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A/C

Silas
Diretor franquia
ILUMISOL ENERGIA SOLAR EIRELI
Franquia de Imperatriz/MA
Acerca de Detreminação de causas de incêndio
Cliente
J DE A SILVA COMERCIO CNPJ: 12.537.476/0001-45 Endereço: TV COMERCIO 233 -
CENTRO CEP: 65.795-000 – GOVERNADOR LUIZ ROCHA – MA Fone: (99) 98434-9496

Luciano Andrey Schädler, Engenheiro Civil, Professor


Universitário, pós graduado, Perito Judicial de Engenharia, venho, por
meio deste, mui respeitosamente, APRESENTAR:
SUMÁRIO 2
1. PRELIMINARES ....................................................................................................................... 3
2. OBJETIVO DOS TRABALHOS ............................................................................................... 3
3. LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL ................................................................................................ 3
4. HISTÓRICO ............................................................................................................................... 4
5. DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS TÉCNICOS ...................................................... 6
6. REGISTROS DA INSTALAÇÃO DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICA ................................. 11
7. REGISTROS DA REGIÃO AFETADA PELO INCÊNDIO ................................................... 13
8. LITERATURA CONSULTADA ............................................................................................. 14
9. ANÁLISE DAS PROVÁVEIS CAUSAS DO INCÊNDIO ..................................................... 35
9.1. Inversor de frequência (Sistema de geração solar). .................................................................. 36
9.2. Tomada média e baixa próxima ao anteparo (parede) ....................................................... 40
9.3. Tomada próxima ao Quadro de Distribuição Geral (QDG) ............................................... 41
9.4. Tomada de piso com extensão ............................................................................................... 42
9.5. Quadro Geral de Distribuição ............................................................................................... 43
Ventilador de piso e de ........................................................................................................... 45
9.6. parede ...................................................................................................................................... 45
9.7. Instalação elétrica no forro de PVC ...................................................................................... 46
9.8. Freezer próximo à tomada de piso ........................................................................................ 47
9.9. Estado físico dos no-breaks provindos do local periciado .................................................. 49
10. PROBLEMAS/DANOS IDENTIFICADOS ............................................................................ 51
11. REGISTRO FOTOGRÁFICO .................................................................................................. 52
12. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................... 65
13. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 66
14. ANEXOS .................................................................................................................................. 66
15. ASSINATURAS....................................................................................................................... 67
3

1. PRELIMINARES

Trata-se de perícia de engenharia elétrica e engenharia civil, portanto com equipe


multidisciplinar para determinara a(s) provável(eis) causa(s) de incêndio ocorrido na
madrugada de 25 de junho de 2020, aproximadamente ente 02:00 e 02:30 a.m.
Participaram desse tratablho os seguintes profissionais:
Eng. Civil Luciano Andrey Schädler – coordenador da perícia CREA PR 29.232/D
Eng.Eletricista Evandro - CREA –PR 49801/D
Eng. Civil Marcelo (desistente);
Eng. Civil Eliasafe Sch....CREA - ___________
Eng. Eletricista João Paulo Man Kit Sio CREA PR 184535/D

O presente laudo foi elaborado pelo Engenheiro Civil Luciano Andrey Schädler e
Engenheiro Eletricista João Paulo Man Kit Sio.

Todos engenheiros que participaram desse trabalho são peritos de engenharia.

2. OBJETIVO DOS TRABALHOS

Identificar a causa de sinistro de incêndio;


Orientar em relação à verificação acerca da relação com o incêndio e a estabilidade
estrutural da cobertura, nem como os respectivos ensaios de carga e aferição de flecha
para confrontação com determinações normativas.

3. LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL

A edificação se situa na área urbana da cidade de Governador Luiz Rocha/MA.


4

4. HISTÓRICO

O incêndio ocorreu na madrugada de 25 de junho de 2020, aproximadamente ente


02:00 e 02:30 a.m.
Há relatos de pessoas que estavam próximas do local que a sequência dos fatos teria
sido: fumaça, explosão e incêndio;
Na manhã seguinte o eng. Luciano foi contatado e orientou os envolvidos (franquia
de Imperatriz e proprietário da edificação sinistrada) que, em hipótese alguma o local
deveria ser alterado, eis que a posição dos materiais e equipamentos eram importantes
para a elucidação do objetivo.
Tal orientação não foi seguida (eis que na primeira reunião on line – link e íntegra da
mesma anexos) constam imagens de pessoas alterando o local;
Fomos informados que parte do material e equipamentos teriam sido levados ao
“lixão” e, conseguimos recuperar 2 nobreaks (não conseguimos recuperar a CPU);
A imagem a seguir é do pessoal fazendo a retirada dos retos do incêndio (mesmo após 5
terem sido avisados de que não deveriam mexer no local do sinistro sob risco de
comprometerem os resultados da perícia).

