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INSTRUÇÕES

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 1

P refácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium:
Este folheto é dirigido a você como Médium da Corrente. No momento que
você recebeu sua emanação, no seu primeiro dia como principiante você já se
tornou Médium do T emplo do Amanhecer.
A partir desse ponto, seu problema é desenvolver suas qualidades
Mediúnicas. Estas Instruções são para lhe ajudar de maneira prática e objetiva.
Elas lhe ensinarão como se movimentar no Vale e no T emplo, como usar seu
uniforme e como se adaptar no quotidiano da vida Mediúnica.
Naturalmente, seu desenvolvimento não vai depender de coisas escritas,
de leituras e aulas. Este trabalho apenas irá complementar as coisas que
você vê e ouve no decorrer de seu desenvolvimento.
Use-o como um livrinho de bolso, para você ler na condução ou nos seus
momentos de folga. Se houver mais alguma coisa que você ache que está
faltando, procure seu instrutor ou qualquer Mestre mais experiente. T emos
certeza que alguém irá lhe informar o que você pretende.
T emos à sua disposição 7 fascículos (Instruções Práticas para os Médiuns)
que deverão ser adquiridos de conformidade com as orientações dos Mestre
Instrutores, bem como os livretos de Pequenas Histórias e outras obras
publicadas sob os olhos da Clarividente Neiva, doutrinariamente destinadas a
somar valores essenciais ao seu melhor posicionamento. Os títulos são:

- O Vale do Amanhecer;
- Tia Neiva - Autobiograa Missionária;
- Série Pequenas Histórias (Fascículos 1 ao 7)
- Mensagens de Pai Seta Branca
- Luz do Amanhecer
- Hinos Mântricos e Preces

Lembre-se apenas que nossa Doutrina é dinâmica, isto é, as instruções


dos planos espirituais uem constantemente pelos emissários do Céu e, já existe
um mundo fantástico de conhecimentos registrados em “cartas” que aos poucos
você, caro médium, irá no transcorrer de sua jornada se familiarizando e
conquistando o direito de adquirir.
Não será por falta de informações que você irá “estacionar” sua
mediunidade.
Boa sorte!

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(em memória)

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 1

P refácio para o Leitor Estranho à Corrente

Caro leitor:
Este folheto é dirigido aos Médiuns do Vale do Amanhecer.
Embora não haja objeção que seja lido por outras pessoas, apenas
queremos lembrar que ele será mais bem assimilado por quem estiver
participando das atividades Mediúnicas do Vale.
Na verdade ele é apenas um registro das posições básicas do Vale do
Amanhecer mostrando suas nalidades posição técnica, doutrinária e mística.
É também verdade que nossos Médiuns não dependem de material escrito
para sua participação, uma vez que o conhecimento da Doutrina do Amanhecer é
adquirido mais pela Mediunidade que pelo intelecto.
Sem dúvida existe um aprendizado inicial, no qual entram os processos
imitativos e sensoriais. Mas, tão pronto o Médium se familiariza com o sistema ele
aperfeiçoa mais a percepção Mediúnica que a sensorial.
Por meio de "Mantras", "chaves", cantos, gestos, indumentárias, e
horários, tudo formando um conjunto ritualístico, se estabelece um intercâmbio
ectoplasmático entre o Médium e a Corrente. Isso muda seu teor uídico e o
impregna com as energias espirituais manipuladas no T emplo.
O resultado é o clareamento siológico que abre a percepção extra-
sensorial. O Médium passa a perceber as coisas de seu campo consencional que
antes não eram registradas pelo seu "eu".
Por esse processo ele se torna esclarecido sem artifícios, de acordo com
sua formação psíquica e sua cultura, sem falsas submissões à dogmatismos que
produzem dúvidas e angústias.
Só o mediunismo sem retoques ou superstições garante o respeito ao livre
arbítrio, e toma possível a modicação do individuo de dentro para fora, a única
mudança de comportamento que se faz sem criar dependência e que permite o
equilíbrio Individual.
Esse é o motivo básico pelo qual não se sujeita o Médium do Vale do
Amanhecer a leituras obrigatórias. Mas, uma vez aprendido o sistema do Vale,
nada há que se objete à leitura, que sempre pode acrescentar algo à
personalidade. Essa é a razão deste manual prático, que vamos colocando nas
mãos dos leitores em capítulos, para não se tornar cansativo.
Boa Sorte!

O Editor

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 1

F ascículo 1
1. Como você ingressou no desenvolvimento.

Antes de se tornar Médium do Vale do Amanhecer você era um simples


paciente, um cliente ou freqüentador.
Você consultou um Preto Velho ou Tia Neiva e lhe foi dito: "Meu lho, você
tem muita mediunidade, você precisa desenvolver".
Nessa altura, você está convencido de que a única maneira de endireitar
sua vida, sarar daquela doença ou afastar as diculdades, é se desenvolvendo.
Você então é encaminhado a um serviço especializado. A Ninfa
responsável lhe fez algumas perguntas, escreveu seu nome e seus dados em
uma folha Impressa e mandou que você começasse no domingo seguinte. Você
então voltou para sua casa com uma autorização para desenvolvimento".

2. Como você começou.

Se ingressou no Corpo Mediúnico pelos processos normais, você começou


assim: No domingo seguinte ao recebimento da autorização, se apresentou ao
T emplo as 10 horas da manhã e sentou-se junto com os outros candidatos. Várias
vezes deve ter ouvido a palavra "novato" e isso é o que você era.
Das 10 às 11 horas o Mestre responsável pela palestra explicou através
dos alto-falantes o que era a Corrente, quais as razões da Mediunidade, o que
poderia ser feito e o que não poderia ser feito. Nessa ocasião deve ter sido dito:
“Para ser Médium da Corrente Indiana, a pessoa não pode tomar Álcool,
nem uma gota, e isso não tem meio termo".
Você deve ter ouvido também que o Vale não faz campanha antialcoó1ica,
nem se importa que seus clientes bebam. O problema do álcool é colocado em
termos técnicos da mediunidade e do perigo que isso representa para o Médium.
Foi dito também:
"A razão básica pela qual as pessoas precisam se desenvolver é o seu
equilíbrio pessoal, a realização do programa feito pelo seu espírito, antes de vir
para este Planeta, antes de reencarnar". E também:
"A mediunidade é uma arma que Deus lhe deu para se defender.
Conforme o uso que você zer dela, você pode ferir a si mesmo. Por isso ela é
um espinho atravessado na carne".
Com essa explicação você então compreendeu que a mediunidade é um
fato natural e que todos os seres humanos a têm. Mas o que mais o
Impressionou, provavelmente, é de ter ouvido que espiritismo é doutrina da vida e
não da morte!
De fato é assim. A verdadeira religião é a vida de cada um, as obrigações,
as pessoas que o cercam, seus tos, seus pais, seus irmãos, seus companheiros
de prossão, seu vizinho no ônibus, enm, seu próximo e sua vida do dia a dia.
Da maneira que você se comportar a cada momento é que é sua religião. Se você
vive doente e desanimado, pobre, mal vestido, de mau-humor, cercado de
espíritos desencarnados de baixo padrão vibratório, que espécie de amor você
está dando ao "seu próximo", que "religião" é a sua?

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 1

Agora veja o outro lado da moeda: você se desenvolve, ou melhor,


desenvolve suas qualidades Mediúnicas amparado pelo Sistema Crístico, dentro
das normas que o Mestre Jesus preparou para este Planeta nestes 2000 anos.
Você aprende o valor da humildade, da tolerância e do amor ao próximo. Você
descobre que não é o pobre coitado que chegou ao T emplo pedindo socorro, mas
sim que tem uma vasta experiência de milhares de anos - você descobre o acervo
do seu próprio espírito!
A partir dai você começa a "vencer na vida", isto é, sua mente se torna
mais clara, suas decisões são mais seguras, suas dores são menos sofridas e
você começa a se realizar. Você agora pratica a religião da vida!
A partir daí as pessoas começam a gostar mais de você e a achar que
você é uma boa pessoa, começam a vibrar favoravelmente a você!
"Nós podemos avaliar nossa posição neste universo, a cada momento,
pelo balanço entre as vibrações positivas e as negativas que nos atingem".
Assinalando isso, você aprende a cultivar as vibrações favoráveis do seu
próximo - você aprende que é mais negócio fazer amigos do que inimigos!
Assimilando essas idéias, você começou a ser um Médium do Vale.

3. O começo do desenvolvimento

Depois da palestra, ainda no seu primeiro dia de desenvolvimento, você foi


submetido a um teste dentro de um processo especial e isso foi muito importante.
A partir desse trabalho, as "águas do rio de sua vida" passaram a correr em outro
canal – o canal mediúnico. Desse momento em diante começa sua abertura
chácrica – abertura dos "Chacras".
"Chacras" são pontos de captação e transmissão de força espiritual, que
existem na periferia do corpo, sob a pele, com ligação com seu perispírito.
Para você ter uma idéia aproximada do seu perispírito, imagine que você
seja circundado por uma na parede de plástico transparente e exível que forma
um oval. Ela é de matéria etérica e por isso não interfere com o seu mundo físico,
de forma perceptível pelos seus sentidos.
Nessa parede existem alguns pontos parecidos com tomadas de
eletricidade, dessas que a gente tem na parede de casa. Através deles você
recebe a energia do seu mundo espiritual e transmite os anseios de sua alma.
Bem em cima da sua cabeça existe o "Chacra" Coronário. Esse "Chacra"
alimenta a força do Doutrinador. Pouco acima do seu est6mago, ca situado o
"Chacra" Umbilical, na região do seu Plexo Solar. Esse "Chacra" é que
proporciona o desenvolvimento maior do Médium Apará. Além desses, existem
outros que têm funções diferentes. Votaremos a falar deles mais tarde.
Depois do trabalho de "inversão de corrente", feito nos Tronos, você foi
submetido a um teste de mediunidade. Depois disso você e nos camos sabendo
com que tipo de mediunidade seu espírito decidiu exercer esta missão na T erra.
Veja bem, não somos nós que "damos" a sua mediunidade. É você que já a traz
consigo, nós apenas vericamos.
Sua primeira manifestação Mediúnica é na presença do seu Mentor. O
Mentor é um espírito da esfera superior, um pai ou mãe espiritual que sempre
guiou os seus passos na T erra. Alguns o chamam de "anjo da guarda".
O teste mediúnico consiste exatamente na "chamada do Mentor". Se você
for Doutrinador, o Mentor concentra o contrato na sua cabeça, no seu "Chacra"

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coronário. Com isso você sente a cabeça um pouco mais quente, mas ca
completamente consciente. Se você for Apará (incorporação) a inuência é maior
no Plexo Solar, no "Chacra" umbilical. Nesse caso você perde um pouco a
consciência e sente a pressão na região do estômago.
A partir dai você se deniu: Doutrinador ou Apará.
No domingo seguinte você foi encaminhado a um Instrutor. Doutrinador ou
Apará, aqui estão as coisas fundamentais que você deverá saber:

4. Como agir nos primeiros dias de freqüência

Desde que completou seu primeiro dia de desenvolvimento, você deixou


de ser cliente para ser Médium. Embora você não perceba isso, com muita
nitidez, existe uma diferença muito grande entre um e outro, o visitante vem
unicamente para ser servido e, você agora se dispõe a se preparar para servir.

Por isso não convém que você continue freqüentando como cliente
passando pelos Setores de Trabalhos. Você só deve fazer isso se tiver um motivo
muito forte e assim mesmo mediante orientação. Desde o momento em que se
tornou Médium, tudo que você precisa deverá ser obtido pela sua Mediunidade e
não pela mediunidade dos outros.

5. Horários

Procure fazer o possível para não interromper a freqüência do


Desenvolvimento.
A sirene do T emplo é acionada faltando quinze minutos para as 10: 00 e
de preferência, procure logo se localizar no interior do mesmo, buscando com
naturalidade a sintonia com seus Mentores. Não se descuide, a palestra antes de
tudo uma preparação do ambiente...

6. A sirene do Templo

Depois que ela toca você tem sempre 15 minutos para se apresentar ou
para encerrar seu trabalho.

Código dos toques da sirene:

1 Toque (longo) - Encerramento do trabalho ocial e retiro.

2 T oques (médios) - Convocações para:

Reuniões -Trabalho Especial - Determinados trabalhos.

3 T oques (1 curto - 1 médio - 1 longo)

Intercâmbios do retiro e abertura do trabalho ocial.

4 T oques - Emergência - Reunido de todos que se acharem no vale. E


também, toques de meia em meia hora das 10:00 horas da manhã às 18:00
horas, no caso do desencarne de um Mestre.

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Obs: Determinado trabalho especial, situação de emergência e nos casos


de desencarne, antes de tocar a sirene, o Mestre deverá estar autorizado por um
dos Mestres Trinos Presidentes: Arakém, Sumanã, Ajarã.

7. O ritual básico

Use a expressão "Salve Deus"!

a) Sempre que cruzar com outro Médium, aqui ou fora do Vale;

b) Quando cruzar o portão do Vale entrando ou saindo:

c) Ao entrar ou sair do T emplo.

Entre no T emplo de preferência pelo lado esquerdo. Ao atravessar o portal


diga "Salve Deus!" e abra os braços de frente para a Pira. Faça o mesmo ao sair,
não importa quantas vezes você entrar ou sair.

Não converse a não ser o estritamente necessário, assim mesmo em voz


baixa. Procure sair pelo lado esquerdo. A circulação é melhor no sentido dos
ponteiros do relógio.

Sempre que você chegar ao T emplo, se prepare mentalmente. De


preferência ore um "Pai Nosso". Em seguida faça a sua preparação. Nesse caso
existem duas hipóteses: você chegou no horário de abertura ou chegou com os
trabalhos em andamento.

8. Ritual de abertura

A la é formada a partir dos Presidentes do trabalho que cam bem em


frente da presença divina (entre o sol e a lua) seguidos dos comandantes dos
demais setores trabalho.

As Médiuns ninfas (mulheres) cam à sua esquerda; os homens cam à


sua direita. Todos devem car com as mãos cruzadas atrás, a uma distância
mínima de 20 centímetros mais ou menos, entre um Médium e outro.

O Presidente dá o sinal (às 10 ou 15 horas em ponto) e todos começam a


cantar Maianti. O Presidente faz a sua preparação e a chave de abertura. Em
seguida, o segundo e o terceiro e dai por diante passa uma Médium Ninfa, depois
um homem e dai por diante, até o último.

Cada um que passa pela Pira faz a chave de preparação: "Senhor, Senhor,
faze a minha preparação, para que neste instante possa eu estar contigo", segue
depois para a frente da mesma e, abrindo os braços diz: "Meu Senhor e Meu
Deus". Segue depois para a base da mesa triangular e, abrindo os braços de
frente para a Pira repete: "Meu Senhor e Meu Deus".

Se você chegar com os trabalhos em andamento faça a mesma coisa,


porém sem precisar cantar Maianti.

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De qualquer forma, em conjunto ou só, quando você termina o Ritual de


Abertura, isso deve signicar que você já está mediunizado.

9. Mediunização

A mediunização é o fator básico e mais importante da vida do Médium, por


isso vamos nos alongar um pouco mais sobre isso neste folheto.

Para você entender bem a mediunização é preciso que você saiba algo
fundamental sobre você mesmo. Procure nos seguir com sua imaginação.

Um dia, na Eternidade, seu espírito foi criado por Deus. É como se Deus
fosse uma nuvem muito grande, uma dessas nuvens de chuva e seu espírito
fosse uma das gotas de chuva que caiu da Nuvem Deus. É lógico que essa gota
de água-chuva é feita da substância da Água-Nuvem-Deus.

Só que, uma gota de água é água, mas não é a água. Entendeu? A gota é
água, mas não é toda a água. A gota é um pouco de água individualizada.

Assim, a partir do momento que se destacou de Deus, seu espírito passou


a ser uma Individualidade, algo destacado, algo separado.

Como uma gota de chuva que cai sobre terra, seu espírito iniciou uma
trajetória, um caminho, um destino.

Agora pense quanta coisa pode acontecer com uma gota de água!
Ela pode se dissolver na terra, cair sobre uma planta e ser sugada por ela,
misturar-se com outras gotas e se tornar apenas água. Ela pode se sujar, se
colorir, ser mais transparente ou mais opaca, etc...

Depois ela pode virar vapor e subir de novo para a nuvem. Em seguida ela
pode descer de novo e tornar a subir. Mais ou menos assim é a vida do seu
espírito! T alvez você tenha mais imaginação e possa arranjar uma comparação
mais feliz. Mas cremos que você entendeu a idéia, não é verdade?

Pois bem, partamos agora para a idéia das encarnações.

Seu espírito está em alguma parte deste Universo e seu sonho é voltar
para Deus. Provavelmente ele estará em "alguma morada do Pai" como disse o
Mestre Jesus no seu Evangelho. Mas, desde o momento que você, ou melhor,
seu espírito partiu de Deus, ele se arranhou, empoeirou, sujou e se poluiu. Para
voltar para Deus ele terá que se puricar de novo, car transparente, límpido
como a gota d'água em seu estado inicial.

Deus, então, na sua innita misericórdia, estabeleceu um sistema, uma


maneira de os espíritos se puricarem: ele inventou a Humanidade, criou dentre
outras coisas, o ser humano.

Nesse caso, o que é um Ser Humano, o que é um Homem?

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A resposta é óbvia: um Ser Humano é um espírito a caminho, um espírito


que ganhou uma oportunidade de se preparar para voltar a Deus que o criou e,
nessa trajetória, passa algum tempo na Terra.

Para esse m o espírito se equipou com um corpo e, para operar esse


corpo ele utiliza uma alma. Assim como um motorista que adquire um carro e o
enche de gasolina. O motorista é o espírito, a gasolina é a alma e o carro é o
corpo. De acordo com o estado que esse espírito iniciou suas viagens ao Planeta,
ou melhor, pelo Planeta, tantas e de tais qualidades são suas encarnações.

Como não bastou uma, ele teve várias e é por isso que se costuma dizer
que uma pessoa é um espírito reencarnado. Assim como cada ano ou cada época
a gente pode ter um carro diferente, cada encarnação a gente forma uma nova
personalidade.

10. Personalidade e individualidade

Nessa altura meu caro Médium principiante, você tem duas coisas
diferentes para entender, que você é basicamente: a individualidade do seu
espírito e a sua personalidade atual. Naturalmente você já percebeu que a sua
individualidade é coisa antiga, tão antiga que você nem sabe quando ela começou
a existir. Mas a sua personalidade é recente, pois tem exatamente sua idade!

Sobre a sua personalidade você sabe quase tudo. Você sabe do que gosta
e do que não gosta. Na verdade você tem até mesmo certa admiração por você
mesmo! Pode até acontecer de você ter mágoa de não ser bonito, mais charmoso
ou mais alto...

Normalmente você vive tão preocupado com sua personalidade que


raramente você percebe sua individualidade. Entretanto, seu espírito tem a
experiência de muitas encarnações, de experiências vividas durante milhares de
anos. Ele tem a experiência acumulada de 20 ou mais personalidades diferentes
que você já foi! Só que você não se lembra disso, não tem preocupação de
pensar no seu próprio espírito, e isso não é realmente muito premente, até que o
seu "carro" atual comece a ratear a as coisas comecem a ir mal. É nesse ponto
que você veio parar no Vale do Amanhecer e acabou se tornando um Médium do
Vale. E como o Vale existe justamente para reavivar sua memória espiritual, a
principal coisa que ele vai lhe ensinar é a retomada de contato com seu próprio
espírito. Isso será feito pelo mecanismo da mediunização.

Ao chegar ao Vale pela primeira vez você estava dessintonizado, isto é,


sem sintonia com seu mundo espiritual, meio perdido no caminho da vida.

Desde o começo, você recebeu um principio doutrinário, algo em que se


basear e também conar. Recebeu também um "reajuste" de sua organização
psíquica, um "reaperto" na sua tônica magnética. Isso que o povo chama de
"descarga", "limpeza", etc.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


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11. Mantras, Chacras e Plexos

Agora você tem um "Mantra" ou seja, um conjunto de gestos, sons e


atitudes que lhe permitem começar a se ligar com seu mundo espiritual. Você
canta "Maianti" e, ao fazer isso, você libera seu "Fluido" ou "Ectoplasma". Ele vai
saindo de sua boca como se fosse uma nuvem invisível e essa fumacinha vai se
juntando ao Ectoplasma dos outros Médiuns e ao que já existe no T emplo.

Ao mesmo tempo sua "aura" vai cando mais clara e a "parede" do seu
perispírito se torna mais límpida, mais transparente. Seus "Chacras" começam a
acordar e você vai recebendo de volta a mesma quantidade de uido que você
está emitindo. Só que o uido que volta é mais sutil, cheio de vibrações positivas.

Ele atravessa seus "Chacras" e se comunica com seus Plexos nervosos.


(Plexos são feixes de nervos, lugares onde os nervos se cruzam).

O maior "Plexo" ca situado na região do estômago, entre este e o peito.


Nele você recebe e emite a maior carga de Ectoplasma e é por isso que os
Mestres recomendam que você ande com as mãos cruzadas as costas. Com isso
você expõe mais o Plexo Solar, esse que ca acima do estômago. Outra parte do
Ectoplasma, que está sendo recebido, penetra pelo alto da cabeça, pelo "Chacra"
coronário. Na verdade isso pode acontecer com todos seus "Chacras" e, por
conseguinte, com todos seus "Plexos".

Aos poucos, você sente o resultado dessa complexa operação Mediúnica,


e você começa a se sentir diferente. Sua mente clareia, você percebe em si
mesmo uma excitação tranqüila, uma energia nova, uma certa leveza, uma
espécie de alegria.

Na verdade, o que você sente é difícil de ser reproduzido aqui, uma vez
que a experiência é só sua, de acordo com você mesmo e com mais ninguém.

Essa é a experiência do principio da comunicação de seu espírito com


você mesmo!

Daqui por diante você a cada dia você aperfeiçoa mais sua capacidade de
mediunização. Com o tempo e a repetição ela se torna automática, rápida.

A partir da mediunização, você tem pouca coisa a se preocupar, em


termos de trabalho mediúnico. Você estando mediunizado os Mentores e os
Guias executam o trabalho por seu intermédio e vão lhe creditando os "bônus
horas", isto é, os créditos espirituais que vão saldar suas "dividas" desta ou de
outras encarnações.

12. O uniforme

As peças do seu uniforme, sua ta, sua carteira de Médium, seu chaveiro,
sua estrela de carro, ou qualquer outro objeto que você use na sua qualidade de
Médium do Vale merecem sempre cuidados especiais, pois são objetos que cam
impregnados de sua emanação.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


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Emanação é o toque pessoal do Médium.


Com o uso, os objetos vão cando impregnados com os resíduos do seu
uido e formam com isso uma identidade espiritual. Por isso, eles não devem ser
usados por outra pessoa, nem convém que os outros os toquem. Pela emanação
de seus objetos mediúnicos os mentores sintonizam mais facilmente com sua
onda pessoal.

Mas, a mais importante função do seu uniforme é a obtenção de vibrações


favoráveis dos outros. Repare na diferença: quando você está com sua roupa
comum, as pessoas vibram na sua personalidade, no cidadão que você é, na sua
maneira simpática ou não de se vestir. Porém, quando você está de uniforme, as
vibrações em torno de você se modicam muito. Você está representando a
esperança de cura ou de solução dos problemas das pessoas, você é Vale do
Amanhecer.
Por isso o seu uniforme deve ser o mais igual possível dos outros. Se você
der a ele características muito pessoais, você recebe mais carga vibratória do que
os outros. Isso tanto pode acontecer por seu uniforme estar "mais bonito" como
por estar mais feio".

Sabedor disso, você deve evitar enfeites, pregas, laços e outros


"acréscimos". T ambém deve evitar manchas, engruvinhados por falta de ferro de
passar, rasgões, etc. Seja elegante sem ser exagerado. Especialmente se você é
Médium mulher.

13. A voz

A voz humana tem uma importante função na trajetória do espírito na


T erra. Mas ela é mais importante, ainda na sua função mediúnica. Quando você
estiver no T emplo procure sempre controlar sua voz. Evite gritar ou falar em voz
alta. O Ectoplasma do T emplo é altamente condutor de som e qualquer
estridência ou dissonância altera toda a composição do ambiente.

Por outro lado o T emplo recebe continuadamente vibrações negativas,


cargas magnéticas e outras emanações dos espíritos tratados. Se sua voz é
estridente ou dissonante pode atrair para você muitas dessas cargas.

14. O gesto

Seu porte, seu olhar e a movimentação de seus braços determinam o


melhor ou pior aproveitamento do seu trabalho no T emplo. Eles formam sua
aparência e também são os índices de sua mediunização.

Um Médium que conversa animadamente, gesticulando com os braços


lançando olhares maliciosos ou rindo gostosamente, dicilmente pode estar
mediunizado. Em vez de estar sintonizado com a tônica do T emplo ele se
sintoniza com os outros cidadãos e o resultado é negativo... para ele.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


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15. Amigos e inimigos

Você vai encontrar muita gente no Vale. A maioria você não conhece, mas
sempre encontrará alguns que conhece. Pode até encontrar alguns amigos e
alguns inimigos. Ou pode acontecer de você antipatizar com alguns ou simpatizar
com outros. Bem, isso acontece em qualquer outro lugar da vida, não é verdade?
Então qual é a diferença?

A diferença é que no Vale do Amanhecer só existem dois tipos de


pessoas: Médiuns e Clientes! O Vale só reconhece duas qualidades: a
mediunidade ou a necessidade.

Sabedor disso você terá que se educar para agir de acordo. T anto o
desenvolvimento mediúnico como a busca de lenitivo para a dor são feitos no
Vale como a última esperança da pessoa. Logo, a probabilidade e que as que
chegam ao Vale talvez não sejam as melhores pessoas, os mais "bonzinhos" da
comunidade. Mas, seja pela mediunidade do Médium ou o Médium pela sua
mediunidade todos estão procurando conscientes ou não se integrar na sua
individualidade, no seu mundo espiritual e é isso que as tornam diferentes!

A Doutrina que você está recebendo é de amor, tolerância e humildade e


essas são as únicas coisas que as pessoas estão esperando de você. Não tente
ser amigo nem admita ser inimigo de ninguém no recinto do Vale. Seja apenas o
Médium e evite ser o cidadão. O Médium não faz negócios, não namora, não
discute futebol, nem pede dinheiro emprestado. Isso quem faz é o cidadão. E
você só é cidadão depois que atravessou o portão do Vale e entrou na estrada.
Quando você atravessou o portão para entrar, você deixou o cidadão lá fora e se
tornou o Médium.

16. Tia Neiva

A Clarividente Neiva era uma pessoa única e original. Ela era mãe, irmã, o
consolo, a esperança e a segurança de todos nós do Vale, Médiuns ou Clientes.
Mas era também uma simples criatura humana.

Tudo que aqui existe veio por seu intermédio. Ela trouxe a Doutrina, a
técnica, o ritual e a presença dos Planos Superiores, colocando tudo isso ao
nosso alcance. Partiu no dia 15 de novembro de 1985, nos deixando como
herança, um sistema técnico-doutrinário, singular, todo direcionado no sentido de
somar - nunca dividir. Se você tem na sua família ou no trabalho pessoas de
outras religiões, respeite-as em suas posições doutrinárias, evitando discussões
desnecessárias. Seja natural e não se afaste das metas racionais.

