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SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

Sumário
1. Organização do SEP – Sistema elétrico de potência .................................... 3

2. Porque estudar NR 10 – SEP?......................................................................... 6

3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ..................................................................... 7

3.1 – Planejar para vencer .................................................................................. 7

3.2 – União faz a força; ..................................................................................... 11

3.3 – Prontuário das instalações elétricas (PIE); ........................................... 16

3.4 – Métodos de Trabalho;.............................................................................. 18

4. RISCOS TÍPICOS E CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NO SEP ...................... 23

4.1 – Proximidade e contato com partes energizadas; ................................. 23

4.2 – Descargas Atmosféricas; ........................................................................ 26

4.3 – Choques elétricos; .................................................................................. 36

4.4 – Trabalhos em altura e equipamentos especiais; .................................. 37

5. REGRAS GERAIS PARA TRABALHO NO SEP............................................. 38

6. MANOBRAS ELÉTRICAS ............................................................................... 40

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1. Organização do SEP – Sistema elétrico de
potência

Sistema elétrico de potência (SEP) é o conjunto constituído por centrais


elétricas, subestações de transformação e de interligação, linhas e receptores,
ligados eletricamente entre si. São grandes sistemas de energia que englobam
geração, transmissão e distribuição de energia.
Este sistema tem a função de disponibilizar energia elétrica aos grandes,
médios e pequenos consumidores.
O grande aumento de demanda por energia elétrica e o crescente número
de interligações entre os sistemas elétricos existentes tornaram a operação e o
controle, nas últimas décadas, uma tarefa extremamente complexa e bastante
arriscada, onde os trabalhadores que operam no sistema estão em constante
risco a sua saúde.

Hoje em dia os sistemas elétricos de potência representam as maiores e


mais complexas máquinas já construídas pelo homem, o que
exige técnicas e estudos cada vez mais precisos e refinados para construir,
manter e operar estas máquinas. Além disso, eles estão expostos a condições
adversas e imprevisíveis que podem levar a situações de falha ou má
operação, causando transtornos e problemas a todos que dependem da
energia elétrica.

O sistema elétrico é constituído por três subsistemas: subsistema de


geração, de transmissão e de distribuição.

 Subsistema de Geração - Este subsistema é responsável pela


produção de energia elétrica, que consiste na transformação de outras
formas de energia em energia elétrica, que se cumpre por vários
processos. Em função do tipo de energia a transformar, existe e define-
se diferentes tipos de centrais (usinas) elétricas.

 Subsistema de Transmissão - Atendendo a distância a que se


encontram as centrais em relação aos centros de consumo, torna-se
necessário efetuar a transmissão de energia para estes centros. Esta

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transmissão é feita em alta tensão, e é o processo chamado transporte
de energia.

 Subsistema de distribuição - Pelo fato de o consumidor não utilizar a


energia em tensões muito elevadas, por razões de segurança e
econômicas, torna-se necessário junto dos centros ou locais de
consumo, reduzir a tensão para níveis adequados, isto é, em média
tensão (MT) para consumidores industriais, e em baixa tensão (BT) para
a generalidade dos consumidores domésticos. A esta etapa de
transmissão de energia, designa-se por distribuição de energia.

A energia elétrica que alimenta as indústrias, comércio e nossos lares é


gerada principalmente em usinas hidrelétricas, onde a passagem da água por
turbinas geradoras transformam a energia mecânica, originada pela queda
d’agua, em energia elétrica. No Brasil a GERAÇÃO de energia elétrica é 80%
produzida a partir de hidrelétricas, 11% por termoelétricas e o restante por
outros processos.

A partir da usina a energia é transformada, em subestações elétricas, e


elevada a níveis de tensão (69/88/138/240/440 kV) e transportada em corrente
alternada (60 Hertz) através de cabos elétricos, até as subestações
rebaixadoras, delimitando a fase de Transmissão. Já na fase de Distribuição
(11,9 / 13,8 / 23 kV), nas proximidades dos centros de consumo, a energia
elétrica é tratada nas subestações, com seu nível de tensão rebaixado e sua
qualidade controlada, sendo transportada por redes elétricas aéreas ou
subterrâneas, constituídas por estruturas (postes, torres, dutos subterrâneos e
seus acessórios), cabos elétricos e transformadores para novos rebaixamentos
(110 / 127 / 220 / 380 V), e finalmente entregue aos clientes industriais,
comerciais, de serviços e residenciais em níveis de tensão variáveis, de acordo
com a capacidade de consumo instalada de cada cliente.

A portaria MTB Nº 3.214, DE 08 DE JUNHO DE 1978 aprova as Normas


Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. O Ministro de Estado
do Trabalho, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no art.
200, da consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela

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Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, resolve: Art. 1º - Aprovar as Normas
Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Curso complementar
– segurança no sistema elétrico de potência (SEP) e em suas proximidades.

Conforme definição dada pela ABNT através das NBR (Normas


Brasileiras Regulamentadoras) considera-se “baixa tensão”, a tensão superior
a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua e igual ou
inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua,
entre fases ou entre fase e terra. Da mesma forma considera-se “alta tensão”, a
tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente
contínua, entre fases ou entre fase e terra.

Figura 1

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A função básica do sistema elétrico de potência é fornecer energia elétrica
aos consumidores (grandes, médios ou pequenos), com qualidade adequada e
no instante que for solicitada.
Os requisitos de um sistema elétrico de potência (SEP), são:
 Continuidade – A energia elétrica deverá estar sempre disponível ao
consumidor;
 Conformidade – Este fornecimento de energia deve obedecer a
padrões e normas;
 Flexibilidade – Adaptação as mudanças contínuas de topologia;
 Segurança – Fornecimento de energia não deve causar riscos aos
consumidores;
 Manutenção – Propriedade de ser devolvido à operação o mais
rápido possível em caso de pane no sistema.
A F.C.C. do Brasil atua no sistema elétrico de potência (SEP), com tensão
primária de 13,8 kV e tensão secundária em 220 Volts fase-fase e 127 Volts
fase- neutro, com potência instalada de 1725 kVA, e demanda contratada de
960 kW, distribuída em duas (02) Subestações rebaixadoras.