No dia seguinte, quando foi realizada a segunda reunião online o local havia sofrido
mais alteraçãoes.
A foto a seguir mostra o local do sinsitro sendo “lavado” descaracterizando
parcialmente a configuração original.
Questionado, o proprietário alegou que teria levado novamente parte do material
sinistrado ao lixão porque estavam com mau cheiro.
É importante salientear que nos dias da perícia no local do sinistro em somente uma 6
das ocasiões havia um preposto do mercado para acompanhar nossa equipe. Nos
outros dias ninguém esteve à disposição para dirimição de dúvidas.

5. DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS TÉCNICOS

Realizamos:

I – Vistorias no local;
II – Desenvolvimento de dois grupos de whats app;
III – Inúmeras entrevistas, registros fotográficos e vídeos, análises de documentos
(contratos, Boletim de Ocorência;
IV – Duas reuniões on line; 7
V – Colhimento de amostras do material e equipamento sinistrados;
VI – Análises do contrato e do projeto elétrico da instalação fotovoltaica:

Reuniões

Link das duas reuniões realizadas. Ambas foram gravadas.


8

Foi convidado para participar desse trabalho o engenheiro civil, perito Marcelo (por
recomendação da empresa Ziel Engenharia, empresa de Porto Alegre/RS).
Depois de participar por dois dias, o engenheiro Marcelo manifestou desinteresse em 9
continuar participando da perícia e alegou insatisfação devido a falta de elementos
originais (em razão da desconformidade/descaracterização).

As solicitações dos peritos à equipe que estava no local eram realizadas por check list.
10

Acima: print do contrato.

Print do registro das reuniões (as duas realizadas foram gravadas).


6. REGISTROS DA INSTALAÇÃO DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICA
11
A instalação da geração fotovoltaica apresentava as características registradas a
seguir:

Placas
fotovoltaicas
instaladas no
telhado

Aterramento
da estrutura
metálica e
malha de terra
no solo
12

Aterramento de
equipotencialização

Disjuntor geral trifásico CA


e Dispositivos de proteção
contra surtos (DPS)
Conexão entre o inversor e o
quadro geral (próximo ao
medidor da concessionária)

Disjuntores CC e seus
dispositivos de proteção
contra surtos (DPS)
Condutores elétricos ligados na rede CC (cabos pretos)

Condutores elétricos ligados na rede CC (cabos vermelhos)

Condutores elétricos de proteção (cabos verdes)


7. REGISTROS DA REGIÃO AFETADA PELO INCÊNDIO
13

EPICENTRO
8. LITERATURA CONSULTADA
14

Entre outros manuais também foi consultado o Manual de Pericia em incêndios e


Explosões do CBM/DF
15

Primeiramente cabe classificar a explosão/incêndio. Consideramos adequado o


enquadramento do objeto periciado na CLASSE D.

A literatura especifica que os locais com explosão podem apresentar danos tais como
desprendimento do reboco e até danos como arranchamento de alvenaria.
16

O caso descrito no print acima coincide com o que ocorreu no local do incêndio, com
curta duração e restrição do local dos danos à proximidade com a explosão.

A aferição da energia de explosão adotada para a perícia em questão será a


“equivalente de TNT”.
17

No objeto periciado estimamos que a explosão esteja classificada ente


SUPORTÁVEL E QUEDA.
Comparando-se com os danos no local (desprendimento do reboco e orifício na 18
alvenaria), estimamos que, para uma “equivalência de TNT” menor que 50Kg, que a
distância entre a parede e o elemento causador (emissor) de calor era menor que 5
metros, o que nos remete ao reforço da tese de que o Nobreak tenha sido o fator
primário do incêndio.

