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UNIMAR – Universidade de Marília

PROFESSORA – Palmira Cordeiro Barbosa


Engenharia Civil, Prod. Mecânica e Elétrica

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1


MECÂNICA DOS SÓLIDOS 2
(Notas de aula e exercícios)

2023
Disciplina: Resistência dos Materiais Professora: Palmira Cordeiro Barbosa

Sumário
1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE TENSÕES ........................................................................... 5
1.1 REVISÃO : MÉTODOS DAS SEÇÕES .............................................................................. 5
1.2 ESTADO GERAL DE TENSÕES ........................................................................................ 7
1.3 TENSÕES NORMAL MÉDIA EM UMA BARRA COM CARREGAMENTO AXIAL ... 8
1.4 TENSÃO DE CISALHAMENTO MÉDIA ........................................................................ 10
1.5 TENSÃO DE ESMAGAMENTO (tensão de apoio) .......................................................... 12
1.6 TENSÃO ADMISSSÍVEL .................................................................................................. 13
1.7 LISTA DE EXERCÍCIOS ................................................................................................... 14
2 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS .............................................................. 21
2.1 DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO ......................................................................... 21
2.2 MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS ................................................................................ 23
2.3 LEI DE HOOKE ................................................................................................................. 24
2.4 COEFICIENTE DE POISSON ........................................................................................... 25
2.5 DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE CISALHAMENTO .................................. 25
2.6 LISTA DE EXERCÍCIOS ................................................................................................... 29
3 CARGA AXIAL ......................................................................................................................... 30
3.1 DEFORMAÇÃO ELÁSTICA DE UM ELEM. COM CARREGAMENTO AXIAL ........ 30
3.2 LISTA DE EXERCÍCIOS ................................................................................................... 31
4 TORÇÃO .................................................................................................................................... 33
4.1 DEFINIÇÃO ....................................................................................................................... 33
4.2 FÓRMULA DA TORÇÃO PARA EIXOS CIRCULARES ............................................... 34
4.3 MOMENTO POLAR DE INÉRCIA ................................................................................... 35
4.4 ÂNGULO DE TORÇÃO .................................................................................................... 36
4.5 LISTA DE EXERCÍCIOS ................................................................................................... 38
5 FLEXÃO EM VIGAS .............................................................................................................. 41
5.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 41
5.2 FLEXÃO PURA.................................................................................................................. 42
5.3 ANÁLISE DE TENSÕES NA FLEXÃO PURA ................................................................ 42
5.4 DEFORMAÇÕES EM UMA VIGA ................................................................................... 43
5.5 TENSÃO NORMAL NA FLEXAO ................................................................................... 44
5.6 RAIO DE CURVATURA (ρ) ............................................................................................ 45
5.7 TENSÃO DE CISALHAMENTO NA FLEXAO ............................................................... 45
5.8 FLUXO DE CISALHAMENTO ........................................................................................ 46
5.9 TENSÃO MÁXIMA DE CISALHAMENTO .................................................................. 47
5.10 LISTA DE EXERCÍCIOS ............................................................................................... 48

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Disciplina: Resistência dos Materiais Professora: Palmira Cordeiro Barbosa

1 . I D E N T I F I C AÇ ÃO
CURSO: Engenharia Civil TERMO: 04
DISCIPLINA: 200776 – Resistência dos Materiais 1
CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 CARGA HORÁRIATOTAL TEÓRICA: 80 CARGA HORÁRIA TOTAL PRÁTICA:

2 . O B J E T I V O S

 Introduzir os alunos do curso de Engenharia aos diversos elementos estruturais


existentes nas máquinas e edificações;
 Compreender o comportamento estrutural destes elementos e quais os principais
fatores que interferem no seu desempenho;

3 . M E T O D O L O G I A D E E N S I N O

 Aulas expositivas com o conteúdo teórico dos tópicos a serem estudados.


 Resolução de exemplos em sala de aula.
 Análise de vídeos
 Realização de seminários

4. SISTEMAS DE AVALIAÇÃO

A avaliação será feita a partir das notas bimestrais NT 1 e NT2. Cada nota bimestral será
obtida a partir do somatório das notas da prova regimental (PR) que vale 10 pontos e
avaliação parcial (AP),que vale 10 pontos.

Para aprovação, a nota final deve ser maior ou igual a 7,0(sete). Caso contrário, o aluno
deve recorrer ao EXAME. A nota do EXAME (NE) deve obedecer a seguinte regra:

NE ≥ (10 – NF)

5 . E M E N T A

Cálculo de tensão e deformação em elementos de barra (Lei de Hooke); Seções


solicitadas por corte; Determinação das tensões normais e tangenciais; Torção em barras
de seção circular; Análise de elementos à flexão composta e oblíqua.

