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SOFTWARE PARA DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO DE ES-


TRUTURAS DE CONCRETO ARMADO COM A UTILIZAÇÃO DO
SISTEMA COMPÓSITO ESTRUTURAL MBrace.

Apresentamos nesse capítulo um programa para o dimensionamento de reforços


de estruturas de concreto armado com a utilização do Sistema Compósito Estrutural
MBrace.
Esse trabalho está desenvolvido como dissertação de mestrado do Curso de
Pós Graduação em Estruturas da Escola de Engenharia da Universidade Federal de
Minas Gerais pelo mestrando Eng. Luiz Eduardo Rabelo Júnior, com orientação e co-
ordenação do Professor Ney Amorim Silva e colaboração do Prof. Ari de Paula Macha-
do, ambos do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da
Universidade Federal de Minas Gerais.
O programa foi desenvolvido em ambiente DELPHI, usando-se a linguagem
Pascal e calcula os reforços necessários com a utilização das fibras de carbono CF-
130 do Sistema MBrace. Inicialmente é determinada a capacidade resistente da peça
de concreto armado em questão, e em função da atuação de novos esforços solicitan-
tes, verifica-se a necessidade e a quantificação dos reforços necessários.
No caso de peças submetidas à flexão, simples ou composta, o cálculo, no es-
tado limite último da área de fibra de carbono necessária para o reforço é feito levando-
se em consideração as deformações existentes em serviço, para um estágio de carre-
gamento normalmente equivalente ao da carga permanente atuante. Como esse di-
mensionamento, mesmo fixando-se a força normal, é ainda indefinido procura-se natu-
ralmente a solução que minimize a área necessária de fibras de carbono.
São calculados, também, reforços para peças submetidas a esforços cortantes
além de reforços de pilares à compressão, garantindo-se nesse último caso, um acrés-
cimo das tensões de compressão no concreto devidas ao confinamento do mesmo.
Procurou se manter nos procedimentos de utilização do programa de cálculo os
critérios e a sistemática usualmente adotada no nosso meio técnico pelos engenheiros
estruturais, permitindo assim uma interface amigável ao usuário.
Tratando-se de um programa ainda em fase de desenvolvimento e aperfeiçoa-
mento solicitamos dos usuários que eventualmente venham a encontrar alguma incon-
sistência na sua utilização que se comuniquem com o autor do programa e os seus ori-
entadores1.
Na seqüência serão mostrados os procedimentos para a entrada dos dados e as
opções oferecidas pelo programa para a verificação da capacidade resistente das se-

1-Prof. Ney Amorim Silva – Departamento de Engenharia de Estruturas da EEUFMG – Av. do Contorno 842 -
Centro-CEP 30110-060-Belo Horizonte - MG – e.mail: ney@dees.ufmg.br.
-Prof. Ari de Paula Machado – Departamento de Engenharia de Estruturas da EEUFMG – Av. do Contorno 842 –
Centro-CEP 30110-060-Belo Horizonte - MG- e.mail: ariari@br.homeshopping.com.br.

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ções à flexão e ao cisalhamento e para a determinação dos reforços com fibras de car-
bono necessários.

Passo 1 – Entrada do Programa e Escolha da Rotina de Dimensionamento

Figura 19.1 – Tela de entrada do programa.

Para iniciar o programa devem ser inicialmente informadas as opções de cálculo


e se existe o interesse de que o documento seja gravado.
Escolhidas as opções, no caso da Figura 19.1 não se deseja a gravação do ar-
quivo e se deseja verificar vigas, pressionar  OK.

Passo 2 – Entrada dos Dados Para Verificação da Flexão do Cortante

Figura 19.2 – Entrada dos dados de cálculo – primeira parte.

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Nessa tela devem ser indicadas as seguintes opções para o dimensionamento
da viga à flexão:
Dados Gerais – características do concreto e do aço utilizados.
Seção transversal – escolher se seção retangular ou “T”, indicar se existe ar-
madura de pele (costela), se positivo distribuída em quantas camadas e se a armadura
for a mesma para todas as camadas e, caso isso não ocorra indicar que elas são dife-
rentes nas camadas.
Dados Geométricos da seção – no caso da Figura 19.2, seção “T”, devem ser
fornecidos os valores de bw , H, hf , bf , d’ e d”, e então, pressionar  OK.

Figura 19.3 – Continuação da entrada dos dados de cálculo.

Figura 19.4 – Complementação da entrada de dados da viga.

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No complemento de tela que se abre, deverão ser indicadas as armaduras exis-
tentes, desde a armadura superior da viga até a armadura inferior da mesma. Essa en-
trada de dados fica completa na tela indicada na Figura 19.4. Concluída a entrada de
dados da viga pressionar CALCULAR.

Passo 3 – Verificação da Resistência da Viga à Flexão

Figura 19.5 – Verificação da Resistência da Viga à Flexão

O programa fornece a resistência à flexão da viga segundo três apresentações


diferentes:
Valores da Flexão Normal Simples – nesse campo são fornecidos os valores
de MdMax. , e Mserviço. .

Tabela Com Valôres de Cálculo dos Diferentes Domínios – nesse campo o


usuário pode interagir com a Tabela fornecida.

Ábaco da Seção Sem Reforço – é fornecido o ábaco (Força Normal versus


Momento Fletor). Também nesse campo o usuário pode interagir com o ábaco.
O programa oferece ainda a opção de se trabalhar no campo Flexão Normal
Composta com valores de Nd para se obter o valor do momento fletor resistente na fle-
xão normal composta.