17. Relações Com os Mestres

Nós somos "Mestres ensinando Mestres" e portanto estamos ensinando e


aprendendo ao mesmo tempo. Mas o termo "Mestre" é muito respeitado na
Espiritualidade e não é aplicado no Vale no sentido comum da palavra.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 1

O Mestre não é o professor que ensina a lição e que aplica a palmatória no


aluno. Ele é o Médium que evoluiu dentro da Doutrina do Amanhecer e vive sua
vida mediúnica com amor e assiduidade. Não é também o mais culto ou o mais
sabido, mas sim, o mais sábio.

Geralmente é o Médium mais humilde, mais simples, mais compreensivo,


mais tolerante e que assimilou o sentido profundo de que "a dor do próximo é
sempre maior do que a sua...". O Mestre do Vale é aquele que "se alguém lhe
pedir que caminhe com ele um quilômetro ele caminhará dois: se alguém chorar,
ele chorará com ele e, se alguém rir ele rirá com ele...". O Mestre é o que segue
os preceitos do Cristo Jesus.

A verdade é que os amigos nos ensinam muito pouco. A gente aprende


melhor com os que nos atacam, nos agridem e nos magoam. Só eles nos dão a
oportunidade de exercer as coisas que o Mestre dos Mestres, Jesus, nos deixou:
a lição do amor, da tolerância e da humildade...

18. Seus dias de freqüência

O T emplo do Amanhecer e a Estrela Candente Funcionam todos os dias.


Cada dia é uma batalha diferente e é difícil no Vale, um dia igual ao outro.
Procure estar atento às recomendações dos Instrutores quanto à participação da
Estrela Aspirante, Retiro (após emplacado) e aos Setores de Trabalhos ao qual
sua participação é permitida enquanto nessa condição.

19. Retiro Normal

O Retiro é a instituição básica da Corrente Indiana do Espaço. Eles


começaram desde a fundação da UESB (União Espiritualista Seta Branca) na
Serra do Ouro em 1959.

Habitualmente ele funciona assim:

09:45 horas - Sirene (um toque curto, um breve e um longo). Os Médiuns


têm 15 minutos para se apresentarem uniformizados na la de preparação da
Pira;

10: 00 horas. - Começa o Ritual de abertura, a saber:

- Maianti

- Organização da Mesa de Doutrina.

O Presidente abre o Trabalho do dia. Lê o Evangelho, faz ou não um


comentário, delineia a tarefa do dia e entrega a Mesa ao que vai presidir a
passagem.

Passagem de Sofredores - Esta dura aproximadamente 15 minutos. Em


seguida, atende-se o eventual público presente, com a Linha de Passes.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 1

12:00 horas Almoço (um Recepcionista ca de guarda).

15:00 horas - Repete-se a cerimônia das 10:00 horas, com abertura,


leitura, passagem e depois da Mesa todos os Setores de atendimento passam a
funcionar.

O Retiro tem o seu encerramento aproximadamente as 22:00 horas, na


dependência, entretanto de possível evento a ser marcado pelos Trinos,
encerrando um pouco antes, também, quando é dia de Angical e Sessão Branca.

20. Horários dos Retiros

O Retiro do Médium é considerado na Espiritualidade, a partir do momento


em que ele sai de sua casa em direção ao Templo. Se houver atraso por motivos
alheios à sua vontade, seus "bônus horas" estão garantidos. Se o atraso é por
negligência ou distração, o que acontece é que ele apenas "não está em Retiro",
isto é, ele trabalha, mas não faz jus aos bônus horas. O Retiro começa as 10:00
horas e termina - mais ou menos - as 22:00 horas.

O mesmo acontece quando o Médium abandona o Retiro antes do


fechamento. A não ser que isso aconteça por motivos de força maior, o Médium
não fez Retiro.

Em casos de impossibilidade total, com motivos que justiquem


plenamente, o Médium pode fazer um Retiro parcial. Nesse caso ele começa às
10:00 horas e fecha depois da passagem das 15:00 horas. Ou então ele abre
antes da passagem das 15 horas e fecha no término normal. "Pedaços" de Retiro,
não tem valor como Retiro. E lógico que qualquer Médium pode chegar ao
T emplo e participar dos trabalhos que estejam se realizando. Mas isso não é
Retiro, e o Médium tem que tomar certas cautelas para não sair do Templo com
"cargas".

O Médium em Retiro só deve se afastar do Templo na hora das refeições -


desde que que uma guarda no T emplo, ou em caso de outras necessidades por
curto espaço de tempo. Alguma ressalva pode ser feita aos Médiuns que residem
no Vale, assim mesmo em termos restritos.

21. Bônus horas

São o resultado do Retiro em termos de méritos espirituais. Com esse


"ganho", os Mentores do Médium "acertam" a vida dele libertam seus cobradores
e atendem seus pedidos.

22. Atitude básica

O Médium em Retiro deve manter uma atitude atenta à sua vida espiritual.
Ele faz o seu Retiro para evoluir e se libertar de seus "carmas". Por esse motivo
ele deve fazer o Retiro com o máximo de elevação mental. Mas, mesmo que ele
esteja deprimido, irado ou revoltado ele deve fazer o Retiro. Nesse caso, devido

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 1

ao esforço de autodomínio que ele faz, pode não ganhar "bônus horas" mas
ganha evolução.

O ideal seria todos os Médiuns fazerem um Retiro desses por mês.

23. Seus gastos no Vale

O Médium do Vale do Amanhecer "paga" para trabalhar, isto é, todas as


despesas para sua freqüência são inteiramente suas. Você terá que fazer seu
uniforme, comprar sua ta, sua carteira de Médium, suas vestimentas Iniciáticas e
todos os objetos que você precisar para o trabalho.

Pode acontecer também de você ser convidado a participar das despesas


com o orfanato, manutenção do T emplo, porém sem obrigatoriedade.

Fora dos seus objetos pessoais sua colaboração é inteiramente voluntária.


O que o T emplo exige de você é a sua mediunidade, seu Ectoplasma, seu desejo
de servir, o dinheiro é secundário, é o menos importante.

Se você for uma pessoa abonada e tiver uma situação nanceira


equilibrada, procure ajudar. O Vale sempre está precisando de alguma coisa
sempre existe um débito a pagar, comida a comprar e contas de luz a serem
pagas. É lógico que isso tudo tem que sair de algum lugar. O que falta tem que
sair do corpo mediúnico. Mas, se você der alguma coisa, fale o menos possível no
assunto... E saiba que jamais podemos aceitar tostão algum de um cliente ou
pessoa estranha ao corpo mediúnico.

Você como Médium não pode pedir nada em nome do Vale, nem aceitar
coisa alguma.

24. Seus "Mantras"

"Chaves" são composições de palavras que ao serem pronunciadas e, às


vezes, até mesmo mentalizadas produzem determinados efeitos. Elas são os
"Mantras". Num folheto separado estão impressos todos os Mantras que você irá
precisar para seu trabalho no T emplo. O mesmo acontece com a única oração
que usamos padronizada que é o Pai Nosso, assim mesmo adaptado à nossa
linha.

O importante com relação aos Mantras é que os mesmos devem ser


usados nas ocasiões apropriadas e sem acréscimos. Por exemplo: quando você
faz sua preparação: "Senhor, Senhor, faze a minha preparação para que neste
instante possa eu estar contigo" os únicos dois Mantras usados são: "Meu Senhor
e meu Deus". Qualquer coisa a mais que você diga em nada vai melhorar o
Mantra. Quando a gente vai abrir uma porta coloca apenas a chave na fechadura,
não adianta colocar outras coisas junto com a chave.

T ambém os hinos cantados nos T emplos são composições Mântricas. Eles


são recebidos pela Clarividência de Tia Neiva e adaptados às nossas condições

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 1

de trabalho. Existe um livreto onde você os encontrará a todos, bem como os


momentos apropriados em que deverá cantá-los.

As funções dos hinos são: harmonizar o ambiente e ajudar o Médium


liberar o Ectoplasma.

Você absorve as coisas da Doutrina do Amanhecer em três estágios: você


apreende, você compreende e por m você assimila. Algumas coisas, das que
foram ditas até o momento, estão numa dessas fases outras estão em outra, isso
não importa muito. Cada Médium tem sua própria maneira de se desenvolver.

O importante é que você nesta altura já tenha condições de começar a


segunda fase do seu desenvolvimento. Neste ponto, o Apará e o Doutrinador
tomam caminhos ligeiramente diferentes, embora paralelos.

25. O Cartão

Traga-o sempre, pois é nele que os Mestres Instrutores assinarão o


acompanhamento de sua jornada.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

P refácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium:
Nesta altura você já deve ter lido o Fascículo 1 e ter ultrapassado a faixa
dos 80 dias de desenvolvimento.
Você agora sabe as coisas básicas que irão lhe permitir a integração
mais aprofundada no Corpo Mediúnico.
Naturalmente você esta usando seu uniforme e sabe qual é o seu
Mentor. Pode até acontecer de você já ter sido identificado e “emplacado”, isto
é, você estar credenciado para o atendimento ao público.
Agora é o momento oportuno para chamar sua atenção para o ponto
crucial de sua vida mediúnica: daqui para a frente você será apenas um
Médium de rotina ou irá se tornar um missionário – um Médium realmente
integrado na dinâmica da Doutrina do Amanhecer: a escolha será apenas sua.
A partir de agora é que você irá saber o que é a sua mediunidade e o
que é realmente esta Doutrina.
Quanto ao leigo que estiver lendo, nossa palavra é a mesma do primeiro
Fascículo: a missão espiritual não se desenvolve mediante um simples exercício
intelectual; é preciso que haja um instrutor, um Mestre e a constante
oportunidade do teste e da experiência.

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(Em memória)

F ascículo 2
1. O fenômeno da incorporação

Desde o primeiro momento de seu teste, você sentiu a influência de seu


Mentor na região do estômago. Ao mesmo tempo você perdeu um pouco a
consciência e sentiu como se ele tomasse conta do seu corpo. Você ouviu sua
voz “dentro de sua cabeça” e começou a emitir sons. Isso aconteceu durante a
verificação no seu primeiro domingo. O fenômeno foi mais ou menos o mesmo
com os outros novatos. Com estes outros sintomas, os Mestres responsáveis
por esse trabalho se certificaram que você é Apara. Agora você está no seu
segundo domingo e vai começar a incorporar.
Você foi indicado a um Instrutor e se junta ao seu grupo. Antes porem,
você ouviu a explanação do Mestre responsável pela palestra e começou a se
mediunizar. Terminada a explanação, você se senta junto com os outros
novatos e o Instrutor, depois de uma breve explicação, faz a “ Chamada do

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

Mentor”, isto é, ele “magnetiza” cada um dos candidatos, manda que fechem os
olhos e pensem no Mentor como cada um o imagina.
Nesse ponto o fenômeno do seu primeiro dia se repete com mais nitidez.
Desde então, podem acontecer algumas alternativas, cada uma delas de acordo
com sua personalidade, sua idade, seus preconceitos religiosos, seu estado de
saúde, etc. quaisquer que sejam suas manifestações, o Instrutor está em
condições de guiar sua incorporação.
É importante que você não se preocupe muito com os detalhes técnicos
e ofereça certa passividade. Deixe que o Instrutor se incuba do seu problema.
Também não se preocupe se sua manifestação não for muito nítida. Cada
Médium tem seu tempo próprio e alguns levam algum tempo ate incorporarem
completamente. Também não adianta explicarmos coisas a respeito, agora. Só
a prática o fará entender, compreender e finalmente assimilar.
Você irá repetindo a incorporação do seu Mentor até ter pleno controle
sobre o fenômeno. Depois disso você começa a incorporar outras entidades:
são os seus “Guias”, ou seja, espíritos do Plano Superior que irão exercer sua
missão por seu intermédio. Eles se apresentam em três roupagens: Pretos
Velhos, Caboclos e Médicos. Mais adiante você encontrará explicações
detalhadas sobre essas figuras.

02. Incorporação de Sofredores

Nos seus primeiros estágios de desenvolvimento, os Sofredores que


porventura o acompanhavam são absorvidos pelos outros Médiuns com o
auxílio do seu Mentor. Agora porem, você já está em condições de dar
passagem a eles. O desenvolvimento agora exige um p ouço mais do seu
tempo. Em vez de ir para casa, ao fim do primeiro período de instrução do
domingo, você terá que retornar ao Templo depois do almoço. Sob a orientação
do seu Instrutor, você irá dar passagem aos Sofredores.
Nesse caso, a incorporação é um pouco diferente da do Mentor e só com
a experiência você irá saber qual a diferença. O que é importante que você
saiba é que essa incorporação é tão importante quanto a do Mentor.
Isso porque o Sofredor absorve seus fluidos mais pesados e com isso
seu organismo físico e seu psiquismo se equilibram. Na verdade, Médium algum
de incorporação sobrevive se não incorporar Sofredores, pelo menos de vez em
quando.

03. Como participar da Mesa de Doutrina

Você agora já domina sua incorporação e sabe quando está com um


Mentor ou com um Sofredor. Também já começou a se habituar com a
presença do Doutrinador e aprendeu a confiar nele. Agora você já pode
participar da incorporação coletiva da Mesa de Sofredores. Até então o controle
de sua incorporação ficava mais por conta do Instrutor ou do Doutrinador.
Na Mesa de Doutrina, o controle é mais seu, você está mais entregue a
si mesmo. O fato de você poder participar de uma Mesa, significa que você já
está em condições de entender certas coisas inerentes a sua mediunidade de
Apara. Procure então compreender e assimilar o seguinte:

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

04. Consciência e Semiconsciência

Todo Médium de incorporação é consciente. É muito raro, quase não


existe o Médium inconsciente. No Templo do Amanhecer, nós só conhecemos o
caso da Tia Neiva, que é inconsciente por causa da sua Clarividência.
Se você absorveu isso que dissemos acima, você irá evitar os trechos
perigosos no caminho da mediunidade. Sabedor disso, você tem consciência
que é responsável pelos seus atos mediúnicos e que seu corpo lhe pertence.
Nenhum espírito seja Sofredor ou de Luz tem o direito de usar o seu
corpo a não ser que você permita. E, por isso, para garantir a idoneidade do
seu trabalho, para lhe fazer sentir a responsabilidade que ele envolve, é que
existe o mecanismo de percepção do que acontece durante o fenômeno da
incorporação.
Sabemos que isso irá lhe preocupar muito, e por isso queremos lhe
garantir que a coisa é mais simples do que parece. Com o tempo e a
experiência você irá adquirindo uma espécie de discrição que muito se
assemelhará à inconsciência. É mais ou menos como numa sala de espera de
dentista. A sala é pequena e várias pessoas conversam. A gente houve, mas
não escura, entendeu?
Existe uma certa diferença entre as manifestações dos Espíritos
Sofredores e as nossas. Você deverá entender quando está dando sinais do seu
estado de espírito ou do estado do espírito que está incorporado.
Se você entender essa sutil diferença você estará em condições de sltar
mais Ectoplasma fazendo menos ruídos e gestos.

05. Como participar dos Tronos

Agora que você se sente segura, incorporando Sofredores na Mesa de


Doutrina, recebendo seu Mentor e seus Guias, você vai aprender a trabalhar
nos Tronos. O problema que se apresenta agora é de você receber seu Preto
Velho ou seu Caboclo, deixar que ele puxe um Sofredor e tornar a receber o
Guia. Quando você estiver bem treinado nessas incorporações alternadas, você
entrará no terreno das comunicações.
Esse é o momento solene, quando o seu Guia Principal se identifica, isto
é, ele dá o nome que irá usar na sua missão por seu intermédio. A partir desse
ponto, seu desenvolvimento se resumirá na prática e assiduidade. Quando você
se sentir seguro, peca a assinatura do Mestre dos Tronos no seu cartão e você
será um Médium pronto para ser “emplacado”. Eis algumas coisas que você
agora deverá saber para seu próprio sossego:
O Apará nunca deve incorporar sozinho. O ideal é ter um Doutrinador
“próprio”, isto é, um marido, um irmão, um vizinho. Se ele não existir, o Apara
deverá ter cuidados redobrados com sua mediunidade.
Ele deve aprender a assimilar a mensagem do Guia. Ele “ouve” a palavra
“dentro” da sua cabeça e transmite sem interferir. Nesse sentido, ele fica
“atento” ao que está se passando. Se porventura um obsessor sabido entrar no
circuito, o Apará se recusará a transmitir a mensagem.
Você deve sempre fazer um voto em ser um aparelho de transmissão do
Guia e não do seu subconsciente. Haverá muitas ocasiões em que o Apará

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

gostaria de dizer uma coisa ou duas para o cliente. Mas n ao o fará porque
prometeu “ser instrumento da paz de Jesus”... E por isso deixa o assunto por
conta do Preto Velho.

06. Como participar da Sala de Cura

Neste item, se o leitor é um Mestre Instrutor buscando subsídio, deverá


se orientar pelo Livro “Leis e Chaves Ritualísticas” quando tiver que falar sobre
o Sanday de Cura, ou pelo “Orientação Suplementar ao Livro de Leis e Chaves
Ritualísticas” quando no Templo for a Cura Evangélica.
A incorporação na Sala de Cura difere dos Tronos apenas na forma.
O Guia que incorpora é o “Médico”, isto é, um Guia especializado na
Cura Espiritual. Nesse caso a conversa é quase nula e o problema é mais de
liberação de Ectoplasma e controle da posição de incorporação. A única coisa
que o Apará tem que se precaver, quando trabalha na Sala de Cura é com suas
próprias superstições. O Guia “Médico” não receita, não faz diagnósticos e
quase não toca no corpo do paciente.
Como o Apará ouve tudo que se passa ele precisa estar sempre
prevenido para não recomendar “aquele santo remédio que sua avó usava” ou
querer apalpar a barriga do paciente...

7. Como participar da Junção

Observamos que o Médium Doutrinador participa da Junção, após


Iniciado; no Aledá (comando e balizas) somente após a conclusão da Centúria,
dispondo da Emissão...
A função do Apará no trabalho de Junção é bem mais simples que os
outros trabalhos. Ele recebe o seu Guia-Médico e apenas fica controlando o
Ectoplasma para que não se misture. A Junção é Cura Iniciática feita com fluido
de Doutrinadores.

08. Como participar da Indução

Tanto o Doutrinador quanto o Apará, só poderá participar da Corrente


Magnética, após a Iniciação Dharman-Oxinto e, no Aledá (comando e balizas)
somente após a Centúria, dispondo da Emissão...
O trabalho de Indução é apenas de absorção de cargas negativas e não
de espíritos. O Apará na indução deve apenas segurar com firmeza a mão do
Doutrinador e deixar que as cargas passem através dele. Você deve se lembrar
que cargas não falam e não gritam.

09. Quando se considerar desenvolvido

Só agora nós explicamos alguns detalhes essenciais da mediunidade de


incorporação e é lógico que não dissemos tudo. Isso não nos preocupa muito
porque você estará sempre acompanhado no seu trabalho por um Doutrinador.
A ele teremos que ser mais explícitos. Mas pelo menos o essencial você agora
sabe. Faça um exame de consciência e veja se:

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

Incorpora um Sofredor sem fazer muito alarde, sem palavras


inconvenientes e sem cair em posições desagradáveis;
Incorpora e sabe distinguir seu Preto Velho, seu Caboclo e seu Médico.
Assimila uma mensagem e a transmite sem sua interferência pessoal;
É suficientemente humilde para trabalhar sempre que for chamado, sem
escolher muito o lugar, o companheiro ou a hora. Isso, bem entendido, no
Templo...
Após “Emplacado” você já pode se considerar um Médium apto para o
trabalho, um Médium desenvolvido; embora esse termo seja muito elástico: o
Médium nunca para de se desenvolver...

10. Quando se Iniciar

No transcorrer do Desenvolvimento você foi simetricamente orientado


inclusive às obras próprias para leitura. Agora tem acesso às aulas de Iniciação.
Esperamos que tenha tido oportunidade de ter participado ao menos de um
Retiro Completo e, no mínimo uma Estrela Aspirante.
Você só deve procurar se iniciar se já conseguiu estabelecer um
relacionamento seguro com o Templo. Você pode estar bem desenvolvido, mas
não se dispor a prestar serviços regulares. Se você não tiver motivo
suficientemente forte para não prestar serviço regular no Templo procure
resolver isso antes de se Iniciar.

11. O Fenômeno do Doutrinador

O corpo e a alma humana funcionam mediante um emaranhado de


“fios” chamado “Sistema Nervoso”, algo parecido com o sistema elétrico de um
automóvel. Tanto no carro como no corpo humano o “Sistema” se divide em
duas partes: uma automática e outra que depende da vontade.
A gente liga o carro e a bateria fornece a energia que vai até o dínamo.
Daí ela segue à bobina, da bobina ela vai para o distribuidor e etc. tudo isso é
automático e a gente nem se lembra que está funcionando a não ser que dê
algum defeito.
Já o farol, a buzina, o limpador de pára-brisas, o rádio e outros
apetrechos do carro só ligam se você quiser. Escurece e os faróis permanecem
apagados, a menos que você os ligue – depende de sua vontade. Em última
análise, é você quem dirige tudo, você é o motorista do carro. Mas depois que
você ligou e deu a partida, o sistema automático funciona sem que você tenha
conhecimento dos detalhes. Se você aperta mais o acelerador a bobina fornece
mais energia e assim por diante.
O mesmo acontece com o nosso sistema nervoso. Seu estomago, seus
rins, parte dos seus músculos e um bocado de outras coisas funcionam sem
que você sequer se lembre. Por exemplo, o seu coração bate o tempo todo sem
que você precise empurrar e assim funciona o resto.
Mas, se você quiser falar, usar suas mãos, seus olhos ou pensar num
assunto determinado, você depende de sua vontade relativa, entendeu?
Parte do seu “funcionamento” é automático e parte depende de querer
ou não “funcionar”, isto é, do seu querer. Pois bem, esse “sistema”, dividido em

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

dois, chama-se “sistema nervoso central” ou “ativo” – que é comandado


relativamente pela vontade – e “sistema nervoso neurovegetativo” ou
“passivo”.
Para nosso uso, em termos de mediunidade, vamos guardar na memória
apenas essas duas palavras: “ativo” e “passivo”. O primeiro comanda a
mediunidade consciente, vigilante, racional. O segundo comanda a mediunidade
passiva, orgânica e anímica.
Sintetizando: num tipo de mediunidade, que funciona com base física no
sistema nervoso ativo, a vontade e a consciência predominam. No outro tipo,
baseado no sistema nervoso passivo, a vontade e a consciência atuam menos.
É lógico que esses limites não são absolutos, mas são suficientemente claros
para se distinguir uma coisa da outra.
As mediunidades que estão sendo referidas são a de Doutrinador e a do
Apará.
A mediunidade do Apará é conhecida e tão antiga quanto a
Humanidade. Sempre existiram os Médiuns que recebem espíritos, dão
comunicações, fazem profecias, entram em transe, ou seja, estados de meia
consciência, isto é, saem do estado de normalidade psicofísica.
Porem, a mediunidade do Doutrinador não existia antes da missão de
nossa Clarividente. Ninguém jamais se lembrou, ou foi considerado possível,
que pudesse existir um transe mediúnico com base na consciência plena, no
sistema nervoso ativo. A figura do Doutrinador foi criada em nossa Corrente,
em Brasília, em 1959.
Até então, o conceito habitual é que “mediunidade” era somente a que
se manifestava no fenômeno do Apará. Com isso criou-se também o hábito de
dizer “Fulano é Médium” ou “eu não tenho mediunidade, mas minha mulher
tem muita”...
Conclui-se daí que o fenômeno mediúnico até agora não tinha um
controle, dependia da sorte ou dos azares dos Aparas. Hoje, com a existência
comprovada do Doutrinador, pode -se estabelecer uma base científica do
Mediunismo. O Doutrinador tem a capacidade de provocar, controlar e
modificar o fenômeno mediúnico, com isso colocando-o no processo científico.

12. A missão do Doutrinador

Você está lembrado que no item sobre a “mediunização” nós falamos da


diferença entre “alma” e “espírito”. Você já viu também que no escudo dos
Doutrinadores Iniciados existe um sinal de ÷. Pois bem, meu caro principiante,
essa é a característica fundamental do Doutrinador; a capacidade de separar
objetivamento os planos vibracionais, saber distinguir o que é da Terra e o que
é do Céu.
Não sabemos porque, ser o cunho característico da Civilização atual,
essa confusão entre dois campos vibracionais tão diferentes – o plano
transitório da alma e o do espírito transcendente. Uma alma é “fabricada” a
cada encarnação da mesma forma que o corpo; o espírito “sempre” existiu, é
sempre o mesmo. Cada um deles, a alma e o espírito, se manifestam em nosso
campo consciencional de formas totalmente diferentes, impossíveis de serem
confundidos.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

Para que você não pense que estamos falando de “teorias”, faça agora
mesmo a experiência; onde quer que você se ache. Tome como teste o assunto
que está presente na sua cabeça neste instante, de preferência a parte desse
mesmo assunto que exija alguma decisão sua, uma tomada de posição. Com
um pouco de habilidade analítica, você irá verificar que existem, para esse
assunto, duas posições básicas: uma de interesse seu, que irá satisfazer o seu
egocentrismo natural, sua necessidade pessoal, isto é, a satisfação da sua
alma, e outra que irá contrariar esses interesses e irritar o seu “ego”; a
probabilidade mesmo é que essa outra alternativa beneficie alguém, mas esse é
o lado do espírito! Deu pra entender?
Vamos dar um exemplo.
Suponhamos que você esteja lendo este manual sentado num ônibus da
Viplan, no caminho entre o Vale e sua casa. Você está cansado, já é tarde e sua
preocupação é pagar, amanhã logo cedo, aquela prestação , da sua TV, que
está atrasada. No momento você pensa como irá fazer para completar o
dinheiro da prestação e ainda deixar algum com a mulher para a feira.
Nisto você é despertado por uma comoção na parte de trás do ônibus,
uma discussão entre o cobrador e uma passageira. Aparentemente os dois
discutem porque a mulher não tem dinheiro para pagar a passagem e só
percebeu isso depois que entrou no carro. O cobrador quer que ela desça, mas
ela alega ser aquele o último ônibus, ser tarde da noite e garante que tinha o
dinheiro na bolsa quando pegou o ônibus. O ônibus pára, alguns passageiros
reclamam, outras fazem comentários desagradáveis sobre a reputação da
mulher, você chega mesmo a ouvir a palavra “vigarista”. Você também se
aborrece e faz o cálculo de quantas horas você ainda vai conseguir dormir, se o
incidente não acabar na delegacia. E assim a coisa vai esquentando e você
continua com seus cálculos.
De repente algo se faz sentir dentro de você. Você começa a se lembrar
da Doutrina que receber no Templo, da idéia de tolerância e de paciência. Você
se levanta envergonhado e vai até o fundo do ônibus. Sem saber bem como,
você consegue encerrar o incidente e ainda dá algum dinheiro à pobre mulher.
Você atendeu à voz do seu espírito, de uma visão mais ampla da vida,
um dimensionamento do seu campo consciencional. Se o exemplo não ilustrou
o suficiente, trabalhe com sua imaginação que você irá encontrar, na sua
própria experiência, os limites entre as vozes do corpo, da alma e do espírito.
Essa é a base da missão do Doutrinador, a de transformar a sua
personalidade num instrumento de ação do espírito, ser um intermediário, um
Médium, entre os planos superiores e a Terra.

