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CURSO DE RECICLAGEM NR-10 SEP TKCSA

Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

Introdução:

A NR-10 foi atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego através da Portaria nº 598, de 7
de dezembro de 2004 e por ser de caráter obrigatório, todas as empresas devem se adequar
aos seus requisitos.

O item 10.8 Habilitação, Qualificação, Capacitação e Autorização dos Trabalhadores,


define a obrigatoriedade do Curso de Reciclagem no subitem 10.8.8.2.

10.8.8.1 - A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores capacitados


ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado com avaliação e
aproveitamento satisfatório dos cursos constantes do ANEXO II desta NR.

10.8.8.2 - Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer
algumas das situações a seguir:
a) Troca de função ou mudança de empresa;
b) Retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses; e
c) Modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e
organização do trabalho.

 O curso de RECICLAGEM DE SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA E EM


SUAS PROXIMIDADES - SEP atende às exigências do novo texto da Norma
Regulamentadora NR- 10, publicado pela Portaria 598, do Ministério do Trabalho e
Emprego, de 07 de dezembro de 2004, que estabelece os requisitos e as diretrizes básicas
para a implantação de medidas de controle e sistemas preventivos.

 Aplica-se a atuação dos profissionais de todas as áreas elétricas, desde a geração,


transmissão e distribuição de energia elétrica até o ponto de entrega (medição), dando
subsídios a elaboração de projetos, para adequá-los a nova necessidade e a execução,
com posterior trabalho de operação e manutenção.

 Uma vez que, a análise de risco seja estabelecida para a avaliação das condições de
trabalho é fundamental a conscientização dos trabalhadores das ferramentas da
comunicação e da mudança de conduta necessária para o trabalho em segurança.

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Níveis de Tensão conforme a NR-10

Tensão não superior a 50 Vca


EBT NÃO SE APLICA A NR-10
Tensão não superior a 120 Vcc

Tensão maior que 50 Vca e igual a 1000 Vca.


BT
Tensão maior que 120 Vcc e igual a 1500 Vcc.

Tensão superior a 1000 Vca.


AT
Tensão superior a 1500 Vcc.

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1 – ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA - SEP

Mapa Simplificado da Integração entre os Sistemas de Produção e Transmissão


para Suprimento do Mercado Consumidor

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Geração ou Produção de Energia Elétrica

Por geração ou produção entende-se a “Conversão de uma forma qualquer de energia em


energia elétrica”.

De acordo com os dados apresentados pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, o
Brasil possui o total 1.528 empreendimentos em operação, gerando 94.194.710 kW de
potência e sua atual Matriz de Energia Elétrica é a seguinte:

Fonte ANEEL
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Normalmente as fontes de energias elétricas ditas convencionais são as usinas hidrelétricas de
grande porte (com potência acima de 30 MW) e as usinas termelétricas. A geração de energia
por usinas hidrelétricas representa mais de 70% de nossa produção, concentrando-se nas
Regiões Sul e Sudeste do país.

Podemos definir os seguintes termos, de acordo com a NBR 5460 - Sistemas Elétricos de
Potência:

Usina Hidrelétrica – É a usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da
energia gravitacional da água.

Usina Termoelétrica – Usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da
energia térmica. Os tipos mais utilizados no Brasil são:

Unidade (Termoelétrica) a gás – Unidade termoelétrica cujo motor primário é uma turbina a
gás.

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Usina Nuclear – Usina termoelétrica que utiliza a reação nuclear como fonte térmica.

No caso de geração nuclear, as usinas normalmente são situadas o mais próximo possível dos
locais de consumo com o objetivo de minimizar os custos.

Como fontes alternativas de energia elétrica existem uma gama de possibilidades, incluindo
energia solar fotovoltaica, usinas eólicas, usinas utilizando-se da queima de biomassa
(madeira, cana-de-açúcar, por exemplo) e outras fontes menos usuais como as que utilizam a
força das marés.

Usina Eólica – Usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia
eólica.

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Transmissão

Baseados na função que exerce, podemos definir transmissão como o transporte de energia
elétrica caracterizado pelo valor nominal de tensão entre a subestação elevadora de uma usina
elétrica e a subestação abaixadora que alimenta um sistema de distribuição ou que fornece
energia elétrica a um grande consumidor;

As tensões usuais de transmissão adotadas no Brasil em corrente alternada podem variar de


230 kV até 765 kV, incluindo neste intervalo as tensões de 230 kV, 345 kV, 440 kV, 500 kV e
750kV. As redes com tensões nominais iguais ou superiores a 230 kV.

Linha de transmissão da concessionária Linha de transmissão cliente

No Brasil existe um sistema que opera em corrente contínua, o Sistema de Itaipu, com nível de
tensão de ± 600 kV .
DC

No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é constituído


basicamente pelos geradores, estações de elevação de tensão, linhas de transmissão,
estações seccionadoras e estações transformadoras abaixadoras.

Na transmissão em corrente contínua a estrutura é essencialmente a mesma, diferindo apenas


pela presença das estações conversoras junto á subestação elevadora (para retificação da
corrente) e junto à subestação abaixadora (para inversão da corrente) e ainda pela ausência de
subestações intermediárias abaixadoras ou de seccionamento.

As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de linhas em


corrente alternada enquanto que as estações conversoras apresentam custo elevado. Portanto,
a transmissão em corrente contínua apresenta-se vantajosa na interligação de sistemas com
freqüências diferentes ou para transmissão de energia a grandes distâncias.

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SISTEMA DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

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Subestação – Parte de um sistema de potência concentrada em um dado local,
compreendendo primordialmente as extremidades de linhas de transmissão e/ou de
distribuição, com os respectivos dispositivos de manobra, controle e proteção, incluindo as
manobras civis e estruturas de montagem, podendo incluir também, transformadores,
equipamentos conversores e outros equipamentos.

Distribuição – Conjunto de condutores, isoladores e acessórios, destinado a transportar


energia elétrica entre dois pontos de um sistema elétrico.

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2 – ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Programação e planejamento dos serviços: Programar é definir etapas ou procedimentos


ordenados para execução de serviços em determinado período de tempo, utilizando o método
adequado, os recursos mínimos necessários, tanto pessoais quanto materiais, ferramentas e
equipamentos, além de Equipamentos de Segurança, considerando as interferências possíveis
do meio ambiente com o trabalho.

Organizar o trabalho antes de executar qualquer tarefa é de fundamental importância.


Organizar significa pensar antes de iniciar a tarefa. Pensar em quê?

Num procedimento que seja mais rápido;

-Em obter a melhor qualidade e o resultado mais confiável;

-Na maneira mais segura de fazer a tarefa; e,

- Ou seja, seguindo os procedimentos operacionais e de segurança da empresa.

Procedimentos para Execução


Estabelecer os Procedimentos de Execução e Segurança na realização de serviços em
redes elétricas desenergizadas nas proximidades a redes elétricas energizadas, de forma
adequada, evitando que pessoas ou objetos toquem a rede elétrica, vindo a constituir riscos
de acidentes e provocando a interrupção no fornecimento de energia.

Análise Preliminar de Riscos


É toda providência tomada para evitar acidentes antes de se iniciar um trabalho.

- Realizar a Análise de Riscos do ambiente onde será executada a atividade.

- Realizar a Avaliação dos Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva assim como de


ferramentas.

- Sinalizar e delimitar a área de trabalho.

- Trabalho em escadas (transporte, levantamento, içamento da parte móvel, amarração, subida


e descida da escada).

Procedimento de Execução Passo a Passo

Algumas tarefas são comuns a todo e qualquer procedimento em qualquer tipo de situação.
Listamos algumas tarefas com a competência, riscos e controle dos riscos.

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA DA TKCSA (EM ANEXO)

- Permissão para Trabalho de Risco da TKCSA - PTR Nº 00001.

- Regras Cardinais.
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Trabalho em equipe

Forma especial de organização, que visa, principalmente, a ajuda mútua entre profissionais de
uma mesma organização ou área de uma organização. O trabalho em equipe pode ser descrito
como um conjunto de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou um determinado
trabalho, e são interdependentes.

Valorizando cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma mesma ação, o
Trabalho em Equipe, além de possibilitar a troca de conhecimento é determinante nas relações
humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa os objetivos traçados.

A necessidade de desenvolvimento do trabalho em equipe passa por diversos fatores de


importância para a evolução profissional, como a definição de prioridades, o ajuste de metas,
otimismo e o estar aberto a mudanças. Todas estas qualidades, quando são acrescidas ao
individuo, podem significar o sucesso nas relações pessoais, o que forma um círculo virtuoso.

Em anexo

- Exercício Nº1 .

- Exercício Nº2

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3 – ASPECTOS COMPORTAMENTAIS

Percepção

• Define-se a percepção como sendo a interpretação que o indivíduo faz dos estímulos
recebidos do meio ambiente através dos sentidos de tato, audição, visão, paladar e olfato. Os
estímulos também podem ser internos, tais como a sensação de fome, sede, frio, as emoções,
etc. A maneira de perceber o mundo e as situações varia de pessoa para pessoa. As pessoas
agem no mundo de acordo com suas percepções. A percepção pode sofrer distorções
provocadas por fatores que podem alterar a realidade dos fatos. Dentre eles podemos
destacar:

Fatores físicos- Deficiência nos órgãos receptores dos estímulos. Quem sofre de deficiência
auditiva, por exemplo, pode interpretar mal as mensagens que ouve.