O manual argumenta que em instalações elétricas é de fundamental importãncia


utilizar disjuntores, pois os mesmo possuem a função de preservar a integridade dos
condutores.

Sendo assim, o dispositivo deverá atuar interrompendo o fluxo de corrente quando


ocorrer anomalias, como citado no manual.
19

No sistema de geração fotovoltaica encontrada no local possuia tanto disjuntores


quanto DPS para proteger as anomalias citadas e escorrendo o fluxo de corrente para
o sistema de aterramento.
20

O manual infere que as tomadas devidamente projetadas e dimensionadas não devem


ocorrer avaria definitiva quando houver sobrecarga elétrica, uma vez que os
dispositivos de proteção devem atuar com objetivo de cessar a corrente.

A tabela mostra a capacidade de cada condutor conforme o seu diâmetro, essa corrente
em hipótese alguma deverá ser ultrapassada.
21

Esta tabela argumenta o tamanho da bitola para diferentes tipos de cargas/circuitos,


todas elas dentro da norma NRB 5410.

Sendo Q (J) o calor gerado, i (A) a corrente elétrica percorrida no condutor, R(Ω) é a
resistência elétrica do condutor.
22

O efeito joule é o efeito onde a passagem da corrente elétrica em um condutor gera


calor.

Não evidenciamos indícios dessa hipótese.


23

O curto-circuito mecanico que é causado, em geral, por falha mecanica ocasiona


aquecimento do condutor, quando não cessado.

O manual também comenta sobre possíveis pontos que favorecem o evento de curto-
circuito, como: danos mecânicos, conexão de equipamentos de potencia maior que o
suportado, umidade, descargas parciais.
24

Também utilizamos o Manual PERÍCIAS DE INCÊNDIOS do CBM/GO.


As figuras/imagens a seguir foram retiradas desse manual.
25

Como já foi registrado outras vezes nesse laudo o fato de ter sido descaracterizado o
local da perícia dificultou muito o serviço da perícia.

A imagem acima foi retirada do manual PERÍCIAS DE INCÊNDIOS do CBM/GO.


Identifica os diferentes padrões de efeito de calor em incêndios.
O objetivo principal do perito é delimitar possíveis causas e utilizar provas e indícios
comparando-os com padrões consagrados pela literatura e pela prática para chegar ao
resultado conclusivo.
26

Como já foi registrado outras vezes nesse laudo o fato de ter sido descaracterizado o
local da perícia dificultou muito o serviço da perícia. O local foi descaracterizado no
primeiro dia do sinistro e “limpado” no segundo dia.

Mesmo que parcialmente, mas foi possível identificar o padrão de queima bem como
as linhas de demarcação.

Identificamos padrão decorrente de explosão seguida de incêndio. O que coincide


com o relato de pessoas que estavam próximas ao local no momento do incidente.
27

Como já foi registrado outras vezes nesse laudo o fato de ter sido descaracterizado o
local da perícia dificultou muito o serviço da perícia.
Alguns materiais que haviam sido levados até o “lixão” foram recuperados por
auxiliares da perícia.
A temperatura pode ser estimada devido o derretimento dos materiais.
Não houve vítimas.
O sistema de CFTV falhou, apesar de haverem inúmeras câmeras de segurança no
local.
28

A imagem acima foi retirada do manual PERÍCIAS DE INCÊNDIOS do CBM/GO.


No local sinistrado deve ser realizado teste de carga sob o comando de engenheiro
civil com experiência nesse tipo de ensaio.
O teste de carga como o próprio nome já diz é a utilização de carga na estrutura e a
medição da respectiva flecha de deformação. As flechas devem ser comparadas com
os limites máximos previstos nas normas correlatas.

A figura acima mostra cabo de cobre que recebeu calor e que não foi a fonte geradora.
29

A figura acima mostra cabo de cobre que gerou calor e que não foi a fonte receptora.
Esse padrão resultante de curto circuito NÃO FOI EVIDENCIADO NO LOCAL.
O que reforça a tese de explosão.

A suspeita é que o nobreak tenha explodido pois se tratava de equipamento com


bateria substituída há três meses obtida no mercado paralelo.

O vendedor da bateria foi consultado e se recusou a fornecer maiores informações e


também a vender uma de suas baterias para perícia.
30

O exame da bateria do nobreak não ocorreu pelos motivos expostos anteriormente.

