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REVISTA DA

ESCOLA DOMINICAL
LIÇÕES BÍBLICAS PARA CULTO DOMÉSTICO, DEVOCIONAL E PEQUENOS GRUPOS

PROFESSOR
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Doutrinas
Bíblicas
Fundamentos
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Verdade
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REVISTA DA
ESCOLA DOMINICAL
LIÇÕES BÍBLICAS PARA CULTO DOMÉSTICO, DEVOCIONAL E PEQUENOS GRUPOS

Comentário e adaptação
Enaldo Brito e equípe editorial

SUMÁRIO
DATA

______ /_ _;_____ LIÇÃO 1 DEUS ÚNICO E VERDADEIRO ........................................................... 5

__ /__ ; ____ LIÇÃO 2 JESUS, EXPRESSÃO VISÍVEL DE DEUS ...................................... 11

__ ; __ _;__ LIÇÃO 3 ESPÍRITO SANTO, O CO NSOLADOR............................................ 17

_;______ ; _ LIÇÃO 4 DEUS, O CRIADOR DO UNIVERSO ............................................... 23

_;. ____ / _ LIÇÃO 5 ANJOS, OS MENSAGEIROS DE DEUS ......................................... 29

__.•. 1._ _1__ .,. LIÇÃO 6 ANJOS CAÍDOS, AGENTES DO MAL............................................. 35

____ /._/_______ LIÇÃO 7 HOMEM, A GLÓRIA DA CRlAÇÃ0 ................................................. 41

__ ;___ ; ____ UÇÃO 8 BÍBLlA, A REVELAÇÃO ESCRITA DE DEUS ............................. 47

__ ; ____ _;_____ LIÇÃO 9 SALVAÇÃO, A SOLUÇÃO PARA O PECAD0 .............................. .53

_1._ ..___ ; ___ LIÇÃO 10 FAMÍLIA, ALIANÇA DE AMOR E VIDA ...................................... .59

_/......__ ; _ LIÇÃO 11 IGREJA, O POVO DE DEUS ................................................................ 65

___ /. ___; _ LIÇÃO 12 A VINDA DE JESUS................................................................................ 71

___ ; __ ; __ LIÇÃO 13 A REVELAÇÃO SOBRE O FUTURO ............................................... 77


Enaldo Brito é pastor na Assembleia de Deus Marituba-Pa. Formado em Teologia (Bacharelato; Mestrado), Con-
tabilidade e Direito. casado com Teima Brito. é pai de dois filhos: Enaldo Junior e Tiago. É escritor, conferencista e
também professor de Teologia no Seminário Teológico da Assembleia de Deus (SETAD).
EXPEDIENTE
DOUTRINAS BÍBLICAS Conselho Editorial
Samuel Câmara, Oton Alencar, Jonatas Câmara,
Rui Raiei, Celso Brasil, Philipe Câmara, Enaldo
A Bíblia é de longe o livro mais Brito, Benjamin A de Souza.

importante e profundo que já foi Editor


Samuel Câmara
escrito, mas s ua mensagem essen-
Editor Assistente
cia l do amor de Deus e m Cristo Benjamin A . de Souza
pode ser entendida pelas crian-
Coordenador Editorial
ças, ao mesmo tempo em q ue, por Ellérl 8090

ser sobrenatural, continua a de- Equipe Editorial


Elléri Bogo e Honório Pinto
safiar as melhores mentes.
Supervisão Editorial
Destaco a for ma simples, di- Faculdade Boas Novas (FBN) e Seminário
Teológico da Assembleia de Deus (SETA[))
dática e lógica adotada nesta re-
vista, que sistematiza as grandes Repertório, Musical
Rebekah Câmara
doutrinas da Bíblia em três gru-
Revisores
pos: 1) Deus; 2) As criaturas de Auristela Brasileiro e Tarik Ferreira

Deus; 3) O plano de Deus. Distribuição e Comercial


Jadiel Gomes
O Espírito Santo nos guiará e
Editoração e Projeto Gráfico
confirmará em toda verdade di- Maely Freire, Nei Neves e Tarik Ferreira
vi111a ao estudarmos estes temas
Conteúdo Digital e Imagens
fundamentais da Bíblia com r eve- Jeiel Lopes

rência, humildade e com o coração Versão bíblica: Almeida Revista e Atualizada,


salvo quando indicada outra versão.
ávido por aprender.
@ 2017. D ireitos reservados. É proibi da a
reprodução parcial ou total desta obra, por
qualquer meio, sem autorização por escrito
da Assembleia de Deus em Belém do Pará e
do autor dos comentários e adaptações .

Programa de Educação Cristã Continuada.


Avenida Governador José Malcher, 1571 , Nazaré.
CEP: 66.000-230. Belém - Pará- Brasil. Fone: (91)
3110-2400. E-mail: comercial@adbelem.org.br.

L LIVRO PARA LEITURA COMPLEMENTAR


OOUIRINAS f7úntlm11enlnâ tia íb/Ma
r.sto revi$•o uso corno base o lvn> "Oo,.Jl1nos Fvndornenlcb do Sibilo:
Fundol'nentoioo Vetdodc ". de ft0yd \'loodwottli e OOvid Duncon.
lruliMo CrlstOo lntemodonol [IOt. Complnos (SPt. 2013.
P•dldos: (91) 31l 0•2400
LIÇÃO 1
DEUS,
ÚN ICO E VERDADEIRO

• •• • •
_, 1111-.-.-•ii
Afora o suplemeri
é igual para alune
.., todo o conteúdo de cada lição
clusive o número da página.

OR1EN1AÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOGICA
• Definir a natureza de Deus.
O conhecimento profundo de • Ensinar sobre Seus atributos
Deus é fundamental para a vida naturais visando ao fortalecimen-
cristã. Sem esse conhecimento to da nossa fé.
• Explicar as ca racterísticas
verdadeiro todas as demais coisas
morais de Deus .
perdem o sentido e propósito. O
mundo se corrompe a cada dia por
falta do conhecimento de Deus. PARA COMEÇARAAUlA
Podemos conhecer a Deus pes-
Pergunte aos al unos: Seria
soalmente por meio da fé e na ob-
possível conhecer a Deus? Qual
servação da Sua cr iação (Hb 11.6; é a importância de conhecermos
Sl 19.1). Porém, o conhecimento a Deus. Peça para alguém fazer
do Ser de Deus, ou seja, da Sua na- uma pequena análise sobre a cor-
tureza e características pessoais, rupção oon temporânea da huma-
nidade e o contraponto do conhe-
somente pode ser obtido na revela- cimento de Deus.
ção feita pelo próprio Deus nas Es- Enfatize que ao longo dos tem-
crituras e por meio de Jesus Cristo. pos Deus tem se dado a conhecer
Neste trimestre, vamos estu- de diversas formas ao home m,
principalmente a revelação do Seu
dar a doutrina bíblica em três gru-
Ser através da Criação, das Escri-
pos principais; I) Deus; II) A Cria- turas Sagradas e de Jesus Cristo.
ção de Deus; III) O Plano de Deus.

RESPOSTA.$ DA PÁGINA 1 O
PALAVRAS-CHAVE 1) Deus é espírito, Deus é Tri-pessoal.
Trindade • Oniprese nça • Santidade 2) Que Deus tem todo o poder.
3) Jesus é a expressão má}óma do amot de Deus.
lição 1 - Deus Úniw e Ven:ladeiro

LEITURA COMPLEMENTAR
À antiga indagação: "Porventura alcançarás os caminhos de Deus
ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso?" (Jó 11.7), podemos res-
ponder com um "Não!" O grande problema que enfrentamos em nos-
sos esforços de comp reender a Deus, é que o homem finito não pode
compreender o Ser Infinito!
Exceto a revelação que temos sobre a natureza e os atributos ou ca-
racterísticas de Deus, não dispomos de meios para conhecer o Ser de
Deus. Somente aquilo que Ele mes mo revelou acerca de Sua natureza
e de Seus atrib utos nos confere algum conhecimento sobre o Seu Ser
divino. Portanto, aquilo que Ele revelou sobre Si mesmo é apenas um
desvendamento parcial, embora exato, do Seu Ser.
Também podemos conhecer a Deus quando Ele entra em relacio-
namento pessoal conosco. Obtemos conhecimentos sobre Ele, ao estu-
darmos sobre a Sua natureza e características, porquanto estas reve-
lam aspectos diversos de Seu Ser. A fim de obtermos um conhecimento
completamente fidedigno da natureza e das características divinas,
precisamos começar estudando a revelação de Deus sobre Si mesmo
nas Sagradas Escrituras.
Apesar de podermos obte r um certo conhecimento gera l de
Deus, quando contemplamos as Suas obras na natureza, precisa-
mos voltar-nos para a Pal avra escrita, se quisermos receber enten-
dimento sobre a Sua natureza e as Suas características . Enquanto
estivermos estudando sobre o nosso Criador, você poderá apreciar
mais plenamente que foi o interesse Dele por você que O levou à
progressiva auto- revelação através dos séculos. Essa auto-revela-
ção ati ngiu o seu ponto culminante quando Ele, finalmente, falou
em Seu Filho (Hb 1.2).

Livro: "Doutrinas Fundamentais da Bíblia" (ICI , São Pau lo, 2008, Pg . 16) .

li
Estudada em _!_!__

LIÇÃO l DEVOCIONAL DIÁRIO


Segunda - Dt 6.4
Deus é o Único Senhor
Terça - Jo 4.24
Deus é Espírito
Quarta - SI 90.2
Deus é Eterno
Quinta - Gn 2.4
Deus é o Criador Onipotente
Sexta - Mt 18.20
Deus é Onipresente
TEXTO AUREO Sábado - Hb 4.13
''Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, Deus é Oniscien te
de todo o teu coração, de toda a
tua alma e de toda a tua força."
Dt6.5 LEITURA BÍBLICA
Salmo 93.1-4
1 Reina o SENHOR. Revestiu-se de
VERDADE PRÁTICA majestade; de poder se revestiu o
O Deus Eterno deseja ter
SEN HOR e se ci ngiu. Firmou o mun-
comunhão com todos os
homens. do, que não vacila.
2 Desde a antiguidade, está firme o
teu trono; tu és desde a eternid ade.
3 Levantam os rios, ó SENHOR, le-
vantam os rios o seu bramido; le-
vantam os rios o seu fragor:
4 Mas o SENHOR nas alturas é 1nais
poderoso do que o bramido das
grandes águas, do que os poderosos
vaga lhões do mar.

Hinos da Harpa: 124 - 216-187

5
Lição 1 - Deus Único e Verdadeiro

INTRODUÇÃO
DEUS ÚNICO
E VERDADEIRO Neste trimestre, vamos es tudar
a doutrin a bíblica em três grupos
INTRODUÇÃO principais, na ordem das lições.
No primeiro grupo abordare-
l. NATUREZA DE DEUS mos a Doutrina de Deus:
1) O Deus Único e Verdadeiro;
1. Deus é Espír ito Jo4.24
2) Jesus Cristo;
2. Deus é Eterno SI 90.2 3) O Espírito Santo.
No segundo grupo, trataremos
3. Deus é Trino e Único Dt6.4,5
sobre A Criação de Deus:
4) O Criador do Unive rso;
II. ATRIBUTOS NATURAIS 5) Os anjos;
1. Onipotência Gn 1.1 6) Anjos caídos;
7) O homem.
2. Onipresença SI 139. 7-10 No terceiro grupo, estudaremos
3. Onisciênda Rm 11.33 O Plano de Deus:
8) A Bíblia;
9) A Salvação;
III. ATRIBUTOS MORAIS
1 O) A Família;
1. Santidade Lv2a26 11) A Igreja;
12) A Vinda de Jes us;
2. Amor 1/o 4.8,16
13) Eventos Futuros.
3. Sabedoria SI 104.24 O estudo das Escrituras nos
proporciona um co nhecimento fiel
APLICAÇÃO PESSOAL da natureza do nosso De us Eterno.
Embora possamos conhecê-lo de
uma forma geraJ, em observar a Sua
maravilhosa Criação, somente n a
Bíblia Ele fez revelações precisas de
si mesmo. Nas Escrituras entend e-
mos sobre Seus atributos pessoais.

I. NATUREZA DE DEUS
Consideremos alguns fatos que
precisamos saber sobre Deus.

1. Deus é Espírito. Sua nature-


za é espiritual, imaterial e invisível.