2. Porque estudar NR 10 – SEP?


Toda empresa que opera em média ou alta tensão no chamado Sistema
Elétrico de Potência (SEP) e tem potência instalada acima de 75 kW deve
prover aos seus funcionários o treinamento complementar da norma NR-10
para atuar no SEP.

Segundo a NR 10 que diz, “10.7 – Trabalhos envolvendo alta tensão (AT),


no item 10.7.2 – Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber
treinamento de segurança, específico em segurança no sistema elétrico de
potência (SEP) e em suas proximidades, com currículo mínimo, carga horária e
demais determinações estabelecidas no anexo II desta NR.”

O Ministério do Trabalho e Emprego, MTE, exige o treinamento para todos


os trabalhadores que lidam diretamente com eletricidade acima de 1000 (mil)
volts, ou seja, expostos a energia de alta tensão.

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Dessa forma, o treinamento prepara a empresa para atuar com segurança
em sistemas elétricos de alta e média tensão.

O treinamento NR-10 SEP aborda os procedimentos de segurança que o


profissional tem que admitir quando vai trabalhar no Sistema Elétrico de
Potência (SEP). Isso envolve:

 A parte de análise preliminar de risco


 Quais os riscos envolvidos na parte específica da elétrica em média e
em alta tensão
 Quais são os procedimentos realizados durante uma manutenção ou
execução de uma obra
 Reparo no sistema elétrico de potência em subestações de 13,8 kV e
até tensões superiores a isso.

3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

3.1 – Planejar para vencer

Como sabemos, não se concebe nenhum trabalho, qualquer que seja, sem o
mínimo de organização. Com o trabalho organizado possivelmente todos os
objetivos propostos obterão o resultado esperado e alcançarão a meta
estabelecida. Essa organização, como cita o subitem 10.11.7 da NR-10, passa
necessariamente, pelas seguintes etapas:

 Avaliação Prévia;
 Estudo;
 Planejamento das atividades e ações.

Quando falamos de segurança em instalações e serviços em eletricidade,


basicamente a primeira fase que corresponde a avaliação prévia se resume na
identificação, avaliação e tratamento dos riscos. Intrinsecamente existe o risco

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de choque elétrico, mas além dele devemos considerar por exemplo os riscos
adicionais.

Entretanto, essa avaliação, além de considerar os riscos envolvidos na tarefa


e as medidas preventivas adotadas, deve forçosamente considerar quem são os
membros da equipe, os seus responsáveis, o nível de tensão com o qual se vai
interagir, o local de trabalho, data e horário de início, e finalmente data e horário
de conclusão.

Somente após esta avaliação inicial é que se realiza a segunda etapa, a


realização de estudos meticulosos sobre as atividades que deverão ser
realizadas. E de uma maneira a simplificar esse raciocínio, cabe colocar como
matéria-prima desse estudo os dados da avaliação prévia, como também a
execução de um procedimento de trabalho, em detalhes, passo a passo,
fazendo constar na ordem de serviço todas as etapas, a fim de conectar de
modo eficiente toda a documentação necessária (análise de riscos, dados
técnicos do trabalho e características físicas e técnicas do local).

Na sequência então se estabelece por meio de um plano de ações o que


fazer (a etapa), como fazer (a descrição), a justificativa da necessidade de se
realizar a tarefa, o tempo previsto até a conclusão dos trabalhos, os
colaboradores envolvidos (liderança e liderados) e, finalmente, se possível, os
custos envolvidos na tarefa (mão- de-obra, material, ferramental, aluguel de
equipamentos, etc.).

No planejamento das atividades cabe aos colaboradores fazerem uso de


ferramentas da qualidade que tornarão as atividades mais rentáveis, como
exemplo, temos:

 PDCA;
 W1H;

Inclusive cabe salientar que estas ferramentas da qualidade podem e devem


ser usadas em todo processo do trabalho, no planejamento, na execução e no
fechamento das atividades.

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Figura 2 – Imagem ilustrativa do PDCA

Figura 3 – Imagem ilustrativa do 5W1H

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Figura 4 (Exemplo 5W1H)

Figura 5 – APR - Análise preliminar de risco (Modelo)

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3.2 – União faz a força;
Aprendemos na escola que o homem é superior às outras espécies porque
é o único capaz de pensar, analisar, interpretar e criar. Então, como explicar que
a humanidade só começou a evoluir de verdade nos últimos 45.000 anos, cerca
de 400.000 anos depois da descoberta do fogo, linguagem, ferramentas e até da
cultura? A resposta não está na biologia, mas na economia com o termo “cérebro
coletivo” ou como é mais conhecido: a inteligência coletiva.

Figura 6 – O homem em sociedade

O homem não é apenas o único a raciocinar, é também o único a trabalhar


em equipe em busca de um objetivo comum (os chinpanzés e gorilas também,
mas de forma muito primitiva). Grosso modo, podemos dizer que a troca de
conhecimento evoluiu a humanidade até os dias de hoje. A criatividade ou
inteligência por si só não significa muita coisa sem a consciência do coletivo. O
cérebro é extremamente poderoso, agora imagine centenas, milhares, milhões
deles unidos.
No trabalho, estamos susceptíveis a trabalhar com outras pessoas, e como
diz um dito popular, “cada cabeça é um mundo”, portanto devemos tomar
algumas medidas para não cometer erros no trabalho em equipe, estes erros
estão ligados aos aspectos comportamentais de cada ser, e são eles:
 Fazer fofoca de colegas ausentes - "Falar dos outros é sempre
delicado. Portanto, se você tem algo a dizer para seu colega diga

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diretamente a ele. Desta forma, evita que o comentário seja mal
interpretado e retransmitido por outros funcionários. Ao fazer uma
crítica diretamente ao colega em questão você evita que seu
comentário chegue distorcido aos ouvidos dele, o que pode gerar
conflitos. Além disso, falar pelas costas e comentar sobre a vida
alheia é uma atitude mal vista".

 Rejeitar o trabalho em equipe - "Hoje, independentemente de


seu cargo, é preciso saber trabalhar em equipe, já que bons
resultados dificilmente nascem de ações individuais. No ambiente
corporativo, uns dependem dos outros. Se o funcionário não
estiver disposto a colaborar com os colegas, certamente será um
elo quebrado. Com isso, o grupo/equipe não chegará ao resultado
desejado. Ser resistente ao trabalho em equipe é um revés grave.
Sem essa abertura, dificilmente o colaborador conseguirá obter
sucesso ".