Houve sim a formação de cratera na parede de alvenaria em local próximo ao nobreak.


Nesse local (epicentro) o reboco da parede se desprendeu aproximadamente 80%.

Nas outras paredes fora desse epicentro não houve desprendimento de reboco.
31

blackd

A tabela acima reforça a tese de explosão da bateria do nobreak.

Houve:
Danos de baixa ordem;
Incêndio pós explosão;
Cratera;

Não houve:
Explosão secundária;
Gás/vapor/pós escondidos;
BLEVEs.
32

BLEVEs – boiling liquid expanding vapor explosion (explosão do vapor de expansão


de líquido sob pressão).
33

Esse protocolo foi seguido.

Os protocolos acima foram seguidos. É importante deixar claro que a perícia foi
realizada por 3 equipes. A equipe 01 permaneceu no local até a o encerramento das
solicitações da equipe 02 que era formada por engenheiros civis e eletricistas. Todos
peritos sendo dois deles com vasta experiência em pericia de incêndio. A equipe 03
prestava apoio logístico e financeiro às demais.
34

A hipótese acima foi analisada e descartada.

As hipóteses acima foram analisadas e descartadas.

Não haviam os indícios suficientes que pudessem indicar como causa do incêndio
pane na rede elétrica.
35

O sentido de calor evidenciado no local tem como epicentro (ponto de partida) o local
onde estava o nobreak. Como já foi dito nesse local haviam mais fuligens (tempo
maior de queina), cratera na alvenaria, desprendimento de reboco e outros sinais de
que o incêndio ali se originara.

9. ANÁLISE DAS PROVÁVEIS CAUSAS DO INCÊNDIO

A equipe de engeheiros civis e eletricistas recebeu todas informações que solicitou da


equipe que estava no local.

No local estavam instaladores, eletricistas e também o engenheiro eletricista Thyago.

Foram realizadas duas reuniões com duração de 90 minutos cada uma.

A equipe local realizou diversas ligações telefônicas com vídeo.

Inúmeros vídeos foram realizados no local. Sempre com alta qualidade.

Inúmeras fotos foram coletadas em vários pontos, sempre com equipamento


fotográfico de altíssima qualidade e foram enviadas em links de nunvens para não
perderem qualidade.

As instalações e equipamentos elétricos apontados na região afetada pelo incêndio


proporcionaram a construção de 9 (nove) teorias de causa principal, sendo que a
descaracterização do ambiente periciado leva à proposta de exclusão das causas
comprováveis durante a perícia.

Foram as teorias:
9.1. Inversor de frequência (Sistema de geração solar).
36

Foi constatado que as


conexões CA (corrente
alternada) do inversor
foram ligadas
diretamente ao quadro
de proteção geral (junto
ao medidor de energia)
por condutores
exclusivos. Isto
significa que não há
conexões entre os
condutores CA do
inversor e os condutores
da rede elétrica interna
do imóvel.

A imagem comprova o
fato de que o medidor
bidirecional não fora
instalado na unidade
consumidora até a data
da ocorrência

há fortes evidências de
que o inversor de
Foi constatado não haver
frequência estava com
sinais de deterioração dos
as conexões CA
condutores de conexão
desligadas da rede
entre o quadro de
elétrica da unidade no
distribuição geral e o
momento do incêndio.
inversor

A perícia comprovou existir malha de terra e conexão da mesma com o inversor


de frequência e sistema de geração. O sistema de aterramento possui três hastes
cobreadas espaçadas em cerca de 2 metros e interligadas com um cabo de cobre
nú enterrado no solo.
37

O inversor de frequência
apresentou fortes evidências de
que recebeu calor provindo do
incêndio.

Primeiramente constatou-se
que o reboco caiu apenas nos
arredores do quadro inversor.
Sendo que o reboco manteve-se
na parte inferior esquerda e
lateral direita.

O estado dos componentes


internos mostram partes
íntegras, indicando que a
decomposição do material ali
existente não foi provocada por
explosão, mas sim pelo calor
ambiental.

A parte elétrica inferior do


quadro apresenta leves sinais
de deterioração, característicos
de queima por recebimento de
calor. Isto é, não apresentam
marcas de explosão (ver
imagens detalhadas a seguir).
38

Constata-se formações
esféricas compostas por
estanho provindo das
conexões internas do
inversor na parte
inferior do quadro.

