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ENG.

GLAUBER MAURIN

DESVENDANDO - O PIE
PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS – NR 10.

Glauber Maurin 1
DESVENDANDO O PIE – PRONTUÁRIO DAS
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – NR 10

Realização:

Eng. Glauber Maurin


eletroAlta serviços elétricos ltda.
(16) 3615-3601
maurin@eletroalta.com.br
www.eletroalta.com.br

© DIREITOS RESERVADOS

2 Desvendando o PIE da NR 10
Glauber Maurin 3
Dedicatória:

Claro que primeiro ao meu DEUS é que dedico por esta oportunidade.
Dedico também a minha família que com sua paciência e carinho
possibilitou-me os estudos e a autoria deste livro e especialmente ao meu
avô Arlindo Naliati (in memorian).

4 Desvendando o PIE da NR 10
“Um dia aprendi que sonhos existem para tornar-se realidade. E, desde
aquele dia, já não durmo para descansar. Durmo simplesmente para
sonhar. ”
- Wall Disney

Glauber Maurin 5
SUMÁRIO
1. CONCEITOS SOBRE A NR 10 ................................................. 12
2. A SENSIBILIZAÇÃO DA DIRETORIA:................................. 15
3. ELEMENTOS DO PIE: .............................................................. 18
CUMPRIMENTO REQUISITOS LEGAIS, CONFORME NR 10: ............... 18
ADIÇÃO DE COMPONENTES IMPORTANTES: ...................................... 19
4. SISTEMA DE ARQUIVAMENTO E MANUTENÇÃO DO PIE:
21
5. DISPONIBILIDADE DOS DOCUMENTOS AOS
ENVOLVIDOS: ..................................................................................... 23
6. INICIANDO SEU PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS .......................................................................................... 24
EBM - EMPRESA BRASILEIRA DE MODELO S.A. .................................. 24
DEFINIÇÕES PREVIAS DO NOSSO PIE: ................................................... 25
Como arquivarei? .................................................................................... 26
Como vou organizar os documentos para ficar fácil de encontrar? ........ 26
O que devo ter no nosso PIE? .................................................................. 27
7. DOCUMENTAÇÕES QUE COMPÕEM O PIE -
PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: .............. ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.
PASTA 1- ÍNDICE, COMPETÊNCIAS E AUTORIZAÇÕES.ERRO! INDICADOR
NÃO DEFINIDO.
Índice ou Matriz de documentos: ................. Erro! Indicador não definido.
Responsabilidade pelo PIE: ........................... Erro! Indicador não definido.
Responsabilidade pelas instalações elétricas:Erro! Indicador não definido.
Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados. ......... Erro!
Indicador não definido.
Treinamentos NR 10 ..................................... Erro! Indicador não definido.
Autorizações: ................................................ Erro! Indicador não definido.
PASTA 2 – PROCEDIMENTOS. .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

6 Desvendando o PIE da NR 10
Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das
medidas de controle existentes .....................Erro! Indicador não definido.
ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E
INDIVIDUAL E O FERRAMENTAL: ...................Erro! Indicador não definido.
DESENERGIZAÇÃO: ........................................Erro! Indicador não definido.
EXTRA BAIXA TENSÃO: ..................................Erro! Indicador não definido.
EPC – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA: ....... Erro! Indicador não
definido.
EPI – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL: ..... Erro! Indicador não
definido.
ESPECIFICAÇÃO DE EPC, EPI E FERRAMENTAL:Erro! Indicador não definido.
DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA EMERGÊNCIAS:Erro! Indicador não
definido.
TERCEIRIZADAS: ............................................Erro! Indicador não definido.
PASTA 3 – RELATÓRIO TÉCNICO DE INSPEÇÃO ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO.
RELATÓRIO TÉCNICO DAS INSTALAÇÕES ATUALIZADAS COM
RECOMENDAÇÕES, CRONOGRAMAS DE ADEQUAÇÕES:Erro! Indicador não
definido.
CRONOGRAMA DE ADEQUAÇÃO: .................Erro! Indicador não definido.
PASTA 4 – DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA DO SPDA (SISTEMA DE
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS).ERRO! INDICADOR
NÃO DEFINIDO.
Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos: ...... Erro! Indicador não
definido.
Registro com valores de medições de resistência de aterramento anteriores
......................................................................Erro! Indicador não definido.
PASTA 5 - DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA DE INSTALAÇÕES EM ÁREAS
CLASSIFICADAS: ......................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
CERTIFICAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS EM ÁREAS
CLASSIFICADAS: .............................................Erro! Indicador não definido.
PASTA 6 – SELETIVIDADE, CURTO – CIRCUITO E ARC FLASHERRO! INDICADOR
NÃO DEFINIDO.
Os limites de Arc Flash ..................................Erro! Indicador não definido.
VESTIMENTAS: ..............................................Erro! Indicador não definido.

Glauber Maurin 7
PASTA 7 – MANUTENÇÃO ........................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
Manutenção Preventiva: .............................. Erro! Indicador não definido.
Manutenção corretiva: ................................. Erro! Indicador não definido.
Manutenção como medida de controle de risco: ......... Erro! Indicador não
definido.
PASTA 8 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL........ ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.
Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de
proteção individual e coletiva: ..................... Erro! Indicador não definido.
CERTIFICAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E
INDIVIDUAL: ................................................. Erro! Indicador não definido.
PASTA 9 – ESQUEMAS ELÉTRICOS. .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
Diagrama Unifilar: ........................................ Erro! Indicador não definido.
Esquemas Elétricos: ...................................... Erro! Indicador não definido.
8. PRAZOS E REVISÕES:ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
A REVISÃO DOS ELEMENTOS CONSTANTES DO PIE: ..... Erro! Indicador não
definido.
9. COMO DE COMPORTAR EM UMA AUDITORIA: .... ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.
10. PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS:........ ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.
PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS PELA NR 10. ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO.
PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS PELA ABNT NBR 5410. ......... ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.
11. ADEQUAÇÕES EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: .... ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.
FALTA DE ADVERTÊNCIAS:.......................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
POSSIBILIDADE DE BLOQUEIO: .................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS .......................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
IDENTIFICAÇÃO DE CIRCUITOS. ................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
CORES DE CONDUTORES: ............................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
GUARDA DE OBJETOS EM SÍTIOS ELÉTRICOS.ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
FALTA DE PROTEÇÃO CONTRA CONTATOS DIRETO: ....... ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO.

