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Aula 02
O estudo da Resistência dos Materiais tem por objetivo fornecer conhecimentos básicos das
propriedades mecânicas de sólidos reais, visando utilizá-los no projeto, modelagem e cálculo de
estruturas.
Por esta razão, em muitos cursos de Engenharia (Civil, Mecânica, Produção, Naval, Elétrica, etc) esta
disciplina é intitulada Introdução `a Mecânica dos Sólidos ou simplesmente Mecânica dos Sólidos.
A boa compreensão dos conceitos que envolvem a mecânicas de sólidos está intimamente ligada ao
estudo de duas grandezas físicas, que são a tensão e a deformação, que serão abordadas durante todo
o tempo neste curso. Estas duas grandezas físicas são fundamentais nos procedimentos que envolvem
o cálculo de uma estrutura.
Mas o que é uma estrutura? Estrutura é a parte resistente de uma construção e é constituída de
diversos elementos estruturais que podem ser classificados como:
• blocos - os blocos são elementos estruturais nos quais tem-se as três dimensões (imaginando-se um
retângulo envolvente) com valores significativos numa mesma ordem de grandeza. Alguns exemplos
são mostrados nas figuras abaixo.
Figura 1.2:
FiguraExemplos
1.3: Exemplo de
de estruturais do tipo
elementos
Figura 1.2: Exemplos de elementos estruturais do tipo placa casca elementos
estruturais
Placas: carregamento perpendicular ao plano médio. do tipo
Chapas: carregamento contido no plano médio. placa
Cascas: superfície média curva. Prof. Espec. Cícero Nazareno Macêdo Cruz
1. Visão Geral do Conteúdo do Curso
• barras - são elementos estruturais para os quais duas das dimensões (largura e altura) são bastante
inferiores `a terceira (comprimento). Podem ser retas (vigas, pilares, tirantes e escoras) ou curvas
(arcos). Alguns exemplos são mostrados na Figura 1.4 onde tem-se a concepção estrutural de um
edifício residencial com elementos de barras e placas no mesmo modelo e, na 1.5 onde tem-se a
concepção estrutural de um edifício industrial modelado com elementos de barras metálicas.
A idéia de cálculo estrutural pode ser dividida em três frentes de trabalho não
independentes:
• Fase 1 - Ante-projeto da estrutura.
Nesta fase uma concepção inicial do projeto é criada. A estrutura pode ser um edifício, um
navio, um avião, uma prótese óssea, uma ponte, etc. As dimensões das peças estruturais
são arbitradas segundo critérios técnicos e empíricos.
• Fase 2 - Modelagem.
A idéia de cálculo estrutural pode ser dividida em três frentes de trabalho não
independentes:
Fase 3 - Dimensionamento das peças.
Nesta fase é necessário o conhecimento de questões específicas de cada material que
constitui a estrutura (aço, madeira, alumínio, concreto, etc). Este conhecimento será
adquirido em cursos específicos como Estruturas de Concreto e Estruturas Metálicas. Nesta
fase é possível que se tenha necessidade de retornar `a Fase 1 pois os elementos
estruturais podem ter sido sub ou super dimensionados. Neste caso parte-se para um
processo recursivo até que o grau de refinamento requerido para o projeto seja alcançado.
• Estabilidade: toda estrutura deverá atender `as equações universais de equilíbrio estático.
• Resistência: toda estrutura deverá resistir `as tensões internas geradas pelas ações
solicitantes.
• Rigidez: além de resistir `as tensões internas geradas pelas ações solicitantes, as
estruturas não podem se deformar excessivamente.
Um conceito da grandeza tensão pode ser encarado como uma extensão de conceito da grandeza
pressão.
(1.1)
• Sua unidade de medida será: unidade de força dividido por unidade de área. No Sistema
Internacional de Unidades (SI): Pa (Pascal) = N/m².
Como 1 Pa representa uma pressão relativamente pequena normalmente se utiliza prefixos do tipo
kilo (10³) ou mega (106 ).
• O módulo da pressão é o mesmo no interior do duto, mas a direção e sentido não. Pode-se dizer
então que a pressão é uma grandeza vetorial.
A resposta é simples: sempre que se tenta movimentar uma massa de fluido e existem restrições ao
deslocamento, surgem as pressões. Assim sendo, no caso do êmbolo da Figura 2.1, se não existir
resistência na seção 2, o fluido entraria em movimento acelerado e escoaria sem o surgimento de
pressões internas.
Um raciocínio análogo pode ser aplicado aos sólidos. Supondo que se exerça uma força F sobre um
sólido qualquer conforme Figura 1.9, da mesma maneira que nos fluidos, tem-se duas possibilidades:
ou o sólido entra em movimento ou, no caso onde existam restrições ao deslocamento (como no
exemplo da Figura 1.9), surgem o que nos sólidos se denominam tensões e deformações.
Figura 1.9: Sólido sujeito a carregamento Prof. Espec. Cícero Nazareno Macêdo Cruz
4. Introdução à Análise de Tensões e Deformações
A Figura 1.10 mostra um sólido seccionado com destaque para o elemento infinitesimal de
área ΔA. Sobre este atua a força infinitesimal ΔF . Desta forma, a grandeza tensão,
denominada ρ na equação (1.2), pode então ser
definida como sendo força/unidade de área, ou seja:
(1.2)
Sendo a força uma grandeza vetorial, a tensão também o será. Logo, as tensões em um sólido podem ocorrer de
duas formas:
1. Tensões normais
1. Tensões normais (σ): é a intensidade da força, por unidade de área, que atua no sentido da
normal externa a seção, como ilustrado na figura 1.11. É associada ao carregamento que provoca a
aproximação ou o afastamento de moléculas que constituem o sólido e é obtida pela
expressão.
Exercícios de Fixação:
1. Uma placa é fixada a uma base de madeira por meio de três parafusos de diâmetro 22mm,
conforme mostra a Figura abaixo. Calcular a tensão média de cisalhamento nos parafusos para uma
carga P=120 kN.
Exercícios de Fixação:
2. Duas peças de madeira de seção retangular 80mm x 140mm são coladas uma `a outra em um
entalhe inclinado, conforme mostra a Figura 2.7. Calcular as tensões na cola para P = 16 kN e para:
Resposta: a) σN=357,1 kPa, τN=618,6 kPa ; b) σN = τN=714,3 kPa; c) σN=1071,0 kPa, τN=618,6 kPa.
BEER, Ferdinand Pierre et al. Mecânica dos materiais. Tradução José Benaque Rubert; Walter Libardi. 5. ed. Porto Alegre:
AMGH Editora, 2011.
BEER, Ferdinand Pierre. Resistência dos materiais. Colaboração de E. Russell Johnston.Tradução Celso Pinto Morais Pereira.
3. ed. São Paulo: Makron Books, 1995.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. Tradução Arlete Simille Marques.Revisão técnica Sebastião Simões da Cunha
Júnior. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.
Prof. Espec. Cícero Nazareno Macêdo Cruz
Bibliografias Complementar:
ARRIVABENE, Vladimir. Resistência dos materiais. São Paulo: Makron Books, 1994.
NASH, William A. Resistência dos materiais. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. (Coleção Schaum).
ROCHA, Aderson Moreira da. Resistência dos materiais. Rio de Janeiro: Cientifica, [s.d.]. v.1.
TIMOSHENKO, Stephen P. Mecanica dos solidos. Colaboração de James E Gere. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1983. v.1.
WILLEMS, Nicholas. Resistência dos materiais. Colaboração de John T Easley; Stanley T Rolfe. São Paulo: McGraw-Hill do
Brasil, 1983.