ESTÁTICA

Prof. Dr. Rogério Barbosa da Silva

Ementa:
- Conceitos do cálculo vetorial;
- equilíbrio de pontos e corpos rígidos;
- redução de um sistema de forças;
- propriedades geométricas de figuras planas e volumes.
- Cinemática do ponto material;
- cinemática do corpo rígido;
- sistemas de partículas;
- vibrações.

- BIBLIOGRAFIA BÁSICA
• BEER, Ferdinand P. e JOHNSTON, E. Russel Jr. Mecânica Vetorial para engenheiros. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1980.
• HIBBELER, R.C. Mecânica para Engenharia. Vol. Estática. São Paulo. Ed. Pearson Prentice Hall. 12ª edição. 2011.
• GORFIN, Bernardo e OLIVEIRA, Myriam Marques. Estruturas Isostáticas. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos,
1978.
• SINGER, Ferdinand L. Mecânica para Engenheiros. São Paulo: Harba, 1977
• FONSECA, Adhemar. Curso de Mecânica – Volume 2. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 1974.
• MERIAM, James L. Estatística. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 1999
• POLILLO, Adolpho e OLIVEIRA, Myriam Marques. Mecânica das Estruturas – Volume 1 e 2. 2ª ed. Rio de Janeiro: Científica, 1977.
• HALLIDAY, D., RESNICK, R. e KRANE, K. S. Física. vol. 1., Rio de Janeiro: LTC, 2004.
A mecânica clássica
• Mecânica é a ciência que descreve e prevê as condições de repouso
ou de movimento dos corpos sob a ação de forças.

• Divisões da Mecânica:
- Corpos Rígidos:
- Estática;
- Dinâmica.
- Corpos Defomáveis:
- Fluidos.

• A Mecânica constitui a base de muitas ciências da engenharia sendo um pré-requisito

indispensável para o seu estudo.
• Estática: É a parte da mecânica que estuda sistemas sujeitos a ações
de forças que se equilibram

• Desta forma não é só corpos sólidos que são estudados, fenômenos

elétricos, magnéticos, dentre outros apresentam sua parte de estudo
em estática, mas todos seguem os mesmos conceitos.

• Assim, antes de desenvolvermos toda a teoria de estudo na nossa

disciplina, ou seja, para o curso de Engenharia Civil, precisamos
estudar alguns conceitos básicos envolvendo estruturas, bem como
alguns conceitos matemáticos abstratos
• Na Engenharia Civil, a disciplina de Estática representa o “embrião”
das disciplinas voltadas para o estudo das teorias em cálculo
estrutural

• Assim, vamos apresentar em seguida alguns conceitos relacionados a

estruturas de forma geral, para que o aluno comece a se familiarizar
com esses temas que serão abordados mais adiante, tanto na própria
disciplina quanto nas outras próximas que virão como por exemplo:
Resistência dos Materiais, Teoria I, Teoria II, Concreto Armado, etc..
O que é um sólido?

sólidos
- Se o sólido tem a função de transmitir ou resistir a ação de esforços
externos, então mudamos o nome para...ESTRUTURA

Então uma ESTRUTURA é um sólido que tem função de transmitir ou

resistir à esforços externos
• Estruturas na engenharia mecânica
• Estruturas na engenharia elétrica
• Estruturas na engenharia aeronáutica e espacial
• Estruturas na engenharia civil
Assim, uma estrutura, para nós engenheiros, tem a função de resistir e
transmitir as cargas provenientes de forças externas, desde o ponto de
aplicação destas cargas até sua dissipação completa abaixo do seu
apoio, como por exemplo, o solo.

O cálculo estrutural consiste em “conhecer” o caminho destas forças

por toda a estrutura e de posse deste conhecimento, saber
dimensionar cada parte desta estrutura para que possa resistir à
passagem destas cargas sem se romper ou sofrer grandes deformações.