8 Desvendando o PIE da NR 10
IMPROVISOS OU FALTA DE CONHECIMENTO TÉCNICO: .. ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO.
FALTA DE PROTEÇÃO SUPLEMENTAR ATRAVÉS DE DR: ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO.
FALTA DE ATERRAMENTO EQUIPOTENCIAL: ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
RISCOS ADICIONAIS: ................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO APR ........................................................... 114
FALTA DE MANUTENÇÃO ADEQUADA: ........................................................... 115
FALTA DE PROTEÇÃO BÁSICA: ....................................................................... 117
12. RESPONSABILIDADES: ........................................................ 119
13. DEFINIÇÕES E ABREVIATURAS: ...................................... 124

Glauber Maurin 9
INTRODUÇÃO:
Com a revisão da Norma Regulamentadora número 10 do Ministério do
Trabalho e Emprego, muito se têm dito e muito mais ainda dúvidas foram criadas
neste assunto.
Este trabalho tenta esclarecer algumas destas dúvidas, de uma maneira mais
prática em que um profissional da área elétrica possa realizar sua árdua tarefa de
“ORGANIZAR E MANTER O PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS” de sua empresa.
A partir da portaria do MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO n º 598
de 07.12.2004, a Norma Regulamentadora NR 10 foi revisada e os trabalhadores que
interagem, direta ou indiretamente, em instalações elétricas e serviços com
eletricidade passaram a ter estabelecido os requisitos e condições mínimas para
medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir sua segurança e a sua
saúde.
Na grande maioria das instalações elétricas que encontramos em nosso país, o
conhecimento técnico dos profissionais envolvidos vem sendo o fator determinante
nas condições de segurança. Verificamos nitidamente que onde os profissionais que
interagem ou executam os serviços relacionados possuem uma qualificação adequada
(nível técnico apropriado) para a função, às instalações elétricas são executadas e
mantidas dentro das mínimas condições de segurança. O fator econômico vem em
segundo plano, pois mesmo os poucos recursos de investimento devem ser
empregados com qualidade.

10 Desvendando o PIE da NR 10
OBJETIVO:
O conjunto de informações deste livro serve como base para o profissional na
elaboração do PIE - “Prontuário das Instalações Elétricas” da sua empresa.
Lembrando-se que cada empresa possui suas particularidades. Não existe uma
“receita de bolo” a seguir, mas sim o repasse de nossa experiência no assunto para
que o profissional possa dentro das características das suas instalações, seus recursos
disponíveis e dos demais profissionais envolvidos, elaborar e manter o conjunto de
documentos, desenhos e planilhas que compõem seu prontuário.
Para o processo de implantação, outros conhecimentos da NR 10 e normas
técnicas da ABNT são necessários.

Glauber Maurin 11
1. CONCEITOS SOBRE A NR 10
A NR 10 é uma norma trabalhista com o objetivo de garantir a segurança e a
saúde de todos os trabalhadores, tanto os que trabalham diretamente nas manutenções
e operações com energia elétrica, quanto os que a usam para suas atividades no
trabalho.
A NR 10 abrange a segurança em instalações elétricas nos locais de trabalho e
a segurança em serviços em eletricidade.
As primas leis da segurança do trabalho são:
1° - Eliminar o perigo, caso não consiga;
2° - Medidas para redução ou controle do risco no âmbito coletivo, caso isso
não seja suficiente;
3° - O controle com o uso de EPI - Equipamentos de Proteção Individual.
Quando o assunto é eletricidade, dificilmente imaginamos a eliminação do
perigo, isto é, como seria não possuir a eletricidade em nossas vidas?
Neste mundo moderno, cada vez mais somos dependentes dela. Cada vez mais
utilizamos a corrente elétrica para mover a nossa economia e conforto. Então, nos
cabe a adoção das medidas de controle para minimizar o seu risco.
O choque elétrico é o efeito que mais ajuizamos, mas a eletricidade também
pode causar queimaduras devido ao arco elétrico, radiações eletromagnéticas e outros
riscos adicionais ligados ao trabalho, entre eles, quedas, ferimentos, picadas de
animais peçonhentos etc.
As instalações elétricas nos locais de trabalho deverão ser adequadas às
características do local, as atividades exercidas e os equipamentos utilizados. Em
particular, as medidas de proteção e componentes da instalação devem ser
selecionadas de acordo com as influências externas, tais como:
 As competências das pessoas que usam a instalação: pessoas
inadvertidas, crianças, incapacitados, advertidos, qualificados;
 Contato das pessoas com a potencial referência “terra” local: locais
condutivos ou não condutivos, contato provável, contato
permanente etc.;
 Influências ambientais: a presença de água (umidade, vapores,
chuvas etc.), a presença de corpos sólidos (poeira, fagulhas etc.);

12 Desvendando o PIE da NR 10
 Natureza das matérias processadas ou armazenadas: áreas
classificadas (inflamáveis ou explosivas);
 Resistência elétrica do corpo humano: seca, úmida, molhada,
imersa;
 E, qualquer outro fator que possa incrementar significativamente o
risco elétrico ou outros riscos adicionais;

Figura 1 -Proteção de partes energizadas para manutenção em espaço seguro.

A NR 10 estabelece os princípios gerais de segurança, deixando para as


NORMAS TÉCNICAS as regras específicas das instalações elétricas.

Glauber Maurin 13
No Brasil, o órgão oficial das normas técnicas brasileiras é a ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas. As principais normas relativas às
instalações elétricas no nosso país são:
a) ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão;
b) ABNT NBR 14039 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 KV a
36,2 KV;
c) ABNT NBR IEC 60079-14 - Instalações elétricas em atmosferas
explosivas;
d) ABNT NBR 13534 - Instalações elétricas em estabelecimentos
assistenciais de saúde - Requisitos para segurança;
e) ABNT NBR 13570 - Instalações elétricas em locais de afluência de
público - Requisitos específicos;
f) ABNT NBR 14639 - Posto de serviço - Instalações elétricas.
g) ABNT NBR 5419 – Proteção de Estruturas Contra Descargas
Atmosféricas
No caso de nenhuma norma técnica oficial brasileira cumprir este papel,
deve-se remeter às normas técnica internacionais.

ZONA DE RISCO –
Figura 2 - Zona de Risco e Zona de Controle.
DISTÂNCIA MINIMA
ALTO RISCO DE ARCO
ELÉTRICO

PONTO ENERGIZADO
ZONA DE RISCO

ZONA DE CONTROLE -
MARGEM DE
ZONA CONTROLADA SEGURANÇA PARA
MOVIMENTOS
INVOLUNTÁRIOS

14 Desvendando o PIE da NR 10
2. A SENSIBILIZAÇÃO DA DIRETORIA:
Tudo começa com o comprometimento da alta direção. Os superiores
corroborando com a segurança na empresa é de fundamental importância para o
sucesso do trabalho.
“O segredo da existência humana consiste não somente em viver, mas
ainda encontrar o motivo para viver” - Dostoievski.
A motivação, ainda é um grande desafio para as empresas, e cada vez mais deve
ser preocupação, pois é o combustível que nos faz funcionar.
Por meio da motivação, há melhoria nos processos internos, dos produtos,
envolvimento e comprometimento.
Quando a empresa realiza pesquisa de satisfação, é visível que a produtividade
aumenta, quando as pessoas são motivadas de forma particular, através do
desenvolvimento de suas capacidades, do reconhecimento dos objetivos, das tarefas
e de seu valor, tanto por parte da chefia como pelo grupo que pertence. Não se
esquecendo da recompensa através do seu salário, premiações, entre outras coisas etc.
Hoje, o valor do trabalho está passando por transformações e sofrendo uma
quebra de seus paradigmas.
Quando há o envolvimento da alta direção, dando importância ao trabalho,
cobrando prazos e metas, nos faz “girar a roda”, nos mantém motivados.
Nada mais básico para criar o envolvimento da alta direção do que mostrar os
números (dinheiro) e a responsabilidade que a ausência deste trabalho pode causar.
Multas, acidentes de trabalho etc. Além do gasto monetário direto, causam outras
perdas que chegam a ser desmesuradas, como: custas advocatícias, perícias,
multiplicação de ações trabalhistas pelo mesmo fator causador, baixa produtividade,
perda de capacidade de produção, marca da empresa atrelada as más notícias, perda
de valor de ações da empresa, publicidade negativa etc.
Os números, a PORTARIA Nº 126, DE 3 DE JUNHO DE 2005, publicada no
DOU de 06.06.2005, inclui no Anexo II da NR-28 os códigos de ementa e as
respectivas infrações para os subitens da NR 10. Se uma empresa for auditada e não
possuir nenhum dos elementos que formam o PIE, isto é, não cumprir os itens: 10.2.1
a 10.2.7, 10.8.1 a 10.8.8.1, pode receber multas em torno de R$ 32.764,00
(março/2017). Com prazo para a regularização e novas auditorias posteriormente. Se
a auditoria for motivada por um acidente ocorrido, a mão ficará ainda mais pesada.

