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TCE-RJ

PROCESSO N.º 215.902-0/16


RUBRICA FLS.

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


GABINETE DO CONSELHEIRO MARCO ANTONIO BARBOSA DE ALENCAR

VOTO GC – 2 90214/2016

Processo TCE-RJ nº 215.902-0/16


Origem: Prefeitura Municipal de Teresópolis
Assunto: Prestação de Contas do Governo Municipal - Exercício de 2015
Responsáveis: Sr. Arlei de Oliveira Rosa – Períodos de Gestão: 01/01/2015 a
18/08/2015, 01/09/2015 a 15/09/2015 e 24/09/2015 a 29/10/2015; Sr. Marcio
Hastenreiter Catão – Períodos de Gestão: 19/08/2015 a 31/08/2015, 16/09/2015 a
23/09/2015 e 30/10/2015 a 31/12/2015.

INTRODUÇÃO

Trata o presente processo da Prestação de Contas do Governo Municipal de


Teresópolis, relativa ao exercício de 2015.

RELATÓRIO

PARECER DO CORPO INSTRUTIVO (fls. 1771v/1777v): FAVORÁVEL À


APROVAÇÃO DAS CONTAS COM RESSALVAS, DETERMINAÇÕES,
RECOMENDAÇÃO e COMUNICAÇÕES.

PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL (fl. 1178), representado


pelo Procurador-Geral Horacio Machado Medeiros: opina no mesmo sentido
do Corpo Instrutivo.

É O RELATÓRIO.

ANÁLISE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Com base nos elementos trazidos aos autos, complementados pelas


conclusões do Corpo Instrutivo, contidas no relatório de fls. 1724/1777, que pode ser
considerado parte integrante deste voto naquilo que com este não conflite, destaco os
seguintes aspectos pertinentes à presente Prestação de Contas da Administração
Financeira do Município de Teresópolis, que embasarão a emissão de Parecer Prévio.
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ENVIO DOS ELEMENTOS EXIGIDOS PELA LRF

Com relação aos elementos previstos nas Deliberações TCE-RJ nº 218/00 e


222/02, face às exigências da LRF, o Corpo Instrutivo, às fls. 1726v, acusa o
recebimento de todos os Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária e de
Gestão Fiscal.

CONSISTÊNCIA E CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS

Quanto a este item o Corpo Instrutivo assim se manifesta à fl. 1727:

“Foram encaminhadas as demonstrações contábeis consolidadas, conforme disposto na


Deliberação TCE-RJ n.º 199/96. Entretanto, ressalta-se que o Balanço Orçamentário Consolidado foi
encaminhado de forma incompleta, restando ausente a parte inicial das receitas.

Registra-se que a elaboração destas demonstrações, de acordo com os procedimentos


técnicos, deve ser realizada pelo contador da Prefeitura Municipal, por ser o responsável pela elaboração
das demonstrações contábeis, conforme estabelecido no artigo 3º da Resolução CFC n.º 560/83, e por
concentrar, na maioria dos casos, as informações necessárias para efetuar os ajustes decorrentes da
consolidação.

Tal fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 1.”

Tal fato será objeto de RESSALVA ao final do meu Voto.

Informa ainda o Corpo Instrutivo, às fls. 1728, que foram consolidados os


demonstrativos contábeis, os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária, bem
como dos Relatórios de Gestão Fiscal, conforme disposto na Deliberação TCE-RJ
n.º 199/96 e no inciso III, art. 50 da Lei Federal n.º 101/00.

AVALIAÇÃO DAS METAS ANUAIS

Com relação a este tópico, o Corpo Instrutivo, assim se manifesta, às fls.


1740/1740v:

“Apresenta-se a seguir quadro contendo as metas em valores correntes e as respectivas


execuções previstas no exercício financeiro de 2015, nos termos do artigo 59, inciso I da Lei
Complementar Federal n.º 101/00.
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R$

Relatório Resumido da Atendido


Anexo de metas
Descrição Execução Orçamentária e OU
(Valores correntes)
Relatório de Gestão Fiscal Não atendido

Receitas 435.277.000,00 417.567.800,00


Despesas 435.277.000,00 472.302.900,00
Resultado nominal -15.756.000,00 20.305.700,00 Não Atendido
Resultado primário 5.123.000,00 -54.647.200,00 Não Atendido
Dívida consolidada líquida 108.953.000,00 39.137.700,00 Atendido
Fonte: Anexo de Metas da LDO, fls. 168, processo TCE-RJ n.º 203.286-8/16- RREO 6º bimestre/2015 e processo TCE-
RJ n.º 203.495-1/16 - RGF 3º Quadrimestre/2015 .

Conforme se verifica no quadro anterior, o município não cumpriu as metas dos resultados
primário e nominal estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 4.

O Executivo Municipal, em cumprimento ao disposto no § 4º do artigo 9º da Lei


Complementar Federal n.º 101/00, realizou audiência pública para avaliar o cumprimento das Metas
Fiscais nos períodos de fevereiro/2015, maio 2015 e setembro/2015, cujas atas encontram-se acostadas
às fls. 347/358.”

De acordo com o Corpo Instrutivo, o fato acima será objeto de RESSALVA na


conclusão do meu voto.

ASPECTOS ORÇAMENTÁRIOS

Plano Plurianual – Lei Municipal n.º 3.251, de 03/12/2013.

Lei de Diretrizes Orçamentárias – Lei Municipal n.º 3.312 de 06/06/2014.

Lei Orçamentária – A Lei Municipal n.º 3.358, de 18/12/2014, aprovou o


orçamento geral do município estimando a receita bruta no montante de
R$ 463.655.081,07 e fixando a despesa em igual valor. A abertura de créditos
adicionais consta no artigo 7º da LOA, conforme abaixo:

“Art. 7° Fica o Poder Executivo e suas Autarquias autorizados a:


I – Abrir Créditos Adicionais Suplementares até o limite de 50% (cinquenta por
cento) do total da despesa fixada, com a finalidade de atender as insuficiências
das dotações orçamentárias, mediante recursos provenientes:

a) da anulação parcial de dotações orçamentárias autorizadas por esta Lei,


inclusive da Reserva de Contingência;

b) do excesso de arrecadação;
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c) do superávit financeiro do Município apurado em balanço patrimonial do


exercício anterior;

d) do produto das operações de crédito autorizadas;

e) de convênios firmados durante a execução do orçamento.

(...)

Parágrafo único. Aplica-se, também, ao Poder Legislativo o disposto deste artigo,


com relação ao seu próprio orçamento.”

Dessa forma, foi autorizada a abertura de créditos adicionais


suplementares no valor de R$ 231.827.540,54, conforme demonstrado no quadro a
seguir:

Descrição Valor - R$

Total da despesa fixada 463.655.081,07


Limite para abertura de créditos suplementares 50,00% 231.827.540,54
Fonte: LOA – fls. 192/193 e 196.

DEMONSTRATIVO DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Descrição Valor (R$)

(A) Orçamento inicial 463.655.081,07


(B) Alterações: 185.738.771,21
Créditos extraordinários 0,00
Créditos suplementares 185.218.210,32
Créditos especiais 520.560,89
(C) Anulações de dotações 160.531.766,44
(D) Orçamento final apurado (A + B - C) 488.862.085,84
(E) Orçamento registrado no comparativo da despesa autorizada com a realizada
488.857.085,84
consolidado – Anexo 11 da Lei Federal n.º 4.320/64
(F) Divergência entre o orçamento apurado e os registros contábeis (D -
5.000,00
E)
(G) Orçamento registrado no Anexo 1 do RREO do 6º bimestre de 2015 488.857.100,00
(H) Divergência entre o orçamento apurado e o relatório resumido da
4.985,84
execução orçamentária (D - G)
Fonte: Anexo 11 Consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64, fls. 1589/1650, e Anexo 01 do RREO do 6º bimestre/2015, processo
TCE-RJ n.º 203.286-8/16.
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Acerca deste tópico, o Corpo Instrutivo assim se manifesta, às fls.


1734/1734v:

“Observa-se que nos decretos de abertura de créditos por excesso de arrecadação, no valor
total de R$23.552.006,62, foi utilizada metodologia de apuração da tendência de excesso para o exercício,
em conformidade com o previsto no artigo 43, § 3º da Lei Federal n.º 4.320/64. Dessa forma, considera-se
atendido o disposto no inciso V do artigo 167 da Constituição Federal, quando da abertura dos créditos
adicionais.
Foi identificada a seguinte inconsistência na abertura dos créditos adicionais:

Decreto n.º Fls. Ressalva


4658, 4663, 4681, 4691,
4692, 4695, 4697, 4698,
Publicação realizada fora do exercício financeiro a que se refere,
4705, 4706, 4707, 4713, 248/259v
em desacordo com o artigo 354 da Constituição Estadual.
4715, 4716, 4727, 4729 e
4730

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 2.

O valor do orçamento final apurado não guarda paridade com o registrado no Anexo 11 da
Lei Federal n.º 4.320/64 – Comparativo da Despesa Autorizada com a Realizada Consolidado e no Anexo
1 – Balanço Orçamentário do Relatório Resumido da Execução Orçamentária referente ao 6º bimestre de
2015.
Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 3.”