 Ser antipático (a) - "A empatia é muito útil no ambiente de


trabalho. Você deve ser leal, cortês, amigo e humilde. Falar bom
dia e cumprimentar os outros são atitudes que demonstram
educação e respeito pelos demais. O fato do trabalho exigir
concentração do colaborador não significa que ele não possa ser
cordial e abrir um espaço na agenda para ajudar os companheiros
de equipe".

 Deixar conflitos pendentes - "Conflitos acumulados podem se


agravar. Qualquer tipo de problema referente ao trabalho, dúvida
sobre decisões, responsabilidades que não foram bem
entendidas, alguém que ficou magoado com outro por algum
motivo, enfim, qualquer tipo de desconforto deve ser esclarecido
para evitar a discórdia no ambiente. O funcionário deve conversar
para resolver o assunto, caso contrário, isso poderá gerar
antipatia, fofoca com outros colaboradores e um clima péssimo
para toda a equipe".

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 Ficar de cara fechada - "Ter um companheiro de equipe com
bom humor anima o ambiente de trabalho, enquanto que topar um
colega mal-humorado causa desconforto do início ao fim do
expediente. Esta postura gera desgastes desnecessários, pois
além de deixar toda uma equipe desmotivada ainda atrapalha a
produtividade. Pessoas mal-humoradas geralmente não toleram
brincadeiras. Com isso, automaticamente são excluídas da
equipe, o que não é saudável. Por essa razão, manter o bom
humor no trabalho é fundamental para cultivar bons
relacionamentos".

 Deixar de cultivar relacionamentos - "Os melhores empregos


não estão nos jornais e nem nos classificados. A partir do seu
relacionamento interpessoal no trabalho é que conseguirá
construir uma rede de contatos (networking) que servirá, no
futuro, para encaminhá-lo às melhores oportunidades. É
importante mostrar dinamismo, ser cooperativo no trabalho e
nunca fechar as portas pelos lugares onde passar".

 Não ouvir os colegas - "É importante escutar a todos, mesmo


aqueles que têm menos experiência. Isso estimula a participação
e a receptividade de novas ideias e soluções. Questionar com um
ar de superioridade as opiniões colocadas numa reunião não só
intimida quem está expondo a ideia, como passa uma imagem de
que você é hostil. É necessário refletir sobre o que está sendo
dito, não apenas ouvir e descartar a ideia de antemão por
considerá-la inútil".

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 Não respeitar a diversidade - "Todas as diferenças devem ser
respeitadas entre os membros de uma equipe. Não é aceitável na
nossa sociedade alguém que não queira contato com outro
indivíduo apenas por ele ser diferente. Ao passo que o funcionário
aceita a diversidade, ele amplia as possibilidades de atuação,
seja dentro da organização ou com um novo cliente. Além disso, o
respeito e o tratamento justo são valores do mundo globalizado
que deveriam estar no DNA de todos. Sem eles, o colaborador
atrapalha o relacionamento das equipes, invade limites dos
colegas e a natureza do outro".

 Apontar o erro do outro - "A perfeição não é virtude de ninguém.


Antes de apontar o erro do outro, deve-se analisar a sua própria
conduta e sua responsabilidade para o insucesso de um trabalho
ou projeto. É melhor ajudar a solucionar um problema do que criar
outro maior em cima de algo que já deu errado. Lembre-se: errar
é humano e o julgamento não cabe no ambiente de trabalho. No
futuro, o erro apontado pode ser o seu".

 Ficar nervoso (a) com a equipe - "Atritos são inevitáveis no


ambiente de trabalho, mas a empatia deve ser colocada em
prática nos momentos de tensão entre a equipe para evitar que o
problema chegue ao gestor e se torne ainda pior. Cada um tem
um tipo de aprendizagem e um ritmo de trabalho, o que não quer
dizer que a qualidade da atividade seja melhor ou pior que a sua.
O respeito e a maturidade profissional devem falar mais alto do
que o nervosismo. Equilíbrio emocional e uma conduta educada
são importantes tanto para a empresa como para o profissional".

O trabalho em equipe é um processo baseado em princípios e valores que


estão claramente definidos e entendidos. O verdadeiro trabalho em equipe é um
processo contínuo interativo de um grupo de pessoas aprendendo, crescendo e
trabalhando interdependentemente para alcançar metas e objetivos específicos
no suporte a uma missão comum.
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As dicas para um bom trabalho em equipe, são as mesmas que ouvimos
dos nossos pais, quando éramos crianças, e estávamos aprendendo a viver em
sociedade, pois a vida em sociedade também é um trabalho em equipe, estamos
sujeitos as leis na forma de direitos e deveres, estas dicas são:
 "Seja paciente: "Cada cabeça um sentença". Procure expor os seus
pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a
dizer;
 Aceite as idéias dos outros: Acima do nosso orgulho está o objetivo
comum que a equipe pretende alcançar; É importante saber reconhecer
que a idéia de um colega pode ser melhor do que a sua.
 Não critique os colegas: Ás vezes podem surgir conflitos entre os
colegas do grupo, porém é muito importante não permitir que isso
interfira no trabalho em equipe;
 Saiba dividir: Ao trabalhar em equipe é importante dividir tarefas. Você
não pode o único que sabe realizar uma determinada tarefa.
Compartilhe responsabilidades, informações e conhecimentos;
 Trabalhe: Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas
obrigações. Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra
completamente diferente;
Seja participativo e solidário: Procure ajudar seus colegas e dar o melhor de
si sempre que necessário, da mesma forma não deverá sentir-se constrangido
quando necessitar pedir ajuda;
Converse: Ao sentir-se incomodado com alguma situação ou tarefa que lhe
tenha sido atribuída, é importante que explique o problema para que seja
possível alcançar um solução de compromisso, que agrade a maioria;
Planeje: O planejamento e a organização são ferramentas importantes para que
o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz;
Aproveite o trabalho em equipe: Ele é a sua oportunidade e conviver mais
perto de seus colegas, e principalmente de compartilhar conhecimentos
mutuamente."
E o mais importante: Comunique-se e saiba falar com as pessoas!!!