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6. DISCRIMINAÇÃO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Revisão da estática elementar aplicada: generalidade sobre esforços solicitantes,


vinculação dos sistemas planos, equilíbrio externo (reações de apoio), esforços
internos solicitantes (MNV), Tensão e deformação (Lei de Hooke):
2. Cargas axiais: tração e compressão em elementos de barra, determinação dos
valores de deformação, coeficiente de segurança, tensões admissíveis;
3. Torção em barras de seção circular;
4. Flexão em vigas: Análise de tensões em elementos de chapa, sujeitos a momento
fletor e força cortante;
5. Análise de elementos solicitados à flexão composta e oblíqua;

7. BIBLIOGRAFIA

Básica:

 BEER, Ferdinand Pierre. RESISTENCIA DOS MATERIAIS. 3 ed, RIO DE JANEIRO:


MAKRON BOOKS DO BRASIL, 1996
 MELCONIAN, Sarkis. MECANICA TECNICA E RESISTENCIA DOS MATERIAIS. 18
ed, SAO PAULO: ERICA, 2010.
 NASH, William A.; POTTER, MERLE C. RESISTENCIA DOS MATERIAIS. 5 ed,
PORTO ALEGRE: BOOKMAN, 2014.

Complementar

 ASSAN, ALOISIO ERNESTO. RESISTENCIA DOS MATERIAIS. 1 ed, CAMPINAS:


UNICAMP, 2010.
 HIBBELER, RUSSELL CHARLES. RESISTENCIA DE MATERIAIS. 7 ed, SAO
PAULO: PEARSON PRENTICE HALL, 2010.
 PIMENTA, PAULO DE MATTOS. FUNDAMENTOS DA MECANICA DOS SOLIDOS
E DAS ESTRUTURAS. 1 ed, SAO PAULO: USP, 2006.
 RILEY, William F.; MORRIS, Don H.; STURGES, Leroy D. MECANICA DOS
MATERIAIS. 5 ed, RIO DE JANEIRO: LTC, 2015.
 Craig Jr, R.R. MECÂNICA DOS MATERIAIS – LTC, 3a Edição. 2000.
 TIMOSHENKO, Stephen P. MECANICA DOS SOLIDOS. 1 ed, RIO DE JANEIRO:
LTC, 1989.

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1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE TENSÕES

1.1 Revisão : Métodos das seções

Este método admite que, se uma estrutura está em equilíbrio então


partes desta estrutura também devem estar em equilíbrio. Desta forma, a
determinação dos esforços internos consiste apenas em aplicar as
condições de equilíbrio de corpo rígido nas partes da estrutura que se
pretende analisar.

a) No plano

 Fx 0
 Fy  0
 Mz  0
EXEMPLO 1: Determinar os esforços internos no ponto C da viga abaixo.

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EXEMPLO 2: Determinar os esforços internos que atuam no ponto E da


estrutura abaixo.

a) No espaço

 Fx 0  Fy 0  Fz 0

 Mx 0  My 0  Mz 0
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EXEMPLO 3: Determinar a reação no apoio A da tubulação abaixo. A


força de 200N é paralela ao eixo Z. Não considere os pesos do cano e das
ferramentas.

1.2 ESTADO GERAL DE TENSÕES

Na seção perpendicular ao eixo X, temos:


τ XX =σ X : tensões normais à seção (tração ou compressão)

τ XY eτ XZ : tensões paralelas à seção ( tangenciais ou de cisalhamento)

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NOTAÇÃO:
τ ij onde:
i indica que as tensões agem em um plano perpendicular a i
j indica que a direção da tensão

1.3 TENSÕES NORMAL MÉDIA EM UMA BARRA COM CARREGAMENTO


AXIAL

“ Quando uma barra prismática é feita de material homogêneo e isotrópico


e está submetida a uma força axial que atua sobre o centróide da área da
seção transversal, então o material do interior da barra é submetido apenas
à tensão normal. Supõe-se que tal tensão seja uniforme na área da seção
transversal.” (Hibbeler, 2004)

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EXEMPLO 4: A barra da figura tem largura constante de 35mm e


espessura de 10mm. Determinar a tensão normal média máxima da barra
quando submetida ao carregamento mostrado.

EXEMPLO 5: Uma luminária de 80 Kg é suportada por duas hastes AB e


BC como mostra a figura abaixo. Se AB tem diâmetro de 10mm e BC de
8mm, determinar a tensão normal média em cada haste.

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1.4 TENSÃO DE CISALHAMENTO MÉDIA

V
 med  onde:
A
τ MED = Tensão de cisalhamento média na seção
V = Força de cisalhamento
A = Área da seção transversal

a) CISALHAMENTO SIMPLES (1 plano de corte)

V F
b) CISALHAMENTO DUPLO (2 planos de corte)

F
V
2
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EXEMPLO 6: A barra da figura abaixo tem seção quadrada de 40mm de


lado. Determinar a tensão normal média e a tensão de cisalhamento média
que atuam sobre o material
(a) no plano da seção a-a
(b) no plano da seção b-b

EXEMPLO 7: A escora de madeira da figura abaixo está suportada por


uma haste de aço de 10mm de diâmetro presa na parede. Calcular a tensão
de cisalhamento média da haste na parede e ao longo das duas áreas
sombreadas da escora.

