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Proler

Mar sem Fim – Amyr Klink


3003 Gabriel Cabral

1. POEIRA VARRIDA
 Iria percorrer 18mil milhas náuticas, por pelo menos 5 meses;
 Deixou Jurumirim (Brasil) em 31 de Outubro, para a sua primeira volta ao mundo, com
provisões para 6 meses, no Paratii;

2. A ILHA MORTA
 O Paratii contava com um novo mastro: rotativo, 360º de liberdade, autoportante,
formato de asa curva e aerodinâmica inclinado para trás. Inventado por um inglês, Damon
Roberts;
 A maior qualidade de um barco não está apenas na resistência ou na qualidade dos
materiais utilizados. Ela está na simplicidade e no bom senso do projeto, na resistência
dos materiais, na flexibilidade das soluções;
 O desejo secreto que o alimentava era surfar continuamente nas grandes ondas das
latitudes livres, sentir o casco do “caminhão vermelho” vibrar com a velocidade da água,
dias seguidos, semanas a fio...;
 Planejava uma volta ao mundo e completa ao redor da Antártica. Mas só era possível nas
faixas de latitudes altas, 50º e 65ºS, o qual ele chama de latitudes livres, devido não haver
continente;
 Esse capítulo tem esse título devido a ter encontrado uma baleia morta flutuando, e em
cima dela, havia muita vida, aves em movimento. E assim ele achou bom e torcera para
que as baleias morressem todas assim: livres, invés de abatidas como bois, como pelas
fábricas de matar baleias.

3. UMA ILHA DE VERDADE


 Fez a primeira ligação para casa, via Iridium, uma telefonia via satélite;
 (Descreve características da ilha batizada por um homem chamado Cook.);

4. BARCOS CEGOS
 Por um instante, ludicamente pensando para si próprio, questionou se a
terra era mesmo redonda;
 Seguiu sem rumo despreocupado, sem nervosismo. Dividiu suas
preocupações com o trajeto em etapas, simplificando tudo;
 Os limites das etapas podiam ser pontos de referência em pleno oceano,
próximos a ilhas, linhas imaginárias, como a Date Line(linha de mudança
de data), qualquer coisa que tornasse menores as etapas de navegação.
Quase que um recurso psicológico para não enfrentar de cara a distância
de 14 mil milhas que teria pela frente;
 Regime de meia hora de sono para cada hora de trabalho;
 Movimento de navios = trânsito “animado”;
 Passava a maior parte do dia na mesa de navegação ou em rápidas saídas
no convés, apenas para conferir ao vivo o provável horizonte;
 A priori, seu maior inimigo eram os icebergs;
 Devido ao surgimento de cada mais vez gelo, decidiu diminuir seu período
de sono p 15 minutos até que a situação melhorasse;

5. BOUVETOYA, A ILHA NEBULOSA


 Ilha de Bouvet, pedaço de terra mais isolado do planeta, segundo o Antartic
Pilot(a bíblia dos navegadores austrais). Essa ilha é um cone vulcânico;
 Fazia os registros de posição das doze horas Zulu(GMT) e marcava no diário
a cada 24h, fazendo os cálculos de distância entre as etapas;
 Como ele estava progredindo para Leste, logo começou a produzir mudanças
nos horários e compromissos diários. Navegando na direção da rotação da
terra, para leste, engolindo uma hora(ou um fuso de quinze graus) a cada 3
dias, significava encurtar a duração de cada dia em vinte minutos. A cada grau
leste, encurta-se o dia em 4 minutos; à velocidade que ele estava, os dias eram
menores e os compromissos, como o contato-rádio, com o Brasil, sempre às
20horas de Brasília(ou 22 Zulu), foram avançando e ficando tardios no “dia
local” dele;
 Os dias de quem anda para a nascente são menores, e os de quem busca o
poente, maiores;
 Ele considerava um prazer, quando plotava a posição, constatar fisicamente, a
cada dia menos 20 minutos;
 Além disso, quanto mais descesse para o sul, para latitudes maiores, menor
seria o trajeto;
 Planejou sua viagem pela carta 4009;
 Começou a plotar diariamente na grande Carta Geral a posição Zulu na forma
de pequenos triângulos com data, número do dia de navegação e distância
percorrida. Ficou faltando somente os 4 primeiros triângulos desde a saída do
Brasil, que ficavam fora da projeção e foram plotadas numa carta Mercator do
Brasil;
 Costumava falar com cinco ou seis radioamadores regularmente;
 Para ele, ter passado pela ilha Bouvet, também foi importante para
disciplinar/doutrinar quanto aos procedimentos de vigília;
 Não errar, não plantar cruzes e alcançar a tempo as linhas de longitude
marcadas eram atividades que faziam o tempo dele passar;
 Diariamente, administrava seu dia vivendo o dia presente e não o mês adiante,
aproveitando cada minuto de equilíbrio para pôr em dia o saldo devedor de
sono e cada segundo de calma para quitar a conta de tarefas pendentes;
 Sentiu falta de ler livros. Sentia falta de livros baratos, policiais, romances
vagabundos, qualquer coisa que não cheirasse a mar, apenas para fazer o
tempo andar;

6. O PRIMEIRO SOL
 Começou a dar valor aos ensinamentos do pai. Um homem precisava
viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV.
Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para
um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio
para desfrutar do calor. E o oposto;