13. A atitude básica do Doutrinador

É aquela pautada pela Doutrina do Mestre Jesus, sem retoques ou


superstições, com base no Evangelho e no Sistema Crístico. O Evangelho
representa a forma escrita dos ensinamentos de Jesus. Como todo documento
que foi escrito, copiado, traduzido e recopiado, ele não oferece completa
segurança como referencia, pois há quase dois mil anos se discutem suas
interpretações e autenticidade. Talvez prevendo isso e não querendo deixar
toda uma Humanidade entregue aos azares dos escribas, Jesus edificou um

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

“sistema” que garante a verdade de seus ensinamentos. Esse Sistema está


implantado no Planeta e no coração dos Homens.
A Doutrina do Amanhecer existe justamente para mostrar e praticar
esses aspectos objetivos do Sistema. Em termos puramente intelectuais ela
resume o Evangelho em três pontos fundamentais: o Amor, a Tole rância e a
Humildade. Em termos espirituais, ela estabelece a ligação entre os campos
vibracionais do Sistema Crístico e o plano da Terra.
Isso determina com clareza a posição do Doutrinador: sua função é a de
fazer funcionar o Sistema Crístico na Terra, aplicando no quotidiano as “Leis
Crísticas”. Se essas Leis não estão claramente expressas no Evangelho, ou se
ele não tem condições de ler, seja por falta de escolaridade ou de tempo,
aprende pela sua mediunidade.
Este é o ponto crítico que irá decidir sua posição no Templo do
Amanhecer. Se você se dispuser a ser apenas um medianeiro, um intermediário
de um Sistema vivo, atual e atuante, você irá se tornar sem muitos problemas
um Médium Doutrinador. Mas, se você se mantiver apenas no plano da sua
personalidade, de seus conceitos próprios, do “eu” submisso à alma e ao corpo,
você será apenas mais um Médium.

14. Desenvolvimento do Doutrinador

O Doutrinador não se forma com lições ensinadas como numa escola de


catecismo. Ele aprende pelas lições contínuas da própria vida, do dia a dia no
Templo, na condução, no seu trabalho e em casa.
Seu programa de desenvolvimento consiste justamente em aplicar o
Sistema para cada acontecimento. E como ele não está impresso em regras
predeterminadas, você terá que decidir, a cada momento, como o Sistema irá
funcionar em cada caso. Para que isso aconteça, você terá que aprender a ser
receptivo ao plano do espírito. Para se tornar receptivo, isto é, para você saber
“receber” você terá que estar sempre pronto para “ouvir” a voz do seu próprio
espírito. Para isso não é preciso que você vá ao encontro da Doutrina, deixe
que ela venha ao seu encontro; fique apenas atento.
Cada Doutrinador deve estabelecer o seu próprio programa, de acordo
com seu padrão de vida, sua cultura e sua disponibilidade. É lógico que para o
Templo o melhor Doutrinador é geralmente aquele que está mais tempo à
disposição do trabalho. Isso porém é problema de decisão pessoal, sua.

15. As Técnicas do Doutrinador

Sua primeira preocupação deve ser em termos de técnicas. Técnica no


caso significa “maneira de fazer as coisas”. Procure logo aprender todos os
detalhes do funcionamento do Templo. Os horários, os uniformes, a maneira de
andar, mexer com as mãos, conversar. Aprenda a distinguir os sons e os
comandos e observe como agem os veteranos. Em pouco tempo você será um
Doutrinador, pelo menos na movimentação. Neste manual estão sendo
explicados todos os detalhes possíveis. O que não existe aqui você pode
perguntar, indagar e se informar. Principalmente nos doming os pela manhã, em

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

que o Templo funciona como uma escola, você pode aprender muita coisa.
Faca seu próprio programa, acompanhe as explicações dos Mestres Instrutores.

16. A Doutrina do Amanhecer

A Doutrina do Amanhecer é divulgada e está ao seu alcance de muitas


maneiras diferentes. Ela é um guia de comportamento, uma norma de vida,
que lhe fornecerá todas as referências que precisa para suas decisões. Ela é
simples e resumida ou é complexa e analítica, dependendo da sua própria
maneira de ser e viver. Na realidade são apenas os ensinamentos do Mestre
Jesus atualizados, coerentes para o Homem moderno, o Ser Humano do Século
XX.
Eis a Doutrina do Amanhecer em seus fundamentos:

17. A idéia de Deus

Existe um Deus Criador e que é origem de tudo. Sua natureza, Sua


maneira de ser estão fora do nosso alcance mental. É impossível para um
espírito encarnado, isto é, para nós, imaginar ou idealizar esse Deus. Qualquer
concepção humana estará automaticamente reduzindo-o ao tamanho do nosso
mecanismo psicológico. Essa redução é incoerente com a própria idéia de Deus.
Isso é o que, em nossos escritos você irá encontrar batizado de
Antropomorfismo (portanto não se assuste muito com essa palavra...).
Isso foi um beco sem saída para os filósofos do passado até que os
Israelitas, os Judeus, resolveram o problema de forma magistral: eles proibiram
seu povo de usar a palavra “Deus” substituindo-a sempre por um conjunto
gramatical: “Deus Pai”, “Deus Criador”, “Deus de Israel”, etc. os Filósofos que
herdaram essa solução inteligente, e os povos que vieram depois da vinda de
Jesus, tomaram isso no seu sentido literal e, acabaram construindo suas
religiões sobre esse recurso de semântica. É por isso que você encontra a toda
hora a imagem de “Deus” com barbas compridas e aspecto paternal...
Para complicar mais o assunto, os exegetas do Cristianismo identificaram
a figura de Jesus com Deus. Mas não ficaram só nisso e, talvez para tornar esse
“deus” mais maleável nas suas construções religiosas, fizeram-no seu “filho
único” que seria Jesus. E assim foram criando outros “mistérios” que se
tornaram o desespero de toda a Humanidade por todos esses Séculos. E para
que tudo isso? Seria para tornar a coisa apenas como privilégio de alguns
homens especiais? O fato é que inconscientemente nós sofremos com esse
problema porque o identificamos com nossas angústias particulares.
Para evitar essa complicação, que não leva a parte alguma, e o que é
pior, nos desvia da nossa própria realidade, da nossa vida e dos objetivos para
os quais viemos a este Planeta, o Mestre Jesus resolveu tudo com poucas
palavras: “Eu sou o caminho da verdade e da vida, ninguém vai ao Pai senão
por Mim” (João 14:06). Neste caso, Deus seria a verdade absoluta: Jesus Cristo
o portador da verdade que leva à Deus. O “Eu”, centra liza no campo
consciencional o caminho a ser percorrido por cada Ser Humano, cada qual
segundo seu destino.
Vamos agora simplificar mais o problema.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

Pela Doutrina do Amanhecer, nós somos seguidores do Cristo Jesus e


Ele nos dá um sistema perfeito através do qual nós “sabemos”, “percebemos” e
“sentimos” tudo que precisamos a respeito de Deus, não como algo indefinível,
mas como autor de nosso universo. Com isso não é preciso gastar as preciosas
energias de nossa vida, em especular a natureza de Deus. Ela é implícita e
tranqüila em nossa vivência Crística e não precisamos cair na pretencao fútil de
definir o que é indefinível.

18. A idéia de Cristo

Existe Cristo, como existe água: Jesus é um copo dessa água. Cristo
significa “o ungido”, “o que recebeu os óleos santos”, ou seja, o que recebeu a
consagração para uma Missão, para algo.
Cristo seria então o co-autor, o “co -responsável” pelo Universo mais
próximo da nossa capacidade concepcional.”Co-autor” e “co-responsável” são
os adjetivos mais aproximados para algo parecido com Deus que seria Cristo.
Jesus personifica, para esses dois mil anos que estão terminando, o
Cristo ou apenas “Cristo”. Façamos uma analogia, uma comparação para
podermos entender melhor. A gente diz: “no Planeta Terra existe água, e eu
tomei um copo de água”. A diferença entre a água do Planeta e o copo de água
que eu tomei é que a água do copo se tornou uma água específica, com
características limitadas pelo “copo” e outras circunstâncias que a situaram no
tempo e no espaço.
Jesus foi o copo, o veículo, mas foi de tal natureza que o copo e água se
fundiram em algo único: JESUS CRISTO .
A partir daí, esse algo que chamamos “Cristo” se tornou perceptível,
verificável, palpável pelo nosso senso comum, nossos sentidos, nossa alma. Em
resumo, os indefiníveis Deus e Cristo se tornaram definíveis na figura de Jesus.
Outros Seres como Jesus existiram antes e existirão depois, mas
também nesse sentido a nossa capacidade de verificação é limitada. Como
iríamos saber quem foram os personificadores de Cristo, antes de Jesus, e
como iremos saber quem serão os outros que virão depois?
Temos assim uma panorâmica, um fundo de pano para a Doutrina do
Amanhecer: Cremos em Deus, mas não temamos defini-lo, nem nos
preocupamos com isso. Também não nos atrevemos a atribuir qualidades a Ele
e afirmar que Ele gosta disso assim ou de outra forma. Cremos em Cristo como
algo, talvez mais definível que Deus, mas também não temos a pretensão de
penetrar no íntimo de sua natureza.
Cremos em Jesus, o filho de Maria de Nazareth, que incorpora o Cristo,
cuja história conhecemos e cuja obra é aceita universalmente.
O mestre Jesus edificou uma Escola Iniciática chamada a “Escola do
Caminho”, parte da qual está contida nos chamados Evangelhos escritos por
quatro de seus discípulos. É essa Escola que nos forneceu os elementos para
definir nossa posição em relação a Deus e ao Cristo.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

19. A Escola do Caminho

A Escola do Caminho, ou seja, os ensinamentos de Jesus Cristo, nos dá


todas as indicações para vivermos plenamente a nossa existência atual. Ela
explica destes do Sistema Crístico como, por exemplo, o que são as Casas
Transitórias do Mundo Etérico, a origem da Humanidade atual, isto é, de onde
viemos, para onde vamos e o porquê de nossa existência.
Desde a vinda de Jesus ao Planeta até nossos dias, essa Escola vem
atuando e encaminhando a evolução dos bilhões de espíritos que nela se
matricularam encarnando e reencarnando na Terra. Ela é uma Escola de âmbito
planetário e sua influência se faz sentir com os aspectos mais variados no
tempo e no espaço. Os resultados aparecem em todos os seres humanos e não
somente naqueles que se identificam como religiosos. Ela não pertence a grupo
nenhum, não é privativa de apenas alguns seres humanos, mas é de toda a
Humanidade em todos os tempos. Nesse sentido, toda a Humanidade é cristã,
isto é, está incluída no Sistema Crístico do qual a Escola do Caminho é a
Executora, nestes dois Milênios para esta parcela da humanidade.

20. O Vale do Amanhecer

É uma das escolas da Escola do Caminho, um foco, um ponto de


irradiação de seus ensinamentos. Ele foi organizado por um discípulo do Cristo
Jesus, um Mestre Planetário que se apresenta sob a roupagem de Seta Branca
e cujo pólo oposto é conhecido como Mãe Yara. Esses dois espíritos excelsos
chefiam uma falange de 3.000 espíritos mais ou menos, que se expecializaram
dentro do Sistema Crístico e vêm executando missões há mais de 30.000 anos
nesse Planeta. Como espíritos e senhores do seu livre arbítrio eles têm passado
por todas as provas e reveses do Planeta Terra. Alguns se evoluíram e subiram,
outros ainda estão a caminho. A sua linha de trabalho tem sido de uma relativa
independência e num posicionamento de liderança dos povos, sempre
estiveram nas posições de comando dos movimentos humanos. Ele, na maioria
de suas encarnações, ou eram fidalgos ou viviam nas imediações dos nobres,
dos guerreiros, dos reis e dos governos. No passado se chamaram Equitumans,
Tumuchys e Jaguares.
No período do Cristo Jesus eles foram tocados pela lei do Perdão, da
Humildade e do Amor. Alguns encarnaram e viveram no tempo de Jesus; outros
de depois mergulharam nos azares cármicos que seus livres arbítrios lhes
permitiu. Próximo ao fim do Primeiro Milênio, ele estavam tão embaraçados nas
suas tramas que a Lei Crística os recolheu ao Etéreo. Eles então passaram por
um sono Cultural de muitos Séculos e foram sendo preparados para a missão
do advento do Terceiro Milênio.
No início do Segundo Milênio vamos encontra-los, em sua maioria,
encarnados como Ciganos da Idade Média. Coerentes com seus hábitos
espirituais, esses espíritos reencarnavam sempre em meio aos centros de
decisões do Planeta, os reinados, os impérios e os governos. Por fim, chegou o
Século XX, o último Século do Período de Cristo Jesus e a Falange de Seta
Branca veio para a última etapa da Escola do Caminho. O espírito escolhido
para atuar na Terra, nessa fase foi o da Clarividente Neiva, devido ao seu

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 2

preparo milenar. Ela sempre nas suas várias encarnações demonstrou seus
poderes de profetisa e clarividente. Ela reencarnou em 1925 e desde o princípio
foi preparada para esta Missão. Mais ou menos no mesmo período
reencarnaram outros espíritos da Falange e desde 1957 eles começaram a se
reunir em torno de Neiva. Em 1968, ao terem início as atividades neste local,
batizado de Vale do Amanhecer começou também o prenúncio do terceiro
sétimo da missão. Em 1971, com o início da construção do primeiro Templo
circular, a missão começou realmente a se efetivar. Em 1976, quando este
manual estava sendo escrito, o Vale do Aman hecer despertara para a plenitude
da sua missão.

21. Como funciona a Doutrina do Amanhecer

A Falange de Seta Branca está distribuída estrategicamente nos vários


planos do Sistema Crístico, do mais sutil e mais alta gama vibratória até o físico
denso de baixa vibração. Para que houvesse uma perfeita comunicação entre
pontos tão distantes, o plano de trabalho foi feito em torno da Clarividente
Neiva. Ela transmite instantaneamente todas as ordens do Chefe Seta Branca,
pois se comunica conscientemente com todos esses planos.
Esse fato básico é que caracteriza a Doutrina do Amanhecer e a torna
diferente de todas as missões Crísticas do Planeta. O exército de Seta Branca, o
Corpo Mediúnico do Vale do Amanhecer, recebe todas as ordens e instruções
diretamente do Comando e as executa de acordo com os planos de trabalho.
Isso explica porque o Ritual e os Templos vão sendo construídos e modificados
com tanta rapidez. Entre 1959 e 1976 foram construídos 8 Templos, 6 dos
quais já foram demolidos, 1 na Serra do Ouro, 1 em Taguatinga e 6 no Vale do
Amanhecer.
E assim, caro Médium principiante, paramos aqui o esboço geral da
Doutrina do Amanhecer. Se você assimilar o que dela falamos até agora você
estará em condições de aprender o que este manual ainda tem para dizer.
Também saberá explicar a qualquer pessoa qual a posição Doutrinária do Vale
do Amanhecer. Você sabe agora como nos colocamos em relação a Deus, ao
Cristo, ao Cristo Jesus e a Humanidade.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 3

Prefácio

Caro Médium:
Agora que você já leu os fascículos I e II e, provavelmente, já tem
alguns meses de prática no Templo do Amanhecer, você estará em condições
de entender melhor o que este terceiro volume tem para lhe dizer.
Você irá notar que os termos começam a ser um pouco mais difíceis, um
aspecto mais científico e até mesmo que o livro entre em considerações
filosóficas.
Não pense que isso está acontecendo porque nós julgamos que você se
matriculou na Universidade ou coisa parecida. Não, é que agora temos uma
certa idéia de que você já está sintonizado com a Corrente, que sua
mediunidade já se abriu, que seus "chacras" estão mais ativos.
A terminologia aqui usada é a mesma que você estará ouvindo de seus
Mestres e seus Instrutores. É importante que você se familiarize com essas
palavras porque elas revestirão suas atividades.
Pode ser que você atenda uma pessoa e ela manifeste o desejo de tomar
um passe. Você a conduz, mas daquele instante e nos instantes seguintes, você
estará mentalizando a transferência de energias que o referido passe
representa.
Agora, se você é um leigo, um cliente ou um leitor casual deste manual,
procure os Fascículos I e II, que irá entender melhor o que aqui estamos
dizendo.

O Editor

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 3

F ascículo 3
01. O Templo do Amanhecer

Se você assimilou as coisas fundamentais que ficaram registradas até


este ponto, irá ter condições para compreender a função do Templo em seus
vários aspectos. Antes, porém, é bom que conheça algo a respeito do templo
através dos tempos.
Você sabe agora que nós, no Vale vemos o Mundo como algo acima da
nossa capacidade de verificação, em termos de "comos" e "porquês". A
Humanidade não sabe, nem pela Ciência ou pela Religião, porque o nosso
Planeta foi criado ou quando isso aconteceu. Tudo que sabemos é como ele se
apresenta em alguns aspectos físicos e funcionais. Doutrinariamente, nós o
vemos como uma espécie de escola para espíritos, com as coisas sempre
incertas e inseguras, verdadeiros testes permanentes para seus habitantes. Seu
passado e as coisas que aconteceram antes existem para nosso conhecimento
em termos de algumas coisas escritas e outras tantas ruínas em pedra. Esses
testemunhos são vistos, em cada geração, pela maneira de ver dessa mesma
geração, pela maneira de ver dessa mesma geração, conforme a interpretação
do momento.
Nessa altura você se perguntando o que terá isso a ver com o nosso
Templo, não é verdade? Então procure seguir o nosso raciocínio e irá entender.
Assimile a idéia conforme as coisas se apresentem aos seus sentidos. Vejamos o
que nos diz o Prof Silveira Bueno no seu “Grande Dicionário Etimológico
Prosódico da Língua Portuguesa, Ed. Saraiva, 1967”: “Templo - s.m. Igreja,
lugar dedicado ao culto divino. Latim, “templum”, nos templos antigos, o
quadrado, descrito pelos Augures (o grifo é nosso) já em terra, já
imaginariamente no céu, dentro do qual observavam o vôo das aves e outro
fenômenos, interpretando-os como favoráveis ou desfavoráveis segundo a
superstição da época”.
A língua latina já existia mil anos antes da vinda de Jesus. Foi nessa,
língua que se conceituou a palavra “templum” que em português se pronuncia
“templo”. A palavra “Augures” significa, advinho ou a pessoa que advinha.
Conclui-se então, que templo significa um local delimitado no chão e
imaginariamente no céu, isto é, no ar, em cujos limites os fenômenos
observados preconizavam as coisas que iriam acontecer, de bom ou de mau. O
“quadrado descrito”, isto é, o local indicado, dá a entender que as informações
buscadas só seriam encontradas ali e não em outro lugar. Se as aves vinham
voando, esse vôo somente significaria, alguma, coisa no momento em que
cruzava aquele espaço acima do quadrado. Porque?
Tudo indica que naquele pedaço de chão havia algum tipo de força, de
energia, que diferenciava o espaço acima dele de alguma forma.
Por outro lado, as interpretações eram feitas apenas pelos Augures, o
que significava que só eles sabiam o segredo ou tinham a sensibilidade para
aquele fenômeno sutil. Em nossos dias, fato semelhante é descrito, com riqueza

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 3

de detalhes, por Carlos Castanheda no seu livro “Viagem a Ixtlan” e outros do


mesmo autor.
Resumindo: para operar um “Templum” era necessário haver um pedaço
de chão com condições diferentes e indivíduos também com condições
diferentes. Transportando esse fato para o Templo do Amanhecer, nós temos
um pedaço de chão ionizado e pessoas mediunizadas. A palavra “íon” significa
átomo eletrizado, e, embora as propriedades dos íons sejam cientificamente
complexas, nós sabemos que eles são partículas encontradas nos raios solares.
O sol é, pois, a fonte da energia que ioniza o Templo. A lua por sua vez atua
em termos de partículas negativas, digamos assim, de íons diferenciados dos
íons solares. Assim nós temos duas energias básicas concentradas no espaço do
Templo. É lógico que o mesmo fenômeno atua sobre toda a superfície do
planeta. No Templo, porém, ele é dirigido, concentrado, pela força, dos
Médiuns. Conclui-se dai que há uma relação direta entre as energias que
chegam de fora da Terra, e a energia que é emitida pelos seres que habitam o
Planeta, nesse caso nos os Seres Humanos e, especificamente no caso de nosso
Templo, nós os Médiuns.
Meu caro principiante, procure nos perdoar tanta complexidade para
explicar uma coisa, tão simples. A razão é que você precisa compreender e
assimilar que ser Médium com M maiúsculo é muito mais importante do que
habitualmente se pensa. O Templo do Amanhecer é uma potente usina de
energia cósmica, concentrada num espaço relativamente pequena e ele não
funciona sem os catalisadores que são os Médiuns.

Assimilado isso, você irá começar a entender o simbolismo da Pira que


divide o Templo em dois. Chegue perto dela, olhe com atenção e você ira
encontrar claramente representada, a Terra, o Sol e a Lua.
A parti desse conhecimento, ficou sabendo o mecanismo da sua
participação na Corrente. No Templo existem energias recebidas do Sol e da
Lua e em você existem energias que partem de você mesmo. Da manipulação
desses vários tipos de energias que resultam a cura, a desobsessiva e
reequilíbrio das pessoas que nos procuram.
Agora vamos percorrer juntos o recinto do Templo, como se você fosse
um visitante e estivesse curioso para saber. Antes, porém, vamos dar uma
olhada na estrela que está em frente chamada, “Estrela de David”.
David foi rei de Israel, cerca de 1000 anos antes da vinda de Jesus.
Entre outras coisas, diz a lenda que ele combateu o gigante Golias, munido
apenas de uma funda (objeto para o arremesso de pedras). Também ele
estabeleceu o Reino de Judá em Jerusalém como Capital, levando a Arca da
Aliança.
Naturalmente, as coisas que ele realmente fez se tornaram lendas e
alegorias. Mas o fato fundamental é que ele ficou sendo o autor do símbolo do
“hexagrama” ou seja, dois triângulos, eles eram entrelaçados. Eles
simbolizavam o Bem e o Mal, o Jeovah Preto e o Jeovah Branco, o Positivo e o
Negativo. Tudo isso resulta num símbolo mais amplo: a Subida e a Descida do
espírito, igual a Involução e Evolução.
É bom que você saiba pelo menos isso dessa estrela, uma vez que ela
esta em quase toda as parte do Templo, no Escudo do Médium Iniciado e até

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 3

nos pára-brisas dos carros. Só que a nossa estrela não é entrelaçada e nem
mesmo se distingue os dois triângulos. Isso porque a nossa Corrente simboliza
a Síntese mais do que a Análise.
Também é bom que você saiba que não foi David quem inventou essa
estrela. Ela sempre existiu na natureza, na formação de cristais e outras coisas.
Talvez por isso ela seja um símbolo eterno. O importante é que você saiba que
seu uso pela nossa Corrente não implica filiação alguma a outros grupos
religiosos ou doutrinários.
Voltemos agora a nossa estrela em frente ao Templo. Nela você verá um
trecho de uma de suas mensagens: “Filhos - O Homem que tentar fugir de suas
metas cármicas ou juras transcendentais será devorado ou se perderá como a
ave que tenta voar na escuridão da noite”. Essa advertência está implícita na
própria estrela: metas cármicas são o triângulo da descida; juras
transcendentais estão contidas no triângulo de subida.
Logo em seguida, no anteparo da porta, você encontra o trecho do
Evangelho de João 14:06 que diz: “Eu sou o caminho da verdade e da vida;
ninguém vai ao Pai senão por mim”. Dentre os profundos significados dessa
frase do Mestre Jesus, nós destacamos o sentido do “EU” ou seja, a sede da
decisão, o centro do livre arbítrio, da responsabilidade individual. Essa é a base
da Doutrina da Amanhecer.
Entre pelo lado pouco esquerdo e veja o conjunto elíptico. Pare um
pouco junto ao anteparo da entrada e divida o Templo em 14 partes;
começando pelos Castelos, distribuídos na seqüência 3 + 2 + 3 = 8.

O 1º Castelo da Esquerda representa a parte burocrática: Secretaria dos


Médiuns e Recepção aos principiantes. No 2º da esquerda você encontra o
ponto dos Mestres Devas, das Samaritanas, dos Magos e das Nitiamas. No 3º
está a sede de desenvolvimento dos Aparás principiantes. No 4º é feita a
Iniciação de Aparás.
Continue a percorrer com a vista e comece pelo 5º, ou seja, último da
direita. Esse é o Castelo da Iniciação de Médiuns Doutrinadores. Continue
voltando e você encontra o 6º Castelo, ou seja, o de Desenvolvimento de
Doutrinadores. O 7º Castelo é o dos Mestres e o 8º, ou seja, o que está a sua
direita junto à porta de entrada é o Castelo Memorial.
Comece agora de novo pelo centro, atrás do anteparo, a 9ª parte do
conjunto Doutrinário representado pela Mesa Triangular. A 10ª é a Pira. Ela é o
comando do Templo e merece uma explicação mais detalhada.

02. A Pira

A Pira representa o centro de controle do Templo e ao mesmo tempo, é


uma síntese da Doutrina do Amanhecer. O observador colocando -se de costa
para a estátua de Jesus verá o seguinte: a Terra, representada pela base; o Sol
a sua esquerda e a Lua a sua direita. No Centro, está colocada a Presença
Divina. Essa figura não é privativa de nosso Templo e é encontrada em uso em
outros grupos iniciáticos. Ela representa os 7 planos do Homem, ou seja do
Espírito Encarnado na Terra com seus 7 raios de forças. No centro, na parte
espelhada, está representado o Corpo Físico, seu sistema nervoso, os 7 plexos,

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 3

seus "chakras" correspondentes e o sistema circulatório do sangue. O sangue


venenoso e o sangue arterial representam os pólos positivos e negativos. O
circulo maior destaca o Plexo Solar e seu respectivo "chakra" umbilical. As duas
taças representam o sangue que fornece o ectoplasma. As duas setas, uma
subindo e outra descendo simbolizam a macrocirculação. Temos então
representados o microcosmo que é o Homem e o macrocosmo que representa
seu Universo. As estrelas simbolizam Maianti e as nossas casas transitórias.
A 11ª parte que fica situada ao lado da Pira, é a Fonte de Iemanjá onde
é fluidificada a água. A 12ª parte é a Cruz do Cristianismo e a figura de Jesus o
Caminheiro. A 13ª parte é o conjunto de Tonos dos Pretos Velhos. E o setor da
desobsessão, da desassimilação de cargas negativas. A última e 14ª parte é o
Trono de Seta Branca.

