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UCSal – Curso de Engenharia Civil e Engenharia Mecânica

ENG278 - Resistencia dos Materiais 1


Prof. Irani Rossini - Notas de Aula - 2023-1

Cap. 1 - CONCEITOS BÁSICOS DE RESISTÊNCIA DOS


MATERIAIS
1.1 - O que é a Resistência dos Materiais
O objetivo da disciplina de Resistência dos Materiais é proporcionar ao
engenheiro os recursos para analisar as estruturas submetidas a diversos
carregamentos, tendo em vista a determinação de tensões e deformações.
Estruturas neste contexto será para o engenheiro mecânico os elementos de 1
máquinas e equipamentos de um sistema mecânico e para o engenheiro civil
as estruturas que darão estabilidade às construções de edificações, pontes e
viadutos, píeres de atracação, contenções de maciços e barragens hidráulicas.
As cargas ou ações externas que atuam sobre as estruturas farão com que
elas fiquem submetidas a um estado de tensão e deformação, pelo
deslocamento das partículas que a compõem. Este estado permanece
enquanto houver uma situação de equilíbrio entre os esforços externos
solicitantes (cargas) e os esforços internos resistente (tensões).
O estudo da Resistência dos Materiais pressupõe o conhecimento da Física
clássica, item relativo à Mecânica, em especial ao que se refere à Estática ou
o estudo do equilíbrio das forças de um ponto material rígido. Dessa maneira,
é obrigatório o pré-requisito da Mecânica Geral Aplicada à Engenharia, para
a determinação das forças e momentos nos diversos pontos de um corpo
considerado rígido, bem como os valores das reações de apoio que mantem
o corpo em equilíbrio com as ações externas (cargas).
Um corpo rígido é constituído por um conjunto de partículas ligadas umas
às outras, que permanecem imóveis durante a atuação das forças externas
(cargas). A rigor não existem corpos rígidos na natureza, pois todos são
deformáveis com a ação das cargas. Entretanto, considerando, que, na
maioria das estruturas, estes movimentos de partículas são muito pequenos,
relativamente às dimensões das estruturas, os deslocamentos dos pontos da
estrutura não irão interferir nas condições de equilíbrio resultantes da
aplicação dos princípios básicos do equilíbrio de corpos, usados na Mecânica
Geral. Assim, a Resistência dos Materiais se valerá dos recursos da Mecânica
Geral para determinação das forças em cada ponto da estrutura, como corpo
rígido, e ao mesmo tempo analisará a estrutura como corpo deformável para
a determinação das tensões e deformações. Esta será uma das condições
básicas da Resistência dos Materiais, que é a análise dos corpos deformáveis
submetidos a pequenos deslocamentos.
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1.2 - Análise de estruturas lineares


A determinação das tensões e deformações de uma estrutura resultante da
aplicação das cargas é o que se denomina “Análise Estrutural”. Dependendo
da complexidade da aplicação das cargas e da forma da estrutura será
necessária a aplicação de disciplinas com grande envolvimento matemático
como a Teoria da Elasticidade, Teoria das Placas e Cascas e Análise 2
Tridimensional de Maciços.
Para as estruturas mais simples, constituídas de barras retas carregadas
axialmente, eixos, vigas e colunas carregadas transversalmente e as
estruturas compostas da associação desses elementos, a análise estrutural é
feita pela “Resistência dos Materiais “. Esta disciplina introduz
simplificações nos elementos constituídos de barras retas que reduzem o
tratamento matemático complexo da análise estrutural geral, sem perda da
precisão dos cálculos.
A análise é feita basicamente com os princípios de equilíbrio de forças,
extraídos da Física, do seu ramo da Mecânica, sub-ramo da Estática. Para os
elementos lineares são designadas a priori leis fixas de distribuição
transversal para as tensões, de modo que a estrutura de barra reta pode ser
associada a uma linha reta, coincidente com seu eixo, como se toda a massa
da barra, bem como as características geométricas de cada seção, fosse
concentrada no eixo da barra.
Dessa maneira, as cargas e reações de apoio são equilibradas pelas leis da
mecânica em cada seção, gerando esforços solicitantes na estrutura, através
de forças e momentos. Estes esforços solicitantes serão equilibrados com as
tensões resistentes internas do material, distribuídas de acordo com as
características geométricas das seções. As dimensões adequadas para que
estas tensões não ultrapassem os limites de resistência do material que
constitui a estrutura, será o procedimento que se denomina
dimensionamento da estrutura.]
O objeto básico da análise estrutural é a determinação das tensões e
deformações produzidas pelas cargas nos elementos estruturais. Se estas
quantidades puderem ser determinadas para todos os valores crescentes da
carga até a ruptura do material tem-se um quadro completo do
comportamento do corpo.
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Deve-se destacar que, se o corpo retorna à forma inicial após a retirada da