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1.5 TENSÃO DE ESMAGAMENTO (tensão de apoio)

Tensão de esmagamento (σe) ou tensão de apoio é a tensão normal


produzida pela compressão de uma superfície contra a outra.

Ex.1:

Ex.2

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1.6 TENSÃO ADMISSSÍVEL

Dentro das aplicações da engenharia, a determinação de tensões não


é o objetivo final, mas um passo necessário para determinação de seções
ideais no projeto de máquinas e estruturas que deverão cumprir suas
funções de maneira segura e econômica.

Para garantir a segurança, é necessário escolher uma tensão


admissível que restrinja a carga máxima aplicada a um valor menor do que
a máxima carga que o material pode suportar. Esta é uma maneira de
considerar fatores que possam ocorrer durante a vida útil da peça e que não
foram consideradas no projeto como: vibrações desconhecidas, impactos e
dano nas propriedades resistentes do material.

Um dos métodos para especificar a carga de projeto é usar um


número denominado coeficiente de segurança ( C.S.) que será
especificado de acordo com as propriedades do material.

A escolha do C.S. depende de vários fatores, dentre eles:

a) Variabilidade nas propriedades do material


b) Tipo de carregamento (permanente, acidental)
c) Tipo de ruptura ( frágil, dúctil)
d) Consideração de risco de vida ou elevados danos materiais.

Se considerarmos Frup como a maior carga que o material pode


suportar e Fadm a carga máxima que será considerada no projeto, temos
que:

Frup
Fadm 
CS

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EXEMPLO 8: Um tirante está apoiado em sua extremidade por um disco


circular fixo conforme mostrado na figura abaixo. Se a haste passa por um
furo de 40mm de diâmetro, determinar o diâmetro mínimo para a haste e a
espessura mínima do disco para suportar uma carga de 20kN. A tensão
normal admissível da haste é σadm = 60MPa, e a tensão de cisalhamento
admissível do disco é τadm = 35MPa.

1.7 LISTA DE EXERCÍCIOS

1.1 Uma barra está carregada e apoiada como mostra a figura. Determine as forças axiais
transmitidas pelas seções transversais nos intervalos AB,BC e CD da barra.

1.2 Determine os esforços internos na seção a-a da barra mostrada na figura .

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1.3 Determine os esforços internos na seção a-a da barra mostrada na figura .

1.4 Para a viga abaixo determine os esforços num ponto situado 3ft à direita do apoio esquerdo.

1.5 Quatro conjuntos de cabos flexíveis, colocados em intervalos de 120o , são usados para
estabilizar uma torre de comunicações com 400ft de altura. A torre e um cabo de cada
conjunto são mostrados na figura. O peso da torre é 40lb/ft e o equipamento de comunicações
no topo pesa 2000lb. Determine as forças axiais transmitidas pelas seções transversais nos
pontos A,B,C e D da torre.

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1.6 Determine os esforços internos na seção a-a da barra da figura se cada anel tiver m=50Kg..

1.7 Uma estrutura composta de três barras está carregada e apoiada como mostra a figura.
Determine os esforços internos desenvolvidos na:
a) seção a-a da barra BD
b) seção b-b da barra ABC

1.8 Determinar os esforços internos que atuam na seção transversal B do tubo sabendo que este
tem massa de 2Kg/m e está engastado em C. Adote g=9,81 m/s2.

1.9 Duas barras circulares maciças são soldadas no ponto B, como mostram as figuras. Determine
a tensão normal no ponto médio de cada barra.

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1.10 Duas barras circulares maciças são soldadas no ponto B, como mostra a figura. Determine a
tensão normal no ponto médio de cada barra.

Ex.1.9 Ex. 1.10

1.11 Dada a figura abaixo, sabe-se que a haste BE tem seção transversal retangular uniforme de 12
x 25mm. Determine a intensidade P das forças aplicadas, de forma que a tensão normal em
BE seja de + 90MPa.

1.12 Três forças de mesma intensidade P=4 kN são aplicadas ao mecanismo da figura.Determinar
a área da seção transversal da parte uniforme da barra BE, de modo que a tensão normal seja
de +100MPa.

Ex. 1.11 e 1.12

1.13 Um conjugado M de 1500N.m é aplicado ao eixo da manivela, no esquema de motor


mostrado na figura. Para a posição indicada, determinar:
a) a força P necessária para manter o sistema em equilíbrio
b) a tensão normal na barra BC, cuja seção transversal tem área de 470mm2

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1.14 A barra BD é de aço e tem seção uniforme de 12 x 40mm. Determinar a máxima tensão
normal média na barra para a) α = 00 b) α = 900

1.15 Sabendo-se que a tensão de ruptura a cisalhamento de uma chapa de aço é 330MPa,
determinar:
a) a força P necessária para produzir, por punção, um furo de 30mm de diâmetro numa chapa
de 9mm de espessura
b) o valor da correspondente tensão normal no furador

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1.16 A carga axial P=1080N, suportada por uma coluna metálica, é transmitida a uma fundação de
concreto por meio de uma chapa quadrada, como indica a figura. Determine as dimensões da
chapa de base, de modo que a tensão média de esmagamento no concreto seja de 5MPa.