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Como pré-requisito dos mais importantes na formação de uma equipe em
instalação energizada, está a avaliação rigorosa do estado físico e psicológico
de cada elemento indicado para compor esta equipe.
Indiscutivelmente, esta observação irá garantir uma porcentagem de
segurança nos trabalhos em linhas energizada. Além disso, a utilização de
equipamentos adequados e a conscientização de toda equipe sobre os riscos
das tarefas irão garantir a execução dos trabalhos com a máxima segurança.
Concluindo-se que um homem não possuindo o temperamento adequado
para esta classe de trabalho não deve continuar com seu treinamento, será
aproveitado em outros deveres dentro de suas responsabilidades.
Três dos fatores mais significativos que devem ressaltar nos homens que se
dedicam a esta classe de trabalho são:
1. Alto grau de habilidade manual;
2. Coordenação de primeira classe;
3. Temperamento tranquilo;

3.3 – Prontuário das instalações elétricas (PIE);


É um sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica de
informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores.
O objetivo é reunir um conjunto de documentos técnicos que caracterizam a
existência de documentação atualizada sobre as instalações, os serviços e os
profissionais autorizados a intervir nessas instalações.
As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do
sistema elétrico de potência devem constituir prontuário com os seguintes
requisitos, conforme:
NR-10 Segurança em instalações e serviços em eletricidade
10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas
unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus
estabelecimentos com as especificações do sistema de
aterramento e demais equipamentos e dispositivos de
proteção.
10.2.4 - Os estabelecimentos com carga instalada superior
a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de

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Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no
subitem 10.2.3, no mínimo:
a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e
administrativas de segurança e saúde, implantadas e
relacionadas a esta NR e descrição das medidas de
controle existentes;
b) documentação das inspeções e medições do
sistema de proteção contra descargas atmosféricas e
aterramentos elétricos;
c) especificação dos equipamentos de proteção
coletiva e individual e o ferramental, aplicáveis
conforme determina esta NR;
d) documentação comprobatória da qualificação,
habilitação, capacitação, autorização dos
trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) resultados dos testes de isolação elétrica
realizados em equipamentos de proteção individual e
coletiva;
f) certificações dos equipamentos e materiais
elétricos em áreas classificadas;
g) relatório técnico das inspeções atualizadas com
recomendações, cronogramas de adequações,
contemplando as alíneas de “a” a “f”.
10.2.5 As empresas que operam em instalações ou
equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência
devem constituir prontuário com o conteúdo do item 10.2.4
e acrescentar ao prontuário os documentos a seguir listados:
a) descrição dos procedimentos para emergências;
b) certificações dos equipamentos de proteção
coletiva e individual;
10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em
proximidade do Sistema Elétrico de Potência devem
constituir prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e
“e”, do item 10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5.

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10.2.6 O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser
organizado e mantido atualizado pelo empregador ou
pessoa formalmente designada pela empresa, devendo
permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas
instalações e serviços em eletricidade.
10.2.7 Os documentos técnicos previstos no Prontuário de
Instalações Elétricas devem ser elaborados por profissional
legalmente habilitado.

Figura 7 – Cronograma de atualização do prontuário das


instalações elétricas (PIE)

3.4 – Métodos de Trabalho;


Após o planejamento e engajamento da equipe nos objetivos da tarefa, e
cientes que toda ação terá início e fim, pautados pelo prontuário das
instalações elétricas (PIE) da FCC, os métodos são os processos, os sistemas,
as maneiras, as ordens de como serão realizadas as tarefas elétricas dentro da
organização, estes métodos deve ser descritos de forma clara, se possível com
imagens nos procedimentos de trabalho, PT, APR e na ferramenta de
ordem adotada pela FCC, seja o PDCA ou o 5W1H.
Estes métodos visam tornar a tarefa em um processo mais simples, mais
rápido, mais econômico, menos fatigante e mais seguro.

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Este último deve ser observado por todos.
Deve-se entender que o método de trabalho se faz único para cada
atividade, sendo assim, deverá ser comunicado de forma clara o objetiva, e tão
certo de que todos os envolvidos no processo entendam a mensagem.
10.7.9 Todo trabalhador em instalações elétricas
energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos em
atividades no SEP devem dispor de equipamento que
permita a comunicação permanente com os demais
membros da equipe ou com o centro de operação
durante a realização do serviço.
No sistema elétrico de potência (SEP) são admitidos três métodos de
trabalho, os quais podem, e devem, ser aplicados em diversas classes de
tensão, desde que a equipe de eletricistas esteja devidamente treinada e
disponha das ferramentas e equipamentos, bem como equipamentos de
proteção individual e coletiva para a atividade a ser desenvolvida.

1º MÉTODO – Trabalho à Distância - Neste que foi o primeiro método


desenvolvido, o eletricista executa as operações com auxílio de ferramentas
montadas na extremidade dos bastões isolantes. Com esse método é possível
trabalhar em todas as classes de tensão.
Em tensões até 69kV, onde as distâncias entre fases são menores, os
condutores são afastados de sua posição normal por meio de bastões suportes,
moitões, etc.
Todo conjunto de equipamento é projetado para facilitar os movimentos dos
eletricistas, no alto dos postes ou estruturas, com total segurança, tanto na
manobra das articulações para afastamento dos condutores, bem como nas
manipulações das cadeias de isoladores.
Neste método o eletricista deve observar rigorosamente a distância de
trabalho, ou seja, a sua distância com o condutor energizado.

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Figura 8 – Trabalho à distância

Distâncias mínimas para trabalho em Linha Viva:

 13,8 kV - 0,64 m;
 34,5 kV - 0,72 m;
 69 kV - 0,90 m;
 138 kV - 1,09 m;
 230 kV - 1,59 m;
 345 kV - 2,59 m;
 500 kV - 3,42 m;

2º MÉTODO - Trabalho ao Contato - Este método consiste em proteger o


eletricista com luvas e mangas isolantes, sendo que com o auxílio de uma
plataforma, andaime ou veículo equipado com cesta aérea, ele executa os
serviços diretamente com as mãos.