Então podemos fazer as seguintes perguntas a respeito do cálculo

estrutural:
1 - Quais são as forças consideradas que agem na estrutura, que utilizamos para a realização deste cálculo
estrutural?
R: peso próprio da estrutura, de materiais permanentes; ventos; sismos; temperatura, choques
mecânicos...etc... A NBR 6120 em conjunto com a 8681 trata as ações a se considerar em uma estrutura para
efeitos de cálculos.

2 - De que maneira estas forças são aplicadas na estrutura?

R: pode ser como uma carga concentrada, linearmente distribuída, triangular, definida por uma função
matemática...etc...em Teoria das estruturas estes tipos de forças serão melhores estudadas.

3 - Quais os efeitos que cada tipo de força pode causar na estrutura?

R: basicamente há 5 tipos de efeitos: Tração, compressão, cisalhamento, flexão, torção, porém, pode-se ter o
conjunto de duas ou mais destes 5 tipos agindo em conjunto

4 - Como saber se a força que está “passando” por determinada parte da estrutura vai ou não romper a
estrutura justamente nesse ponto de “passagem”?
R: A resistência do material utilizado, diante do tipo de carregamento (força) e o efeito desta força que está
agindo é que vai determinar se a estrutura rompe ou não...

5 – Como garanto que, ao sair da estrutura, essa força vai chegar ao apoio e não vai derrubar esta estrutura?
R: A mecânica dos solos em conjunto com a disciplina de fundações é que dá a base para esse conhecimento
 As Estruturas e seus elementos constituintes

- Vimos que uma estrutura é um sólido que tem função estrutural, ou

seja, resistir à um determinado carregamento ou força.

- Para os engenheiros civis, uma estrutura pode ser compostas por

partes chamadas de elementos estruturais, ou seja, são as partes que
podem ser unidas para se formar uma estrutura como um todo.

- Os elementos estruturais são classificados como: lineares, de

superfícies ou de volumes
Lineares: São aqueles onde o comprimento longitudinal é maior em
pelo menos três vezes a maior dimensão da seção transversal (NBR
6118, item 14.4.1), chamados “barras”. Os exemplos mais comuns são
as vigas e os pilares
De superfície: São aqueles onde a espessura é pequena comparada às
outras duas dimensões (comprimento e largura) (NBR 6118, item
14.4.2). Os exemplos mais comuns são as lajes e as paredes, paredes
de reservatórios.
Volume: São os elementos onde as três dimensões tem a mesma
ordem de grandeza. São exemplos mais comuns os blocos e sapatas de
fundação, os consolos, etc.
• Com esses três tipos fundamentais de elementos podemos criar tipos
de estruturas como por exemplo: treliças, pórticos planos e pórticos
espaciais
• Treliças:
• Pórticos Planos:
• Pórticos Espaciais:
Respondendo mais precisamente as 5 perguntas levantadas a respeito
do cálculo estrutural:

1 – Ações (ou forças) nas estruturas

Ver NBR 8681 e 6120
2 – As cargas (forças aplicadas em determinado local) podem se
apresentar nas estruturas como:

Concentrada: atua em um ponto da estrutura

• Representamos assim:

• As cargas são dadas por unidade de força. Ex: N; kN; MN...kgf...

Linearmente distribuídas: atua ao longo de uma faixa estreita (“linha”)
da estrutura
• Podemos representar assim:

As cargas são dadas em unidade de força por unidade de comprimento.

Ex: N/m; kN/m; MN/cm;kgf/m...
linearmente triangular: atua em uma faixa linear com variação de força
• Definida por qualquer forma
• Distribuídas por área:

• As cargas são dadas em unidades de força por área. Ex: kN/m2...

• Cargas por volume: unidades de força por unidade de volume
Ex: peso especifico de um material....
kN/m3

Ex: peso especifico do concreto é de 24kN/m3

 PEÇAS ESTRUTURAIS MAIS UTILIZADAS NA
ENGENHARIA CIVIL
Concretos pré moldados - construções residenciais em geral
- Vigas e pilares
- Lajes pré moldadas - residenciais
- Fundações – residenciais em geral
• Estruturas de concreto pré moldado para Pontes em geral

Grandes Pontes
Pequenas Pontes
• Moldados in loco – residências em geral

-Vigas e pilares
• Lajes
- Fundações
• Estruturas em metálicas mais utilizadas

- Vigas e pilares
- Perfis metálicos – muito utilizado para coberturas
- fundação
• Estruturas em madeira
- Vigas e Pilares
- Treliças
- fundações
Pontes
• Agora que vimos e ficamos maravilhados com muitos exemplos
belíssimos de estruturas ......