Glauber Maurin 15
A empresa sofrerá um processo civil e/ou criminal. Como a empresa não vai
para a cadeia, são seus representantes que serão intimados. Tem maior fator
motivacional para a alta direção.
Seu papel é levar a informação e gerar a necessidade, você deverá cumpri-lo e
se resguardar de uma corresponsabilidade, registrando tudo, afinal quem não sabe do
dito popular: “A corda sempre quebra no lugar mais fraco”!

Tabela 1 - Multas pela falta do PIE


Item da NR 10 MULTA
Ministério do
REQUISITO
(Infração) Trabalho e
Emprego (M.T.E.)
UFIR = de 2.252 a
10.2.4 FALTA de Prontuário de Instalações Elétricas
6.304
De R$4.362,57 a
(I4) (Para carga instalada superior a 75 KW)
R$12.212,11
UFIR = de 1.129 a
10.2.4.b
3.284
Prontuário SEM Laudo SPDA
De R$2.187,10 a
(I2)
R$6.361,76
UFIR = de 1.129 a
10.2.4.d
FALTA de documentação comprobatória dos 3.284
treinamentos realizados sobre a NR-10 De R$2.187,10 a
(I2)
R$6.361,76
UFIR = de 2.252 a
10.6.1.1
FALTA de Treinamento para trabalhos com 6.304
instalações elétricas energizadas De R$4.362,57 a
(I4)
R$12.212,11
UFIR = de 2.252 a
10.7.2 FALTA de Treinamento, específico em
6.304
segurança no Sistema Elétrico de Potência
De R$ 4.362,57 a
(I4) (SEP).
R$12.212,11
UFIR = de 2.252 a
10.8.8 FALTA de treinamento específico sobre os
6.304
riscos decorrentes do emprego da energia
De R$ 4.362,57 a
(I4) elétrica
R$12.212,11
FALTA de treinamento de RECICLAGEM bienal, UFIR = de 1.129 a
10.8.8.2
ou seja, a cada 2 anos. 3.284

16 Desvendando o PIE da NR 10
De R$2.187,10 a
(I2)
R$6.361,76
UFIR = de 1.129 a
10.8.8.2.a
FALTA de treinamento por troca de função ou 3.284
mudança de empresa De R$2.187,10 a
(I2)
R$6.361,76
UFIR = de 1.129 a
10.8.8.2.b FALTA de treinamento por retorno de
3.284
afastamento ao trabalho ou inatividade (>3
De R$2.187,10 a
(I2) meses)
R$6.361,76
FALTA de treinamento por modificações UFIR = de 1.129 a
10.8.8.2.c
significativas nas instalações elétricas ou 3.284
trocam de métodos, processos e organização De R$2.187,10 a
(I2)
do trabalho. R$6.361,76
10.2.4.g
UFIR = 1.691 a
FALTA de Laudo de Instalações Elétricas
4.929
(I3)

Glauber Maurin 17
3. ELEMENTOS DO PIE:
O PIE pode ser mantido organizado e arquivado por meio eletrônico e/ou físico,
isto é, no computador ou impresso. E, deverá estar à disposição de funcionários e
fiscalizações.
Quando a empresa já possui um sistema de Gestão de Documentos, atrelado a
um programa de Gestão da Qualidade é eficaz cultivarmos a organização do PIE junto
a este sistema na empresa, facilitando e muito a sua vida.
Devemos ter em mente que o PIE não deve ser formado apenas para cumprir
exigências legais, eximindo-nos de responsabilidades em possíveis auditorias da
DRT (delegacia regional do trabalho). Carecemos sempre de pensar que o PIE deve
cumprir, sim, o papel de melhorar a segurança dos trabalhadores envolvidos e a
confiabilidade das instalações elétricas, contribuindo como valor agregado e não só
a custos.
O alvo final é a “CERTIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS”,
conforme a NBR 5410 e a Portaria 51 (08/01/2014) do INMETRO recomenda, que
por enquanto é voluntária, recomendam.

CUMPRIMENTO REQUISITOS LEGAIS, CONFORME


NR 10:
A NR 10 definiu o conteúdo mínimo para a composição do PIE, mas isso
depende de cada empresa, em função de sua complexidade e das características das
suas instalações elétricas, e também do nível de exigências de seu sistema de gestão
da qualidade.
Cada elemento tem seu papel para que uma empresa possa programar com
sucesso e eficácia um sistema de gerenciamento em segurança e saúde no trabalho
bem-sucedido.
A empresa deve tomar as providências necessárias para garantir que os
elementos do PIE sejam mantidos atualizados e aplicáveis aos fins para os quais
foram criados. Ainda, para garantir a eficácia necessária o PIE deve ter suas
informações repassadas aos trabalhadores envolvidos e estar disponível para
consultas.
O mínimo que o prontuário deverá conter, para atender aos requisitos legais,
em particular a NR 10, está apontado nos seus itens 10.2.3 e 10.2.4 da NR 10, que
são:

18 Desvendando o PIE da NR 10
 Diagrama unifilar – “esquemas unifilares atualizados das instalações
elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de
aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção”.
 Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e descrição das medidas de controle
existentes;
 Documentação das inspeções e medições do SPDA - Sistema de Proteção
Contra Descargas Atmosféricas e aterramentos elétricos;
 Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o
ferramental usado nas atividades em instalações elétricas;
 Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de
proteção individual e coletiva;
 Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
 Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;
 RTI’s – Relatórios Técnicos das Inspeções, atualizados com as
recomendações para regularização;
 Cronogramas de Adequações;
Para empresas que possuem instalações no SEP – Sistema Elétrico De Potência
deverá ainda, incluir:
 A descrição dos procedimentos para emergências;
 Certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

ADIÇÃO DE COMPONENTES IMPORTANTES:


Além do cumprimento dos quesitos legais, o PIE deverá exercer, também o
papel de melhoria da segurança das pessoas que interagem direta ou indiretamente
com as instalações elétricas e da confiabilidade dos sistemas elétricos.
Partindo do seguinte princípio: em uma situação de manutenção corretiva de
emergência, é comum a pressão sobre os trabalhadores envolvidos para redução do
tempo de parada e retorno à produção. Nesta coação, os procedimentos podem ser
“by passados”, o uso correto de EPI e EPC é deixado de lado, a calma é substituída
pela adrenalina. Os erros são mais comuns durante estes momentos.
Então, estes momentos de agitação devem ser diminuídos com uma maior
participação de uma manutenção preventiva e preditiva. Tendo este foco estamos
admitindo mais uma medida de controle de risco. É bem melhor trabalhar com uma
prévia e precisa programação de tarefas, com tempo e planejamento das atividades,
com recursos suficientes (desenergizações, material, ferramental, EPI e EPC).

