF.

2) Recuperar ECD, marcando a opção “Utilizar os dados recuperados da ECD para preenchimento
do balanço e/ou DRE”. Com essa opção marcada, o programa da ECF copiará as informações para
o bloco J e K, mas não calculará o balanço patrimonial e a DRE, pois não existe mapeamento. Os
dados dos registros K155 e K355 estarão de acordo com a ECD.

3) Importar somente o bloco J da ECF com o mapeamento correto. O programa da ECF incluirá o
mapeamento nos registros K155/K156 e K355/K356 e, consequentemente, calculará o balanço pa-
trimonial e a DRE utilizando os saldos da ECD e o mapeamento da ECF.

11.4 Recuperação de ECD Com Encerramento do Exercício Diferente dos Encerramentos


da ECF
Os encerramentos do exercício na ECF seguem o período de apuração do tributo. Por exemplo, se a
empresa é do lucro presumido, os encerramentos do exercício da ECF serão trimestrais.

Caso a ECD recuperada tenha encerramento diferente (por exemplo, a ECD recuperada tenha ape-
nas um encerramento anual), no momento da validação no programa da ECF, poderá aparecer uma
mensagem de advertência, com o valor da diferença entre os saldos finais credores e os saldos
iniciais credores. Nesse caso, a pessoa jurídica poderá ajustar os saldos por meio de alteração nos
registros K155 e K355 (alteração de saldo de uma ou mais contas).

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CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Também há a opção de criar uma nova conta do plano de contas da pessoa jurídica (J050) para fa-
zer o ajuste. Contudo, neste caso, também será necessário fazer o mapeamento dessa conta para
o plano de contas referencial (J051).

11.5 Registro do Prejuízo Fiscal do Período na Parte B do e-Lalur


Quando ocorrer um prejuízo fiscal no período (Registro M300), o procedimento a seguir é:

- Criar uma conta de Prejuízos Fiscais de Períodos Anteriores no registro M010.

- Registrar o saldo do prejuízo fiscal do período no registro M410 (Colocar o indicador de lançamen-
to como “PF” – Prejuízo do Período).

Atenção: Se houver compensação de prejuízos fiscais em períodos posteriores, deve ser utilizada
essa conta criada na parte B para compensação no registro M300 (Linhas de código 173 e 174 do
M300), com tipo de relacionamento “1” (com conta da parte B).

11.6 Registro da Base de Cálculo Negativa da CSL do Período na Parte B do e-Lacs


Quando ocorrer uma base de cálculo negativa no período (Registro M350), o procedimento a se-
guir é:

- Criar uma conta de Base de Cálculo Negativa de Períodos Anteriores no registro M010.
- Registrar o saldo do prejuízo fiscal do período no registro M410 (Colocar o indicador de lan-
çamento como “BC” – Base de Cálculo Negativa da CSL).
Atenção: Se houver compensação de base de cálculo negativa da CSL em períodos posteriores,
deve ser utilizada essa conta criada na parte B para compensação no registro M350 (Linhas de có-
digo 173 e 174 do M350), com tipo de relacionamento “1” (com conta da parte B).

11.7 Mudança de Contador no Período


Não é possível transmitir duas ou mais ECF no caso de mudança de contador no período.

A ECF deve ser transmitida em arquivo único, a menos que ocorra alguma das situações especiais
previstas no Registro 0000.

Caso a entidade tenha que recuperar os dados da ECD, devem ser recuperados os dois arquivos
da ECD transmitidos (um para cada contador). Contudo, para que a ECF recupere os dados corre-
tamente é necessário que os saldos finais das contas que aparecem no primeiro arquivo (primeiro
contador) sejam iguais aos saldos iniciais dessas mesmas contas que aparecem no segundo ar-
quivo (segundo contador). Se isso não ocorrer, a ECF recuperará somente os dados do segundo
arquivo e os ajustes necessários deverão ser realizados na própria ECF ou na ECD, por meio de
substituição.

11.8 Plano de Contas e Mapeamento


A ECF recupera o plano de contas do último período existente na ECD.

O fato de uma conta não possuir saldos ou movimentação em um período não implica que a conta
não deve ser informada no plano de contas.

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CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

O plano de contas deve retratar o conjunto e a estrutura de todas as contas passíveis de utilização
na contabilidade da entidade.

O mapeamento das contas contábeis da entidade para as contas referenciais é feito somente em
relação às contas analíticas. Contas sintéticas não devem ser mapeadas.

11.9 Registros de Planos de Contas Referenciais (L100, L300, P100, P150, U100 e U150)
Para as pessoas jurídicas que possuem ECD a recuperar e geram o arquivo da ECF para importa-
ção, os registros L100 e L300, no caso de pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real; P100 e P150,
no caso de pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido; U100 e U150, no caso de imunes ou
isentas, não devem constar no arquivo da ECF para importação, pois, caso sejam importados, os
valores não serão calculados pelo programa da ECF.

11.10 Conta “Resultado do Exercício”


No plano referencial, a conta “Resultado do Exercício” é sintética, pois representa o resultado da
diferença entre as receitas e despesas do período.

Caso a entidade utilize uma conta transitória “Resultado do Exercício” ou “Apuração do Resultado
Exercício” para realizar os lançamentos de transferência dos saldos das receitas e despesas do pe-
ríodo, essa conta deverá ter J050.COD_NAT = “09” (Outras) e não deverá ser mapeadas.

O sistema não permite o mapeamento de contas com código de natureza “09”.

11.11 O que significa a mensagem “Dados atualizados na linha de acordo com a tabela da
RFB”?
No caso de registros com tabelas dinâmicas, a entidade precisa somente informar o código da
linha e o valor, além da identificação do registro, pois a descrição é preenchida pelo próprio progra-
ma da ECF.

Contudo, caso a entidade preencha o campo descrição e ele não esteja exatamente igual à descri-
ção da respectiva tabela do registro no programa, o sistema fará a atualização da descrição e emi-
tirá a mensagem (advertência) no momento da importação do arquivo da ECF: “Dados atualizados
na linha de acordo com a tabela da RFB”.

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CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

CUIDADOS NA IMPLANTAÇÃO

1. SELEÇÃO DE BLOCOS E REGISTROS


Na implantação da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), a empresa deve tomar alguns cuidados,
principalmente em relação às informações que serão ou não inseridas no sistema.

Selecionamos alguns desses cuidados, desde a identificação dos blocos e registros que constarão
do sistema até a decisão de investir ou não em um sistema de “RP”.

A escolha dos blocos e registros da ECF começa com a forma de tributação da pessoa jurídica. Nas
“caixas” pertinentes ao lucro real, presumido, arbitrado e imunes ou isentas, você encontra os blo-
cos e registros correspondentes a cada uma delas. Clique na “caixa” respectiva e identifique quais
são eles. Antes, porém, é necessário saber se a empresa está enquadrada na forma de tributação
correta perante a legislação do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas.

Acompanhe, no item seguinte, o funcionamento das formas de tributação das pessoas jurídicas.

2. FORMAS DE TRIBUTAÇÃO

2.1 Lucro Real


A) CONCEITO

É a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros contábeis e fiscais efetua-
dos sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais.

B) PERÍODO DE APURAÇÃO

O lucro real das pessoas jurídicas deve ser apurado na data de encerramento do período de apura-
ção do imposto de renda (Lei nº 9.430/1996, arts. 1º e 2º).

O período de apuração encerra-se:

• nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, no caso de apuração


trimestral;
• no dia 31 de dezembro de cada ano-calendário, no caso de apuração anual;
• na data de extinção da pessoa jurídica, assim entendida a destinação total de seu acervo
líquido;
• na data do evento, nos casos de incorporação, fusão ou cisão da pessoa jurídica.
Atenção!

A pessoa jurídica incorporadora fica obrigada à entrega da ECF correspondente ao período trans-
corrido durante o ano-calendário do evento, no caso de as pessoas jurídicas, incorporadora e in-
corporada, não estarem sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do
evento.

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CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

C) PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL

Estão obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real, em cada ano-calendário, as pes-
soas jurídicas:

• cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00,


ou de R$ 6.500.000,00 multiplicados pelo número de meses do período, quando inferior a 12
meses;
• cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desen-
volvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, socie-
dades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, coope-
rativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdên-
cia privada aberta;
• que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
• que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos à isenção
ou à redução do imposto;
• que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal do imposto de
renda, determinado sobre a base de cálculo estimada, na forma do art. 2º da Lei nº 9.430/1996;
• que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pa-
gar e a receber, e compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou
de prestação de serviços (factoring);
• que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agro-
negócio.
Atenção!

Receita Total é o somatório da receita bruta mensal, das demais receitas e ganhos de capital, dos
ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de renda variável e dos rendimen-
tos nominais produzidos por aplicações financeiras de renda fixa, e da parcela das receitas auferi-
das nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países e dependências com tributação favore-
cida que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa.

D) APURAÇÃO DO IRPJ

As pessoas jurídicas devem apurar trimestralmente o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)
com base no lucro real.

De forma opcional, essas pessoas jurídicas podem efetuar, mensalmente, o pagamento do imposto
de renda devido no curso do ano-calendário calculado sobre a base de cálculo estimada, realizando
a apuração definitiva apenas ao final do ano-calendário ou na data do evento caso ocorra fusão,
cisão, incorporação ou extinção da pessoa jurídica.

Esta opção alcança, inclusive, as pessoas jurídicas que, em qualquer trimestre do ano-calendário,
tenham arbitrado o lucro ou tenham se utilizado da faculdade de suspender ou reduzir o valor dos
pagamentos mensais, mediante a elaboração de balanços ou balancetes de suspensão ou redução
(art. 37, § 5º, e art. 57, § 1º, da Lei nº 8.981/1995, com a nova redação dada pela Lei nº 9.065/1995).

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CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

E) DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO ESTIMADA (ANUAL)

A base de cálculo do IRPJ, em cada mês, é determinada mediante a aplicação dos seguintes per-
centuais:

• 1,6% sobre a receita bruta mensal auferida na revenda, para consumo, de combustível deri-
vado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;
• 8% sobre a receita bruta mensal proveniente:
- da venda de produtos de fabricação própria;
- da venda de mercadorias adquiridas para revenda;
- da industrialização de produtos em que a matéria-prima, ou o produto intermediário ou o
material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização;
- da atividade rural;
- de serviços hospitalares;
- do transporte de cargas;
- das atividades de loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis
construídos ou adquiridos para revenda;
- de outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços;
• 16% sobre a receita bruta mensal auferida pela prestação de serviços de transporte, exceto
o de cargas;
• 32% sobre a receita bruta mensal auferida com as atividades de:
- prestação de serviços, relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada;
- intermediação de negócios;
- administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis ou direitos de qualquer natu-
reza;
- construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra;
- prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica,
gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, e com-
pras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços (factoring);
- prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada anteriormente.
As atividades de corretagem (seguros, imóveis etc.) e as de representação comercial são conside-
radas atividades de intermediação de negócios.