1.17 A carga P aplicada a uma barra de aço é transmitida para um suporte de madeira por meio de
uma arruela, de diâmetro interno 25mm e diâmetro externo d . Sabendo-se que a tensão
normal na barra de aço é de 35MPa e que a tensão média de esmagamento entre a peça de
madeira e a arruela não deve exceder a 5MPa, calcule o diâmetro externo d necessário para a
arruela.

1.18 Uma força axial de 40kN é aplicada a um bloco de madeira ,de pequena altura, que se apóia
em uma base de concreto que repousa sobre o solo. Determine:
a) a máxima tensão de esmagamento na base do concreto
b) as dimensões da base de concreto para que a tensão no solo seja de 145kPa.

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RESPOSTAS:
1.1 NAB = -20 kip 1.2 N = +300 lb
NBC = +60 kip V = -500 lb
NCD = +10 kip M = +3600 lb.in

1.3 N = -417,5 N 1.4 N = 0 1.5 NA = -7897 lb


V = +83,33 N V = +3300 lb NB = -14769 lb
M = +667,4 N.m M = +13950 lb.ft NC = -20697 lb
ND = -25822 lb
1.6 N = -227 N 1.7. a) N= +162 N b) N= -402 N
V = 201,5 N V = -540 N V = 52 N
M = 75,10 N.m M = -162 N.m M = -15,20 N.m

1.8 FBx = 0 MBx = -30,3 N.m


FBy = 0 MBy = -77,8 N.m
FBz = 84,3 N MBZ = 0

1.9 σAB = 95,5 MPa 1.10 σAB = 47,7 MPa 1.11 P = 3,8 kN
σBC = 113,2 MPa σBC = -54,2 MPa
1.12 285mm2 1.13 a) 14,3 kN 1.14 a) +36,0 MPa
b) -31,7 kN b) -62,5 MPa

1.15 a) P=280 kN 1.16 216mm2 1.17 63,3 m


b) σ = 396 MPa

1.18 a) 3,33 MPa


b) b = 525 mm

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2 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS

As propriedades mecânicas de um material devem ser conhecidas para que


possamos relacionar a deformação medida no material com a tensão associada a ela.

2.1 DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO

A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga


sem deformação excessiva ou ruptura. Essa propriedade é inerente ao próprio
material e deve ser medida em laboratório. Um dos testes mais importantes nesse
sentido é o teste de tração ou compressão. Este teste (Figura 2.1) consiste em:

a) Fabricação de corpo de prova com tamanho e forma padronizados.


b) Execução de duas marcas ao longo do comprimento do corpo de prova e
medição da distância entre as marcas
c) Após aplicação da carga, nova medição da distância entre as marcas, fazendo:
δ = L – Lo

Figura 2.1 – Teste de Tração

Os materiais, ao sofrerem a ação de um carregamento podem possuir um


comportamento elástico ou plástico. No Comportamento Elástico, após a retirada do
carregamento, o material volta à posição original. No Comportamento Plástico, após
a retirada do carregamento, o material não volta mais à posição original devido a uma
deformação residual. (Figura 2.2)

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Figura 2.2 – Deformação residual

Os resultados do teste de tração e compressão são apresentados em um


diagrama tensão-deformação como este apresentado na Figura 2.3. Vejamos:

Figura 2.3 – Diagrama tensão-deformação para material dúctil

Escoamento: Aumento de deformação sem aumento de tensão.


Limite de proporcionalidade: Valor de tensão a partir do qual, a tensão não é mais
proporcional à deformação.
Limite de elasticidade: Valor de tensão que determina o fim da região elástica.
Limite de escoamento: Valor de tensão referente ao início do escoamento
Endurecimento por deformação: Ocorre após o final do escoamento quando a peça
ainda suporta um ganho de tensão até o limite de resistência, que é o maior valor de
tensão que a peça suporta.
Estricção: Redução da seção transversal, em materiais dúcteis, próxima à ruptura.

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Quando um material é deformado por uma carga externa, tende a armazenar


energia internamente. Essa energia por unidade de volume é denominada Densidade
de Energia de Deformação. Se for medida até o limite de proporcionalidade é
denominada Modulo de Resiliência. Se for medida até o ponto de ruptura é
denominada Módulo de Tenacidade. (Figura 2.4)
Segundo Hibbeler(2009), em termos físicos, a Resiliência de um material
representa a sua capacidade de absorver energia sem sofrer danos permanentes.
Os materiais com alto módulo de tenacidade são materiais que apresentam
grandes deformações durante o carregamento.