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Figura 9 – Trabalho ao contato

3º MÉTODO - Trabalho ao Potencial (Barehand) - Este método tem por


finalidade permitir maiores recursos na manutenção, principalmente em linhas
de extra-alta tensão, acima de 345kV, onde as distâncias de trabalho são
superiores a 3 metros, bem como subestações a partir de 69kV.

Figura 10 – Trabalho ao potencial


O trabalho ao potencial baseia-se no princípio da GAIOLA DE FARADAY e
consiste no contato direto do eletricista com o condutor energizado, em tensões
até 800 kV. Para se proteger contra os efeitos do campo elétrico da instalação,
o eletricista usa uma vestimenta condutiva fabricada em tecido especial, que
veste todo o seu corpo, deixando apenas parte da face descoberta. Quando
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próximo do condutor energizado, o eletricista conecta esta vestimenta ao
condutor, quando então estará no mesmo potencial da linha.

Antes da utilização da escada, cadeira isolada, andaime ou cesta aérea, que


permitem o acesso ao potencial, efetuam-se testes elétricos nas mesmas,
através do MICROTESTER, para assegurar-se de que seu isolamento está
dentro dos limites de segurança.

Estes testes são efetuados no campo, utilizando-se a própria linha como fonte
de tensão, onde se faz um contato efetivo da extremidade superior do
equipamento de acesso potencial.

O microamperímetro (MICRO-TESTER) é instalado entre a extremidade


inferior do equipamento e o ponto de terra, para a medição da corrente de fuga,
que deverá permanecer dentro dos limites estabelecidos por norma.

Tabela 1 – Métodos de Trabalho

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4. RISCOS TÍPICOS E CONDIÇÕES DE SEGURANÇA
NO SEP

4.1 – Proximidade e contato com partes energizadas;


Importante indagar de início o seguinte: o colaborador que trabalha no dia a
dia com energia elétrica, realmente, desfruta de proximidade segura a fim de não
propiciar um trágico contato direto? Procurando responder esta questão é que
se procurará esclarecer alguns aspectos importantes:

A proximidade de trabalho depende de alguns fatores, que são:

 Distanciamento seguro;
 Iluminação adequada;
 Ventilação adequada;
 Posição de Trabalho adequada.

Trabalho em proximidade é o trabalho durante o qual o trabalhador pode


entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com
extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou
equipamentos que manipule.

Inicialmente a distância segura é aquela que permite ao colaborador o


desenvolvimento de seu trabalho com o risco elétrico neutralizado, isto é,
eliminado. Isto é, sua exposição ao risco ou aos seus efeitos não causará lesão
de qualquer nível de gravidade e, consequentemente, sequer invalidez
permanente ou morte, desde que a condição de trabalho promova, em outros
aspectos, a mesma segurança que a assegurada em nível elétrico. A adoção de
medidas que eliminem o risco elétrico só é válida se forem aplicadas
conjuntamente, isto é, de forma interdependente e não isoladamente.

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Figura 11 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de
riscos (ZR), controladas (ZC)e livres (ZL), bem como mostra o ponto
energizado (PE);

Tabela 02 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de


riscos (ZR), controladas (ZC)e livres (ZL);

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Sem que haja uma iluminação adequada, segundo prescreve a NR 17
(ergonomia) em seu subitem 17.5.3.3. (que agrega a NBR5413), o risco de
acidente de origem elétrica ficará certamente elevado. Iluminação adequada não
só diz respeito ao nível de iluminamento, em luzes, mas também quanto ao
aparelho utilizado, a periodicidade da manutenção, a cor das paredes, do piso e
dos equipamentos, sendo tudo, em conjunto, reflexo de um projeto eficiente de
luminotécnica em todos os locais onde possam existir trabalhos em redes
elétricas, pertencentes ou não ao SEP.

O mesmo aplica-se à ventilação. Sendo normal ou forçada, deverá


garantir diluição de qualquer que seja o agente estranho à mistura (ar): gases,
sejam explosivos, asfixiantes ou tóxicos, particulado em grânulos de dimensões
que caracterizem explosividade, fibras, etc., garantindo condição segura ao
colaborador.

Problema comum nas áreas industriais, via de regra é comum que


colaboradores estejam submetidos a verdadeiro ‘contorcionismo’ para
alcançarem determinados pontos da instalação, quando não, profissionais
deverão recorrer a aulas de alpinismo para alçarem posições que facilitem
regulagens e reparos.

Além disso, podemos contar também outras influências como aquelas


advindas do meio ambiente, como a temperatura do ambiente, presença de
água, presença de substâncias corrosivas ou poluentes, presença de fauna e
flora, radiação solar, etc.

O choque elétrico é o agente mais perigoso para este trabalho, isso


porque ele pode provocar contrações musculares de altíssimo nível, as quais
podem causar graves danos e ocasionar até a morte. Existe também a
possibilidade de queda em altura, caso o colaborador trabalhe nesta modalidade,
neste caso ele deve estar de acordo com a norma regulamentadora 35, quanto
aos EPI’s.

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4.2 – Descargas Atmosféricas;

As descargas atmosféricas, no brasil, tornaram o país como campeão


mundial de incidência do fenômeno. Por ano, cerca de 500 pessoas são
atingidas por raios no Brasil, 110 delas são vítimas fatais.

Relâmpago é uma corrente elétrica muito intensa que ocorre na atmosfera


com típica duração de meio segundo e típica trajetória com comprimento de 5 a
10 km.
O fenômeno é consequência do rápido movimento de elétrons de um lugar
para outro. Os elétrons se movem tão rápido que fazem o ar ao seu redor
iluminar-se, resultando em um clarão e um aquecer-se, que geram um som: o
trovão. Apesar de estarem normalmente associados a tempestades com chuvas
intensas e ventos intensos, os relâmpagos também podem ocorrer em
tempestades de neve, tempestades de areia, durante erupções vulcânicas, ou
mesmo em nuvens que não sejam de tempestade, embora nesses casos
costumem ter extensões e intensidade bem menores. Quando o relâmpago
conecta-se ao solo é chamada de raio, podendo ser denominado ascendente,
quando inicia no solo e sobe em direção a tempestade, ou descendente, quando
inicia na tempestade e desce em direção ao solo.
A corrente da descarga de retorno de relâmpagos nuvem-solo tem sido
modelada com o intuito de calcular as características termodinâmicas do
canal do relâmpago, como temperatura e pressão, ou a radiação
eletromagnética gerada a diferentes distâncias do canal.
Para validar esses modelos, os resultados podem ser comparados com
observações da radiação. Uma vez validado, o modelo pode ser utilizado
no cálculo dos efeitos da corrente sobre objetos ou para a obtenção do pico
de corrente de uma descarga de retorno a partir da observação da
radiação.
Quatro tipos de modelos têm sido desenvolvidos baseados na
termodinâmica dos gases, nas equações de Maxwell, em circuitos elétricos
e em aproximações empíricas, conhecidos como modelos de engenharia.
Devido à complexidade dos processos envolvidos, os modelos de

