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Disciplina de Língua Grega III

Professor: Dr. Luiz Carlos André Mangia Silva

Aluno: Angel Fernandes Bagio

Tradução do Texto 8B

Diceópolis: Procuras, então, uma cidade maior que Atenas?

Evélpides: Não, por Zeus, não tenho isso em mente. Não há uma cidade maior que esta cidade.
Pois, por Zeus, Atenas parece ser a maior.

Rapsodo: Então procuras uma cidade mais afortunada que esta cidade?

Evélpides: Não há cidade mais afortunada do que esta, pois Atenas é a mais afortunada.

Diceópolis: Mas então, o quê? O que vocês têm em mente? Certamente não odeiam a cidade?

Pistétaro: Mas não, por Zeus, não odiamos esta cidade.

Diceópolis: Digam então, amigos, o que sofrem ou o que querem para ir embora da cidade?

Evélpides: Depois de experimentar coisas terríveis, tanto eu quanto Pistétaro aqui, Diceópolis,
desejamos partir. Suportamos, pois, com dificuldade, os acontecimentos da cidade
principalmente os tribunais. Tal é o infortúnio que experimentamos indo parar no tribunal.

Rapsodo: Qual é o infortúnio? O que fizeram ou o que cometeram para sofrerem este
infortúnio?

Evélpides: Nada deste tipo fizemos ou agimos mal, mas os jurados nos condenaram, não sendo
responsáveis por dar falso testemunho.

Diceópolis: Mas não me admira estarem procurando uma outra cidade e emigrando, uma vez
que dizem coisas justas sobre e tribunal e os jurados. Pois enquanto as cigarras cantam nos
galhos por pouco tempo, os atenienses sempre cantam nos processos. Com razão fazem isso.
Eu, entretanto, com razão, não farei isso pois eu sou patriota, assim como os oradores, e não
deixarei jamais de ser patriota.

Pistétaro: Que dizer, Diceópolis? Certamente não consideras que os oradores são patriotas?

Diceópolis: Acho, certamente.

Pistétaro: Mas como os oradores amam o povo? Observe, pois. A guerra segue seu curso, em
toda parte há lamentos e piras por conta da doença, por toda parte há cadáveres e muita
ilegalidade. Acaso os oradores se compadecem do povo? Se compadecem ou não? Diga. Por
que ficas em silêncio? Não dirás? Não se compadecem, mas bem sei que destruirás a cidade.
Eu, pois, responderei por ti. E enquanto cheia estiver a terra da audácia deles, cheia a
assembleia, cheio os tribunais, e o povo cheio de privação.
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Rapsodo: Mas se Péricles…

Diceópolis: Não me fale de Péricles.

Rapsodo: O que você diz, ó meu querido? De todos, Péricles parece ser o melhor, como dizem.

Pistétaro: Mas o melhor cidadão torna os cidadãos melhores em lugar de piores. Péricles fazia
isso ou não?

Rapsodo: Fazia, por Zeus!

Pistétaro: Então, quando Péricles ia falar no meio do povo os atenienses eram piores mas
quando ele morreu, melhores?

Rapsodo: Perfeitamente, pois o melhor cidadão converte os outros em melhores.

Pistétaro: Mas eu e você sabemos claramente que primeiro Péricles era reputadíssimo quando
os atenienses eram piores, como você disse, mas quando se tornaram melhores por sua causa,
condenaram-no por roubo a ele como sendo nocivo.

Diceópolis: Bem sei, você diz a verdade. Quem então salvará a cidade? Um homem patriota
salvará a cidade mas não a destruirá. O que é preciso fazer?

Rapsodo: É preciso que você busque o bem para a cidade, ó Diceópolis.

Diceópolis: O que é o bem, ó rapsodo? Pois eu, por acaso, não sei disso - o que é o bem.

Rapsodo: Você não sabe o que é o bem? No barco, você parecia ser um filósofo, sabedor das
coisas dos filósofos.

Diceópolis: Não brinque comigo, ó rapsodo! Pois os filósofos procuram, como tenho ouvido, o
que é o bem, mas ninguém é capaz de descobrir. Uns consideram o bem a virtude, uns
consideram a justiça. Mas eles não sabem nada. Os fazendeiros conhecem o bem, o que é. No
campo, pois, eles o encontraram, por acaso. É a paz. A guerra, pois, é cheia de problemas,
privação, doença, equipamentos de navio, já a paz é cheia de casamentos, festas, parentes,
crianças, amigos, dinheiro, saúde, alimento, vinho e prazer. Se alguém quer fazer tréguas e
trazer a paz eu não sei, mas eu próprio gostaria. Mas como sozinho persuadirei o povo?
Dizendo o quê? Ou gritando o quê? Ou ordenando o quê? Eu farei tréguas? Seja como for, eu
irei e estou pronto para gritar e falar mal a quem falar outra coisa senão de paz. Fale então
para a assembleia, Diceópolis.

Evélpides e Pistétaro: Ainda sim, nós emigraremos para um lugar sem problemas. Tchau.

Rapsodo: Considero esses homens tolos. Eu, pois, não farei isso. Eu nem para a assembleia me
apressaria e nem para fora da pátria eu gostaria de fugir. Acaso eles não sabem que o poeta
poetando poetou a verdade?

“Mas, de fato, essas coisas jazem no colo dos deuses”.


É preciso, pois, que nós suportemos os presentes dos deuses, tanto os difíceis quanto os
fáceis.

“Mas os presentes dos deuses, embora afligindo-nos, nós, os homens, os suportamos por
necessidade. Pois pesa sobre nosso pescoço um jugo”.

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