De acordo com o Corpo Instrutivo, os fatos acima serão objetos de


RESSALVAS na conclusão do meu voto.

RESULTADO ORÇAMENTÁRIO

Os resultados orçamentários apurados em 31/12/2015 foram os seguintes:

EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO CONSOLIDADO

Receita Arrecadada = R$ 417.567.579,26

Despesa Realizada = R$ 472.302.804,68

Déficit de Arrecadação = R$ 46.087.501,81


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Economia Orçamentária = R$ 16.554.281,16

Déficit na Execução Orçamentária = R$ 35.117.620,34 (sem o RPPS)

Destaco que os valores acima foram extraídos dos Anexos 10 (fls.


1584/1588), 11 (fls. 1589/1650) e Balanço Orçamentário do RPPS (fls. 504/505). Ao
realizar a análise do resultado orçamentário, verifica-se que a Administração Municipal
apresentou déficit de R$ 35.117.620,34, já excluídos os montantes relativos ao Regime
Próprio da Previdência Social, a saber:

R$
RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
Regime próprio de
Natureza Consolidado Valor sem o RPPS
previdência
Receitas Arrecadadas 417.567.579,26 38.142.052,73 379.425.526,53
Despesas Realizadas 472.302.804,68 57.759.657,81 414.543.146,87

Deficit Orçamentário -54.735.225,42 -19.617.605,08 -35.117.620,34

Fonte: Anexo 10 Consolidado da Lei Federal nº 4.320/64, fls. 1584/1588, Anexo 11 Consolidado da Lei Federal nº 4.320/64,
fls. 1589/1650 e Balanço Orçamentário do RPPS, fls.504/505.

RESULTADO FINANCEIRO

Acerca deste tópico o Corpo instrutivo assim se manifesta, às fls. 1741/1742:

“(...)
(...)
Dessa forma, serão utilizados os valores evidenciados no quadro destinados ao registro do
ativo e passivo financeiro, cuja diferença indica um deficit financeiro de R$74.836.068,36, não considerado
o valor relativo ao Regime Próprio de Previdência Social – RPPS e Câmara Municipal, conforme
demonstrado no quadro a seguir:
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APURAÇÃO DO SUPERAVIT/DEFICIT FINANCEIRO


Regime Próprio de
Consolidado Câmara Municipal Valor considerado
Descrição Previdência
(A) (C) D = A-B-C
(B)
Ativo financeiro 21.997.620,07 1.559.618,32 279.097,86 20.158.903,89
Passivo financeiro 95.672.267,45 410.713,78 266.581,42 94.994.972,25
Superavit/Deficit
-73.674.647,38 1.148.904,54 12.516,44 -74.836.068,36
Financeiro
Fonte: Balanço Patrimonial Consolidado, fls. 1656/1658, Balanço Patrimonial do RPPS, fls. 507 e Balanço Patrimonial
da Câmara, fls. 493/494.

Nota 1: Em que pese o Quadro dos Ativos e Passivos Financeiros e Permanentes da Câmara Municipal registrar o valor de
R$283.639,58 no ativo financeiro, foi considerado com tal, no quadro acima, o valor de R$279.097,86, referente à conta Caixa e
Equivalente de Caixa, deixando de considerar o valor referente à conta Estoques (R$4.541,72), por não admitir o Atributo Financeiro
(F), conforme o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público - PCASP;
Nota 2: no último ano do mandato serão considerados na apuração do superavit/deficit financeiro eventuais ajustes, tais
como, anulação de despesas e cancelamento de restos a pagar indevidos, bem como dívidas firmadas nos dois últimos quadrimestres.
Tais ajustes são necessários à avaliação das normas estabelecidas pela LRF ao final do mandato, com destaque para o artigo 1º c/c o
artigo 42, em conformidade com as análises realizadas por este Tribunal nas prestações de contas de término de gestão relativas aos
exercícios de 2004, 2008 e 2012.

No tocante ao Demonstrativo do Superavit/Deficit Financeiro do Exercício


(fls. 1656/1658), verifica-se inconsistência quanto ao registro dos valores, uma vez que o mesmo aponta
um deficit financeiro na ordem R$74.474.482,08, divergente, portanto, da diferença entre o ativo e o
passivo financeiros demonstrados no próprio Balanço Patrimonial.
Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 5
Como se pode observar, o município de Teresópolis não alcançou o equilíbrio financeiro no
presente exercício, não sendo observado o disposto no § 1º do artigo 1º da Lei Complementar Federal n.º
101/00.
Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 6
Faz-se ainda necessário emitir um alerta ao atual gestor para que tome ciência do deficit
financeiro apurado e de que, persistindo a situação de desequilíbrio financeiro até o final de seu mandato,
poderá este Tribunal se pronunciar nos próximos exercícios pela emissão de parecer prévio contrário à
aprovação de suas contas. Desta forma, deverá o gestor elaborar seu planejamento de modo a
estabelecer metas de resultado de receitas e despesas que remetam ao equilíbrio financeiro preconizado
pela LRF, de forma a não prejudicar futuros gestores.”

De acordo com o Corpo Instrutivo, os fatos acima citados serão objetos de


RESSALVAS ao final do meu voto.

A seguir, segue quadro demonstrativo da evolução do superávit/déficit


financeiro do município desde o exercício de 2012.
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EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS

Gestão anterior Gestão atual

2012 2013 2014 2015

-13.378.073,27 -9.956.267,88 -15.272.729,49 -74.836.068,36


o
Fonte: prestação de contas de governo de 2014 – processo TCE-RJ n. 213.931-5/15 e quadro anterior.

RESULTADO PATRIMONIAL

Acerca deste tópico, o Corpo Instrutivo assim se manifesta, às fls.


1742v/1743:

“O Balanço Patrimonial Consolidado referente ao exercício de 2015 foi apresentado às fls.


1656/1658, registrando saldo nas seguintes contas:

Ativo Passivo

Exercício Exercício Exercício Exercício


Especificação Especificação
atual anterior atual anterior
Passivo
Ativo circulante 39.545.904,35 55.203.181,26 82.087.992,27 47.438.731,88
circulante
Passivo não
Ativo não circulante 171.961.734,76 163.778.397,57 864.221.579,41 872.231.799,10
circulante
Ativo Realizável a
86.674.519,04 80.929.330,72
Longo Prazo

Investimentos 0,00 0,00 Patrimônio líquido

Imobilizado 85.287.215,72 82.849.066,85 Total do PL -734.801.932,57 -700.688.952,15

Intangível 0,00 0,00

Total geral 211.507.639,11 218.981.578,83 Total geral 211.507.639,11 218.981.578,83

Passivo
Ativo financeiro 21.997.620,05 26.722.094,22 95.672.267,45 43.778.806,65
financeiro
Passivo
Ativo permanente 189.510.019,06 192.259.484,61 904.829.843,38 900.576.857,71
permanente
Saldo patrimonial -788.994.471,72 -725.374.085,53

Fonte: Balanço Patrimonial Consolidado– fls. 1656/1658.

Verifica-se a seguinte inconsistência dos saldos registrados no Balanço Patrimonial:


O valor do passivo a descoberto do exercício de 2014 evidenciado na coluna “exercício
anterior” do Balanço Patrimonial Consolidado apresentado nesta Prestação de Contas (R$700.688.952,15),
fls. 1656, diverge do valor apresentado no Balanço Patrimonial Consolidado, que constava na Prestação de
Contas de Governo do exercício de 2014 (R$703.167.727,07 - processo TCE-RJ nº 213.931-5/15.).
Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 7”
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RUBRICA FLS.

O Fato acima apurado pelo Corpo Instrutivo, será objeto de RESSALVA ao


final do meu voto.

Em 31/12/2015 o resultado patrimonial foi o seguinte:

Descrição Valor - R$

Variações patrimoniais aumentativas 540.272.569,61


Variações patrimoniais diminutivas 557.210.743,79

Resultado patrimonial de 2015 - Deficit -16.938.174,18


Fonte: Demonstração das Variações Patrimoniais - Consolidado (fls. 1659/1660).

O quadro a seguir, demonstra o resultado patrimonial apurado no exercício


de 2015:

Descrição Valor - R$

Passivo a descoberto (saldo do balanço patrimonial de 2014) -703.167.727,07


Resultado patrimonial de 2015 - Deficit -16.938.174,18
(+) Ajustes de exercícios anteriores -17.196.963,06
Passivo a descoberto - exercício de 2015 -737.302.864,31
Passivo a descoberto registrado no balanço - exercício de
-734.801.932,57
2015
Diferença -2.500.931,74
Fonte: Balanço Patrimonial Consolidado (fls. 1656/1658).

A diferença acima apurada será objeto de RESSALVA ao final do meu voto.

DÍVIDA ATIVA

Acerca deste tópico, o Corpo Instrutivo assim se manifesta, à fl. 1737/1737v:


“As contas de dívida ativa tributária e não tributária são destinadas ao registro das inscrições,
atualizações e baixas dos créditos devidos à fazenda pública pelos contribuintes, acrescidos dos adicionais
e multas, não cobrados ou não recolhidos ao erário.