Emoção- Reduz ou impede o raciocínio. Por exemplo: uma pessoa com raiva pode agredir
alguém que nada teve a ver com a causa da raiva.

Preconceitos- São crenças culturalmente aprendidas que deformam e limitam a percepção.

Cultura– Tende-se a perceber e emitir juízo de valor de acordo com as crenças do ambiente
social no qual se adquiriu a cultura;

Crenças e valores– Percebe-se melhor o que se acredita ser verdade e o que se considera
importante;

Atenção– Percebe-se mais o que está no foco da atenção;

Interesse- O indivíduo focaliza o que é de seu interesse, o que importa o que é útil, traz
proveito a alguém, ou seja, age no interesse de um amigo.

Defesa psíquica– Tende-se a não perceber o que for considerado desagradável.

Percepção do risco: esse tipo de percepção tem como base à experiência de cada um em
relação ao trabalho a ser desenvolvido e o conhecimento do conceito de risco e perigo, aliado a
prática preventiva de evitar acidentes.

Exemplo: A capacitação do empregado e o estímulo ao trabalho de equipe éuma característica


preventiva na busca do índice zero em acidentes. Em outras palavras, a atualização dos
conhecimentos fortalece a necessidade do ser humano de cuidar de si e dos outros com
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responsabilidade e o trabalho em equipe representa um estímulo à segurança da decisão que
precisa ser tomada, assim como uma oportunidade da equipe de discutir suas práticas diárias,
ampliando a percepção do empregado quanto aos assuntos ligados à segurança.

COMPORTAMENTO X SEGURANÇA DO TRABALHO

Quando falamos sobre Segurança do Trabalho, estamos obrigatoriamente falando sobre o


homem integrado: Corpo, Mente e Social, por isso devemos entender a necessidade de
cuidados nestes aspectos, de forma a fazer com que as pessoas tenham consciência de cada
um deles no contexto de trabalho.

CORPO

 Será que todos sabemos o que é e como funciona nosso CORPO?


 Temos consciência da influência das drogas: bebida, cigarro, álcool e outros no nosso
ORGANISMO?
 Como o cansaço físico e/ou mental pode comprometer os resultados?

MENTE

 Nossa MENTE está funcionando como sempre esteve?


 Como as relações afetivas influenciam o nosso estado de humor e nos faz perder a
concentração?
 Acontecimentos externos (de relacionamento) interferem em nossa atuação profissional?
 Porque não nos cuidamos como deveríamos?

SOCIAL

 Estou procedendo no SOCIAL, de acordo com valores éticos e as regras?


 Estou cumprindo com minhas responsabilidades como líder?
 Os relacionamentos e atitudes dos funcionários correspondem as expectativas da empresa?

A resposta a estas perguntas definirá se seu comportamento está propício a gerenciar pessoas
e tarefas de maneira adequada ou se você precisa esforçar-se um pouco mais no sentido de se
adequar, MODIFICANDO SEUS PENSAMENTOS para conseguir estabelecer um bom padrão de
qualidade de vida, trabalho e resultados para você mesmo e para organização, inclusive no
sentido de interferir nos resultados de terceiros.

RELAÇÕES HUMANAS

VALORES PESSOAIS E DIFERENÇAS INDIVIDUAIS

Temos tendência a creditar que as pessoas reagem ao mundo exatamente como nós e nos
surpreendemos quando isto não acontece, porém fatores mentais e emocionais, são os
principais responsáveis por esta dicotomia.

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Existe extraordinária diferença entre as pessoas, e as mudanças constantes nas pessoas nos
faz crer que é praticamente impossível prever ações e reações e que portanto a necessidade
de normalização em trabalhos de risco, torna-se fundamental.

Nem sempre somos muito conscientes de nossas habilidades, assim, a possibilidade de


autoconhecimento deve ser uma constante em nossa vida, de maneira a fazer com que
percebamos nossos limites e do que somos capazes. Um pensamento muito antigo, diz que:
“Não podemos confirmar o que não sabermos ou não podemos, até que aprendemos ou
venhamos a fazer”, isso quer dizer: que até que você faça, não pode dizer que é incapaz de
fazer.

Na prática no entanto isto não ocorre, as pessoas simplesmente desistem de algo sem nunca
ter tentado, colocam obstáculos sem nunca ter feito e criam resistência sem saber exatamente
para que.

Para que nossos pensamentos e atitudes se modifiquem aponto de atingirmos tantos objetivos
pessoais como profissionais, os valores pessoais precisam ter um critério bem definido sobre
conceitos de ética, responsabilidade, disciplina, organização, segurança, saúde, auto-estima,
etc.

Ao longo de nossa vida todas as experiências e conhecimentos que acumulamos em nosso


cérebro, servem de referência para muitas de nossas opiniões e comportamentos, mas existem
componentes genéricos que fazem com que no aspecto cognitivo sejamos diferentes e
tenhamos uma percepção diferenciada, por isso nem mesmo irmãos possuem a mesma
opinião ou comportamento. Enfim, o que queremos dizer é que assim como nenhuma
impressão digital é igual, as pessoas também não o são e isto faz com que num cargo de
liderança, seja necessário muito “jogo de cintura” para conviver com diferentes pessoas,
opiniões, para que se possa integrá-las e fazer acontecer.

Diferenças individuais agregam valores e podem fazer com que resultados aconteçam antes e
melhor do que o esperado, caso seja usado o melhor do potencial de cada pessoa. É a escolha
do homem certo, no lugar certo a probabilidade de acerto na execução das tarefas é
significativamente alto.

Inúmeras são as formas de se pontuar as diferenças individuais, no entanto preferimos pontuar


estas diferenças a partir de pensamento convergente, que para nós a nível prático, é fator
predominante para que se faça ou não acontecer o respeito ás regras estabelecidas.

Os comportamentos são determinados pela maneira como pensamos, o fato das pessoas não
agirem maneira igual, refere-se exatamente ao fato das pessoas não serem iguais em termos
de pensamento e neste aspecto, existem apenas duas possibilidades no pensar: O
pensamento convergente e o pensamento divergente.

Pensamentos convergentes e pensamentos divergentes na tomada de decisão individual ou


em grupo, é que determinam os resultados de uma organização. O pensamento divergente é a
produção de idéias que não estão dentro de foco abordado no momento e o pensamento
convergente, é aquele que procura agregar e integrar pessoas e tarefas de modo a obter
resultados.

Há inúmeras combinações na forma de tratar estes pensamentos e é destas combinações que


surgem comportamentos adequados ou inadequados e a integração das normas no dia a dia.
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O pensamento divergente, é um processo livre para a produção do máximo de idéias que não
conspiram a favor do que está acontecendo naquele momento ou mesmo que pretenda ser
positivo, é um questionar contínuo e expressa através da fala, pressupostos destrutivos, seja
pessoal, para o grupo ou para a Empresa. Pode ser explicito, mas a idéia é sempre refutar o
que foi ou está sendo estabelecido.

O pensamento convergente é o conciliador, integrado e busca no novo a oportunidade de


crescimento, de desenvolvimento, converge ao objetivo como um todo, eventualmente
integrando o pessoal, o grupo e a empresa em só contexto.

Como o pensamento convergente, atende a nossos pressupostos, no que tange a alcançar os


propósitos, e portanto não são um entrave para a NR-10. A percepção das pessoas e a
interpretação que estas fazem acerca de um assunto, é a principal responsável pela
identificação de pessoas que pensam de forma convergente ou divergente, de certo, há
diversas maneiras e variações na forma de proceder, inclusive de acordo com a motivação de
cada pessoas, porém em termos gerais, o que precisamos unificar neste processo é
especialmente a responsabilidade, que em termos de valores, é o único aspecto que conta com
uniformidade em termos gerais.

Se por um lado as responsabilidades é que convergem as pessoas a um mesmo objetivo, por


outro, o ser humano somente se desenvolve na diversidade, e no século XXI é fundamental
que as pessoas se conscientizem da integração como fator primordial e na maneira de se
relacionar as pessoas se unem por questões: por sobrevivência, de crescimento, de
perpetuidade, de transformação, de domínio, poder ou afeto.

A percepção pessoal da maneira de se relacionar é que determinará uma melhor relação do


homem com o universo em que vive, a relação como se vê acima, na maior parte das vezes
são efetuadas para um único objetivo, a ser integrado por várias pessoas.

Nas relações humanas, os valores pessoais são fundamentais, já que a integração acontece
por questão de finalidades, no desenvolvimento das relações tanto razão quanto emoção,
precisam ser devidamente equilibradas para que flua energia nas relações e assim as coisas
aconteçam em conformidade com o necessário, especialmente no que tange a lideranças.

Há um significativo diferencial nas relações determinadas pelo meio de eletricidade, onde


confiança e desconfiança, segurança, coragem e medo, humildade e altivez, entre outros
sentimentos contraditórios, precisam caminhar em paralelo, pois não se pode confiar
plenamente no que o outro diz, mas não se pode desconfiar por completo, é preciso ter
segurança para ser firme em algumas situações, a saber, até onde pode ir demonstrando sua
insegurança quando necessário.