6
Lição 1 - Deus Único e Verriadeiro

Deus te m s ubs t ân cia, m as 3. Deus é Trino e Único.


não um a s ubs tân cia m a te ri a l, De us é um ún ico Ser divino. Por
com o aco ntece co nosco. Antes, isso, to d os os dema is seres exis-
De us é um a s ubs tân cia es piri - tem a pa rtir Dele, p or me io De le
tua l (Lc 2 4.3 9). e pa ra Ele (1Co 8.6; 1Rs 8.60; Dt
Sendo espírito, Deus não tem 4.35,39; Dt 6.4; Rm 11.36). Con-
fo rma alguma e nunca foi visto sidere mos duas coisas:
(lo 1.18; 4.24). Não está s uj eito às Primeiro, não existe outro ser
limitações humanas (1 Tm 1.17; semelha nte a Deus nem ninguém
1 Tm 6. 15,1 6). Moisés viu os re fl e- que se compar e a Ele dentre tod os
xos da glória d e Deus, mas não viu os de uses, q ue na verda de nada
a Sua essência propria mente dita são (Zc 14.9; Êx 15.11).
(Êx 33.19-23) . Segundo, a Sua s ubstância es-
Algum as me táfor as relativas piritual, ou Sua na tureza essencial,
ao corpo humano e ta mbém a a ni- é distinta de tudo q uan to exis te no
mais fo ram u sad as com referên- m undo (Ef 4.6; CI 1.1 5-17).
cia a De us, mas isso não signi fica Os te rmos substância e essên-
que Ele tenha fo rma humana o u cia refe rem-se às q ua lidades ou
se pareça com animais (SI 9 1.4; atributos que compõem a nature-
98.1; 99.5; Os 13.8). za de Deus, à base de todas as Suas
manifestações externas.
2. Deus é Eterno. De us não Deus, em Sua s ubstâ ncia e es-
tem com eço ne m fim. Ele sempre sência, é tri-pessoaL O Pai, o Filho
exis tiu desd e a eternidade e a Sua e o Es pírito Santo possuem quali-
exis tê ncia nunca term in ará (SI dades peculia res (títulos, nomes,
90.2; Dt 32.40; SI 1 02.2 7). Nossas pro nomes e ativida des) q ue os
m entes limita das não conseguem d istinguem como p essoas (auto-
ente nder a ideia so bre algo infi- d isti nção), expressam a relação
ni to, quand o o tempo a inda não íntima entre eles e reve lam o q ue
havi a começad o. cada um te m em si m esmo.
O fato é que a eternidade é a Deus é um Ser trino. Cada
infinitude de Deus em relação ao memb ro da Tr inda de é De us : O
tempo. Os hom ens, os anjos e tod a Pai é Deus (Jo 6.27; Rm 1 :7; 1Pe
a criação são ser es fi nitos. Para 1.2) . O Filho é Deus (Jo 1.1,14; Rm
De us, o passad o, o presente e o fu- 9.5; CI 2.9; Hb 1.8; 1Jo 5.20). O Es-
turo são a mesma coisa (Gn 21.33; pírito Santo é Deus (At 5.3-4; l Co
SI 102.27; Is 5 7.15). Por isso, Deus 3.1 6; Rm 8.9).
é imutável. Ele nunca muda (MI 3.6; Vejamos a lgumas provas bíbli-
Tg 1.1 7). Ele o pera segundo princí- cas da d outrina da Trindade:
pios eternos que não variam com a a) O nome Elohim, no hebraico,
passagem d os dias (Hb 13.8). está no plural, fala da pluralidade

7
Lição 1 - Deus Único e Verdadeiro

de pessoas na Deidade (Gn 1.26). b) A suste nt ação de t odas as


b) A palavra traduzida por l(úni- coisas por Sua poderosa palavra
co': no hebraico, em referência a (Hb 1.3).
Deus, significa uma unidade, seme- c) A redenção do povo (Lc
lhante à unidade de um cacho de 1.35,37).
uvas, uma alusão à trindade (Dt 6.4). d) Os milagres (Lc 9.43).
c) No batismo de Jesus (Mt e) A salvação dos pecadores
3.16,17). (lCo 2.5; 2Co 4.7).
d) Na Grande Comissão (Mt f) O cumprimento de Seus
28.19). propósitos (lPe 1.5).
e) Na bênção apostólica (2Co Entretanto, Deus não faz tam-
13.1 3). bém coisas incoerentes ou contrá-
Deus é um Ser Único e Pessoal. rias à Sua própria natureza.
Ele não é uma e nergia cósmica,
como muitos pensam. A personali- 2. Onipresença. Deus está
dade de uma pessoa é caracteriza- presente em todos os lugares (SI
da pela capacidade de pensar, de 139.7-10). A onipresença de Deus
sentir e de tomar decisões. Ele tem não signifi ca que Ele t enha o mes-
int eligência, raciocíruo, capacida- mo tipo de relacionamento com
de de sentir e pensar. Vejamos: todas as pessoas. Ele haverá de se
a) Deus se comunica com ou- revelar e abençoar aqueles que O
tros seres (SI 25.14). amam e O servem, mas repreende
b) Ele é afetado pelas reações e castiga aqueles que se opõem a
de Seus filhos (Is 1.14). Ele (Na 1.3; Mt 18.20).
c) Deus pensa (Is 55.8). A Sua presença serve também
d) Ele toma decisões (Gn 2.18). para nos lembrar de sermos muito
Logo, Deus é um Ser pessoal, cuidadosos no modo de viver; pois
apesar de não ter um corpo físico. Deus vê tudo quanto fazemos. Os
nossos sentimentos não servem
II. ATRIBUTOS NATURAIS como uma medida da presença de
Deus. Sem importar se podemos
Os atributos de Deus ajudam sentir ou não a Sua presença, Deus
a explicar como Ele é e també m está conosco (Mt 28.20; Jo 14.16,17).
a dime nsionar Suas maravilhosas
obras. 3. Onisciência. Deus te m o
conhecimento total de todas as
1. Onipotência. De us é o To- coisas (Rm 11.33-3 6; Hb 4.13).
do-poderoso. Esse poder absoluto Ele sabe tudo (SI 139.4; Jo 21.17).
transparece em relação aos se- Esse é um fato impossível de en-
guintes aspectos: te ndermos ple namente e, no e n-
a) A criação (Gn 1.1). tanto, é essen cial para a n ossa fé

8
Ução 1 -Deus Úniw e Verdadeiro

na perfeição absoluta de Deus. Ele A santidade de De us inclui o


é capaz de dizer o que vai acon- amor por aq uilo que é bom e o Seu
tecer no futuro, muito antes que repúdio por aq uilo que é mau (Êx
aconteça. Por essa razão é que 19.12,13,21-25; 26.33). O pecado
tantos acontecimentos são predi- separa o homem de Deus (ls 59.2;
tos nas Escrituras. Hc 1.13; Is 6.5-7).
Isso não significa que o Eterno A percepção da presença de
toma necessariamente as decisões Deus, por causa de Sua ilimjtada
sobre o que acontecerá conosco. santidade, cria em nós a tristeza, a
Ele simplesmente sabe quais confissão e a humildade diante do
serão as nossas decisões, antes que pecado (Jo 16.8). Na expiação de-
elas ocorram. E, visto que Ele pode finitiva feita pelo sangue de Jesus
prever, então pode também predi- temos comunhão com De us (Rm
zer o que acontecerá no futuro. Mas 5.2; Ef 2.13-18; 1 Pe 2.18).
o fato de que Ele predisse algo não
significa que ele arbitrariamente 2. Amor. A essência de Deus é
predeterminou, ou decidiu de an- o amor (lJo 4.8,16). Amar simples-
temão, o que haverá de ter lugar. mente faz parte da Sua natureza.
Todavia, Ele pode fazê-lo em Ele ama profundamente a humani-
todos os even tos restritos à Sua dade, demonstrando isso por meio
vontade e sobera nia (Mt 24.22). daquHo que fez e ainda faz por nós.
Não existe nada que possa-
III. ATRIBUTOS MORAIS mos fazer para me recer o amor
de Deus, ou algo que aumente ou
O ensino das características diminua o Seu amor por nós. O
morais de Deus esclarece o propó- amor eterno de Deus está revela-
sito Dele de preparar-nos para o do em toda a Bíblia (SI 103.13,14;
Seu reino etern o. Is 63.16; 64.4; Jr 31.3).
A expressão máxima do amor
1. Santidade. Deus é Santo de Deus foi a entrega do Seu Filho
(Lv 20.26; 1Pe 1.15,16). A santi- Jesus para a nossa salvação (lo
dade exprime a perfeição divina 3.16; Rm 5.8,9). Devemos estar
em tudo quanto Ele é e faz. Tudo certos de Seu amor, independente
quanto Deus faz é direito e bom. das circunstâncias, para que viva-
É imposs ível que Ele caia em mos confiantemente, sem temo-
algum erro moral, pois Ele é ab- res, medos ou fobias (lJo 4.18,19;
solutamente justo e puro. A pala- 2Tm 1.7; Hb 4.14-16).
vra santidade também contém a
id eia de separação de todo o mal. 3. Sabedoria. Deus é Todo-sá-
E De us não pode ne m mesmo ser bio, Ele faz bem todas as coisas
tentado pelo mal (Tg 1.13). (SI 104.24-30; Jr 10.12; Me 7.37).

9
Lição 1 - Deus Único e Verdadeiro

Em Sua perfeita sabedoria, Ele nos pois não possui a sabedoria ne-
concedeu a Sua Palavra, a Bíblia, a cessária para saber como se deve
fim de nos guiar em tudo quanto aplicar o conhecimento à solução
fi zermos. Se vivermos conforme a dos mesmos (Tg 1.5).
Sua orientação, haveremos de nos
be neficiar da Sua sabedoria e ai n-
da seremos a be nçoados por Ele. APLICAÇÃO PESSOAL
A sabedoria não é a mesma coi-
sa que o conhecimento. A sabedo- À medida que você for ob-
ria sonda o conhecimento a fim de tendo maior compreensão sobre
descobrir o mais elevado propósi- Deus e sobre como manter um
to possível, e então, usa o melhor íntimo relacionamento com Ele,
meio para concretizar esse bem. melhor testificará a outras pes-
Todo o conhecimento humano soas sobre o Seu incomensurável
é limitado e insuficiente para re- a mor e infinita bondade.
solver os problemas da sociedade,

RESPONDA
1) Cite duas carateristicas da natureza de Deus.

2) O que significa a onipotência divina?

3) Qual a expressão máxima do amor de Deus?

VOCABULÁRIO
• Revelação: inspiração divina para se conhecerem certas coisas.
• Imutável: algo que não muda ou sofre variação.
• Atributo: aquilo que é próprio de alguém ou de algo; característica, sinal distintivo.

10
LIÇÃ02
JESUS,
EXPRESSÃO VISÍVEL DE DEUS

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição


é igual para alunos e mestres. inclusive o número da página.

ORIEN~AÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOG ICA
• Dar provas bíblicas sobre a
Nesta segun da lição, conside- deidade e a humanidade de Cristo.
raremos a doutrina sobre Jesus • Discutir sobre a na tureza e o
Cristo, o qual é o resplendor da propósito da encarnação.
gló ria eterna e a exp ressa imagem • Identificar as obras de Cris to
de Deus (Hb 1.3). Meditaremos so- e a significação d as mesmas.
bre o tempo que Ele esteve neste
mundo e como, por Seu in termé-
dio, permitiu-nos conhecer o Pai. PARA COMEÇARAAULA
Convém ressaltar que Jesus
Indag ue aos alunos se eles já
veio ao mundo para nos revelar ouviram algué m fazer o seguin-
como é Deus Pai: Seu cará ter, amor, te comentári o a respeito de um
bondade, justiça etc. Ele é a repre- filho m u ito pa recido com o pai:
sentação visível do Pai, o qual é in- "Ele é a cara do pai". Mostre q ue
visível, e incorpora as característi- pai e filh o podem ser parecidos
cas naturais e morais de Deus. em suas. ações, na maneira de
Através do milagre da encarna- pensar e na personalidade.
ção, Ele to mou a natureza e a forma Destaq ue que já na criança re-
de um homem comum, embora te- cém-nascida percebem-se traços
nha vivido de maneira inteiramente de semelhança dos pais.
in comum, Ao assim fazer, Jesus deu Introduza o ass unto indicando
expressão às qualidades de Deus, que Jesus em tudo se parecia com
comunicando-as aos home ns. Jesus o Pai, a ponto de dizer: "Eu e o Pai
também afirmou: "Quem me vê a somos um"; e também: "Quem me
mi m, vê o Pai" Qo 14.9). vê a mim vê o Pai" (Jo 10.30; 14. 9).

RESPOSTAS DA PÁGINA 16
PALAVRAS-CHAVE 1) Jesus Cristo.
Ascensão • Mediador • Vicária 2) Suas limitações humanas: cansaço, fome e sede.
3) Prova que o Seu sacrifício foi aCélto por Deus.
Lição 2 -}e5us, Expressão V,sível de Deus

LEITURA COMPLEMENTAR
Razões da Encarnação
Devido o nosso estado limitado, nunca serem os capazes de entender
plenamente por que razão nosso Senhor tornou-se homem. O que pode-
ria ter motivado o Filho de Deus a vir à terra, tornando-se parte de uma
raça que havia caído no pecado, vendo-se cercado pela inveja e pelo ódio
dos homens?
Em primeiro lugar, Deus não poderia morrer. E era necessário que
houvesse um sacrifício sem defeito, pelo pecado. Visto que a humanidade
inteira compõem-se de indivíduos pecadores, De us tornou-se carne a fim
de prover o sacrifício perfeito, pagando a penalidade imposta ao pecado
(Hb 2.9).
Em segundo lugar, através da encarnação, Jesus revelou o Pai à humani-
dade, em toda a sua inatingível excelência e beleza espiritual (Jo 14.7-11).
Em terceiro lugar, ao tornar-se homem, nosso Senhor nos fo rn eceu um
exe1nplo apropriado (1 Pe 2.21-25).
Quando examinamos as Suas reações diante da condição humana, so-
mos capazes de nos identificar com Ele, reconhecendo que o grande alvo
da vida cristã é a semelhança com Cristo (ver Romanos 8.29).
Jesus disse aos Seus discípulos que os estava enviando ao mundo, da
mesma maneira que o Pa i O havia enviado Qo 17.18; 20.21). Esse manda-
mento consiste no anúncio da misericordiosa provisão divina da salvação
a todos quantos confiare m. Faz parte da Grande Comissão ir ao mundo
inteiro, anunciando o evangelho a toda criatu ra (Me 16.15). Jesus foi a
provisão divina para a n ossa salvação. E nós devemos anunciar essas
boas-novas a todas as pessoas.