Glauber Maurin 19
Ex.: “Encontrar um ponto de aquecimento em uma conexão de um contator e
regularizá-lo em uma parada programada com as demais áreas é bem mais seguro
do que aquela “correria” para a substituição do contator danificado durante aquele
dia que temos de cumprir a meta de produção e com toda a chefia olhando o que
você está fazendo. A pressão é grande! ”
Então, orientamos que se incluam os seguintes componentes ao PIE, como
medidas de controle de risco:
 Plano de manutenção preventiva ou preditiva dos equipamentos elétricos:
o Relatório de inspeção termográfica das instalações elétricas, com
plano de regularização;
o Relatório (s) de Análise (s) de óleo mineral isolante;
o Registro de inspeção visual de rotina em ambientes elétricos;
o Relatório de manutenção preventiva de subestações;
 Esquemas atualizados de quadros elétricos;
 Planilha com relação de cargas instaladas, regulagem e valores de
dispositivos de proteção, por CCM ou Subestação;
 Relatório de estudo de nível de curto circuito, coordenação e seletividade
das instalações;
 Laudo de emissões eletromagnéticas e/ou eletricidade estáticas;
 Outros documentos podem ser requeridos e anexados ao PIE conforme as
características de cada instalação.

20 Desvendando o PIE da NR 10
4. SISTEMA DE ARQUIVAMENTO E
MANUTENÇÃO DO PIE:
O prontuário poderá ser mantido com impressões em papel, armazenado em
arquivos e/ou pastas ou em arquivos em mídia digital no computador, ou o que é
mais comum, mantido em ambos.
O que não vale é se perder em meio a tantos documentos. Meios físicos
(impressos) são facilmente manuseáveis para uma empresa de pequeno e médio
porte, que não tenha tanta alteração de processo ou instalações.
Agora, imagine uma empresa como a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional.
Um entra e sai de funcionários no setor de manutenção, vencimentos diferentes de
uma gama enorme de certificados de conclusão de curso, emissão de certificados de
testes de isolação de equipamentos isolantes, alteração de esquemas elétricos
constantes etc., etc.
Nestes casos, haverá a necessidade de um software completo de controle de
documentos, delegando responsabilidades para várias pessoas na função de
mantenedor do PIE por áreas ou processos de produção.
Seu trabalho ficará mais fácil se o PIE fizer parte integrante de um SGI -
Sistema de Gestão da empresa.

Figura 3 - Arquivamento do PIE.

Exemplos: Uma rotina automática para controle de funcionários: ao entrar um


novo funcionário, o departamento de pessoal, providenciará as suas documentações

Glauber Maurin 21
em conformidade com os parâmetros que você informou no procedimento e
disponibilizará cópias digitalizadas no banco de dados do servidor. Assim qualquer
alteração no registro da relação dos funcionários ficará automática.
Normalmente as empresas possuem um departamento incumbido de fazer e/ou
manter a calibração dos Instrumentos de Medição e Controle, já em funcionamento e
com os recursos mínimos necessários a um controle de documentos. Nada mais
prático de que delegar a eles o monitoramento dos certificados de testes de isolação
de ferramentas, EPC ou EPI.
Ordens de serviços, APR’s, Cartão de Bloqueios etc. São registros de
procedimentos implementados. Estes são evidências do cumprimento de
procedimentos do PIE. São produzidos automaticamente, pelos colaboradores,
suporte dos técnicos de segurança do trabalho, responsáveis pelos equipamentos ou
áreas etc. Não necessariamente mantido no PIE, mas sim, no sistema de
gerenciamento da manutenção, na formação de relatório de histórico de
equipamentos, por exemplo.
A elaboração, revisão e manutenção dos diagramas unifilares e demais
esquemas poderão estar sob a responsabilidade do setor de manutenção elétrica ou
engenharia, esta responsabilidade deverá ser formalizada em procedimento.
Como podemos ver, a maior parte do penoso trabalho é o da elaboração dos
planos e procedimentos para a manutenção do PIE em funcionamento. O
envolvimento e participação das demais áreas são fundamentais para obter o sucesso
do objetivo.

Figura 4 - PIE - conjunto de documentos.

22 Desvendando o PIE da NR 10
5. DISPONIBILIDADE DOS
DOCUMENTOS AOS ENVOLVIDOS:
A documentação de projeto atualizada deve ficar à disposição dos trabalhadores
autorizados, segundo o item 10.14.4, respeitadas as abrangências, limitações e
interferências nas tarefas.
Esta exigência da NR 10, que estabelece a permanente disponibilidade da
documentação de projeto aos trabalhadores autorizados. É de fundamental
importância para que uma tarefa possa ser realizada com segurança, uma vez que
baseia em uma documentação desatualizada o trabalhador pode realizar manobras
indesejadas nas instalações elétricas, comprometendo com isto a sua segurança e a
de outras pessoas.
Desta forma podemos dizer que os esquemas unifilares, trifilares etc., deverão
estar ao alcance dos olhos, isto é, das mãos dos profissionais autorizados. Como estes
profissionais estão sempre em movimento passando por diversas áreas da empresa,
deve-se pensar em uma maneira destes documentos estarem próximo aos locais
suficientemente perto para que antes da tarefa o autorizado busque estas informações,
mas sem estar tão perto, como dentro de quadros elétricos. Não podemos manter
desenhos dentro de quadros elétricos, uma vez que só o fato de abrir a porta para
colher estas informações podemos expor a riscos desnecessários, além disso, é
considerado um objeto, que no item 10.4.4.1 proíbe a guarda.
Procedimentos devem estar à disposição para consultas sempre que necessário.
Comumente os mantemos em uma pasta técnica no setor de manutenção. Tendo o
cuidado para não deixar um documento obsoleto ou fora da revisão perdido. E, sobre
procedimentos, vale lembrar que toda a emissão ou revisão deverá ser precedida de
um treinamento aos envolvidos, formalizado com um registro (assinatura).
Os demais documentos, não há necessidade de estar à disposição direta aos
empregados, mas a disposição para consultas rápidas de supervisores, SESMT,
representante do PIE e principalmente se mostrarem organizados durante uma
auditoria.

Glauber Maurin 23
6. INICIANDO SEU PRONTUÁRIO DAS
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
EBM - EMPRESA BRASILEIRA DE MODELO S.A.
Aqui apresentaremos uma maneira simples, mas eficiente de formação de um
PIE para uma empresa comum.
Imaginemos nossa empresa como uma indústria qualquer alimentada e com
medição na alta tensão (13,8 KV), distribuição interna em rede aérea e subterrânea
até um posto de transformação com capacidade de 2x750 KVA, rede de baixa em
380/220 V. por eletrocalhas e leitos aparentes.
Dois QGBTS que são alimentados pelos transformadores cada um contendo um
disjuntor aberto de proteção geral e diversas chaves seccionadoras com fusíveis NH
para proteção de cada equipamento ou CCM.
Nossa empresa fictícia possui um departamento de manutenção contendo cinco
profissionais eletricistas coordenados por um supervisor de manutenção geral.