Figura 2.4 – Módulo de Resiliencia e Módulo de Tenacidade

2.2 MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS

a) Materiais dúcteis

São materiais que apresentam grandes deformações antes da ruptura. Um


exemplo típico é o aço doce (baixos níveis de carbono). A utilização deste tipo de
material em projetos é muito vantajosa porque a estrutura dá sinais de que a ruína está
próxima permitindo que sejam tomadas as medidas emergenciais necessárias. (Figura
2.5)

Figura 2.5 - Falha de um material dúctil quando submetido à tração

b) Materiais frágeis

São materiais que apresentam pouco ou nenhum escoamento antes de romper. O


ferro fundido, o concreto armado e o acrílico são exemplos de materiais frágeis.

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Figura 2.6 – Falha de um material frágil submetido a tração

2.3 LEI DE HOOKE

Os diagramas tensão-deformação apresentam, para a maioria dos materiais,


uma relação linear entre tensão e deformação na região de elasticidade. Este fato,
descoberto por Robert Hooke em 1676, é conhecido como Lei de Hooke e é dada por:

σ=Eε

onde E é chamado módulo de elasticidade do material e corresponde à tangente do


ângulo de inclinação da reta na fase elástica.
Veja a Figura 2.7 que mostra dois exemplos de diagramas tensão-deformação.
À esquerda, várias categorias de aço com diferentes tensões de ruptura possuem o
mesmo módulo de elasticidade; à direita, podemos observar que a borracha por ser
um material mais deformável, possui baixo Módulo de Elasticidade quando
comparado com o aço.

aço

Figura 2.7 – Diagrama tensão-deformação par ao aço e para a borracha

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2.4 COEFICIENTE DE POISSON

Quando um corpo deformável é submetido a uma força axial de tração, não só se


alonga como também se contrai lateralmente. Vejamos a barra abaixo submetida à
compressão centrada:

Figura 2.8 – demonstração de deformação lateral devida a carga longitudinal

Quando a carga P é aplicada à barra, muda o comprimento da barra na


quantidade δ e seu raio na quantidade δ’. As deformações na direção longitudinal e
transversal são dadas por:

 
 long  e  trans 
Lo dO
Desta forma, temos que os alongamentos longitudinal e transversal se
relacionam segundo o Coeficiente de Poisson (ν):

 trans
 
 long

2.5 DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE CISALHAMENTO

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Figura 2.9 – Deformação por cisalhamento

ONDE:
E
 G e G
2(1   )
G - Módulo de Elasticidade Transversal

Figura 2.10 - Gráfico tensão-deformação – cisalhamento

EXEMPLO 1:

Um corpo de prova de
alumínio tem do= 25 mm e
comprimento de referência Lo =
250mm. Ao aplicar uma força de
165kN de tração na barra, esta sofre
um alongamento de 1,2mm.
Determine o módulo de elasticidade
do material e a contração lateral da
peça. G = 26 GPa e σe = 440MPa.

EXEMPLO 2:
Os dados obtidos em um ensaio de σ(MPa) ε (mm/mm)
tensão-deformação para um material 0,0 0,0000
cerâmico são dados na tabela ao lado. 232,4 0,0006
A curva é linear entre a origem e o 318,5 0,0010
primeiro ponto. Represente o 345,8 0,0014
diagrama em gráfico e determine o 360,5 0,0018
módulo de elasticidade e módulo de 373,8 0,0022
resiliência do material.

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EXEMPLO 3: Questão Enade 2017

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EXEMPLO 4: Questão Enade 2017

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2.6 LISTA DE EXERCÍCIOS

2.1Em uma barra de alumínio de 12mm de diâmetro são feitas duas marcas
distanciadas de 250mm. Determinar o módulo de elasticidade do alumínio usado
se, para a força de 6000N, a distância entre as marcas é de 250,18mm.

2.2 Uma barra de alumínio deve distender 2mm quando se aplica a ela uma força de
tração de 2200N. Conhecendo-se os valores de σadm = 150 MPa e E = 70GPa.
Determinar: a) o menor diâmetro e b) o menor comprimento, que devem ser
adotados para a barra.

2.3 Um bloco de 250mm de comprimento e seção transversal de 40 x 46mm deve


suportar uma força P de compressão centrada. O bloco é de bronze (E = 98GPa).
Determine o maior valor de P de modo que tensão normal não exceda a 124MPa e
que o encurtamento do bloco seja no máximo 0,12% do comprimento original.

2.4 Um cilindro de concreto com 150 mm de Carga (kN) Contração(mm)


diâmetro e 300mm de comprimento de 0,0 0,0000
referência é testado sob compressão. Os 25,0 0,0150
resultados estão apresentados na tabela com 47,5 0,0300
82,5 0,0500
carga e contração. Desenhe o diagrama
102,5 0,0650
tensão-deformação usando a seguinte escala:
127,5 0,0850
10mm – 2MPa 150,0 0,1000
10mm = 0,0001mm/mm 172,5 0,1125
Determine o módulo de elasticidade aproximado. 192,5 0,1250
232,5 0,1550
250,0 0,1750
265,0 0,1875

Respostas:

2.1 73,7 GPa

2.2 4,3mm ; 933mm

2.3 216,4 kN

2.4 Eaprox = 28,2 GPa

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3 CARGA AXIAL

3.1 DEFORMAÇÃO ELÁSTICA DE UM ELEMENTO COM CARREGAMENTO


AXIAL

Supondo uma barra com seção transversal constante A, comprimento L e


submetida a um força axial P ( tração ou compressão), temos que:

P 
  e  
A Lo
Como   E , temos que:

P  PL0
E ou seja  
A Lo AE

Se a barra for submetida à varias forças, temos então:

PL
 
AE
Onde Lo será chamado simplesmente de L.