Livro: "Doutrinas Fundamentais da Bíblia" (ICI, São Pau lo, 2008, pg. 90).

li
Estudada em _ ! _ !__

LIÇÃO 2 DEVOCIONAL DIÁRlO


Segunda - Jo 1.14
JESUS, Jesus é a encarnação de Deus
Terça - Lc 1.3 5
~
EXPRESSAO Jesus foi gerado pelo Espírito
Quarta - Cl 1.15
VISÍVEL DE DEUS Jesus, a imagem do Deus invisível
Quinta - Rm 5.8
Jes us morreu pelos nossos pecados
Sexta - At 2.3 2
#
Jes us fo i ressusci tado por Deus
TEXTO AUREO Sábado - Ef 1.20
"Este é a imagem do Deus Jesus asse ntou-se à des tra de Deus
invisível, o primogênito de toda a
criação': CI 1.15 LEITURA BÍBLICA
Colossenses 1.13-17
13 Ele nos libe rto u d o imp éri o
das trevas e nos t rans porto u pa ra
V ERDADE PRÁTICA o reino do Fi lho d o se u amor,
Jesus revelou na história 14 no qua l tem os a rede nção, a re-
humana com o é o Deus invisível. missão dos pecados.
15 Es te é a im agem d o De us in-
vis íve l, o primogê nito de tod a a
criação;
16 pois, nele, fo ram cr ia das to-
das as coisas, nos Cé us e so bre a
terra, as vis íveis e as invis íveis,
sejam tronos, seja m so bera nias,
quer principados, qu er po tes ta-
des. Tudo fo i cria do por m e io d e le
e para ele.
17 Ele é an tes d e tod as as coisas.
Nele, tud o subsiste

Hinos da Harpa: 244 - 400- 410

11
lição 2 -Jesus, Expressão Visível de Deus

INTRODUÇÃO
JESUS,
EXPRESSÃO VISÍVEL DE DEUS Jesus veio ao mundo para reve-
lar o amor do Deus Pai. Ele é a repre-
INTRODUÇÃO sentação visível do Deus invisível
Através do milagre d a encarnação,
1. A HUMANIDADE DE JESUS Ele tomo u forma de homem. Desse
modo, Jesus deu expressão aos atri-
1. Encarnação Jo 1.14 butos de Deus. Ele disse: "Quem me
2. Genealogia Mt 1.1-17
vê a mim vê o Pai" Oo 14.9).

3. Limitações Jo 4.6 1. A HUMANIDADE DE


JESUS
fl. A DEIDADE DE JESUS
O nascimento de Jesus repre-
1. Atributos Divinos Jo 5.23 senta a plenitude da história hu-
2. Atri butos Naturais Fp 2.5 -8
mana (G l 4.4).

3. Atributos Morais lPe 2.22 1. Encarnação. A encarnação


refere-se à união da dMndade com
IU. AS OBRAS DE JESUS a humanidade na pessoa de Jesus
Cristo Oo 1.14). Ele foi concebido
1. Morte Me 1 5.34-3 7 pelo Espírito Santo no ventre de
2. Ressurreição 1co 15.5
Maria. Mediante esse ato singular
de criação Deus rompeu a cadeia da
3. Ascensão e Exaltação At 1.9 geração humana e produziu um ser
celestial (Lc 1.34,35; 1Co 15.47-49).
APLICAÇÃO PESSOAL O Filho de De us tornou-se car-
ne (Fp 2.6-9). Ele fez isso a fi m de
prover a salvação para os homens,
mediante a Sua morte na cruz (Cl
1.18-20). Não havia o utra maneira
pela qual Ele pudesse concretizar
o Seu propósito salvífico. A encar-
nação possibilitou a reconciliação
entre Deus e o home m, consuman-
do o p lano divino dai salvação.

2. Genealogia. Os evangelhos
de Mateus e Lucas traçam a árvore
genealógica de Jesus. Mateus aco m-

12
Lição 2 -Jesus, Expressão Visível de Deus

pa nha a Sua li nhagem de volta até O desenvolvimento m en tal de


Davi, e daí retrocede até ao patriar- Jesus não r es ultou da instrução
ca Abraão (Mt 1.1-17). Ele queria recebida nas escolas d os Seus dias
provar que Jesus era da linhagem Oo 7.15). Antes, resul to u das se-
de Davi e herdeiro do tron o, Rei de gui ntes s ituações:
Israel e também descendente de a) Do treinamento r ecebido d e
Abraão, Filho da Promessa e aben- seus pais (Lc 2.51).
çoador de to das as fam ílias da terra b) Da frequência regular à si-
(Gn 22.17,18). nagoga (Lc 4.16).
Lucas acompanha a linhagem e) Da vis ita fiel ao Templo (Lc
de Jesus de volta até Adão (Lc 3.23- 2.41).
38). O propósito era enfatizar o fato d) Do estudo fiel e aplicação
da experi ência humana de Jesus. das Escr ituras e da oração perse-
A genealogia de Mate us é, verante (Me 1.35; Jo 4.32-34).
em parte, di fere nte da de Lucas. e) Do Pai, de q uem Jes us r ei-
Acredita-se que Lucas esteja re - vindica r eiteradas vezes ter rece-
gistrando a genealogia de Jes us a bido Seu e nsin am ento (Jo 7.16;
pa rtir de Ma ria (par ente sanguí- 8.28; 12.49; 14.24; 15.15; 17.8).
neo de Jes us), através d e Na tã,
filho d e Davi; enquanto Mateus a II. A DEIDADE DE JESUS
r egis tra a partir de José (pai legal
de Jesus), através d e Salomão, fi- Considerarem os os fatos sobre
lho de Davi. Por ambas as linha- a deidade de Cristo.
ge ns, Jes us é descendente legal de
Davi e, portanto, qua lificado para 1. Atributos Divinos. Jesus
ser o Messias d e Is rae l. manifestava atributos divinos que
pertencem somente a Deus a saber:
3. Limitações. Jesus se desen- a) Recebeu ad oração. Ele n ão
volveu e viveu física e mentalmen- deveria ser adorado pe los h o-
te de acordo com as leis o rdinárias mens, se não fosse Deus verdadei-
do crescimento humano, como um ro (Êx 20.3-5; Mt 4.10; Jo 5.23).
me mbro no rm al da comunidade b) Perd oou pecad os, algo re-
judaica (Mt 13.35; Lc 2 .40). Sua servado a Deus (Me 2.7).
aparência fís ica era s imilar à de e) Exercia o direito de doar a
outros homens Oo 10.33; Jo 19.5). vida etern a (Jo 5.21,24).
Ele estava sujeito às limitações hu- d) Devolveu a vida às pessoas
manas, como cansaço, fome e sede (Lc 7.11-17; 8.40-56; Jo 11.1-44).
Oo 4.6; Me 11.12; Jo 19.28); sofreu e) Exe rce u o direi to de julgar
tentações e agonia (Mt 4.1-11; Lc Qo 5.22; Mt 25.31-46).
22.42-44); exp erimento u dor e Além disso, Jes us declarou r ei-
morte (lPe 4.1; l Co 15.3). teradas vezes ser Filho de De us

13
lição 2 -Jesus, Expressão Visível de Deus

(Lc 22.70,71; Jo 19.7). Vindicou


que aceitassem essas reivindica-
ções (lo 14.11). Disse aos judeus
que Ele e o Pai eram um (Jo 10.30). O Filho encarnado
Asseve rou que a salvação vinha une, em Sua pessoa,
por inte rmédio Dele (Jo 10.9). a verdadeira deidade
Afirmou ser o caminho de acesso com a verdadeira
ao Pai (Jo 14.6). Ga rantiu que nin- humanidade."
guém pode fazer coisa alguma sem
Ele (Jo 15.5). Testificou acerca de 5.5; lJo 3.8). Mas depois que cum-
Sua preexistência (Jo 8.58; 17.5). priu Sua missão, retomou Suas ca-
Instruiu que orações fossem feitas racterísticas divinas, a sabe r:
em Seu nome (Jo 16.23). Enviou os a) Onipotência. Ele tem todo o
discípulos e conferiu-lhes o poder pode r (Mt 28.18). Todos os anj os,
de realizarem milagres (Lc 9.1,2). todas as autoridades, todos os
poderes do Unive rso estão sujei-
2. Atributos Naturais. Nos tos ao Seu comando e a uto ridade
dias de Sua vivência terrestre, (lPe 3.22 ).
desistiu do direito de exercer de b) Onipresença. Ele está pre-
ma neira inde pe ndente os Seus sente em todos os lugares (Ef
atribu tos divinos (Fp 2.5-8). Ele 1.23). El e prometeu estar conos-
preferiu, propositadamen te, es- co "todos os dias': mesmo quando
vaziar-se de Seus pode res divinos dois ou três se reúnem para ado-
e viver na de pe ndência da pleni- rá-lo (Mt 18.20; 28.20).
tude do pode r do Espírito Santo. c) Onisciência. Ele sabe todas as
Por exemplo, se uma jarra cheia coisas (Jo 21.17). Cristo sabe todas
d'água é esvaziada completamen- as coisas, pois Nele estão escondi-
te, ela continua jarra, mas vazia. dos todos os tesouros da sabedoria
Assim também Jesus despojou-se e do conhecimento (CI 2.3).
dos atributos de sua divindade; d) Eternidade. E]e é o eterno
continuou sendo Deus, embora li- Filho de Deus (Jo 1.1; lJo 1.1). Ele
mitado na Sua humanidade. sempre existiu e continuará exis-
Decerto, Jesus dispunha de tindo para sempre (Hb 1.11,12;
poderes para os quais poderia ter 13.8). Seu sacerdócio é para sem-
apelado, a fim de escapar da cruz; pre (Hb 6.2 0; 7.3).
mas recusou-se a la nçar mão dos
mesmos (Mt 26.52-54). Jesus ti- 3. Atributos Morais. O caráter
nha de vencer a Satanás, o pecado de Jesus deixava as pessoas admi-
e a morte, mas como Homem, não radas e m Sua atitude e conduta.
como De us; e Ele o fez esplendi- Ele possuía os mesmos atributos
damente (Gn 3.15; Hb 2.14,15; Ap morais e naturais de Deus Pai, dos

14
Lição 2 -Jesus, Expressão Visível de Deus

quais destacamos especialmente: n a imposta ao n osso p eca do, a


a) Jesus viveu em santidade de e te rna se p a ra ção de De us
(l!Pe 2.22). Seus inimigos não pu- (Rm 6.23 ) .
de ram provar que Ele fosse culpa- Jes us experimentou essa hor-
do de qua lquer pecado (Jo 8.46). renda separação (Me 15.34). Ele
b) O a mor também o d isti n- pagou o preço da nossa salvação e
guia. Nenhum ser humano viveu aplaco u a ira de Deus ao permitir
uma vida tão caracteri zada pelo que a justiça divina recaísse sobre
amor. Ele provo u o Seu a mor por Ele. Ao morrer como nosso s ubs-
tod as as pessoas, incl us ive aos tituto, fez a expiação e nos deu o
inimigos (Lc 19.10; Mt 11.19; Lc perdão, restaurando a harmonia
23.34). Se u amor e intimidade com Deus (Rm 3.25,26).
no relacionamento com o Pai de- e) Significa a nossa morte na
monstram o segredo da eficácia de vida diária, a crucifi cação do nos-
Sua vida espiritual (Lc 22,39-44). so próprio "eu" (Mt 16.24,25; Gl
Jes us orava e jejuava de manei- 2.20; 5.24). É a morte da nossa na-
ra regular e por longos períodos tureza te rrena e seus desejos pe-
de tempo (Mt 4.2). Vá rias vezes caminosos, a fim de vivermos un1a
Ele se levantava bem cedo pela vida santa que agrada ao Senhor
ma nhã a fim de orar (Me 1.35). (Rm 8.5-11; Cl 3.5).
Outras vezes passava a noite in-
te ira em oração (Mt 14.22-25; Lc 2. Ressurreição. A obra de
6.1 2). Seu estilo de vida em san- Cristo teria sido incompleta se
tidade e íntima comunhão com o Ele não tivesse ress uscitado (lCo
Pa i deu aos discípulos a certeza de 15.5). Esse fato marcou o término
Sua divindade (Mt 16.16). da Sua obra salvadora, tornando o
Evangelho distinto de todos os ou-
Ili. AS OBRAS DE JESUS tros credos religiosos.
Nenhuma religião pode dizer
As obras de Jesus são: Morte, que seu fundador deixou o túmulo
Ressurreição, Ascensão e Exaltação. vazio. Mas o Evangelho reivindica
que Jesus venceu a morte! Nós o
1. Morte. A morte de Jes us exaltamos como o nosso Salvador
Cristo foi diferente da morte de redivivo. Em Jesus, e só Nele, te-
qualquer outro homem, a saber: mos herdado a vida eterna.
a) Foi inteiramente voluntária Sem a ress urreição a morte
Qo 10.18). Não foi imposta por de Jesus não teria a menor signi-
ninguém; Ele aceitou a morte livre- ficação, pois foi através dela que
me nte como a vontade do Pai com mostrou a eficácia de Sua morte,
vistas à salvação da humanidade. sendo e5,ta a pedra angular da fé
b) Pagou a penalidade divi- cristã (Rm 4.25). Quando Deus o