Atenção!

1) No caso de atividades diversificadas, deve ser aplicado o percentual correspondente sobre a


receita proveniente de cada atividade.

2) As sociedades cooperativas de consumo e as demais, quanto aos atos não cooperados, utilizam
os percentuais de acordo com a natureza de suas atividades.

17
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

3) A contar de 1º.01.2006, o percentual também passou a ser aplicado sobre a receita financeira da
pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorpora-
ção imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construí-
dos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente da comercialização de imóveis e apurada por
meio de índices ou coeficientes previstos em contrato (Lei nº 11.196/2005, art. 34).

F) DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ POR MEIO DE PERCENTUAL FAVORECIDO

As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços em geral, cuja receita bruta anual
seja de até R$ 120.000,00, podem utilizar, para determinação da base de cálculo do imposto de ren-
da mensal, o percentual de 16%.

Se a receita bruta anual acumulada até determinado mês do ano-calendário exceder o limite anual
de R$ 120.000,00, a pessoa jurídica deverá determinar nova base de cálculo do imposto com a apli-
cação do percentual de 32% e apurar a diferença do imposto postergado em cada mês transcorrido
no mês em que foi excedido o limite.

Essa diferença deve ser paga em Darf separado, nos códigos 2362 (pessoas jurídicas obrigadas ao
lucro real) ou 5993 (pessoas jurídicas optantes pelo lucro real), até o último dia útil do mês sub-
sequente ao mês em que ocorreu o excesso. Após esse prazo, a diferença deve ser paga com os
acréscimos legais.

G) DETERMINAÇÃO DO IRPJ DEVIDO

• Alíquota (Trimestral ou Anual)

A alíquota do imposto de renda é de 15% sobre o lucro real apurado pelas pessoas jurídicas em
geral.

• Adicional (Trimestral e Anual)

A parcela do lucro real que exceder ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 (pelo número
dos meses do respectivo período de apuração estará sujeita à incidência do adicional, à alíquota
de 10%.

Também se encontra sujeita ao adicional a parcela da base de cálculo estimada mensal, no caso
das pessoas jurídicas que optaram pela apuração anual do imposto de renda, que exceder a R$
20.000,00.

A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições financeiras,
sociedades seguradoras e assemelhadas.

O adicional incide, inclusive, sobre os resultados tributáveis de pessoa jurídica que explore ativida-
de rural (Lei nº 9.249/, art. 3º, § 3º). No caso de atividades mistas, a base de cálculo do adicional será
a soma do lucro real apurado nas atividades em geral com o lucro real apurado na atividade rural.

H) SUSPENSÃO OU REDUÇÃO DO PAGAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA MENSAL (ANUAL)

A pessoa jurídica pode suspender o pagamento do IRPJ, desde que demonstre que o valor do IRPJ
devido, calculado com base no lucro real do período em curso, é igual ou inferior à soma do imposto
de renda devido por estimativa, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores
àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado.

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CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

2.2 Lucro Presumido


A) CONCEITO
É uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do IRPJ e da Contri-
buição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no
ano-calendário, à apuração do lucro real.

O imposto de renda é devido trimestralmente.

B) INGRESSO NO SISTEMA

A opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido é manifestada com o pagamento
da primeira ou única quota do IRPJ devido, correspondente ao primeiro período de apuração de
cada ano-calendário.

A opção pela apuração do imposto de renda com base no lucro presumido é irretratável para o ano-
-calendário (Lei nº 9.718/1998, art. 13, § 1º).

C) PESSOAS JURÍDICAS AUTORIZADAS A OPTAR


Podem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas que, não estando
obrigadas ao regime de tributação pelo lucro real, tenham auferido, no ano-calendário anterior,
receita total igual ou inferior a R$ 78.000.000,00.

Podem, também, optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas que ini-
ciarem atividades ou que resultarem de incorporação, fusão ou cisão, desde que não estejam obri-
gadas à tributação pelo lucro real.

As pessoas jurídicas, tributadas pelo lucro presumido, e que, em qualquer trimestre do ano-calen-
dário, tiverem seu lucro arbitrado podem permanecer no regime de tributação com base no lucro
presumido relativamente aos demais trimestres do ano-calendário desde que sejam atendidas as
disposições legais pertinentes (Lei nº 8.981/1995, art. 47, § 2º; Lei nº 9.430/1996, art.1º; IN SRF nº
93/1997, art. 47).

D) PERCENTUAL DE DETERMINAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO

No ano-calendário, são aplicados os seguintes percentuais na determinação do lucro presumido:

• 1,6% sobre a receita bruta mensal auferida na revenda, para consumo, de combustível deri-
vado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;
• 8% sobre a receita bruta mensal proveniente:
- da venda de produtos de fabricação própria;
- da venda de mercadorias adquiridas para revenda;
- da industrialização de produtos em que a matéria-prima ou o produto intermediário ou o
material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização;
- da atividade rural;
- de serviços hospitalares;
- do transporte de cargas;
- de outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços;

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CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

• 16% sobre a receita bruta mensal auferida pela prestação de serviços de transporte, exceto
o de cargas;
• 32% sobre a receita bruta mensal auferida com as atividades de:
- prestação de serviços pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissão legal-
mente regulamentada;
- intermediação de negócios;
- administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis ou direitos de qualquer natu-
reza;
- construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra;
- prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada anteriormente.
As atividades de corretagem (seguros, imóveis etc.) e as de representação comercial são conside-
radas atividades de intermediação de negócios.

No caso de atividades diversificadas, deve ser aplicado o percentual correspondente sobre a recei-
ta proveniente de cada atividade.

E) DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO POR MEIO DE PERCENTUAL FAVORECI-


DO

As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços em geral cuja receita bruta anual seja
de até R$ 120.000,00 podem utilizar, para determinação da base de cálculo do imposto de renda
trimestral, o percentual de 16%.

A pessoa jurídica cuja receita bruta anual acumulada até determinado trimestre do ano-calendário
exceder o limite anual de R$ 120.000,00 deverá determinar nova base de cálculo do imposto com
a aplicação do percentual de 32% e apurar a diferença do imposto postergado em cada trimestre
transcorrido, no trimestre em que foi excedido o limite.

Essa diferença deve ser paga em quota única, por meio de Darf separado, no código 2089, até o
último dia útil do mês subsequente ao trimestre em que ocorrer o excesso. Após esse prazo, a dife-
rença será paga com os acréscimos legais.

F) DETERMINAÇÃO DO IRPJ DEVIDO

• Alíquota

O imposto devido em cada trimestre é calculado mediante a aplicação da alíquota de 15% sobre a
base de cálculo.

• Adicional

A parcela do lucro presumido que exceder ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo nú-
mero dos meses do respectivo período de apuração estará sujeita à incidência do adicional, à alí-
quota de 10%.

• Pagamento do Imposto

O pagamento deve ser feito mediante a utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Fe-
derais (Darf), sob o código 2089.

20
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

• Escrituração

A pessoa jurídica que optar pela tributação com base no lucro presumido deve manter:

a) escrituração contábil, nos termos da legislação comercial, ou livro Caixa, no qual deve es-
tar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária;
b) Livro Registro de Inventário, no qual devem constar registrados os estoques existentes no
término do ano-calendário abrangido pelo regime de tributação simplificada; e
c) Livro de Apuração do Lucro Real, quando tiver lucros diferidos de períodos de apuração
anteriores.

2.3 Lucro Arbitrado


A) INTRODUÇÃO

Na ocorrência de qualquer das hipóteses de arbitramento, previstas no art. 47 da Lei nº 8.981/1995,


a pessoa jurídica pode, quando conhecida a receita bruta, efetuar o pagamento do imposto de ren-
da correspondente com base no lucro arbitrado.

O imposto pago sobre o lucro arbitrado é definitivo, não podendo, em qualquer hipótese, ser com-
pensado com recolhimentos futuros.

A apuração do imposto de renda com base no lucro arbitrado abrange todos os trimestres do ano-
-calendário, assegurada a tributação com base no lucro real ou presumido relativa aos trimestres
não submetidos ao arbitramento, se:

• a pessoa jurídica dispuser de escrituração comercial e fiscal que demonstre o lucro real dos perío-
dos não abrangidos pela tributação com base no lucro arbitrado; ou

• puder optar pelo lucro presumido.

Atenção!

Sendo tributada pelo lucro real, a pessoa jurídica pode apurar o lucro trimestralmente, ou anual-
mente com pagamentos mensais por estimativa, sem considerar o resultado do período em que se
sujeitou ao arbitramento.

B) DETERMINAÇÃO DO LUCRO ARBITRADO

É determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta do trimestre, quando conhecida, do


percentual de 9,6%.

Nas seguintes atividades, o percentual é de:

• 1,92% sobre a receita bruta auferida na revenda, para consumo, de combustível derivado de
petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;
• I9,6% sobre a receita bruta auferida na prestação de serviços hospitalares e de transporte
de carga;
• 19,2% sobre a receita bruta auferida na prestação dos demais serviços de transporte;
• 38,4% sobre a receita bruta auferida com as atividades de:

21
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

- prestação de serviços, relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada;


- intermediação de negócios;
- administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis ou direitos de qualquer natu-
reza;
- construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra;
- prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica,
gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, e com-
pra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços (factoring);
- prestação de qualquer outro tipo de serviço não mencionado anteriormente;
• 45% sobre a receita bruta auferida nas atividades desenvolvidas por bancos comerciais,
bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de
crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corre-
toras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros priva-
dos e de capitalização e entidades de previdência privada aberta.
C) DETERMINAÇÃO DO IRPJ DEVIDO

O imposto devido em cada trimestre é calculado mediante a aplicação da alíquota de 15% sobre o
lucro arbitrado.

• Adicional

A parcela do lucro arbitrado que exceder o valor da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número dos
meses do respectivo período de apuração estará sujeito à incidência do adicional à alíquota de
10%.

D) PAGAMENTO

O pagamento é feito mediante a utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Federais


(Darf), sob o código 5625.

O IRPJ devido, apurado trimestralmente, deve ser pago, em quota única, até o último dia útil do mês
subsequente ao do encerramento do período de apuração.

Nenhuma quota pode ter valor inferior a R$ 1.000,00, e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 deve
ser pago em quota única.