• é hora de voltar pra realidade...kkk

• Qual é a realidade?
Vamos voltar e estudar a “física” que permitiu construir estas
estruturas, e em boa parte, tudo é possível graças a ESTÁTICA

• Desta forma, nossa caminhada dentro da disciplina será estudar os

conceitos físicos e a matemática que permite realizar tais feitos...

• E se perceberem...durante boa parte do estudo de estruturas que

fizemos, viemos falando de algo que vai reger o estudo sobre a
estática: Força
• Assim, como sabemos que forças, e outras grandezas são grandezas
VETORIAIS, vamos iniciar uma breve revisão de tudo que vamos
precisar da matemática vetorial...

• Começamos com geometria analítica

• A Geometria Analítica
Parte da matemática que estuda as relações entre a geometria e a
álgebra
• Mas notamos que para chegar até a geometria analítica, precisamos desenvolver
conceitos matemáticos essenciais que incluirão os sistemas de coordenadas

• Dos sistemas de coordenadas, não só podemos representar agora as figuras

geométricas de forma algébrica, mas também diversos fenômenos físicos;

• Dentre estes fenômenos, nos concentraremos naquele que é essencial para o

estudo, não só em Estática, mas em todo campo da Engenharia, que é o conceito
de Força

• Assim, poderemos trabalhar o conceito de força, e outras grandezas de forma

matemática, ou de forma algébrica.

• Para chegarmos a trabalhar o conceito de força matematicamente, usaremos

uma parte da matemática que se desenvolveu dentro da geometria analítica, a
qual recebeu o nome de álgebra vetorial
• A Álgebra Vetorial é a parte da geometria analítica que trata da
matemática envolvendo o que conhecemos por VETORES

• Os vetores, os quais veremos com mais detalhes mais a frente, é a forma

matemática de descrever a força e muitas outras grandezas físicas.

• Desta forma, para iniciarmos nossos estudos em Estática e chegarmos ao

estudo da força e como ela irá influenciar nossa vida de engenheiros,
precisamos fazer uma breve revisão dos conceitos necessários.

• Assim, os próximos tópicos serão voltados para esta revisão de álgebra

vetorial
• Alguns Conceitos primitivos:

Ponto: um ponto é uma noção primitiva pela qual outros conceitos são definidos.
Na Geometria, pontos não possuem volume, área, comprimento ou qualquer
dimensão semelhante, assim, um ponto é um objeto de dimensão 0
Obs: representamos os pontos sempre por letras maiúsculas do alfabeto
Ponto A, Ponto B....
Reta: Pode ser definida como um conjunto infinito de pontos
Obs: representamos as retas sempre por letras minúsculas do alfabeto
reta s, reta t...
Planos: Pode ser definido como um conjunto infinito de retas justapostas do lado
Obs: representamos os planos sempre por letras minúsculas do alfabeto grego
plano α....plano β...
• Reta orientada

- É uma reta a qual atribuímos um sentido de percurso para os conjuntos de

pontos, para indicar o sentido usamos uma seta em uma das pontas da reta

Reta r Reta
orientada r

- Ao atribuir a orientação, agora podemos atribuir dois sentidos para a reta

orientada:
O positivo, que segue o sentido da seta e o negativo, ao contrário da seta

Obs: Uma reta orientada também é chamada de eixo

• Medida algébrica de um segmento de reta
- Como uma reta é infinita, podemos estabelecer dois pontos dessa reta,
distantes entre si, cujo espaço entre os dois define o que chamamos de
segmento de reta

- Obs: Neste caso dizemos que o segmento de reta é um segmento que

COMEÇA em A e TERMINA em B

- Aqui é o segmento que começa em B e termina em A

- Esta observação será crucial para o entendimento de sentido em vetores
• Se atribuirmos um comprimento unitário de medida para este
segmento, então podemos medir algebricamente (quantas unidades
de medidas unitárias) existe entre A e B, ou seja, medimos
algebricamente o segmento de reta

• Aqui, mede 5u
• Agora, note que a cada ponto dessa reta, podemos associar a um
numero real, fazendo isto, agora estamos aptos a classificar a
distância entre dois pontos de forma numérica.