Verifica-se uma redução do saldo da dívida ativa na ordem de 0,49% em relação ao exercício
anterior, conforme demonstrado:
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
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DÍVIDA ATIVA
Saldo do exercício
Saldo atual - 2015 (B) Variação %
anterior - 2014 (A)
R$ C = B/A
R$
75.756.960,44 75.383.145,29 -0,49%
Fonte: prestação de contas de governo de 2014, processo TCE-RJ n.º 213.931-5/15 e
demonstrativo do Saldo da Dívida Ativa, fls. 581/582.

O valor cobrado no exercício de 2015 representou somente 11,15% do saldo existente em


2014, como segue:

DÍVIDA ATIVA - COBRANÇA


Saldo do exercício Valor arrecadado
EM %
anterior - 2014 (A) em 2015 (B)
C = B/A
R$ R$
75.756.960,44 8.445.842,80 11,15%
Fonte: prestação de contas de governo de 2014, processo TCE-RJ n.º
213.931-5/15 e Anexo 10 Consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64,
fls. 1584/1588.

O município declara, de forma resumida, assim como o fez nas Prestações de Contas de
Governo Municipal de 2013 e 2014 (Processos TCE-RJ nº 208.162-7/14 e nº 213.931-5/15), que adotou
como medidas de incremento das receitas tributárias, continuação do acompanhamento da nota fiscal
eletrônica, incluindo aplicativos de controle. Em relação à recuperação de créditos nas instâncias
administrativas e judicial, foram implementadas cobranças através de protestos junto ao cartório de
protesto da cidade. Quanto aos incentivos ou benefícios da natureza tributária, foi revogada a Lei Municipal
nº 1.937/2015, que dispunha sobre incentivos fiscais na área tributária do Município, através da Lei
Complementar Municipal nº 201/2015 e, por fim, que não foram concedidos nem ampliados outros
incentivos ou benefícios de natureza tributária, conforme se verifica no documento de fls. 1513.”

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

1) RECEITA CORRENTE LÍQUIDA

No quadro a seguir, estão os valores extraídos dos Relatórios de Gestão


Fiscal - RGF, referentes aos períodos de apuração dos limites:
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RECEITA CORRENTE LÍQUIDA - RCL

Descrição 3º Quadrimestre/14 1º Quadrimestre/15 2º Quadrimestre/15 3º Quadrimestre/15

Valor - R$ 377.266.400,00 380.599.300,00 388.452.300,00 381.876.700,00


Variação em relação
ao quadrimestre _ 0,88% 2,06% -1,69%
anterior
Variação da receita em
relação ao exercício de 1,22%
2014
Fonte: prestação de contas de governo de 2014 - processo TCE-RJ n. o 213.931-5/15, e processos TCE-RJ n. os 219.855-7/15,
294.967-7/15 e 203.495-1/16 - RGF – 1º, 2º e 3º quadrimestres de 2015.

Conforme podemos verificar, houve um aumento de 1,22% da Receita


Corrente Liquida – RCL arrecadada no exercício de 2015 em relação à Receita
alcançada no exercício anterior.

2) GASTOS COM PESSOAL

PERCENTUAL APLICADO COM PESSOAL

2014 2015
1º 2º
Descrição 3º quadrimestre 1º quadrimestre 2º quadrimestre 3º quadrimestre
quadr. quadr.
% % VALOR % VALOR % VALOR % VALOR %

Poder
47,62% 48,69% 179.257.900,00 47,51% 193.601.300,00 50,87% 210.546.300,00 54,20% 218.219.500,00 57,14%
Executivo
o os
Fonte: prestação de contas de governo de 2014 - processo TCE-RJ n. 213.931-5/15 e processos TCE-RJ n. 219.855-7/15,
294.967-7/15 e 203.495-1/16– RGF – 1º, 2º e 3º quadrimestres de 2015.

Acerca deste tópico, o Corpo Instrutivo, assim se manifesta, às fls.


1746v/1747:

“Conforme verificado, o Poder Executivo desrespeitou, no 2º quadrimestre de 2015, o limite


estabelecido na alínea “b”, inciso III, artigo 20 da LRF (54% da Receita Corrente Líquida).

Registra-se que, em princípio, o Poder Executivo fica obrigado a reduzir o percentual


excedente nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, conforme artigo 23
da Lei Complementar Federal n.º 101/00.

Todavia, o artigo 66 da Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que os prazos de


recondução aos limites de Despesas com Pessoal e da Dívida Consolidada Líquida serão duplicados no
caso de crescimento real baixo (inferior a 1%) ou negativo do Produto interno Bruto – PIB, por período igual
ou superior a quatro trimestres, fato este ocorrido nos exercícios de 2014 e 2015, conforme resultados
divulgados pelo IBGE.

Dessa forma, o Poder Executivo fica obrigado a reduzir o percentual excedente nos quatro
quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço nos dois primeiros, ou seja, até o 1º quadrimestre de
2016, e o restante até o 3º quadrimestre de 2016. Assim, o pleno cumprimento do artigo 23 c/c artigo 66
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

da LRF será verificado quando do exame da Prestação de Contas de Contas de Governo do exercício de
2016.

Não obstante, o descumprimento do limite das despesas com pessoal do Poder Executivo
será objeto da Ressalva e Determinação n.º 10.”

De acordo com o Corpo Instrutivo, o fato acima será objeto de RESSALVA


ao final do meu voto.

3) DÍVIDA PÚBLICA

2014 2015
Especificação 3º 1º 2º 3º
Quadrimestre quadrimestre quadrimestre quadrimestre
Valor da dívida
39.075.800,00 37.156.800,00 37.137.700,00 41.973.200,00
consolidada
Valor da dívida
15.934.500,00 15.999.300,00 17.139.600,00 39.137.700,00
consolidada líquida
% da dívida consolidada
4,22% 4,20% 4,41% 10,25%
líquida s/ a RCL
Fonte: prestação de contas de contas de governo de 2014 – processo TCE-RJ n.º 213.931-5/15 e processo
TCE-RJ n.º 203.495-1/16– RGF – 3º quadrimestre de 2015.

Limite do inciso II do artigo 3º da resolução n.º 40/01 do Senado Federal –


120% da RCL – respeitado.

4) OPERAÇÕES DE CRÉDITO

O Município não contraiu operações de crédito no exercício.


.

5) OPERAÇÃO DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA (ARO)

O município não contraiu operações de crédito por antecipação de receita


no exercício.

6) CONCESSÃO DE GARANTIA

O Município não concedeu garantia em operações de crédito


interna/externa.
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

LIMITES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS

1) GASTOS COM EDUCAÇÃO

Descrição Valor (R$) Percentual


Total da Receita com Impostos e Transferências 228.278.652,21
Valor Gasto na Manutenção e no 33,52% do total dos
76.523.939,17
Desenvolvimento do Ensino impostos
25,00% do total dos
Valor Mínimo de Acordo com o Artigo 212 da C.F 57.069.663,05
impostos
Fonte: Anexo 10 Consolidado (fls.152/159) e quadros às fls. 854/857, demonstrativos contábeis às fls. 158 e
373/378.

O Município aplicou o percentual de 33,52% na Manutenção e no


Desenvolvimento do Ensino, estando de acordo com o artigo 212 da Constituição
Federal.

Acerca deste tópico, o Corpo Instrutivo, assim se manifesta, às fls. 1750/1751


e 1754v:

“4.1) DA VERIFICAÇÃO DO ENQUADRAMENTO DAS DESPESAS NOS ARTIGOS 70 E 71


DA LEI N.º 9.394/96

A fim de verificar a adequação das despesas aos artigos 70 e 71 da Lei Federal n.º 9.394/96,
serão considerados os dados encaminhados pelo município por meio do Sistema Integrado de Gestão
Fiscal – Sigfis.

O valor total das despesas evidenciadas no Sistema Integrado de Gestão Fiscal – Sigfis
encontra-se consoante ao valor registrado pela contabilidade na função 12 – educação, conforme
demonstrado:

Descrição Valor –R$

Sigfis 154.769.038,56
Contabilidade – Anexo 8 consolidado 154.769.038,56

Diferença 0,00
Fonte: Anexo 08 Consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64 às fls. 1580/1583
e planilha Sigfis de fls. 1684/1696.

A verificação da adequação das despesas aos artigos 70 e 71 da Lei Federal n.º 9.394/96 foi
efetuada por meio de técnica de amostragem, na qual foi apurado 98,47% do valor total das despesas com
educação empenhadas com recursos próprios e Fundeb registradas no banco de dados fornecido pelo
próprio município por meio do Sigfis. A relação destes empenhos consta às fls. 1684/1696 do presente
processo.