15
lição 2 -Jesus, Expressão Visível de Deus

ressuscitou, mostrou que a Sua dons entre Seu povo (lCo 12.4-11).
morte, como substituto do peca- Ele de rramou o Espírito Santo
dor, foi aceita (At 3.15; 5.30-32). sobre o Seu povo (At 2.33). O Se-
Ta mbém, confirmou a deidade de nhor levou consigo, para o Céu, a
Cristo e tornou-o nosso In terces- Sua natureza humana (o Seu cor-
sor e Advogado na presença de po humano glorificado) e, como
Deus (Rm 1.4; 8.34; lJo 2.1,2). participou de nossas experiências
humanas, também é o Sumo Sa-
3. Ascensão e Exaltação. Cris- cerdote mise ricordioso e fiel (Hb
to ascendeu ou retornou ao Céu 2.14-18; 4.14-16; 1 Tm 2.5).
após quarenta dias de ministério,
depois de Sua ressurre ição (At
1.9). Esses eventos são o começo APLICAÇÃO PESSOAL
da exaltação do Senhor (At 2.32-
35; l Pe 3.22). Ele fo i "elevado" a Jesus é infini tamente mais do
uma posição de honra e glória, à que um profeta, humanista, sábio
mão direita do Pai, o que lhe cabia ou personalidade do passado. Ele é
por direito (Ef 1.19-23). a revelação do De us invisível, o Fi-
Agora, no Céu, está presente em lho de De us encarnado que morreu
todos os lugares (Ef 4.10). Ele é o na cruz para a nossa salvação e res-
objeto ideal da adoração de todas as suscitou para a nossa justificação.
pessoas (lCo 1.2). Ele tem distribuído

RESPONDA
1) Qual a expressão visível do Deus invisível?

2) Cite uma prova da humanidade de Cristo .

3) Mencione um beneficio da ressurreição de Cristo.

VOCABULÁRIO
• Encarnação: Mistério pelo qual Deus se fez homem.
• Genealogia: Lista ex>m os nomes dos antepassados de um indivíduo em suas suces.5ivas gerações.
• Ascenção: A to de ascender; subida , elevação.

16
LIÇÃ03 ;,

ESPIRITO SANTO,
O CON SOLADO R

• •• • •
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIEN1AÇÃO OBJETlVOS
PEDAGOGICA
• Apresentar evidências da
Sabemos o quanto Deus se in- deidade do Espírito Santo.
teressa pela humanidade. Na lição • Explicar os elementos básicos
anterior, vimos que Cristo amou a da personalidade do Espírito Santo.
cada pessoa, de tal maneira que se • Descrever o ministério do
Espírito Santo.
humilhou e se tornou um homem,
morrendo e ressuscitando para a
nossa salvação. E agora, quando
PARA COMEÇARAAUlA
voltamos a nossa atenção para o
Espírito Santo, que é Deus, pode-se Pergunte: Alguém já se per-
observar esse mesmo amor pelo guntou por que Jesus disse aos
homem, bem como as admiráveis discípulos: "Convém que eu vá"?
(Jo 1 6.7). Depois de ouvir s uas res-
qualidades de Sua p ersonalidade.
postas, pontue que, em Sua carne,
Precisamos concentrar a nossa Jesus estava limitando à nature za
atenção no pleno impacto da pes- e fo rma huma nas, podendo estar
soa e da obra do Espírito, o signifi- somente em um lugar de cada vez.
cado e propósito do Seu ministério Ele sabia que quando o Espí-
na Igreja, ontem e hoje. Precisamos rito Santo viesse substituí-lo, não
também desenvolver um firme rela- haveria limitações quanto ao tem-
po e m que Ele poderia ficar, quan-
cionamento espiritual com Ele, de
to aos lugares a estar e aos traba-
modo que isso gere em nós novida-
lhos que poderia realizar.
de de vida e transborde em benefí- Captada a atenção dos alunos,
cio de outras pessoas (2Co 3.18). introduza o assunto. Boa aula!

RESPOSTAS DA PÁGINA 22
PALAVRAS-CHAVE 1) Ele é integrante da Trindade divina.
Deidade • Personalidade • Mundo 2) Sim. Nossos pecados entristecem o
Espírito Santo.
Lição 3 - Espíritn Sant:n, OConsolador

LEITURA COMPLEMENTAR
Nesse processo de amadurecimento, o Espírito Santo, como um sábio
administrador, equipa cada crente com os dons que são necessários para
efetua r a Sua fun ção no mundo e no seio da Igreja, o corpo místico de
Cri.sto. Compare Romanos 12.4-8; 1 Coríntios 12.1-28 e Efésios 4.11-16.
Escreveu Paulo: "E há diversidade de ope rações, mas é o mesmo Deus que
opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um,
para o que for úti l" (1 Co 12.6,7).

O Espírito Santo, portanto, provê à Igreja estes pontos fo rtes:


1. Poder para evangelizar.
2. Sabedoria e corage m necessárias para defender a fé
3. Dons apropriados para servir ao corpo inteiro de Cristo, bem como
a membros individuais.
4. Lide rança humana para dirigir o trabal ho cristão.
5. Visão e inspiração necessárias para cumprir a Grande Comissão.

Você deve estar percebendo o quanto precisamos depender do Espíri-


to Santo quanto à vida espiritual, à força, à visão espiritual, à eficácia no
serviço, à aj uda em tempos de testes e para que cheguemos à maturidade
e à vitória pessoal. Adore, pois, ao Espírito Santo. Ame a Sua presença em
sua vida. Deseje crescer e desenvolve r-se, tornando-se uma pessoa espi-
ritual, conforme Ele quer que você seja.
Que você sempre ten ha consciência da presença dessa Pessoa, que
veio viver em você. Mostre-se sensível para com a Sua voz, os Seus apelos,
a Sua correção e as Suas admoestações. Que cada pensamento, conve rsa e
ato seu, refli tam a consciência que você t em da posição de liderança que
Ele exerce em sua vida. Então o seu caminho tornar-se-á espiritualmen te
próspero e a sua vida cristã será ve rdadeiramente bem-sucedida.

Livro: " Doutrinas Fundamentais da Bíblia" (ICI, São Pau lo, 2008, pgs. 122, 123).

li
Estudada em _ / _ /_ _

LICÃO 3
)
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Mt 28.19
O Espírito Santo é Deus
Terça - Jo 16.14
O Espírito Santo é uma pessoa
Quarta - Ef 4 .30
O Espírito Santo pode ser entristecido
Quinta - Is 44.3
Deus prometeu derramar o Seu Espírito
Sexta - Jo 16. 9
TEXTO AUREO O Espírito Santo convence do pecado
"E eu rogarei ao Pai e ele vos
1
Sábado - Gl 5.22
dará outro Consolador, a fim de O Espírito gera em nós o caráter de Cristo
que esteja para sempre convosco."
]o 14.16
LEITURA BIBLICA
João 14.16-19
16 E e u rogare i ao Pai, e ele vos
VERDADE PRÁTICA dará outro Co n solad or, a fim de
O Pai atendeu a oração de Jesus
1 que es teja para sempre co nvosco,
enviando o Espírito Santo para 17 o Es p írito d a ve rdade, qu e o
ser o nosso Consolador. mundo n ão pode recebe r, po rq ue
não o vê, ne m o co nh ece; vós o
co nh ecei s, porque e le ha bita co n -
vosco e es tará em vós.
18 Não vos d eixare i ór fãos, vo lta-
rei p a ra vós ou tros.
19 Aind a por um po uco, e o mun -
do não m e verá mais; vós, poré m,
m e ve reis; porque e u vivo, vós
tamb ém vive re is.

Hinos da Harpa: 100 - 122 -387

17
Lição 3 -Espírito Santo, OC.Onsolador

INTRODUÇÃO
ESPÍRITO SANTO,
O CONSOLADOR O Espírito Santo, a terceira pes-
soa da Trindade, está presente em
INTRODUÇÃO toda a história humana, desde a
Criação. Ele tem um papel insubs-
1. A DEIDADE DO ESPÍRITO tituível em nossas vidas. Ele veio
residfr em nós e estar conosco para
1. Características divinas 1Jo 5.7 conferir-nos orientação pessoal,
2. Reconhecimento 2co 3.17,18 comunhão, consolo e suprir todas
as nossas necessidad es espirituais.
3. Provas clássicas Gn 1.26
1. A DEIDADE DO
II. PERSONALIDADE DO ESPÍRITO
ESPÍRITO
O Espírit.o Sant.o é Deus (At S.3,5).
1. Nomes Pessoais Jo 14.16
1. Caracteristicas divinas. As
2. Atos Pessoais 2Pe 1.21
três Pessoas divinas, o Pai, o Filho
3. Personalidade Rm 8.27 e o Espírito Santo, são iguais em
poder, glória, majestade, eternida-
UI. O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO de, santidade e amor (lJo 5.7). Por
isso, nós cremos que o Espírito
1. No Mundo Jo 16.8-11 Santo é o verdadeiro De us, possui-
dor das característi cas da perso-
2. No Crente Jo3.3,5
nalidade divina:
3. Na Igreja Jo 7.38,39 a) Eterno. significa "duração
infinita, aquilo que não tem come-
APLICAÇÃO PESSOAL ço, nem fim ou qualquer limita-
ção". Essa, pois, é uma das caracte-
rísticas de Deus (Hb 9.14).
b) Onipresente. Ele está presente
em toda parte (SI 139.7-10; Efl.23).
c) Onisciente. Ele sabe tudo
(lCo 2.11). Aquele que sabe quais
são os pensamentos de Deus, tam-
bém conhece a vontade de Deus,
nos capacitando a ora r de acordo
com a Sua vontade (Rm 8.26,27).
d) Onipotente. Efo é Todo-po-
deroso. Ele tem o poder e a capa-

18
Lição 3 - Espírito Santo, OOJnso/ador

cidade de realizar tudo sem quais- dade. Fica implícito que todas as
quer limitações (Lc 1.35; At 1.8). três Pessoas estiveram ativas na
Criação (Gn 1.2 6).
2. Reconhecimento. Os apósto- b) Na instituição do batismo, é
los não tiveram dúvida da Sua deida- o reconhecimento da participação
de. Eles tinham a seguinte atitude: de todos os membros da Trindade
a) Sabiam que todo pecado na salvação do homem (Mt 28.19).
contra o Espírito é um pecado con- c) Na bênção apostólica, todas
tra Deus (At 5.1-4). as pessoas divinas estão presentes
b) Reconheceram que estamos e atuando na vida diária da Igreja
sendo transformados na imagem de (2Co 13.13).
Cristo pelo Espírito, que é o Senhor
(2Co 3.17,18). Esse título (do gre- II. PERSONALIDADE DO
go "kyrios": senhor, soberano,), nos ESPÍRITO
dias apostólicos, era somente usado
para reconhecer uma ctivindade. O Espírito Santo não é uma for-
Os Imperadores romanos e os ça, uma luz ou um poder, mas uma
Faraós egípcios o usavam quando Pessoa.
se assumiam como "deuses". As-
sim, quando Paulo referiu-se ao 1. Nomes Pessoais. A diversi-
Espírito Santo como Senhor, esta- dade de nomes atribuídos ao Es-
va reconhecendo a Sua deidade. pírito Santo ensina os diferentes
c) Creram que os profetas ou aspectos de Sua natureza e de Seu
"homens santos" falaram movidos trabalho. Vejamos alguns:
pelo Espírito Santo (At 28.25-28; a) Consolador ou Conselheiro.
Is 6.9,10; 2Pe 1.20,21). Jesus revelou aos Seus discípulos
d) Entenderam que o Espírito que na Sua ausência o Espírito iria
atrai os homens a Cristo; Ele reve- tomar o Seu lugar para ajudá-los
la a verdade de Deus e nos guia (Jo e liderá-los. (Jo 14.16,26; 15.26;
6.44; 14.26; 16.13; Rm 8.14). 16.13-15). Ele foi enviado para
e) Dependiam do Espírito na levar avante o ministério de Jesus
distribuição dos dons à Igreja como o outro Conselheiro (Para-
(1Co 12.7-11). cleto). Isso exigia uma personali-
dade plenamente capaz de agir em
3. Provas clássicas. O relacio- lugar do Filho de Deus.
namento entre o Espírito Santo e b) Espírito da verdade. Ele ex-
as demais Pessoas da Trindade plica, revela e interpreta a natu-
testifica da Sua divindade: reza e a vontade de Jesus aos ho-
a) Na criação do mundo, o uso me ns (Jo 14.17).
de pronome plural (nós) indica c) Espírito de vida (Rm 8.2).
a pluralidade de pessoas na Dei- d) Espírito de graça (Hb 10.29).