Na verdade todas as pessoas possuem estas características, porém o bom profissional de


eletricidade, sabe conviver e gerenciar estas habilidades de forma produtiva, para alcançar os
melhores resultados profissionais sem que esteja envolvido em possível acidente de trabalho,
associando-se a isso sua capacidade de observação, análise e planejamento.

A missão da Medicina e Segurança do Trabalho é oferecer um conjunto de normas e


procedimentos, que visa a proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-
o dos riscos inerentes as tarefas do cargo e o ambiente físico em que são executadas. Para
tanto, órgãos específicos vinculados ao Ministério do Trabalho e da própria empresa, criam
medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas no intuito de prevenir acidentes e
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eliminar condições inseguras do ambiente, no entanto, as relações humanas é que fortificam,
na prática do trabalho a garantia, não só de que as normas sejam cumpridas, mas também de
que haja um comprometimento de todos em prol da qualidade do serviço oferecido.

PLANEJAMENTO

A proposta de reflexão sobre segurança, saúde, qualidade, trabalho e produtividade obrigatória


pela NR-10, nos leva a entender que não apenas conhecer a norma é indispensável para que se
consiga atingir aos propósitos para a qual ela foi estabelecida, mas principalmente focar na
ATITUDE.

As atitudes é que fazem com que efetivamente a Norma seja atendida, ou seja, esteja sendo
aplicada, daí a importância do conteúdo comportamental dentro deste contexto, sem mudança
de atitude e pensamento não há mudança na estrutura.

E você há de concordar que MUDAR PENSAMENTO E ATITUDE não é fácil como parece ou como
gostaríamos que fosse. Em nossa vida, integram 3 fenômenos complementares que dificultam
este processo de mudança de acordo com a forma como pensamos. A qualidade de
pensamento, atitudes e a definição de prioridades, são fundamentais para que as metas sejam
obtidas.

Estes três fenômenos são: PENSAMENTO – ATITUDE – SENTIMENTO o que de acordo como
priorizamos conseguimos ou não realizar algo em nossa vida profissional e pessoal.

As AÇÕES PREVENTIVAS são aquelas que você realiza para que algo de ruim não ocorra,
previne antes que aconteça.

A ANÁLISE CRÍTICA é absolutamente necessária aos cargos de liderança, refere-se á análise


das situações sob diversos ângulos, formas e decisões sobre possibilidades.

A AÇÕES CORRETIVAS, refere-se á decisões a ações a serem tomadas caso ocorra algo que
não esteja sendo realizado de acordo com as normas estabelecidas.

A coragem, determinação, firmeza e maturidade para as ações corretivas, que eventualmente


exigem atitudes impopulares ou mesmo punitivas também fazem parte deste contexto.

Aprender a planejar é um ponto fundamental no processo de desenvolvimento, somente


quando aprendemos a planejar, conseguimos estruturar trabalhos de forma a fazer com que as
coisas aconteçam adequadamente, para tanto, planejar começa a partir da reflexão e da
observação, por isso precisamos, aprender a pensar e analisar as situações para que
possamos tomar providências.

COMUNICAÇÃO

A comunicação, desde os primórdios, é um instrumento de integração, instrução, troca mútua e


desenvolvimento entre as pessoas em quaisquer atividades realizadas. Com o passar dos
tempos, este novo milênio vem exigindo cada vez mais das peculiaridades e capacitações do
ser humano, sendo a forma como nos comunicamos a ferramenta mais importante no processo
de expansão das organizações em todo o mundo.
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A partir da primeira metade dos anos 90 o contexto social mercadológico passou por incríveis
mutações, em decorrência das mudanças sociais, políticas e econômicas. A globalização, essa
transformação social maciça na realidade capitalista, acirrou a competitividade entre as
corporações, e também entre as pessoas, à procura de estabilidade financeira e mercantil.

Neste sentido, a sociedade globalizada atual demanda que o profissional atue cada vez mais
em equipe e transpareça naturalidade, segurança, persuasão, credibilidade e fidedignidade,
levando as empresas a oferecer mais transparência na prestação de serviço.

A eficácia dessa comunicação começa com a consciência de que a maneira como dizemos
alguma coisa tem mais impacto do que aquilo que dizemos.

De fato, a reação das pessoas àquilo que falamos é provocada muito mais pelo sentimento que
despertamos nelas a partir da forma como falamos do que propriamente o conteúdo em si. A
ênfase que colocamos nas palavras influencia a maneira como as pessoas interpretam o que
falamos.

A nossa atitude, postura, expressões faciais e nosso tom de voz efetivamente determinam o
impacto que causamos no outro quando dizemos alguma coisa.

Concluindo, precisamos de uma linguagem verbal adequada ao interlocutor, mas o segredo da


comunicação eficaz e o alinhamento do nosso não-verbal à mensagem que transmitimos.
Somente assim ampliaremos a possibilidade da nossa mensagem ser efetivamente
compreendida e provocar no outro a reação desejada.

É importante conscientizar as empresas sobre a importância da comunicação empática e


natural, seja através das palavras, seja através do corpo; demonstrar posturas, formas de
apresentação e vestimentas adequadas a cada contexto, desta forma, se obtém o equilíbrio
entre pensamento, fisiologia corporal e coerência ao contexto situacional.

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4 – CONDIÇÕES IMPEDITIVAS PARA SERVIÇOS

A NR 10 visando garantir uma maior proteção aos trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade, estabeleceu diversos
procedimentos a serem seguidos durante a realização destas atividades.

Qualquer serviço deverá ser precedido de rigorosa inspeção visual de todos os materiais
componentes da instalação, visando confirmar a integridade física de todos os materiais, bem
como as boas condições das montagens originais destes.

Constatada qualquer irregularidade que comprometa a segurança na realização dos serviços,


tais como postes com deterioração de sua faixa da linha de afloramento, cruzetas com marcas
de fungos ou podridão, condutores desgastados ou com amarrações frouxas, isoladores
quebrados ou fora de posição e ferragens com deterioração ou amassadas, o serviço não
poderá ser iniciado, e o Órgão responsável pela manutenção do sistema deverá ser acionado
visando à adequação das anormalidades.

A ausência ou a deficiência de qualquer uma das condições abaixo impede o início ou


prosseguimento de serviços realizados em instalações elétricas do SEP. Vale ressaltar que
estas condições são as principais, pois na análise de risco do serviço, podemos constatar
outras situações que possam impedir a execução da atividade:

As intervenções em instalações elétricas com tensões superiores a 50 Volts em corrente


alternada ou superiores a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por
trabalhadores que atendam ao que estabelece a NR-10.

• Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles executados


no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados individualmente.

• Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles que
interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de serviço específica
para data e local, assinada por superior responsável pela área.

• Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles


envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que permita a
comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o centro de
operação durante a realização do serviço.

• Falta ou deficiência de EPC’s e ou EPI’s.

• Nenhum serviço deve ser iniciado se houver condições que comprometam a integridade
física da equipe.

Nos circuitos em AT, os trabalhos sem tensão não poderão ser realizados sem os
procedimentos de desenergização descritos na NR-10..

Impedimentos para Trabalhos - Impedimento de uma instalação para execução de


trabalhos sem tensão. Para tal, as seguintes operações fundamentais deverão ser
realizadas:
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5 – RISCOS TÍPICOS NO SEP E SUA PREVENÇÃO
a) Proximidade e contatos com partes energizadas;

Zonas de Risco e Controlada

Classificando em:

ZR - Zona de Risco.

ZC - Zona Controlada.

ZL - Zona Livre.

PE- Ponto da Instalação


Energizado.

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Onde:

ZR – Zona de risco - Área restrita a trabalhadores autorizados e com adoção de técnicas,


instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho (Linha Viva).
Os trabalhos nesta área somente podem ser realizados com equipamentos específicos e
profissionais capacitados / certificados em linha viva;

ZC –Zona Controlada – Área restrita a


trabalhadores autorizados;

ZL – Zona livre;

PE – Ponto da instalação energizado;

Rr - Raio de delimitação entre a zona de risco e a zona controlada em metros;

RC - Raio de delimitação entre zona controlada e a zona livre em metros.

Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que
seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos
de acidentes.

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b) Indução;
Um corpo carregado com certa carga elétrica, próximo a outro corpo, induz (provoca)
aparecimento, nesse outro corpo, de uma carga igual e de sinal contrário (positivo x negativo).
Os trabalhos com linha transversais e/ou paralelas, utilizar o sistema de aterramento tantos
quantos necessários.

c) Descarga atmosférica;
Ao longo dos anos, várias teorias foram desenvolvidas
para explicar o fenômeno dos raios. Atualmente tem-se
que a fricção entre as partículas de água e gelo que
formam as nuvens, provocada pelos ventos
ascendentes, de forte intensidade, dão origem a uma
grande quantidade de cargas elétricas.

RAIO é uma descarga elétrica muito intensa, que


ocorre em certos tipos de nuvens e pode atingir o solo,
causando prejuízos e ferindo pessoas.

É consequência do rápido movimento de elétrons de


um lugar para outro. Os elétrons movem-se tão
rapidamente, que fazem o ar ao seu redor se iluminar
(um clarão conhecido como relâmpago), aquecer-se,
resultando num estrondo, o trovão.