26
engenharia são os mais utilizados, empregando como parâmetros a
corrente na base do canal, a velocidade da descarga de retorno e, em
alguns casos, o perfil de luminosidade do canal com a altura.
Diferentemente do que se acredita, a energia dos relâmpagos não é
muito grande. Considerando que um relâmpago nuvem-solo transporta uma
carga elétrica média de 10 C, e que a tensão ao longo do canal é em torno
de 100 milhões de volts, então a energia elétrica total do relâmpago é de
10^9 J, ou seja, cerca de 300 kWH.
A maior parte da energia do relâmpago (mais de 95%) é gasta na
expansão do ar nos primeiros metros ao redor do canal, sendo o restante
convertido em energia térmica (cerca de 1%), energia acústica (cerca de
1%) e energia eletromagnética (cerca de 0,1% sobre a forma de “sferics” e
cerca de 1% na forma de luz). Portanto, cerca de 1% da energia total do
relâmpago pode ser aproveitada no solo. Se considerarmos, por exemplo,
uma torre com uma altura em torno de 100 m instalada em um local
apropriado para captar os relâmpagos, ela provavelmente seria atingida por
algo em torno de 10 a 20 relâmpagos por ano. Em suma, isto representaria
algo em torno 50 kWH por ano, o que seria suficiente para o consumo de
apenas uma única residência.
Os raios em geral são formados de múltiplas descargas, que ocorrem
uma após a outra em intervalos de tempo muito curtos. Durante esses
intervalos, ocorrem variações de corrente lentas e rápidas.

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Figura 12 – Etapas da formação de descargas atmosféricas

Um sistema de proteção contra relâmpagos tem como objetivo blindar uma


estrutura, seus ocupantes e seus conteúdos dos efeitos térmicos, mecânicos e
elétricos associados com os relâmpagos. O sistema atua de modo que a
descarga atmosférica possa entrar ou sair do solo sem passar através das partes
condutoras da estrutura ou através de seus ocupantes, danificando-os ou
causando acidentes.
Um sistema de proteção contra relâmpagos não impede que o relâmpago
atinja a estrutura, ele promove um meio para controlar e impedir danos através
da criação de um caminho de baixa resistência elétrica para a corrente elétrica

28
fluir para o solo. A ideia de proteger prédios e outras estruturas dos efeitos
diretos dos relâmpagos por meio do uso de condutores foi, pela primeira vez,
sugerida cerca de dois séculos atrás por Benjamin Franklin.
Os principais componentes de um sistema de proteção contra relâmpagos
ou sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), são:
- Terminais aéreos;
- Condutores de descida;
- Terminais de aterramento;
- Condutores de ligação equipotencial;

Figura 13 – Elementos de proteção contra descargas atmosféricas

29
Os terminais aéreos, conhecidos como para-raios, são hastes condutoras
rígidas montadas em uma base com o objetivo de capturar o relâmpago. Eles
devem ser instalados nos pontos mais altos da estrutura. Algumas vezes, estas
hastes são interligadas através de condutores horizontais, são chamados de
subsistema de captação. Os condutores de descida são cabos que conectam
os terminais aéreos aos terminais de aterramento, também chamados de
subsistema de descida. Os terminais de aterramento são condutores que
servem para conectar os condutores de descida ao solo. Eles são tipicamente
condutores de cobre ou revestidos com cobre enterrados no solo, a este
chamamos de subsistema de aterramento. O nível de aterramento depende
bastante das características do solo. Os condutores de ligação equipotencial, por
sua vez, são condutores que visam igualar o potencial entre os diferentes
condutores para impedir descargas laterais.

Figura 14 – Raio tocando o solo

Descargas laterais, também conhecidas como sobretensão, são causadas


por diferenças de potencial entre pontos, percorrendo o condutor, e objetos
próximos. Elas são resultados da resistência finita dos condutores à passagem
de corrente elétrica e à indução magnética.
A zona de proteção de um sistema de proteção formado por um terminal
aéreo é a região adjacente à qual é substancialmente imune à incidência direta
de relâmpagos. Como uma regra simples, esta região pode ser representada por
um cone ao redor do terminal aéreo, tendo um raio no solo equivalente à altura
do terminal aéreo em relação ao solo.
Esta teoria é denominada teoria do ângulo de proteção.

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Figura 15 – Volume de proteção provido de mastro, NBR5419:2015. Parte 3,
Figura A.1

Figura 16 – Altura em função do Ângulo de proteção em função da classe do


SPDA, NBR5419:2015, parte 3, 5.2.2 Posicionamento.

31
Outro método de proteção para um melhor posicionamento do subsistema
de captação é o método da esfera rolante, a aplicação deste método ocorre se
nenhum ponto da estrutura a ser protegida entrar em contato com a esfera fictícia
rolando ao redor e no topo da estrutura em todas as direções possíveis.
A zona de proteção calculada por esta teoria é em geral menor que aquela
obtida pela teoria do cone de proteção.
Para estruturas com alturas superiores a 60m, outro tipo de sistema de
proteção, que utiliza condutores horizontais conectando os terminais aéreos que
forma uma gaiola, é recomendado pelas Normas Brasileiras de Proteção ABNT
NBR-5419.

Figura 17 – Projeto de subsistema de captação conforme método da


esfera rolante

Um sistema de proteção contra relâmpagos pode também incluir


componentes para prevenir danos causados por efeitos indiretos dos
relâmpagos como supressores de surtos. A atividade de relâmpagos próximos a
um local, incluindo relâmpagos dentro das nuvens e entre nuvens, pode causar
surtos de tensão, conhecidos como sobretensões ou transientes, que podem
afetar linhas de tensão, cabos telefônicos ou de dados, e instrumentação em
geral.