Figura 5 Prontuário das Instalações Elétricas.

A indústria conta ainda com um sistema de armazenagem de GLP (gás


liquefeito de petróleo) para empilhadeiras, um depósito de produtos químicos
inflamáveis, um tanque de combustível para caldeiras com sistema de carga por
caminhões-tanques.
Pelas informações dadas, nós já observamos que a nossa EBM, possui carga
instalada que demandam um conjunto de 2 transformadores de 750 KVA cada, ou

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seja, a carga instalada é maior que os 75 KW do item 10.2.4 da NR 10, então constituir
e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do diagrama unifilar,
no mínimo:
a) Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das
medidas de controle existentes;
b) Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o
ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
d) Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos
de proteção individual e coletiva;
f) Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas
classificadas;
g) Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações,
cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.
Mesmo aqui apresentando um modelo de prontuário a seguir, os elementos, isto
é, os documentos a compô-lo possuem algumas características que para o dia a dia
de uma empresa fica realmente complicado e causa um desvio daquilo que é o
objetivo de um bom departamento de manutenção de uma empresa: “manter os
equipamentos e processos em funcionamento correto”.
A diretoria da EBM, com este pensamento fez a escolha de contratar uma
terceirizada especializada para compor o PIE e assim atender na integra a NR 10.
Outra justificativa é que a atual revisão da NR 10 é de 2004, isto é, os profissionais
da empresa tiveram 10 anos e ainda não conseguiram atender em completo, apesar
de muito esforço. A situação atual é no máximo manter os treinamentos em dia, o uso
de uma vestimenta de 8,9 cal/cm² nos eletricistas e alguns policarbonatos nos quadros
elétricos.
Então a eletroAlta engenharia ltda foi contratada pela EBM para a tarefa
inicial de formar o seu PIE com todos os elementos requeridos pela norma
regulamentadora número 10 do ministério do trabalho e emprego.
E assim começa nossa aventura....

DEFINIÇÕES PREVIAS DO NOSSO PIE:

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Como arquivarei?
Como explicamos anteriormente, o sistema de arquivamento poderá ser através
de meios físicos, isto é, pastas que conterão os documentos impressos ou por meio
eletrônico, as pastas virtuais que contém documentos digitalizados e armazenadas em
um banco de dados.
Na nossa EBM, decidimos por armazenar em pastas físicas que permanecerão
em uma prateleira na sala do supervisor de manutenção. Então, os documentos ficarão
à disposição em meios físicos.
Como temos somente cinco profissionais eletricistas, decidimos manter as
cópias da documentação comprobatória destes profissionais junto ao PIE e não no
RH, assim ficamos com tudo a mão.

Como vou organizar os documentos para ficar fácil de


encontrar?
Realmente para um profissional acostumado a somente “pegar na ferramenta”,
lidar com papelada é complicado.
Ao lermos todos os itens que devem compro um PIE, o profissional já fica
imaginando a grande complicação em obter os elementos, depois guardá-los de forma
que fica fácil encontrar quando solicitado por exemplo um resultado de teste de
isolação elétrica de um EPI.
Por isso, antes de tudo é bom pensarmos na quantidade e no tamanho de cada
pasta que comporá nosso PIE etc. e então iniciarmos a definição de um procedimento
administrativo.
Este procedimento depois de revisado e aprovado, será a receita para qualquer
profissional gerir e encontrar qualquer documento.
Em nossa EBM, definimos por um conjunto de nove pastas tipo Z, espessura
em torno de cinco centímetros. Estas pastas foram numeradas em sequência, e assim
foram nomeadas.
 PASTA 1- ÍNDICE, COMPETÊNCIAS E AUTORIZAÇÕES;
 PASTA 2 – PROCEDIMENTOS
 PASTA 3 – RTI (RELATÓRIO TÉCNICO DE INSPEÇÃO)
 PASTA 4 - DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA DO SPDA (SISTEMA DE
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS) CONTENDO O
EXIGIDO PELA NBR 5419:

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 PASTA 5 - DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA DE INSTALAÇÕES EM
ÁREAS CLASSIFICADAS:
 PASTA 6 – SELETIVIDADE, CURTO – CIRCUITO E ARC FLASH
 PASTA 7 – MANUTENÇÃO PREDITIVA
 PASTA 8 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E
INDIVIDUAL
 PASTA 9 – ESQUEMAS ELÉTRICOS.

O que devo ter no nosso PIE?

Figura 6 - PIE Digitalizado.


Quais são os elementos que deve integrar o nosso prontuário, como consegui-
los e de quanto em quanto tempo tenho de revisá-lo?
Viu, é uma pergunta mais complexa do que uma simples ementa ou índice de
documentos do PIE.
Para facilitar, criamos um documento base, contendo o nome de cada
documento, a sua data de revisão, a data de vencimento e a sua localização entre as
pastas.
Para esse índice nós da eletro Alta comumente chamamos de MATRIZ DE
DOCUMENTOS.

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Figura 7 - Trabalho em risco.

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO APR


Com o objetivo de criar um hábito no pessoal de manutenção da realização de
avaliação previa dos riscos envolvidos na sua atividade, é comum a implantação de
uma planilha de análise de riscos, com as possibilidades a serem checadas e suas
medidas de controle a ser adotada.

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Figura 8 - Modelo APR eletroAlta (vide anexos).

FALTA DE MANUTENÇÃO ADEQUADA:


Esta não conformidade merecia não só um capítulo, mas sim um livro todo.
A falta de conhecimento técnico talvez seja o fator motivador da depreciação
acelerada das instalações elétricas que ao passar do tempo são viradas e reviradas por
manutentores que correm atrás das falhas.
Antecipar as falhas saindo na frente, seria o correto. Instalações elétricas
também demandam de manutenção preventiva e/ou preditiva.
Estas manutenções de rotina são consideradas como medidas de controle ao
risco pois são realizadas em ambiente favorável, seguindo procedimentos de
segurança, usando EPI e ferramental adequados e não estarão sob as pressões que
uma parada da produção causa.
O item 07 da NBR 5410 trata de manutenção das instalações elétricas que
devem ser adequadas. Citamos algumas atividades de rotina que aumentam
consideravelmente a confiabilidade das instalações elétricas:

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 Termográfia;
 Ultrassom;
 Análise de óleo mineral isolante;
 Manutenção preventiva de subestações elétricas;
 Inspeção de rotina em painéis e quadros elétricos;
É muito comum em nossas inspeções encontramos pontos de instalações
elétricas danificados sem qualquer tratativa nos evidenciando uma ação futura,
Muitas vezes os responsáveis da manutenção até se sobressaltam por não ter
conhecimento do local anteriormente.
Uma inspeção de rotina por profissionais realmente engajados em encontrar e
corrigir qualquer ponto com defeito nas suas instalações é fundamental.
É também comum em instalações que possuem somente manutenção corretiva
nas instalações elétricas, encontrarmos problemas como falta de proteções, tampas
em canaletas, barreiras físicas, troca local de partidas sem nenhuma identificação
condizente etc.