Na análise, foi identificada a seguinte situação:

a) gastos que não pertencem ao exercício de 2015, em desacordo com artigo 212 da
Constituição Federal c/c com inciso II do artigo 50 da Lei Complementar n° 101/00:
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

ata do N.º do Fonte de


Histórico Credor Subfunção Valor – R$
empenho empenho recurso

Pelo pagamento de folha Pessoal


05/01/2015 338 361 0 73.833,21
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
05/01/2015 339 361 0 217.789,46
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
05/01/2015 348 361 0 515.371,16
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoa
05/01/2015 345 365 0 151.957,74
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
05/01/2015 346 365 0 192.036,34
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha
Pessoal
08/01/2015 356 referente ao ao mês de 361 0 290.130,67
efetivo/comissionado
dezembro de 2014
Pelo pagamento de folha
Pessoal
08/01/2015 357 referente ao ao mês de 361 0 737.739,92
efetivo/comissionado
dezembro de 2014
Pelo pagamento de folha
Pessoal
08/01/2015 359 referente ao ao mês de 361 0 96.330,79
efetivo/comissionado
dezembro de 2014
Pelo pagamento de folha
Pessoal
08/01/2015 283 referente ao ao mês de 361 0 4.589.638,36
efetivo/comissionado
dezembro de 2014
Pelo pagamento referente Pessoal
08/01/2015 382 365 0 474.419,29
dezembro de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento referente ao Pessoal
08/01/2015 384 365 0 646.996,44
mês de dezembro de 2014 efetivo/comissionado
TOTAL 7.986.243,38

Fonte: planilha Sigfis de fls. 1684/1696.

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 11

b) gasto referente a objeto que não deve ser considerado para a apuração do cumprimento dos limites
da educação, uma vez que se refere a gasto inerente à função 08 – Assistência Social:

Data do N.º do Fonte de


Histórico Credor Subfunção Valor – R$
empenho empenho recurso

Pelo pagamento do auxílio


pecuniário aos beneficiários do Pessoal
09/01/2015 386 122 0 229.017,50
programa operação trabalho, efetivo/comissionado
conforme planilha em anexo.

TOTAL 229.017,50

Fonte: planilha Sigfis de fls. 1684/1696.

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 12.

O município encaminhou as informações sobre os gastos com educação indicando como


recursos utilizados a fonte ordinários. No entanto, entende-se que o município deve segregar as fontes de
recursos, utilizando na aplicação de gastos com educação para fins de limite constitucional apenas os
recursos oriundos de impostos e transferências de impostos, uma vez que a fonte ordinários pode
contemplar outros recursos que não se refiram a impostos.
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 13”

Tais fatos serão objetos de RESSALVAS na conclusão do meu voto.


Destaco ainda, a seguinte manifestação do Corpo instrutivo, à fl. 1750, que
será incluída na conclusão do meu Voto :

“(...)
Assim, em face das atuais regras para a verificação do cumprimento do limite mínimo para
gastos na manutenção e desenvolvimento do ensino que vêm sendo aplicadas pela Secretaria do
Tesouro Nacional, entende-se necessária a alteração da metodologia atualmente utilizada por esta Corte
de Contas no exame das respectivas despesas, de modo a adequar as análises a estes conceitos.

Neste sentido, será sugerido ao final desta instrução que o Plenário desta Corte promova
Comunicação aos jurisdicionados informando a alteração da metodologia de cálculo dos gastos com a
manutenção e desenvolvimento do ensino, que deixará de considerar no cálculo do limite mínimo
constitucional as despesas com inativos a partir do exercício de 2018, permitindo assim, ao município,
adequar seus gastos à nova metodologia de cálculo, de forma a não prejudicar os orçamentos já
devidamente planejados.”

2) FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO


BÁSICA E DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO – FUNDEB

O município contribuiu para o Fundo com recursos da ordem de


R$ 26.079.073,65, tendo recebido do Fundo, conforme registrado pela contabilidade
municipal, o montante de R$ 79.196.890,54 (Transferências: R$ 79.013.667,39 +
Rendimentos: R$ 183.223,15). Comparando-se o valor recebido com a contribuição
realizada pelo município ao Fundo, constata-se que o município ganhou recursos no
total de R$ 53.117.816,89.

Com base no quadro de fl. 1757, verifica-se que as despesas com a


remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício de suas atividades
no ensino fundamental público, com recursos provenientes do FUNDEB, atingiram o
montante de R$ 79.196.890,54, que corresponde a 100,00% dos recursos recebidos à
conta do Fundo, atendendo ao disposto no art. 22 da Lei Federal n.º 11.494/07.

A Prestação de Contas de Administração Financeira do exercício de 2014


(Processo TCE-RJ nº 213.931-5/15) acusou na conta FUNDEB, um superávit
financeiro de R$ 598.315,94.
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

Acerca deste tópico o Corpo Instrutivo informa, às fls.1757v/1758, o seguinte:

“(...)
Constatada a existência de superavit financeiro no exercício anterior, o cálculo do limite
mínimo (95%) de aplicação das despesas empenhadas no exercício de 2015, será efetuado subtraindo o
superavit ora registrado das despesas empenhadas com recursos do Fundeb no exercício de 2015.

Verifica-se que do valor do superavit financeiro somente R$598.109,06 foi utilizado no


exercício de 2015, por meio de crédito adicional aberto em 30/03/2015, conforme decreto n.º 4.652 (fls.
209), dentro do 1º trimestre, portanto, em desacordo com o previsto no § 2º do artigo 21 da Lei Federal n.º
11.494/07.

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 14

4.5.4.2.2) DO CÁLCULO DA APLICAÇÃO MÍNIMA LEGAL

No quadro, a seguir, demonstra-se o valor total das despesas empenhadas no exercício de


2015 com recursos do Fundeb, em face do que dispõe o artigo 21 da Lei Federal n.º 11.494/07:

CÁLCULO DAS DESPESAS EMPENHADAS COM RECURSOS DO FUNDEB

Descrição Valor - R$ Valor - R$ Valor - R$

(A) Recursos recebidos a título de Fundeb no exercício 79.013.667,39


(B) Receita de aplicação financeira dos recursos do Fundeb 183.223,15

(C) Total das receitas do Fundeb no exercício (A + B) 79.196.890,54

(D) Total das despesas empenhadas com recursos do Fundeb no exercício 79.391.937,63

(E) Superavit financeiro do Fundeb no exercício anterior 598.315,94

(F) Despesas não consideradas 0,00


i. Exercício anterior 0,00
ii. Desvio de finalidade 0,00
iii. Outras despesas 0,00
(G) Deficit financeiro do Fundeb no exercício 0,00
(H) Cancelamentos de restos a pagar de exercícios anteriores 0,00
(I) Total das despesas consideradas como gastos do Fundeb no exercício(D - E - F
78.793.621,69
- G - H)
(J) Percentual alcançado (mínimo = 95%) (I/C) 99,49%
Fonte: Anexo 10 consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64 - fls. 1584/1588, quadros, fls. 584 e 735, demonstrativo
às fls. 596/597, 736 e 738/750, cancelamento de RP, fls. 855/858.

Como se observa, o município utilizou, neste exercício, 99,49% dos recursos do Fundeb de
2015, restando a empenhar 0,51% em observância ao § 2º do artigo 21 da Lei n.º 11.494/07, que
estabelece que os recursos deste Fundo serão utilizados no exercício financeiro em que lhes forem
creditados, podendo ser utilizado no primeiro trimestre do exercício imediatamente subsequente, até 5%
destes recursos.

Acerca da movimentação financeira do FUNDEB em 2015, o corpo instrutivo,


assim se manifesta, às fls. 1758v/1759:
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

“A movimentação financeira dos recursos do FUNDEB (2014) e o saldo financeiro existente


para o exercício seguinte podem ser demonstrados da seguinte forma:

FUNDEB

Movimentação financeira Valor - R$


Saldo financeiro contábil do exercício anterior
I 810.536,55
(31/12/2014)
Entradas

II Recursos recebidos do Fundeb 79.013.667,39


III Receitas de aplicações financeiras 183.223,15
IV Créditos referentes a consignações 0,00
V Outros créditos 773.097,85

VI Total dos recursos financeiros (I+II+III+IV+V) 80.780.524,94

Saídas
Despesa orçamentária paga exclusivamente com recursos
VII 78.564.292,47
do Fundeb
Restos a pagar pagos exclusivamente com recursos do
VIII 167.928,96
Fundeb
Consignações pagas exclusivamente com recursos do
IX 0,00
Fundeb
X Outros débitos 0,00

XI Total de despesas pagas (VII+VIII+IX+X) 78.732.221,43

XII Saldo financeiro apurado (VI-XI) 2.048.303,51


XIII Saldo financeiro contábil registrado em 31/12/2015 882.803,51

XIV Diferença apurada (XII-XIII) 1.165.500,00


Fonte: quadro às fls. 824, prestação de contas de contas de governo de 2014 – processo TCE-RJ n.º
213.931-5/15, Anexo 10 consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64, fls. 1584/1588, conciliações
bancárias às fls. 785/786 e demonstrativos contábeis, às fls. 833/849.
Nota 1: outros créditos referem-se ao ressarcimento efetuado na conta do Fundeb, por determinação
plenária desta Corte na prestação de contas de governo de 2013 (Processo TCE-RJ nº 208.162-
7/14);
Nota 2: conforme destacado às fls. 824, o valor da diferença apurada (R$1.165.499,47) refere-se a
acerto de Folha de Pagamento e que será estornado para a conta do Fundeb no exercício de 2016.

Conforme assinalado no quadro anterior, apurou-se uma diferença de


R$ 1.165.500,00, entre o saldo final da movimentação de recursos do Fundeb e o saldo financeiro
contábil, apontando para um saldo contábil inferior ao saldo apurado.