As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Espe-
cial de Liquidação e Custódia (Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do pri-
meiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último
dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês do pagamento.

2.4 Imunes e Isentas

2.4.1 Imunes
São imunes do IRPJ:

a) os templos de qualquer culto (CF/1988, art. 150, VI, “b”);

22
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

b) os partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades sindicais de trabalhadores,


sem fins lucrativos (CF/1988, art. 150, VI, “c”), desde que observado o disposto no art. 169 do
Decreto nº 3.000/1999.
Para o gozo da imunidade, as instituições citadas estão obrigadas a atender aos seguintes requi-
sitos, além dos estabelecidos em lei específica, relacionados com o funcionamento das entidades
citadas:

a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados;
b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos
sociais;
c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das forma-
lidades que assegurem a respectiva exatidão;
d) conservar em boa ordem, até que estejam prescritas eventuais ações que lhes sejam per-
tinentes, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas
despesas e a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua
situação patrimonial;
e) apresentar, anualmente, a DIPJ, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da
Receita Federal do Brasil;
f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a contri-
buição para a seguridade social relativa aos empregados, bem como cumprir as obrigações
acessórias daí decorrentes;
g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições
para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de extinção da pessoa jurí-
dica, ou a órgão público.
São imunes da CSLL:

As entidades beneficentes de assistência social (CF/88, art. 195, § 7º), as quais, além dos requisitos
exigidos para gozo da imunidade do IRPJ, deverão atender aos seguintes requisitos cumulativa-
mente:

a) sejam reconhecidas como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou


municipal;
b) sejam portadoras do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência So-
cial, fornecidos pelos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde ou
da Educação, de acordo com as respectivas áreas de atuação;
c) atendam, cumulativamente, aos seguintes requisitos:
• não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remune-
ração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em
razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respecti-
vos atos constitutivos;
• apliquem suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no território na-
cional, na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais;
• apresentem certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de débitos
relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certifi-
cado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

23
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

• mantenham escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas, bem como
a aplicação em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emana-
das do Conselho Federal de Contabilidade;
• não distribuam resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu
patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;
• conservem em boa ordem, pelo prazo de 10 anos, contados da data da emissão, os docu-
mentos que comprovem a origem e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou
operações realizados que impliquem modificação da situação patrimonial;
• cumpram as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária;
• apresentem as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por audi-
tor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade quan-
do a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar nº
123, de 14.12.2006.
Atenção!

1) O direito à imunidade da CSLL poderá ser exercido pela entidade a contar da data da publicação
da concessão da certificação, desde que sejam atendidos os requisitos indicados anteriormente.

2) Constatado o descumprimento pela entidade dos requisitos indicados, a fiscalização da Secre-


taria da Receita Federal do Brasil lavrará o auto de infração relativo ao período correspondente e
relatará os fatos que demonstram o não atendimento de tais requisitos para o gozo da imunidade.

3) Considerar-se-á automaticamente suspenso o direito à imunidade da CSLL durante o período


em que se constatar o descumprimento de requisito para gozo da imunidade, devendo o lança-
mento correspondente ter como termo inicial a data da ocorrência da infração que lhe deu causa.

4) As entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº 3.048/1999 que
não se enquadram nas condições para gozo da imunidade devem apurar a base de cálculo e a CSLL
devida nos termos da legislação comercial e fiscal.

2.4.2 Isentas
São isentas do IRPJ as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as as-
sociações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à
disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos (Lei nº 9.532/1997).

A isenção aplica-se, exclusivamente, em relação ao imposto sobre a renda da pessoa jurídica e à


contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subsequente.

Atenção!

1) As entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº 3.048/1999 que
não se enquadram na imunidade ou isenção da Lei nº 9.532/1997 devem apurar a base de cálculo e
a CSLL devida nos termos da legislação comercial e fiscal.

2) As associações de poupança e empréstimo estão isentas do imposto sobre a renda, mas são
contribuintes da contribuição social sobre o lucro líquido.

3) As entidades sujeitas à planificação contábil própria apurarão a CSLL de acordo com essa pla-
nificação.

24
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Não estão abrangidos pela isenção do IRPJ os rendimentos e ganhos de capital auferidos em apli-
cações financeiras de renda fixa ou de renda variável e os juros de capital distribuídos.

Para o gozo da isenção, as instituições citadas estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:

a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados;
b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos
sociais;
c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das forma-
lidades que assegurem a respectiva exatidão;
d) conservar em boa ordem, até que estejam prescritas eventuais ações que lhes sejam per-
tinentes, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas
despesas e a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua
situação patrimonial;
e) apresentar, anualmente, DIPJ, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da
Receita Federal do Brasil.
As instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico deverão assegurar a destina-
ção de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da isenção, no caso
de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público.

3. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
A partir do art. 1.179 da Lei nº 10.406/2002, o Código Civil Brasileiro apresenta a obrigatoriedade do
empresário e da sociedade empresária de efetuar a escrituração comercial (contábil). A dispensa
está somente em relação ao pequeno empresário a que se refere o art. 970.

A Lei nº 6.404/1976 (Lei das S/A) também exige a formulação dos registros contábeis para as empre-
sas de capital aberto ou fechado, regidas por esta lei.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), órgão regulador da atividade contábil, exige que os
profissionais da contabilidade adotem a escrituração contábil para todas as entidades (com ou
sem fins lucrativos, públicas ou privadas). Em geral, a regra é comum a todas as entidades.

A legislação do IRPJ exige a escrituração contábil para as empresas tributadas pelo lucro real. Po-
rém, faculta sua elaboração para as empresas tributadas pelo lucro presumido, lucro arbitrado e
para o Simples Nacional. Na sua falta, o Fisco exige a escrituração do livro caixa.

Detalhe importante é que não se deve confundir a escrituração contábil com o simples registro do
livro caixa.

Em um mercado global, a necessidade da informação é indiscutível. Nesse sentido, a contabilidade


é fundamental para a geração dos conteúdos através dos relatórios contábeis.

A escrituração contábil é composta pelo registro de atos e fatos administrativos que alteram de
forma qualitativa ou quantitativa o patrimônio das entidades, e esses registros devem ser expostos
através de demonstrações contábeis:

Essa também é a posição do Fisco federal, que exige dos contribuintes a formulação da base de
cálculo do IRPJ e da CSLL através de arquivos digitais a partir da contabilidade, como é o caso da
Escrituração Contábil Digital (ECD) e da Escrituração Contábil Fiscal (ECF).

25
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Essas obrigações acessórias são geradas a partir de dados extraídos da contabilidade, seja através
de avançados sistemas gerenciais, seja pela edição das informações pelo próprio contribuinte. É a
contabilidade caminhando para a era digital.

4. ANÁLISE E CONCILIAÇÃO DAS CONTAS


As empresas, no contexto de uma economia moderna e globalizada, almejam o seu padrão de exce-
lência. É a busca constante pela “Qualidade Total”. Termos como “erro zero”, “pós-vendas”, “progra-
mas de fidelidade”, entre outros, mostram a preocupação do fornecedor com seus clientes.

Na contabilidade não pode ser diferente. Devemos buscar sempre a melhoria de algo que já é bom,
tomando-se por base que o objetivo a ser alcançado será sempre de 100%.

Para isso, o fazer contabilidade não é só apresentar resultados, mas, sim, divulgar dados confiáveis
e crédulos ao gestor e ao usuário (interno e externo) da informação com vistas à tomada de deci-
sões eficazes em seu negócio.

Nesse caso, os dados devem ser conciliados e analisados antes de serem enviados para o usuário
final (aqui, se destaca o Fisco como um dos usuários da informação). Minimizará ao contribuinte o
impacto de penalidades que poderão ocasionar fissuras na organização.

Lembre-se: Os arquivos digitais elaborados pelo Fisco não analisam conteúdo. Verificam apenas se
a estrutura do arquivo é válida. A fiscalização é que auditará o conteúdo através de cruzamentos
dos dados apresentados com outras obrigações acessórias.

Portanto, um cuidado antes de enviar o Sped ECF é verificar se os conteúdos da ECD e da própria
ECF estão analisados, conciliados, validados, assinados e cruzados com outros arquivos eletrôni-
cos ou digitais enviados aos entes federativos.

5. TECNOLOGIA
Independente do porte da empresa, se pequena, média ou grande, a necessidade de tecnologia é
fundamental. Afinal, o Fisco se aperfeiçoa a cada dia. A ECF é mais uma delas.

O mercado requer qualidade consistente de produtos e serviços. O usuário da contabilidade re-


quer a qualidade e a credibilidade das informações. O Fisco também. Para isso, você deve ficar
atento ao “Planejamento e Especificação dos Processos”.

5.1 Planejamento dos Processos


O planejamento dos processos é a ligação entre a engenharia do produto e a manufatura. Diz res-
peito à seleção dos processos e ferramentas adequadas para transformar a informação na lingua-
gem da escrituração contábil fiscal.

O planejamento do processo pode então ser definido como um procedimento de determinação


dos métodos e da sequência de fabricação para gerar informações pertinentes a cada registro de
um bloco específico do arquivo da ECF.

Assim, o planejamento da elaboração da ECF pode ser feito pelo processo manual ou através da
geração de um arquivo texto (txt).

26
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Para ambos os casos, será necessário que o contribuinte disponha de:

A) GERAÇÃO MANUAL

A pessoa jurídica poderá gerar as informações no arquivo digital do Sped ECF mediante o impute
de informações manuais. Para isso, terá de “editar” a escrituração no próprio PVA.

Deve-se ter cuidado ao preencher o Bloco 0000 - Abertura do Arquivo Digital e Identificação da
Entidade, pois este Bloco irá disponibilizar os demais registros a serem preenchidos pela pessoa
jurídica.

B) GERAÇÃO ATRAVÉS DE ARQUIVO TEXTO

O arquivo texto é gerado a partir do desenvolvimento do leiaute. Ele pode ser desenvolvido pela
empresa ou por um sistema de informações gerenciais (ERP, por exemplo).

No Bloco 0, a pessoa jurídica irá selecionar os registros a serem preenchidos de cada bloco. Aten-
ção especial aos códigos de Obrigatoriedade (O); Facultativo (F); Obrigatório Condicional (OC);
Facultativo Condicional (FC) e o Não Deve Existir (N), para cada registro individual.

O arquivo a ser importado para o programa gerador do Sped ECF deve ser no formato texto (txt), co-
dificado em ASCII - ISO 8859-1 (Latin-1), não sendo aceitos campos compactados (packed decimal),
zonados, binários, ponto flutuante (float point) etc., ou quaisquer outras codificações de texto, tais
como EBCDIC.