carga ele estará no regime elástico. O corpo será perfeitamente elástico se
recupera completamente sua forma original após a retirada da carga;
parcialmente elástico se a deformação produzida não desaparece
completamente após a retirada da carga. No caso de um corpo perfeitamente
elástico, o trabalho produzido pelas forças externas durante a deformação
será completamente transformado em energia potencial de deformação. No
caso de um corpo parcialmente elástico, parte do trabalho produzido pelas 3
forças externa será perdido sob forma de calor.
Finalmente, em resumo, constitui-se objeto da Resistência dos Materiais a
análise do estado de tensão e deformação de uma estrutura com as seguintes
condições:
1- O elemento estrutural em análise seja uma barra reta, ou um conjunto
delas, que formem elementos lineares. Define-se aqui elemento linear
aquele que tem um comprimento, no seu eixo, com dimensões
bastante superior às dimensões da seção transversal (basicamente na
proporção de 5 vezes a maior dimensão transversal)
2- A análise deve ser feita admitindo-se o regime das pequenas
deformações, ou pequenos deslocamentos.
3- A análise deve ser feita para os elementos no regime elástico do
material que compõem a estrutura.
Apesar destas restrições, vale salientar que a aplicação da Resistência dos
Materiais nos problemas da Engenharia Civil e Engenharia Mecânica é de
grande relevância. A maioria dos problemas podem ser abordados pelos
métodos simples do equilíbrio de corpos e distribuição de tensões da R M.
Somente problemas de maior complexidade de estruturas bi e
tridimensionais, serão abordados pela Teoria das Placas e Chapas, Teoria das
Cascas e problemas tridimensionais pela Teoria Geral da Elasticidade.
Mesmo para problemas cujas tensões ultrapassem o comportamento elástico,
a abordagem no regime elástico pode ser feita com uma abordagem
preliminar do regime plástico. Também para as estruturas submetidas a
grandes deformações e grandes deslocamentos (teoria de 2ª ordem), como
no caso de estruturas compostas de cabos (estais) e estruturas suspensas, a
abordagem inicial será feita pela RM.
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1.3 - Transformação de Unidades

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A relação entre o SI e o técnico é estabelecida a seguir:


Tomando a aceleração da gravidade com o valor de 10 m / s² tem-se:
1 N = 0,1 kgf
1 kN = 1.000 N = 100 kgf
Para tensões tem-se : 1 Pa = 1 N / m² = 0,1 kgf / 10.000cm²
1 MPa = 10 kgf / cm² = 1.000 kN / m²
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1.4 - Propriedades de Área


PROPRIEDADES DAS ÁREAS PLANAS

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Simbologia

i, Si distâncias ao centróide C A área


I , J = momentos de inércia em relação aos eixos x. y produto de inércia em
relação aos eixos x, y
J = I +1 momento de inércia polar
IE B momento de inércia em relação ao eixo B—B.

Retângulo. (Origem dos eixos no centroide

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