Tal diferença refere-se a acerto de Folha de Pagamento, conforme informado pelo município
na nota explicativa do documento acostado às fls. 824. Entretanto, a diferença no valor de R$1.165.500,00
deverá ser ressarcida, com recursos ordinários, à conta do Fundeb, objetivando resgatar o equilíbrio
financeiro da conta, em atendimento aos preceitos da Lei nº 11.494/07.

Tal fato será objeto de Comunicação – item III da conclusão deste processo.

O resultado financeiro para o exercício seguinte (2016) fica assim


demonstrado:
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

RESULTADO FINANCEIRO DO FUNDEB PARA O EXERCÍCIO 2016

Descrição Valor - R$

Superavit financeiro em 31/12/2014 598.315,94

(+) Receita do Fundeb recebida em 2015 79.013.667,39


(+) Receita de aplicação financeira do Fundeb de 2015 183.223,15
(+) Ressarcimento efetuado à conta do Fundeb em 2015 (1) 773.097,85
(+) Créditos outros (depósitos, transferências, etc) em 2015 (2) 0,00
(+) Cancelamento de passivo financeiro (RP, Outros) efetuados em 2015 0,00

= Total de recursos financeiros em 2015 80.568.304,33

(-) Despesas empenhadas do Fundeb em 2015 79.391.937,63

= Superavit Financeiro em 31/12/2015 1.176.366,70


Fonte: prestação de contas de governo de 2014 (processo TCE-RJ n.º 213.931-5/15), Anexo 10 consolidado
da Lei Federal n.º 4.320/64 – fls. 1584/1588, relação de cancelamentos de passivos – fls. 855/858.
Nota (1): ressarcimento efetuado na conta do Fundeb, por determinação desta Corte no Processo TCE-RJ nº
208.162-7/14 - prestação de contas de governo de 2013.

O valor do superavit financeiro para o exercício de 2016 apurado no quadro anterior –


R$1.176.366,70 diverge do valor registrado pelo município no Balancete – R$10.866,70 (fls. 784),
apontando uma diferença no montante de R$1.165.500,00.

Tal divergência refere-se a acerto de Folha de Pagamento, de acordo com o informado pelo
município na nota explicativa do documento acostado às fls. 824 e que será objeto de Comunicação na
conclusão do presente processo, conforme já explicado anteriormente no item “4.5.4.2.3) DA
MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA DO FUNDEB EM 2015”.

Cabe registrar que o valor do superavit financeiro a ser utilizado para a abertura de crédito no
exercício de 2016 será o valor registrado pela contabilidade da Prefeitura.

Cabe ainda destacar que o parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do


Fundeb (fls. 859/865) sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do fundo concluiu
por aprovar, com ressalvas, a prestação de contas do Fundo, conforme previsto no artigo 24 da Lei n.º
11.494/07.

Oportunamente, observa-se que o cadastro do Conselho do Fundeb consta como regular


junto ao Ministério da Educação – MEC, conforme consulta efetuada ao site daquele órgão (fls.
1698/1699).”

3) DESPESAS COM SAÚDE

O percentual de aplicação em ações e serviços públicos de saúde foi de


25,20%, portanto, acima do percentual mínimo previsto no artigo 7º da Lei
Complementar nº 141/12.
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

DESCRIÇÃO Valor - R$

RECEITAS

(A) Receitas de impostos e transferências (conforme quadro da educação) 228.278.652,21


(B) Dedução da parcela do FPM (art. 159, I, "d" e "e") 2.780.208,50
(C) Dedução do IOF-Ouro 0,00

(D) Total das receitas (base de cálculo da saúde) (A-B-C) 225.498.443,71

DESPESAS COM SAÚDE

(E) Despesas liquidadas custeadas com recursos de impostos e transf. de impostos 56.816.615,59
(F) Restos a pagar não processados, relativos aos recursos de impostos e transf. de
0,00
impostos, com disponibilidade de caixa
(G) Cancelamento de restos a pagar de exercícios anteriores com disponibilidade financeira 0,00

(H) Total das despesas consideradas = (E+F-G) 56.816.615,59

(I) Percentual das receitas aplicado em gastos com saúde (H/D) mínimo 15% 25,20%

(J) Valor referente à parcela que deixou de ser aplicada em ASPS no exercício 0,00
Fonte: Anexo 10 consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64 – fls. 1584/1588, Anexo 08 consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64 –
fls. 1580/1583, Quadro E.1 - 920, Quadro E.2 – fls. 1154, balancete de fls. 1424, documento de arrecadação do FPM de julho e
dezembro – fls. 1710/1711 e cancelamento de RP – fls. 1454/1460.
Nota 1: as Emendas Constitucionais n.ºs 55 e 84 estabeleceram um aumento de 1% no repasse do FPM (alíneas “d” e “e”,
inciso I, artigo 159 da CF), a serem creditados nos primeiros decêndios dos meses de julho e dezembro. De acordo com
comunicado da STN, os créditos ocorreram nos dias 09/07/2015 e 09/12/2015. No entanto, esta receita não compõe a base de
cálculo da saúde, prevista no artigo 198, § 2º, inciso III da CF, da mesma forma que o IOF-Ouro.

Acerca deste tópico, o Corpo Instrutivo, às fls. 1761v, 1763v e 1765, assim
se manifesta:

“(...)
A verificação da adequação das despesas aos artigos 3° e 4° da
Lei Complementar n.º 141/12 foi efetuada por meio de técnica de amostragem, na qual foi apurado 95,30%
do valor total das despesas com saúde empenhadas com recursos próprios registradas no banco de dados
fornecido pelo próprio município por meio do Sigfis. A relação destes empenhos consta às fls. 1700/1709
do presente processo.

Assim, foram identificadas despesas no montante de R$3.230.854,20 que não serão


consideradas no cálculo do limite dos gastos com ações e serviços públicos de saúde, conforme a seguir:

Gastos que não pertencem ao exercício de 2015, em desacordo com artigo 7° da Lei
Complementar n.º 141/12 c/c com inciso II do artigo 50 da Lei Complementar n.º 101/00:

Data do N.º do Fonte de


Histórico Credor Subfunção Valor – R$
empenho empenho recurso
Pelo pagamento referente a
incentivo qualificação, Hosp. São José da A C. de
01/01/2015 76 302 0 238.000,00
ampliação e otimização SUS Sta. Catarina
competência 07/2014
Pelo pagamento de folha Pessoal
05/01/2015 191 122 0 305.510,27
referente ao 14º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
05/01/2015 193 301 0 54.775,97
referente ao 14º salário efetivo/comissionado
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.
Pelo pagamento de folha Pessoal
05/01/2015 192 305 0 106.721,48
referente ao 14º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
08/01/2015 194 122 0 1.169.447,98
referente ao 13º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
08/01/2015 198 301 0 218.835,53
referente ao 13º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
01/08/2015 196 305 0 397.892,81
referente ao 13º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
14/01/2015 213 referente ao mês de efetivo/comissionado 302 0 582.547,71
dezembro

Pelo pagamento de plano de


saúde dos servidores do SMS
e dependentes referente ao Asben administradora de
15/01/2015 217 122 0 157.122,45
mês de dezembro de 2014 benefícios ltda
conforme documentação em
anexo

TOTAL 3.230.854,20

Fonte: planilha Sigfis de fls. 1700/1709.

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 15

(...)

O município encaminhou as informações sobre os gastos com saúde indicando como


recursos utilizados a fonte ordinários. No entanto, entende-se que o município deve segregar as fontes de
recursos, utilizando na aplicação de gastos com saúde para fins de limite constitucional, apenas os
recursos oriundos de impostos e transferências de impostos, uma vez que a fonte ordinários, pode
contemplar outros recursos que não se refiram a impostos.

Este fato será considerado junto à Ressalva do item 4.3.2. desta instrução.

(...)

Observa-se que os recursos destinados às ações e serviços públicos de saúde foram geridos
diretamente pelo Fundo Municipal de Saúde, totalizando R$126.584.208,94, conforme Anexos 8 da Lei
Federal n.º 4.320/64 Consolidado e do FMS (fls. 1580/1583 e 512/513), uma vez que o município repassou
a integralidade dos recursos de saúde para o referido fundo, cumprindo, assim, o disposto no parágrafo
único do artigo 2º da Lei Complementar n.º 141/12.

Verifica-se que não foi encaminhado o parecer do Conselho Municipal de Saúde. No


entanto, em consulta ao site do Ministério da Saúde, ao Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão, verifica-
se que o Relatório Anual de Gestão – RAG de 2015 encontra-se em processo de apreciação pelo
Conselho de Saúde, fls. 1715.

Diante do exposto, fica afastada a responsabilidade do atual gestor municipal. Não obstante, o
não envio do parecer do Conselho Municipal de Saúde sobre a prestação de contas do exercício de 2015,
descumprindo o disposto no artigo 33 da Lei 8.080/90 c/c § 1º, artigo 36 da Lei Complementar n.º 141/12,
será objeto de expedição de ofício ao Ministério da Saúde para conhecimento do fato.