Figura 9- Proteções suprimidas

A pressa, a pressão em voltar a produzir e um pouco de desleixo são fatores que


motivam a situação da foto acima. A retirada de proteções de painéis elétricos para
uma manutenção corretiva e a não recolocação após o conserto e antes de liberar o
equipamento ou linha de produção. Isso vai se acumulando e depois vira uma
condição insustentável que fica mais barato substituir um painel.

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FALTA DE PROTEÇÃO BÁSICA:
Nós identificamos assim as não conformidades especiais como por exemplo
quadros elétricos que possuem um fecho de fácil abertura, como aqueles que se pode
abrir com uma moeda, e internamente existem partes vivas expostas que é possível
tocar.
Para entender, para ser considerado uma proteção efetiva contra choques
elétricos o invólucro (caixa ou painel) somente pode ser aberto com o uso de uma
ferramenta ou chave, assim pressupõe-se que só quem tenha uma ferramenta que
possa abrir um quadro elétrico seja alguém que saiba o que está fazendo, um
advertido.
Quando a condição de fácil abertura é evidenciada, internamente não podemos
ter partes vivas sem proteção, devem ter uma proteção IP2X no mínimo.
Perguntam:
- Então, se trancarmos todos os quadros e painéis resolvem nosso problema?
Respondo:
- Sim e não. Sim, pois afastamos o perigo de um não autorizado abrir um quadro
e se expor a um risco pelo qual ele não foi treinado. Mas, ainda vamos enfrentar o
risco de choque elétrico ou arco elétrico aos mantenedores em painéis ou quadros
elétricos contendo partes vivas expostas.
Aí concluo que o melhor é a adequação interna do painel com a adoção de
componentes IP2X ou a instalação de barreiras de proteção sob partes vivas internas.

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Figura 10 - Painel com fecho de fácil abertura e barramento sem proteção.

Também encontramos instalações onde foi adicionado os “acrílicos” (não


deve ser usado acrílico e sim policarbonato pois este possui ponto de fulgor maior e
maior resistência - o pessoal comumente chama as proteções por barreiras sob partes
vivas de “acrílicos”). Estas proteções devem ser inseridas não aleatoriamente ou uma
única proteção protegendo o quadro inteiro como se fosse uma segunda porta. A
instalação de barreiras deve seguir um planejamento verificando os serviços possíveis
no local. Deve-se evitar uma mesma proteção estar sob o barramento de distribuição
estar também sob os terminais de entrada da chave geral, por exemplo.
A ideia é numa atividade como a de reapertar os parafusos do barramento, iremos
abrir a chave geral, retiramos a barreira de proteção e como ela sendo única os
terminais de entrada da chave estarão sem proteção, oferecendo um risco. Então, o
melhor seria, uma proteção para o barramento e outra para a entrada da chave geral.

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7. RESPONSABILIDADES:
As responsabilidades pelo cumprimento da NR 10 são solidárias entre
empregados e empregadores envolvidos.
É de responsabilidade dos empregadores manterem os trabalhadores
informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos
procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados. Isto
pode ser realizado pela instalação de placas de advertências “PERIGO” em todos os
invólucros (quadros elétricos, portas de subestação etc.). Treinamento de todos os
envolvidos, incluir diálogo sobre as medidas de controle dos perigos elétricos nas
palestras de integração da empresa. Treinamento de reciclagem feito “In Company”
voltado para as medidas de controle adotadas. Treinamento dos procedimentos
criados aos envolvidos.
Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações
e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas. Isto pode
ser feito após a investigação do acidente, verificando a conformidade com o
procedimento e em especial repensando como esta falha poderia ter sido evitada.
Caso haja necessidade de uma nova revisão do procedimento, é o momento para fazê-
lo.
Cabe aos trabalhadores:
a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas
por suas ações ou omissões no trabalho;
b) responsabilizar-se junto à empresa pelo cumprimento das disposições legais e
regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e
saúde, e;
c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações
que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.
A norma igualmente definiu responsabilidades para os trabalhadores. São
responsáveis pela sua própria segurança e a segurança de outros, isto é, suas ações ou
omissões que possam resultar num acidente no trabalho, o trabalhador passa a ser
responsabilizado.
O cumprimento das normas regulamentadoras pelo trabalhador fica obrigatório,
então, como a NR 10 determina, o trabalhador deve seguir as normas técnicas no
desempenho e seguir os procedimentos e instruções técnicas que a empresa publicou.
Situações de risco devem ser informadas imediatamente. A sua omissão passa
a ser responsabilizada. O conhecimento é fator determinante. O funcionário que

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consegue reconhecer um risco deverá ter uma ação imediata preventiva para evitar
acidentes e possuir um canal de comunicação com os responsáveis a fim de facilitar
a correção do problema. Lembramos que é desmotivador se a empresa ou
responsáveis não derem a devida relevância, com o tempo este funcionário passará a
não mais relatar pontos potenciais de risco.
Conforme o item 10.14.3 - “Na ocorrência do não cumprimento das normas
constantes nesta NR, o MTE adotará as providências estabelecidas na NR 3”. Quer
dizer que se o Ministério do Trabalho constatar fato relevante que possa causar risco
eminente ao trabalhador ele tem poder para embargar ou interditar a empresa ou local
do trabalho.
No Código de Defesa do Consumidor. - Art. 39. É vedado ao fornecedor de
produtos ou serviços dentre outras práticas abusivas:
“VIII- colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço
em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais
competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Conmetro) ”;
No Código Civil – Art. 186. Temos a dicção que "aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito", sendo que no art.
927 consta que "aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo", e com o seguinte parágrafo único: "haverá obrigação
de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem."
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/7251/a-responsabilidade-objetiva-no-
novo-codigo-civil-e-os-acidentes-do-trabalho#ixzz1xnyorrXh.
No Código Penal:
Agindo com dolo - quando quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo
responderá por lesão corporal ou homicídio simples, de acordo com o caso.
Sujeitando-se a pena de 3 meses a 1 ano de detenção no caso de lesão corporal leve
e de 6 a 20 anos de reclusão no caso de homicídio.
Agindo com culpa - quando dá causa ao resultado por imprudência, negligência
ou imperícia - responderá por crime de lesão corporal culposa ou homicídio culposo,

120 Desvendando o PIE da NR 10


de acordo com o caso. Sujeitando-se a pena de 2 meses a 1 ano de detenção no caso
de lesão corporal, e de 1 a 3 anos no caso de homicídio culposo.
Reflexo Trabalhista:
ESTABILIDADE PROVISÓRIA: em decorrência do acidente de trabalho, o
empregado terá garantida a manutenção do seu contrato de trabalho pelo prazo
mínimo de doze meses, após a cessação do auxílio doença acidentário,
independentemente de ter restado sequela.
RESCISÃO INDIRETA: Descumprindo a empresa normas de proteção à
segurança e saúde do trabalhador, seus empregados poderão rescindir o contrato de
trabalho por culpa do empregador, com base nas alíneas c, correr perigo de mal
manifesto, e f, o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em
caso de legítima defesa, própria ou de outrem, do artigo 483 da CLT.
Entendemos que no caso de morte em acidente do trabalho decorrente de culpa
da empresa ou seus prepostos, os dependentes ou herdeiros do falecido terão direito
às mesmas verbas trabalhistas que ele teria direito no caso de rescisão indireta do
contrato de emprego, como por exemplo, 40% do FGTS e aviso prévio.
OUTROS PREJUÍZOS PARA A EMPRESA: Havendo grave e iminente
risco para o trabalhador, a empresa, além da multa, ainda poderá ter interditado o
estabelecimento, setor de serviço, máquinas e equipamentos, ou embargada a obra
comprometendo a sua produtividade e o seu cronograma, o que fatalmente resultará
em prejuízos de monta (artigo 161 da CLT). A empresa também fica sujeita à multa
administrativa, na forma do artigo 201 da CLT.