19
Lição 3 -Espírito Santo, O0:msolador

e) Espírito de adoção (Rm tentado ou s ubmetido a teste (At


8.15; Gl 4.5-7). 5.9). Pode ser entristecid o ou alvo
f) Espírito da promessa (At 1.5). de mentira (Ef 4 .30; At 5.3). Pode
g) Espírito da santidade (Rm 1.4). ser blasfem ado o u d ifa mado (Mt
h)Advogado ou Conselheiro 1 2.31,32). Algué m pode lhe resis tir
(lJo 2.1; Jo 14.16,26; Ef 4.30). ou insultar (At 7.51; Hb 10.29).
O Espírito Santo também é cha-
mado de Espírito de Jesus (At 16.7), 3. Personalidade. O Espírito
Espírito de Cristo (Rm 8.9), Espírito tem personalidade. Há três com-
de Jesus Cristo (Fp 1.19), e Espíri- p o ne ntes essenciais n a p er so na li -
to de De us (lJo 4.2). A referência é dade: o intelecto (a ca pacidade d e
sempre à Pessoa d o Espírito Santo, p e nsa r); a sensibilidade (a capa-
identificando diferentes aspectos de cid ade d e se ntir); e a vontade (a
Sua natureza e trabalho. capacidad e d e to m ar decisões).
A Bíblia nos e ns ina co m clar eza
2. Atos Pessoais. As atividades sobre a pe r son alidad e d o Es píri-
pessoais d o Es pírito confere um to Santo. Ele poss ui as qualidades
ent endimento mais completo so- essenciais da p ersonalidad e:
bre a Sua p e rsonalidade, a sabe r: a) Ele p ensa, portanto, tem fa-
a) O Espírito Santo revela, mo- culdade intelectual (Rm 8.2 7).
tiva e capacita (2Pe 1.21). b) Ele é sensível, re fere-se à
b) Sonda m e nte e co ração capacidade d o Espírito de sentir
(lCo 2. 10). - nesse caso, sentir amo r, e m s ua
c) Fala e chama pessoas ao capacidade d e exprimir sentime n-
serviço (At 13.2; Ap 2.7). tos (Rm 1 5.30).
d) Testifica sobre Jesus (Jo c) Ele p oss ui a faculdade da
1 5.2 6). vontade, ao distribuir dons es-
e) Dirige o Seu povo no servi - pirituais, segundo a Sua vontade
ço, ge ra lme nte ori entand o-o ou (1Co 12.11).
impuls io nando-o, proibindo-o ou
restri ngindo-o e m algu m a ação III. O MINISTÉRIO DO
(At 16.6,7). ESPÍRITO
f) Intercede por nós (Rm 8.26).
g) Ensina (Jo 14.26). O minis tério do Espírito é difi-
h) Guia (Jo 16.1 3). cil de ser co mpreendido p ela men-
i) Glorifica a Cristo (Jo 1 6.14). te huma na fini ta em razão de ser,
j) Regenera-nos (Jo 3.5). em geral, invisíve l, discre to e para
Uma m e ra força impessoal n ão a glória do Pai e d e Cri s to.
pode ser tratada com o uma pes-
soa, nem tomar atitudes próprias 1. No Mundo. O Espírito está
de um a pessoa. O Espírito pode ser ativo no mundo (Jo 16.8-11).

20
lição 3 -Espírito Santo, OConsolador

Vejamos as razões:
a) Convence os homens dos
seus pecados por não confiarem em
Cristo. A incredulidade é o maior de O Espírito é uma pessoa
todos os pecados, apenas inferior ao divina, por isso é digno
"pecado etern o" de blasfemar con- de adoração, fé, e de
tra o Espírito (Hb 11.6; Me 3.29). nosso amor."
b) Convence da Justiça, ao re-
velar aos homens a retidão do
Senhor Jesus Cristo e a falta de re- sença real do Espírito em nossos
tidão dos pecadores. Ele relembra corações (Gl 5.22).
aos homens que o triunfo de Jesus b) Seu batismo. É o "revestimen-
sobre o pecado, na cruz, declara os to de poder" necessário para reali-
pecadores justos diante de Deus zarmos a obra de Deus (Lc 24.49).
através da fé em Cristo. Jesus nos deu a missão de levar as
e) Convence do Juízo, ou seja, boas novas a todas as pessoas, nos
convence os incrédulos do julga- dando também o poder do Espírito
mento, mostrando-lhes a relação para cumpri-la (At 1.5,8). É a un-
entre a morte, a ressurreição e o ção para vencermos as circunstân-
julgamento do mundo. cias, as pessoas más e os espíritos
Ele venceu Satanás e o condenou. malignos que procuram impedir-
Assim, a cruz tem três significados: nos. Esta bênção está disponível a
primeiro, o pagamento da penalida- todos pela fé OI 2.28; At 2.4,39).
de do pecado; segundo, a expiação
dos que aceitam esse pagamento 3. Na Igreja É evidente o
como o cancelamento do poder do ministério do Espírito no corpo
pecado e de Satanás (Cl 2.13-15); místico de Cristo, na Igreja Local
terceiro, Jesus despojou os principa- ou na Geral. No Antigo Testamen-
dos e potestades, expondo-os ao des- to, o povo de Deus se beneficiou
prezo e triunfando completamente com o Seu ministério, quando
sobre eles na cruz (Cl 2.14,15). Ele ungia pessoas selecionadas
para algum serviço especial. Po-
2. No Crente. O ministério do rém, no Novo Testamento, esse
Espírito aos crentes pode ser visto ministério é ainda mais evidente,
em duas categorias: porque é contínuo e não se limita
a) Sua ajuda. Tornamo-nos no-
vas criaturas mediante a ação do
Espírito e, a partir daí, nossa vida
ªº
a um grupo específico de crent.es
7.38,39; 14.17).
Os crentes podem contar
deve ser guiada e controlada por com a prese nça permanente do
Ele (Jo 3.3,5; Tt 3.5; Rm 8.5-14). Espírito neles, que os capacita
Não existe vida cristã sem a pre- a servirem a Deus em santida-

21
lição 3 - Espírito Santo, Ownsolador

de. Ele reside na Igreja dirigin-


do suas atividades coletivas, APLICAÇÃO PESSOAL
operando a comunhão entre os
santos, dando sabedoria e co- O Espírito é o nosso Consolador.
ragem para defender a fé, pro- Viver em comunhão com Ele é uma
vendo liderança para di rigir a prioridade ins ubstituível e de inesti-
Igreja, concedendo poder para mável valor, pois somente "cheios do
cumprir a Grande Comissão Espírito Santo" seremos os vencedo-
e faze r a vontade de Deus (At res que fomos chamados para ser.
13.2; 16.6,7; 15.28,29).

SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO


!Mateus 3.11 O fogo queima as impurezas.

!M ateus 3.16 A pomba represe nta a mansidão.

Reis e profetas, no Antigo Testamento,


·1 Reis 19.16
eram ungidos com azeite, em sinal de
·1 João 2.20
aprovação do Senhor ao serviço deles.

flJ !L ucas 11.13 O Espirita Santo é o dom do Pai para nós.

o João 7.37-39
O Espírito Santo é o rio que nos enche
até transbordar com nova vida .

• 2 Coríntios 1.22
Efésios 1.13,14

João 20.22
Ezequiel 37.9,14
O Espírito Santo é o selo que nos é dado
corro garantia de nossa voa eterna com o Pai.
O Espirita Santo é o sopro de Deus que
nos dá vida.

RESPONDA
1) Cite uma evidência da divindade do Espírito Santo.

2) O Espírito santo, sendo uma pessoa divina é afetado pelos nossos pecados e falhas? Por quê?

22
LIÇÃ04
· ,· ../ DEUS,
~ ·_ .w_f O CRIADOR DO UN IVERSO
SUPLEMENTO EXCLUS IVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENTAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOGICA • Descrever a atividade de Deus
Os cientistas têm procurado na criação, na preservação e no go-
explicar as origens de todas as coi- verno do mundo.
sas existentes, incl usive a do ho- • Explicar as razões pelas quais
mem, a fim de prova rem que Deus os crentes sofrem enquanto a ini-
não existe. Mas Deus é o Criador quidade parece impune.
do Unive rso. Nesta lição, você terá • Amar mais a Deus por com-
subsídios para refutar as falsas preender melhor as Suas obras.
teorias sobre a criação do Cosmos.
Teorias como Big- Ben (o Uni-
ve rso surgiu de uma explosão PARA COMEÇARAAUlA
cósmica) e a Teoria da Evolução
Comece a aula mostrando aos
(o homem é produto da evolução
alunos uma il ustração do Un iver-
es pontânea de bactérias) são cri-
so (faci lme nte encontra da na in-
das por alguns. Seria como di zer terne t), para indicar a grandeza
que um edifício foi cons truído da criação de Deus.
es pontaneamente, do nada, sem Explique que o nosso sol é uma
uma causa fund ame ntal. estrela que faz parte da Via Láctea
Na verdade, as obras de Deus (uma galáxia que contém mais de
podem ser estudadas e analisadas cem bilhões de estrelas semelha n-
porque são sábias, inteligentes, tes ao Sol), e que no Universo intei-
exatas e gra ndiosas. Basta olha r ro, a fi rmam os cientistas, existem
a complexidade da obra de Deus ma is de cem bilhões de galáxias.
na grandeza do Universo e na pe- Essas informações impressionan-
quenez do átomo. Os céus e a te rra tes somente confirmam a exis tên-
proclamam a Glória de De us. cia do De us Soberano, o Criador
dos céus e da terra.

RES POSTAS DA PÁGINA 28


PALAVRAS -CHAVE
Majestade • Propósito • Providência 1) Deus.
2) As Leis tisicas, os homens, e as ações do Espírito.
3) A glória de Deus.
Lição 4- Deus, o Criador do Universo

LEITURA COMPLEMENTAR.

Visto que Deus é a base da existência do homem, não podemos dizer


que o papel do homem é igual em importância ao papel de Deus. Nesse
ponto, novamente, encontramos um profu ndo mistério: Deus outorgou
ao homem poderes na turais que podem ser usados para o bem ou para o
mal. Quando esses poderes natu rais são usados de maneira má, somen-
te o homem é o responsável, porquanto Deus não é o causador dos maus
atos dos home ns (Jr 44.4; Tg 1.13,14).
Deus concorre com os atos dos homens, conferindo-lhes os seus po-
deres naturais; mas a má direção desses poderes vem da parte dos ho-
mens. Um exemplo dessa concorrência é o caso de José (ver Gênesis 45.5;
50.20). Vemos ali que, apesar de seus irmãos terem usado seus poderes
naturais para fazerem o mal, Deus faz aquela má ação redundar em bem.
Ele consentiu os atos, permitindo-os; mas cumpriu a Sua vo ntade através
do que eles fizeram, de acordo com os Seus propósitos.
Paulo assevera que Deus "faz todas as coisas segundo o conselho de
Sua vontade" (Ef 1.11), e também afirma que Deus opera em nós "tan-
to o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13). Ele
confere-nos discernimento quanto às situações da vida e guia-nos por
meio de Seu Santo Espírito. Ele adverte-nos quanto às consequências
do fracasso e procura conquistar-nos gentilmente. Contudo, não tira a
nossa liberdade, visto que não nos impõe Sua vontade à fo rça.
Dentro da experiê nci a da salvação, Ele dá início à Sua ad mirável
realização, colocando-se do lado de fora de nosso coração e baten-
do; mas nós é que devemos abrir-Lhe a porta (ver Ap ocalipse 3.20).
Além disso, o Espírito Santo vem habitar em nós. Ele m antém o con-
trol e sobre as nossas vidas por tod o o tempo em que nos mantiver-
mos submissos ao Se u senhorio.
Nosso relacionamento com Ele, como nosso Senhor, continua baseado
em nosso amor por Ele e em nossa escolha de entregar a Ele o controle
das nossas vidas.