Adicionalmente, verifica-se às fls. 1534 que o parecer do Conselho Municipal de Saúde foi
solicitado através do memorando SMCI nº 123/2016, porém não foi respondido até o dia 21/06/2016.

Apesar do Executivo Municipal afirmar que solicitou as atas das audiências públicas que
deveriam ter sido promovidas pelo gestor do SUS através do memorando SMCI nº 123/2016, conforme
Ofício resposta, às fls. 1531/1535 – “Gastos com Saúde”, não comprovou a realização das mesmas nos
períodos de fevereiro/2015, maio/2015 e setembro/2015, indicando que as audiências não foram
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

realizadas, em descumprimento ao disposto no § 5º e caput do artigo 36 da Lei Complementar Federal n.º


141/12.

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 16”

Em concordância com o Corpo Instrutivo, os fatos acima apontados serão


objetos de RESSALVAS ao final do meu voto.

4) ROYALTIES

A movimentação dos recursos recebidos dos royalties pode ser resumida


como a seguir:

RECEITAS DE ROYALTIES

Descrição Valor - R$ Valor - R$ Valor - R$

I – Transferência da União 9.132.080,32

Compensação financeira de recursos hídricos 0,00

Compensação financeira de recursos minerais 51.176,78


Compensação financeira pela exploração do petróleo, xisto e gás
9.080.903,54
natural
Royalties pela produção (até 5% da
8.521.084,05
produção)
Royalties pelo excedente da produção 0,00

Participação especial 0,00

Fundo especial do petróleo 559.819,49

II – Transferência do Estado 2.767.632,89

III – Outras compensações financeiras 0,00


IV - Subtotal 11.899.713,21
V – Aplicações financeiras 5.969,94

VI – Total das receitas ( IV + V ) 11.905.683,15


Fonte: Anexo 10 Consolidado da Lei Federal n.º 4.320/64 – fls. 1584/1588.

De acordo com as informações prestadas pelo Gestor (vide quadro de fls.


1768v), o município aplicou, 100,00% dos recursos de royalties em despesas
correntes.

Com relação a este tópico, a instrução técnica assim se manifesta, às fls.


1768:

“Conforme verificado no Demonstrativo da Receita Orçada com a Arrecadada – Anexo 10 da


Lei Federal n.º 4.320/64, fls. 1584/1588, e no demonstrativo de fls. 1484/1485, não ocorreu arrecadação
de receitas oriundas dos royalties previstos na Lei Federal n.º 12.858/13, que determina a aplicação
desses recursos na educação e saúde.
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

Observa-se que no Demonstrativo da Receita Orçada com a Arrecadada - Anexo 10 da Lei


Federal n° 4.320/64 o município contabilizou R$8.521.084,05 como sendo receita proveniente de Royalties
pelo Excedente de Produção de Petróleo e Gás. Contudo, em consulta ao site da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, constatou-se que a transferência de recurso foi em
relação à Royalties da Produção de Petróleo e Gás.

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.º 17”.

(...)
(...)

Da análise das informações constantes dos autos, verifica-se que o município de Teresópolis
não aplicou recursos de royalties em pagamento de pessoal e de dívidas não excetuadas pela Lei Federal
n.º 7.990/89 alterada pelas Leis Federal n.º 10.195/01 e n° 12.858/13.

Conforme informação constante às fls. 1487 constata-se que não ocorreram transferências
financeiras dos royalties para o regime próprio de previdência social.”

Tal fato será objeto de RESSALVA na conclusão do meu voto.

5) LIMITES DO ARTIGO 29-A DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

5.1 – CUMPRIMENTO DO § 2º, INCISO I DO ARTIGO 29-A DA CF

O limite de repasse do Executivo para o Legislativo disposto no art. 29-A da


Constituição Federal foi respeitado, a saber:

R$

Limite de repasse permitido


Repasse recebido
art. 29-A

13.474.058,52 13.474.058,52

Fonte: Balanço Financeiro da Câmara – fls. 492.

5.2 – CUMPRIMENTO DO § 2º, INCISO III DO ARTIGO 29-A DA CF

Acerca deste tópico, a Instrução Técnica assim se manifesta (fl. 1767):

“De acordo com a Lei Orçamentária e com o Demonstrativo das Alterações Orçamentárias
(Orçamento Final), verifica-se que o total previsto para repasse ao Legislativo no exercício de 2015
montava em R$ 13.469.085,52.

Comparando este valor com o efetivamente repassado à Câmara Municipal, fls.492,


constata-se o repasse em maior montante, tendo sido observado o previsto no orçamemto final da
Câmara e no § 2º do inciso III do artigo 29-A da Constituição Federal, conforme se demonstra:

R$
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

Repasse recebido acima do


Orçamento final da câmara Repasse recebido orçamento final
da Câmara

13.469.058,52 13.474.058,52 5.000,00

Fonte: Anexo 12 e Balanço Financeiro da Câmara e Balanço Financeiro da Prefeitura – fls. 490/491 e 492.

Os demonstrativos acima constatam que o Poder Executivo cumpriu o


preceituado no referido dispositivo constitucional.

REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA

Com relação a este tópico, o Corpo Instrutivo, assim se manifesta, às fls.


1744:

“De acordo com o Demonstrativo das Receitas e Despesas Previdenciárias do Regime


Próprio dos Servidores Públicos – Anexo 4 do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, constata-
se um resultado previdenciário deficitário da ordem de R$ 19.617.500,00, conforme exposição a seguir:

Descrição Valor (R$)

Receitas previdenciárias 38.142.200,00


Despesas previdenciárias 57.759.700,00

Deficit -19.617.500,00
Fonte: Anexo 04 do RREO 6º bimestre/2015 – Proc. TCE n.º 203.286-8/16.
O deficit constatado demonstra que no exercício em tela não houve equilíbrio financeiro do
Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos, em desacordo com a Lei Federal n.º
9.717/98.

Este fato será objeto da Ressalva e Determinação n.9.

Tal fato será objeto de RESSALVA ao final do meu voto.

CONCLUSÃO

Após exame da Prestação de Contas de Administração Financeira do


Município de Teresópolis, relativa ao exercício de 2015, tendo em vista o teor do
relatório do Corpo Instrutivo, às fls. 1724/1777v, e

Considerando, com fulcro no artigo 125, Incisos I e II, da Constituição do


Estado do Rio de Janeiro, que é de competência desta Corte de Contas emitir parecer
prévio sobre as contas dos municípios e sugerir as medidas convenientes para a final
apreciação da Câmara;
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

Considerando que o parecer prévio deve refletir a análise técnica das


contas examinadas, ficando o julgamento das mesmas, sujeito às Câmaras Municipais;

Considerando que, nos termos da legislação em vigor, o parecer prévio do


Tribunal de Contas e o subseqüente julgamento pela Câmara dos Vereadores não
exime a responsabilidade dos ordenadores e ratificadores de despesa, bem como de
pessoas que arrecadaram e geriram dinheiro, valores e bens municipais, ou pelos
quais seja o Município responsável cujos processos pendem de exame por esta Corte
de Contas;

Considerando que a Lei Complementar Federal nº 101/00 (Lei de


Responsabilidade Fiscal), impõe a adoção de medidas de caráter contábil, financeiro,
orçamentário, operacional e patrimonial para a administração pública, direta, autárquica
e fundacional, e para as empresas dependentes de recursos do Tesouro dos
Municípios jurisdicionados;

Considerando que as Contas de Gestão do Poder Executivo, constituídas


dos respectivos Balanços Gerais do Município e das demonstrações de natureza
contábil, foram elaboradas com observância às disposições legais pertinentes, exceto
pelas ressalvas apontadas;

Considerando que este Tribunal, nos termos dos artigos 75 da Constituição


Federal e 124 da Constituição Estadual do Rio de Janeiro, já com as alterações dadas
pela Emenda Constitucional nº 04/91, é responsável pela fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos municípios do Estado;

Considerando que os gastos na manutenção e desenvolvimento do ensino


atenderam ao disposto no artigo 212 da Constituição Federal, bem como houve o
cumprimento do art. 21 e do artigo 22 da Lei 11.494/07 em relação às despesas com
recursos do FUNDEB;

Considerando a observância da Dívida Pública do Município aos termos


previstos nas Resoluções nºs 40/01 e 43/01 do Senado Federal, c/c a Lei
Complementar Federal nº 101/00;

Considerando a aplicação com recursos próprios, com ações e serviços


públicos de saúde cumpriram o limite estabelecido pelo artigo 7º da Lei Complementar
nº 141/12;

Considerando que foi observado pelo Poder Executivo, a correta aplicação


dos recursos dos royalties, consoante o disposto no artigo 8º da Lei nº 7.990/89;

Considerando que o Poder Executivo do Município de Teresópolis cumpriu


o previsto no artigo 29-A da Constituição Federal;

Considerando os resultados gerais apurados em meu relatório,


TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

De acordo com o Corpo Instrutivo e o Ministério Público Especial junto


a esta Corte.