Ademais, o arquivo possui organização hierárquica, assim definida pela citação do nível hierárqui-
co ao qual pertence cada registro.

Exemplo:

Seja a estrutura hipotética de um arquivo com registros organizados hierarquicamente nos moldes
da ECF, conforme abaixo:

Registro 10 - Nível hierárquico 1

Registro 20 - Nível hierárquico 1

Registro 30 - Nível hierárquico 2

Registro 40 - Nível hierárquico 3

Registro 50 - Nível hierárquico 3

Registro 60 - Nível hierárquico 2

Registro 70 - Nível hierárquico 1

Há três registros pais: 10, 20 e 70.

Os registros 10 e 70 não têm filhos.

O registro 20 tem dois filhos, 30 e 60. O registro 30, filho de 20, tem, por sua vez, dois filhos, 40 e 50.

27
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Os registros são sempre iniciados na primeira coluna (posição 1) e têm tamanho variável. A linha
do arquivo digital deve conter os campos na exata ordem em que estão listados nos respectivos
registros.

Durante a validação do arquivo texto, podem ocorrer inconsistências. Se ocorrer “erro”, o sistema
estacionará, ou seja, só continuará validando se o erro for solucionado pela pessoa jurídica.

Caso apresente como inconsistência “avisos”, o sistema continuará funcionando. Mesmo assim,
recomendamos sua regularização.

Nesse primeiro momento, o sistema estará apenas validando a estrutura do arquivo texto, e não o
seu conteúdo.

5.2 Especificação dos Processos


Orientações gerais

Equipamentos com características que não atendam aos requisitos mínimos descritos nos tópicos
Hardware e Software a seguir podem estar sujeitos a erros aleatórios e/ou lentidão na execução do
programa.

Em testes feitos durante o desenvolvimento do sistema, equipamentos com os requisitos mínimos


exigidos a seguir levaram aproximadamente 60 minutos para importar e validar um arquivo de 1 Gb.

O tempo necessário para a importação e validação da escrituração varia de acordo com a confi-
guração do computador como, por exemplo, capacidade do processador, quantidade de memória
disponível, desempenho do disco rígido etc.

Requisitos mínimos

Hardware
• microcomputador PC ou compatível;
• velocidade (clock interno) de 3 Ghz;
• memória RAM de 1 GB;
• espaço disponível em disco rígido de 20 GB;
• monitor VGA, configuração 800 x 600 pixels e, no mínimo, 256 cores, e fontes pequenas;
• placa de vídeo com 32 MB de memória;
• mouse serial padrão;
• impressora laser ou jato de tinta;
• unidade de CD-ROM para instalação do programa, quando for o caso.
Software
• sistema operacional Windows (2000, XP ou Vista) ou Linux;
• prévia instalação da Máquina Virtual Java (JVM - Java Virtual Machine), versão 1.6 ou
superior;

28
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

• para transmissão do arquivo de escrituração, deve haver acesso à Internet, e a versão


mais recente do programa Receitanet deve estar instalada;
• o usuário deve buscar a versão atualizada do programa Receitanet no site http://www.
receita.fazenda.gov.br.

5.3 Programa

5.3.1 Instalação do Programa


O instalador do Sped ECF encontra-se disponível para download no site do Sped na Internet:

http://www.receita.fazenda.gov.br/Sped/Download/Default.htm

O programa é monousuário e deverá ser instalado em cada estação de trabalho em que for utiliza-
do.

A instalação é feita por meio de um assistente, que orienta o usuário a cada passo do processo.

Como pré-requisito, é necessário que a Máquina Virtual Java (JVM - Java Virtual Machine) já esteja
na estação de trabalho.

Caso não encontrar a JVM na estação de trabalho, o assistente exibirá uma mensagem e abortará
a instalação.

O instalador da JVM para o sistema operacional Windows encontra-se disponível para download no
seguinte site da Internet:

http://www.java.com/pt_BR/download/windows_ie.jsp

Após a instalação da JVM, deve-se reiniciar a instalação da Sped ECF, seguindo os passos indica-
dos pelo assistente. Preparação da instalação.

Atenção!

O ícone “Aplicação” do Sped ECF possibilita à pessoa jurídica a alternância para a aplicação do
Sped Contábil e vice-versa. É permitido alternar entre ambas as aplicações sempre que necessário.

5.3.2 Desinstalação do Programa


A desinstalação do programa validador do Sped Contábil é feita por meio de um assistente, que
orienta o usuário a cada passo do processo.

Para executar o Desinstalador, clique no ícone :

Programas_SPED

Sped ECF

Atenção!

Dados referentes às escriturações contábeis fiscais serão apagados. Caso seja necessário, cancele
a desinstalação e faça cópias de segurança das escriturações. Feitas as cópias, reinicie a desinsta-
lação da ECF, seguindo os passos indicados pelo assistente.

29
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

6. SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO


O número de empresas que aderem a sistemas integrados de gestão, como por exemplo, o Enter-
prise Resource Planning (ERP) ou Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE) tem crescido
ultimamente, acompanhando o crescimento dos investimentos em Tecnologia da Informação (TI),
em especial em software.

ERP designa um sistema multimodular operando sobre um banco de dados unificado com o obje-
tivo de auxiliar a gestão das empresas reunindo e integrando informações de áreas diversas como
Logística, Produção, Financeiro, Recursos Humanos etc. Em suma: as ferramentas ERP vêm aju-
dando a integrar sistemas que antes funcionavam de modo isolado.

Como acontece em qualquer ferramenta, a implantação de ERPs traz vantagens e desvantagens


para a organização. Relacionamos, no quadro a seguir, algumas delas.

Vantagens Desvantagens
- eliminação de interfaces manuais; - elevação de custos;
- economia de tempo; - dependência do fornecedor do pacote;
- redução de custos; - dependência entre os setores (se um deles
não alimenta o software, outro setor pode ser
- aumento da produtividade;
prejudicado até que haja o repasse da infor-
- otimização do processo de tomada de deci- mação);
são;
- a utilização do ERP por si só não torna uma
- redução nos limites de tempo de - resposta empresa verdadeiramente integrada.
ao mercado;
- a adoção de melhores práticas aumenta o
- melhoria da qualidade da informação dispo- grau de imitação e padronização entre empre-
nível na organização; sas de um segmento; e
- integração entre os softwares. - torna os módulos dependentes uns dos ou-
tros, pois cada setor depende das informações
do módulo anterior. Logo, as informações têm
de ser atualizadas constantemente, uma vez
que elas são em tempo real, ocasionando
maior trabalho.

Outro fator importante no processo de decisão de escolha pelas ferramentas ERPs é o tempo mé-
dio de implantação desses sistemas: de 3 a 6 meses em pequenas empresas e em torno de 6 me-
ses, ou mais, em empresas grandes.

A implantação de um ERP na empresa possibilita a importação das informações para as obrigações


acessórias digitais, como, por exemplo, a Escrituração Contábil Digital (ECD), a Escrituração Fiscal
Digital (EFD), a Escrituração Contábil Fiscal (ECF), dentre outras.

7. LEGISLAÇÃO
A busca pela atualização da legislação é constante. Ela é dinâmica e se altera a cada momento.
Afinal, várias empresas são autuadas por descumpri-la - não por ineficiência, mas, sim, por não ter
meios de acompanhá-la.

30
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Capacitar o pessoal envolvido no processo é um bom negócio. Porém, não é tudo, já que se faz
necessário o investimento em modernas ferramentas de gestão regulatória, como é o caso do IOB
Online Regulatório, dentre outras.

Afinal, o Brasil tem mais de 181 mil leis. Em um dos mais anacrônicos regimes legais do mundo, o
País bate o recorde de leis. Como você faz para acompanhar todas essas mudanças?

Somente na área tributária, existem, aproximadamente, 800 leis, decretos, portarias e resoluções
em vigor.

A legislação do IRPJ, da CSLL, do PIS-Pasep e da Cofins, do IPI, do ICMS, do ISS, da Previdência So-
cial e das retenções na fonte das contribuições, dentre outras, está relacionada, de alguma forma,
com a Escrituração Contábil Fiscal (ECF).

Portanto, antes de enviar esta obrigação acessória, verifique se os dados contábeis e fiscais estão
adequados à legislação vigente.

31
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

REQUISITOS DO SISTEMA

1. O QUE INFORMAR NO ARQUIVO


A pessoa jurídica deverá informar na ECF todas as operações que influenciem a composição da
base de cálculo e o valor devido do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Con-
tribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), especialmente quanto:

I - à recuperação do plano de contas contábil e saldos das contas, para pessoas jurídicas
obrigadas a entregar a Escrituração Contábil Digital (ECD) relativa ao mesmo período da ECF;
II - à recuperação de saldos finais da ECF do período imediatamente anterior, quando aplicá-
vel;
III - à associação das contas do plano de contas contábil recuperado da ECD com plano de
contas referencial, definido pela Coordenação-Geral de Fiscalização (Cofis), por meio de ato
declaratório executivo (ADE);
IV - ao detalhamento dos ajustes do lucro líquido na apuração do lucro real, mediante tabela
de adições e exclusões definida pela Cofis, por meio de ato declaratório executivo;
V - ao detalhamento dos ajustes da base de cálculo da CSLL, mediante tabela de adições e
exclusões definida pela Cofis, por meio de ato declaratório executivo;
VI - aos registros de controle de todos os valores a excluir, adicionar ou compensar em exercí-
cios subsequentes, inclusive prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL; e
VII - aos registros, lançamentos e ajustes que forem necessários para a observância de pre-
ceitos da lei tributária relativos à determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL,
quando não devam, por sua natureza exclusivamente fiscal, constar da escrituração comer-
cial, ou sejam diferentes dos lançamentos dessa escrituração.

2. GERAÇÃO DO ARQUIVO
O arquivo da ECF é gerado pela própria empresa. Crie um arquivo-texto (TXT) a partir de um sistema
gerencial de informação (ERP ou equivalente).

É possível a sua geração no programa gerador da ECF em virtude da funcionalidade de edição de


campos. Após, o arquivo deverá ser submetido ao PVA para validação da estrutura, assinatura,
transmissão e visualização do conteúdo.

Se a empresa possui a Escrituração Contábil Digital (ECD) o programa gerador da ECF importa os
dados necessários à sua elaboração.

3. CARACTERÍSTICAS DO ARQUIVO
O arquivo a ser importado para o programa gerador da ECF (PVA) deve estar no formato texto (TXT).
Ele deve ser codificado em ASCII - ISO 8859-1 (Latin-1), não sendo aceitos campos compactados
(packed decimal), zonados, binários, de ponto flutuante (float point) etc., ou quaisquer outras codi-
ficações de texto, tais como EBCDIC.