Livro: " Doutrinas Fundamentais da Bíblia " (ICI, São Pau lo, 2008, pgs. 64,65).

li
Estudada em _ !_ !_ _

LICÃO 4
)
DEVOCIONAL DlÁRlO
Segunda - Gn 1.1
DEUS, Deus é o Criador do Unive rso
Terça - SI 19.1
O CRIADOR Toda a criação glorifi ca ao Senhor
Quarta - Sl 93.2
DO UNIVERSO O governo de Deus é ete rno
Quinta - Dt 28.1
Deus cuida do Seu povo
Sexta - At 17 .28
A natureza subsiste em Deus
TEXTO ÁUREO Sábado - Jo 3.3
"Os céus proclamam a glória de De us faz uma nova criatura
Deus, e o firmamento anuncia as
obras das suas mãos."
Salmo 19.1
LEITURA BÍBLICA
Salmo 19.1-5
1 Os cé us procla mam a glória de
VERDADE PRÁTICA Deus, e o fi rmamento anuncia as
Deus criou, preserva e governa obras das suas mãos.
todas as coisas; e devemos 2 Um di a discursa a outro dia, e
descansar em Sua soberania.
uma noite revela conheci me nto a
ou tra no ite.
3 Não há linguagem, nem há palavras,
e deles não se ouve nenhum som;
4 no enta nto, por toda a terra se faz
ouvir a sua voz, e as suas palavras,
até aos co nfins do mundo. Ai, pôs
uma te nda pa ra o sol,
5 o qual, co mo noivo que sai dos
seus aposentos, se regozija como
herói, a pe rcorrer o seu caminho.

Hinos da Harpa: 526 - 511 - 369

23
Lição 4 - Deus, o Criador do Universo

INTRODUÇÃO
DEUS,
O CRIADOR DO UNIVERSO A partir desta lição (até a lição
8), trataremos sobre o tema ''A
Criação de Deus'; nessa ordem: 4)
INTRODUÇÃO
O Criador do Universo; 5) Os an-
jos, 6) Anjos caídos, 7) O homem,
I. A OBRA DA CRIAÇÃO
e 8) A salvação do homem.
1. Doutrina da Criação Gn l ; 2 Deus criou o Universo e se
mantém ativo e soberano em Sua
2. A glória do Criador SI 19. 1
criação, provendo tudo quanto é ne-
3. Nova criação Jo 3.3 cessário para conduzir-nos ao Seu
reino. Diante de Deus, temos inteira
li. O GOVERNO SOBERANO responsabilidade pelas escolhas que
fazemos e pelos atos que praticamos.
1. Soberania SI 115.3

2. Governo 1co 2.9-12 I. A OBRA DA CRIAÇÃO


3. Delegação SI 115. 16
Deus é o Criador de tudo o que
existe.
III. PRESERVAÇÃO E
PROVIDÊNCIA DIVINAS 1. Doutrina da Criação. A pri-
1. Preservação Hb 1.3 meira obra de Deus foi a criação
do Universo (Gn 1;2). Mediante
2. Providência Rm 8.28 o exercício do Seu poder de criar,
3. Permissão 1co 12.6 trouxe à existência todo o Univer-
so (visíve l e invisível) pela Sua pa-
APLICAÇÃO PESSOAL lavra (SI 33.6; Hb 11.3).
Isso inclui os sistemas do Uni-
verso material (sol, lua, estrelas,
planetas, cometas etc.) e tam bém
todas as orden s de seres, incluin-
do os seres espiritua is e invisív,eis
(Cl 1.16). Esses atos criativos são
considerados conjuntamente no
grande processo da Criação.
A do utrina da Criação é fun-
damental para a nossa fé, pois ja-
mais poderíamos nos entregar aos
cuidados de alguém, com vistas à
nossa ete rna salvação, cujo poder

24
lição 4- Deus, o Criador do Universo

fosse menor que o do Criador re- vra do Seu poder (Hb 1.3). E também
velado nas Escrituras. continua operando a salvação e pu-
rificando os corações daqueles que
2. A glória do Criador. A eter- se arrependem de seus pecados e
na grandeza e majestade do Cria- aproximam-se Dele confiantemente
dor estão provadas no fato de que Qo 3.3; 2Co 5.17; Gl 6.15; SI 51.10).
Ele j á existia an tes de todas as coi-
sas. Exibe a Sua sabedoria, o Seu II. O GOVERNO SOBERANO
poder e o Seu interesse pelas Suas
criaturas (Rm 1.18-20). Ele fez O governo divino inclui a manu-
tudo para a Sua glória (SI 19.1; Is tenção ou preservação de Sua criação.
43.7; 48.11; Ap 4.11).
Por isso, o Senhor de toda a 1. Soberania. O s upremo Cria-
criação tem direito de exigir que dor do Universo governa sobera-
Suas criaturas lhe sejam obedien- namente sobre tudo quanto Ele
tes, prestando-lhe adoração e ser- criou. A palavra s upremo significa
viço. A verdadeira felicidade nos é "o mais elevado em posição e au-
outorgada somente quando pro- toridade, o mais elevado em grau
curamos glorificar a Deus. Fomos ou qualidade". Deus é superior, de
criados com esse expresso propó- todas as maneiras, a tudo quanto
sito, e essa é ai grande chave para a existe. A palavra soberano signifi-
nossa felicidade. ca "estar livre de qualquer contro-
le ou poder externo e ter a capaci-
3. Nova criação. Os atos cria- dade de fazer o que bem quiser".
tivos de Deus não se limitam àqui- Assim sendo, a soberania de
lo que Ele fez no passado. Estes Deus descreve o Seu supremo
incluem a nova criação espiritual, governo sobre o universo (1 Tm
cuja geração é estabelecida pela "se- 6.15). A Sua soberania manifesta-
mente" da Palavra de Deus. Isso tem -se na direção da Sua vontade (Ef
lugar quando uma pessoa, através 1.11). Vejamos alguns aspectos da
da fé em Jesus Cristo como o úni- soberania de Deus:
co e suficiente Salvador pessoal, se a) Deus, como nosso Criador,
torna membro da família de Deus, a tem o direito de nos governar (lCr
Igreja, o corpo de Cristo (lPe 1.23; 29.11; Ez 18.4).
EfS.26). Assim, quando uma pessoa b) Ele faz aquilo que lhe pare-
volta-se para Deus em busca de sal- ce melhor, segundo o conselho da
vação, nasce de novo e torna-se uma Sua vontade (SI 115.3; Dn 4.35; Mt
nova criatura, ou nova criação. 20.15; Ef 1.11).
O fato é que Deus continua tra- c) Há um propósito em tudo
balhando Qo 5.17). Ele mantém a quanto Deus faz (Rm 8.28; Is
sustentação do Universo pela pala- 48.11; Ef 3.11).

25
lição 4- Deus, o Criador do Universo

A soberania de Deus envolve a 3. Delegação. Deus governa o


preservação e a manutenção do uni- mundo físico também por meio
verso, bem como a Sua providência, dos homens que exercem autori-
que abordaremos mais adiante. dade delegada, segundo Romanos
13.1,2. Ele dotou cada criatura de
2. Governo. São as atividades certas características naturais,
divinas com o objetivo de concre- que lhe são próprias. Cada ser
tizar os Seus elevados e s ublimes cresce, desenvolve-se, amad urece
propósitos (1Co 2.9-12). Deus go- e reproduz-se de acordo com a sua
verna o mundo tisico por meio de espécie (Gn 1.24,25).
leis que Ele mesmo estabeleceu e Deus outorgou a cada porção de
mediante as operações do Espírito Sua criação certas propriedades que
Santo; e também através dos ho- são necessárias à sua preservação:
mens, a quem delegou autoridade a) No mundo fís ico Deus atua
(Rm 13.1,2). Ele usa todas as cir- através de propriedades e leis físi-
cunstâncias para o bem daqueles cas, às quais, algumas vezes, de no-
que o ama m (Rm 8.28). minamos de "leis da natureza".
Deus governa todas as coisas b) No mundo intelectual, Deus
pelo menos de quatro maneiras opera através das propriedades ou
diferentes: capacidades da mente. Ele nos deu
a) Nada faz para impedir o ho- a capacidade de pensar, de sentir e
mem de fazer o que ele resolveu de tomar decisões (SI 115.16).
fazer. Isso não quer dizer que Deus
esteja aprova ndo o pecador, mas III. PRESERYAÇÃO E
que Ele não impõe o Seu poder PROVIDENCIA DIVINAS
para impedir esses atos errados
(At 14.15,16; SI 81.12,13). lsso tem a ver com a contínua
b) Impede os homens de come- ação de Deus em Seus cuidados na
terem o pecad o, influenciando-os manutenção e conservação do Uni-
para que não pequem (Gn 20.6; verso (At 17.28; Hb 1.3; SI 104.1-35).
31.24; Os 2.6; SI 19.13).
c) Redireciona os atos de ho- 1. Preservação. Deus não se-
mens maus, usando esses atos ria realmen te soberano se qual-
para que redundem em bons re- quer coisa existisse ou aconte-
sultados (Gn 45.5-8). cesse fora de Sua vontade e de
d) Determina os limites do pe- Seu poder (Nm 9.6; SI 145.14-16).
cado e da iniquidade. Por exemplo: Precisamos reconhecer que tudo
impõe limites às atividades de Sa- quanto Deus criou depende Dele
tanás (Jó 1.12; 2.6); estabelece um de modo absoluto.
limite às tentações que os crentes Nenhuma criatu ra tem a capa-
precisam enfrentar (1Co 10.13). cidade de contin uar a existir por

26
lição 4- Deus, o Criador do Universo

s i mesma. Isso inclui as pessoas Há diversos propósitos na provi-


e os animais, bem como a pro- dência de Deus, que envolvem o rela-
teção daqueles que são santos e cionamento de Dele com as criaturas
justos (Pv 2.B; Sl 36.6; Dt 1.30,31; que o amam e obedecem, a saber:
Sl 31.20; 34.1 5,17,19; Is 43.2). É a) A felicidade e o bem-estar de
mediante a palavra do Seu poder Seu povo (SI 84.11; At 14.17).
que todas as coisas, bem como o b) O desenvolvimento espiri-
Universo inte iro, são mantidas ou tual, mental e moral de Seu povo.
sustentadas (Hb 1.3). Deus tem educado o Seu povo
A preservação divina é neces- para entender a Sua vontade, a
sária, pois toda a criação depen- maneira santa de viver e, através
de de Deus de modo absoluto. do perdão, a reconciliação entre o
Todas as coisas só existem e têm pecador e Ele próp ri o.
continuidade por ca usa da von- c) O alvo primá rio é a Sua pró-
tade do Criador, que as conserva pria glória (Ef 1.11-14). Todas as
ou sustenta 1nediante a palavra perfeições de Deus manifestam-se
do Seu poder (Hb 1.3). Na pre- através de Seu governo, revelan-
servação do mundo, Deus não do-nos as qualidades do Seu Ser:
altera as coisas que Ele estabele- amor, verdade, fidelidade, santi-
ceu n o princípio da criação. dade, retidão, poder, sabedoria
etc. E, quando reconhecemos quão
2. Providência. É indispensá- maravilhoso é o nosso grande
vel que apre ndamos o propósito, os Cri ador, então nós the prestamos
ele mentos e os efeitos da providên- livremente h onra e g ló ria.
cia de Deus. O conceito de providên- A providência d ivina não é um
cia refere-se às atividades divinas conceito inalcançável, pois tam-
mediante as ql1ais Ele conserva, cui- bém está bem presente nas n ossas
da e governa tudo quanto criou para experiências pessoais diárias, es-
o nosso bem (Rm 8.28). Ele prevê e pecialmente quanto aos segui ntes
planeja as coisas com antecedência. aspectos:
Ele tem o poder de cumprir o Seu a) Deus abençoa aqueles que lhe
propósito final na criação para es- pertencem (Lv 26.3-13; Dt28.l-14).
tabelecimento de Seu reino, sob o b) Em Sua benevolência, adia o
govern o de Jesus Cristo. julgamento do ímpio a fim de dar-
Deus está pessoalmente envolvi- -lhe a oportunidade de arrepen-
do no mundo que Ele criou e faz tudo der-se (Rm 2.4; 2Pe 3.9). Por isso, a
quanto existe mover-se conforme in- prosperidade dos ímpios é apenas
tencionou. Ele capacita e impulsiona temporária e, no tempo certo, Deus
o homem a agir como agente moral haverá de julgar a iniqujdade deles
responsável, dotado de liberdade de (SI 37.16-22; 73.1-28; MI 3.13-4.3).
escolher entre o certo e o errado. c) Ele permite que o crente

27
Lição 4- Deus, o Criador do Universo

passe por lutas e provas, tendo De us co nfe re di scernimento


em mira o seu desenvo lvimento nas s ituações da vida e guia por
espiritual (SI 94.12; Hb 12.5-13; meio de Seu Santo Espírito, mas
1Co 16.9; Tg 1.2-12). sem ti rar a nossa liberdade, vis-
to que não nos impõe Sua vonta-
3. Permissão. Sem a concor- de à força. O Espírito Santo man-
dância ou permissão de Deus, ne- té m o cont role sobre as nossas
nhuma fo rça ou pessoa poderia vidas po r todo o tempo em que
contin uar a agir ou mesmo a exis- nos mantivermos s ubmissos ao
tir (At 17.28; 1Co 12.6). O poder Seu senho rio.
de Deus exerce fortíssima influên-
cia sobre toda a criação e poder do
homem, embora sem destruí-lo e APLICAÇÃO PESSOAL
sem furtar-lhe a liberdade.
Esse é um profundo mistério: Cientes da grandeza e fidel i-
Deus outorgou ao homem poderes dade d o Criador, devemos confiar
naturais que podem ser usados Nele totalmente. Pela fé em Sua
para o bem ou para o mal. Porém, providência e cuidado, a ansieda-
se esses poderes naturais são usa- de ou medo não devem fazer parte
dos de maneira má, somente o ho- do cotidian o, mas a certeza de que
mem é o responsável, pois Deus Deus fará todas as coisas concor-
não é o causador dos maus atos rerem para o nosso bem.
dos homens (Jr 44.4; Tg 1.13,14).