COMO SE PREVENIR

Durante uma tempestade, se recomenda não sair de casa e não permanecer nas ruas. Em
casa, as chances de ocorrer acidentes diminuem, devido a prédios, árvores e outras
residências com proteção, atrativos em potencial para as descargas. Em casa, não se deve
usar o telefone, com exceção do tipo "sem fio", nem se aproximar de objetos metálicos
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(janelas, grades ou tomadas). Os eletrodomésticos devem ser desligados da rede elétrica.
Essas diretrizes evitam os efeitos indiretos das descargas, pois a boa condutividade dos
materiais presentes nesses objetos pode provocar acidentes.

As descargas atmosféricas são um dos maiores causadores de acidentes em sistemas


elétricos causando prejuízos tanto materiais quanto para a segurança pessoal.

Com o crescente aumento dessas descargas, tornou-se necessário a avaliação do risco de


exposição a que estão submetidos os prédios (SPDA):

Atualmente existem três métodos de dimensionamento:

1) Método Franklin, porém com limitações em função da altura e do Nível de proteção (ver
tabela);

2) Método Gaiola de Faraday;

3) Método da Esfera Rolante, Eletro geométrico ou Esfera Fictícia.

O método Franklin, devido às suas limitações impostas pela Norma passa a ser cada vez
menos usado em edifícios sendo ideal para edificações de pequeno porte.

O método da esfera Rolante é o mais recente dos três acima mencionados e consiste em fazer
rolar uma esfera, por toda a edificação. Esta esfera terá um raio definido em função do Nível de
Proteção, Os locais onde a esfera tocar a edificação são os locais mais expostos a descargas.
Resumindo poderemos dizer que os locais onde a esfera toca, o raio também pode tocar,
devendo estes locais serem protegidos por elementos metálicos (captores Franklin ou
condutores metálicos).
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Nas redes elétricas

Descarga atmosférica transversal – Ocorre quando a tensão, rica em corrente, caminha pelo
condutor sem diferença de potencial entre as fases, ou fase e neutro, formando um único
campo elétrico. Tal caso é pouco freqüente na rede elétrica, pois se o equipamento eletro-
eletrônico alimentado nesta rede não estiver aterrado, não será atrativo para a descarga
atmosférica.

O próprio transformador e o quadro de distribuição são mais atrativos para esse tipo de
descarga, por estarem aterrados. Caso o equipamento eletro-eletrônico esteja aterrado, a
descarga passará pelo equipamento, danificando-o.

Na rede telefônica e nas antenas, 90% das descargas atmosféricas ocorrem de forma
transversal, pois não há diferença de potencial entre os seus pólos, mas há o atrativo no
equipamento eletro-eletrônico acoplado à rede elétrica, servindo como elemento condutor e
conseqüentemente danificado.

Descarga atmosférica longitudinal - Representa 98% dos casos em que a rede elétrica é
atingida e consiste em descarga que se propaga apenas por uma das fases (ou neutro). Seu
atrativo é a outra fase (ou neutro), pois haverá entre elas uma grande diferença de potencial,
sendo a interligação feita através do equipamento eletro-eletrônico conectado à rede elétrica.

d) Eletricidade estática;
A eletricidade estática é uma carga elétrica em repouso. Ela é gerada principalmente por um
desbalanceamento de elétrons localizado sob uma superfície ou no ar do ambiente.

O desbalanceamento de elétrons (em todos os casos, gerado pela falta ou excesso de


elétrons) gera assim um campo elétrico que é capaz de influenciar outros objetos que se
encontram a uma determinada distância. O nível de carga é afetado pelo tipo de material,
velocidade de contato e separação dos corpos, umidade e diversos outros fatores.

NOTA: Em áreas classificadas a descarga da eletricidade estática pode provocar explosão.

Uma das formas de "produzir" eletricidade é através da fricção. Certos corpos como o vidro
friccionado com lã fica eletrizado positivamente e com flanela, negativamente. A resina
friccionada com lã fica negativa e com uma folha de metal fica positiva.

A eletricidade estática é uma carga elétrica em repouso. Ela é gerada principalmente por um
desbalanceamento de elétrons localizado sob uma superfície ou no ar do ambiente.

O desbalanceamento de elétrons (em todos os casos, gerado pela falta ou excesso de


elétrons) gera assim um campo elétrico que é capaz de influenciar outros objetos que se
encontram a uma determinada distância. O nível de carga é afetado pelo tipo de material,
velocidade de contato e separação dos corpos, umidade e diversos outros fatores.

e) Influência dos campos eletro magnéticos;


A legislação brasileira não determina os limites de tolerância para exposição ocupacional aos
campos eletromagnéticos. A ANATEL adotou os limites da ICNIRP (Comissão Internacional
23
para a Proteção Contra a Radiação Não ionizante) para o controle das emissões de
radiofreqüência provenientes de estações transmissoras de serviços de telecomunicações. A
NR 009, no seu item 9.3.5.1, letra c, estabelece que, não havendo limites previsto na NR- 15
para algum risco, devem ser adotados os limites adotados pela ACGIH;

• Os estudos iniciais sobre o assunto levantaram a suspeita de que crianças que residem
próximas a linhas de transmissão têm uma probabilidade 1,5 (uma e meia) vezes maior de
desenvolver leucemia;

• Não há evidências de que a exposição a campos eletromagnéticos cause, diretamente, algum


tipo de câncer em animais, mas há indícios que esse fator possa atuar como co-promotor;
Do ponto de vista médico, não existe nenhum exame que possa ser formalmente realizado
como indicador de efeito ou exposição a campos eletromagnéticos.

f) Comunicação, identificação e sinalização; e,


É uma parte importante do controle do risco, como padronização dos procedimentos
transmissão e operação, criando uma linguagem simples e utilizando métodos seguros.

- Todas as ordens operativas deverão ser transmitidas passo a passo, de forma completa,
sem se saltar passos nem alterar a ordem estabelecida nos Procedimentos de Operação;

- O receptor da ordem ou procedimento deverá sempre repetir todas as instruções recebidas.


Caso o receptor tenha alguma dúvida quanto à informação recebida, ele tem o direito de
pedir ao emissor que repita a mensagem quantas vezes sejam necessárias para um
completo entendimento;

- A ligação só poderá ser terminada quando o emissor e o receptor da mensagem tenham


absoluta certeza de que a mensagem foi transmitida e entendida de forma inequívoca.
Ambas as partes deverão questionar se nada mais há para ser transmitido antes de encerrar
a ligação;

- Ambas as partes deverão questionar se nada mais há para ser transmitido antes de encerrar
a chamada.

g) Trabalho em altura; maquina e equipamentos especiais.


Devido às necessidades de se manter um isolamento elétrico adequado, muitas atividades em
trabalhos com a eletricidade requerem tarefas em níveis superiores (elevados fisicamente) em
relação ao nível do piso. Os exemplos mais comuns destes tipos de instalação são as torres de
linhas de transmissão e os postes da rede de distribuição.

Para a segurança do trabalhador nestas condições (altura), o novo texto da NR-10 determina
que deve ser garantida a segurança dos trabalhadores, usuários e terceiros nas tarefas de
Construção, Montagens, Operação e Manutenção (item 10.4 da norma).

O trabalhador deve estar em perfeitas condições físicas e psicológicas, paralisando a atividade


caso sinta qualquer alteração em suas condições;

O trabalhador deve ser treinado e orientado sobre todos os riscos envolvidos .


24
Os acidentes que normalmente causam lesões aos trabalhadores ocorrem em conseqüência
de choques elétricos ou de quedas em altura. Existe uma determinação legal para que todos os
trabalhos executados a partir de 2m de altura em relação ao nível do piso somente sejam
permitidos mediante a utilização de EPI´s e EPC´s adequados (cinturões de segurança,
talabartes, trava-quedas, escadas, etc...).

25
6 – TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO NO SEP

ANÁLISE DE RISCO

É uma ferramenta de trabalho prevencionista simples e eficaz, através da qual na fase de


planejamento de um trabalho busca-se identificar, minimizar ou neutralizar com medidas
preventivas os riscos de acidentes, ou seja, através da análise de riscos, quando feita
corretamente, é possível identificar já no planejamento, os possíveis riscos existentes e
programar também as medidas para neutralizá-los. Portanto, através da Análise de Riscos é
possível, por exemplo, elaborar procedimentos ou mesmo elaborar e executar treinamentos
que, com certeza, irão obter respostas satisfatórias.

Os passos para a avaliação dos Riscos são:


• identificar riscos;
• estimar o Risco de cada risco – probabilidade e gravidade do dano;
• decidir se o Risco é tolerável.

Identificar riscos
O segredo da Análise de Riscos é uma observação rigorosa e crítica de cada trabalho. O
sucesso na identificação dos riscos será maior quanto maior for o conhecimento
técnico/operacional dos envolvidos.

Estimar os riscos
Cada risco, cada perigo, cada possível causa de acidente, deve ser identificada, registrada e
tratada em separado, como um problema sério que merece atenção especial. Todo o cuidado
deve ser tomado para evitar-se o desprezo por riscos menores ou menos evidentes.

Decisão sobre os riscos


É importante lembrar que o fato da linha estar seccionada não elimina o risco elétrico,
tampouco pode-se prescindir das medidas de controle coletivas e individuais necessárias, já
que a energização acidental pode ocorrer devido a erros de manobra, contato acidental com
outros circuitos energizados, tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede,
descargas atmosféricas mesmo que distantes dos locais de trabalho, fontes de alimentação de
terceiros.