• Desta forma, quando atribuimos os pontos por números reais, agora a

reta r, que era uma reta qualquer, passa a ter um nome mais
especifico, ela é conhecida como reta real

• Para definirmos a reta real, basta marcarmos um único ponto (ponto

O) que irá representar o numero zero, o qual divide a reta entre os
números negativos e positivos

Reta real
• Agora que temos os pontos representando números, podemos entender melhor
o conceito de distância entre dois pontos

• Ao comprimento do segmento de reta damos o nome de abcissa

• desta forma, cada ponto P determina uma abcissa, e seu comprimento
representa sempre a distância algébrica do ponto O até o ponto P

• Cada ponto então representa uma abcissa diferente

• Se a abcissa está a direita do ponto O então ela é positiva, se está a esquerda

então ela é negativa
• Distância entre dois pontos, ou abcissas, na reta real

- Sempre usaremos a letra x para designar uma abcissa na reta real

- Desta forma, sejam P1 e P2 dois pontos da reta, e sejam x1 e x2 duas

abcissas correspondentes aos pontos

- Note que e o que implica que

• Assim, a distância entre dois pontos A e B quaisquer em uma reta é
simplesmente a diferença entre as abcissas do ponto final (B) e do
ponto inicial (A). Ex:

- Distância entre 4 e 7 = 7 – 4 = 3
- Distância entre -2 e 4 = 4 – (-2) = 6
- Distância entre -2 e 7 = 7 – (-2) = 9
• Agora que temos a reta real e a noção de distância entre seus pontos,
podemos avançar para o próximo tópico que são os sistemas de
coordenadas.

• Existem diferentes sistemas de coordenadas no espaço bi e

tridimensional, sendo: as coordenadas cartesianas, polares, cilíndricas
e esféricas
 O sistema de coordenadas cartesiano

• O Sistema de Coordenadas Cartesianas, mais conhecido como Plano

Cartesiano, foi criado por René Descartes com o objetivo de localizar
pontos.
• É formado por dois eixos perpendiculares: um horizontal e outro
vertical que se cruzam na origem das coordenadas.
• O eixo horizontal é chamado de abscissa (x) e o vertical de ordenada
(y).
• Os eixos são enumerados compreendendo o conjunto dos números
reais.
• A seguir uma figura representativa do plano cartesiano:
• As coordenadas cartesianas são
representadas pelos pares
ordenados (x ; y).
• Em razão dessa ordem, devemos
localizar o ponto observando
primeiramente o eixo x e
posteriormente o eixo y.
• Qualquer ponto que não se encontrar sobre os eixos, estará
localizado nos quadrantes, veja:
Distância entre dois pontos no sistema de coordenadas cartesiano
• Ex: Localizar os pontos no plano e calcular a distância entre P e Q,
entre R e Q e entre S e R

P(-2,4) Q(1,5) R(-2,0) S(0,2)

• Sistemas de coordenadas cartesiano no espaço

- O sistema espacial tridimensional (3D) é o sistema de coordenadas

que permite localizar um ponto no espaço

- A teoria desenvolvida para os pontos no plano são as mesmas para o

espaço

- Desta forma, temos apenas a adição de mais uma coordenada, a

coordenada z, que está sob o eixo das cotas
• Distância entre dois pontos no espaço
• Ex: Represente os pontos no espaço e calcule a distancia entre os
pontos P e Q, entre R e Q e entre S e R

P(-2,0,5) Q(1,-5,-2) R(-2,0,0) S(0,2,5)