RESPONDA
1) Quem é o autor de toda a Cniação?

2) Que meios Deus usa para governar o Universo?

3) Qual o principal propósito da Criação?

VOCABULÁRIO
• C,oncordância : Ato de concordar. Acordo, harmonia, cons,onãncia.
• C,otidiano: De todos os dias; diário. Que sucede ou se prática habitualmente.
• Delegação: Alo ou efeito de delegar. Comissão que dá a alguém o direito de agir em nome
de outrem; mandato.

28
LIÇÃOS
ANJOS,
OS ME NSAGE IROS DE DEUS
su • 1. .•
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIEN1AÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOG ICA
• Descrever a natureza dos anjos.
É importante observar que, na • Explicar a organização dos
Bíblia, é fartamente postulada a anjos.
existência dos anjos. Assjm, o que • Enumerar as atividades e o
podemos a prender acerca deles? caráter moral dos anjos.
Qual é a sua origem? Quais as suas
características? Encontrar respos-
tas bíblicas para essas perguntas
PARA COMEÇARA AULA
aj uda-nos a entender melhor o
propósito dos anjos e a s ua signi- Pergunte aos alunos se al-
ficação em nossas vidas. guém já viu um anjo. Certamen te
Atente para este conselho bí- di rão que "não". Então pergunte
blico: "Não negligencieis a hospi- quem já teve algu ma experiência
talidade, pois alguns, praticando- de livramento que possa ter sido
uma ope ração de anjo.
-a, sem o saber acolheram anjos."
Observe que a sociedade, e m
(H b 13.2). Nesse verso ve mos algo
geral, aceita a existência dos a n-
sobre a natureza dos anjos, pois jos como algo normal. E que mui-
eles são extraordinários . E, visto tos livros são escritos a respeito,
que eles são incomuns pa ra nós, algu ns baseados em crendices,
um ar de mistério os circunda. outros fundame ntados na Bíblia.
Esse fato é ilustrado diversas ve- Os anjos são parte das forças es-
zes, tanto no Antigo Testamento pirituais celestes, enviados por
quanto no Novo. Deus para nos aj udar. Boa a ula!

RESPOSTAS DA PÁGINA 34

PALAVRAS-CHAVE 1) Não. Eles são criaturas de Deus.


Mensageiro • Imortal • Príncipe 2) Os querubins.

3) Arcanjo Miguel.
lição 5 -Anjos, os MenSC19eira5 de Deus

LEITURA COMPLEMENTAR

Quem são os anjos? Os anjos são um grupo ou ordem de seres cria-


dos, em número fi nito, os quais agem como mensageiros ou ministros de
De us. Eles são superiores aos homens em inteligência e em poder. Alguns
servem aos propósitos divinos de maneira positiva, através da sua san-
tidade, e também cumprindo voluntariamente a vontade de Deus. Mas
outros anjos, que se rebelaram contra Deus, ficaram separados Dele para
sempre. Essa eterna separação, entre os anjos maus e Deus, ilustra clar a-
me nte a graça especial de De us para com os seres humanos pecaminosos,
aos quais foi oferecida a salvação por intermédi o de Cristo.
O vocábulo anjos nas línguas originais e m que a Bíblia foi escrita, sig-
nifica mensageiros. Algumas vezes a palavra me nsageiro refere-se a uma
pessoa (um sacerdote, como em Malaquias 2.7), ou então é usada e m sen-
tido figurado, para indicar agentes impessoais (os ventos, como em Sal-
mos 104.4). Visto que essa palavra é usada de diferentes maneiras, pre-
cisamos considerar o contexto, em cada ocorrê ncia bíblica do vocábulo,
a fim de pode rmos de terminar o seu sentido exato. Geralmen te, poré m,
quando a Bíblia refere-se a anjos, refere-se a certos seres espiri tuais e
sobrenatu rais, que fi gu ra m como os mensageiros especiais de De us.
De onde vieram os anj os? O salmista ensina que juntamente com os corpos
celestes - o sol, a luz, as estrelas e os planetas - os anjos, e todos os exércitos
de seres celestiais, foram criados por Deus (ver Salmos 148.2-5). João acr es- 1

centa uma afirmação ainda mais completa sobre os atos criativos de Cristo:
"Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez" Qo
1.3). Visto que as Escrituras atribuem expressamen te a existência de todas as
coisas à Deidade, sabemos que os anjos são, igualmente, seres criados.

Livro: " Doutrinas Fundamentais da Bíblia " (ICI, São Pau lo, 2008, pg. 133).

li
Estudada em_!_!__

LI CÃO 5
)
DEVOCIONAL DIÁRIO
ANJOS, Segunda-SI 148.2,5
Os anjos foram criados
OS MENSAGElROS Terça - Hb 1.14
Os anjos são enviados a nosso favor
DE DEUS Quarta - SI 103.20
Anjos são valorosos em poder
Quinta - Ap 5.11
Os anjos são muito numerosos
Sexta - Is 6.2-3
Anjos são grandes adoradores
TFXTO ÁUREO Sábado - Dn 10.13
"Louvai-o, todos os seus anjos; Há anjos que são príncipes
louvai-o, todas as suas legiões
celestes': SI 148.2
LEITURA BÍBLICA
Salmo 148.1-5
1 Alel ui a! Louvai ao Senhor do
V ERDADE PRÁTICA alto dos céus, louvai-o nas a lturas.
Os anjos são ministros de Deus
a serviço dos que herdarão a 2 Louvai-o, todos os seus anjos; lou-
salvação. vai-o, todas as suas legiões celestes.
3 Louvai-o, sol e lua; louvai-o, to-
das as estrelas luzentes.
4 Louvai-o, céus dos céus e as águas
que estão acima do fi rmamento.
5 Louvem o nome do Senh or, pois
mandou e le, e fora m criados.

Hinos da Harpa: 252 - 42 - 258

29
lição 5 -Anjos, Cl5 MensC19eiros de Deus

INTRODUÇÃO
ANJOS,
os MENSAGEmos DE DEUS Na Bíb lia, a palavra "anjo" s ig-
nifica "mensageiro" e, em geral,
refere-se aos súditos esp irituais
INTRODUÇÃO de Deus. Eles fo rmam o exército
celestial a serviço do Reino eter-
1. NATUREZA DOS ANJOS no de Deus. Eles são menciona-
dos textualmen te 283 vezes nas
1. Espíritos Hb 1.13,14
Escrituras, sendo 108 vezes no
2. Imortais Lc 20.36 Antigo Testamento e 175 vezes
3. Nu merosos Ap s.11
no Novo Testamento.

II. CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS


1. NATUREZA DOS ANJOS

1. Anjo do Senhor Ap 1.1,17 Anjos são seres espirituais


2. Arcanjos, Querubins, Serafins criados por Deus. Eles estão a ser-
viço dos que herdarão a salvação
}d 9; Ez10.1 ; Is 6.1-7
(Hb 1.13,14).
3. Outras categorias de anjos 1Tm s.21
1. Espiritos. Não há me nção
III. A OBRA DOS ANJOS do tem po em que os anjos fo-
ram criados, porém na criação
1. Adoradores Is 6.3
do homem eles já existiam, in-
2. Mensageiros lc 1.26-23 clusive a rebelião de Lúcifer já
havia acontecido. Como seres do
3. Agentes do Juízo divi no 2Reis 19.35
mundo esp iritual, n ão estão s u-
jeitos às cond ições físicas e natu-
APLICAÇÃO P~AL rais com o o homem (H b 1.13,14).
Eles têm poderes e mobilidad es
inimagináveis de superar as ci r-
cunstâncias e limitações da te rra
(2Pe 2.1 1; SI 103.20).
Os anjos assu mem a forma hu-
mana quando querem se tornar
perceptíveis na dime nsão humana
(Gn 18.1; 19.1; Jz 6.11-24). Não fo-
ram criados com a capacidade de
rep rodução, por isso não têm sexo,
não se casam e ne m são dados em
casamento (Mt 22.30). Os justos

30
Lição 5 -Anjos, os Mens09eiros de Deus

serão como os anjos na ressurei- "miríades de miríades" (Dn 7.10).


ção, portanto, sem sexualidade (Lc b) "Doze legiões de anjos" (Mt
20.34-36). Os santos anjos, assim 26.53). Uma legião era uma corpora-
como os maus, exibem os aspectos ção do exército romano formada por
da personalidade: intelecto, emo- seis mil homens. Jesus afirmou que
ções e vo ntade (2Sm 14.20; Me Ele poderia chamar, para guardá-lo,
8.38; Lc 15.10; 2Tm 2.26). mais de setenta e dois mil anjos.
e) "Multidão da milícia celes-
2. Imortais. Os anjos, como tial" (Lc 2.13,14).
seres espirituais, não estão sujei- d) "Incontáveis hostes de an-
tos à morte física. A morte é ine- jos" (Hb 12.22).
rente à natureza humana, pelo e) "Milhões de milhões e mi-
fato de o homem ter sido feito do lhares de milhares" (Ap 5.11).
barro, para onde volta ao morrer Faça um cálculo simples: mul-
(Jó 34.15; Ec 3.20). Além disso, o tiplicando um milhão por um mi-
homem tem a composição de uma lhão, teremos 1 tr ilhão. Agora,
parte espiritual e outra material, tomando o cálculo com números
isto é, o ser in tegral como espírito, plurais (milhões de mi lhões), a
al ma e corpo. conta aumenta exp onencialmen-
A morte física é a separação te. Com base nessas evidências
dos elementos espirituais do bíblicas, vemos que o número dos
corpo. Na ress urreição, os justos exércitos angel'icais, também cha-
gan harão um corpo espiritual mados de "santos a njos", é real-
igual ao dos a njos e ta mbém não mente imenso.
estarão mais sujeitos à morte (Lc
20.36). Certamente os anjos fo- II. CLASSIFICAÇÃO DOS
ram criados pela palavr a do po- ANJOS
der de Deus, "pelo sopro de sua
boca" (SI 33.6; Hb 11.3). Eles estão organizados d e
aco rdo com suas atividades e pos-
3. Numerosos. A Bíblia não tos. Vejamos as categorias de an-
diz a quantidade dos anjos, e nós jos encontradas na Bíblia:
não temos nenhuma outra base
para sabermos. Contudo, nela 1. Anjo do Senhor. É tam bém
encontramos várias citações das ch amado de ' .Anjo da sua presen-
quantidades d os anjos, o que nos ça" (Is 63.9). Ele se distingue dos
fo rnece uma ideia de que eles são outros anjos por possuir atributos
muito mais do que pensamos ou divinos:
imaginamos. a) O nome de Deus está Nele,
A Bíblia registra: isto é, o caráter revelado de Deus
a) "Milha res de milhares" e (Êx 23.20-23).