32
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

O arquivo possui organização hierárquica, assim definida pela citação do nível hierárquico ao qual
pertence cada registro.

Exemplo:

Considere-se a estrutura hipotética de um arquivo com registros organizados hierarquicamente


nos moldes da ECF, conforme segue:

Registro 10 - Nível hierárquico 1

Registro 20 - Nível hierárquico 1

Registro 30 - Nível hierárquico 2

Registro 40 - Nível hierárquico 3

Registro 50 - Nível hierárquico 3

Registro 60 - Nível hierárquico 2

Registro 70 - Nível hierárquico 1

Há registros “pai” e “filho”. Há pai com ou sem filhos, mas não há filho sem pai.

No exemplo citado há três registros pais: 10, 20 e 70. Os registros 10 e 70 não têm filhos. O registro
20 tem dois filhos, 30 e 60. O registro 30, filho de 20, tem, por sua vez, dois filhos, 40 e 50.

Os registros são sempre iniciados na 1ª coluna (posição 1) e têm tamanho variável.

A linha do arquivo digital deve apresentar os campos na exata ordem em que estão listados nos
respectivos registros.

Ao início do registro e ao final de cada campo deve ser inserido o caractere delimitador “|” (Pipe ou
Barra Vertical: caractere 124 da Tabela ASCII). O caractere delimitador “|” (Pipe) não deve ser incluí-
do como parte integrante do conteúdo de quaisquer campos numéricos ou alfanuméricos.

Todos os registros devem conter, ao final de cada linha do arquivo digital, após o caractere delimi-
tador “|” (Pipe), os caracteres “CR” (Carriage Return) e “LF” (Line Feed) correspondentes a “retorno
do carro” e “salto de linha”, respectivamente (CR e LF: caracteres 13 e 10, respectivamente, da Tabela
ASCII).

Exemplo (campos do registro):

1º 2º 3º 4º
REG NOME CNPJ IE

|1550|IOB Publicações Ltda|43217850000159|02415246137|CRLF

|1550|Mi Roma Ltda ME|42521736000152||CRLF

Na ausência de informação, o campo vazio (campo sem conteúdo ou nulo ou null) deverá ser ime-
diatamente encerrado com o caractere “|” (Pipe) delimitador de campo.

33
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Exemplo (conteúdo do campo):

Campo alfanumérico: IOB Publicações Ltda.  |IOB Publicações Ltda.|

Campo numérico: 4152,83  |4152,83|

Campo numérico ou alfanumérico vazio  ||

Exemplo (campo vazio no meio da linha):

256,00||431836245000151|

Exemplo (campo vazio em fim de linha):

||CRLF

4. REGRAS DE PREENCHIMENTO
Serão apresentadas as regras que devem ser respeitadas em todos os registros gerados, quando
não excepcionadas por regra específica referente a um dado registro.

4.1 Formato dos Campos


O formato dos campos pode ser Alfanumérico (C), Numérico (N) ou Numérico Sinalizado (NS).

A) ALFANUMÉRICO

São representados por “C”. Todos os caracteres das posições da Tabela ASCII, excetuados os carac-
teres “|” (Pipe ou Barra Vertical: caractere 124 da Tabela ASCII) e os não imprimíveis (caracteres 00
a 31 da Tabela ASCII).

B) NUMÉRICO

São representados por “N”. Algarismos das posições de 48 a 57 da Tabela ASCII e o caractere “,”
(vírgula: caractere 44 da tabela ASCII).

C) NUMÉRICO SINALIZADO

São representados por “NS”. Um único caráter de sinal “+” ou “-”, posições 43 e 45 respectivamente
da Tabela ASCII, acrescidos de um ou mais algarismos das posições de 48 a 57 da Tabela ASCII.
Quando o sinal for omitido, o número será considerado positivo, “+”.

4.2 Campos com Conteúdo Alfanumérico C


Todos os campos alfanuméricos terão tamanho máximo de 255 caracteres, exceto se houver indi-
cação distinta.

Exemplo:

COD_INF C -
TXT C 42.153

34
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

4.3 Campos Numéricos (N) com Casas Decimais


Os campos numéricos (N) com casas decimais deverão ser preenchidos sem os separadores de mi-
lhar, sinais ou quaisquer outros caracteres (tais como “.”; “-” ou “%”), devendo a vírgula ser utilizada
como separador decimal (vírgula: caractere 44 da Tabela ASCII).

Preencher os valores percentuais desprezando-se o símbolo (%), sem nenhuma convenção mate-
mática.

Atenção!

Observar a quantidade máxima de casas decimais que constar no respectivo campo.

Exemplos:

O exemplo, a seguir, contempla valores monetários, quantidades, percentuais, litros etc.

$ 6.234.765,00  |6234765,00|

8.645,72  |8645,72|

547,274  |547,274|

30.000  |30000|

25.000,00  |25000| ou |25000,00|

18,00%  |18,00| ou |18|

34,50%  |34,5| ou |34,50|

40  |40|

5.456,854 Kg  |5456,854|

0,030 litros  |0,030|

0,00  |0| ou |0,00|

0  |0|

campo vazio  ||

4.4 Campos Numéricos (N) que Representam Data


Devem ser informados conforme o padrão “ddmmaaaa”, excluindo-se quaisquer caracteres de se-
paração, tais como “.”; “/”; “-” etc., onde:

dd = dia

mm = mês

aaaa = ano com 4 dígitos

35
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Exemplos:

O exemplo, a seguir, demonstra como informar datas.

01 de Janeiro de 2014  |01012014|

25.09.2014  |25092014|

18-04-2015  |18042015|

02/05/14  |02052014|

campo vazio  ||

4.5 Campos Numéricos (N) que Representam Período

Devem ser informados conforme o padrão “mmaaaa”, excluindo-se quaisquer caracteres de separa-
ção, tais como “.”; “/”; “-” etc.), onde:

mm = mês

aaaa = ano com 4 dígitos

Exemplos:

O exemplo, a seguir, demonstra como informar períodos.

Janeiro de 2014  |012014|

10.2014  |102014|

05-2015  |051999|

13/05  |132005|

campo vazio  ||

4.6 Códigos de Identificação

São campos os numéricos ou alfanuméricos em que é necessário registrar CNPJ, CPF, CEP, inscri-
ção estadual, inscrição municipal etc.

Estes campos devem ser informados com todos os dígitos, inclusive os zeros (0) à esquerda.

As máscaras (caracteres especiais de formatação, tais como “.”; “/”; “-” etc.) não devem ser informa-
das.

Os campos numéricos cujo tamanho é expresso na coluna própria deverão conter exatamente a
quantidade de caracteres indicada.

36
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Exemplos:

Apresentamos exemplos de códigos de identificação numéricos com indicação de tamanho.

Códigos de Identificação Numéricos Tamanho


CNPJ N 014
CPF N 011
NIRE N 011
CEP N 008

CNPJ: 43217850/0001-59  |43217850000159|

CNPJ: 00.123.456/0001-58  |00123456000158|

CPF: 845.274.632-28  |84527463228|

CPF: 234.567.890-34  |23456789034|

campo vazio  ||

Exemplos:

Apresentamos, a seguir, exemplo com os códigos de identificação alfanuméricos.

IE C -
IM C -
IE: 254.567.454.123-89  |25456745412389

IE: 05.789.234-9  |057892349|

IM: 456.845.932-43  |45684593243|

campo vazio  ||

Os campos em que for necessário registrar algarismos ou caracteres que identifiquem ou façam
parte da identificação de objeto/documento (número do documento de arrecadação, número do
processo etc.) deverão ser informados com todos os dígitos válidos, aí incluídos os caracteres es-
peciais de formatação, tais como “.”; “/”; “-” etc.

Os campos que contiverem informações com algarismos ou caracteres que identifiquem um docu-
mento devem ter a exata quantidade de caracteres indicada no objeto original.

Exemplos:

Apresentamos, a seguir, exemplos com algarismos ou caracteres de identificação:

NUM_DA C -
NUM_PROC C -

37
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Documento de arrecadação: 45.234-52  |45.234-52|


Documento de arrecadação: B2A1C-85  |B2A1C-85|
Autenticação do documento de arrecadação: 531-4567/24139233567  |531-4567/24139233567|
Número do processo: 2014/789012-45  |2014/789012-45|
campo vazio  ||

5. TABELAS
O programa gerador da ECF apresenta vários tipos de tabelas, inclusive as geradas pelo contribuin-
te.

As tabelas são as seguintes:

• Tabelas Internas
• Tabelas Externas
• Tabelas Intrínsecas ao Campo
• Tabelas Dinâmicas
• Tabelas Criadas pelo Contribuinte

5.1 Tabelas Internas


São tabelas necessárias para a elaboração do arquivo a ser utilizado no programa gerador da ECF.

Exemplo:

Registro 0000 - Abertura do Arquivo Digital e Identificação da Entidade

Campo 7: Indicador de Situação Especial (SIT_ESPECIAL)

Código Descrição
0 Normal (sem ocorrência de situação especial ou evento)
1 Extinção
2 Fusão
3 Incorporação/Incorporada
4 Incorporação/Incorporadora
5 Cisão Total
6 Cisão Parcial
7 Transformação
8 Desenquadramento de Imune/Isenta
9 Inclusão no Simples Nacional

38
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

5.2 Tabelas Externas


São tabelas oficiais elaboradas e mantidas por outros atos normativos e cujos códigos são ne-
cessários à elaboração do arquivo digital. O contribuinte deve seguir a codificação definida pelo
respectivo órgão regulador.

Exemplo:
Tabela de Municípios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

Código UF UF Código do Município Município


29 BA 2927408 Salvador
31 MG 3106200 Belo Horizonte
33 RJ 3304557 Rio de Janeiro
35 SP 3550308 São Paulo
43 RS 4314902 Porto Alegre
51 MT 5103403 Cuiabá

Tabela de órgãos mantenedores e endereços eletrônicos


Órgão Mantenedor Endereço Eletrônico Tipo de Tabela
Secretaria da Receita Federal www.receita.fazenda.gov.
Plano de Contas Referencial
do Brasil br
Plano Contábil das Instituições
Banco Central do Brasil www.bcb.gov.br Financeiras - Cosif e Tabela de
Países.
IBGE www.ibge.gov.br Tabela de Municípios
Código de Endereçamento Postal
ECT - Correios www.correios.com.br
- CEP
Departamento de Registro Tabela de Qualificação de Assi-
www.drei.smpe.gov.br
Empresarial e Integração nante.