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3.2 LISTA DE EXERCÍCIOS

3.1 Duas barras de 36mm de diâmetro, ABC de aço e CD de bronze, são ligadas no
ponto C e formam uma barra ABCD de 7,5m de comprimento. Determinar para a
carga aplicada e desprezando o peso da barra, os deslocamentos:
a) do ponto C
b) do ponto D.

3.2 A haste ABCD é feita de alumínio com E = 70GPa. Determinar, para as cargas
indicadas, desprezando o peso próprio, os deslocamentos: a) do ponto B e b) do
ponto D.

Exercicio 3.1
Exercicio 3.2

3.3 Um trecho de um tubo de alumínio de 1,2m e seção transversal de área de


1100mm2 está apoiado em um suporte fixo em A. Uma barra de aço BC de 15mm
de diâmetro está pendurada em uma placa rígida que se apóia sobre o tubo, em B.
Conhecendo o módulo de elasticidade do aço (200Gpa) e do alumínio (70Gpa),
calcular o deslocamento do ponto C quando P=60kN.

3.4 Aplica-se à extremidade C da barra de aço ABC a força axial P=66,7kN. Sabe-se
que E = 210GPa. Determinar o diâmetro d da parte BC para o qual o deslocamento
do ponto C seja de 1,3mm.

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Exercício 3.3 Exercicio 3.4

3.5 O fio de aço CD de 2mm de diâmetro tem o seu comprimento ajustado de forma
que, se nenhum carregamento atuar, existe uma distância de 1,5mm entre a
extremidade B, da viga rígida ABC, e um ponto de contato E. Determine em que
ponto deve ser colocado o bloco de 20Kg sobre a viga de modo a causar contato
entre B e E. Sabe-se que E = 200GPa.

RESPOSTAS:

3.1 a) 2,95 mm b) 5.3mm

3.2 a) 0,781mm ↓ b) 5,71mm ↓

3.3 4,5mm

3.4 21,8mm

3.5 0,1m

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4 TORÇÃO

4.1 DEFINIÇÃO

Torção é transmissão de um torque de um plano a outro plano paralelo.

a) antes da torção b) depois da torção

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4.2 FÓRMULA DA TORÇÃO PARA EIXOS CIRCULARES

  
    max
 max c c

 max
T     dA  T    dA
c
 
T  max   2 dA  T  max J
c c
Tc
 max  onde J é o momento polar de inércia
J

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4.3 MOMENTO POLAR DE INÉRCIA

a) Eixos circulares c) Tubos circulares

J
 r4 J

 rext 4  r 4int 
2 2

EXERCÍCIO 1: Qual a máxima tensão de cisalhamento no eixo AC,


sabendo que dac = 15mm.

EXERCÍCIO 2: Considere um tubo com dext = 25mm e dint = 22mm


submetido a um torque de 40N.m. determinar as tensões de cisalhamento
nas superfícies externas e internas do tubo.

EXERCÍCIO 3: O projeto preliminar de um eixo de transmissão levou à


escolha de uma seção vazada com dint =100mm e dext = 150mm. O material
utilizado possui tensão de cisalhamento máxima admissível do material de
83MPa. Pede-se determinar o máximo torque que pode ser aplicado ao
eixo nas seguintes situações:
a) Seção preliminar
b) Seção maciça de mesmo peso da seção preliminar
c) Seção vazada com dext = 200mm e mesmo peso da seção preliminar

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4.4 ÂNGULO DE TORÇÃO

a) uma extremidade fixa e uma extremidade livre



tg   (i)
L


tg   (ii)
c


 max  max (iii)
G

Tc
 max  (iiii)
J

Isolando lnas equações (i) e (ii), temos que: tg  . L  tg  . c

Para ângulos pequenos em radianos, temos que tg α = α. Sendo assim:


 max L
 max . L   . c   
c
Substituindo (iiii) em (iii), temos que:

Tc TL
 max  ou seja,  
JG JG

b) duas extremidades livres A e B


TL
A / B  A  B 
JG

EXERCÍCIO 4: Qual o valor do momento torçor máximo que pode ser


aplicado ao eixo abaixo de modo que o ângulo de torção máximo seja 2º.
Adotar G = 80 GPa.

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EXERCÍCIO 5: O eixo AD está engastado em D, e fica submetido ao torque


indicado. A porção CD do eixo tem seção transversal vazada de 44mm de diâmetro
interno. As partes AB e BC são maciças conforme indicado. Sabendo-se que o eixo é
feito de aço, com G=80 GPa. Determine o ângulo de A em relação a D.