7. LONGITUDES VOADORAS: DE KERGUELEN ATÉ O NATAL


 Havia um senso de eficiência que reina sobre todas as outras coisas a
bordo. O que ele sentia era que quanto mais rápido cair fora daquele lugar,
melhor;
 Ele se sentia muito tenso por ser o único responsável pela administração e
condução do barco num ambiente completamente imprevisível, com vento
irregular, neblina pegajosa;
 Westerlies = ventos de oeste que o empurravam na boa direção. Fortes mas
sem desorganizar a paisagem;
 O GPS acabou substituindo outros instrumentos, servindo para tudo:
determinar posição, controle das baterias, cálculos de médias, tempo,
distâncias, velocidade, desvio magnético, tudo;

8. DE COSTAS PARA O ANO NOVO


 Já estava cansado de seus livros;
 Atravessou metade do globo;
 Virou o ano em uma turbulência marítima, no qual seu maior desejo era
sair vivo;

9. UM BARCO QUE PEGA NO TRANCO...


 Após a tempestade de ano novo, virou o ano refletindo o quanto o Paratii é
um excelente barco, com um sistema de leme impecável. Totalmente aparente,
mas simples, preciso, confiável e sólido, instalado no primeiro dia e nunca
mais alterado. Um barco valente, segundo ele;
 Nas longas horas do dia, o cantinho da retranca junto ao mastro tornou-se o
local preferido dele;
 Para ele, não havia motivo nem coragem para comemorações, mas mesmo
exausto ele sentia um brutal alívio por tudo ter passado. Sentia uma falta
enorme de poder dizer para alguém que tudo estava bem, um desejo estranho
de ouvir a perguntinha: “ Como foi de entrada? Festas?”;
 A mesma tempestade que ele passou foi a tempestade que devastou a regata
em Sydney, matando 6 homens e metade dos 115 barcos estavam quebrados.
Segundo o pai dele, a ignorância é uma fonte da felicidade, e ele concorda,
pois caso tivesse sabendo do ocorrido, teria virado o ano preocupado e em
pânico;
 Gastou muito dinheiro ligando para os amigos, visto que 1 minuto era
equivalente a $10.

10. PADRE ETERNO


 No sábado, às 2204 locais, 0804 no Brasil cruzou a linha de mudança de data.
De volta ao hemisfério de casa;
 Começou a valorizar o local de onde veio, Jurumirim, Parati...;
 “Padre eterno” é o nome do aeroporto galeão, “a maior maravilha que o mar
já viu”, construído em meio a escândalos e desvios financeiros, durante a
revolta do Rio;

11. MAR DE AMUNDSEN


 As pancadas ou tempestades tinham nomes em milibares, e quanto menos,
pior. Por isso são chamadas de “depressões”, que para ele, brincando, bem
que poderiam ser psicológicas;
 Para ele, a pior luta era a contra o tempo. Para isso, conversava consigo
mesmo para passar o tempo;
 O desdém europeu pela arte brasileira naval, deu origem ao livro: ensaio
geral sobre as construções navais indígenas do Brasil, do almirante
Antônio Alves Câmara;

12. A BAÍA DE IEMANJÁ


 -

13. UM CARNAVAL FORA DO MAPA


 Atracou e passou uns dias em Dorian;
 Ao sair do canal de Neumayer, cruzou com um veleiro;

14. VOLTA AO MAR LIVRE


 Apesar de vários defeitos, para ele, um traço forte e positivo dos brasileiros
é a hospitalidade;
 Quanto menos preocupados com valores materiais e urbanos os
personagens da nossa cultura, mais forte é o traço. Quanto mais para
dentro do país, mais raras se tornam a frieza de comportamento, a
indiferença ao semelhante;
 Hospedou-se na estação antártica Comandante Ferraz, onde se sentiu em
casa;
 O Paratii se soltou e se afastou. O Amyr saiu da Estação para recuperar a
sua embarcação e ao conseguir alcançar, tinha incêndio dentro devido ao
aquecedor, por carbonização excessiva, óleo de baixa qualidade, que
travou a boia de segurança;

15. POR VINTO E CINCO MINUTOS


 Faltam 5 dias para completar os 360º;
 Alcançou o mesmo cais de onde saira. Na sexta feira, 19FEV. 88 dias e
33minutos depois ele estava de volta.

16. O MAR SEM FIM


 Encontrava-se pleno, “são raros esses momentos na vida em que não se
precisa de absolutamente nada além do que se tem. Nem do tempo. O
tempo eu ganhei de presente ao completar a volta antes do previsto. Um
tempo que decidi gastar não fazendo nada, não indo a lugar algum, sem
contar as horas nem os dias;
 Para ele, a saudade de casa e dos amigos não era sofrimento e sim um
prêmio;
 O mais difícil para ele era o esgotamento mental, sem saber o que poderia
acontecer no próximo minuto, não poder relaxar um segundo, não ter
certeza de nada além do frio, da distância, meses seguidos;
 Para ele, de nada servem os dias especiais ou conquistas se não for para
serem compartilhados em casa. Enquanto não enterrasse seus pés na areia
de Jurumirim, completar cem voltas ao mundo não serviria para nada. Na
história do mundo, há montanhas de inutilidades, atos e obras que se
tornaram importantes pelo simples fato de estarem completos, pelo modo
como foram feitos, pelo símbolo que representam. Completar a viagem era
a mais importante tarefa que ele tinha pela frente. 360º completos longe
de casa não bastavam;
 Em 15MAR, corrigiu sua proa para o waypoint final;
 Depois de 141 dias, finalmente regressou a Jurumirim

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