5.3 Tabelas Intrínsecas ao Campo


São tabelas que constam no leiaute do arquivo da ECF. Elas são o seu domínio (conteúdos válidos
para o campo).

Atenção!

As referências a estas tabelas seguirão a codificação definida no respectivo campo.

Exemplo:

IND_DAD Indicador de Movimento


0 - Bloco com dados informados
1 - Bloco sem dados informados

39
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

5.4 Tabelas Dinâmicas


São tabelas externas publicadas pela Receita Federal do Brasil (RFB) que estão ligadas, de alguma
forma, a um registro específico.

Os registros dinâmicos são compostos por linhas importadas das tabelas dinâmicas. Para cada
linha importada, existem campos a mais no registro que podem ser editados.

As linhas das tabelas dinâmicas podem ser dos seguintes tipos:

R Rótulo (utilizado como um label separador de tela)

E Editável
CA Calculado Alterável
CNA Calculado Não Alterável

Atenção!

No arquivo para importação, esses registros necessitam somente do preenchimento do código e


do valor das linhas do tipo “E”. As demais linhas serão inseridas pelo próprio sistema.

Apresentamos, a seguir, uma lista de Tabelas Dinâmicas utilizadas no preenchimento dos registros
do leiaute do arquivo da ECF:

• L100-A - PJ em Geral (Plano de Contas: Ativo e Passivo)


• L100-B - Instituições Financeiras (Plano de Contas: Ativo e Passivo)
• L100-C - Seguradoras ou Entidades Abertas de Previdência Complementar (Plano de Con-
tas: Ativo e Passivo)
• L200 - Relação de Contas de Custos (Tabela Anexa)
• L300-A - PJ em Geral (Plano de Contas - DRE)
• L300-B - Instituições Financeiras (Plano de Contas - DRE)
• L300-C - Seguradoras ou Entidades Abertas de Previdência Complementar (Plano de Con-
tas - DRE)
• L400 - Ajustes do RTT (Tabela Anexa)
• M300-A - PJ em Geral (e-Lalur)
• M300-B - Instituições Financeiras (e-Lalur)
• M300-C - Seguradoras ou Entidades Abertas de Previdência Complementar (e-Lalur)
• M350-A - PJ em Geral (e-Lacs)
• M350-B - Instituições Financeiras (e-Lacs)
• M350-C - Seguradoras ou Entidades Abertas de Previdência Complementar (e-Lacs)
• N500 - Base de Cálculo do IRPJ Sobre o Lucro Real Após as Compensações de Prejuízos
(Tabela Anexa)

40
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

• N600 - Demonstração do Lucro da Exploração (Tabela Anexa)


• N610 - Cálculo da Isenção e Redução do Imposto Sobre o Lucro Real (Tabela Anexa)
• N620 - Cálculo do IRPJ Mensal por Estimativa (Tabela Anexa)
• N630 - Cálculo do IRPJ Com Base no Lucro Real (Tabela Anexa)
• N650 - Base de Cálculo da CSLL Após as Compensações da Base de Cálculo Negativa (Ta-
bela Anexa)
• N660 - Cálculo da CSLL Mensal por Estimativa (Tabela Anexa)
• N670: - Cálculo da CSLL Com Base no Lucro Real (Tabela Anexa)
• Registro P100 - Balanço Patrimonial (Plano de Contas - Lucro Presumido) - Tabela Anexa.
• P130 - Demonstração das Receitas Incentivadas do Lucro Presumido (Tabela Anexa)
• P200 - Apuração da Base de Cálculo do Lucro Presumido (Tabela Anexa)
• P230 - Cálculo da Isenção e Redução do Lucro Presumido (Tabela Anexa)
• P300 - Cálculo do IRPJ com Base no Lucro Presumido (Tabela Anexa)
• P400 - Apuração da Base de Cálculo da CSLL com Base no Lucro Presumido (Tabela Anexa)
• P500 - Cálculo da CSLL com Base no Lucro Presumido (Tabela Anexa)
• T120 - Apuração da Base de Cálculo do IRPJ com Base no Lucro Arbitrado (Tabela Anexa)
• T150 - Cálculo do IRPJ com Base no Lucro Arbitrado (Tabela Anexa)
• T170 - Apuração da Base de Cálculo da CSLL com Base no Lucro Arbitrado (Tabela Anexa)
• T181 - Cálculo da CSLL com Base no Lucro Arbitrado (Tabela Anexa)
• U100-A - Imunes e Isentas em Geral (Plano de Contas: Ativo e Passivo)
• U100-B - Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Plano de Contas: Ativo e Pas-
sivo)
• U100-C - Partidos Políticos (Plano de Contas: Ativo e Passivo)
• U150-A - Imunes e Isentas em Geral (Plano de Contas - DRE)
• U150-B - Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Plano de Contas - DRE)
• U150-C - Partidos Políticos (Plano de Contas - DRE)
• U180 - Cálculo do IRPJ das Empresas Imunes e Isentas (Tabela Anexa)
• U182 - Cálculo da CSLL das Empresas Imunes e Isentas (Tabela Anexa)
• X291 - Operações com o Exterior - Pessoa Vinculada/Interposta/País com Tributação Favo-
recida (Tabela de Código Anexa)
• X292 - Operações com o Exterior - Pessoa Não Vinculada/Não Interposta/País sem Tributa-
ção Favorecida (Tabela de Código Anexa)
• X390 - Origem e Aplicação de Recursos - Imunes e Isentas (Tabela de Código Anexa)

41
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

• X400 - Comércio Eletrônico e Tecnologia da Informação (Tabela Anexa)

• X460 - Inovação Tecnológica e Desenvolvimento Tecnológico (Tabela Anexa)

• X470 - Capacitação de Informática e Inclusão Digital (Tabela Anexa)

• X480 - Repes, Recap, Padis, PATVD, Reidi, Repenec, Reicomp, Retaero, Recine, Resíduos Sóli-
dos, Recopa, Copa do Mundo, Retid, REPNBL-Redes, Reif e Olimpíadas (Tabela Anexa)

• X490 - Pólo Industrial de Manaus e Amazônia Ocidental (Tabela Anexa)

• X500 - Zonas de Processamento de Exportação - ZPE (Tabela Anexa)

• X510 - Áreas de Livre Comércio - ALC (Tabela Anexa)

• Y681 - Informações de Optantes pelo Refis - Lucros Real, Presumido e Arbitrado (Tabela de
Código Anexa)

5.5 Tabelas Criadas pelo Contribuinte


São as tabelas em que o código a ser utilizado é de livre atribuição pela pessoa jurídica.

É facultativa a inclusão da máscara no próprio código, exceto quando necessária para a sua perfei-
ta identificação (exemplo: discriminar entre 1.01 e 10.1. Neste caso, a inclusão é obrigatória).

Para cada código utilizado em um dos registros do arquivo deve existir um correspondente na ta-
bela elaborada pela pessoa jurídica.

Exemplo:

Registro 0035 - Identificação das SCP

Campo 01 - Tipo do Registro (0035)

Campo 02 - Identificação da SCP (Código da SCP)

Campo 03 - Descrição da SCP

6. BLOCOS E REGISTROS
Entre o registro inicial e o registro final, o arquivo digital é constituído de blocos, referindo-se cada
um deles a um agrupamento de informações.

6.1 Blocos do Arquivo


O arquivo digital da ECF é composto por blocos de informação e cada bloco terá um registro de
abertura, registros de dados e um registro de encerramento.

Após o bloco inicial (bloco 0), a ordem de apresentação dos demais blocos é a sequência constante
na tabela de blocos abaixo.

Caso exista especificação em contrário, todos os blocos são obrigatórios e o respectivo registro de
abertura indicará a presença ou a ausência de dados informados.

42
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

Apresentamos, a seguir, uma lista dos blocos que compõem a ECF.

Bloco Nome do Bloco Descrição do Bloco

Abre o arquivo, identifica a entidade e referen-


0 Abertura e Identificação
cia o período da ECF.
Informações Recuperadas das Recupera das ECD do período da escrituração
C ECD (bloco recuperado pelo siste- da ECF as informações do Plano de Contas e
ma - não é recuperado) os saldos mensais.
Informações Recuperadas da Recupera da ECF imediatamente anterior os
ECF Anterior e Cálculo Fiscal dos saldos finais das contas referenciais e da Parte
E Dados Recuperados da ECD (blo- B (do e-Lalur e e-Lacs). Calcula os saldos con-
co recuperado pelo sistema - não tábeis de acordo com o período de apuração do
é importado) tributo.
Apresenta o Mapeamento do Plano de Contas
J Plano de Contas e Mapeamento
Contábil para o Plano de Contas Referencial.
Apresenta os saldos das contas contábeis patri-
Saldo das Contas Contábeis e moniais e de resultado por período de apuração
K
Referenciais e o seu mapeamento para as contas referen-
ciais.
Apresenta o Balanço Patrimonial, a DRE, os
L Lucro Líquido ajustes do RTT, caso existam, e apura o lucro
líquido.
Apresenta os livros eletrônicos de escrituração
e apuração do IRPJ (e-Lalur) e da CSLL (e-La-
M e-Lalur e e-Lacs
cs) da pessoa jurídica tributada pelo Lucro Real
- Partes A e B.
Calcula o IRPJ e a CSLL com base no Lucro
N IRPJ e CSLL (Lucro Real) Real (estimativas mensais e ajuste anual ou
valores trimestrais).
Apresenta o Balanço Patrimonial e apura o
P Lucro Presumido
IRPJ e a CSLL com base no Lucro Presumido.
Apura o IRPJ e a CSLL com base no Lucro Ar-
T Lucro Arbitrado
bitrado.
Apresenta o Balanço Patrimonial das entidades
U Imunes ou Isentas imunes ou isentas. Apura, quando for o caso, o
IRPJ e a CSLL com base no Lucro Real.
Apresenta informações econômicas da entida-
X Informações Econômicas
de.

Y Informações Gerais Apresenta informações gerais da entidade.

9 Encerramento do Arquivo Digital Encerra o arquivo digital.

43
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

6.2 Campos do Registro


As informações pertinentes ao preenchimento dos campos dos registros estão apresentadas na
Tabela de Campos a seguir.