A APR deve ser realizada:


- Em parceria com todos os componentes da turma, uma análise criteriosa dos riscos de cada
etapa da tarefa a ser executada, definindo em conjunto com os mesmos de que forma as
medidas destinadas ao controle dos riscos serão implementados;

- De forma a dar ciência a todos os componentes da turma, sobre os riscos identificados e as


medidas de controle, efetuando a leitura da APR (Exercício em anexo) e esclarecendo
eventuais dúvidas;

- Avaliar a necessidade de interromper o trabalho, caso seja identificada alguma situação de


risco iminente de acidente, que inicialmente não havia sido identificada; e,

- No caso de dúvida sobre um determinado risco, estabelecer contato imediato com a


Supervisão a fim de esclarecê-la.
26
7 – PROCEDIMENTOS DE TRABALHO – ANÁLISE E DISCUSSÃO

Toda atividade operacional realizado por um trabalhador que interaja no SEP é passível de ser
detalhada em uma seqüência lógica.

Os trabalhos no SEP estão classificados nas áreas de Construção/Montagem, Manutenção e


Operação de instalações, todas em Alta tensão;

Planejamento de serviços
O planejamento de serviço é a etapa que antecipa e não deve ser confundido com a aplicação
de um procedimento de trabalho.

O planejamento está ligado à experiência, iniciativa, conhecimento técnico e análise de


situação, o procedimento a aplicação da disciplina e da ordem, assim como da constante
preocupação de melhora.

Todo serviço que envolva algum risco será precedido de planejamento básico, devendo ser
verificadas as condições gerais do trabalho a executar, identificando os riscos e condições
ambientais, selecionando os equipamentos de proteção individual e/ou coletiva, e,
primordialmente, alertando aos empregados quanto às circunstâncias em que o trabalho será
desenvolvido. Esse planejamento deverá ser elaborado e acompanhado pelos técnicos
responsáveis da empresa contratante/contratada e devidamente orientado pelos responsáveis
diretos pelos serviços (Contratante/Contratada).

Procedimentos especiais de segurança do trabalho


A empresa contratada não poderá iniciar os trabalhos em redes áreas de distribuição
desenergizadas antes de concluídos o teste de ausência de tensão e a fixação dos
conjuntos de aterramentos temporários exigidos, tanto na baixa, quanto na Alta tensão,
nos pontos estabelecidos pela TKCSA.

Os trabalhadores das empresas contratadas, deverão estar capacitados e habilitados (NR-10


– item 10.8 – HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DOS
TRABALHADORES) para executar as tarefas que lhes sejam atribuídas através de cursos
específicos, do sistema oficial de ensino, por Centros de Treinamentos, e apresentados ao RH
da empresa contratante.

Caberá aos Gestores, Supervisores e Encarregados da empresa contratante observarem


atentamente o desenvolvimento dos trabalhos por parte da equipe, alertando-os quantos aos
procedimentos incorretos que possam resultar em acidentes.

As empresas contratantes e suas contratadas deverão manter em cada equipe de trabalho um


equipamento de resgate de acidentado, como também deverão treinar os seus empregados
para o resgate em caso de emergência (acidente).

27
8 - TÉCNICAS DE TRABALHO SOB TENSÃO

É a realização de serviços em que os trabalhadores venham a intervir em instalações elétricas


energizadas com alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos
como zonas controladas e de risco, zonas estas que estão descritos no anexo II da NR 10.

Esta atividade deve ser realizada mediante a adoção de procedimentos e metodologias que
garantam a segurança dos trabalhadores.

Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com materiais isolantes,


destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de
laboratório periódicos, obedecendo-se às especificações do fabricante, os procedimentos da
empresa e na ausência desses, anualmente.

A Técnica de Trabalho com Linha Energizada (Linha Viva) foi desenvolvida em função da
dificuldade de desligamento em alguns circuitos importantes e hoje em dia mais ainda em
função da remuneração das empresas que depende da disponibilidade das instalações.

Nesta condição de trabalho as atividades devem ser realizadas mediante os métodos abaixo
descritos:

1) - MÉTODO AO CONTATO
O trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da rede
elétrica, pois está devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de proteção individual e
equipamentos de proteção coletiva, adequados a tensão da rede.

28
2) MÉTODO À DISTÂNCIA
É o método onde o trabalhador interage com a parte energizada a uma distância segura,
através do emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos, ferramentas e dispositivos
isolantes apropriados.

LINHA VIVA MÉTODO A DISTÂNCIA DISTRIBUIÇÃO LINHA VIVA MÉTODO A DISTÂNCIA EM TRANSMISSÃO

3) AO POTENCIAL
É o método onde o trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo
potencial. Nesse método é necessário o emprego de medidas de segurança que garantam o
mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado conjunto de
vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas), ligadas através de cabo condutor
elétrico e cinto à rede objeto da atividade.

29
9 - EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DE TRABALHO (ESCOLHA, USO,
CONSERVAÇÃO, VERIFICAÇÃO E ENSAIOS)

Segundo o item 10.4.3.1 da NR-10, os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam


isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e
testados de acordo com as regulamentações existentes ou recomendações dos fabricantes.

O item 10.7.8 determina que os equipamentos,


ferramentas e dispositivos isolantes ou
equipados com materiais isolantes, destinados
ao trabalho em alta tensão, devem ser
submetidos a testes elétricos ou ensaios de
laboratório periódicos, obedecendo-se as
especificações do fabricante, os procedimentos
da empresa e na ausência desses,
anualmente.

As inspeções regulares nas áreas de trabalho,


nos serviços a serem executados, no
ferramental e nos equipamentos utilizados,
consistem em um dos mecanismos mais
importantes de acompanhamento dos padrões
desejados, cujo objetivo é a vigilância e
controle das condições de segurança do FERRAMENTAS ISOLADAS - As ferramentas
ambiente de trabalho, visando à identificação manuais utilizadas nos serviços em
de situações “perigosas” e que ofereçam instalações elétricas devem ser eletricamente
“riscos” à integridade física dos empregados, isoladas, merecendo especiais cuidados as
contratados, visitantes e terceiros que ferramentas e outros equipamentos
adentrem a área de risco, evitando assim que destinados a serviços em instalações
situações previsíveis possam levar a ocorrência elétricas sob tensão.
de acidentes.

Ensaio de ferramenta
isolada, 4 h de molho, 5 kV de
tensão aplicada durante 10
minutos.

Isolamento deve ficar 1 cm


acima do nível da água

30
Ensaio em capacete, 24 h de molho, 3min de 20
kV, eleva para 30 kV e retorna a zero.

Descarga durante
ensaio em capacete.

ENSAIO DE IMPACTO EM
CAPACETE

31
ENSAIOS REALIZADOS EM LUVAS DE BORRACHA

Luvas colocadas para ensaio, a Medição da corrente de fuga


classe da luva determina o nível de águadurante o ensaio.
(menor classe, mais água dentro da luva). Tensão de teste é aplicada por
A lâmina de água dentro e fora da luva3 minutos
têm que estar no mesmo nível.

CARACTERÍSTICA DE ENSAIO: Aplicar as tensões correspondentes durante 3 minutos,


em função da classe da luva, conforme a tabela abaixo:

Periodicidade dos Retestes: - 06 meses para luvas em uso;


- 12 meses para luvas armazenadas.

Método de Ensaio de acordo com as Normas: - ASTM D – 120 – 70


- ABNT P – MB – 426
32
10 – SISTEMAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

O sub item 10.2.8.1 da NR-10 determina que em todos os serviços executados em instalações
elétricas devem ser previstos e adotados, prioritariamente, medidas de proteção coletiva
aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir
a segurança e a saúde dos trabalhadores.

O sub item 10.2.8.2 diz que as medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a
desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de
tensão de segurança.

O sub item 10.2.8.2.1 determina que na impossibilidade de implementação do estabelecido no


item 10.2.8.2, devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação,
das partes vivas, obstáculos, barreiras sinalização, sistema de seccionamento automático de
alimentação, bloqueio do religamento automático.

No sub item 10.2.8.3 a determinação é que o aterramento das instalações elétricas deve ser
executado conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência
desta, deve atender às Normas Internacionais vigentes.

Equipamento de Proteção Coletiva:

Equipamento destinado à proteção de um ou mais trabalhador, sendo este equipamento,


utilizado como medida de proteção primária. Caso as condições de proteção não sejam
devidamente satisfeitas, deverão ser adotadas medidas de proteção individual.

A metodologia de trabalhos em turmas de linha viva ou rede energizada exige ações de


“bloqueio” de religamento automático dos alimentadores para segurança da equipe que está
trabalhando no trecho.

Aterramento Temporário
Após seccionamento do circuito e o teste com
detector de tensão instalar o conjunto de
aterramento temporário para equipontencializar e
aterrar as três fases.

A ligação elétrica intencional e de baixa impedância


com a terra deve ser executada e mantida no
intervalo de tempo necessário à intervenção em um
equipamento e/ou instalação desenergizada, ou
seja, durante todo o tempo em que a turma estiver
trabalhando no circuito.