03. O Fluxograma do Templo

O recinto do Templo é dividido por unia linha imaginária que parte da


estátua de Pai Seta Branca e termina na parte traseira do anteparo da entrada.
Ao ser aberta a Corrente, o conjunto de forças é emitido, como se fosse um
feixe de raios partindo da Pira e convergindo para a Mesa de Doutrina até
atingir o anteparo da entrada. Outro feixe parte da Pira até atingir a figura de
Seta Branca.
Essa é a razão principal pela qual o Médium deve abrir os braços ao
cruzar essa linha. Recebendo a força no plexo Solar (na frente ou nas costas)
com os braços abertos ele estabelece uma descarga. Se cruzar sem esse gesto
ele pode tomar um choque.
Além do aspecto horizontal, as forças percorrem o Templo de cima para
baixo como se fossem colunas de luz. Elas caminham "penduradas" no teto e
no sentido dos ponteiros do relógio.
Os bancos em que o público senta ficam do lado esquerdo. Enquanto as
pessoas esperam o atendimento elas vão sendo trabalhadas pela Corrente. A
parte mais ativa das cargas magnéticas, trazidas pelas pessoas, vai sendo
absorvida pela Mesa de Doutrina, mesmo que ela não esteja funcionando. Ao
chegar aos Tronos o cliente já está melhor preparado para receber o
tratamento. É por isso que não é de bom alvitre uma pessoa ser atendida nos
Tronos ou na Cura tão logo chegue ao Templo.
A circulação deve ser feita de preferência entrando pelo lado esquerdo e
saindo pelo direito seguindo o sentindo dos ponteiros de relógio.
O Médium ao fazer a preparação recebe as forças diretamente da Pira.
Por isso não é preciso fazer a reverência ao Cristo, a menos que esteja em
trânsito do lado de fora das porteirinhas da entrada da Doutrina.
Em dia de Trabalho Oficial não deve haver circulação de pessoas sem
uniforme no recinto da Doutrina, nem mesmo sendo Médium da Corrente.
Nem Médiuns nem profanos devem entrar nos recintos da Iniciação sob
pena de tomarem choque magnético, a menos que estejam a serviço das
Iniciações.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 3

04. Suas energias humanas

Se você assimilou tudo que foi dito até aqui, principalmente o que é
realmente o Templo, você então sabe que está lidando com energias de vários
tipos. São elas que curam, que resolvem os seus problemas e os problemas dos
Clientes. A parti daqui preste muita atenção e procure entender bem, pois disso
depende o seu futuro de Missionário.

05. Cura espiritual

A cura é a primeira palavra que você precisa conhecer e saber o que é.


Pelo dicionário “curar” quer dizer sanar, cuidar, velar p elos interesses de
alguém. Pela nossa Doutrina, curar significa reequilibrar uma pessoa, não
somente em relação aos problemas que ela apresenta, mas também ajudá-la a
encontrar seu caminho espiritual e ter alguma coisa em que se apoiar dai para
frente. Por isso nós usamos a expressão "cura espiritual".
Logo, tudo que fazemos no Templo é cura, embora a gente costume
dizer que cura é o trabalho feito na Sala de Cura, quando a pessoa apresenta
distúrbios físicos. Isso é apenas uma questão de costume, uma vez que as
pessoas só se consideram doentes quando têm sintomas de distúrbios físicos.

06. Forças e Energias

Outras duas palavras que você precisa entender com muita clareza são
“forças” e “energias”. Elas não são exatamente sinônimas, isto é, não significam
exatamente a mesma coisa, mas, no seu emprego elas se confundem. Por isso
a gente usa "força" ou "energia" conforme o emprego. Pela origem de ambas,
“forças” deriva de "forte", que tem força: e “energia” deriva de trabalho, ou
seja, de força direcionada, empregada em alguma coisa.
No item da descrição do Templo da Amanhecer, você já se familiarizou
com a idéia de forças e energias. Você então ficou sabendo que existem forças
e energias circulando no Templo. Percebeu também que existem forças de fora
e forças que partem de você mesmo. Resumindo, sabe agora que no Templo
são manipuladas forças, do Médium e forças que chegam de fora dele. Vamos
tentar com o máximo cuidado descrever essas forças.
Comece por se lembrar do que dissemos a respeito da Pira, quando
mencionamos a microcirculação. "Macro" quer dizer grande, e "micro" quer
dizer pequeno. "Microcirculação", significa a movimentação de forças dentro de
você e Macrocirculação" é a movimentação de forças dentro do Templo.

07. Trabalho

Vamos fazer urna pequena pausa e recapitular, para que possamos


entender com simplicidade, as coisas que acontecem no Templo e em cada
Médium, particularmente em você.
Até agora você ficou sabendo que o Templo se divide em 14 partes
básicas e que existe um "fluxograma" da circulação das forças no seu interior.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 3

Também você ficou sabendo o que significam as palavras "cura", "força"


e "energia". Vamos então aprofundar um pouco o assunto.
Mentalize três aspectos diferentes desse conjunto de idéias: a inércia, o
movimento e o resultado. Para isso se tornar mais fácil ainda vamos comparar
com um automóvel. Um carro parado representa uma força, uma energia
inerte. No momento em que ele é posto em movimento, ele significa um
conjunto energético, força em movimento. Isso quer dizer "trabalho", o carro
está “trabalhando”. Ele então leva pessoas ou cargas a algum lugar e esse é o
"resultado".
Observamos agora esse carro em movimento.
No seu interior existe um mundo de forças que se transformam em
energias, em trabalho; essas forças são tantas que a gente nem tem
capacidade para descrevê-las todas: a gasolina, a eletricidade, o calor, o atrito,
o peso, a água, o ar, o fogo, a idade etc. Isso sem mencionar o motorista, os
passageiros e as cargas que possam estar nele.
No seu exterior, isto é, fora do carro, nas ruas ou nas estradas, outro
mundo de forças influenciam e são influenciadas pelo nosso carro em
movimento: o ar, a luz, os ruídos, as ladeiras ou descidas, os outros carros, os
sinaleiros, os avisos de trânsito, a chuva ou sol, as curvas, enfim, são tantas as
forças que a gente não tem também capacidade para descrevê-las todas.
Mas, de tudo isso, o mais importante para nosso esclarecimento
doutrinário, e distinguir que há uma diferença no tipo de forças que causam
toda essa complicação: "forças físicas e forças psicológicas. Quando o motorista
lê numa placa na beira da estrada: "Cuidado, escola" ele aceita a advertência
do aviso e torna-se mais cauteloso. Nesse caso ele obedeceu a uma força
psicológica. Se logo em seguida ele levanta o vidro da janela, para evitar que a
chuva o molhe, ele obedeceu a uma força física.
Naturalmente não é fácil a gente distinguir os aspectos psicológicos e os
físicos das forças que atuam sobre nós. Mas, se aplicarmos o bom senso, o
senso comum de observação, nós podemos fazer uma razoável separação.
Vejamos o que podemos fazer para você distinguir em você o que é
físico e o que é psicológico.
Você se alimenta e respira, e a comida e o ar se transformam em forças
físicas, isto é você é capaz de se movimentar, tr abalhar, mover objetos, etc.
Essa força lhe permite a existência física e, como Médium, "existir" fisicamente
no Templo.
Você apreende, pensa, tira conclusões e as coisas aprendidas se
transformam em forças psicológicas, isto é capaz de entender, tomar dec isões,
amar, gostar, sentir -se feliz ou infeliz. Essas forças lhes permitem a existência
psíquica e, como Médium "existir" psicologicamente no Templo.
Você aperta a mão de um amigo e diz: “Como tem passado?”. Nesse
gesto você usou a força física para aperta a mão e a forças psicológica para
fazer um gesto de cortesia para com seu amigo.
A palavra “físico” deriva da palavra grega "physike” que vem de "physis"
que significa natureza. A palavra "psíquico" deriva da palavra grega "psykhè"
que quer dizer alma. Por isso nós podemos dizer, "força psicológica" ou "força
anímica".

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 3

08. Forças Físicas e Psicológicas

Cremos que o que foi dito até agora, você já pode considerar-se
consciente do fato de que vive dentro de uma usina maior que é o mundo que
o cerca. Também já deve ter se compenetrado de que existe uma variação no
tipo de forças que atuam sobre você, podendo separar razoavelmente o que é
força física e o que é força psicológica.
Daqui para diante vamos observar um outro fato, um tanto subjetivo,
mas que será a porta de entrada para seu mundo iniciático, o mundo invisível e
subjacente em todos os atos humanos. Tomemos de novo o surrado exemplo
do automóvel em movimento conduzido pelo nosso motorista.
Enquanto o carro anda, o motorista obedecendo os regulamentos de
trânsito, o mecanismo funcionando perfeitamente e os dois seguindo uma rota,
um outro mundo de forças está atuando sobre eles, um mundo subjetivo e
indefinido. Por exemplo, quando ele olha para a placa "Cuidado, escola!" e
automaticamente diminui a velocidade, um mundo de coisas que se referem a
crianças atravessa rapidamente a sua consciência. Ele pode se lembrar da sua
infância, dos seus filhos, da oportunidade que ele perdeu não estudando, da
filosofia educacional do Brasil, da meiguice das crianças, etc.
Aquela placa, por sua vez, representa o fato de que existe preocupação
das autoridades com a segurança das crianças, que existe um cuidado, que
existe uma filosofia de educação dos motoristas, que é uma cidade organizada,
que trânsito é um negócio perigoso, etc, etc e etc...

Você percebeu? Não são apenas os estímulos físicos e psicológicos,


objetivos, que representam forças físicas ou psíquicas atuantes no ato, no
trabalho que está sendo executado, que estão em ação; também outras forças
atuam e determinam os estados de ânimo ou desânimo do motorista. Esses
estados por sua vez atuam sobre o mecanismo do carro e influem no
comportamento mecânico da máquina... Ele freia com violência, esquece de
abastecer ou de parar para colocar água no radiador, etc , etc e etc...
Todo estimulo resulta de um movimento energético, todo estímulo é uma
força. A placa "Cuidado, escola!" além da forças das palavras em si, representa
a força administrativa, governamental, o poder dirigente, a organização política,
a filosofia civilizatória do Pais e etc.
As reações do motorista representam as forças atávicas, subconscientes,
a educação recebida, os fatos particulares da sua própria vida, as atitudes que
ele tem tomado em relação às crianças, enfim seus conceitos e preconceitos.

09. Recepção e Emissão

A parti daqui nós sabemos, pelo bom senso, sem complicação alguma de
ordem intelectual, que tudo que se move e age no Planeta, até mesmo uma
pedra inerte na aparência sensorial, existe e age por recepção e emissão de
forças e energias. Assim é nosso organismo físico, assim é nossa alma e assim é
nosso espírito. Cada movimento do nosso corpo, cada sensação de nossa alma
e cada deliberação de nosso espírito, tudo acontece por meio de energias que
se transformam em forças e forças que se transformam em energias. Vamos

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 3

agora considerar essas energias e forças em relação apenas a nossa posição de


Médiuns e nossa Missão Crística.
O corpo elabora a energia física, a alma produz a energia psíquica e o
espírito fornece a energia espiritual. Assim sendo, o ser humano tem uma fase
física, uma psíquica e termina com a espiritual. No começo o ser humano só é
movido pelo instinto de sobrevivência física, no período que vai desde a sua
gestação até mais ou menos 7 anos de idade, começa depois sua elaboração
psicológica até aos 14 anos e a parti daí entra nos contatos transcendentes que
vão até o fim de sua vida. Como você já sabe o suficiente sobre a questão
físico-psíquica, daqui para frente trataremos apenas da questão de suas forças
mediúnicas.

10. Suas forças mediúnicas

A força, mediúnica é de ordem transcendental, isto é, ele ultrapassa os


limites da educação, dos hábitos e da situação física. Mas quaisquer que sejam
suas manifestações, eles aparecerão sempre no seu comportamento humano,
através de sua personalidade, pois você sendo o veículo, é lógico que não
existe outra forma – só que quando essas forças se manifestam, elas produzem
atitudes que são consideradas anormais. Isso porque toda a ciência e toda a
religião existente em nossa Civilização consideram apenas a existência da alma
e do corpo e, como conseqüência, qualquer fenômeno mediúnico é rotulada
apenas como uma anormalidade da alma, uma manifestação patológica, isto é,
considera-se como um desequilíbrio mental ou físico. Se o fenômeno acontece
em termos religiosos, ou melhor, se a forma de apresentação se enquadra em
alguma crença religiosa, ele então é chamado de milagre.
Atualmente, face ao crescimento das manifestações mediúnicas a ciência
e as religiões oficiais tentam, criar uma explicação racional e para isso criaram
um novo método cientifico chamado "parapsicologia". Essa ciência cataloga os
fatos mais exóticos da mediunidade e procura provar que se tratam apenas de
forças que alguns indivíduos possuem, mas que são dele mesmo, não vêm de
parte alguma. Esta atitude coerente com a ciência oficial que simplesmente
nega ou desconhece a existência do espírito transcendental - para a ciência só
existe o indivíduo a partir do seu nascimento e que deixa de existir com a
morte. Para o religioso, o espírito e algo abstrato e, na falta de um conceito
mais razoável, o identifica com a alma. Por isso as religiões oficiais não aceitam
a idéia da reencarnação.
Na verdade, as forças mediúnicas são estimuladas pelo seu espírito e,
sendo algo que já existiu antes, que já ocupou outras personalidades, que teve
muitas experiências, as forças puramente físicas e psicológicas da sua atual
personalidade.
Mas, assim como suas forças psicológicas repousam nas suas forças
físicas - é lógico que você não poderia falar se não tivesse uma boca e etc -
suas forças mediúnicas repousam sobre suas forças físicas e psicológicas.
A base da manifestação mediúnica é o ectoplasma, o fluído magnético e
animal que é produzido no organismo. Esse ectoplasma varia em teor e
quantidade conforme suas metas cármicas, conforme o programa que seu
espírito tem a cumprir na Terra. É por isso que cada Médium tem a sua própria

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mediunidade e, embora ela seja sempre a mesma na base, ela varia conforme o
uso que você fizer dela. Vamos dar-lhe um exemplo bem simples e verificável
para que entenda bem isso: a maioria dos Médiuns quando começa a se
desenvolver apresenta um entusiasmo e uma pressa de trabalho fora do
comum. Se for um Médium de incorporação, ele incorpora a todo o momento,
custa para desincorporar e dá verdadeiros "shows" de mediunismo. Entretanto,
passados apenas alguns dias de desenvolvimento, ele esmorece, tem
dificuldades para sintonizar com seu Mentor, começa a achar que não é
Médium Apará e chegar a pedir para passar para a Doutrina.
Isso acontece pela simples razão que ele chega carregado com seu
próprio ectoplasma, acumulado desde o momento em que sua mediunidade
começou a se manifestar, e que foi subindo além de suas forças, além do seu
padrão normal. Isso quer dizer que ele vem com mais energia do que sua força
suporta. Esse exemplo completa seu entendimento do que sejam forças e
energias.
Todo Médium tem uma "força" mediúnica e com essa força manipula
vários tipos de energias, conforme seu programa de trabalho. Essas energias
são muito variáveis e se torna desnecessário descrevê-las todas aqui.
Mas, para seu melhor entendimento, vamos citar alguns exemplos. Há
Médiuns aparás que têm força para manipular energias do Povo das Águas,
outros dos Pretos Velhos e outros dos Caboclos. Embora ele possa trabalhar
com todas essas falanges, há sempre uma que é sua força predominante. É
com base nisso que é identificado o seu Guia Principal ou Mentor. Os outros
Guias, pertencentes a outras falanges, trabalham com o Médium na "Linha"
predominante do Médium. Assim acontece também com os Doutrinadores cuja
força principal é caracterizada pela sua Princesa.

11. A consciência das próprias forças

A forças, ou capacidade de manipular energias já vem com a pessoa, faz


parte do esquema de trabalho que seu espírito preparou para sua trajetória no
Planeta. Mas assim como a pessoa desconhece o seu carma ele também não
conhece as suas forças. O carma vai sendo conhecido na proporção que os
fatos vão acontecendo e o mesmo se dá com as forças. É no momento da
tragédia, do acontecimento difícil, que a pessoa descobre suas capacidade e
habilidades para contornar as coisas.
Logo, tanto as tragédias como a capacidade de enfrentá-las, são
potenciais dormentes no individuo e somente seu espírito as conhece
antecipadamente. O espírito da pessoa sabe também quais as forças que ela
poderá contar para isso.
Esse fato fundamental é que nos leva ao Sistema Crístico e um dos seus
mecanismos que é o Mediunismo Crístico ou Espiritismo. Pelo desenvolvimento
mediúnico, a pessoa aprende a "ouvir" seu próprio espírito e ampliar a visão da
sua própria vida. Com isso ela pode prevenir-se aprender a manipular suas
forças e modificar seu carma até onde lhe foi permitido pelo seu próprio
programa de vida. É por isso também que a Doutrina do Amanhecer exige um
respeito profundo pelo Livre Arbítrio. Ninguém dá ou tira nada de ninguém,

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mas apenas uns servem de instrumento de outros. Alguns nos trazem o alivio,
mas somos somente nós mesmos que buscamos uma ou outra coisa.
O que a Doutrina do Amanhecer nos retransmite são as coisas que nosso
próprio espírito tenta nos "dizer" e nós habitualmente não entendemos. Nisso
consiste também a essência do Sistema Crístico e da Escola do Caminho de
Mestre Jesus. Pela Lei do Perdão, do Amor, da Tolerância e da Humildade, a
pessoa se esclarece, se torna sensível à direção de seu espírito e se equilibra
consigo mesmo. Equilibrado e consciente de suas forças o Ser Humano retoma
o seu caminho com tranqüilidade, sabendo para onde vai e o que q uer da vida.

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Prefácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro leitor:
Se você já leu os fascículos anteriores já terá formado um conceito
razoável do fenômeno mediúnico. Também já terá verificado que se trata de
um mecanismo intrínseco do Ser Humano, algo que faz parte da Natureza e
uma poderosa arma de defesa contra as intempéries da vida.
Se além desse conhecimento você se inclinar a “não resistir ao mal”
como preconiza Jesus, e se deixar envolver no fluxo universal da vida, as coisas
começarão a ir melhor para você e encontrará a verdadeira paz interior, aquela
paz que é mantida mesmo no meio do conflito e da luta.
Você já está assistindo às aulas para a Elevação de Espadas e em breve
terá acesso ao segundo passo Iniciático.
Daqui para frente vamos entrar em considerações mais sérias de seu
comportamento mediúnico, aspectos esses que serão decisivos para sua
trajetória terrena. Lembre-se que a Civilização da qual você faz parte está como
a semente que começa a germinar. Isso produz espasmos e contorções e suas
moléculas, no esforço de varar a superfície, alcançar a luz do Sol, devoram as
energias latentes – urge buscar novas forças – e isso é dor!
Você é uma dessas moléculas – ou será um simples átomo? Depende de
você mesmo, de seu esforço para entender o que se passa no seu interior, no
seu coração, na sua alma e, principalmente, no seu espírito. Vejamos no que
podemos ajudá-lo, guiá-lo. Somos apenas jardineiros que iremos lhe fornecer
alguma água, talvez um esteio para que sua plantinha cresça.
Somos os lavradores do jardim da vida, os humildes servos de Jesus, o
Caminheiro. E foi Ele que disse aos Apóstolos: “Vinde a mim, todos os que
andais aflitos e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo
e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso
para vossas almas. Pois o meu jugo é suave e meu peso é leve”. (Mateus
11:28-30)

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(Em memória)

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F ascículo 4
01. Porquê o Médium não deve tomar álcool

O sistema nervoso é o mecanismo intermediário entre o corpo físico, o


mundo externo e o campo consciencional. O campo consciencional é a sede do
“eu”, esse algo individualizado e portador da centelha divina. A centelha divina
é a parte do mecanismo do Homem que lhe possibilita a existência. Ela
proporciona a encarnação e a sustenta. Sem ela não existe a ligação entre o
espírito transcendental, a alma e o corpo.
Rudimentarmente o sistema nervoso pode ser comparado com uma rede
de distribuição de eletricidade, com seus fios, transformadores, subestações e
uma de suas peculiaridades é dar passagem a energias por indução. Isso
significa que a corrente nervosa “salta” de um ponto para o seguinte, não é
contínua.
Esse e outros fatores básicos do sistema nervoso caracterizam a célula
nervosa como incapaz de se reconstituir. Com isso não existe a regeneração do
tecido nervoso.
O álcool, a heroína e seus derivados têm a capacidade de destruir a
célula nervosa. Célula nervosa destruída significa perda de capacidade
consciencional, diminuição do alerta mental, lerdeza do raciocínio, etc. isso tudo
resulta na gradual irresponsabilidade do Ser Humano. Esse fenômeno acontece
quer se beba pouco ou muito álcool. Um pouco de álcool todos os dias causa
efeitos mais danosos porque os resultados só aparecem lentamente.
Essa é a razão fundamental pela qual o Médium não deve tomar álcool, é
que a Corrente do Amanhecer mobiliza e atrai energias extra-etéricas, cuja
força só pode ser controlada por mentes equilibradas. Por isso é preferível que
o Médium não ingresse na Corrente se não puder deixar o hábito de beber, pois
ele se prejudicará mais se tentar pertencer à Corrente e tomar álcool.

02. O cruzamento de correntes

Pela Doutrina do Amanhecer todas as doutrinas e religiões são


consideradas boas, sendo vedado aos Médiuns fazer qualquer crítica a outros
grupos. O Templo do Amanhecer é aberto a todos, incluindo aqueles que
praticam outros rituais ou religiões. Também não existe proibição formal para a
freqüência de nossos Médiuns a outros cultos, desde que ele não seja
sistemática, como uma obrigação.
A razão disso é que o Médium, ao freqüentar outras práticas doutrinárias
ou religiosas, se envolve nas correntes e vibrações desses cultos e provoca em
si mesmo o cruzamento de forças. Esse fato se agrava se o Médium p articipar
da intimidade do ritual.
A participação do Médium em nossa Corrente não é uma simples
formalidade. Ela funciona nos vários planos do Médium e ele sintoniza com as
forças desde o plano físico até às várias gamas do plano espiritual. Na verdade
o progresso de nossos Médiuns é avaliado em termos de impregnação, de

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assimilação da Doutrina. Se praticar seu mediunismo por outros métodos ele


não consegue a sintonia necessária e vive desequilibrado.
Aliás, esse é o principal motivo que traz a maioria dos clientes em busca
de socorro no Vale do Amanhecer. Ignorando esse fato simples eles buscam
auxílio em muitos lugares diferentes e acabam por se desiludir e se tornarem
descrentes.
Por último, se nossa Corrente e nossa Doutrina não forem suficientes
para o Médium, a ponto de ter que buscar outros cultos ou práticas religiosas,
esse fato invalida sua posição de Médium por definição...

03. Aprendizado Mediúnico e Intelectual

O ensino religioso é feito habitualmente pela didática comum, pela


palavra falada ou escrita. Com isso a absorção dos conhecimentos se faz pelo
intelecto, o banco de memória atuando como o repositório de conhecimentos.
Isso acontece tanto em religiões aculturadas intelectualmente como em cultos e
doutrinas de outra natureza. A base é a memória, em algumas predominando a
memória visual e em outras a auditiva. Mesmo nos cultos chamados primitivos,
os líderes são sempre aqueles que apresentam maior soma de conhecimentos
ritualísticos e doutrinários.
Com esse método a religião é absorvida pela alma, pelo sistema
psicológico, pela personalidade. A religiosidade assim assimilada é anímica,
sensorial, faltando no praticante a presença do espírito transcendental. A falta
de espiritualidade nas religiões tem sido a maior fonte de angústias da
Humanidade atual.
Entretanto a Natureza proporcionou ao Homem um método bem mais
simples e natural e aquisição de religiosidade que é a mediunidade e esse é o
método adotado pela Doutrina do Amanhecer, para que seus Médiuns adquiram
os conhecimentos, que aliás não são chamados assim, mas de esclarecimentos.

04. O Fluído Magnético Animal ou Ectoplasma

Exerce sua influência na pessoa, de acordo com sua programação


cármica, seu plano de vida no Planeta. Isso acontece no momento exato, e sua
manifestação é absolutamente clara, insofismável para ela mesma.
Para que esta afirmação seja aceita é preciso que haja apenas certa
honestidade do Homem consigo mesmo. Quem neste mundo de Deus não sabe
quando a inquietação de seu espírito se manifesta?
Uma vez começada a “produção” Ectoplasmática começa também o
desassossego da pessoa. É a época na vida de cada um quando começam as
interrogações, a busca de algo acima do senso comum, as dores, as
insatisfações, as sensações de irrealização, os distúrbios neurológicos e até
mesmo as doenças físicas de maior gravidade. Os sintomas variam conforme as
reações que as pessoas têm, de acordo com sua personalidade, ou seja, a
constituição de seu conjunto psicofísico.
Embora ignorando o fenômeno, a maioria das religiões proporciona, pelo
próprio ritual, algum reequilíbrio Ectoplasmático. Isso acontece principalmente
pelo sistema de reuniões, a formação de correntes e o sentimento de amor que

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é buscado. Mas, os preconceitos, sejam dogmáticos ou não, e a ânsia da


padronização de conceitos, com isso formando os preconceitos, abafam as
manifestações individuais. O Homem se torna, assim, prisioneiro, frustrado,
exatamente dentro da instituição, ou seja, a religião ou doutrina, que existe
para sua libertação!
Isso tudo resulta da confusão que se faz entre a alma transitória e o
espírito transcendental, e esse é o grande mal de nossa Civilização.
Assim, a Doutrina do Amanhecer não inventou método algum de
transmissão de religiosidade, mas apenas adotou, na sua prática, o sistema que
a Natureza já havia proporcionado ao espírito em trânsito na Terra, o Ser
Humano, o Homem. Nós apenas desenvolvemos a mediunidade da pessoa e
proporcionamos os meios para ela mesma controlar suas forças e energias.
Com isso essas forças e energias passam a circular nos canais programados e
começam a beneficiar as pessoas em vez de prejudica-las, como acontecia
antes de aqui chegarem.
Com toda a simplicidade a pessoa aprende a manipular seu Ectoplasma.
Com isso ela se purifica, se clareia, se torna mais sutil e, adquirindo maior
vibraticidade, permite a sintonia com o seu próprio mundo espiritual.
A partir daí sua alma se abre às influências do seu espírito e ela começa
a divisar seu caminho. A “claridade” do seu Ectoplasma lhe proporciona o
“esclarecimento” que tanto se confunde com “conhecimento”.

05. Mediunidade Psíquica e Mediunidade Espiritual

O espírito é algo que se destacou do Todo e, como conseqüência, se


individualizou, se tornou uma “Individualidade”. O indivíduo -espírito pela
própria natureza, apresenta características, tendências, preferências e objetivos
que são somente seus, que o destacam de outros indivíduos-espíritos.
Para encarnar, isto é, para percorrer por certo tempo este Planeta,
seguir a estrada que o levará, num futuro talvez remoto, a desindividua lizaçao,
isto é, à sua reintegração no Todo, cujas manifestações se fazem pelo processo
sensorial de estímulo e resposta, chamado alma. Esse conjunto corpo-alma
forma a personalidade.
Personalidade significa a aparência física, a constituição do corpo, as
tendências, a educação recebida, ou seja, “aquilo” que foi feito ou se fez n o
mundo físico, no Planeta, para a manifestação do indivíduo-espírito.
Essa é a Lei da Terra, a Lei Crística, em seu aspecto peculiar da
encarnação. Ao se submeter a esse processo, o espírito aceita completamente o
fato de que terá que se manifestar, exercer a sua programação, caminhar para
seus objetivos, dentro dessas condições difíceis.
A formação da personalidade já é meio caminho andado na realização
cármica. Por mais que faça, o Homem dificilmente pode modificar sua
personalidade, a não ser em termos de mudança de comportamento. Essa
mudança entretanto, a não ser que seja feita em consonância com os objetivos
do seu espírito, será angustiosa, transitória ou auto-aniquilante.
O conhecimento e a utilização da força mediúnica devem ser paralelos ao
reconhecimento da existência do espírito transcendental, do próprio espírito,
sob pena dela ser apenas a exteriorização da personalidade.