Item Descrição
Nº Indica o número do campo em um dado registro.
Campo Indica o mnemônico do campo.
Indica a descrição da informação requerida no campo respectivo.
Descrição Deve-se atentar para as observações relativas ao preenchimento de cada campo,
quando houver.
Indica o tipo de caractere com que o campo será preenchido, de acordo com as
regras gerais já descritas.
Tipo
N - Numérico.
C - Alfanumérico.
Indica a quantidade de caracteres com que cada campo deve ser preenchido. Es-
tas instruções devem ser seguidas rigorosamente.
A indicação de um algarismo após um campo (N) representa o seu tamanho exato.
A indicação “-” após um campo (N) significa que não há um número máximo de
caracteres.
Tam A indicação de um algarismo após um campo (C) representa o seu tamanho exato,
no caso geral.
A indicação “-” após um campo (C) representa que seu tamanho máximo é 255
caracteres, no caso geral.
A indicação “65536” após um campo (C) representa que seu tamanho máximo é
65.536 caracteres, excepcionalmente.
Indica a quantidade de caracteres que devem constar como casas decimais, quan-
do necessárias.
A indicação de um algarismo representa a quantidade máxima de decimais do
Dec
campo (N);
A indicação “-” após um campo (N) significa que não deve haver representação de
casas decimais.

6.3 Tabelas de Registro


Os registros que compõem a ECF estão listados na Tabela de Registro. Dados como o nível hierár-
quico, a obrigatoriedade ou não de sua inserção e saída e o tipo de ocorrência por tipo de registro
constam desta tabela.

A Tabela de Registros completa e suas respectivas ocorrências estão disponibilizadas no campo


“Tabelas” da página principal deste produto.

A tabela apresenta também os códigos de obrigatoriedade e ocorrências dos registros da ECF. A


seguir, apresentamos dois quadros enunciando esses códigos.

44
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

A) CÓDIGO DE OBRIGATORIEDADE:

Código de Obrigatoriedade Descrição


O Obrigatório
F Facultativo
OC Obrigatório Condicional
FC Facultativo Condicional
N Não Deve Existir

B) CÓDIGO DE OCORRÊNCIA:

Código de Ocorrência Ocorrência


[0] Não há ocorrência
[1:1] = 1 ocorrência
[2:2] = 2 ocorrências
[0: 12] = de zero a 12 ocorrências
[1:N] = de uma até “n” ocorrências

A ordem de apresentação dos registros que compõem a ECF é sequencial e ascendente.

São exigidos os registros de abertura e de encerramento do arquivo e os registros de abertura e


encerramento de cada um dos blocos que compuserem o arquivo digital relacionado na tabela de
blocos.

Os registros que trazem a indicação “registro obrigatório” devem compor, obrigatoriamente, o ar-
quivo da ECF.

Os registros que contiverem a indicação “Ocorrência - um (por arquivo)” devem figurar uma única
vez no arquivo digital.

Os registros que contiverem itens de tabelas, totalizações, documentos (dentre outros) podem
ocorrer uma ou mais vezes no arquivo por determinado tipo de situação. Estes registros trazem a
indicação “Ocorrência - vários (por arquivo)”, “Ocorrência - um (por período)”, “Ocorrência - vários
(por período) etc.”.

Um “registro pai” pode ocorrer mais de uma vez no arquivo, ele traz a indicação “Ocorrência - vários
por arquivo”. Por outro lado, um registro dependente (“registro filho”) detalha o registro principal e
traz a indicação:

- “Ocorrência - 1:1” - somente deverá haver um único registro filho para o respectivo registro
pai.
- ”Ocorrência - 1:N” - poderá haver vários registros filhos para o respectivo registro pai.
A geração do arquivo requer a existência de pelo menos um “registro pai” quando houver um “re-
gistro filho”.

45
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

PERGUNTAS E RESPOSTAS

1) Quais são as penalidades aplicáveis em caso de não apresentação da Escrituração Contábil Fiscal
(ECF)?

As penalidades pela não apresentação da ECF são as seguintes:


1) Empresas tributadas pelo Lucro real:
O contribuinte que deixar de apresentar ou que apresentar em atraso o Lalur, ou seja, a ECF, nos prazos fixa-
dos pela RFB, fica sujeito à multa equivalente a 0,25%, por mês-calendário ou fração, do lucro líquido antes da
incidência do IRPJ e da CSL, no período a que se refere a apuração, limitada a 10%.
A multa será limitada em:
a) R$ 100.000,00 para as pessoas jurídicas que no ano-calendário anterior tiverem auferido receita bruta to-
tal, igual ou inferior a R$ 3.600.000,00;
b) R$ 5.000.000,00 para as pessoas jurídicas que não se enquadrarem na hipótese da letra “a”.
A multa será reduzida:
a) em 90%, quando o livro for apresentado em até 30 dias após o prazo;
b) em 75%, quando o livro for apresentado em até 60 dias após o prazo;
c) à metade, quando o livro for apresentado depois do prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; e
d) em 25%, se houver a apresentação do livro no prazo fixado em intimação.
Caso o contribuinte apresente o lalur com inexatidões, incorreções ou omissões, fica sujeito à multa de 3%,
não inferior a R$ 100,00, do valor omitido, inexato ou incorreto. Nessa hipótese, a multa:
a) terá como base de cálculo a diferença do valor, inexato, incorreto ou omitido;
b) não será devida se o sujeito passivo corrigir as inexatidões, incorreções ou omissões antes de iniciado
qualquer procedimento de ofício; e
c) será reduzida em 50% se forem corrigidas as inexatidões, incorreções ou omissões no prazo fixado em
intimação.
Sem prejuízo das penalidades mencionadas, aplica-se também o arbitramento do lucro, conforme disposto
no art. 47 da Lei nº 8.981/1995, à pessoa jurídica que não escriturar o lalur (que equivale à ECF, no caso do
lucro real) de acordo com as disposições da legislação tributária.
Nota
Quando não houver lucro líquido, antes da incidência do IRPJ e da CSL, no período de apuração a que se refe-
re a escrituração, deverá ser utilizado o lucro líquido antes da incidência do IRPJ e da CSL do último período
de apuração informado, atualizado pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
(Selic), até o termo final de encerramento do período a que se refere a escrituração.
2) Demais pessoas jurídicas, exceto lucro real:
A não apresentação da ECF pelos contribuintes que apuram o IRPJ, por qualquer sistemática que não o lucro
real, nos prazos fixados pela RFB, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões, acarretará a aplica-
ção, ao infrator, das multas:
a) por apresentação extemporânea:
a.1) R$ 500,00 por mês-calendário ou fração, relativamente às pessoas jurídicas que estiverem em início de
atividade ou que sejam imunes ou isentas ou que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro
presumido;
a.2) R$ 1.500,00 por mês-calendário ou fração, relativamente às demais pessoas jurídicas.

46
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

b) por não cumprimento à intimação da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para cumprir obriga-
ção acessória ou para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados pela autoridade fiscal: R$ 500,00 por
mês-calendário;
c) por cumprimento de obrigação acessória com informações inexatas, incompletas ou omitidas:
c.1) 3% , não inferior a R$ 100,00, do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias
da pessoa jurídica ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação
omitida, inexata ou incompleta;
c.2) 1,5%, não inferior a R$ 50,00, do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias
da pessoa física ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação
omitida, inexata ou incompleta.
Notas
(1) Em relação às pessoas jurídicas que, na última declaração, tenham utilizado mais de uma forma de apura-
ção do lucro, ou tenham realizado algum evento de reorganização societária, deverá ser aplicada a multa de
que trata a letra “a.2”.
(2) As multas previstas na letra “a” serão reduzidas à metade, quando a obrigação acessória for cumprida
antes de qualquer procedimento de ofício
(Medida Provisória nº  2.158-35/2001, art.  57; Lei  12.973/2014, art. 8º-A; Instrução Normativa RFB nº  1.422/2013, art.  6º,
caput; Instrução Normativa RFB nº 1.489/2014; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, arts. 184 e 185)

2) Qual é o prazo para apresentação da Escrituração Contábil Fiscal (ECF)?

A ECF deve ser transmitida anualmente, mediante utilização de certificado digital válido, ao Sistema Público
de Escrituração Digital (Sped) até às 23h59min59s, horário de Brasília, do último dia fixado para entrega da
escrituração, nos seguintes prazos:
a) até o último dia útil do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira.
b) até o último dia útil do 3º mês subsequente ao do evento, nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total,
fusão ou incorporação, a ECF deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, in-
corporadas e incorporadoras,
c) até o último dia útil do mês de julho do referido ano,nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão
ou incorporação, ocorrido de janeiro a abril do ano-calendário em curso.
(Instrução Normativa RFB nº 1.422/2014, art. 3º; Instrução Normativa RFB nº 1.633/2016, art. 1º)

3) Como devem ser escrituradas as operações do Sócio Ostensivo da Sociedade em Conta de Participação
(SCP) na Escrituração Contábil e Fiscal (ECF)?
Na declaração da Sócia Ostensiva serão informadas às SCP´s na qual possui participação como ostensiva (a
titulo de informação), no registro 0035, quando o TIP_ECF registro 0000 for igual a1, indicando que se trata de
uma escrituração de contribuinte que possui participação em SCP como Ostensivo, caso contrário não deve-
rá existir o registro 0035 na escrituração. Neste momento não deverão ser informadas as operações da SCP.
Após o envio da sua própria declaração, a Sócia Ostensiva deverá apresentar outra declaração para cada
SCP na qual participa como ostensiva, TIP_ECF registro 0000 igual a 2, com o seu CNPJ e certificação digital,
porém o registro 0035 deve ser preenchido com o CNPJ da SCP de acordo com o Art. 52 da Instrução Norma-
tiva RFB nº 1.470/2014. 
(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratorio Executivo Cofis nº 20/2016)

4) Como deve ser preenchido o Bloco C da Escrituração Contábil e Fiscal (ECF)?

A priori, o bloco C não é preenchido pela empresa, o sistema preencherá o bloco C no momento da recupe-
ração da ECD (Escrituração Contábil Digital), onde o contribuinte deverá “importar” o arquivo da ECD envia-
do via SPED para o PVA da ECF. A ECF irá transportar para o Registro C050 o plano de contas societário da

47
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

organização e no Registro C051 haverá o detalhamento da conta do plano de contas referencial, bem como
resgatará os saldos das contas, inclusive das contas de resultado.
Se a pessoa jurídica não apresentou a ECD devido a não obrigatoriedade, os saldos não serão resgatados.
(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

5) Em qual bloco da ECF devem ser escriturados o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contri-
buição Social sobre o Lucro (CSL) devidos?

Esses dados devem ser escriturados no Bloco N no qual constarão as seguintes informações, dentre outras:
- Identificação da forma de apuração;
- Base de cálculo após compensação de prejuízos e incentivos fiscais;
- Receita do lucro da exploração - parcela isenta do IRPJ e CSL;
(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

6) Como devem escrituradas na Escrituração Contábil e Fiscal (ECF) as receitas das pessoas jurídicas
que vendem bens, serviços e/ ou intangíveis por meio do comércio eletrônico?