Segurança Pessoal
O objetivo principal do aterramento temporário para intervenção em equipamentos ou
instalações é o de fornecer segurança ao pessoal envolvido em casos de energização
acidental, descarga atmosférica, tensão estática e tensão induzida capacitiva e/ou
eletromagnética.
33
EQUIPAMENTOS COM BLOQUEIOS AUTOMÁTICOS (DISJUNTORES)

Disjuntor de 138kV Disjuntor de 6,6 kV

INVÓLUCRO:
Dispositivo ou componente envoltório de separação das partes energizadas com o ambiente,
destinado a impedir qualquer contato com as partes internas energizadas (quadros, caixas,
gabinetes, painéis e outros).

34
11 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

A NR-6 estabelece as disposições legais relativas aos EPIs, com redação dada pela
portaria nº 25, de 15 de outubro de 2001.

Quanto ao EPI cabe ao empregador:


a) Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
b) Exigir seu uso;
c) Fornecer ao empregado somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho;
d) Orientar e treinar o empregado sobre o uso adequado guarda e conservação;
e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE qualquer irregularidade observada.

Quanto ao EPI cabe ao empregado:


a) Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Capacete de segurança com suspensão e jugular

Capacete de Capacete de Capacete de segurança tipo


segurança tipo aba segurança tipo aba aba total
frontal com abafador frontal

Especificação do capacete de segurança classe “AB” com suspensão e jugular

Classes
Classe “A” – Destina-se a uso geral, exceto em trabalhos com energia elétrica;
Classe “B” – Destina-se a uso geral, inclusive para trabalhos com energia elétrica;
Classe “A” / ”B” – Atende as duas especificações anteriores.
35
Óculos de Segurança

Óculos de segurança, constituídos de


armação convencional de náilon,
protetores laterais de material plástico
multiperfurado, transparente, haste tipo
espátula de náilon ou meias hastes de
náilon, lentes de policarbonato incolor,
verde claro ou verde escuro.

Proteção dos olhos do usuário, contra impactos de partículas volantes multidirecionais e


luminosidade intensa frontal, quando utilizados com as lentes verdes.

Luvas de borracha e Luvas de cobertura (proteção das luvas de borracha)

Luva isolante de borracha


natural, conforme a norma
ANSI/ASTMD.120.94.

Classe de tensão:

00 (Tarja Bege) – Tensão de


utilização 500 Volts.

0 (Tarja Vermelha) - Tensão de


utilização 1.000 Volts.

1 (Tarja Branca) – Tensão de


utilização 7.500 Volts.

2 (Tarja Amarela) – Tensão de


utilização 17.000 Volts.
Manga de borracha
3 (Tarja Verde) – Tensão de
utilização 26. 500 Volts.

4 (Tarja Laranja) – Tensão de


utilização 36.000 Volts.

Utilizada em atividades que envolvam


o uso de eletricidade.

36
Calçado de Segurança Tipo Coturno

Coturno de segurança confeccionado em vaqueta curtida ao cromo hidrofugada, gáspea


forrada em raspa, palmilha de montagem em couro no sistema Strobel, cadarço, ilhós e solado
bicomponentes borracha/poliuretano injetado direto ao cabedal.

Proteção dos pés do usuário em trabalhos onde não haja risco de queda de materiais e ou
objetos pesados sobre os artelhos.

Botina de Segurança Calçado de Segurança tipo Perneira


coturno

Cinturão Tipo Pára-Quedista e Talabarte de Segurança

Cinturão de segurança, tipo pára-quedista, confeccionado em cadarço de material sintético,


com meia argola em “D” de aço forjado, posicionada nas costas na altura dos ombros,
regulável ao cinto através de dois passantes de couro, três fivelas duplas sem pino,
confeccionada em aço estampado e utilizada para ajuste, sendo uma das extremidades através
de entrelaçamentos e outra extremidade formada por uma alça entrelaçada, fixa na argola em
“D”.

37
12 – POSTURA E VESTUÁRIOS DE TRABALHO

NR-17 ERGONOMIA

Dispositivo Legal

Redação dada pela Portaria n° 3.751 do MTE, de 23/11/1990.

Aspectos da Norma Ergonomia

A NR-17 visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.

As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e


descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de
trabalho e à própria organização do trabalho.

O levantamento de cargas é um dos fatores mais importantes nas causas de lombalgia e outras
patologias musculoesqueléticas freqüentes.

As posturas forçadas e estáticas, as vibrações, a temperatura, a umidade, etc. são outros


fatores que podem influenciar o aparecimento dos distúrbios de saúde e que deverão ter sua
influencia avaliada através de outros métodos disponíveis ou complementares.

Ergonomia é…

A ciência e a arte de adequar o trabalho e o ambiente de trabalho às necessidades dos


trabalhadores.

POSTURA:

Evitar esforço excessivo no transporte, de carga e descarga,


montagem e manuseio de materiais e equipamentos.

LER (Lesão por Esforço Repetitivo):

Também chamada de: Doenças Osteomusculares Relacionadas


ao Trabalho (DORT).

Fatos relativos à LER

1) Ela afeta seu sistema músculo-esquelético – seus músculos,


nervos, tendões, ligamentos, articulações, cartilagem e discos
vertebrais.
2) Ela é cumulativa – acontece gradualmente, ao contrario de
acidentes.
3) Ela é uma doença crônica – seus efeitos duram um longo
tempo.
38
Vestimenta/vestuário

A NR-10 no item 10.2.9.2 determina “As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às
atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências
eletromagnéticas”.

Vestimenta de trabalho é, no caso em análise, entendida como mais um equipamento de


proteção, destinada à proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra os diversos
riscos elétricos e, especialmente, protegê-los dos seus efeitos:

Condutibilidade: Para proteção contra os riscos de contato – as vestimentas não deverão


possuir elementos condutivos.

Inflamabilidade: Para proteção contra os efeitos térmicos dos arcos elétricos e seus flashes,
as roupas resistentes a chamas têm que minimizar as lesões por queimaduras e oferecerem ao
trabalhador alguns segundos de tempo de fuga.

Influências eletromagnéticas: Para proteção contra os efeitos provocados por campos


eletromagnéticos com intensidade que tenha potencial de risco, em certas circunstâncias (linha
viva método ao potencial) as roupas deverão ser condutivas.

39
13 – SEGURANÇA COM VEÍCULO E TRANSPORTE DE PESSOAS,
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

RISCOS NO TRANSPORTE E COM EQUIPAMENTOS

Veículos a caminho dos locais de trabalho em campo, com deslocamento diário dos
trabalhadores até os efetivos pontos de prestação de serviços, expõem os trabalhadores aos
riscos característicos das vias de transporte.

No sistema elétrico de potencia, o veículo é uma das principais ferramentas de trabalho, sendo
em algumas situações de trabalho a mais importante.

Estudos demonstram que somos capazes de dirigir com o dobro de segurança do que temos
atualmente. Basta desenvolver a capacidade de conduzir um veículo, por meio de um
aperfeiçoamento.

Uma única falha de julgamento, ou erro poderá resultar na perda de vidas e de equipamentos
de altíssimo custo.

Desrespeitando limites de velocidade e a sinalização, a não utilização do cinto de segurança,


manobrando precipitadamente, ocupando mais de uma faixa, abusando da buzina, utilizando o
celular na direção, o condutor estará criando uma imagem negativa de sua empresa cujo nome
poderá estar estampado em letreiros ao longo da carroceria.

Muitos motoristas não têm consciência desta responsabilidade. É comum ouvirmos relatos de
acidentes onde o condutor aponta como “culpa” a falta de acostamento, a chuva, vento lateral
ou frontal, intensidade da luz, um buraco na pista, entre diversos outros fatores.

Deveres do Condutor

Conhecimento: saber, ter ciência – Por exemplo: Identificar as placas de trânsito, interpretar
corretamente as leis de trânsito, ter ciência das responsabilidades envolvidas na condução de
um veículo;

Habilidade: saber fazer – Por exemplo; Dirigir (utilizar com destreza, percepção e reação
adequada) a ferramenta denominada veículo automotor. Manuseio adequado, uso específico e
usar dentro dos limites estabelecidos pelos fabricantes e empresas;

Atitude: querer fazer - Por exemplo: Usar o cinto de segurança, por saber que ele aumenta a
proteção em caso de acidentes.

“Direção Segura” é dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas
(erradas) dos outros e das condições adversas (contrárias), que encontramos nas vias
de trânsito.

40
14 – SINALIZAÇÃO E ISOLAMENTO DE ÁREAS DE TRABALHO

A NR-10 no seu item 10.10 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA determina:

A sinalização de segurança consiste num procedimento padronizado destinado a orientar,


alertar e advertir as pessoas sobre os riscos ou condições de perigo existentes, proibições de
ingresso ou acesso e cuidados ou ainda, aplicados para identificação dos circuitos ou partes.

10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de
segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR-26 -
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir:

a) Identificação de circuito elétrico;

b) Travamento e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comando;

c) Restrições e impedimentos de acesso;

d) Delimitações de áreas; e

e) Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de


cargas

Os materiais de sinalização constituem-se de cone, fita, grade, sinalizador luminoso, corda,


bandeirola, bandeira, placa, etc.

Características de uma boa sinalização:

- Estar bem situada;

- Ser de fácil interpretação;

- Obedecer a uma padronização;

- Não deve ser dispersiva;

- Visível a certa distância.