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Os surtos de tensão são aumentos momentâneos na tensão normal de
um sistema, causados pelos efeitos eletromagnéticos associados aos
relâmpagos. Os supressores de surtos podem ser adicionados a um sistema de
proteção contra relâmpagos para proteger os equipamentos eletrônicos contra
sobretensões. Existem diversos tipos de supressores, entre eles centelhadores
a ar, centelhadores a gás, varistores e diodos zener. Em várias aplicações é
necessário o uso combinado de mais de um tipo de supressor, formando um
circuito de proteção.

Figura 18 – Para-raios poliméricos e Dispoditivo de proteção contra


surtos – DPS.

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Figura 19 – Ponto de entrega Amazonas Energia

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Para evitar acidentes com relâmpagos as seguintes regras de proteção pessoal,
listadas abaixo, devem ser seguidas:
1. Se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante
as tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário. Nestes
casos, procure abrigo nos seguintes lugares:
 Carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não
conversíveis;
 Em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra
raios;
 Em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis, em grandes
construções com estruturas metálicas, ou em barcos ou navios metálicos
fechados.
2. Se estiver dentro de casa, evite:
 Usar telefone com fio ou celular ligado à rede elétrica (utilize telefones
sem fio);
 Ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas;
 Tocar em qualquer equipamento elétrico ligado à rede elétrica.
3. Se estiver na rua, evite:
 Segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca e tripés;
 Empinar pipas e aeromodelos com fio;
 Andar a cavalo;
4. Se possível, evite os seguintes lugares que possam oferecer pouca
ou nenhuma proteção contra raios:
 Pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou
barracos;
 Veículos sem capota, tais como tratores, motocicletas ou bicicletas;
 Estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica.
5. Se possível, evite também certos locais que são extremamente
perigosos durante uma tempestade, tais como:
 Topos de morros ou cordilheiras;
 Topos de prédios;
 Áreas abertas, campos de futebol ou golfe;
 Estacionamentos abertos e quadras de tênis;
 Proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
 Proximidade de árvores isoladas;

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 Estruturas altas, tais como torres, linhas telefônicas e linhas de energia
elétrica.
6. Se você estiver em um local sem um abrigo próximo e sentir que
seus pelos estão arrepiados, ou que sua pele começou a coçar, fique
atento, já que isto pode indicar a proximidade de um raio que está
prestes a cair. Neste caso, ajoelhe-se e curve-se para frente,
colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não fique
deitado.

4.3 – Choques elétricos;

O choque elétrico pode ser definido como o conjunto de perturbações de


natureza e efeitos diversos que se manifestam no organismo humano ou
animal, quando este é percorrido por corrente elétrica. As manifestações
relativas ao choque elétrico, dependendo das condições e intensidade da
corrente elétrica, podem variar de ligeiras contrações superficiais até violentas
contrações musculares que podem provocar a morte. Até ocorrer a morte
propriamente dita, o indivíduo passa por vários estágios e outras
consequências.
O choque elétrico pode ser dividido em duas categorias que serão choque
estático e choque dinâmico.
Choque estático - A resistência orgânica do corpo humano é constituída
de uma impedância composta por uma resistência elétrica associada a um
componente com comportamento levemente capacitivo. O choque estático é
normalmente produzido por descarga eletrostática, ou descarga de um capacitor.
Esse tipo de choque é de pequena duração, o suficiente para descarregar a
eletricidade contida no corpo energizado. Por ser um choque de curta duração
na maioria das suas ocorrências, não apresenta efeitos danosos ao corpo da
vítima.
Um exemplo típico de descarga eletrostática é o de um carro que se move
em clima muito seco, sendo que o atrito com o ar gera cargas elétricas que
acumulam ao longo da estrutura externa do veículo. Dessa forma é criada uma
diferença de potencial entre o carro e o solo e dependendo do acúmulo de cargas

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na estrutura do veículo, há possibilidade de faiscamento ou choque elétrico, no
momento em que o indivíduo tocar a estrutura do carro.

Choque dinâmico
É o que ocorre quando se faz contato com um elemento energizado. Este
choque se dá devido ao:
 Toque acidental na parte viva do condutor (contato direto);
 Toque em partes condutoras próximas aos equipamentos e instalações,
que ficaram energizadas acidentalmente por defeito, fissura ou rachadura
na isolação (contato indireto).
Este tipo de choque é considerado o mais perigosos porque a rede elétrica
mantém o indivíduo energizado continuadamente.

4.4 – Trabalhos em altura e equipamentos especiais;

Padronizações do cinturão tipo paraquedista, com talabarte de segurança


de acordo com altura e estrutura a ser utilizada (cintas abdominais, talabartes e
trava quedas) padronizações de suas máquinas e equipamentos com seu
manual de procedimentos (português) e na sua utilização (como limite de
abertura carga instalada e condições de uso).
As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de
partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de
acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.
Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam máquinas e equipamentos
devem ser vistoriados e limpos, sempre que apresentarem riscos provenientes
de graxas, óleos e outras substâncias que os tornem escorregados. As áreas de
circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos devem ser
dimensionados de forma que o material, os trabalhadores e os transportadores
mecanizados possam movimentar-se com segurança.
As máquinas e os equipamentos de grandes dimensões devem ter escadas
e passadiços que permitam acesso fácil e seguro aos locais em que seja
necessária a execução de tarefas.