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Figura 11 - Ato inseguro.

O ENCARREGADO VIU A PESSOA SEM CINTO E NÃO ADVERTIU!


Deixou de zelar pela segurança de outra pessoa (item 10.13.4-a da NR-10/2004.

Figura 12 - Risco eminente.

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NEGLIGÊNCIA: Os cabos de alta tensão energizados estão expostos a
esforços mecânicos, podendo causar curto-circuito e, consequentemente, um acidente
por choque elétrico.
Responsabilidade de todos os que possuem informação sobre o risco, isto é,
eletricistas, supervisores de manutenção, gerentes, técnico de segurança etc.

Figura 13 - Negligência.

NEGLIGÊNCIA IMPRUDÊNCIA: O armazenamento incorreto pode


danificar o isolamento das varas de manobras utilizadas em alta tensão, podendo
provocar acidentes.
Caracterizada pela precipitação na execução de um procedimento e pela falta
de cautela, a imprudência.
Responsabilidade manutenção e guarda do EPI ou EPC cabe ao funcionário.

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8. DEFINIÇÕES E ABREVIATURAS:
Acidente de Trabalho: é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou exercício do trabalho dos referidos segurados no inciso VII, art. 11 desta
Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda
ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.1
Área Classificada - local com potencialidade de ocorrência de atmosfera
explosiva.
AVCB - Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiro.
CA - Certificado de Aprovação de EPI e EPC, emitido pelo MTE.
Carga Instalada: é o somatório das potências nominais, medida em KW, dos
equipamentos elétricos de uma unidade consumidora que após a conclusão dos
trabalhos de instalação estão em condições de entrar em funcionamento, ou seja, a
quantidade em KW (quilowatts) referente à carga elétrica total da instalação elétrica.
EPC - Equipamento de Proteção Coletiva.
EPI - Equipamento de Proteção Individual.
Esquema UNIFILAR - Representação gráfica normatizada dos componentes
elétricos e as suas relações funcionais, contendo os componentes principais dos
circuitos, representados por uma linha.

1
Lei 8.213/91
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício
do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para
o trabalho.
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas VII - como segurado
especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro, o pescador artesanal e o
assemelhado, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com
o auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 14
(quatorze) anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar
respectivo. (O garimpeiro está excluído por força da Lei nº 8.398, de 7.1.92, que alterou a redação do inciso VII
do art. 12 da Lei Nº 8.212 de 24.7.91).
§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família
é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a
utilização de empregados.
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime
Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.
§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que estiver exercendo ou que voltar a
exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito
às contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.032, de 28.4.95)
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no
Regime Geral de Previdência Social-RGPS de antes da investidura. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528,
de 10.12.97).

124 Desvendando o PIE da NR 10


Instalações Elétricas - Conjunto das partes elétricas e não elétricas associadas
e com características coordenadas entre si, que são necessárias ao funcionamento de
uma parte de um sistema.
IO - Instruções da Organização.
IP - Instrução de Pessoal.
IST - Instrução de Segurança do Trabalho - Instrução de caráter específico,
técnico ou normativo, elaborada pela RH ou SESMT, responsável pela
implementação da Política de Segurança do Trabalho, e que deve ser adotada como
padrão corporativo.
IT - Instrução de Trabalho - Instrução de caráter gerencial elaborada pela
SESMT, responsável pela implementação da Política de Segurança do Trabalho, e
que deve ser adotada como padrão corporativo.
Matriz - Relação dos documentos componentes do Prontuário, no formato de
lista-mestra.
Medidas de Controle - Medidas aplicadas, preferencialmente na fonte
geradora, na trajetória e em último caso no indivíduo exposto, para eliminar ou
reduzir a limites mínimos aceitáveis, a exposição dos trabalhadores aos agentes de
risco.
NRs - Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho
aprovadas a partir da Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nº 3.214,
de 08 de junho de 1978, regulamentando a Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977.
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego.
NR 10 - Norma Regulamentadora nº 10 do MTE - Segurança em Instalações e
Serviços em Eletricidade.
PE - Procedimentos Específicos.
POP - Procedimento Operacional Padrão.

Profissional legalmente habilitado - Trabalhador que comprovar conclusão


de curso específico na área elétrica, reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino, com
registro no conselho de classe, em conformidade com as atividades atribuídas por
esse conselho.

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PIE - Prontuário de Instalações Elétricas, ou simplesmente
PRONTUÁRIO - Sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica de
informações, referentes a Segurança e Saúde pertinentes às instalações elétricas e aos
trabalhadores em serviços em eletricidade, conforme a NR 10.
RTI - Relatório Técnico de Inspeções - É o relatório de inspeções
contemplando a conformidade aos requisitos da NR-10, item 10.2.4, alíneas de “a” a
“f”. Para empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do SEP,
também, deve contemplar o item 10.2.5.
Responsável Técnico - Profissional legalmente habilitado, com as atribuições
de responsabilidade técnica de instalações e equipes de trabalho.
Riscos adicionais - Todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos de
choque elétrico por contato direto, especialmente quanto à altura, confinamento,
campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna e flora e outros
agravantes.
SEP - Sistema Elétrico de Potência.
SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho, representado pelos Engenheiros de Segurança, Médicos, Enfermeira e
Técnicos de Enfermagem do Trabalho e Assistentes Sociais e pelos Técnicos de
Segurança do Trabalho.

126 Desvendando o PIE da NR 10


Anexos:

Glauber Maurin 127


CHECKLIST DOCUMENTOS DO PIE:
CHECKLIST PIE para RTI
Cliente:

Representante do PIE cliente:


Endereço:
Bairro: Cidade: CEP:
Data: Fone.
C= Conforme NC = Não Conforme
ID Descrição Cond. C NC

1 Prontuário das instalações elétricas formado OBRG ( ) ( )


Matriz de documento ou forma organizada de
2 IND ( ) ( )
arquivamento e busca de documentos
3 Controle de revisão dos documentos IND ( ) ( )
4 Diagrama unifilar OBRG ( ) ( )
Nomeação do representante da administração para o
5 OBRG ( ) ( )
PIE
6 RTI - relatório técnico de inspeção OBRG ( ) ( )
7 Cronograma de adequação OBRG ( ) ( )
8 Projeto de SPDA Completo OBRG ( ) ( )
9 Memorial de SPDA OBRG ( ) ( )
10 ART de Projeto do SPDA OBRG ( ) ( )
11 ART de execução do SPDA OBRG ( ) ( )
12 Laudo de inspeção completa de SPDA recente OBRG ( ) ( )
13 ART do Laudo de Inspeção de SPDA OBRG ( ) ( )
14 Medição de Aterramento das SAE IND ( ) ( )
Responsável técnico pelas instalações elétricas
15 OBRG ( ) ( )
formalmente nomeado
ART do profissional responsável técnico nomeado
16 OBRG ( ) ( )
(manutenção, execução)
Especificação de EPC - Equipamentos de Proteção
17 OBRG ( ) ( )
Coletiva