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Em resumo, o desenvolvimento da mediunidade apenas fenomênico, sem


um objetivo Crístico, ressalta as qualidades ou defeitos do Médium e o torna
apenas intermediário entre ele e o mundo que o cerca. Pode ainda acontecer
dele, na sua cegueira personalística, ser intermediário de forças horizontais, não
criativas e ás vezes até destrutivas.
Nesse caso ele se torna um Médium apenas psíquico, isto é, ele dá vazão
a conceitos, idéias e conselhos de sua própria lavra ou de espíritos do Plano
Terreno, ou seja, formas e valores não criativos, apenas transformist as.
Esse fato simples e objetivo é que separa o joio do trigo, o que é Crístico
e o que apenas não é. É fácil de se saber quando isso acontece, bastando
seguir-se a regra evangélica de que a “arvore se conhece pelos frutos...”.
A mediunidade desenvolvida paralelamente ao esclarecimento doutrinário
apresenta um quadro totalmente diferente. O Médium começa por aprender as
emanações e os anseios transcendentais de seu próprio espírito e, graças a
isso, ele se harmoniza com sua linha cármica. Ele muda as perspectivas, a visão
da vida e muda seu comportamento por um processo íntimo de plena
convicção. Ele torna mais abrangente e com isso sua vida se equilibra. Ele
passa a ser uma pessoa que irradia simpatia e interesse pelo seu próximo.
A partir daí se torna possível seguir a Lei do Perdão, do Amor, da
Tolerância e da Humildade. Nessas condições isso é feito sem constrangimento,
sem que a pessoa tenha que se violentar, sem provocar tenções internas,
geralmente causadoras de revolta.
Nessa linha de sintonia com seu espírito transcendente ele atrai para si
as emanações dos espíritos superiores, de seus guias, seus mentores e passa a
ser porta-voz desses espíritos. Esse é o Médium espiritualizado, o Médium
através do qual vem a cura, o alívio e a esperança dos que são atendidos por
ele.
Temos assim uma idéia clara do que seja a mediunidade puramente
psíquica e a mediunidade espiritual. Entretanto é preciso saber que o Ser
Humano não é estático, sempre o mesmo. Ele varia a cada momento e seus
estados se alternam conforme as influências a que é submetido. Como
conseqüência, sua mediunidade pode variar e se apresentar ora de uma forma,
ora de outra.
Por isso é que a prática da mediunidade deve ser feita no âmbito de um
conjunto doutrinário, com regras ritualísticas e vigilância dos Mentores. Em
nossa Corrente, para melhor garantir a autenticidade, todo trabalho mediúnico
é feito pela unidade dupla Apará-Doutrinador. Só o Doutrinador tem as
condições necessárias para discernir as manifestações e saber quando as coisas
vêm do Médium ou dos Guias, qual a dosagem de psiquismo existente no
trabalho, e até que ponto esse psiquismo não prejudica o trabalho. Afinal
ninguém é perfeito e qualquer um pode cometer erros. O importante é tirar o
melhor partido de cada situação e fazer com que o Médium ajude a si mesmo,
enquanto ele está ajudando o seu próximo. Só uma atitude de Amor e
paciência pode conduzir o fenômeno mediúnico para resultados positivos a
todos que dele participam.
Para isso é preciso haver uma atitude desassombrada e de compreensão,
que somos todos espíritos a caminho e que o Ser Humano dificilmente mistifica
deliberadamente.

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06. A Mediunidade Iniciática

Iniciação significa a admissão do Médium ao círculo seguinte da espiral


de forças que regem a Missão. As forças da Corrente do Amanhecer distribuem
suas energias de cima para baixo, em forma de espirais cônicas, cujos círculos
menores estão na parte de cima. Cada espiral representa uma Cassandra regida
por uma Falange.
Ao se tornar Médium do Vale do Amanhecer a pessoa vai desassimilando
as correntes negativas, através da modificação do seu teor Ectoplasmático. Seu
fluido se modifica paulatinamente, tornando-o cada vez mais sensível às
vibrações dos círculos imediatamente superiores. O Médium vai se imantrando,
isto é, ele adquire a capacidade de sintonizar os “Mantras” de força e os
manipular no exercício de sua mediunidade. Vejamos um exemplo: qualquer
pessoa pode rezar um Pai Nosso. Essa oração é o Mantra básico dado por Jesus
para situar o espírito em trânsito na Terra no Sistema Crístico. Entretanto, ao
pronunciar esse Mantra existe uma penetração maior ou menor, em
consonância com o estágio espiritual de quem o pronuncia. As palavras são as
mesmas, não importa quem as pronuncie, mas a sintonia varia conforme a
situação do emitente. O mesmo Mantra pronunciado por um iniciado e um não
iniciado produzem resultados diferentes.
Por isso o Médium Iniciado recebe o direito de usar certos objetos
ritualísticos que são acrescidos ao seu uniforme. Há, pois, trabalhos no Templo
que só podem ser feitos por Médiuns Iniciados.
A cerimônia de Iniciação é basicamente o encontro, em meio do
caminho, entre o Médium e as energias que ele passou a ter capacidade de
manipular. As vezes as energias vão mais ao encontro dele do que ele das
energias e outras vezes sucede ao contrário. Esse fato é muito importante de se
saber, uma vez que força significa capacidade, potência; sucede às vezes que a
pessoa não chega a exerce-la conscientemente. Expliquemos melhor: o Médium
Iniciado é sempre capaz de fazer um trabalho, que exija essa condição, mesmo
que ele não saiba ou não conheça a força que tem. Nem sempre a
personalidade do Médium corresponde à sua posição mediúnica.

07. A Conduta Doutrinária

Há certos casos em que a Espiritualidade manda iniciar um Médium para


que ele seja beneficiado pela Iniciação, para sanar alguma dificuldade em seu
equilíbrio. Só depois de algum tempo é que ele irá exercer consciente seu papel
de iniciado.
O conflito é a nota dominante da vida no Planeta Terra. Na verdade não
existe vida sem morte. Os seres respiram e, junto com o ar, penetram no
organismo milhões de bactérias, germes e micróbios. A cada respiração milhões
de anticorpos, que são verdadeiros soldados do corpo físico, entram em ação e
matam os invasores. A luta não pára um segundo sequer e, se as defesas se
enfraquecem, ou se um inimigo desconhecido penetra em suas fileiras, o corpo
se desequilibra e a pessoa fica doente.
Tudo que existe na Terra é vivo, qualquer que seja a natureza. Tudo é
composto de átomos, desde a pedra até o fogo, desde a água até o ar. Como

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resultado natural, tudo que absorvemos é vivo. O Ser Humano é uma complexa
máquina que absorve e transforma, como todos os outros seres, a matéria em
energia e a energia em matéria. Nada é desperdiçado e tudo é transformado.
Essa luta eterna é variável conforme a simplicidade ou a complexidade
dos organismos que existem no Planeta. Quanto mais complexo é um
organismo, mais complexa é a luta. O princípio, porém é inalterável: absorção
ou perda de energias. Isso acontece desde a pedra bruta, que é atacada pelo
ar, a água, o atrito, o calor, o frio e as variações do terreno onde se encontra,
até o Ser Humano, que é afetado por esses e outros fatores.
Desde o mineral, passando pelo vegetal, e chegando ao mundo animal, a
luta vai adquirindo aspectos mais variados e complexos. Ela atinge o máximo
refinamento no homem, a maior usina da Natureza de transformação
energética que existe.
O simples ato de pensar já é uma poderosa forma de emitir e receber
energias, com perdas ou ganhos conforme os controles, as qualidades e as
sintonias. Quanto mais sutil é o campo vibratório em que as energias são
recebidas ou emitidas, maior é a intensidade, a potência e a força que entram
em jogo.
Com esse raciocínio fácil e razoável conclui-se que o conflito, a luta, o
ataque e a defesa são intrínsecos em nossa natureza, essa é a Lei do Planeta
Terra, não existe a paz, mas sim a guerra, permanente e inevitável, se
situarmos o problema apenas em termos do plano psicofísico.
Essa Lei, entretanto é restrita, delimitada pelo campo vibracional da
Terra e, para começarmos a entender isso um pouco, nós temos que pensar em
termos de dimensões, planos e mundo. Embora essas palavras sejam
escorregadias, são as únicas que nos dão a idéia aproximada de planos
vibratórios. Façamos uma analogia: por mais encapelado, tempestuoso que o
mar esteja, se mergulharmos alguns metros abaixo da superfície,
encontraremos uma tranqüilidade impressionante. Pessoas que já voaram em
aviões comerciais de grande porte também conhecem essa notável experiência.
As vezes a gere decola de um Aeroporto em meio a tempestade, o avião
jogando perigosamente; ele ganha altura e, em poucos minutos o sol brilha por
sobre o colchão de nuvens enquanto que o vento parece inexistente. Assim é a
nossa vida e assim também são nossas alternativas. É preciso mergulhar ou
subir acima de nossas contingências para que tenhamos paz e tranqüilidade, é
preciso penetrar na dimensão do espírito. Só que o mergulho no mundo do
espírito não é medido em metros, mas em sensibilidade.
Torna-se necessário a gente se fazer receptivo ao mundo de nosso
próprio espírito, seja em termos do passado cármico ou do futuro planejado,
para que possamos avaliar melhor os nossos conflitos e podermos reduzi-los às
proporções que eles realmente têm.
Para facilitar essa receptividade, para tornar possível a trajetória dos
espíritos encarnados, para que o Mundo seja uma escola proveitosa é que
existe o Sistema Crístico e a Doutrina do Mestre Jesus com sua Escola do
Caminho.
O Vale do Amanhecer não exige dos seus Médiuns que contrariem as
Leis do Planeta, quaisquer que sejam elas, mas que sobreponham a elas uma

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conduta iluminada pela Doutrina de Jesus, a que chamamos de Conduta


Doutrinária.
Convidar um Ser Humano a abandonar a luta seria o mesmo que sugerir
que se suicidasse. Mas permitir que ele continue a luta sem saber o que está
fazendo é deixá-lo entregue à perda da oportunidade encarnatória, é o suicídio
do espírito.
A Doutrina de Jesus diz: “devemos amar ao próximo como a nós
mesmos” e, por todos os ângulos que observemos essa máxima ela sempre se
apresenta como vantajosa para nossa existência. Amando as pessoas que nos
cercam, incondicionalmente, conseguimos um clima de paz em nossa
consciência que só nos traz vantagens em todos os sentidos. Mas, para
podermos amar os que nos agridem ou que procuram nos prejudicar, os que
nos odeiam e os que nos invejam, nós temos que ter uma perspectiva ampla
das nossas relações com os “próximos”.
Para que tenhamos essa visão mais ampla nós temos que conhecer,
assimilar os outros aspectos da Doutrina do Mestre. Para conhecê-la nós
devemos ter capacidade de sintonia. Em termos de Mediunismo, capacidade de
sintonia significa saber mediunizar-se.
E assim, fechamos o amplo círculo. Para que o Médium tenha uma
conduta doutrinária ele precisa conhecer a Doutrina. Conhecendo a Doutrina ele
continua sua luta, come, bebe, ama, trabalha, disputa seu lugar ao Sol, cumpre
as leis biológicas, as psicológicas e as sociais e, através disso, executa o
programa desta encarnação. E só assim ele pode dizer com tranqüilidade: “Seja
feita a sua vontade, assim na Terra como no Céu...”.
A Doutrina do Amanhecer nos fornece ainda um dado muito precioso: o
Homem em harmonia com a lei é controlado por um número e uma quantidade
de energias que lhe garantem a força total. Esse número básico é o 7 assim
dividido: 3 + 1 + 3. três forças são a sublimação que por serem inversas da
Terra são chamadas de negativas. Elas são fáceis de identificar quando
dizemos: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito”. Há uma força intermediária
que liga as três primeiras com as três últimas: essa é a força da Mente, ou
quarto plano Iniciático, a sede do Eu: as outras três forças são: a do plano
intelectivo concreto, onde se manipulam as energias etéricas, a do coração ou
forças da emoção e sensibilidade (no coração humano é que reside a partícula
Crística) e por último a força animal, do mundo físico.
Tanto a da Mente como as outras três formam o quarteto positivo, as 4
forças chamadas de positivas, pois são elas que diferenciam um homem de um
espírito não encarnado, um espírito vivendo na Terra.
Podemos agora concluir: o Médium, por definição, tem que observar
uma Conduta Doutrinária, isto é, ele terá que agir de acordo com a Doutrina na
observância da Lei.

08. A Missão Mediúnica

A palavra “Médium” é a mais simples de qualquer vocabulário, pois


sendo latina, ela pode ser usada em qualquer língua, mesmo que essa língua
não seja de origem latina.

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Entretanto não existe palavra mais vinculada a mistérios e coisas


incompreensíveis do que essa, ela chega a causar medo nas pessoas conforme
as circunstâncias.
“Médium” em latim quer dizer “meio”, que por sua vez significa, entre
outras coisas, “aquilo que se usa para obter alguma coisa”, ou então , “o ponto
exato entre dois extremos opostos”.
Em português, a palavra “Médium” já é incorporada ao vocabulário e
significa literalmente: “a pessoa que serve de intermediário entre os espíritos e
os seres humanos”.
Assim, mediante uma simples palavra, nós temos garantido que ser
Médium é apenas um meio e não um fim em si. Se acrescentarmos a essa
proposição a afirmativa da Doutrina do Amanhecer de que todos os seres
humanos são médiuns, conclui-se que nós, os encarnados, os seres humanos,
somos meios para alguma coisa. Essa “alguma coisa” é a trajetória dos espíritos
pelo Planeta Terra. Se juntarmos a essa conclusão o fato simples de que a
Sociedade, a Humanidade, a Civilização, a Coletividade e etc, todas essas
palavras significando mais ou menos a mesma coisa, composta de seres
humanos, conclui-se por simples lógica que a Humanidade é apenas um meio e
não um fim em si.
Apenas devemos acrescentar, por respeito à Lógica, que tudo existente
nesta Terra é meio e fim ao mesmo tempo e que, se quisermos manter um
raciocínio coerente, devemos sempre especificar as circunstâncias em que algo
é meio ou fim.
No caso do Médium a própria denominação já estabelece a condição de
ser elo intermediário entre o mundo do espírito e o mundo físico, um
medianeiro entre o Céu e a Terra.
Todos os seres humanos sendo Médiuns estão sendo intermediários
entre algo que deve ser feito, todos são meios de uma finalidade. Essa
finalidade começa a ser Missão quando adquire um âmbito maior, além da
simples sobrevivência do elemento. Olhando-se por esse prisma verifica-se
facilmente que todos os seres humanos têm missão, uma vez que todos são
Médiuns.
O que então significa quando a gente diz para um Médium: “você é um
missionário?”.
Para termos uma resposta correta, somos obrigados a particularizar a
palavra “missão” no seu sentido religioso e, para que isso seja mais real,
entende-la no sentido Crístico. Para compreender esse sentido nada melhor do
que a leitura da Parábola dos Talentos em Mateus 25:14-30:
14 Pois é como um homem, que se ia ausentar do país, e
chamou seus servos e lhes entregou seus bens.
15 E a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a
cada qual segundo sua capacidade; e partiu.
16 Imediatamente foi o que recebera 5 talentos a operar
com eles e lucrou outros cinco.
17 Igualmente o de dois, lucrou outros dois.
18 Mas o que recebera um, foi, cavou a terra, e escondeu o
dinheiro de seu senhor.

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19 Depois de muito tempo, vem o senhor daqueles servos e


ajusta contas.
20 E vindo o que recebera cinco talentos, trouxe outros
cinco, dizendo: “Senhor, entregaste -me cinco talentos;
olha outros cinco talentos que lucrei”.
21 Disse-lhe seu senhor: “Muito bem, servo bom e fiel; foste
fiel no pouco, confiar-te-ei o muito: entra na alegria de
teu senhor”.
22 Chegando também o de dois talentos, desse: “Senhor,
entregaste-me dois talentos; olha outros dois talentos
que lucrei”.
23 Falou-lhe seu senhor: “Muito bem, servo bom e fiel;
foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito: entra na alegria
de teu senhor”.
24 Vindo também o que recebera um talento, disse:
“Senhor, con heço-te que és homem duro, colhendo onde
não semeaste e recolhendo onde não distribuíste,
25 Eu amedrontado, escondi teu talento na terra, olha
(aqui) tens o teu”.
26 Respondendo, então disse-lhe seu senhor: “Servo infeliz
e tímido, sabias que colho onde não semeei e recolho
onde não distribuí?
27 Devias, então, ter confiado meu dinheiro aos banqueiros
e, vindo eu, teria recuperado o meu com juros.
28 Tomai-lhe, portanto, o talento, dai-lo ao que tem dez
talentos,
29 pois a todo o que tem, será dado e superabundará; mas
de quem não tem, ser-lhe-á tomado até o que tem.
30 E o servo inútil lançai-o nas trevas exteriores; aí haverá o
choro e o ranger de dentes”.
(Mateus, 25:14-30. In Carlos Torres Pastorino, “Sabedoria do Evangelho”. Vol. 6 pag. 175)

Desde que essa Parábola foi conhecida, “talento” passou a significar a


qualidade inata e o engenho, passíveis de serem multiplicados, desenvolvidos. A
mediunidade inata, natural em todos os seres humanos, é uma qualidade que
pode ser “multiplicada”, isto é, desenvolvida e, como na p arábola, tendo sido
recebida, ser devolvida em dobro ou multiplicada “ao Senhor”.
Médium, com “M” maiúsculo é, pois, aquele ser humano que desenvolve
o seu talento mediúnico e, ao fazê-lo, exerce automaticamente uma Missão;
torna-se um Missionário.
É por isso que a gente costuma dizer do Médium que se dedica com mais
amor ao trabalho mediúnico que “ele é um verdadeiro missionário...”.

09. A missão básica da nossa Corrente

A Corrente Indiana do Espaço, nome como é conhecida na


Espiritualidade, foi formada para a preparação do Homem para o III Milênio,

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assim chamado porque será o 1º Milênio em que a Lei Crística estará


Implantada no Planeta, sem a necessidade da dor Cármica.
Essa Implantação está sendo feita pela Escola do Caminho do Mestre
Jesus. A parte do Sistema Crístico atual é essencialmente Doutrinária, e essa
Escola nos ensina como transmitir uma Doutrina. Quem melhor colocou o
problema foi o Pai João de Enoque que diz sempre: “Meus filhos, não basta
apenas dar peixes às pessoas; é preciso ensiná-las a pescar”.
A Doutrina do Amanhecer ensina a não ter medo do futuro e nos abre as
esperanças de realização, desde o momento em que entramos em contato com
ela, qualquer que seja o tipo de relacionamento. Se uma pessoa chega ao
Templo do Amanhecer e é curada, ela percebe claramente que foi pelo
fenômeno do Amor, da Tolerância e da Humildade e não por algum fenômeno
que contrariasse a Lei do Planeta. Se o visitante entra e sai do Templo por
simples curiosidade, por mais fechada que seja a sua mente, ele já se
impregnou da emanação do Templo e sente-se bem. Esse fato e a maneira do
funcionamento do Templo com sua arquitetura, seus símbolos e seu ritual já
imprimiram nos seus sentidos uma mensagem doutrinária.
Assim acontece com as coisas do Vale e como ele aparece para as
pessoas. É lógico e natural que todos o procurem em busca de algum remédio
para seus males. O caminho da dor é o caminho natural da atual fase do
Planeta Terra. Mas, a dor é apenas um meio, um instrumento de alerta e não
basta apenas afasta-la para que ela tenha atingido sua finalidade. Por outro
lado, é preciso respeitar o livre arbítrio de seu portador e não é lícito aprisionar
o Homem sofrido em conceitos restritos. É certo dar abrigo ao viajante
cansado, mas é absurdo querer obrigá-lo a morar com a gente.
A missão de nossa Corrente é abrir os olhos dos que nos procuram para
seus próprios caminhos e iluminar esses caminhos com o máximo de nossas
luzes. Essa é a missão da Corrente e nisso consiste a Doutrina do Amanhecer.

10. Os reajustes

Para entendermos melhor os quatro itens anteriores deste manual, o


problema do psiquismo, da conduta, da missão e das finalidades da Corrente, é
preciso que saibamos claramente o que são reajustes.
A partir do instante em que os espíritos passaram a existir e se tornaram
individualidades, suas diferenças lógicas passaram a produzir efeitos. Na
descida – para nós misteriosa – que os espíritos empreenderam, como nos
mostra a Estrela de David, suas ações mútuas foram causando efeitos cada vez
maiores uns nos outros.
Na presente encarnação, olhando-se as pessoas em seu relacionamento,
a gente percebe esse fato claramente.
Não há lógica que possa explicar o relacionamento entre os Homens, as
desigualdades, os amores e os ódios. Por quê uns matam e agridem, odeiam e
se revoltam enquanto outros amam e curam?
A tentativa de explicar essa realidade pelos atos atuais, é invalidada pela
diferença de reações às mesmas condições e estímulos, fato esse que mostra
claramente a existência de causas anteriores, que determinam as atitudes
atuais.

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Ora, se os espíritos tendem a voltar a Deus, conforme nos mostra o


triangulo ascendente da Estrela de David, eles terão que acertar suas diferenças
e emparelhar suas individualidades a um ponto comum de referência.
O padrão de referência mais lógico e acessível ao Ser Humano é a face
do Sistema Crístico que estabelece um prazo, um tempo determinado para
nossa ação no Planeta e, prudentemente, nos fez ignorantes ao dia de nossa
morte física.
Para chegarmos à paz interior, sinônimo de Deus, n ós temos que nos
reajustar com tudo que nos cerca, começando, naturalmente, pelo que nos é
mais próximo, mais intenso, de experiência mais imediata.
E assim nós vamos encontrando, nas pessoas e nas coisas que nos
cercam, os efeitos das ações que fizemos através dos tempos. Primeiro
encontramos a nós mesmos, quando tomamos consciência de nossa situação;
somos pobres ou ricos, bonitos ou feios, alegres ou tristes; nascemos numa
parte boa ou má do Planeta, temos bons ou maus progenitores, etc, etc.
Esse é o primeiro e mais difícil reajuste.
Ao chegarmos ao entendimento, à consciência plena de nossa situação,
quando o que moldamos já é irreversível, no tempo e no espaço, somos
geralmente tomados de um profundo senso de injustiça e, às vezes, de revolta.
Nesse ponto nos encontramos diante do primeiro grande dilema de nossas
vidas. Alguns chegam a isso em tenra idade, outros já mais velhos, mas todos,
todos os Seres Humanos desta Terra chegam a esse ponto. Você que está
lendo este manual seja o juiz e decida se esta afirmativa é verídica ou não.
A partir daí começa o nosso reajuste, a retomada da trajetória de nosso
espírito, o aparecimento das dívidas e dos créditos adquiridos em outras
encarnações. Esses compromissos do passado são representados por credores
ou devedores, que tanto podem ser encarnados ou desencarnados, gente ou
espíritos.
Na experiência vivida nos Templos do Amanhecer, tanto no trato com as
milhares de pessoas atendidas, como nas instruções doutrinárias, conclui-se
que a estrutura da vida global do Homem está no plano de reajustes para cada
encarnação.
O espírito para reencarnar estuda, junto com seus mentores, um plano
de trabalho através do qual poderá conseguir certa dosagem de evolução, se
cumprir, é claro, o plano traçado. Naturalmente ele pod erá cumpri-lo ou não,
uma vez que seu livre arbítrio é respeitado em todos os planos, inclusive na
escolha de sua encarnação.
Caro Médium e leitor (novato ou veterano) desta Corrente: neste ponto
de nosso Manual faremos esta pequena pausa e retomaremos o assunto dos
reajustes, por ser ele fundamental para a compreensão da Doutrina do
Amanhecer. É o reajuste o ponto crítico, que decide o resultado positivo ou
negativo de uma encarnação e é ele também, a principal razão da busca
religiosa.
Para que possamos entender esse aspecto tão importante da vida em
nosso Planeta, vamos torna-lo em sua origem mais próxima de nosso
entendimento que é o processo encarnatório.

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11. As Energias Cármicas

Para que um espírito possa ocupar um corpo físico e sua respectiva alma,
e com isso formar um Homem, um Ser Humano, entram em jogo múltiplos
fatores, alguns dos quais podem ser analisados e compreendidos pela visão
científica da vida.
Dois Seres Humanos se complementam e dão origem a um terceiro.
Ambos são portadores de fatores genéticos e, da combinação dos genes fica
estabelecida a estrutura fundamental do novo ser.
A partir desse ponto forma-se o feto, cujo sistema nervoso e cérebro-
espinhal se completam entre o segundo e o terceiro mês de gestação. No
terceiro mês o espírito passa a habitar naquele corpo.
Todo o processo está compreendido nas leis que regem os planos físicos
e seus complementares etéricos e astros do Planeta, até o momento do espírito
aderir ao corpo. Para que isso aconteça entra em jogo um fator extraterre no ou
hiperetérico chamado Fagulha Divina, Átomo Crístico, etc.
Se não existisse esse fator extra-etérico, o fenômeno da vida seria
passível de ser controlado pelos Homens. Sem essa fagulha divina não existe
reencarne, não começa a vida humana, a não ser em termos apenas biológicos.
Por isso o ser humano criado em laboratório será apenas um sonho mau,
uma pretensão humana sem propósito. O Sistema Crístico na Terra foi
organizado para os espíritos em trânsito e fora dele é impossível, pelo menos
até onde alcança a visão espiritual da Doutrina do Amanhecer, o reencarne dos
espíritos.
A Fagulha Divina é uma energia que mantém a aderência do espírito ao
corpo através do perispírito. No término da jornada o espírito volta ao plano
alcançado, à dimensão que conquistou. A energia da Fagulha Divina,
impregnada pelas características da vida que foi vivida por aquele Ser Humano,
fica na Terra, geralmente junto ao local onde o corpo é desintegrado, não
importando qual o processo, se enterramento, dissolução, cremação, e tc.
A partir desse ponto a Fagulha Divina se transformou em energia
cármica e permanece nas proximidades onde o corpo ficou depois do
desencarne. Ela irá passar por transformações lentas, em termos de localização,
intensidade e mobilidade, dependendo de como o espírito que a deixou segue
sua evolução. O sucesso ou insucesso de uma encarnação depende muito da
maneira como um espírito manipula as energias cármicas.

12. O percurso de uma vida

Onze meses antes da reencarnação, o espírito percorre, acompanhado


de seu Mentor, os lugares onde viveu suas várias encarnações. Não se trata
exatamente de uma viagem topográfica, mas, de certa forma, o itinerário é
baseado nos pontos magnéticos gerados pelas energias cármicas deixadas por
ele.
Dentro dessas coordenadas ele escolhe o seu plano encarnatório, a
começar pela Mãe, o Pai, os amigos e os inimigos que irá ter. prevendo as
próprias vacilações, ele escolhe também um futuro amigo e protetor que irá
ajuda-lo na penosa experiência.