VOTO:

I – Pela Emissão de PARECER PRÉVIO FAVORÁVEL à aprovação das


Contas do Chefe do Poder Executivo do Município de Teresópolis, referentes ao
exercício de 2015, de responsabilidade dos Prefeitos Sr. Arlei de Oliveira Rosa
(01/01/2015 a 18/08/2015, 01/09/2015 a 15/09/2015 e 24/09/2015 a 29/10/2015) e Sr.
Márcio Hastenreiter Catão (19/08/2015 a 31/08/2015, 16/09/2015 a 23/09/2015 e
30/10/2015 a 31/12/2015), com as seguintes RESSALVAS, DETERMINAÇÕES e
RECOMENDAÇÃO:

RESSALVAS:

1) – Pelo fato de que o Balanço Orçamentário Consolidado – Anexo 12 – foi


encaminhado de forma incompleta, restando ausente a parte inicial das receitas;

2) – Pelo fato de que os decretos de abertura de créditos adicionais n. os 4658, 4663,


4681, 4691, 4692, 4695, 4697, 4698, 4705, 4706, 4707, 4713, 4715, 4716, 4727, 4729
e 4730 foram publicados fora do exercício financeiro a que se referem, em desacordo
com o artigo 354 da Constituição Estadual;

3) – Pelo fato de que o valor do orçamento final apurado (R$488.862.085,44), com


base nas publicações dos decretos de abertura de créditos adicionais, não guarda
paridade com o registrado no Anexo 1 – Balanço Orçamentário do Relatório Resumido
da Execução Orçamentária relativo ao 6º bimestre (R$488.857.100,00) e com o
registrado no Comparativo da Despesa Autorizada com a Realizada Consolidado –
Anexo 11 da Lei Federal n.º 4.320/64 (R$488.857.085,84);

4) - Pelo não cumprimento das metas dos resultados primário e nominal, estabelecidas
na Lei de Diretrizes Orçamentárias, desrespeitando a exigência do inciso I do artigo 59
da Lei Complementar Federal n.º 101/00;

5) – Pelas inconsistências verificadas na elaboração do quadro dos ativos e passivos


financeiros e permanentes e do Demonstrativo do Superávit/Déficit Financeiro, os quais
consideram valores do saldo do ativo e passivo financeiros divergentes entre si, bem
como em relação às demonstrações contábeis;

6) - Pelo fato de que não foi atingido o equilíbrio financeiro no exercício, sendo
apurado um déficit da ordem de R$74.836.068,36, em desacordo com o disposto no §
1º do artigo 1º da Lei Complementar Federal n.º 101/00;

7) – Pelo fato de que o valor do passivo a descoberto registrado no Balanço


Patrimonial Consolidado referente ao exercício anterior na Prestação de Contas de
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

Governo de 2014 – Processo TCE-RJ nº 213.931-5/15 (R$700.688.952,15) não guarda


paridade com o passivo a descoberto constante do Balanço Patrimonial Consolidado
de 2015 da presente prestação de contas (R$703.167.727,07), apresentando uma
diferença de R$2.478.774,92;

8) – Pela divergência de R$2.500.931,74 entre o passivo a descoberto apurado na


presente prestação de contas (R$737.302.864,31) e o registrado no Balanço
Patrimonial Consolidado (R$734.801.932,57);

9) – Pela ausência de equilíbrio financeiro do Regime Próprio de Previdência Social


dos servidores públicos, uma vez que foi constatado um déficit previdenciário de
R$19.617.500,00, em desacordo com a Lei Federal n.º 9.717/98;

10) – Pelo fato de que o Poder Executivo ultrapassou o limite da despesa com pessoal,
no 2º quadrimestre de 2015, estabelecido no inciso III, b, do artigo 20 da Lei
Complementar Federal n.º 101/00;

11) – Pelo fato de que as despesas a seguir, classificadas na função 12 – Educação,


não foram consideradas no cálculo do limite dos gastos com a educação, por não
pertencerem ao exercício de 2015, em desacordo com artigo 212 da Constituição
Federal c/c com inciso II do artigo 50 da Lei Complementar n° 101/00:
Data do N.º do Fonte de
Histórico Credor Subfunção Valor – R$
empenho empenho recurso

Pelo pagamento de folha Pessoa


05/01/2015 338 361 0 73.833,21
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoa
05/01/2015 339 361 0 217.789,46
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoa
05/01/2015 348 361 0 515.371,16
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoa
05/01/2015 345 365 0 151.957,74
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoa
05/01/2015 346 365 0 192.036,34
referente ao 14º salário de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha
Pessoa
08/01/2015 356 referente ao ao mês de 361 0 290.130,67
efetivo/comissionado
dezembro de 2014
Pelo pagamento de folha
Pessoa
08/01/2015 357 referente ao ao mês de 361 0 737.739,92
efetivo/comissionado
dezembro de 2014
Pelo pagamento de folha
Pessoa
08/01/2015 359 referente ao ao mês de 361 0 96.330,79
efetivo/comissionado
dezembro de 2014
Pelo pagamento de folha
Pessoa
08/01/2015 283 referente ao ao mês de 361 0 4.589.638,36
efetivo/comissionado
dezembro de 2014
Pelo pagamento referente Pessoa
08/01/2015 382 365 0 474.419,29
dezembro de 2014 efetivo/comissionado
Pelo pagamento referente ao Pessoa
08/01/2015 384 365 0 646.996,44
mês de dezembro de 2014 efetivo/comissionado
TOTAL 7.986.243,38

12) – Pelo fato de que as despesas a seguir, classificadas na função 12 – Educação,


não foram consideradas no cálculo do limite dos gastos com a educação uma vez que
se refere a gasto inerente à função 08 – Assistência Social:
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

:Data do N.º do
Histórico Credor Subfunção
Fonte de
Valor – R$
empenho recurso
empenho
Pelo pagamento do auxílio
pecuniário aos beneficiários do Pessoal
09/01/2015 386 122 0 229.017,50
programa operação trabalho, efetivo/comissionado
conforme planilha em anexo.

TOTAL 229.017,50

13) – Pelo encaminhamento das informações sobre os gastos com educação e saúde,
para fins de limite constitucional, utilizando como recurso a fonte ordinários.

14) – Pelo fato de que a abertura do crédito adicional, tendo como fonte o superávit
financeiro do Fundeb, por meio do decreto n.º 4652 (R$598.109,06), não utilizou a
totalidade do saldo a empenhar do exercício anterior (R$598.315,94), em desacordo
com o disposto no § 2º do artigo 21 da Lei 11.494/07;

15) – Pelo fato de que as despesas a seguir, classificadas na função 10 – Saúde, não
foram consideradas no cálculo do limite dos gastos com a saúde, por não pertencerem
ao exercício de 2015, em desacordo com o artigo 7° da Lei Complementar n.º 141/12
c/c com inciso II do artigo 50 da Lei Complementar n.º 101/00:

Data do N.º do Fonte de


Histórico Credor Subfunção Valor – R$
empenho empenho recurso
Pelo pagamento referente a
incentivo qualificação, Hosp. São José da A C. de
01/01/2015 76 302 0 238.000,00
ampliação e otimização SUS Sta. Catarina
competência 07/2014
Pelo pagamento de folha Pessoal
05/01/2015 191 122 0 305.510,27
referente ao 14º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
05/01/2015 193 301 0 54.775,97
referente ao 14º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
05/01/2015 192 305 0 106.721,48
referente ao 14º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
08/01/2015 194 122 0 1.169.447,98
referente ao 13º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
08/01/2015 198 301 0 218.835,53
referente ao 13º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
01/08/2015 196 305 0 397.892,81
referente ao 13º salário efetivo/comissionado
Pelo pagamento de folha Pessoal
14/01/2015 213 referente ao mês de efetivo/comissionado 302 0 582.547,71
dezembro

Pelo pagamento de plano de


saúde dos servidores do SMS
e dependentes referente ao Asben administradora de
15/01/2015 217 122 0 157.122,45
mês de dezembro de 2014 benefícios ltda
conforme documentação em
anexo

TOTAL 3.230.854,20

16) – Pela não comprovação da realização da audiência pública que deveria ter sido
promovida pelo gestor do SUS nos períodos de fevereiro/2015, maio/2015 e
setembro/2015, indicando que as mesmas não foram realizadas, em descumprimento
ao disposto no § 5º e caput do artigo 36 da Lei Complementar Federal n.º 141/12.
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

17) – Pelo registro no Demonstrativo da Receita Orçada com a Arrecadada - Anexo 10


consolidado da Lei Federal n° 4.320/64, fls. 243, de R$8.521.084,05 como sendo
receita proveniente de Royalties por Excedente Produção de Petróleo e Gás, quando o
correto seria, em consulta ao site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – ANP, pela Produção de Petróleo e Gás;

DETERMINAÇÕES:

1) – Atentar para que as próximas prestações de contas contenham os demonstrativos


contábeis consolidados de forma completa, conforme dispõe a Deliberação TCE-RJ n.º
199/96 e Portaria STN nº 634/13 c/c Portaria STN nº 700/14;

2) – Atentar para a publicação dos decretos de abertura de créditos adicionais e das


leis autorizativas dentro do exercício a que se referirem, consoante o artigo 354 da
Constituição Estadual;

3) – Observar para que o orçamento final do município, com base nas publicações das
leis e decretos de abertura de créditos adicionais, guarde paridade com o registrado no
Anexo 1 – Balanço Orçamentário do Relatório Resumido da Execução Orçamentária
relativo ao 6º bimestre e com os demonstrativos contábeis consolidados, em face do
disposto no artigo 85 da Lei Federal n.º 4.320/64;