Constatada a necessidade de se reforçar a seção à flexão, simples ou compos-


ta, o usuário deve pressionar a tecla .
O programa dimensionará o reforço com a utilização das lâminas de fibra de
carbono CF-130 do Sistema Compósito Estrutural MBrace.

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Passo 4 – Dimensionamento do Reforço à Flexão Com Fibras de Carbono

Existem três opções para o usuário determinar o reforço necessário com o Sis-
tema MBrace:
 Entrando com os momentos fletoresdevidos às cargas permanentes e do car-
regamento máximo de serviço. Nesse caso o programa calcula a deformação no siste-
ma compósito devido à atuação das cargas permanentes diretamente a partir do valor
do momento introduzido.
 Caso não seja fornecido o momento devido às cargas permanentes o progra-
ma considerará para o cálculo da deformação correspondente às cargas permanentes
um valor correspondente a 60% do valor do momento máximo de serviço, como mos-
trado na Figura 19.6.
 Caso não se queira considerar a deformação devida à atuação das cargas
permanentes deverá ser indicado para esse momento o valor zero.

Após a introdução dos dados da opção escolhida o usuário deve pressionar o


campo Verificar para que o programa calcule o reforço necessário com o sistema
compósito.
Os resultados fornecidos são a área necessária do reforço bem como uma su-
gestão do número de camadas e a sua largura a serem utilizadas para o reforço, como
indicado na parte inferior da Figura 19.6.

Figura 19.6 – Cálculo do reforço necessário com fibras de carbono.

O programa permite ao usuário a visualização através da opção Ábaco das cur-


vas (Força normal versus Momento Fletor) da seção antes do reforço e após o reforça
com o sistema compósito, como indicado na Figura 19.7.
Caso o usuário não necessite, ou não queira, verificar a resistência da viga ao
esforço cortante, o dimensionamento está terminado e para sair do programa basta
pressionar o campo  OK.

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Figura 19.7 – Ábaco da seção com e sem o reforço com fibras de carbono.

A verificação à flexão está completa. Caso o usuário queira encerrar a verifica-


ção basta pressionar  OK para encerrar o programa. Caso queira verificar o esforço
cortante deve se conduzir conforme indicado na seqüência.

Passo 5 – Verificação da Resistência ao Esforço Cortante

Figura 19.8 – Tela da verificação ao cisalhamento

O usuário deve completar os dados solicitados para a verificação do esforço cor-


tante, conforme mostrado na Figura 19.8:

 Diâmetro dos estribos em (mm).

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 Número de “pernas” do estribo.
 Espaçamento entre os estribos (cm).
 Seção transversal da armadura de flexão que chega até o apoio (cm2).
 Espessura da laje (cm).

Em seguida deve ser escolhido o tipo de reforço ao esforço cortante a ser ado-
tado conforme mostra a figura da tela:

 Fechado.
 Tipo “U”.
 Lateral.

Finalmente deve ser introduzido o valor do esforço cortante máximo de serviço


no campo Esforço de Serviço, em (kN), e em seguida pressionado o comando Verifi-
car, conforme mostrado na Figura 19.9.

Figura 19.9 – Verificação da resistência ao esforço cortante.

O programa fornece então o valor do esforço cortante que é resistido pela seção
mais a indicação de que a peça resiste ou não ao novo esforço cortante de serviço.
Caso a peça não resista ao esforço cortante previsto no reforço deverá ser pres-
sionado o comando Reforçar.
Será fornecido, então, pelo programa a necessidade do reforço ao esforço cor-
tante com o sistema compósito, conforme mostrado na Figura 19.10:

 O valor do esforço cortante que está sendo absorvido pleo sistema compósito
estruturado com fibras de carbono.
 A largura da lâmina de fibra de carbono que deverá ser utilizada (cm).
 O número de camadas em que a fibra deverá ser disposta.
 O espaçamento recomendado entre as lâminas de fibra de carbono.

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Figura 19.10 – Resultados finais do reforço ao esforço cortante.

ROTINA PARA O REFORÇO DE PILARES POR CONFINAMENTO

Voltando á tela de entrada deve ser escolhida a opção Pilar e então pressionada
a tecla  OK .

Figura 19.11 – Entrada para a rotina que calcula pilares.

Na nova tela deverá ser feita a opção pelo Tipo de Seção de pilar a ser reforça-
do: Retangular ou Circular. Após a opção devem ser preenchidos todos os campos
referentes à geometria, armação e carga de compressão do pilar, como mostrado na
Figura 19.12.

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Figura 19.12 – Dados para o cálculo do confinamento do pilar.

Após o preenchimento de todos os campos pressionar o comando confinar.

Figura 19.13 – Resultado do reforço por confinamento.

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Para saída do programa pressionar  OK com o programa voltando para a tela
inicial.

Caso se queira imprimir pressionar na tela da Figura 19.14 a opção imprimir.

Figura 19.14 – Opção para impressão dos resultados.

Os resultados serão impressos conforme mostra a Figura 19.15.

Figura 19.15 – Impressão dos resultados.

Reforçamos mais uma vez a observação feita relativamente ao atual estágio de


desenvolvimento do programa apresentado, recomendando aos usuários a cautela ain-
da necessária em sua utilização.

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