EXERCÍCIO 6: Dois eixos maciços são ligados por engrenagens como mostra a
figura. Sabe-se que o material de cada eixo tem G=80 GPa e tensão de cisalhamento
admissível de 55 MPa. Determinar:
a) o maior torque T0 que poderá ser aplicado à extremidade A do eixo
b) o ângulo de rotação da extremidade A do eixo AB, correspondente a T0.

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4.5 LISTA DE EXERCÍCIOS

4.1 Um momento de torção T= 3 kN.m é aplicado ao cilindro maciço de bronze indicado.


Determinar:

a) a máxima tensão de cisalhamento


b) a tensão de cisalhamento no ponto D que fica em uma circunferência de 15mm de raio,
desenhada na seção externa do cilindro

4.2 Sob condições normais de funcionamento, o motor elétrico produz o torque de 2,4 kN. Sabendo-
se que todos os eixos são maciços, determinar a máxima tensão de cisalhamento:
a)no eixo AB e b)no eixo BC.

4.3 Sabe-se que as tensões admissíveis das barras circulares AB e BC são respectivamente 83MPa
e 48 MPa. O momento torçor aplicado em A é de 7,5kN.m. Determinar o diâmetro necessário:
a) da barra AB e b) da barra BC.

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4.4 O tubo CD têm diâmetro externo de 80


mm e espessura de parede de 6mm; é
feito de latão com tensão admissível de
40 MPa. A haste AB tem diâmetro
dh=56mm e é feita de aço com tensão
admissível ao cisalhamento de 55 MPa.
Determinar o maior valor de momento
torçor que pode ser aplicado ao
conjunto.

4.5 A distribuição real de tensões de cisalhamento em um cilindro de seção vazada é mostrada na


figura (1). Uma distribuição aproximada de tensões é indicada na figura (2), onde se adota a
tensão constante τ 0 , distribuída uniformemente ao longo da área A da seção transversal.
Assume-se então que todas as forças cortantes elementares atuam a uma distância do centro O
(c1  c 2 ) T
igual ao raio médio rm  da seção. O valor aproximado de tensão τ 0 vale
2 A.rm
,onde T é o momento de torção aplicado. Determinar a relação τmax/τ0 para os seguintes valores
da relação c1/c2 : 1,00; 0,95; 0,75; 0,50 e 0.

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4.6 Para o tubo de alumínio indicado,


determinar:

a) o valor do torque T0 que causa um


ângulo de torção de 2o

b) o ângulo de torção, se o mesmo


torque T0 for aplicado a um eixo
maciço de mesma área de seção
transversal e mesmo comprimento
( G = 27 GPa).

RESPOSTAS:

4.1 a) 70,7 MPa b) 35,4 MPa

4.2 a) 77,6 MPa b) 71,7 MPa

4.3 a) 77,2 mm b) 93mm

4.4 1,897 kN.m

4.5 1,00 ; 1,025 ; 1,120 ; 1,200 ; 1,00 .

4.6 a) 2,19kN b) 9,110

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5 FLEXÃO EM VIGAS
5.1 INTRODUÇÃO

 Vigas são elementos de barra que suportam cargas aplicadas


perpendicularmente ao seu eixo longitudinal (cargas transversais).

Viga biapoiada com carga Viga em balanço com carga


concentrada triangular
(a) (b)

 As cargas transversais aplicadas nas vigas geram um estado de


tensão chamado FLEXÃO, onde numa mesma seção transversal
ocorrem tensões de tração e compressão.

 No exemplo (a) temos compressão nas fibras superiores e tração


nas fibras inferiores em toda a barra. Nos outros exemplos, esta
situação se inverte ao longo da barra.

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5.2 FLEXÃO PURA

Flexão pura é um estado no qual uma barra sofre a ação de dois


momentos iguais e de sentidos contrários em suas extremidades.

 Em qualquer seção da barra, o momento atuante será igual a M.

5.3 ANÁLISE DE TENSÕES NORMAIS NA FLEXÃO PURA

M z    y  x dA
A linha neutra passa no centróide da seção.
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5.4 DEFORMAÇÕES EM UMA VIGA

O comprimento de um arco de circunferência pode ser dado por L = θ .


r, onde θ é o ângulo do arco em radianos. Sendo assim, pela figura
abaixo, temos:

L0    
L      y 

Como δ = L – L0 , então:

     y   

   y

  y 
 
L0  

y


a) εx num ponto
qualquer é diretamente
proporcional à
distância y deste
ponto à linha neutra.

b) A deformação e
tensão máximas
acontecem na face
mais distante da linha
neutra.
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5.5 TENSÃO NORMAL NA FLEXAO

(i)  x  E   x

y
(ii) x    max
c
Substituindo a equação (i) na equação (ii), temos:

y
x    max
c

(iii) M z    y  x dA

 y
Mz    y    max dA
 c 
 max  max
Mz  2
 y dA , ou seja, M I
c c

Mc
 max   
My
I I
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I
Na flexão, chamamos de Módulo resistente (W) a relação W  .
c
Deste modo, temos que a tensão máxima também pode ser dada por:

M
 max 
W

5.6 RAIO DE CURVATURA (ρ)

y c
Se  , então  max 
 

 max Mc
Se  max  , então  max 
E IE

c Mc
Igualando εmax obtido nas duas equações temos: 
 IE

1 M

 EI

5.7 TENSÃO DE CISALHAMENTO NA FLEXAO

As vigas suportam tanto cargas de cisalhamento como de


momento fletor. Enquanto o momento fletor gera tensões normais na
seção transversal, o esforço cortante (ou de cisalhamento) gera tensões
cisalhamento paralelas à seção transversal.