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Depois disso ele entra para o chamado Sono Cultural, enquanto o plano
é executado pelos Mentores, entrando no jogo os espíritos encarnados e os
desencarnados que irão relacionar-se com ele nessa encarnação.
Isso mostra claramente que o livre arbítrio é que preside todos os atos.
Mesmo depois de encarnado, quando esquecido da escolha feita, se ele não
quiser aceitar as condições que se impôs, ele pode fugir ao cumprimento do
programa. Essa fuga, entretanto apenas lhe traz mais angústias e transfere os
problemas para mais tarde. Mas, o importante é que Deus não tem pressa...
E assim, um Ser Humano nasce em determinado lugar, sua família
muda-se para outro lugar, ele cresce e viaja para outro lugar e pode acabar sua
vida em algum lugar bem distante de onde começou. Acaso?
– Não, não existe acaso na vida humana a não ser na aparência sensorial.
Atrás de cada acontecimento de nossas vidas, do mais banal ao mais
importante, existe sempre um intrincado mecanismo cujo funcionamento é mais
complicado ainda porque muda a cada momento. Essa mudança se opera a
cada instante na dependência de nossas decisões. Se a decisão é errada, com
isso contrariamos nosso destino transcendente, sentimos angústias e dor.
O Homem é feliz ou infeliz dependendo de como vive e de como
estabelece seu sistema de decisões. Naturalmente, a pergunta que essa
questão suscita de imediato é: como saber o que está certo e o que está
errado? – mas esse é exatamente o enigma da vida, do livre arbítrio. Foi talvez
essa questão que levou os sábios da mais remota antiguidade a inscrever nos
pés da Esfinge: “Decifra-me ou te devoro” e que levou São Francisco de Assis a
dizer: “Senhor dai-me forças para tolerar as coisas que não podem ser
mudadas; dai-me amor, para mudar as coisas que devem ser mudadas e dai -
me sabedoria para distinguir umas das outras”.
Mas, para sermos bem objetivos, para que possamos realmente saber a
decisão certa, a Natureza nos deu um mecanismo de percepção que nos
permite saber – qualquer que seja nossa posição no contexto humano – as
coisas da Lei no Plano Físico, as coisas da Lei no Plano Psíquico e as coisas da
Lei no Plano Espiritual.
Normalmente, nós estamos habituados a ouvir a voz de nosso corpo e a
voz de nossa alma, uma vez que seus reclamos são facilmente discerníveis: eu
sei quando tenho fome e sei do que gosto ou não gosto. Essas exigências
produzem uma pequena dor. Mas temos também que nos acostumar a ouvir a
voz de nosso espírito, pois a falta disso n os produz a grande dor, a verdadeira
dor. Perder um corpo é um fato natural – não existe corpo eterno; perder a
alma também é um fato natural – não existe alma eterna. Mas perder o
espírito, tirar a oportunidade de uma encarnação arduamente conquistada é
desafiar a Lei em seu aspecto mais amplo, é fato mais grave e mais doído.
Por essa razão é que o Grande Mestre Jesus nos deu, de forma clara e
adequada, o Sistema Crístico na sua Escola do Caminho, para que pudéssemos
ouvir facilmente a voz de nosso espírito.
A propósito é preciso que se diga que o único erro que os exegetas do
Cristianismo cometem é de querer interpretar o Evangelho como guia para alma
e para o corpo; não, Jesus não fala para eles, Jesus fala para o espírito
encarnado. O Evangelho tem um aspecto literal, factual e psicológico porque ele

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 4

é transmitido pelos sentidos, mas o próprio Mestre explicou aos discípulos


quando lhe perguntaram: “Mestre, por que é que lhes falas em parábolas?”.
Respondeu-lhes Jesus: “A vós é dado o compreender os do reino do céu;
aos outros, porém não é dado. Porque ao que tem dar-se-lhe-á, e terá em
abundância; mas ao que não tem tirar-se-lhe-á ainda aquilo que possui. Por
isso é que lhes falo em forma de parábolas: porque de olhos abertos, não vêem
e, de ouvidos abertos, não ouvem, nem compreendem”.
Assim se há de cumprir neles a profecia de Isaías: “Ouvireis e não
entendereis; vereis e não compreendereis; porque endurecido está o coração
deste povo, tornaram-se moucos os seus ouvidos, e cerraram os olhos: não
querem ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o
coração, nem converter-se de modo que eu os cure”.
Ditosos os vossos olhos, porque vêem! E os vossos ouvidos, porque
ouvem! Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejariam ver
o que vós vedes e não viram: ouvir o que vós ouvis e não ouviram”. (Mateus
13:10-17

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 5

Prefácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium e caro Leitor:


Entregamos à sua apreciação o 5º fascículo de nosso manual.
Desta vez entramos em considerações muito sérias, de problemas que
afetam diretamente a nossa vida mediúnica e doutrinária: da família e alma
gêmea.
Essas duas situações do espírito em trânsito na Terra, são mais sérias
atualmente em face da atual desagregação familiar em andamento.
Entretanto, a vida doutrinária e o aperfeiçoamento mediúnico, podem
nos ajudar a suavizar esses problemas e até mesmo conseguir resolve-los a
nosso contento.
Para isso estamos tecendo considerações em torno da criatividade que a
mediunidade pode nos dar e melhor dimensionar nossa visão.
Em seguida entramos nos problemas dos reajustes tomando por base a
existência dos “cobradores”, problema esse em que a lição do Mestre Jesus é
cristalina e objetiva, não havendo necessidade de muito comentário.
E assim, vamos prosseguindo com nossas Instruções Doutrinárias,
preparando os capítulos na medida em que os esclarecimentos vão chegando
do Céu por meio de nossa Clarividente.
Que o Mestre Jesus o ilumine cada vez mais na sua trajetória terrena e
que sua vida se torne um instrumento da Paz de Jesus!
Salve Deus!

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(Em memória)

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 5

F ascículo 5
01. Família Cármica e Família Espiritual

A maior soma de problemas da atual humanidade reside nas relações


familiares. Muitos são os fatores que determinaram essa situação. Alguns deles
residem em conceitos superados, inexeqüíveis à vida atual, outros resultam de
motivos econômicos e alguns derivam de problemas religiosos. Culpam-se os
educadores, os pais, os governos, os meios de divulgação, os traficantes de
drogas e até mesmo a farmacologia.
Fazem-se análises, formulam-se métodos, mudam-se os sistemas e o
problema mostra claros sintomas de agravar.
Entretanto a família repousa no mais sólido processo da Natureza, que
nenhum artifício conseguiu ainda superar. Esse fato garante a continuação da
sua existência, e nenhum Ser Humano foge a essa contingência. Sob o prisma
transcendental, a família representa o núcleo básico da escolaridade do Planeta
e nenhum espírito pode fugir das suas lições. As dores que isso representa, a
começar pelo parto e terminando nas ingratidões, nas traições e até mesmo no
fratricídio, são as maiores fontes dos reajustes e de oportunidades evolutivas
dos espíritos no caminho terreno.
Isso entretanto não significa que tais dores sejam insuperáveis ou que o
sofrimento resultante não possa diminuir. Ape nas é necessário considerar o fato
transcendente e verificar os motivos pelos quais os espíritos se juntam aqui na
Terra.
Fatores transcendentes significam o relacionamento de encarnações
anteriores entre espíritos que compõem uma família atual. É difícil precisar a
origem desse entrosamento. O próprio Evangelho é omisso e apenas nos separa
a família cármica da espiritual com uma frase - ... E Jesus olhando em torno
para os que estavam sentados em roda, disse: eis minha mãe e meus irmãos:
pois quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe (Marcos
3:34-35). Naturalmente o Mestre quis dar aos circunstantes um sentido
abrangente, que tornava parte de sua família todos que fizessem a vontade de
Deus ou seja, espíritos integrados conscientemente no processo evolução, e
não somente os que a Ele estavam ligados pela consangüinidade. Mas, ao
mesmo tempo, se deduz dessa atitude de Jesus, que os fatores consangüíneos
eram apenas circunstanciais, pois todos “que fizessem a vontade de Deus”
eram seus parentes também.
Acrescentemos ao episódio o fato natural, de que os membros de uma
família tendem naturalmente a deixa-la, formar outras famílias e miscigenar o
seu sangue, numa cadeia quase infinita que acaba por terminar a Humanidade
uma série de grandes famílias e por último uma só.
Disso se conclui que existem dois aspectos fundamentais de
agrupamento dos espíritos em trânsito na Terra: um de origem biológica,
consangüínea e outro de origem espiritual de sintonia, de afinidade.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 5

Assim, nos podemos, com certa segurança, determinar os aspectos


cármicos nas relações entre membros da mesma família, pela ausência de
sintonia espiritual. A sintonia resulta no amor, no afeto incondicional e sua
ausência produz o ódio ou a indiferença.
Quando a ausência de sintonia, predomina em todo o conjunto familiar,
a gente pode defini-la como uma família cármica. Nesse caso esses espíritos se
juntaram apenas no propósito de se evoluírem, uns à custa dos outros,
cobrando ou pagando dívidas de encarnações anteriores. Como essas dívidas
pregressas são limitadas – episódios avulsos e às vezes apenas fortuitos –
terminado o reajuste acaba também a razão daquela união.
Ao contrário, quando os espíritos se reúnem por afinidade, sintonizando
na mesma onda vibratória, a união é duradoura e continua após o desencarne.
Nesse caso o núcleo familiar serve como a base para a ação dos espíritos que o
compõem. Como cada espírito tem seus compromissos individuais, ele pode
perfeitamente ter Carmas com espíritos de outras famílias e se reajustar, sem
necessariamente constituir com eles famílias consangüíneas.
Como conclusão prática de todas essas observações e, vendo a vida
como ela é no quotidiano, a gente verifica que, quando as dissensões e as lutas
existem no seio de uma família, ela é uma família cármica; quando ao contrário
não existe luta interna, os membros se amam, mesmo que cada um deles tenha
sua luta cármica externa, ela é uma família espiritual.
Pode acontecer, e acontece com freqüência, que na mesma família
existam espíritos afins e outros que se juntaram apenas pelo Carma. Esse é o
caso mais comum em nossa Humanidade atual e explica as constantes
dissoluções e reagrupamentos de parcelas da mesma família.
Uma coisa porém é sempre certa e verificável: os laços de sangue não
garantem a afinidade nem a sintonia.
Outra conclusão que se tira, é que o problema familiar deve ser olhado
de maneira mais abrangente, evitando-se sempre o julgamento das ações
individuais, tomando-se por base a família carnal e dando-se a ela uma suposta
sanção divina. É lógico que tido que acontece na face da Terra tem um sentido
de escolaridade que leva sempre à evolução dos espíritos. Mas, assim como
ninguém jamais pensaria que uma pessoa deva ser sempre doente ou persistir
no erro, é absurdo pensar-se que alguém deva permanecer num contexto
familiar, se ele de plena consciência terminou seu reajuste. O problema é de
foro íntimo e não de julgamento por um padrão social de referencia. Padrões
são feitos pelos seres Humanos, variando no tempo e na geografia e não por
Deus.
Na aula de Tia Neiva ela nos contou a estória de uma família, publicada
em um de nossos folhetos sob o título de “O homem de dois mundos” que
ilustra bem esse fato.

02. As Almas Gêmeas

Relatamos em capítulo anterior, que ninguém neste Planeta sabe co mo e


nem quando os espíritos foram criados. A idéia mais aproximada que temos
desse fato é que espíritos são partículas divinas, partes de Deus

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individualizadas, isto é, com características próprias, e livre arbítrio relativo à


sua trajetória terrena.
Sabemos também que na caminhada planetária, os espíritos seguem
uma lei universal que os caracterizam como homens ou mulheres.
Também não sabemos quando isso começou, embora existam
suposições que, em certa época deste Planeta, na região Africana, não
existiram homens e mulheres, mas apenas um tipo de Ser Humano que,
reuniria em si as características de ambos os sexos, os “andróginos”. Mais
tarde, segundo a mitologia grega, os deuses teriam nos separado e passado a
existir os dois sexos complementares.
A mesma idéia existe na mitologia hebraica, na qual Deus teria criado o
homem e depois dele tirado uma parte com a qual fez a mulher, primeiro Adão,
depois Eva. A mesma idéia é encontrada em outras mitologias, o que faz supor
de forma relativamente aceitável que os espíritos, para poderem aproveitar
melhor sua permanência na Terra, seriam obrigados a se dividir em dois, duas
partes complementares.
Naturalmente isso teria que suceder em obediência à Lei da Terra, em
que tudo é duplo e bipolar, positivo e negativo, b ranco e preto.
Tomada por base a idéia de um espírito dividir-se em dois, formando o
espírito de uma mulher e de um homem e, se considerando que cada um deles
se tornaria um espírito com seu livre arbítrio, às vezes segundo caminhos
diferentes, teríamos a explicação de uma afinidade específica daqueles dois
espíritos, ligados na origem, cuja sintonia formaria o hoje chamamos de “almas
gêmeas”.
Ambos estariam percorrendo, através dos Milênios, a descida involutiva e
a subida evolutiva. Nem sempre porém os dois estariam juntos, e muitas vezes,
nas várias encarnações, eles se ligariam com outros espíritos, formariam
Carmas, amariam outros e, nos encontros eventuais, poderiam estar em
posições evolutivas ou planos diferentes.
Mas, quaisquer que fossem os tipos de encarnações que ambos
estivessem, sentiriam sempre imensa saudade um do outro e a sensação de
serem incompletos. Talvez seja essa a origem da eterna busca do amor de
todos os seres humanos e a motivação básica da junção com o Divino. Não
temos meios de penetrar na Mente Divina e perscrutar os misteriosos desígnios
do Criador, mas, o mecanismo das “almas gêmeas” é um poderoso incentivo ao
retorno “às origens”, ao seio do que é completo, a garantia de que um dia os
espíritos voltarão ao seio da divindade.

03. Criatividade e Transformismo

O homem na Terra decide a cada momento de sua vida com base em


duas opções básicas: “criatividade” ou “transformismo”.
O conjunto corpo-alma é transformista.
O espírito é criativo.
Transformar significa mudar a forma. Para mudar a forma de alguma
coisa é necessário haver a força que manipule energias. O corpo e alma
manipulam energias da Terra. A energia da Terra é ilimitada, nos restrita pela
lei da conservação das energias. Sendo controlada, se ela é tirada, ela produziu

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 5

um supérfluo ou seja, nesse lugar existe energia a mais. Esse fato gera o
desequilíbrio e a Lei exige o reequilíbrio. Tudo que existe no Planeta Terra é
vivo e busca uma compensação energética. Os dois extremos dessa situação
chamam-se “vida e morte”.
Vida é força de obtenção de energias. Morte é perda da força para
obtenção de energias. Vida é algo com determinada forma, mantida por certa
quantidade de energia. Morte é ausência de forma, resultante de ausência de
energia.
Os seres e as coisas obtêm suas energias da Terra a que estão
submissos pela Lei da Terra. A Terra por sua vez obtém suas energias do Sol.
Como a base do Sistema Terráqueo é a bi-polaridade, o Satélite Lua atua como
o pólo negativo. Logo a Terra é alimentada pelas energias do Sol e da Lua.
Como essas energias são limitadas pela Lei do Sistema Solar, a vida na Terra é
condicionada a esse sistema. Todas essas considerações são resumidas num
velho axioma: “Nada se perde e nada se cria, tudo se transforma”. O homem -
animal, apenas psico-físico, é submisso a essa lei e, seria apenas isso se não
fosse portador de um espírito.
O espírito, e só o espírito, é criativo porque transcende a Lei da Terra,
vem de outro mundo. Na Doutrina do Amanhecer esse outro mundo é o
conjunto planetário que chamamos Capela. Também chamamos de “Planeta
Mãe”, “Planeta de Origem”, “Mundo de onde viemos”, “Mundo Divino”, etc.
mas, na verdade ao nosso alcance, ele é apenas o lugar de onde veio o nosso
espírito.
Só que esse “lugar” é o “além” a outra dimensão, a dimensão do espírito.
Se ele existiu antes de vir à Terra, continua a existir depois, é evidente que a
energia que o alimenta não é da Terra. Mas, ao encarnar e se submeter às
condições da Terra ele perde o contato com sua fonte de energias, até que
conscientize o ser que habita e o espiritualize.
Rudimentarmente podemos comparar, a situação de um espírito
encarnado, com a de um mergulhador equipado, um “homem rã” ao mergulhar.
Ele trás sua provisão de oxigênio e a roupa que o aquece. Usa um visor para
proteger os olhos e as nadadeiras para se movimentar. Por alguns minutos e
até horas, ele tem as condições semelhantes aos habitantes aquáticos. Mas,
chega o momento em que ele terá que se lembrar de sua condição de Homem
e retornar à superfície.
Os peixes se alimentam de energia do mar; o mergulhador se alimenta
das energias de superfície. Enquanto ele não mergulha, ele tem todo ar à sua
disposição. Depois do mergulho ele só tem o ar que leva consigo. O percurso
de um nadador submarino é maior ou menor, mais eficiente ou m enos eficiente,
na proporção em que ele saiba aproveitar melhor o seu equipamento.
Os habitantes do mar nada criam, apenas transformam. Um mergulhador
tem possibilidade de criar algo no mundo submarino. Os animais e as coisas da
Terra nada criam, apenas transformam. Um espírito encarnado pode criar,
modificar a situação da Terra. Naturalmente, tanto no caso do mergulhador
como do espírito, o poder criativo é relativo ao seu equipamento e seus
propósitos.

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04. A mediunidade como poder criativo

Dissemos acima que o espírito ao encarnar se submete às Leis da Terra,


fica sujeito ao jogo de energia do mundo psico-físico, embora tenha seu próprio
suprimento de energias, do seu mundo de origem.
Essa situação permanece enquanto o centro consciencional, o eu onde
são tomadas as decisões, não toma conhecimento da existência do espírito.
Isso não tem possibilidade de acontecer na primeira fase da existência,
enquanto a vida do ser humano é centralizada nos processos vegetativos, do
momento em que é gerado até o terceiro mês da gestação. Nesse período o
espírito apenas adere ao corpo, mediante uma energia coesiva chamada
“Fagulha Divina”.
O espírito vem de um longo sono, uma espécie de hibernação espiritual,
o chamado “sono cultural”. Depois do terceiro mês ele vai desp ertando, na
proporção em que aperfeiçoa seus sentidos terrenos. Depois, a criança nasce,
desenvolve seus sistemas sensoriais e acumula informações. Com isso forma o
seu corpo e sua alma manipulando as energias da Terra. Esse processo é mais
ou menos uniforme até aos 14 anos de idade. A partir desse ponto o espírito já
se firmou naquela personalidade e o ser humano começa a receber as energias
de além da Terra, as energias do espírito.
Assim como, para a adesão do espírito ao corpo, foi necessária a
existência da energia chamada “Fagulha Divina”, também nessa etapa surge
um tipo de energia que estabelece o contato entre o conjunto psico-físico e o
espírito, a energia mediúnica.
Depois dos 14 anos o eu começa a registrar os fatos de seu espírito com
mais nitidez e, como na primeira fase da vida, o processo segue um ritmo de
crescimento que culmina nos 21 anos, idade em que o ser humano adquire
plena consciência. A partir daí ele começa a decidir os rumos da sua existência
com todos os fatores presentes na consciência: a voz do corpo, a voz da alma e
a voz do espírito.
Até então seus laços cármicos estão definidos e ele já tem sua rota
traçada, pouca coisa restando que pode ser mudada. O resto do caminho ele
terá que enfrentar com aquela personalidade, ou seja, com aquele corpo e
aquela alma. Naturalmente esse panorama não é cronologicamente exato. Ele
varia de indivíduo para indivíduo, sexo, condições sociais, etc.
Se ele usar a sua força mediúnica a seu favor poderá imprimir uma
direção diferente ao seu destino cármico. Tudo irá depender de como usar as
energias do seu espírito.
As leis não podem ser desrespeitadas, mas as dores podem ser
suavizadas e o sofrimento ser menor. A mediunidade é a energia que permite
tornar a vida mais criativa e até mesmo modificar o Carma.

05. Os Cobradores

“Tendes ouvido o que foi dito aos antigos: Não matará, e quem matar
será réu em juízo. Eu, porém, vos digo que todo homem que se irar contra seu
irmão será réu em juízo; e quem chamar a seu irmão “insensato” será réu
diante do conselho; e quem o apelidar de “desgraçado” será réu do fogo do

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inferno. Se, por conseguinte, estiveres ante o altar para apresentar sua
oferenda, e te lembrares de que teu irmão tem queixa de ti, deixa tua oferenda
ao pé do altar e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; e depois vem
oferecer o teu sacrifício.
Não hesites em fazer as pazes com adversário, enquanto estiveres em
caminho com ele, para que não, te vá entregar ao juiz, e o juiz te entregue ao
oficial da Justiça, e sejas lançado no cárcere. Em verdade, te digo que daí não
sairás enquanto não houveres pago o último vintém”. (Mateus, 5:21 -26)
Mãe Yara, a Mentora dos Doutrinadores dos Templos do Amanhecer, nos
ensina, que até mesmo uma mistificação pode ser transformada num fato
positivo e aproveitável. Nós podemos completar essa lição afirmando, sem
medo de errar, que tudo depende de nossa criatividade, de nossa capacidade
em tratar as situações de nossa vida, iluminados pelo nosso espírito e sabendo
utilizar as energias que ele coloca à nossa disposição.
“Cobrador” é a palavra mais usada e abusada nos meios mediúnicos.
Qualquer situação de atrito que se apresente, em que alguém faça algo que
nos desagrade, nós temos a tendência de logo julgar que se trate de um
cobrador espiritual. Essa generalização é realmente perigosa e pode nos deixar
desprevenidos para quando n os encontrarmos com os nossos reais cobradores.
Na verdade “cobrador” é somente aquele espírito a quem nós causamos
algum prejuízo deliberadamente e segundo o juízo desse mesmo espírito. Por
esse motivo é que em todas as práticas nos Templos do Amanhecer a gente se
refere “àqueles que se dizem nossos inimigos”.
No emaranhado das relações entre os espíritos na Terra, na luta pela
vida, na agressividade compulsória a que o sistema da Terra nos obriga, é
difícil, senão impossível, saber-se quando estamos fazendo um inimigo, a
menos que a gente tenha plana consciência espiritual de nossos atos. A simples
consciência anímica ou física, ou seja a violação do jogo de princípios, costumes
e normas vigentes no meio em que vivemos, só irá se constituir em cobrança se
o ofendido assim considerar.
Mesmo assim é muito difícil de se conceituar os atos nos quais nós
realmente encontramos ou fazemos um cobrador. Aliás, não são os atos que
caracterizam a cobrança mas sim o tipo de reação que se passa entre as
pessoas quando se encontram. A maioria dos atritos são dissolvidos, pelo
próprio sistema humano de ação e reação, sem deixar maiores problemas.
Depois dessa ligeira análise e, com base na experiência quotidiana no
atendimento do Vale do Amanhecer, chega -se à conclusão que “cobrador”
mesmo é o espírito que vem ao nosso encontro “pela benção de Deus”, como
costuma se expressar a nossa Clarividente, isto é, aquele que está programado
para essa encarnação, cujo enredo estamos vivendo, porque assim quisemos
conscientemente antes de chegarmos à Deus.
Há ainda que distinguir quando o cobrador é encarnado ou não. Se for
desencarnado ele poderá ser um Elítrio, obsessor ou alguma outra das várias
condições que nossas antigas vítimas se apresentam para nos cobrar.

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06. Jesus e os Cobradores

Esse problema é tão fundamental em nossa vida, que o Mestre dedicou a


ele uma boa parte de sua Doutrina. Em Mateus 5 ele nos aconselha a não
zombar de nosso próximo e procurar sempre a reconciliação, antes de oferecer
os serviços a Deus.
Mas, quando Ele diz, que não devemos hesitar em fazer a paz com o
adversário, enquanto estivermos em caminho com ele, Ele é categórico e, em
poucas palavras define toda a situação dos espíritos encarnados na Terra.
O principal objetivo de nossas reencarnações é os nossos reajustes. Para
que o espírito aceite essas situações desagradáveis, e saiba que, na condição
de encarnado, ele só compreende o acontecimento se as condições forem
semelhantes. Por isso o cobrador é colocado em nosso caminho, para que
possamos percorrer com ele a mesma estrada, sentir as mesmas dificuldades,
numa espécie de reavivamento da memória do espírito.
Mas, se ele não perceber a situação, não entender que os motivos da
cobrança não se referem a esta etapa, mas resultam de males causados
anteriormente ao espírito que o persegue, ele pode perder a oportunidade
encarnatória e com isso não se libertar do seu Carma. Essa é a principal
preocupação de Jesus ao exortar o reajuste como algo importante de nossas
vidas.
Sem dúvida muita coisa pode ser resolvida, em termos de débitos
cármicos, com nossa “oferenda”, isto é, com nosso trabalho mediúnico, com a
prática da caridade e do amor ao próximo. Mas essa oferenda não tem validade
para nosso cobrador. Dele roubamos uma energia específica e ele só se sente
“vingado” quando vê o seu devedor “castigado” da mesma forma que ele foi
injuriado. Por isso é feita uma encenação semelhante àquelas reconstituições de
crimes, que a polícia faz quando quer provar a culpa do criminoso.
É por esse prisma que o Médium deverá procurar entender os fatos
atuais que lhe acontecem, apesar de sua dedicação ao trabalho e seu propósito
de servir a Deus. A Lei terá que ser cumprida até o último centil e Jesus foi
muito claro quando disse: “Não julgueis que vim abolir a lei e os profetas; não
os vim abolir, mas levar à perfeição; pois em verdade vos digo que enquanto
não passarem o céu e a terra, não passará um jota nem um ápice sequer da lei
até que tudo chegue à perfeição”. (Mateus 5:17-18)
Com isso nós temos a garantia de que, enquanto existir uma conta a ser
acertada, existirão o céu e a terra para proporcionar condições para esse
acerto. Por outro lado, a adesão à Escola do Caminho não isenta o aluno do
cumprimento daquilo que é fundamental; seu reajuste com a Lei do Carma.

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Prefácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium e Leitor:


O Mundo-Escola-Planeta-Terra em que vivemos está numa fase
culminante, decisiva de sua trajetória de milhões de anos e, em nenhum lugar
de sua alongada dimensão esférica, este fato é mais sentido que aqui no Vale
do Amanhecer. A todo o momento, dia e noite, por meio dos 70.000 (setenta
mil!) Seres Humanos que nos procuram mensalmente, nós vivemos com
intensidade os problemas fundamentais de nosso tempo. Por isso a Doutrina do
Amanhecer é sempre atual e objetiva.
E por isso também, ela é dinâmica, funcional e clara, sem margens de
dúvidas ou incertezas, pois é aplicada e vívida, antes de ser escrita e
institucionalizada.
Até o Fascículo V destas Instruções Doutrinárias nos mantivemos nos
limites das primeiras fases de nossa Missão: mostramos sua situação como
Médium Principiante e de Médium Iniciado. Neste Fascículo o conduziremos à
fase de Mestrado.
Entretanto é preciso notar que estas instruções são extremamente
sintéticas, resumidas, para atuarem como lembretes; a análise do que tem sido
dito até agora é feita de três maneiras: através dos livros que já publicamos, da
vivência mediúnica na vida quotidiana do Templo, para cada um segundo sua
experiência, sua cultura, seu grau evolutivo e sua curiosidade.
Ser um Mestre deste Templo significa sua participação, consciente ou
não, na Alta Magia ou, como preferimos dizer aqui, na Magia Branca de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Portanto, vamos abordar esse difícil assunto, procurando a
forma mais simples possível. Como falar em Magia é se reportar diretamente a
nossa Clarividente, vamos começar por falar do seu Mestre no Tibet, o querido
Umahã. Sua árdua missão foi de abrir a atual personalidade de Neiva para sua
Milenar Individualidade de sacerdotisa da Magia.
Que Umahã nos ilumine na Luz Branca do Cristo!