As receitas auferidas por meio do e-Commerce devem ser escrituradas no registro X400. São exemplos de
receitas auferidas através da Internet a venda de serviços de educação à distância, passagens aéreas, entra-
das para shows e espetáculos, serviços de informática (inclusive elaboração de programas), dentre outros.
Também deverão ser escrituradas as vendas efetuadas a órgãos públicos pela internet.
(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

7) Onde serão escriturados na Escrituração Fiscal e Contábil (ECF) os pagamentos e recebimentos de


royalties de domiciliados no Brasil e/ ou Exterior?

Serão escriturados no Registro X420. São exemplos de royalties:


- Exploração econômica dos direitos patrimoniais do autor, de marcas, de patentes e de desenho industrial;
- Exploração de know-how;
- Exploração de franquias;
- Exploração dos direitos relativos à propriedade intelectual referente a cultivares.
As informações serão segregadas por país e se o rendimento foi recebido ou pago.Então, se houver vários
países diferentes o contribuinte poderá somar os valores recebidos ou pagos e centralizar as informações.
A informação deve ser prestada em relação ao país beneficiário ou remetente, independente se a ordem de
pagamento tiver sido exigida para outro país. Exemplo:
Pessoa Jurídica domiciliada nos EUA (beneficiária) possui conta corrente na Itália. O remetente pode fazer
o pagamento para Itália de acordo com o estipulado em contrato, mas deve informar a relação com o país
beneficiário (EUA).
(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

8) Onde deve ser informado na Escrituração Fiscal e Contábil (ECF) o quadro societário da empresa?

O quadro societário da empresa deve ser informado no registro Y600. Nesse registro devem ser informados
os seguintes dados:
- Data de inclusão do sócio no quadro societário (nesse campo pode ser informado qualquer data, até mesmo
anterior ao período de apuração), porém o quadro societário deve corresponder aos sócios presentes em
31/12/XX do ano-calendário a que se refere a ECF.
1) Sócio João - Data de ingresso 25/01/X1 - 15% participação;

48
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

2) Sócio Antunes - Data de ingresso 25/01/X1 - 85% participação;


3) Saída sócio João - Data da saída 08/08/X4 (Data válida de saída: 01/01/2014 à 31/12/2014);
4) Entrada sócio Marcos - Data de ingresso 08/08/X4 - 15% participação;
Neste exemplo, o quadro societário a ser informado na ECF do ano calendário de 2014 será composto pelo Sr.
Antunes e Sr. Marcos, para formar o capital de 100%. O sócio João constará no registro Y611 para informar o
valor recebido a título de lucros. Outras informações:
- Data da saída (Data válida de 01/01/2014 à 31/12/2014, ou seja, correspondente ao ano calendário da escri-
turação);
- País;
- Indicador se o sócio é PF ou PJ;
- CPF ou CNPJ (Obrigatório quando o sócio for residente no Brasil);
- Nome / Nome empresarial do sócio;
- Qualificação do sócio;
- Percentual sobre o capital total;
- Percentual sobre o capital volante;
- Representante legal do sócio (se houver);
- Qualificação do representante legal (obrigatório se o registro anterior for preenchido).
(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

9) Onde os juros sobre o capital próprio devem ser escriturados  na Escrituração Fiscal e Contábil (ECF)?

O juros sobre o capital próprio devem ser escriturados no Registro X430. Nesse registro serão informados
os rendimentos a titulo de JCP recebidos correspondente a participação societária em empresa domiciliada
no Brasil ou exterior. Todo valor deve ser informado, não há um valor mínimo que dispense o contribuinte de
informar o rendimento recebido.
(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

10) Onde devem escriturados na Escrituração Fiscal e Contábil (ECF) os juros sobre o capital próprio pa-
gos aos sócios?

Esses dados devem ser escriturados no Registro Y611. Nesse registro serão informados os pagamentos efe-
tuados a titulo de juros sobre o capital próprio, correspondente à participação societária de pessoa física ou
pessoa jurídica domiciliada no Brasil e/ou exterior, antes da dedução do Imposto de Renda na Fonte. Todo va-
lor deve ser informado, não há um valor mínimo que dispense o contribuinte de informar o rendimento pago. 
(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Cofis nº 20/2016)

11) Qual registro da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) contempla as contas contábeis da Parte A do
e-Lalur?

As contas contábeis da Parte A do e-Lalur relaciona no Registro M310.


(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

12) A pessoa jurídica que sofreu transformação de natureza jurídica precisará apresentar duas versões
da Escrituração Fiscal e Contábil (ECF)?

A Transformação ocorre quando uma sociedade muda de tipo jurídico sem sofrer dissolução ou liquidação,
onde passará de uma sociedade por quotas para uma sociedade anônima ou vice-versa ou para qualquer
outro tipo jurídico, conforme previsto no do art. 220 da Lei 6.404/1976 e ratificado pela Instrução Normativa

49
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

DREI n° 10/2013. Portanto, conforme prevê o Manual da ECF (Versão Maio/2015), deverá apresentar 2 (duas)
ECFs dentro do prazo normal de apresentação:
- uma com data final igual a data do evento (Transformação);
- outra com data inicial igual a data imediatamente posterior ao evento. O indicador de início do período deve
ser igual a 3 (resultante de transformação). O campo situação especial não deve ser preenchido.

(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

13) Em qual Bloco da Escrituração Contábil e Fiscal (ECF) é informado e-Lalur e o e-Lacs?

O Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real (e-Lalur) e o Livro Eletrônico de Apuração da Base de Cálculo
da CSL (e-Lacs) são escriturados no Bloco M.

(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

14) Qual Bloco da Escrituração Contábil e Fiscal (ECF)  que identifica a Parte B do e-Lalur e do e-Lacs?

A Identificação da Conta na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs é no Registro M010.

(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

15) Quais dados devem ser escriturados no registro M315 Identificação de Processos Judiciais e Adminis-
trativos Referentes ao Lançamento?

No Registro M315, identifica os processos judiciais e administrativos utilizados que embasaram adições me-
nores que as previstas na legislação ou falta de adição e exclusões maiores que as previstas na legislação na
parte A do e-Lalur (tratamento diverso do regramento fiscal).

(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo ao Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

16) Quais tipos de certificados digitais validos devem ser utilizados para assinatura da escrituração con-
tábil fiscal (ECF)?

São obrigatórias duas assinaturas: 


Uma do contabilista e uma pela pessoa jurídica. Para a assinatura do contabilista só podem ser utilizados
certificados digitais de pessoa física (e-PF ou e-CPF). Poderão assinar a ECF, com certificado digital válido (do
tipo A1 ou A3): 1. O e-PJ ou e-CNPJ que contenha a mesma base do CNPJ.

(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

17) Qual registro da escrituração contábil fiscal (ECF) apresenta o cálculo do IRPJ Mensal por estimativa?

No Registro N620 da escrituração contábil fiscal (ECF), apresenta o cálculo do IRPJ devido mensalmente por
estimativa.

(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

18) Qual registro da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) apresenta o cálculo do IRPJ devido com base no
lucro real?

O cálculo do IRPJ devido com base no lucro real consta do Registro N630 da Escrituração Contábil Fiscal
(ECF).

(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

50
CARTILHA
Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

19) Qual CNPJ devo utilizar para entregar as obrigações da Sociedades em Conta de Participação (SCP),
na Escrituração Contábil Fiscal (ECF)?

A pessoa jurídica que tenha Sociedades em Conta de Participação (SCP), cada SCP deve preencher e trans-
mitir sua própria ECF, utilizando o CNPJ da pessoa jurídica que é sócia ostensiva e o CNPJ/Código de cada
SCP.

(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

20) Quais são os blocos que compõem a Escrituração Contábil Fiscal (ECF)?

A ECF É composta pelos seguintes blocos:


Bloco 0 - Abertura e Identificação Abre o arquivo, identifica a pessoa jurídica e referencia o período da ECF. 
Bloco C - Informações Recuperadas das ECD (Bloco recuperado pelo sistema - Não é importado) Recupera,
das ECD do período da escrituração da ECF, as informações do plano de contas e os saldos mensais. 
Bloco E - Informações Recuperadas da ECF Anterior e Cálculo Fiscal dos Dados Recuperados da ECD (Bloco
recuperado pelo sistema - Não é importado) A recuperação de dados da ECD é obrigatória para as empresas
obrigadas a entregar a ECD recupera, da ECF imediatamente anterior, os saldos finais das contas referenciais
e da parte B (do e-LALUR e e-LACS). Calcula os saldos contábeis de acordo com o período de apuração do
tributo.
Bloco J - Plano de Contas e Mapeamento Apresenta o mapeamento do plano de contas contábil para o plano
de contas referencial.
Bloco K - Saldos das Contas Contábeis e Referenciais Apresentam os saldos das contas contábeis patrimo-
niais e de resultado por período de apuração e o seu mapeamento para as contas referenciais.
Bloco L - Lucro Líquido - Lucro Real Apresenta o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exer-
cício e apura o lucro líquido da pessoa jurídica tributada pelo lucro real. 
Bloco M - e-LALUR e e-LACS Apresenta os livros eletrônicos de escrituração e apuração do IRPJ (e-LALUR) e
da CSLL (e-LACS) da pessoa jurídica tributada pelo lucro real - partes A e B.
Bloco N - Cálculo do IRPJ e da CSLL - Lucro Real Calcula o IRPJ e a CSLL com base no lucro real (estimativas
mensais e ajuste anual ou valores trimestrais).
Bloco P - Lucro Presumido Apresenta o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e
apura o IRPJ e a CSLL com base no lucro presumido. 
Bloco T - Lucro Arbitrado Apura o IRPJ e a CSLL com base no lucro arbitrado.
Bloco U - Imunes ou Isentas Apresenta o balanço patrimonial e a demonstração do resultado das imunes ou
isentas. Apura, quando for o caso, o IRPJ e a CSLL quando forem obrigadas. 
Bloco X - Informações Econômicas - Apresenta informações econômicas da pessoa jurídica. 
Bloco Y - Informações Gerais Apresentam informações gerais da pessoa jurídica. 
Bloco 9 - Encerramento do Arquivo Digital Encerra o arquivo digital. 
Portanto, o arquivo digital é composto por blocos de informação e cada bloco terá um registro de abertura,
registros de dados e um registro de encerramento. Após o bloco inicial (Bloco 0), a ordem de apresentação
dos demais blocos é a seqüência constante na tabela de blocos acima. Salvo quando houver especificação
em contrário, todos os blocos são obrigatórios e o respectivo registro de abertura indicará a presença ou a
ausência de dados informados.

(Manual de Orientação do Leiaute da ECF, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2016)

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