Procedimento padronizado destinado a orientar, alertar e advertir as pessoas sobre os riscos


ou condições de perigo existentes, proibições de ingresso ou acesso e cuidados ou ainda
aplicados para identificação dos circuitos ou partes.
41
PLACAS DE SINALIZAÇÃO

Finalidade

Destinada advertir as pessoas quanto ao perigo de ultrapassar


áreas delimitadas onde haja a possibilidade de choque elétrico,
devendo ser instalada em caráter permanente.

Finalidade

Destinada a advertir e sinalizar equipamento energizado,


estando ou não no interior da área delimitada para trabalhos.
Utilizada em conjunto com a fita de sinalização. Destina-se
também a sinalizar cubículos ou painéis adjacentes aquele
liberado para manutenção, a fim de evitar engano de
identificação.

Finalidade

Destinada a alertar quanto à obrigatoriedade do uso de


determinado equipamento de proteção individual.

Finalidade

Destinada a advertir sobre o perigo de explosão quando do


contato de fontes de calor com os gases presentes no
ambiente. Ex: depósitos de inflamáveis, salas de baterias. A
mesma deve ser afixada no lado externo do ambiente em
questão.

42
15 – LIBERAÇÃO DE INSTALAÇÃO PARA SERVIÇO E PARA OPERAÇÃO E
USO

A liberação de instalações e equipamentos decorre da necessidade de manutenção preventiva,


corretiva, emergencial e de emergência. Para atender os requisitos de segurança determinados
pela NR-10 é necessário o cumprimento do item 10.5.1 da NR-10 que determina:

Desenergização de circuitos

“Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho,


mediante os procedimentos apropriados, obedecidas a seqüência abaixo”:

a) Seccionamento;

b) Impedimento de reenergização;

c) Constatação da ausência de tensão;

d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos


circuitos;

e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo I); e,

f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

Reenergização de circuitos

O estado de instalação desenergizada deverá ser mantido até a autorização para


reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedimentos abaixo:

a) Retirada de todas as ferramentas, utensílios e equipamentos;


Nesta etapa a equipe de manutenção deverá efetuar a remoção de todo o ferramental e
utensílios para fora da zona controlada, a fim de permitir a liberação da instalação.

b) Retirada, da zona controlada, de todos os trabalhadores não envolvidos no


processo de reenergização;
O coordenador responsável efetuará a contagem, identificação e retirada da zona
controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização.

c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções


adicionais;
Deverá ser providenciada a retirada dos materiais usados para proteção de partes
energizadas próximas ao local de trabalho e de utensílios empregados na manutenção da
equipotencialização. É importante observar que este procedimento se inicia numa
43
instalação desenergizada, mas termina em instalações apenas desligadas, o que sugere a
adoção de técnicas, equipamentos e procedimento próprio para circuitos energizados.
Preferencialmente, os membros da equipe designados para desinstalação dos aterramentos
deverão ser os mesmos que efetuaram a instalação.

d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização;


A equipe de manutenção deverá acompanhar e apoiar, se for o caso, a retirada das placas
e avisos de impedimento de reenergização pela operação. Esta atividade também será
realizada com medidas e técnicas adotadas para os trabalhos com circuitos energizados.

e) Destravamento e religamento dos dispositivos de seccionamento;


Efetuar a remoção dos elementos de bloqueio, travamento ou mesmo a re-inserção de
elementos condutores que foram retirados para garantir o não religamento e, finalmente, a
reenergização do circuito ou trecho, restabelecendo a condição de funcionamento das
instalações. Nesta etapa, os membros da equipe de manutenção que detêm algum
componente do bloqueio em seu poder deverão participar do destravamento em conjunto
com a operação.

f) Liberação da instalação para serviço de operação;


Somente após atendidas as etapas anteriores, as instalação poderão ser consideradas
liberadas para os serviços de operação.

EXERCÍCIO DE SEGURANÇA (INDIVIDUAL E EM GRUPO) – EM ANEXO

44
16 – TREINAMENTO EM TÉCNICAS DE REMOÇÃO, ATENDIMENTO,
TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
Considerações

10.3.3.1. Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas,
deve estar apto a prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente através das técnicas
de reanimação cardiorrespiratória.

10.12.3 A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e adequados às suas


atividades, disponibilizando os meios para a sua aplicação.

• O tempo gasto para aplicação da técnica de reanimação cardiopulmonar, não deverá


ultrapassar os 3 minutos para seu início;

• A posição da vítima não possibilita, na maioria das vezes, aplicação da reanimação cardio-
respiratória, sendo assim faz-se necessário colocar a vítima em decúbito dorsal,
preferencialmente no solo, o mais rápido possível;

• Ter pleno conhecimento dos equipamentos e materiais utilizados no resgate, como cordas,
trava quedas, mosquetões, freio oito, etc.;

• Na aplicação do processo de resgate devem-se tomar as precauções necessárias, o


socorrista não pode se acidentar durante a execução do processo de resgate.

Mesmo adotando padrões rigorosos de segurança (conforme exigência da LIGHT e do MTE


através da NR-10), sempre existirá o risco de ocorrerem acidentes. Nestes momentos deverá
entrar em ação o salvamento através do resgate em estruturas aéreas.

Procedimentos para o resgate em estruturas aéreas:


Conforme padrão da LIGHT e determinação da NR-10, as atividades no SEP não poderão ser
realizadas individualmente.

1) Em casos de acidentes (ou mal súbito) com trabalhadores em atividades em altura, o


seu parceiro (já munido de cinto de segurança tipo pára-quedista) deverá instalar o trava
quedas na linha de vida para iniciar o resgate.

45
2) Subir os degraus com cautela para iniciar o resgate e afastar o acidentado caso esteja
em contato com a rede BT energizada. A seguir instalar o freio oito na corda de resgate
e no cinto da vítima.

3) Soltar o talabarte da vítima e começar o procedimento de descida com segurança.

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4) Após a descida do acidentado, acomodá-lo em posição para prestação dos primeiros
socorros.

5) - Iniciar os procedimentos de primeiros socorros.

EXERCÍCIO ESTUDO DE CASO (EM ANEXO)

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17 – ACIDENTES TÍPICOS – ANÁLISE, DISCUSSÃO, MEDIDAS DE
PROTEÇÃO

Análise de Acidentes:

FINALIDADE
Identificar as causas imediatas, básicas ou falta de controle desses eventos através de análise
sistêmica e propor medidas preventivas.

CONCEITOS BÁSICOS

Incidente (quase-acidente)
Evento não desejado, que sob circunstâncias ligeiramente diferentes, poderia ter resultado num
acidente.

Acidente
Evento não desejado que resulte em danos à pessoa, dano à propriedade ou perda no
processo ou meio ambiente.

Acidente (Com base na Lei 8213/91 – Art. 19 e 20)


É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da Empresa ou ainda pelo exercício do
trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporária.

Acidente com danos materiais


Aquele que acarreta danos a bens materiais da empresa e/ou interferência no meio ambiente:
veículos, equipamentos, ferramentas e danos à propriedade.

Acidente com veículo


Toda ocorrência relacionada com veículo da empresa, que resulta em danos, em que pelo
menos uma das partes envolvidas está em movimento nas vias terrestres ou áreas abertas ao
público.

Acidente com Equipamentos/Ferramentas


Aquele que ocorre no uso específico do equipamento/ferramenta.

Acidente com Danos à Propriedade


Aquele que provoca danos em instalações da Empresa e/ou de terceiros.

48
18 – RESPONSABILIDADES

RESPONSABILIDADE DA EMPRESA

Conforme determinação da CLT, no seu artigo 157, cabe as empresas:

- Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

- Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no


sentido de evitar acidentes do trabalho e doenças ocupacionais;

- Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelos órgãos competentes;

- Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Conforme o novo texto da norma regulamentadora nº 10 do MTE em seus itens 10.12 e 10.13 ,
recomenda-se que sejam observados os seguintes aspectos quanto à responsabilidade das
partes (empregador, empregados e contratante envolvidos) na segurança do trabalho:

a) As responsabilidades quanto ao cumprimento da NR-10 são solidárias a todos os


empregadores e contratantes envolvidos.

b) É de responsabilidade do empregador e contratante fornecer aos trabalhadores treinamento


de segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas, com currículo mínimo,
carga horária e demais determinações estabelecidas no anexo II da NR-10.

c) Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e serviços


em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.

RESPONSABILIDADE DOS EMPREGADOS

Conforme determinação da clt, no seu artigo 158, cabe aos empregados:

- Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, bem como as instruções dadas


pelo empregador;

- Colaborar com a empresa na aplicação das leis sobre segurança e medicina do trabalho;

- Usar corretamente o epi quando necessário.

Conforme o novo texto da norma regulamentadora nº 10 do MTE em seus itens 10.13.4 e


10.14.1 , recomenda que sejam observados os seguintes aspectos quanto à responsabilidade
dos trabalhadores:

- Zelar pela sua segurança e saúde, ou de terceiros que possam ser afetados por suas ações
ou omissões no trabalho, colaborando com a empresa para o cumprimento das disposições
legais e regulamentares, inclusive das normas internas de segurança e saúde;
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- Comunicar, imediatamente, ao responsável pela execução do serviço as situações que
considerar risco para sua segurança e saúde ou de terceiros.