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Quando existem tensões de


cisalhamento τ nas faces verticais
de um elemento, aparecem
tensões de mesmo valor nas faces
horizontais.

A percepção dos esforços de cisalhamento horizontais podem


ser visualizados se considerarmos uma viga composta por três tábuas
sem acoplamento. Em virtude da carga P, haverá deslizamento
horizontal entre as tábuas. Isto nos leva a crer que mesmo quando as
tábuas estiverem acopladas ou feitas de um único material, a tendência
de deslizamento continuará a ocorrer. E sempre que isto acontece é
devido à tensões de cisalhamento.

5.8 FLUXO DE CISALHAMENTO

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é chamado fluxo de cisalhamento q


é a força de cisalhamento na face inferior da seção escolhida

De uma forma geral temos então que, onde:

V é o esforço cortante na seção


I é a inércia da peça
Q é o momento estático

5.9 TENSÃO MÁXIMA DE CISALHAMENTO

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5.10 LISTA DE EXERCÍCIOS

5.1 O momento indicado nas figuras atua em um plano vertical. Determinar as tensões: a) no
ponto A; b) no ponto B.

5.2 O momento indicado nas figuras atua em um plano vertical. Determinar as tensões: a) no
ponto A; b) no ponto B.

80mm

80mm

80mm

5.3 Determinar o maior valor do momento Mx que pode ser aplicado ao perfil de abas largas da
figura, se a tensão admissível do material é de 155 MPa.

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5.4 Resolver o problema 5.3 considerando que o perfil é fletido por um momento My que gira
em torno do eixo y.

5.5 Duas forças verticais são aplicadas à viga que tem a seção transversal indicada. Determinar
as máximas tensões de tração e compressão na parte BC da viga.

5.6 Dois conjugados de mesma intensidade e sentidos opostos, M=25kN, são aplicados ao
perfil AB. Os conjugados provocam uma flexão horizontal no perfil. Determinar: a) a tensão
no ponto C; b) a tensão no ponto D; c) a tensão no ponto E.

5.7 Determinar o valor do momento máximo M que pode ser aplicado à viga de seção indicada,
se a tensão admissível à tração é de 120MPa e a tensão admissível à compressão é de
150MPa.

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5.8 a) Determinar, para a barra de aço, a máxima tensão e o raio de curvatura ( E=200 GPa). b)
Resolver a parte a , usando uma barra circular de mesma área de seção transversal da barra
dada.

5.9 Três peças maciças de madeira com seção transversal de 51 x 102mm são pregadas entre si
por meio de pregos espaçados de uma distância s. A viga assim formada fica submetida a
uma força cortante de 1335N. Sabendo-se que a força de corte admissível em cada prego é
de 333N, determinar o maior valor de espaçamento entre os pregos.

5.10 Determinar a força cortante admissível para a viga do problema anterior, se o


espaçamento entre cada par de pregos é s = 44,5mm.

5.11 Uma viga tem seção transversal em forma de quadrado vazado, formada por duas
tábuas de 20 x 80 mm pregadas a outras duas tábuas de 20 x 120mm. Sabe-se que o
espaçamento entre os pregos é 50mm e que a força cortante admissível em cada prego é 300
N. Determinar: a) a força cortante máxima admissível para a viga, b) a tensão máxima de
cisalhamento correspondente a essa força cortante.

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5.12 Na viga indicada, pede-se determinar, para a seção n-n: a) a tensão normal máxima;
b)a tensão de cisalhamento máxima; c) a tensão de cisalhamento no ponto a.

5.13 Na viga indicada, pede-se determinar, para a seção n-n: a) a tensão normal máxima;
b)a tensão de cisalhamento máxima; c) a tensão de cisalhamento no ponto a.

5.12 5.13

RESPOSTAS:

5.1 a) -94,02MPa b) -62,68Mpa


5.2 a) -7,45 MPa b)-1,78 MPa
5.3 80,29kN.m
5.4 24,8 kN.m
5.5 +107MPa; -72MPa
5.6 a) +79,2MPa b) -136,8MPa c)+7,20MPa
5.7 330N.m
5.8 a) 150MPa; 33,3m b) 280MPa; 12,73m
5.9 57,3mm
5.10 1717N
5.11 a) 1387N b) 380kPa
5.12 a) 14,2 MPa b) 0,78 MPa c) 0,63 MPa
5.13 a) 81,3MPa b) 24,8 MPa c) 18,29MPa

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