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5. REGRAS GERAIS PARA TRABALHO NO SEP

Todo e qualquer trabalho a ser executado, tanto pelos colaboradores, bem como
pela contratada e/ou prestadora de serviços sobre área produtiva, deve possuir
prévia autorização da fabricação.
1. O local deverá ser sinalizado através de placas indicativas e ser feito um
isolamento para prevenir acidentes com transeuntes ou pessoas que estejam
trabalhando embaixo. Ex.: Cuidado - Homens trabalhando acima desta área.
2. É obrigatório o uso do cinto de segurança para trabalhos em altura superior a
2 metros.
3. O transporte do material para cima ou para baixo deverá ser feito
preferencialmente com a utilização de cordas em cestos especiais ou de forma
mais adequada.
4. Materiais e ferramentas não podem ser deixados desordenadamente nos
locais de trabalho sobre andaimes, plataformas ou qualquer estrutura elevada,
para evitar acidentes com pessoas que estejam trabalhando ou transitando sob
as mesmas.
5. As Ferramentas não podem ser transportadas em bolsos; utilizar sacolas
especiais ou cintos apropriados.
6. Todo trabalho em altura deverá ser previamente autorizado pelo SESMT da
empresa contratante.
7. Somente poderão trabalhar em alturas os empregados que possuírem a
"Autorização para Trabalho em Alturas". Que será emitida com a apresentação
de atestado médico capacitando-o para tal. Exames esses que devem conter
pressão arterial e teste de equilíbrio. Estão impedidas de trabalhar em alturas
pessoas com histórico de hipertensão ou epilepsia.

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Recomendações para trabalho em altura

 Analisar atentamente o local de trabalho, antes de iniciar o serviço.


 Sob forte ameaça de chuva ou ventos fortes, suspender imediatamente o
serviço.
 Nunca andar diretamente sobre materiais frágeis (telhas, ripas estuques);
instalar uma prancha móvel.
 Usar cinto de segurança ancorado em local adequado.
 Não amontoar ou guardar coisa alguma sobre o telhado.
 É proibido arremessar material para o solo, deve ser utilizado
equipamento adequado (cordas ou cestas especiais), caso não seja
possível, a área destinada para jogar o material deve ser cercada,
sinalizada e com a devida autorização do SESMT da empresa
Contratante.
 Usar equipamento adequado (cordas ou cestas especiais) para erguer
materiais e ferramentas.
 Instalações elétricas provisórias devem ser realizadas exclusivamente por
eletricistas autorizados.
 Imobilizar a escada ou providenciar para que alguém se posicione na base
para calçá-la.
 Ao descer ou subir escadas, faça com calma e devagar. Não Improvisar.

Altura

Trabalho em altura é qualquer atividade onde o trabalhador atue acima do nível


do solo e/ou desníveis de pisos.
Para trabalhos com desníveis acima de 2 metros é obrigatório o uso de EPI’s
básicos.
Para a realização de atividades em altura os trabalhadores devem:
 Possuir os exames específicos da função ASO - Atestado de Saúde
Ocupacional;
 Estar em perfeitas condições físicas e psicológicas;

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 Estar treinado e orientado sobre todos os riscos envolvidos.

6. MANOBRAS ELÉTRICAS

Um circuito elétrico é um circuito fechado onde existe uma fonte geradora de


energia elétrica e uma carga que irá consumi-la, tudo isso interligado por
condutores. Dentre os elementos que podem fazer parte deste circuito estão os
dispositivos de manobra.
Dispositivos de manobra são componentes eletromecânicos ou eletrônicos
responsáveis por impedir ou permitir a passagem de corrente elétrica entre a
fonte e a carga através de manobras como desligamento ou acionamento. Nesse
sentido, um dispositivo de manobra comum a todas as pessoas são os
interruptores, responsáveis por impedir ou permitir corrente elétrica da fonte de
energia, no caso a concessionária, até as lâmpadas.
Além dos interruptores, outro componente comum que cumpre a função de
manobra é o disjuntor, que além de ligar e desligar circuitos, ainda acumula a
função de proteger os mesmos.
Os dispositivos de manobra fazem parte do controle de um circuito, assim os
circuitos elaborados são constituídos de fonte, carga, condutores e controle. No
meio da eletricidade industrial, por exemplo, pode-se dizer que os acionamentos
de máquinas elétricas, seja através de comandos elétricos ou da automação
industrial, são uma elaboração de circuitos de manobras em vários níveis.
No sistema elétrico de potência equipamentos de manobra também tem a
mesma função citada acima, porém como as correntes elétricas estão em termos
de dezenas de milhar, os equipamentos que serão destinados à manobra
deverão conter câmaras corta arco elétrico, por este motivo a manobra elétrica
deverá ocorrer principalmente em disjuntores de média tensão, pois são os
elementos no circuito, de média tensão, que sempre tem este tipo de estrutura,
bem como, o mesmo é dotado de reservatório com algum tipo de elemento
isolante.

40
6.1 – Execução de Manobra elétrica;

1. O executante deve estar em condições físicas aceitáveis, não estar sob


efeito de álcool e/ou drogas;
2. Deverá assinar a Permissão de Trabalho (PT) e conhecer através da
análise preliminar de risco (APR) todos os riscos envolvidos na atividade;
3. Isolar a área;
4. Inspecionar os equipamentos de manobra, que são:
 Vara de manobra;

Figura 20 – Vara de manobra seccionável e vara de


manobra telescópica

41
 Luva isolante;

Figura 21 – luva de média tensão e tabela de cores e


tensão máxima de uso;

42
 Detector de Média tensão;

Figura 22 – Detector de contato e detector por


aproximação;

43
 Aterramento de rede;

Figura 23 – Aterramento de média e/ou baixa tensão e


aterramento e aterramento para linhas de distribuição;

44
 Tapete isolante;

Figura 24 – Tapete isolante e tabela de cores e de


tensão máxima de uso;

45
5. Inspecionar os equipamentos de proteção individual, que são:
 Bota de eletricista com biqueira de policarbonato;

Figura 25 – Bota de segurança para eletricista

46
 Capacete para eletricista;

Figura 26 – Capacete e tabela de classe para capacete;

47
 Farda anti-chama;

Figura 27 – Capacete e tabela de classe para capacete;

48
 Cinturão de segurança tipo paraquedista;

Figura 29 – Cinturão de segurança tipo paraquedista, se


necessário for;

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6. Conhecer a instrução de trabalho e seguir a mesma rigorosamente;
7. Executar a manobra;
8. Medir tensão (Detector de tensão) em todas as fases, para verificar
inexistência da mesma;
9. Aterrar todas as fases;
10. Bloquear todas as formas de uma eventual religação acidental;
11. Aplicar etiqueta de bloqueio, com nome da pessoa que bloqueou e data
do bloqueio;

Figura 30 – Capacete e tabela de classe para capacete;

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