Tais formações foram


analisadas e nenhuma
marca de “bolsa oca”
foi constatada em seu
interior. O que denota
calor recebido e não
gerado nesse ponto

Lataria
Latariae eCaixa
Caixadedeconexão
acoplamento
sem marcas
sem
de explosão
marcas dee explosão
com fortese com
indicativos
fortes de
indicativos
recebimento dederecebimento
calor provindo
de calor
do
provindo do incêndio.
incêndio.
39

Amostras
de estanho
derretido
em formas
esféricas
maciças

Encontradas
na parte
inferior do
inversor de
frequência

Devido ao horário de início do incêndio (madrugada) as placas solares não poderiam


apresentar diferença de tensão elétrica ou produção de corrente elétrica CC no sentido
placa fotovoltaica => inversor de frequência.

O sistema fotovoltaico foi entregue ao consumidor com a chave ON-OFF desligada


porque o sistema encontrava em estado stand-by. Isto é, o sistema deveria permanecer
desligado até que a concessionária local instalasse o medidor bidirecional e realizasse
a vistoria de funcionalidade protetiva, itens obrigatórios por lei.

Com base nesses fatos e evidências, foi excluída a hipótese do sistema gerador de
energia fotovoltaica combinado com o inversor de frequência serem causa principal
do incêndio.
9.2. Tomada média e baixa próxima ao anteparo (parede)
40

Segundo depoimentos, uma dessas


tomadas alimentava no-break com
computador e Sistema de câmaras
filmadoras internas (CFTV)

O no-break foi retirado do local antes da


avaliação pericial e esse ambiente foi
descaracterizado

Por relatos, nela, estavam conectados aparelhos de segurança patrimonial (no


mínimo um no-break e um microcomputador) que permaneciam ligados pelo
período de 24h. Dois aparelhos no-breaks foram recuperados do depósito de lixos,
mas não foi possível identificar qual no-break estava no local.

A região nos arredores da tomada baixa não apresenta sinais de “arrancamento”


de reboco, indicando não ter havido explosão nela.

Já na tomada média é possível constatar “arrancamento” de reboco em formato


expansivo parabólico. Como indicado pela linha pontilhada na imagem. Esse é
um forte indicativo de que uma explosão pode ter sido iniciada desse ponto.

Ainda assim, não é possível afirmar que uma explosão nos contatos da tomada ou
no no-break, ou ainda no microcomputador possam ter acontecido devido a
imprecisão da localização desses elementos pós-fato.
9.3. Tomada próxima ao Quadro de Distribuição Geral (QDG)
41

Segundo depoimentos, havia uma


tomada elétrica instalada nesse ponto.

Foi confirmado pelo funcionário


preposto do mercado que essa tomada
alimentava um dos 4 nobreaks.

Por relatos, havia uma tomada instalada nesse ponto, que apresenta sinal de
deterioração da alvenria (cratera). Tal indicativo é representativo de uma explosão
proveniente. Partes de dois nobreaks foram encontrados no lixão (local de descarte
dos materiais) sendo que um deles estava completamente destruído.

A imagem mostra que restos de


cabos ultrapassam o ponto de
rompimento do tijolo. O que
desmerece a teoria de que essa
tomada pode ter sido o ponto
originário da explosão
9.4. Tomada de piso com extensão
42

Existiam 2 tomadas de piso no ambiente periciado. Uma delas alimentava o freezer


enquanto a segunda servia para disponibilizar energia elétrica aos equipamentos de
um balcão-caixa.

A perícia verificou que todo material nos arredores dessas tomadas foi removido e o
ambiente foi descaracterizado, não sendo possível indicar algum desses itens como
causas principais do incêndio.
9.5. Quadro Geral de Distribuição
43

Quadro de
distribuição de
circuitos elétricos
internos

Presença de reboco na
parte inferior do quadro
de disjuntores

Presença de conectores indicando existência


de disjuntores no quadro.
Disjuntores completamente avariados, como
evidência de calor intenso nesse ponto.
44

Presença de reboco
na parede abaixo
do quadro de
disjuntores

O quadro de distribuição de circuitos elétricos ficou totalmente deteriorado.

Os disjuntores desse quadro não aparecem nos registros, dando indicativos de que
receberam grande quantidade de calor.