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(Em memória)

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F ascículo 6
01. Umahã

Umahã (pronuncia-se u-ma-hã) é um velho monge tibetano que ainda


vivia no Tibet quando estas linhas estavam sendo escritas. Em sua companhia
viviam alguns poucos monges, em sua maioria velhos remanescentes de uma
teocracia em fase de extinção.
Sabíamos muito pouco de como viviam, a não ser o fato dele e seus
companheiros terem pouco contato com o mundo exterior e estarem fora do
alcance dos chineses dominadores desse antigo País.
Os chineses invadiram o Tibet em 1959 e o Dalai Lama de então
refugiou-se na Índia onde ainda vive. Os invasores empossaram outro Dalai e
implantaram o regime da China atual no País.
Em 1959, quando a Clarividente Neiva já havia fundado a UESB (União
Espiritualista Seta Branca) na Serra do Ouro, ela já havia aceito sua
Clarividência e se achava preparada para receber os ensinos para sua missão.
Certa vez ela queixou-se a Pai Seta Branca de sua ignorância e ele
prometeu-lhe um Mestre, tão logo ela estivesse senhora das técnicas do
transporte, nas modalidades de nossa Corrente.
Certo dia ela adormeceu, foi transportada para o Tibet e, quando deu
conta de si, estava sentada diante de um velho monge de aspecto estranho,
olhos puxados como dos chineses e uma barbinha rala que descia do queixo
esmaecido.
No mesmo instante em que se conscientizou do acontecido ela se viu
claramente na sua casa na UESB, velada por Mãe Neném. Para sua surpresa ele
falava em português e lhe explicou a finalidade de sua vinda. Era o Mestre
prometido por Pai Seta Branca.
Ela teria que comparecer às aulas todos os dias e o “curso” iria durar
cerca de cinco anos! Durante esse tempo ela teria que se abster de remédios e,
muito provavelmente ela iria adoecer, o que de fato aconteceu.
O “curso” realmente durou cinco anos. Ao fim desse tempo ela estava
tuberculosa e acabou sendo levada em estado de semi-coma para um sanatório
em Belo Horizonte. Lá ela ficou cerca de três meses e saiu com as deficiências
respiratórias que a afetaram até seu desencarne.
Mas, ela realmente havia aprendido a “lição”!
Seu espírito espartano havia se ligado às suas origens e ela estava então
em condições de transmitir a mensagem do Amanhecer e formar o Doutrinador.

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Umahã continuou a envelhecer e a lhe dar assistência, sempre


esperançoso de sua missão junto a Neiva terminar e ele poder embarcar para
sua origem.
Infelizmente para ele, e felizmente para nós, até 1982 não desencarnou,
dando assistência a Neiva até a implantação da terceira fase da Missão do
Amanhecer: a fase Iniciática e científica.
Embora Neiva soubesse tudo o necessário para ser transmitindo aos
Mestres, ele a assistia na parte prática, manifestava-se no seu aparelho, fazia
filosofia da Doutrina do Amanhecer e até mesmo dava assistência espiritual à
Clarividente e aos Mestres que com ela conviviam mais diretamente.
Dizia que a vida no Tibet estava cada vez mais difícil para ele e seus
companheiros e que admirava a nossa posição de Jaguares, cuja missão tem o
dinamismo do contato direto com a Humanidade; ele para exercer sua missão
teve que aguardar essa oportunidade que só se apresentou no fim de sua vida
física e nessas difíceis condições. No seu filosofar essa queixa encerrava certa
censura ao sistema monástico e à clausura.
Neiva ocupava uma das mais difíceis posições na Missão do Amanhecer,
uma vez que tinha que apresentar sua ação no plano dos encarnados e dos
desencarnados em plena consciência; Umahã participava mais ou menos nas
suas condições, mas com a desvantagem de ter um corpo velho e aprisionado
nas montanhas tibetanas.

02. O Sol Interior

Uma das unidades de vida mais completa e mais complexa do Planta


Terra é o Homem. Nessa condição ele é também a condensação máxima das
energias universais, das forças do Universo manifestadas na Terra, num ser
consciente.
Condensação, que pode também ser chamada concentração, produz
magnetismo e, isso significa capacidade de atração ou de repulsão, conforme as
energias se colocam ou são colocadas.
Assim, cada Homem, cada Ser Humano é uma potente usina de recepção
e de emissão de energias. Receber e emitir é a função mais fundamental do
Homem.
Energias em movimento chamam-se forças.
As forças universais na Terra se manifestam, são perceptíveis, em três
posições diferentes: anion, cátion e nêutron: anion é uma energia positivada,
cátion uma energia negativada e nêutron uma energia neutra em movimento
entre o anion e o cátion. Esse é o princípio básico do átomo o qual,
naturalmente, é muito mais complicado que esta síntese singela. O importante
para nosso entendimento doutrinário é a sua mecânica, Istoé, a maneira como
as energias operam, ou então, para maior clareza, como as forças se
manifestam.
Também, para sermos mais explícitos doutrinariamente, devemos saber
que esses “impulsos” das energias partem de dois pólos conhecidos: o Sol e a
Lua.

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Esse fenômeno acontece tanto no infinitamente pequeno (micro-cosmo),


como no infinitamente grande (macro-cosmo). A palavra “cosmo” é um
abrasileiramento da palavra grega “kósmos” que quer dizer universo.
Filosoficamente poderemos dizer que os micro-cosmos são as unidades
mínimas e os macro-cosmos as unidades máximas, relativas e geometricamente
dispostas, num sentido do menos infinito para o mais infinito e vice versa.
Com base nesses elementos para a formação da idéia vamos agora ao
nosso “sol interior”.
No íntimo de cada Ser Humano, situado na região do Plexo Solar, na
área do umbigo, existem três esferas, umas girando sobre as outras, que
formam o Sistema Coronário ou Centro Coronário. Essas esferas não são físicas,
isto é, não são formadas de tecidos ou de qualquer substância palpável.
Desse Centro Coronário partem sete raios de energia ou sete forças que
se distribuem pelo organismo. Cada um desses “raios” termina num ponto do
corpo. Nesse ponto o “raio coronário” forma um centro de emissão e recepção
de energias. Esse “centro” se chama “Chacra” e sua função é a recepção e
distribuição de energias pelo corpo.
Tanto o Centro Coronário como os Chacras repousam no plano físico,
sobre o sistema nervoso. Assim, no plano físico nós temos o Plexo Solar e os
vários Plexos; no plano etérico do corpo nós temos o Centro Coronário e os
Chacras, o mesmo sistema em dois planos diferentes.

03. O Sistema Coronário

O Sistema Coronário é o Centro Vital do Ser Humano, a estação


receptora e emissora das energias. É composto de três esferas que funcionam
umas sobre as outras: uma no plano físico, “plexo físico”, outra no plano
psíquico, “micro plexo” e outra no plano etérico, “plexo etérico”. Essas três
expressões representam o corpo, a alma e o espírito.
Temos assim três planos vibratórios diferentes, três maneiras do “sopro
divino”, do “verbo” se manifestar na Terra.
Cada um desses planos é regido pela sua Lei dentro de uma relativa
autonomia. Na descrição do funcionamento de cada um vai se percebendo o
relacionamento dos três planos. Esses acabam por formar uma unidade
composta de três elementos diferenciados, que olhados sob o ponto de vista
Iniciático constituem o mistério do “Trino”, “Tríade” ou “trindade”.

04. O Plexo Físico

O Plexo Físico ou Esfera Coronária Física constitui o Centro Vital onde as


energias pré-existentes na Terra são assimiladas, transformadas e distribuídas.
Falamos aqui de um sistema energético mais sutil e complexo do que o sistema
de alimentação. Neste o alimento é ingerido, digerido e acaba por se
transformar em nutrimento. Este é absorvido pelas paredes intestinais e entra
na corrente sanguínea. O sangue por sua vez recebe alimentação do sistema
respiratório e circula controlado pela tônica cardíaca. Essa “tônica” vem da
Esfera Coronária Física, através do “plexo cardíaco”.

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Temos assim dois pontos distintos de suprimento energético: o alimento


físico, molecular, que vem da transformação da matéria (p ela alimentação do
sistema digestivo e do sistema respiratório) e o suprimento energético que vem
do Plexo Físico através da corrente nervosa. Este “alimento” diferencia-se do
nutrimento (resultante da ingestão da comida e do ar) pelo fato de possuir
energias de outra natureza em fusão, isto é, fundidas com energias da alma e
do espírito. É por isso que ele é chamado de “centro vital”.
Sem esse sistema existe apenas vida vegetativa, simples vida animal,
vida “presente”, sem passado e sem futuro. Na Esfera Coronária Física são
registrados todos os fatos da existência, as heranças genéticas, as resultantes
cármicas, as atuações da alma e as elaborações do espírito.
Essa é a razão pela qual o coração é chamado de sedo do sentimento,
uma vez que é através do Plexo Cardíaco e do “Chacra” correspondente que as
coisas da vida são comunicadas e sentidas à revelia da consciência sensorial.
Voltaremos a falar nisso quando explicarmos a diferença entre as emanações
mentais e as emanações “mentais-fluídicas”. Quando fal amos, aqui no Vale do
Amanhecer, que temos por obrigação de cuidar de nossa vida física, de nosso
corpo, não estamos, é evidente, falando apenas da vida animal, mas sim de
algo mais sutil e mais complexo; estamos falando do “centro vital” cujo
equilíbrio não depende apenas de alimento, respiração e exercícios. Ele
depende da compreensão de nós mesmos, de nossa origem, de nossa
programação cármica; de nossos pensamentos e da inteligência que
empregarmos em nossa vivência. Cuidar do corpo compreendendo esses
fatores é viver em função do espírito e da “vida global”, não apenas da “vida da
matéria”.
O Plexo Físico (Esfera Coronária Física) é separado e mantém sua
interdependência do Plexo Etérico (Macro-Plexo) pela existência, entre os dois,
do Micro Plexo que é a sede da alma.

05. O Micro Plexo

A segunda Esfera Coronária constitui o Micro Plexo que comanda as


funções da alma (a “psyque” dos gregos). Não se pode estabelecer uma escala
de importância das partes que constituem o Homem. Devemos olhar a
diferença em termos de funções. A função do Plexo Físico é propiciar a
existência no plano Físico da Terra e agir como intermediário entre ela e o
Homem.
A função do Micro Plexo é de absorver, assimilar e emitir as energias dos
dois planos, e do espírito e do corpo. Em linguagem Iniciativa o Micro Plexo é o
“neutrôm”, cujas funções são similares (mas não iguais) ao Nêutron do Átomo.
Em termos puramente atômicos são partículas que “caminham” entre o Anion e
o Cátion, aumentando ou diminuindo a positividade ou a negatividade de cada
um desses pólos.
O Neutrôm (neu-trôm, com acento tônico na última sílaba) atua com
base em duas forças: a força “centrípeta” (da periferia para o centro) e
“centrífuga” (do centro para a periferia). Ele “pulsa” dentro de limites esféricos
– de um lado o Plexo Físico e de outro o Macro Plexo (um embaixo e outro em
cima), se alimenta dos dois e, ao mesmo tempo, os alimenta.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


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O Micro Plexo obedece a Leis mais sutis, um plano mais vibrátil do que o
Plexo Físico. Ele comanda a percepção e a comunicação do Homem. Enquanto
o corpo é limitado no tempo e no espaço, pelas leis da matéria física, a alma
age dentro de limites mais amplos no tempo e no espaço.
É a alma que vai em busca dos desejos e da satisfação dos anseios, que
emite e recebe as vibrações, que alimenta e é alimentada pela inteligência. A
mais importante de suas funções é receber os eflúvios do Plano Espiritual e
levar a personalidade a agir de acordo com as leis transcendentes. Por causa
dessa função ampla e quase ilimitada é que a alma se confunde com o espírito.

06. O Plexo Etérico

A Esfera Coronária do espírito é o instrumento do espírito para sua ação


no Homem. Nossa mente não tem possibilidade de conhecer o espírito na sua
essência. Para se tornar perceptível e cognoscível o espírito se reveste de
energias. Essas energias condensadas a um certo ponto dão a ele uma forma,
uma aparência... Mesmo assim essa forma ou aparência não é perceptível pelos
sentidos físicos. Mesmo dentro dos processos da vidência ou da materialização,
o que é visto não é o espírito mais sim o seu “Exterior”, a maneira como ele se
apresenta. Por isso o espírito na Terra é chamado de “perispírito”.
A ação do perispírito se faz sobre a alma e através dela. A alma busca as
coisas no perispírito e emite no plano horizontal. Por isso a alma não cria,
apenas transforma o que já está criado. Por esses e outros aspectos, afirmamos
que o ato de criar é apenas o ato de perceber através da alma, as coisas que o
espírito traz. A alma é dimensionada e limitada pelo Neutrôm; o espírito
ultrapassa as barreiras do Neutrôm e busca no ultrasom, na ultra -luz e na ultra-
matéria as coisas que o alimentam e alimentam o Homem.
Entretanto é preciso entender com clareza que o perispírito é o espírito
aprisionado na situação de “encarnado”. Esta posição foi aceita por ele
deliberadamente, pelos seus compromissos com a Lei de Causa e Efeito, ou
“carma”. Essa é uma situação de “prova”, de “teste” através da qual ele terá
que obter sua evolução. Sendo assim, embora recebendo o alimento do seu
próprio “Plano Evolutivo”, isto é, o grau evolutivo conquistado por ele até o
presente, ele será influenciado pela sua alma e seu corpo. A maneira como ele
irá receber as decisões de sua alma é que irão determinar o bom ou mau
aproveitamento da situação de encarnado.
As provas foram escolhidas por ele e, a aprovação ou reprovação,
quando essas provas se efetivam, dependem dele. Nisso reside a verdade do
“livre arbítrio”, cuja vigência começou desde que o espírito se matriculou na
Escola Planetária. Se por um lado é difícil saber como esse percurso começou,
por outro é relativamente fácil de se entender o porquê dos “espíritos a
caminho”.
Na terra o espírito terá que percorrer sua estrada com seus veículos
físicos ou etéricos. Mesmo depois de desencarnado ele está sujeito às leis
desses planos. Quando o percurso terminar isso significa que ele estará liberto,
puro; isto é, ele será então um “espírito de luz”.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 6

07 O Sistema Planetário Humano

As Esferas Coronárias trabalham, umas sobre as outras, governadas pelo


Eixo Solar de nossa natureza. Chama-se “sistema planetário humano”, pela
semelhança que apresenta com o Sistema Solar, em que os corpos celestes
gravitam em torno do Sol.
O Eixo Solar do Ser Humano é uma espiral de energias que atua de
forma perpendicular sobre a cabeça do Homem. Temos assim caracterizado
cada Ser Humano como um “sistema” particularizado e individual, governado
por algo específico de si mesmo – seu Eixo Solar. Esse assunto será melhor
explicado quando falarmos, nos capítulos seguintes, das “origens”.
Assim como o Sistema Planetário do qual faz parte a Terra, chamado
Sistema Solar, está em perpétuo movimento – estável mas não estático – assim
também o Sistema Planetário Humano se move continuadamente no âmbito de
sua Orbe Terrestre.
O Ser Humano, encarnado ou desencarnado, está sempre sofrendo
alterações em suas esferas coronárias, uma vez que o espírito nunca pára sua
evolução. Ele (o espírito) está sempre modificando e renovando seus
instrumentos e os altera para combiná-los, conforme os mundos e suas
diferentes matérias. Ele não cria essas matérias, mas apenas utiliza o que já
está criado.
Nós nos aprimoramos ou nos degradamos de acordo com a sintonia
mental em que nos colocamos, pois somos preparados nos planos espirituais.
Conforme o tipo de sintonia nós estabelecemos o tipo de ação, construtiva ou
destrutiva, sempre ligados às nossas heranças, nossas raízes. Há espíritos que
vêm como instrumentos construtivos, outros destrutivos, conforme as linhas
cármicas e as sintonias específicas que eles produzem.
Os “mundos” de onde saímos para a Terra nos dão sua orientação e nos
preparam para a tarefa na Terra, sempre no sentido da evolução. Onde quer
que estejamos sentimos em Deus esta sintonia universal.
A matéria de que os espíritos se utilizam não organiza, ela é organizada.
Sua função deriva de uma modalidade de energia esparsa que é atraída
conforme a função. Por isso os nossos elementos no plano físico chegam a
ultrapassar as barreiras do neutrôm, conforme a formação de nosso sistema
planetário.
As junções ou injunções de energias que se fundem no Plexo Físico é
que alimentam o neutrôm. Este (o neutrôm) forma uma nebulosa (uma espécie
de nuvem com limites), controlada pela força da gravidade que o pressiona em
toda sua periferia fazendo sua substância se dirigir para o centro da esfera.
Isso provoca um movimento circular que vai paulatinamente modificando
sua forma. Esse movimento toma um sentido mais ou menos espiralado, que
acompanha o movimento circular giratório denominado “proteção de Deus”. A
lei de ação e reacao provoca o movimento contrário tornando a “proteção de
Deus” centrípeta e centrífuga ao mesmo tempo. O neutrôm pulsa se contraindo
e descontraindo como se fosse um coração esferoidal.
A forca centrípeta reúne as energias e fluídos Ectoplasmáticos no Centro
Coronário. A força centrifuga afasta e emite numa faixa horizontal, as energias
conforme o comando de nosso Eixo Solar.

Sob os olhos da Clarividente Neiva – Mário Sassi


INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 6

08 O Neutrôm

Até este item temos falado do Sol Interior procurando dar uma idéia
generalizada de sua estrutura e de seu mecanismo. Omitimos até agora
detalhes, que só poderão ser entendidos se forem descritos, no seu
relacionamento com outros aspectos do Homem e do Universo. Isso será feito
na medida em que formos desenvolvendo os outros itens desta Doutrina
Iniciática.
Cremos que facilitará o entendimento de nossos Mestres saber que o
organismo físico, o corpo humano, é em tido uma reprodução do corpo etérico,
também chamado corpo fluídico. Por esse motivo às vezes a mesma linguagem
é empregada para designar aspectos de um ou de outro corpo. Por exemplo, a
gente usa a palavra “Plexo” no lugar de “Chacra”. Isso porque ambos se situam
mais ou menos no mesmo lugar do corpo, com a diferença que o “Chacra” se
situa em baixo da pele enquanto que o “Plexo” fica no interior do corpo, parte
integrante que é do sistema nervoso.
Antes, porém de prosseguir, vamos descrever melhor a idéia do que seja
o “neutrôm”, uma vez eu essa será a palavra que mais o Mestre ouvirá (e
também que usará) no seu aprendizado Iniciático. Para começar com respeito à
Ciência, vamos descrever o neutrôm como uma das partículas do átomo.
O átomo é composto por um núcleo central (massa) que é rodeado por
uma nuvem de partículas sem carga elétrica. Essas partículas se chamam
“nêutron”. Além disso, ele possui outras partículas, os elétrons que,
negativamente carregadas se chamam “anions” e positivamente carregadas se
chamam “cátions”; a partícula que as carrega chama-se “íon”. Naturalmente
essa é uma descrição de leigo para leigo sem maiores exatidões.
Feito isso, voltemos à descrição do nosso “neutrôm” Iniciático.
Como no átomo da Física ele representa uma “nuvem”, um turbilhão de
partículas em movimento, do centro para a periferia e da periferia para o centro
(movimento centrífugo e centrípeto). A periferia em que ele se move não é uma
superfície física, isto é, ele não está rodeado de substância ou tecido algum; o
que estabelece a periferia onde o neutrôm se move é uma força gravitacional
que o pressiona, o “empurra” de todos os pontos dessa periferia. Esse fato é
que estabelece a diferença entre o nêutron da Física e o neutrôm Iniciático. O
mesmo nome com diferença apenas na acentuação da última sílaba se deve ao
fato de que o princípio é o mesmo: o átomo é o símbolo do Universo, na
afirmativa de que o “micro-cosmos” é igual ao “macro-cosmos” na sua estrutura
e funcionamento.
Um átomo é bem menor que este ponto. Entretanto a distância relativa,
o espaço entre as partículas é tão grande como a distância entre os planetas e
estrelas. Sempre porém há um limite, uma circunscrição: no átomo físico seu
limite é microscópico: no átomo Iniciático o limite é de acordo com a unidade
que está sendo descrita. No caso, no Ser Humano, o limite, a barreira é a força
da gravidade, pressionando da periferia para o centro, qu e é resultante do
sistema planetário humano: do Eixo Solar para o Macro Plexo e deste para o
Plexo Físico – sendo que o neutrôm “irá constituir” o Micro Plexo.
Também como no átomo físico, a função do neutrôm é separar, limitar
dois mundos diferentes: o físico e o espiritual. Num estado em que se poderia

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considerar de “normal”, esse turbilhão em perpétuo movimento, está sempre


contido na barreira gravitacional; se essa barreira é rompida, se o neutrôm
penetra num ou outro mundo (físico ou perispiritual) provoca uma “explosão”,
um estado de relativa anormalidade. Isso acontece na Física, através da
manipulação deliberada da intimidade do átomo e acontece também no Ser
Humano pela manipulação Iniciática. Naturalmente deve acontecer também aos
corpos celestes pela manipulação dos espíritos do Plano Superior, dos Mestre
Planetários que nós do Vale do Amanhecer chamamos de “Ministros”...
Dentre os “instrumentos dos espíritos” o neutrôm constitui uma das
principais “ferramentas”. Vamos descrever em seguida, com bas e nos
ensinamentos da Clarividente Neiva, que os recebeu de Umahã, como age o
neutrôm.
O neutrôm, ou melhor o “turbilhão neutrônico” que constitui o nosso
micro-plexo, nossa alma, produz e permite a existência de certa quantidade de
luz. Essa luz clareia, ilumina o caminho para nossa mente, de forma a permitir
as nossas decisões. Para que nossa atitudes possam ser coerentes com nossa
presente posição, na trajetória que fazemos na Terra, o neutrôm estabelece um
limite de percepção. Isso significa que só temos à nossa disposição uma visão
limitada, mas inteiramente suficiente, para tudo que precisamos na presente
existência.
Se assim não fosse nós seriamos destruídos pela excessiva complexidade
do que na verdade nos cerca, pois seríamos incapazes de discernir umas coisas
das outras. O equilíbrio da mente é proporcionado pelos elementos mais ou
menos estáveis que nos são permitidos perceber; temos uma noção de tempo,
de espaço, de distância e de movimento; podemos prever mais ou menos o
comportamento das pessoas e coisas animadas ou inanimadas; conhecemos
relativamente bem o comportamento de nosso organismo, e assim por diante.
Em resumo, tudo que precisamos para “viver” está à disposição de nossa mente
e seus instrumentos que são os sentidos.
Se, porém o neutrôm é ultrapassado nas suas barreiras, percebemos e
registramos elementos que nos levam ao descontrole e ao desequilíbrio, a um
estado de anormalidade. Por exemplo: nós vivemos rodeados de espíritos
desencarnados, de formações Ectoplasmáticas e miríades de construções
energéticas. Esses “mundos invisíveis” existem, se movimentam, atuam e têm
as suas leis. Porem, entre esses mundos e a nossa percepção existe a barreira
do neutrôm.
Para melhor elucidação do que estamos afirmando vamos transcrever
aqui um conjunto Mântrico que nossos Mestres usam ao qual chamamos “prece
do Equilíbrio”: “Senhor! Faze com que habite a verdadeira tranqüilidade da
minha alma; não deixe que ela se manche com os vícios do mundo; dai-me
forças Senhor, para que eu mesmo possa corrigir os meus erros; não permita
que eu seja joguete das ilusões do mundo; pelo pensamento neste instante vou
controlar a minha força vital-mental e nenhum pensamento negativo poderá
entrar em minha mente...” Analisando esse “Mantra” poderemos compreender
melhor a função do neutrôm. Vejamos: “... a verdadeira tranqüilidade da minha
alma...” – isso significa que pedimos a Deus que nossa “função neutrônica”
esteja e permaneça no seu nível normal; “... não deixe que ela se mancha com
os vícios do mundo...” – nesse caso estamos pedindo que a Força Divina evite

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que as formas densas das baixas vibrações “manchem” a luz do neutrôm; “...
dai-me forças Senhor, para que eu mesmo possa corrigir os meus erros”, nesse
caso estamos pedindo auxílio do Alto para que possamos imprimir a direção
certa aos nossos pensamentos e corrigir suas distorções; “... pelo pensamento,
neste instante, vou controlar a minha força vital-mental, e nenhum pensamento
negativo poderá penetrar em minha mente” – este último propósito faz com
que controlemos, pela nossa vontade, a força vital que emana do plexo físico, e
essa energia impregne nossa mente. Assim vitalizada a mente se torna
impermeável às emanações de baixo teor vibratório. Os pensamentos negativos
não podem assim penetrar no nosso “campo mental” e assim conseguimos o
equilíbrio.
Frisamos bem a palavra “penetrar” para que nossos Mestres entendam
bem o problema: “pensamentos” são construções energizadas, eles têm
“formas”; uma vez formados eles “existem” e podem ser percebidos pelo som,
pela palavra escrita, etc. – nós não podemos eliminar sua existência. Mas nós
podemos evitar que eles penetrem em nossa mente, mesmo que eles atinjam
os n ossos sentidos. A gente pode ouvi-los, senti-los, percebê-los, mas não
precisamos necessariamente metalizá-los ou pensá-los, desde que tenhamos,
para isso a necessária força vital-mental.
O ônus de nosso livre arbítrio é essa constante luta, essa escolha que
temos que fazer a cada segundo de nossas vidas: o teor vibratório das coisas
que abrigamos em nossas mentes. Esse teor determina o que somos, ou
melhor, o que “estamos sendo” a cada momento.
Cremos que com o que foi dito até agora, nós temos os elementos para
compreender o que é, em linha gerais o nosso “sol interior”, nossas “esferas
coronárias” e, principalmente, a função do neutrôm. Isso é apenas um começo,
pois nos resta saber muita coisa ainda. Para maior facilidade no entendimento,
vamos nos fascículos seguintes, analisar separadamente as funções mais
íntimas do “micro plexo” e do “perispírito”, embora seja difícil falar de um deles
sem falar nos outros, pois todos funcionam ao mesmo tempo na “unidade trina”
que é o Homem.