- Os trabalhadores podem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que
evidência de riscos graves e iminentes para a sua segurança e saúde ou de outras pessoas,
comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas
cabíveis .

RESPONSABILIDADES JURÍDICAS EM ACIDENTES DO TRABALHO

Todos os acidentes de trabalho são passíveis de serem monitorados e administrados


juridicamente, mediante perícia, de produção de provas, sujeitando-se os envolvidos às
sanções do código civil e penal vigentes no brasil.

Além das exigências contidas na consolidação das leis do trabalho (CLT), é de se considerar
ainda o disposto no novo texto da NR-10 do mte em seu item 10.12, relativamente às
responsabilidades da empresa e dos trabalhadores quanto ao cumprimento da NR-10.

10.13.2 é de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados sobre os


riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle
contra os riscos elétricos a serem adotados.

10.13.3 cabe a empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e


serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.

RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA

A responsabilidade civil subjetiva é a decorrente de dano causado diretamente pela pessoa


obrigada a reparar, em função de ato doloso ou culposo, onde:

Dolo - Ação ou omissão voluntária; e,

Culpa - Decorre de ato de negligência, imprudência ou imperícia, onde:

Negligência - É a omissão voluntária de diligência ou cuidado, falta ou demora no prevenir ou


obstar um dano.

Imprudência - É a atuação intempestiva e irrefletida. Consiste em praticar uma ação sem as


necessárias precauções, isto é, agir com precipitação, ou inconstância.

Imperícia - É a falta de especial, habilidade, ou experiência ou de previsão no exercício de


determinada função, profissão, arte ou ofício.

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RESPONSABILIDADES JURÍDICAS EM ACIDENTES DO TRABALHO

10.13.4 cabe aos trabalhadores:

a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas
ações ou omissões no trabalho;

b) Responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e


regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde;

c) Comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que


considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.

Todos os acidentes de trabalho são passíveis de serem monitorados e administrados


juridicamente, mediante perícia, de produção de provas, sujeitando-se os envolvidos às
sanções do Código Civil e Penal vigentes no Brasil.

ASPECTOS LEGAIS

A – Legislação Penal

Introdução
Quando ocorre alguma anormalidade em nosso cotidiano bater o carro, por exemplo,
geralmente procuramos um advogado, ou acionamos a seguradora para nos defender, sendo
culpados ou não de nossos atos. É um procedimento normal e correto, mas, na maioria das
vezes, não sabemos o que a lei determina.

O Código Penal prevê:


A legislação define: Crime é resultado de toda ação ou omissão, prevista em lei, punível
com a pena de reclusão ou detenção

Crime Doloso e Crime Culposo.

Podemos classificar o crime em:

Crime Doloso
O crime doloso ocorre quando existe a intenção, a vontade de praticar o crime. O agente queria
justamente aquele resultado. É o crime praticado “POR QUERER”

Note que “Ele” tinha a intenção, a vontade de praticar o crime. Portanto, pode-se caracterizar
como um Crime Doloso.

2.2 – Crime Culposo


O crime culposo ocorre quando o agente o cometeu por qualquer razão independente de sua
vontade, isto é, não tinha a intenção de alcançar esse resultado. É o crime praticado “SEM
QUERER”.

Veja que “Ele” não tinha a intenção de provocar o acidente para ferir o condutor. No entanto,
houve um crime, nesse, caso, culposo.
51
Em todo crime há, obrigatoriamente, DOLO OU CULPA.

CULPA:

A existência da culpa pode ocorrer por ação ou omissão:

Ocorre pelo fato da pessoa ter agido ou se omitido e em decorrência desse ato haja danos a
terceiros, como nexo causal.

O ato de culpa pode ocorrer em função de:

a) Negligência: A falta de precaução, ou seja, omissão voluntária;

b) imprudência - Não observar as medidas de precaução e segurança;

c) Imperícia: A falta de aptidão técnica, teórica ou prática (inexperiência, inabilidade,


incapacidade, inaptidão, etc.), ou seja, está relacionada à habilidade na profissão;

CULPA

"Culpa in eligendo" - Origina-se da má escolha do preposto (exemplo: eletricista contratado


sem a mínima qualificação necessária, provocando um acidente que lesiona colega de trabalho
que o auxiliava);

"Culpa in vigilando" - É a ausência de fiscalização por parte do empregador, tanto em relação


aos prepostos ou empregados, quanto em relação à coisa (exemplo: empregado conduz
veículo da empresa sem freios e colide com outro veículo provocando lesões corporais
generalizadas nos envolvidos);

"Culpa in omitendo" - Ato negativo ou omissão - o agente negligencia com as cautelas


recomendadas, deixando de praticar os atos impeditivos à ocorrência do ato danoso - por dolo
ou culpa - negligência;

"Culpa in custodiendo" - Falta de cautela ou atenção; e,

"Culpa in comitendo" - Prática de ato positivo que resulta em dano - ato imprudente ou ato
imperito;

Código Civil Brasileiro

A obrigação de indenizar, fundada na responsabilidade civil, equilibra a situação anterior e


posterior ao dano sofrido pela vítima, por meio do ressarcimento.

Dessa forma, o instituto da responsabilidade civil tem duas funções primordiais: garantir o
direito do lesado à segurança; e servir como sanção civil, de natureza compensatória, mediante
a reparação do dano causado a outrem.
52
Código Penal Brasileiro

Morte do acidentado

Fundamento legal
O artigo 121, parágrafo terceiro, do Código Penal, define o crime de homicídio culposo, no qual
se compreende, também, a hipótese da morte provocada pelo acidente do trabalho. Logo, no
acidente do trabalho, a culpa pela morte do trabalhador pode ser imputada à chefia imediata ou
mediata ou a qualquer preposto, ou ainda a qualquer colega de trabalho, que tenham, por
imprudência, imperícia ou negligência, contribuído na eclosão do evento morte.

A culpa decorre não da vontade do agente em causar o evento morte, mas de ato seu de
negligência, ou imprudência, ou imperícia. Assim, a não observância de uma norma técnica na
realização de um trabalho, decorrendo, em conseqüência, da morte de um empregado (ou
terceiro), os responsáveis podem ser penalizados. Ainda que no acidente tenha havido culpa
recíproca (da vítima e da chefia, por exemplo), isto não exclui a responsabilidade daquele que
tenha contribuído para o fato, tenha ou não sido atingido pelo acidente. Assim, mesmo na
hipótese do acidente provocar a morte do empregado e ferimentos em quem contribuiu para a
morte do colega, este responderá pelo evento fatal.

Lesão Corporal Culposa

Fundamento legal
É necessário esclarecer que a lesão corporal compreende a ofensa à integridade corporal ou à
saúde, isto é, constitui-se na agressão à integridade física ou psíquica do ser humano.

É culposa a lesão corporal decorrente de imprudência, negligência ou imperícia do agente.


Esse delito está previsto no artigo 129, do Código Penal, sendo a modalidade culposa descrita
no parágrafo sexto.

Pena
Detenção de dois meses a um ano, não importando a gravidade da lesão corporal.

Aumento da pena
A pena aumenta um terço se a lesão culposa resultar de inobservância de regra técnica, arte
ou ofício, ou se o agente deixar de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.

Lesão Corporal Dolosa

Fundamento legal
Está previsto no artigo 132 do Código Penal, que prescreve: "Expor a vida ou a saúde de
outrem a perigo direto e iminente”. A exposição de motivos do Código Penal cita como
exemplo, o caso do empregador que, para poupar-se ao dispêndio com medidas técnicas de
prudência, na execução de obra, expõe o operário ao risco de grave acidente.

53
São exemplos, também capitulados nesse dispositivo: a exposição do empregado a
substâncias tóxicas, a exposição do empregado a máquinas perigosas sem proteção, obrigar
que empregado menor execute atividades de risco proibidas por lei, etc.

Aqui não se fala em culpa, mas em dolo. O empregador deixa de oferecer as condições de
segurança por descaso na tomada de medidas de prevenção. Assim age por vontade, não de
causar o acidente, mas de economizar recursos com os dispêndios de segurança para os
empregados, assumindo os riscos de expor os mesmos a grave perigo. Esse tipo de crime é
considerado subsidiário, pois, se consumar o resultado mais grave (acidente do trabalho com
morte ou lesão corporal) o agente responderá por homicídio ou lesão corporal (e não mais pela
exposição de outrem a periclitação de vida ou a saúde).

QUEM PODE SER RESPONSABILIZADO CRIMINALMENTE

Pode ser a chefia imediata ou a chefia mediata do empregado acidentado, ou mesmo o colega
de trabalho e também, os responsáveis pela segurança do acidentado. Nada impede que haja
a co-autoria. Assim, por exemplo, se a Gerência determina que um trabalho específico seja
feito sob condições totalmente inadequadas, no que se refere ao aspecto de segurança, sendo
essa posição ratificada pelas chefias intermediárias, resultando, daí, acidente do trabalho com
vítima, todos os culpados estarão sujeitos a responder pelo dano

Código Penal Brasileiro

Capítulo I – Da Obrigação de Indenizar.

Artigo 932 – III


São também responsáveis pela reparação civil:
III - O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do
trabalho que Ihes competir, ou em razão dele.

Artigo 942
Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à
reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão
solidariamente pela reparação.

Parágrafo único - São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as


pessoas designadas no artigo 932.

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ANEXOS

PTR

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