128 Desvendando o PIE da NR 10


Especificação de EPI - Equipamento de Proteção
18 OBRG ( ) ( )
Individual
19 C. A. dos EPI OBRG ( ) ( )
Relatório de Seletividade e Coordenação das proteções
20 IND ( ) ( )
elétricas
21 Cálculo do ATPV - arc. flash IND ( ) ( )
Especificação de Vestimentas para eletricistas
22 OBRG ( ) ( )
formalizada
Resultado dos testes de isolação dos EPI e EPC
23 OBRG ( ) ( )
utilizados
Planilha de controle dos funcionários e certificados -
24 IND ( ) ( )
validade e revisões
Relação de profissionais autorizados a trabalho
25 IND ( ) ( )
energizado
Formalização dos profissionais autorizados no registro
26 OBRG ( ) ( )
de empregados
27 Cópia dos certificados de conclusão de cursos MEC OBRG ( ) ( )
28 Cópia dos certificados de conclusão curso BASICO OBRG ( ) ( )
29 Cópia dos certificados de conclusão curso SEP OBRG ( ) ( )
Cópia dos certificados de conclusão curso reciclagem
30 OBRG ( ) ( )
BASICO
Cópia dos certificados de conclusão curso reciclagem
31 OBRG ( ) ( )
SEP
Documento formal de habilitado responsável por
32 OBRG ( ) ( )
capacitados
Cópia dos Certificados de materiais e componentes de
33 OBRG ( ) ( )
Áreas Classificadas
34 Procedimento de emergência (caso SEP) OBRG ( ) ( )
35 Relatório de Termográfia IND ( ) ( )
36 Relatório análise de óleo mineral isolante IND ( ) ( )
37 Relatório de manutenção preventiva SE IND ( ) ( )
38 Instrução de segurança OBRG ( ) ( )
39 Procedimento de trabalho elétrica OBRG ( ) ( )
40 Procedimento de trabalho bloqueio de energia IND ( ) ( )
41 Revisão de diagramas elétricos existe? IND ( ) ( )
Os desenhos e diagramas de projeto estão disponíveis
42 OBRG ( ) ( )
para acesso e com data da última atualização?

Glauber Maurin 129


Comprovação de inspeção e ensaio de instalações
43 IND ( ) ( )
elétricas conforme item 7.1.1 da NBR 5410
44 Ordem de Serviço para SEP OBRG ( ) ( )
45 APR - executa antes de trabalhos perigosos? OBRG ( ) ( )
Existe Acompanhamento da segurança do trabalho em
46 IND ( ) ( )
trabalhos sob risco
Comprovação da existência de dispositivos de bloqueio
47 IND ( ) ( )
para trabalhos elétricos
Comprovação da existência de cartão de advertência ou
48 outra forma de comunicação de segurança para IND ( ) ( )
trabalhos
49 Possui aterramento temporário SEP IND ( ) ( )
50 Possui aterramento temporário BT IND ( ) ( )
51 Possui detector de tensão SEP IND ( ) ( )
52 Instrumentos de medição categoria III ou IV IND ( ) ( )
53 AVCB (corpo de bombeiro) - em dia IND ( ) ( )
Aparelho desfibrilador ou forma conhecida de socorro a
54 IND ( ) ( )
acidentes elétricos
Procedimento de certificação de documentações NR 10
55 para terceiros que interagem com as instalações da IND ( ) ( )
empresa.
56 Laudo de periculosidade IND ( ) ( )
Circuito de alimentação do sistema de combate a
57 OBRG ( ) ( )
incêndio independente dos demais circuitos

Estão definidas no projeto as condições e filosofia de


58 OBRG ( ) ( )
aterramento empregada?

FORMALIZAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO:

130 Desvendando o PIE da NR 10


MAPA DE FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES:

Glauber Maurin 131


132 Desvendando o PIE da NR 10
DESIGNAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELO PIE

Glauber Maurin 133


CÓPIA DO CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DE
CURSO BÁSICO NR 10

134 Desvendando o PIE da NR 10


PROCEDIMENTOS:

Glauber Maurin 135


RTI – RELATÓRIO TÉCNICO DE INSPEÇÃO DAS
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

136 Desvendando o PIE da NR 10


CRONOGRAMA DE ADEQUAÇÃO:

Glauber Maurin 137


DOCUMENTAÇÕES DO SPDA

138 Desvendando o PIE da NR 10


CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS

Glauber Maurin 139


RELATÓRIO TERMOGRAFIA

140 Desvendando o PIE da NR 10


RELATÓRIO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA
EM CABINES ELÉTRICAS:

Glauber Maurin 141


CERTIFICADO DE TESTES DE ISOLAÇÃO EM EPI
E EPC

142 Desvendando o PIE da NR 10


C.A. -CERTIFICADOS DE APROVAÇÃO DE EPI

Glauber Maurin 143


FICHA DE ENTREGA DE EPI

144 Desvendando o PIE da NR 10


DIAGRAMAS UNIFILAR

Glauber Maurin 145


ESQUEMAS DE PAINÉIS ELÉTRICOS

146 Desvendando o PIE da NR 10


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 14039 - Instalações elétricas de
média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV - dezembro 2003.

 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR IEC 60079-24 – Instalações


elétricas em atmosfera explosivas.

 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 13570 - Instalações elétricas em


locais de afluência de público - Requisitos específicos

 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 5410 - Instalações elétricas de


baixa tensão - março 2005.

 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 5419 - Proteção contra descargas
atmosféricas, Junho 2015

 BRASIL. Código de Processo Civil. Colab.o de Antonio L. de Toledo Pinto, Márcia V dos
Santos Windt e Lívia Céspedes. 31.ed. São Paulo: Saraiva 2004, 1072.p.

 BRASIL. Código de Penal. Colaboração de Antonio L. de Toledo Pinto, Márcia V dos


Santos Windt e Lívia Céspedes. 39.ed. São Paulo: Saraiva 2001, 794.p.

 FABER, José Henrique - Técnicas de Análise de Risco - Ed 1991

 NR-10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade - Ed 2004.

 CUNHA, João. NR-10 Comentada. São Jose dos Campos: Miomega, 2010. 149 p.
Disponível em: <http://www.miomega.com.br>. Acesso em: 09 ago. 2016.

 PEREIRA, Eng. Joaquim Gomes; DE SOUSA, Eng. João José Barrico. MANUAL DE
AUXÍLIO NA INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA NR 10.1. ed. [S.l.: s.n.], 2005. 100
p. Disponível em <:http://www.segurancanotrabalho.eng.br/manuais_tecnicos/manual-de-
interpretacao-e-aplicacao-da-NR 10.pdf>. Acesso em: 09 ago. 2009.

Glauber Maurin 147


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