Repaginação: Luciano Cordeiro - Adj Oralam

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Prefácio para os Médiuns do Vale do Amanhecer

Caro Médium e Leitor:


A partir do Fascículo VI entramos na fase Iniciática de nosso
aprendizado. Com a descrição do “sol interior” e seu “sistema coronário”, demos
a infra-estrutura do Homem Trino, três em um.
De agora para frente vamos entrando no mecanismo humano, no seu
funcionamento e, na medida em que forem surgindo as muitas facetas,
daremos a interpretação delas; isso fará com que retornemos com freqüência
às bases do Sol Interior e aos mundo coronários.
Apesar da complexidade do assunto os Médiuns encontrarão maior
facilidade para entender. Isso porque eles fá fazem parte de nossa vivência no
Templo do Amanhecer, e os Médiuns não dependem exclusivamente do
mecanismo psicológico para sua compreensão.
O leigo que nos lê terá maior dificuldade devido a falta do instrumento
mediúnico. Por isso sugerimos o afastamento momentâneo do raciocínio
puramente cartesiano e maior focalização no mecanismo intuitivo, Iniciático.
A linguagem deste ensinamento é parte do vocabulário tradicional de
nossa cultura – porém, a maioria das vezes de conotações diferentes. É preciso,
pois que o leitor atento procure mais o sentido da frase e menos a exatidão.
Não se pode ser muito sintético em tais assuntos e muito menos preciso.
Assim, por exemplo, ao falarmos dos átomos, estamos mais interessados
em transmitir a idéia geral de sua mecânica do que essa mecânica em si. Isso é
do domínio dos técnicos e dos cientistas, motivo pelo qual pedimos desculpas
antecipadas pelas irreverências à Ciência.
Outras imprecisões resultam da dificuldade, em se converter para
denominadores comuns, coisas que não fazem parte do quotidiano e cujos
conhecimentos tem sido sempre de indivíduos ou pequenos grupos da
Sociedade.
Feita essa ressalva vamos prosseguir, entrando agora em maiores
particularidades do mecanismo humano.

Mário Sassi
Trino Tumuchy
(Em memória)

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F ascículo 7
01. A Mente

A palavra “mente” tem um largo espectro de significados, em sua maioria


num sentido abstrato, sempre, porém se referindo a algo que possuímos,
alguma coisa que faz parte da nossa alma e, vagamente, de algo que está
dentro de nossa cabeça. Sempre que falamos de mente tendemos a levantar a
mão em direção a cabeça.
Na linha de nosso ensinamento, a mente é um campo de energias
concentradas a que chamamos de “energia mental”. Seguindo -se o mesmo
raciocínio da estrutura e funcionamento do átomo, o campo energético da
mente é limitado em torno de uma massa densa, nuclear, ao redor da qual os
mecanismos psicológicos giram como satélites.
Esses satélites são os instrumentos da vida mental, e suas categorias vão
desde o sistema sensorial até a capacidade de abstração. Seu funcionamento é
pulsante em torno do seu núcleo. Ela recebe e transmite impulsos de diferentes
gamas vibratórias, conforme a sintonia em que é colocada pela vontade. Essa é
chamada de “sintonia mental”.
A mente é ligada diretamente aos centros coronários (esferas), através
dos Plexos e dos Chacras. Assim, ela influencia e é influenciada pelo “sol
interior”, no movimento natural da vida, na dependência de todos os fatores
que determinam a existência do Homem: tempo, espaço dimensionado, grau de
evolução e fatores cármicos-transcendentes.
Nas sucessivas encarnações o centro coronário é mantido, permanece e
representa a herança espiritual de cada Ser Humano. Agora, tendo alcançado o
grau Iniciático de nossos ensinos, temos aqui a explicação de fascículos
anteriores, no qual afirmávamos que o sistema nervoso desencarnava junto
com o espírito. Entendíamos então, que não eram as fibras ou as células, mas
sim “o sistema”, ou o “esquema” que seguia para o plano etérico, em torno do
qual se formava o corpo fluídico do desencarnado. Não tínhamos ainda a
revelação do sistema coronário; agora sabemos que o esquema do sistema
nervoso é apenas parte integrante do sol interior e seu centro coronário.
A mente é proporcional e relativa ao sol interior. Isso significa que sua
composição energética e seus instrumentos, são de conformidade com o estado
em que o Ser se encontra. Desses “estados” nós só conhecemos três
categorias: encarnados (nós os Homens), desencarnados (“mortinhos”) e os
“espíritos de luz” ou “espíritos santos” (que já completaram suas trajetórias

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cármicas ou que já operam na Lei do Auxílio integrando as falanges dos Mestres


Planetários).

02. A Função da Mente

O sol interior é o centro fisiológico, onde são elaboradas as mais variadas


funções do Homem, onde se entrosam os muitos campos vibratórios que
determinam o “estar” ou o “estado” em que se encontra aquele Ser,
individualizado e único.
A mente é o centro de controle, o painel onde as comunicações são
recebidas, computadas e emitidas. O sol interior trabalha na base do plexo
inconsciente; a mente opera na base da consciência. O sol interior é estrutural
enquanto a mente é funcional.
No mecanismo da mente, o “eu” é o núcleo em torno do qual giram as
partículas, os íons, anions, cátions e nêutrons mentais, à semelhança do átomo.
É o “eu” que toma as decisões a cada átimo de segundo, com base nos dados
fornecidos pelos satélites mentais devidamente elaborados.
Para o entendimento desses complicado sistema em que o “eu” é o
elemento decisivo, nada melhor que a experimentação do próprio leitor. Você
mesmo terá que registrar o fato, uma vez que isso é impossível para nós que
estamos fora de você.
Para ajudá-lo nessa observação e evidenciar a posição do “eu”, vamos
dar nomes às “coisas” que se passam na sua mente. Prossiga na leitura e verá
como esses elementos começam a aparecer numa conotação lógica e simples,
coisas essas que você sempre ouviu falar ou leu como sendo abstrações,
teorias, tais como raciocínio, razão, memória e etc.
O leitor irá notar que a palavra “eu” sempre aparece na sua mente como
sendo a sua pessoa. Você pensa: “eu estou lendo”, “eu não entendo”, “eu não
acho”, “eu estou gostando”, etc., etc., sempre o eu em primeiro plano.
Depois vem o “eles”, as “coisas”, os “outros”, as “minhas coisas”, o “meu
pensamento”, etc., sempre algo de fora, sempre um universo em oposição ao
“eu”.
Conclui-se então que o “eu” está sempre no centro de tudo que se passa
em sua mente, sendo ele, o seu “eu” o núcleo, a massa central do campo
energético que é sua mente. A partir de agora, ao descrevermos cada uma das
funções da mente, o assunto se tornará mais compreensível. A alimentação da
mente vem sob a forma de impulsos e projeções, em ondas cujos padrões
indicam sua origem.
Uma vez recebidas, essas mensagens são assimiladas conforme nossa
capacidade. Essa capacidade é relativa as nossas heranças registradas no
centro coronário. Em termos de assimilação e emissão, a energia mental é um
fenômeno vivo de improvisação. É ela que altera e recompõe todas as energias
do Ser Humano, modificando a cada momento o nosso estado.
As alterações produzidas pela mente são imediatamente refletidas pela
nossa “aura”, cuja coloração e intensidade vibratória refletem o trabalho da
mente.

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03. A Razão

A vida do Homem gira ininterruptamente em torno de dois pólos, um


positivo e outro negativo, situação essa que só termina quando o espírito se
liberta inteiramente da sua orbe terrestre. Enquanto encarnado, ou
desencarnado e “à caminho de Deus”, ele a todo instante tem que tomar
decisões, escolher entre duas ou mais opções. A escolha do cominho certo, a
decisão com base no equilíbrio é que se pode chamar de razão.
Cada Ser Humano tem o seu ponto próprio de equilíbrio e, como
conseqüência, tem a sua própria razão. A vida, entretanto é um movimento
constante de equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio, motivo pelo qual a razão
não é um ponto fixo na mente e sim a meta que se move, o alvo que o Homem
procura acertar. O homem tem a cada momento de reajustar -se aos muitos
fatores que influem em sua mente, e a razão, a decisão equilibrada é que
determina o índice de sua evolução.
Nem todos os fatores que influenciam a mente são conscientizados pelo
Homem. O campo consciencional, onde o “eu” terá que se situar para a tomada
das decisões é limitado pela percepção sensorial. Na verdade a consciência do
encarnado é apenas uma janela, um painel que mostra cada vez uma parte do
todo, uma verdade parcial.
Essa abertura da consciência – no sentido de saber-se – flutua, em
termos de amplitude, dependendo dos fatores naturais da vida: idade, posição
no meio ambiente e grau de responsabilidade que lhe cabe pelos fatores
cármicos, etc.
Temos assim, até este ponto, juntado dois mecanismos da mente que
levam à razão: o equilíbrio e a consciência. Compreendidos esses dois fatores,
podemos partir para a compreensão do raciocínio, e chegarmos ao mecanismo
do pensamento, a última fase da mente que precede a ação.

04. O Equilíbrio

O Ser Humano é como o rio que corre tranqüilamente para o mar.


Nós estamos sempre ligados ao nosso princípio e ao nosso fim, assim
como o rio está sempre ligado a sua nascente e à sua foz.
Em meio do caminho recebemos os “afluentes” ou seja, as influências
que nos atingem de ambos os lados, na nossa “margem esquerda” ou na
“margem direita”.
A todos os instantes de nossa vida, nós podemos estar recebendo
projeções de outras mentes, correntes negativas, boas ou más notícias, ou seja,
a todos os momentos nós podemos nos desequilibrar. Nem sempre nós
podemos afastar as coisas que nos desequilibram, mas sempre existe a
necessidade do reequilíbrio.
É verdade que os fatos inconscientes, que atingem nossa mente, tanto
podem ser positivos como negativos. Essa negatividade ou positividade nem
sempre é intrínseca aos fatos, mas sim à maneira como eles são absorvidos e
assimilados pela mente. A ilação que se tira desse mecanismo é que a mente é,
em última análise, o campo visado, mas a responsabilidade é nossa, do nosso
“eu”, de que ela seja atingida ou não.

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 7

Se alimentarmos a nossa mente com maus desejos, pensamentos de ira


ou de ódio, cria-se em torno dela uma atmosfera fluídica pesada, de energias
de baixo teor vibratório, cheias de impurezas; se, ao contrário, a alimentarmos
com aspirações nobres e pensamentos elevados, a atmosfera da mente é
límpida. Conforme, pois for o condicionamento da mente, assim será sua
capacidade de absorver e modificar as emissões, quaisquer que sejam elas.
Sob o comando do “eu”, a mente pode recompor as energias em todas
as direções e reequilibrar inclusive o “sol interior”, feito isso ela se harmoniza no
equilíbrio, estando pronta para novas tribulações.
Al falarmos do equilíbrio, evidenciamos dois novos componentes que são
as projeções e os fluidos que serão analisados nos itens subseqüentes.

05. A Consciência

A consciência é o mecanismo abstrato da mente, de registro do que


acontece a nós mesmos e em torno de nós. Em última análise a consciência
significa saber o que se passa em torno de nós e conosco, ou seja, ter a
capacidade de “ver” e “ouvir”. Como as outras partes do mecanismo da mente,
ela tem o seu começo e cresce ou decresce conforme o seu desenvolvimento.
Sua mecânica se prende ao processo de focalização e sintonia como nas lentes
óticas e nos receptores de rádio, depende de ajuste focal e luz, etc.
Ela existe em maior ou menor grau, conforme o equilíbrio de nossa
mente, e na proporção da responsabilidade que assumimos perante a vida.
Conforme a posição assumida assim é nossa consciência, de acordo com a
concepção que fazemos de nós mesmos. Até certo ponto a consciência é
apenas um problema de condicionamento, de educação. Paulatinamente ela vai
se tornando uma questão de auto-educação, e de trabalho de nossa vontade
sobre nossos mecanismos de relação. Se desenvolvermos nossa capacidade de
reequilíbrio constante, teremos uma consciência permanente. Equilíbrio e
consciência ou inconsciência, dependem as constituições de nossas esferas
coronárias e, por conseqüência, de nosso sol interior.

06. Raciocínio

O raciocínio é mecanismo analítico da mente que leva à formação do


todo. É o exame das coisas que a consciência aprende e que permite ao “eu” a
escolha do que deve permanecer ou ser rejeitado. Raciocinar é colocar as
informações, que a psiquê recebe, de forma ordenada segundo o critério
aplicado ao objetivo que queremos alcançar.
O principal instrumento do raciocínio é a inteligência, ou seja, a
capacidade de aprofundar o exame dos componentes que chegam até nós
através da consciência.
O raciocínio com a inteligência são instrumentos de verificação; o
pensamento é o meio de expressão, de manifestação da nossa mente.
Raciocinar significa aglutinar, associar as idéias. Idéias são os impulsos,
sensações, imagens, etc. revestidos de uma forma, uma concepção. De todos
os mecanismos da mente é o raciocínio a parte mais ativa, mais atuante. É a
expressão da mente.

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 7

Para que o Médium e leitor possam melhor se situar em torno da


importância da mente, em sua relação com o sol interior, e compreender a si
mesmo como o instrumento do espírito, vamos recordar ligeiramente os itens
anteriores deste fascículo até chegarmos ao raciocínio e nele nos demorar um
pouco mais.
Começamos no item 01 a descrever a mente como um campo
energético, isto é, energias concentradas num campo delimitado e sua relação
com o sol interior, sendo ele a estrutura e a mente o funcionamento;
descrevemos no item 02 a forma desse funcionamento, destacando a posição
do “eu” no seu mecanismo; em seguida, no item 03 passamos a falar da razão
como no item 04 o que significa o equilíbrio; a partir do item 05 começamos a
analisar o fenômeno da consciência, como fornecedora dos dados para o
raciocínio, que vem explicado no item 06 e chegamos ao tem em que
abordamos o mecanismo do pensamento.
Assim, começamos com a mente e seu funcionamento, passamos para
razão, o equilíbrio, a consciência, o raciocínio e chagamos ao pensamento que
irá fechar o assunto da mente. A partir de então poderemos saber como
mentalizar, e como manter a nossa mente no padrão que quisermos, pelo
conhecimento e controle do pensamento.
Pensar significa na verdade dar forma e dirigir todas as energias da
mente para algum objetivo e é por ele que determinamos o rumo de nossa
vida. Embora ele se forme espontaneamente, conforme os estímulos que o
alimenta, nós, o nosso eu é quem escolhe, aceita, rejeita, demora-se mais ou
menos em torno deste ou daquele pensamento. Conforme eu “penso”, isto é,
conforme o pensamento que eu escolho para pensar (ou demorar-me
pensando), eu determino o meu presente e prepara o meu futuro.
Pelo pensamento nós tecemos ininterruptamente a teia no centro da qual
está a mente. Formamos assim uma verdadeira rede emissora e receptora, na
qual a mente caminha no vai e vem quotidiano. As energias da mente dão a
força do pensamento. Essa força será dispersa ou atingirá os alvos conforme
controlamos a formação da rede.
Força é energia aplicada, em movimento, e isso significa que estamos
que estamos agindo sempre na direção de nossos pensamentos. Como o campo
vibracional do corpo e da alma são mais lentos do que o campo vibracional em
que se situa o pensamento, sempre estamos fazendo algo em que, pensamos
antes, mesmo que no momento da ação não estejamos pensando naquilo que
estamos fazendo.
Antes de dobrar uma esquina o meu pensamento já a dobrou, antes de
chegar a um destino meu pensamento já se antecipou e chegou lá. Isso
significa que ele tem forma, é energia em movimento; sendo energia ele atua
sobre tudo em que é direcionado. Se eu dirijo o meu pensamento para o meu
corpo, meu organismo acabará por ser afetado pelas energias que ele conduziu.
O mesmo fenômeno poderá acontecer para onde quer que eu dirija o
pensamento.
Como todos os Seres Humanos pensam, isso quer dizer que existe um
relacionamento permanente entre as pessoas, à revelia de se conhecerem ou
de se relacionarem no plano físico ou social.

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INSTRUÇÕES PRÁTICAS – FASCÍCULO 7

Lembremo-nos do último item do fascículo VI: “... pelo pensamento


neste instante, vou controlar minha força vital-mental, e nenhum pensamento
negativo poderá penetrar em minha mente...” e teremos nesse exemplo uma
idéia explícita de como funciona o pensamento.
Nos itens subseqüentes procuraremos dar mais alguns elementos em
torno do assunto, analisando a memória, os impulsos, a dúvida, a lógica, as
tendências instintivas, os sentimentos, as vibrações, o sistema nervoso e outros
itens que esclarecerão melhor nossa mensagem.
Feito isso, tendo fornecido ao Médium e leitor, os elementos essenciais
do mecanismo Humano, poderemos então entrar em considerações puramente
doutrinárias-iniciáticas, que são o nosso objetivo principal. Por hora o caro leitor
terá que se acostumar à difícil tarefa de se conhecer e saber como funciona o
veículo do espírito que é o conjunto: Plexo-Físico (Corpo Físico), Micro-Plexo
(Alma) e, Macro-Plexo (Perispírito).

07. A Personalidade

No item 09 do nosso primeiro fascículo tecemos alguns comentários em


torno da diferença entre a personalidade e a individualidade.
Vamos aproveitar agora o raciocínio do leitor, em torno do mecanismo
humano, para ampliar um pouco a idéia de personalidade. O entendimento
desse conceito irá constituir em verdadeiro alicerce para a construção filosófica,
que o próprio leitor irá fazer.
“Persona” é o nome latino de um apetrecho teatral, uma máscara que os
atores da Grécia antiga chamavam de “prosópon” (Projeção da face).
Os anfiteatros gregos eram enormes, semelhantes aos nossos campos de
futebol ao ar livre. Naturalmente isso apresentava dois problemas sérios: o som
e a imagem.
Por esse motivo os artistas gregos usavam a “persona” ou seja, a
máscara de contornos bem definidos que permitiam ao espectador distinguir o
personagem representado de qualquer ponto em que estivesse; tais máscaras
eram relativamente maiores que as cabeças dos atores, formando um oco que
amplificava a voz do ator e delineava acentuadamente o personagem.
Esse sistema é usado até hoje nos teatros orientais que conservam as
tradições. No teatro Chinês e no Japonês, Coreano e etc. a máscara serve para
dar voz soturna e cara feia ao vilão, voz fina e rosto bonito à heroína, etc.
Essa é a origem da palavra “personalidade” que significa radicalmente, a
caracterização que determina um “personagem” ou uma “personificação”. Em
toda representação, teatro, novelas de TV ou cinema, os artistas
“representam”, isto é, procuram ao máximo de sua habilidade, com auxílio de
maquilagem, roupas, disfarces, atitudes, gestos e alteração da voz,
corresponder ao “personagem” imaginado pelo autor da peça ou da história.
Assim, o mesmo ator representa conforme a estória e as circunstâncias,
personagens diversos. O exemplo mais banal e mais ao nosso alcance está nas
novelas de TV. Nelas nós já estávamos habituados com os atores e muitas
vezes, ao contar um episódio a outra pessoa, nós usamos o nome do ator por
não lembrar o nome do “personagem”. Para completar esse exemplo basta
lembrar ao leitor que muitas vezes nós ficamos sabendo como o ator é em sua

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“vida real”, se ele é bom ou mau ator, se representou bem ou mal a quele ou
este “personagem”, distinguindo -o, portanto dos personagens que ele tem
representado.
Temos então uma perfeita analogia entre a “individualidade” (o ator) e a
“personalidade” (o personagem ou a personificação).
Usemos agora essa analogia para começar a entender o problema das
reencarnações em que o espírito é a individualidade e a nossa presente
encarnação a personalidade.
A primeira precaução que devemos tomar, ao entender esse fato, é
saber que o problema da personalidade e da individualidade não é tão simples
como uma representação teatral.
Nós podemos saber quase tudo sobre um ator, onde nasceu, se estudou
ou não, se teve uma origem pobre ou rica, etc., porém sobre o espírito n os
podemos saber muito pouco.
Para começar é importante que se saiba, que ninguém, nenhuma ciência,
filosofia ou religião pode dizer “quando” e “como” foi criado o Universo ou a
Criação. Nem mesmo a Terra que é um pequeno Planeta do Sistema Solar, a
Ciência não tem meios de dizer “como” e “quando” ela foi criada.
Existe muita especulação, muita teoria, mas todas esbarram nos mesmos
problemas, principalmente na questão do tempo. A Ciência clássica, essas cujas
teorias são explicadas nos livros escolares, estabeleceu certa contagem de
tempo, certa divisão de “Eras” que nos acostumamos a aceitar como sendo o
“certo”. Assim é que ouvimos falar em “Era Glacial”, “Idade Geológica”,
“Nebulosa”, “Era Paleolítica”, “Era Megalítica” e etc. conceitos que envolvem
milhões e até bilhões de anos.
Fora do âmbito cientifico, nas religiões antigas o problema fica na
mesma, embora haja algumas religiões que traduzem as coisas em termos de n
úmeros, o que no fundo é tão aleatório, tão teórico como as afirmações da
Ciência.
O problema se complica ainda mais quando se trata de determinar a
origem da vida. Nesse ponto a Ciência é ainda mais emaranhada e mais teórica
uma vez que ela só considera “vida” as coisas que nós chamamos de natureza
física.
Mas, mesmo sem poder determinar a origem do Universo, do Planeta
Terra e da Vida a Ciência se arrisca a determinar (e a cada período se corrigir)
a origem do Homem. Nesse ponto então as contradições se amontoam de tal
forma que, teorias que eram aceitas como verdade até pouco tempo hoje são
objetos de galhofas dos próprios cientistas.
Em relação ao Espírito a Ciência não cogita de sua existência, e até agora
não existe admissão científica de que o espírito exista.
Para ela, a Ciência Oficial, o espírito é apenas um componente do Ser
Humano, um mecanismo abstrato, que se confunde com o sistema psicológico.
Essa palavra “psicológico” deriva de uma palavra grega que significa alma
(Psyquê).
Assim, qualquer referência que se ouça ou se leia, quer sobre alma ou
sobre o espírito, as duas palavras aparecem sempre como sendo a mesma
coisa, a não ser que se trate de adjetivação poética ou literária tais como
“tenacidade do espírito”, “fortaleza de alma”, etc.

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Mas, para nós do Vale do Amanhecer, alma e espírito são considerados


como coisas de naturezas diferentes: a alma é o mecanismo psicológico que
tem sua base física no sistema nervoso, que é formado em cada encarnação,
conforme a programação para esse período de existência do espírito na Terra.
Nesse caso o mecanismo psicológico (na Alma, como o corpo) são instrumentos
do espírito. Assim, pode-se dizer que um espírito tem um corpo forte e uma
alma impávida nesta encarnação, mas que teve um corpo fraco e uma alma
vacilante em outra encarnação, etc.
Naturalmente a pergunta que surge espontânea desta afirmação é: “Qual
a diferença entre a alma e o espírito?”.
Para evitar cairmos nas abstrações teológicas ou filosóficas vamos
procurar dar aqui uma resposta que seja plausível e de relativa possibilidade de
verificação, consoante a didática da Corrente do Amanhecer.
A percepção da diferença entre a alma e o espírito é uma experiência
pessoal que qualquer pessoa pode fazer, independente da sua situação cultural
ou escolar, na qual entram conceitos de valores, de tempo e o senso comum.
Comecemos por definir o conhecimento que temos da existência de
nosso corpo. Nós percebemos o nosso corpo pelas manifestações que ele
comunica a cada momento à nossa mente através dos sentidos. Assim nós
sabemos quando é preciso comer, dormir, alterar as condições a ele
proporcionadas e etc.
Em seguida passemos a separar dessas sensações as manifestações de
natureza psicológica, os fatos abstratos, tais como sentir afeto ou ódio,
imaginar, raciocinar e etc. percebemos então que esse mecanismo obedece aos
estímulos que tanto podem partir do corpo como das coisas externas ao nosso
corpo. Nas “coisas” externas são o nosso universo, o meio ambiente em que
vivemos, representados por “coisas” e “pessoas”.
Sabemos então quando a natureza de nossas sensações são de
necessidade física ou psicológica. Para esse fim temos uma série de valores aos
quais estamos condicionados: a gente toma café de manhã, almoça ao meio
dia, janta à noite, etc. A gente confia nos costumes; de transeunte, de proteção
da lei, da moral e etc., enfim, nós distinguimos com certa facilidade o que são
fatos físicos e fatos psicológicos, embora os dois sejam inseparáveis.
Outro ângulo que qualquer pessoa pode analisar, para distinguir o que é
físico e o que é psíquico, é o fato de que nossos pensamentos e nossos
intercâmbios vibratórios podem ser distinguidos: nosso corpo se move com
muito maior dificuldade do que nossa alma. Na verdade é nossa alma que vai
em busca de nossas necessidades, nossos anseios, nossos impulsos e etc.
Sempre que nós temos sensações, impulsos, anseios, desejos e, tais
estímulos nos levam a ações que não se coadunam com um princípio de bom
senso ou de lógica, quando as coisas pensadas e sentidas ultrapassam nossa
compreensão ou a compreensão do meio que nos cerca – os fatos, chamados
impropriamente de inexplicáveis podemos detectar aí a presença de nosso
espírito.
Essa experiência é tida por todos os Seres Humanos da Terra e é a causa
principal de toda criação religiosa ou doutrinária. Em resumo nós sabemos
quando as coisas partem de nosso corpo, de nossa alma ou de nosso espírito,
pelo simples fato de que, na maioria das vezes as coisas de nosso espírito

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contrariam as coisas de nosso corpo e de nossa alma ou, ao contrário, as coisas


de nosso corpo contrariam as coisas de nossa alma ou de nosso espírito. Esse
contínuo e os diferentes fatores se distinguem pelo contraste, pela contradição.
A partir desse ponto, pela nossa própria experiência, nós vamos
percebendo as nossas tendências, as inclinações que divergem das inclinações
dos que nos cercam e, aos poucos vamos distinguindo a nossa individualidade,
ou seja, um conjunto de tendências que forma um uno, um que não é divisível,
um todo indivisível.
Essa individualidade representa um conflito permanente com o papel que
somos chamados a representar na Sociedade, papel esse que é formado por
uma série de conceitos e formas que fixamos à nossa revelia desde que fomos
concebidos até que morremos. A maneira como envergamos essas “máscaras”,
essas “personas”, nossos mecanismos de defesa, nosso esforço para sair dos
padrões é que constituem a nossa personalidade.
A individualidade tem um impulso fundamental e transcendente, é a
energia latente, enquanto que a personalidade é a forma de expressão, a
energia do espírito que tenta romper os grilhões da personalidade, é o artista
que sobrepuja o papel ou o papel que afoga o artista.
O personagem ou a personalidade é relativamente previsível, pois ela
obedece a um roteiro, um enredo pré-estabelecido enquanto que a
individualidade tenta sempre romper em caminhos diferentes. O símbolo mais
perfeito dessa luta (e dessa diferença) nos tempos modernos é um novo tipo de
teatro que às vezes aparece nos palcos do Mundo, em que os artistas fazem o
que lhes dá na cabeça, sem ter que obedecer a roteiro algum...
Quando desencarnamos, é enterrado o corpo-físico (Plexo-Físico), e vão
a Alma e o Espírito (o Micro e Macro-Plexos).
Cremos ter dado assim um princípio do conhecimento da constituição do
Ser Humano, do Homem visto à luz da Doutrina Crística. Mas esse aprendizado
terá que ser aprofundado no conhecimento dos princípios atômicos,
moleculares e celulares desses componentes. As heranças que formam o Centro
Coronário ou Sol Interior, cada “centro” formado pelas moléculas defeituosas de
encarnações anteriores – as afinidades psicológicas ou, ao contrário, as
contradições de caráter na mesma família, etc., tudo isso terá que ser estudado
por nossos Mestres com uma atitude científica, pois somos “cientistas
espirituais”.

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