Esse fator é proveniente de calor sustentado pela ausência de sistema de proteção


elétrica, com isso há fortes indicativos de que circuitos elétricos com condutores
sub-dimensionados e/ou disjuntores super-dimensionados podem ter sido a
principal fonte de calor. Pois nesse caso os condutores esquentam com passagem
de corrente elétrica superior à sua ampacidade (capacidade de condução nominal)
e, sem a atuação de sobrecorrente do disjuntor, levam os materiais nos seus
arredores à combustão.
9.6. Ventilador de piso e de parede
45

Sob a informação de que existiam 3 ventiladores na região afetada, sendo um


ventilador de piso e outros dois instalados na parede. Destaca-se que não foi possível
periciar esses equipamentos, porém os mesmos não podem ser descartados como
fontes principais de calor uma vez que quando presentes os “dimers” de controle de
velocidade, a operação errada de seu uso implica em conexão suficiente para
produção de aquecimento sem giro de hélices. Ainda assim, não há elementos
suficientes para concluir sobre ignições de incêndio terem sido provenientes dos
mesmos. Em virtude da posição que os mesmos estavam (distantes do epicentro) e,
sem as marcas na parede que indicassem terem sido o local de maior queima afasto
essa hipótese.

Algumas hipóteses preliminares estão sendo afatadas por não atenderem padrões.
9.7. Instalação elétrica no forro de PVC
46

Dada hipótese de superdimensionamento dos elementos protetivos instalados no


quadro de distribuição de circuitos e subdimensionamento de cabos condutores de
energia, não pode ser descartada a hipótese de que o aquecimento possa ter ocorrido
na instalação elétrica instalada junto ao forro de PCV. Sendo que o forro constituído
de PVC tem a característica de ser inflamável. Entretanto como esses pontos não
estavam na região de epicentro do incêndio e o padrão de marcas nas paredes não
coincide com o que seria o esperado em caso de fusão primária no forro afasto essa
hipótese.

O padrão de marcas da combustão é fundamental para elucidação da posição do


equipamento que deu causa ao incêndio.
9.8. Freezer próximo à tomada de piso
47
Análise detalhada do freezer não evidenciou marcas de explosão em suas
conexões elétricas nem aos seus arredores, ainda que o mesmo tenha expressivas
marcas de estresse térmico. Como mostram as imagens.
48
9.9. Estado físico dos no-breaks provindos do local periciado
49
50

Os no-breaks visualizados estão com evidentes marcas de avaria, denotando que


sofreram ação superior ao calor intenso.

Presentam claras características de explosividade e grande deformação estrutural.

Pelos relatos de uso de bateria comprada no mercado paralelo há três meses, a posição
dos nobreaks coincidente com o epicentro do incêndio, o estado de avaria dos mesmos
e o histórico de ocorrência desse tipo de causa, a posição assumida pelo perito de
engenharia civil Luciano Andrey Schädler, é de que o equipamento que deu causa à
explosão e ao incêndio é o nobreak. Importante salientar que não necessariamente
essa seja a mesma opinião de todos os peritos que participaram dessa empreitada.

Seguem links de notícias de explosão de nobreaks:


51
10. PROBLEMAS/DANOS IDENTIFICADOS

Não há risco de colapso da estrutura metálica da cobertura;


11. REGISTRO FOTOGRÁFICO
52

Foto onde se evidenciam câmeras de segurança.


53

Foto do freezer, não apresentando característica de explosão


Foto do compressor do freezer, sem característica de explosão 54

Foto das partes do nobreak

Foto das peças do nobreak totalmente destruídos com característica de explosão


55

Parte do nobreak

Parte da porta onde sofreu impacto da explosão


56

Parte da porta onde sofreu o impacto da explosão

Outra imagem da porta do local


57

Foto mais ampla do local da porta


58
59
60
61
62
63
64
65

12. RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se a retirada imediata de todas as placas fotovoltaicas.


13. CONSIDERAÇÕES FINAIS
66

14. ANEXOS

Cascavel/PR, 03 de julho de 2020.


15. ASSINATURAS
67

Luciano Andrey Schädler


Engenheiro Civil - CREA-PR 29.232/D
Perito de Engenharia Civil

__________________

João Paulo Man Kit Sio


Engenheiro Eletricista – CREA-PR 184.535/D

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