4) – Aprimorar o planejamento, de forma a cumprir as metas previstas no Anexo de


Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias, em face do que estabelece o inciso I
do artigo 59 da Lei Complementar Federal n.º 101/00;

5) – Observar o correto registro dos saldos do superávit/déficit financeiro apurados ao


final do exercício quando da elaboração do quadro dos ativos e passivos financeiros e
permanentes e do Demonstrativo do Superávit/Déficit Financeiro apurado no Balanço
Patrimonial, conforme dispõe a Portaria STN nº 634/13 c/c a Portaria STN nº 700/14;

6) – Observar o equilíbrio financeiro nos próximos exercícios, em atendimento ao


disposto no § 1º do artigo 1º da Lei Complementar Federal n.º 101/00;

7) – Observar a consonância entre o resultado do exercício anterior apontado nos


Balanços Patrimoniais Consolidados, em atendimento ao artigo 85 da Lei n.º 4.320/64;

8) – Observar o correto registro contábil da movimentação patrimonial, em


atendimento à Portaria STN n° 634/13 c/c Portaria STN nº 700/14;

9) – Promover o equilíbrio financeiro do Regime Próprio de Previdência Social dos


servidores públicos, em conformidade com a Lei Federal n.º 9.717/98;
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

10) - Reduzir o percentual excedente em, no mínimo, um terço nos dois quadrimestres
seguintes, ou seja, até o 1º quadrimestre de 2016 e o restante até o 3º quadrimestre de
2016, cumprindo o disposto no artigo 23 c/c artigo 66 da LRF.

11) - Observar o regime de competência quando do registro das despesas na função


12 – Educação, em atendimento aos artigos 212 da Constituição Federal c/c com inciso
II do artigo 50 da Lei Complementar n° 101/00;
12) - Observar a correta classificação das despesas na função 12 – Educação, em
atendimento aos artigos 70 e 71 da Lei n.º 9.394/96.

13) - Para que sejam utilizados, nos gastos com educação e saúde, para fins de limite
constitucional, apenas fonte de recursos de impostos e transferências de impostos, de
modo a atender plenamente ao estabelecido no artigo 212 da Constituição Federal,
bem como no artigo 7º da Lei Complementar Federal n.º 141/12;

14) - Observar o disposto no § 2º do artigo 21 da Lei 11.494/07, procedendo à abertura


do crédito, tendo como fonte a totalidade do superávit financeiro do Fundeb;

15) - Observar a correta classificação das despesas na função 10 – Saúde, em


atendimento ao artigo 7° da Lei Complementar n.º 141/12 c/c com inciso II do artigo 50
da Lei Complementar n.º 101/00;

16) - Para que o Executivo Municipal comprove a realização das audiências públicas
promovidas pelo gestor do SUS, em obediência ao § 5º e caput do artigo 36 da Lei
Complementar Federal n.º 141/12.

17) - Observar a correta contabilização dos recursos de Royalties, com vistas ao


cumprimento o artigo 85 da Lei n.º 4.320/64.

RECOMENDAÇÃO:

Para que o município atente para a necessidade do uso consciente e


responsável dos recursos dos royalties, priorizando a alocação dessas receitas na
aplicação de programas e ações voltadas para o desenvolvimento sustentável da
economia local, bem como busque alternativas para atrair novos investimentos de
forma a compensar as possíveis perdas de recursos futuros.

II – COMUNICAÇÃO, com fulcro no § 1º do artigo 6º da Deliberação TCE-RJ


n.º 204/96, ao atual responsável pelo Controle Interno da Prefeitura de Teresópolis, na
forma do artigo 26 e incisos do Regimento Interno deste Tribunal, aprovado pela
Deliberação TCE-RJ n.º 167/92, para que tome ciência da decisão deste Tribunal e
atue de forma a cumprir adequadamente a sua função de apoio ao controle externo no
exercício de sua missão institucional, prevista no artigo 74 da CF/88 e no art. 59 da
LRF, pronunciando-se, nas próximas contas de governo, de forma conclusiva quanto
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

aos fatos de ordem orçamentária, financeira, patrimonial e operacional que tenham


contribuído para os resultados apurados, de modo a subsidiar a análise das contas por
este Tribunal, apontando ainda quais foram as medidas adotadas no âmbito do
controle interno, no sentido de alertar a administração municipal quanto às
providências a serem implementadas.

III – COMUNICAÇÃO, com fulcro no § 1º do artigo 6º da Deliberação TCE-RJ


n.º 204/96, ao atual Prefeito Municipal de Teresópolis para que seja alertado:

- quanto ao déficit financeiro de R$ 74.836.068,36 apresentado nestas


contas, para que implemente medidas visando ao equilíbrio financeiro até o último ano
de seu mandato, pois este Tribunal poderá pronunciar-se pela emissão de parecer
prévio contrário à aprovação de suas contas no caso do não cumprimento do § 1º do
artigo1º da Lei Complementar Federal n.º 101/00;

– quanto à alteração da metodologia para a análise do cumprimento do


limite mínimo constitucional de aplicação de recursos na manutenção e
desenvolvimento do ensino, a ser utilizada a partir da Prestação de Contas de Governo
Municipal referente ao exercício de 2018, encaminhada a esta Corte no exercício de
2019, a qual deixará de considerar em seu cômputo as despesas com pagamento de
proventos aos inativos;

- Para providenciar o ressarcimento, no valor de R$1.165.500,00, à conta do


Fundeb, a fim de se resgatar o equilíbrio financeiro da conta, em atendimento aos
preceitos da Lei n.º 11.494/07, especialmente do seu artigo 21.

GC-2,

MARCO ANTONIO BARBOSA DE ALENCAR


CONSELHEIRO-RELATOR

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PRESTAÇÃO DE CONTAS DO GOVERNO MUNICIPAL DE TERESÓPOLIS – PODER


EXECUTIVO
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

PROCESSO Nº 215. 902-0/16

EXERCÍCIO DE 2015

PREFEITOS: SR. ARLEI DE OLIVEIRA ROSA- Períodos: 01/01/2015 a 18/08/2015,


01/09/2015 a 15/09/2015 e 24/09/2015 a 29/10/2015
SR. MÁRCIO HASTENREITER CATÃO – Períodos: 19/08/2015 a
31/08/2015, 16/09/2015 a 23/09/2015 e 30/10/2015 a 31/12/2015.

PARECER PRÉVIO

O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, nos termos


da Constituição do Estado e da Lei Complementar nº 63, de 01 de agosto de 1990, e,

Considerando que as Contas de Gestão dos Prefeitos do Município de


Teresópolis, Srs. Arlei de Oliveira Rosa e Márcio Hastenreiter Catão, referentes ao
exercício de 2015, constituídas dos respectivos Balanços Gerais do Município e das
demonstrações técnicas de natureza contábil, foram elaboradas com observância às
disposições legais pertinentes exceto pelas ressalvas apontadas, conforme conclusão
apontada no parecer do Conselheiro-Relator;

Considerando o minucioso e detalhado trabalho do Corpo Instrutivo que,


em sua conclusão, opina pela emissão de Parecer Prévio Favorável à aprovação das
Contas de Gestão do Chefe do Poder Executivo, relativas ao exercício de 2015, com
Ressalvas e Determinações;

Considerando que o Ministério Público Especial junto a este Tribunal de


Contas, representado pelo Procurador-Geral Horacio Machado Medeiros, confirma a
conclusão a que chegou o Corpo Instrutivo;

Considerando o exame a que procedeu a Assessoria Técnica do


Conselheiro-Relator que confirmou os fatos apontados pela instrução;

Considerando que, nos termos da legislação em vigor, o Parecer Prévio do


Tribunal de Contas e o subseqüente julgamento pela Câmara de Vereadores não
exime a responsabilidade dos ordenadores e ratificadores de despesas, bem como de
pessoas que arrecadaram e geriram dinheiro, valores e bens municipais, ou pelos
quais o Município seja responsável, cujos processos pendem de exame por esta Corte
de Contas;

RESOLVE:
TCE-RJ
PROCESSO N.º 215.902-0/16
RUBRICA FLS.

Emitir PARECER PRÉVIO FAVORÁVEL à aprovação das Contas do Chefe


do Poder Executivo do Município de Teresópolis, referentes ao exercício de 2015, de
responsabilidade dos Sr. Arlei de Oliveira Rosa, períodos: 01/01/2015 a 18/08/2015,
01/09/2015 a 15/09/2015 e 24/09/2015 a 29/10/2015 e Sr. Márcio Hastenreiter Catão,
períodos: 19/08/2015 a 31/08/2015, 16/09/2015 a 23/09/2015 e 30/10/2015 a
31/12/2015, com as RESSALVAS, DETERMINAÇÕES e RECOMENDAÇÃO,
constantes do Voto.

SALA DAS SESSÕES, de de 2016.

Conselheiro Jonas Lopes de Carvalho Junior


PRESIDENTE

Conselheiro Marco Antonio Barbosa de Alencar


RELATOR

REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL JUNTO AO TRIBUNAL


DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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