31
lição 5 -Anjos, os MensC19eiros de Deus

b) Ele é o rost:o d e Jeová (Êx vez com a missão de guardar os


32.34; 33.14). portões d o Éden p ara que o ho-
c) Literalmente, q uem olh ar mem não tivesse m ais acesso ao
par a esse Anjo está olha ndo para Jardim (Gn 3.24). Estão relacio-
Deus (Gn 32.30; Jz 13.6,11,18,22). nados diretamente com o trono
d) Ele tem p oder para perdoar de Deus ou sua exten são, tanto
o u reter pecados (ls 63.9). no cé u co m o na terra. Eles fora m
Todas as características des- colocad os sobre a arca da alia n ça
se Anjo levam-n os a crer que (Êx 25.18-22). O profeta Ezequiel
Ele era uma teofania ( d o grego: descreve u os q uerubins (Ez 1.5-
Théos = Deus; phanei = apare- 23; 10.1).
ce r) , uma m a nifestação visível Serafim significa "ard e nte",
d e De us. Portanto, crê-se que era "brilh a ntes" ou "refulgen tes". São
o próprio Jesus em s u a pré-en- mencionados uma única vez na
carnação (Ap 1.1,17). Bíblia (Is 6.1-7). Seu louvor cons-
tante é dirigido à Trindade, e eles
2. Arcanjos, Querubins e Se- figuram como líderes da adoração
rafins. prestada a Deus (Is 6.3).
Arcanjo designa uma posição Alguns acred itam que e les
d e chefia sobre os anj os, d otado são a o rdem ma is elevada dos
de autoridade sobre larga área, a nj os, e que a maior caracterís ti-
celestial ou 11:errena. O vocábulo ca deles é o in tenso amor a Deus
are significa chefe ou principal. O (lPe 3.22; CI 1.16; Ef 1.20,21).
títul o de arcanj o é mencionado na A ocupação primária de les é a
Bíblia, sendo Miguel o único anjo sa ntidade, e os m es mos pa rece m
que recebeu este títu lo (Jd 9; 1Ts zelar pela purificação dos r e mi-
4.16). Ele é r elacionad o direta- dos, para q ue prestem serviço e
me nte como protetor e guarda da adoração aceitáveis a Deus.
nação de Israel.
Alguns teólogos afi rmam, a pe- 3. Outras categorias de an-
sar de não constar na Bíblia, que jos. Há várias outras categorias de
o anjo Gabriel é um a rcanjo, pois anjos, entre as q uais destacamos:
assiste diante de Deus e é descri- a) Anjos eleitos. São todos
to n as Escrituras como realizando aqueles que permaneceram fi éis
missões extraordinárias (Dn 8.16; a Deus na rebelião comand ad a
9.21; Lc 1.10,28). por Satanás (l'lm 5.21; Mt 25.41).
Querubim que r d izer "guar- São também chamad os de "santos
d a". Os que rubins são citados 82 anjos", com os quais Jesus voltará
vezes nas Escrituras, sendo uma para buscar a Sua Igreja (Me 8.38).
vez no Novo Testamento (Hb 9.5). b) Anjos das nações. São os an-
São mencionados pela primeira jos a quem são confiados os negó-

32
Ução 5 -Anjos, os Mensageiros de Deus

cios de nações para liderá-las. Essa III. A OBRA DOS ANJOS


organização está presente tanto
para os anjos bons como para os Os anjos executam tarefas es-
ma us. Os principados espiri tuais pecíficas, que lhes são determina-
malignos sobre as nações sofrem das por Deus (lRs 22.19).
oposição por parte desses anjos
(Dn 10.13, 20). O arcanjo Miguel é 1. Adoradores. Entre os qua-
o príncipe do povo de Israel. Sua dros revelados nas Escrituras, te-
tarefa parece incluir a proteção da mos os anjos que estão prostrados
mesma, faze ndo-a prosperar (Dn na presença de Deus para adorá-lo
10.13,21; 12.1). (SI 103.20; 148.2; Is 6.1-7). Eles le-
Entende mos que há batalhas vantam suas vozes e m poderosos
espirituais a todo o instante nas louvores, porqua nto Deus é digno
dimensões celestiais, principal- de ser exaltado pelas Suas cria-
me nte quand o as forças do mal turas inteligentes. Eles adoram a
procuram e nredar as mentes e os De us pelo que Ele é, adoram-no
afetos dos seres human os, procu- pelo que Ele tem provido e tam-
rando pôr em perigo as suas almas bém por causa dos meios q ue Ele
eternas. O motivo de os demônios emprega na realização da reden-
rogarem a Jesus que não os man- ção (Ap 5.9-14).
dasse para fora da província d e Eles regozijam-se diante dos po-
Gada ra, provavelmente era para derosos atos coletivos de Deus na
não perderem o domínio sobre natureza, bem como diante dos be-
essa região (Me 5.10). los milagres que Ele opera, transfor-
e) Os vigilantes (Dn 4.13,17). mando os pecadores e tornando-os
Apare nteme nte, eles são d e- membros de Sua família Oó38.7; Lc
signados a o bserva r a tividades 15.10; Ef 2.19). O céu é desvendado
específi cas. São fiéis no cump ri- como um glorioso te mplo, onde os
mento de seus deveres e, nesse anjos aparecem como uma congre-
con texto de Daniel, são vistos a gação celestial. Ali eles adoram e
anunciarem uma mensagem de louvam a Deus (Mt 18.10).
Deus aos hom ens.
d) Os seres viventes {Ap 4.6-9; 2. Mensageiros. Eles cumprem
6.1-7; 15. 7). Esses seres angelicais a vontade de De us (SI 103.2 0). Na
parecem ser diferentes dos sera- qualidade de espíritos ministrado-
fins, dos querubins e dos anjos or- res, os anjos são enviados para ser-
dinários. Conforme se pode dedu- vir àqueles que herdarão a salvação
zir, a sua tarefa consiste em adorar (Lc 1.26-23). Esse serviço angelical
a Deus, em dirigir os Seus juízos e foi feito tanto no Antigo Test amen-
em mostrarem-se e m intensa ati- to quanto no Novo Testamento (Gn
vidade e m red or de Seu trono. 18.1-15; At27.23,2 4; 8.26):

33
Lição 5 -Anjos, as Mensaaeiros de Deus

a) Cornélia foi ajudado por um Muitas outras passagens bíbli-


anjo, em sua busca por um rela- cas referem-se ao trabalho desem-
cionamento mais satisfatóri o com penhado pelos anjos como agentes
Deus (At 10.3-7). da providência divina ou de juízo,
b) Pedro foi miraculosamente no passado; ou no futuro, como fo r-
liber tado por um anjo (At 12.7-10). ças especiais que acompanharão o
e) Jesus, pelo menos e m duas Senhor por ocasião de Sua vinda.
ocasiões. foi fortalecido por anjos
(Mt 4.11; Lc 22.43).
d) Eliseu foi protegido de ata- APLICAÇÃO PESSOAL
ques por parte de um poderoso
exército sírio por uma hoste de Os anjos são mi nistros de Deus
anjos (2 Rs 6.8-2 3). para a realização de todo o Seu
propósito. Eles estão permanente-
3. Agentes do Juizo divino. mente a serviço dos que herdarão
Eles atuam como age ntes nos juí- a salvação, no apoio, proteção e
zos divinos, castigando os inimi- livramento dos santos.
gos de Deus (2Rs 19.35; At 1 2.23).

RESPONDA
1) Os anjos são seres eternos?

2) Qual categoria dos anjos recebeu a missão de guardar a porta do Jardim do Éden?

3) Qual o nome do anjo considerado o príncipe da nação de Israel?

VOCABULÁRIO
• Hierarquia: Ordem e subordinação dos poderes. Graduação da autoridade, corresponden-
te às várias categorias de servidores.
• Militante: Que millta; combatente. Que atua; participante. Que funciona ou está em exercício.

34
LIÇÃ06 ,,.

__ ANJOS CAIDOS,
. AGENTES DO L
• •• • •
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENrAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOGICA
• Compreender a origem dos
Numa guerra, uma das mais anjos maus.
importantes estratégias é conhe- • Explicar a organização dos
cer o inimigo, an tes de combatê- demônios.
-lo. Quanto maior o conhecimen- • Descrever a condenação dos
espíritos malignos.
to, também maior a possibilidade
de vencê-lo. Desse modo, convém
estudar a atividade das forças do
mal e conhecer melhor o Inimigo
PARA COMEÇARAAUIA
das nossas almas. Do mesmo modo Pergunte aos alunos: O que de-
que a Bíblia indica que Deus tem o veria fazer um governante bom e
Seu trono e os Seus atendentes, ela sábio se fosse atacado por um ini-
também revela que o Diabo tem a migo? Se ele realmente se importa
sua própria organização. com seu povo e o estilo de vida que
Satanás é como um "mímico" sustenta, então resistirá ao inimi-
cósmico, pois tenta imitar a Deus: go. O que aconteceria se a oposição
ele tem seu trono (Ap 2.13); tem o viesse a ocupar o seu governo?
De certo modo, tal é a situação
título de "prín cipe do mundo" Uo
no reino espiritual As forças espi-
14.30; 16.11), e também "príncipe
rituais diabólicas buscam solapar
da potestade do ar" (Ef 2.2). Ele é o as nossas defesas e nos afastar de
chefe de uma organização dedicada Deus. Por isso, é importante co-
à malignidade, tendo a seu serviço nhecer o inimigo, crendo que só
os demônios, numa constante opo- continuaremos seguros se con-
sição a Deus (Mt 25.41; Ap 12.7-9). fiarmos em Deus.

RESPOSTAS DA PÁGINA 40

PALAVRAS-CHAVE 1) Na rebelião angelical liderada por Satanás.


Demônios • Trevas • Inferno 2) Não. Porque eles têm poderes limitados.
3) Principados e potestades.
lição 6 -Anjos Caídos, A.gentes do Mal

LEITURA COMPLEMENTAR

Os Anjos Fizeram Uma Escolha


Conforme temos visto, todos os anjos foram criados perfeitos. A princí-
pio, seu afeto ou amor voltava-se para o seu Criador e procuravam cumprir
a Sua vontade. Apesar de a Bíblia não nos fornecer detalhes, cremos que,
nesse primeiro estágio, eles tinham a capacidade de pecar ou de não pecar.
1

Aparentemente, eles ti nh am consciência de sua posição e de seu relacio-


na mento com o Criador. Também devem ter reconhecido o fato de que s ua
obediência ou sua desobediência determinavam o seu futuro destino.
Apesar dos anjos terem a liberdade de escolher entre pecar ou não,
eles não eram forçados a obedecer a Deus e a conservar sua primitiva po-
sição. A escolha deles, portanto, fo i inteiramente voluntária. Infelizmente,
não dispomos dos detalhes sobre os acontecimentos que circundaram a
tragédia, quando uma parcela da companhia angelical caiu no pecado.
Não obstante, Paulo, por divina inspiração, deu a entender que o fracasso
do diabo ocorreu em r esultado de sua soberba (1 Tm 3.6).
Diversas porções bíblicas, que se referem primariamente a monarcas t·e r-
renos, também parecem simbolizar Satanás. Por exemplo, Ezequiel 28.12-19,
onde lemos que o rei de Tiro caiu por haver-se orgulhado demasiadamente
de seu resplendor. Esse orgulho destruiu totalmente a capacidade de condu-
zir-se de maneira correta ou de exercer um juízo são.
O rei da Babilônia também foi condenado por motivo de excessivo or-
gulho e de sua ambição, de acordo com o trecho de Isaías 14.12-15. Sem
importar se esses exemplos bíblicos refere.m-se simbolicamente ou não
à queda de Satanás, sabemos que alguns dentre a hoste dos anjos, por
vontade própria, preferiram abandonar suas posições de autoridade es-
piritual e o seu próprio domicílio (ver Judas 6).
Parece que essa atitude que causou a queda do Diabo no pecado, tam-
bém infestou um grande número de anjos. A despeito de qualquer outra
coisa, sabemos que Satanás é um grande mestre no engodo, no ludibrio Qo
8.44). Para Satanás e os outros anjos que se rebelaram, o que lhes importa-
va era a sua própria escolha e auto-inte resse, e não a preferência do Senhor
e os Seus interesses. O resultado disso, porém, foi desastroso, e seguiu-se o
julgamento divino: "... Deus não perdoou aos anjos que pecaram ..." (2 Pe 2.4).

Livro: " Doutrinas Fundamentais da Bíblia " (ICI, São Pau lo, 2008, pg. 138).

li
Estudada em _!_!__

LIÇÃO 6 DEVOClONAL DIÁRIO


,

ANJOS DOS, Segunda - Jd 6


Os demônios são espíritos rebeldes
AGENTES Terça - Me 5.2
Os demônios são espíritos maus
DO L Quarta- Mt 12.27
Satanás lidera os demônios
Quinta - Ef 6.12
Os demônios são nossos inimigos
Sexta - Rm 16.20
O poder de Deus subjuga os demônios
TEXTO AUREO Sábado - Ap 20.10
"Alegrai-vos, não porque os O Lago de Fogo espera pelos demônios
espíritos se vos submetem, e
sim porque o vosso nome está
arrolado nos céus." Lc 10.20 LEITURA BÍBLICA
Lucas 10.17-20
17 Então, regressaram os setenta, pos-
V ERDADE PRÁTICA suídos de alegria, dizendo: Senhor, os
Todos os demônios são
próprios demônios se nos submetem
derrotados e repreendidos no
poder do nome de Jesus. pelo teu nome!
18 Mas ele lhes disse: Eu via Satanás
caindo do céu como um relâmpago.
19 Eis aí vos dei autoridade para pi-
sardes serpentes e escorpiões e sobre
todo o poder do inimigo, e nada, abso-
lutamente, vos causará dano.
20 Não obstante, alegrai-vos, não por-
que os espíritos se vos submetem, e
sim porque o vosso nome está arrola-
~ i
do nos céus.

Hinos da Harpa: 96 - 372 - 491

35
lição 6 -Anjos Caídos, Agentes do Mal

INTRODUÇÃO
ANJOS CAÍDOS,
AGENTES DO MAL Na lição anterior, estudamos
os principais aspectos dos anjos.
Agora, va mos conhecer a outra di-
INTRODUÇÃO mensão angelical: os anjos maus
ou demônios. Aprenderemos que
L NATUREZA DOS ANJOS CAÍDOS todos os anjos fora m criados san-
1. Espíritos rebeldes Jd 6 tos, mas alguns caíram de seu es-
2. Espíritos maus Is 14.12-15
tado original e os resultados da
s ua queda têm consequências, em
3. Espíritos limitados /o 12.31 longo prazo, em toda a Criação.

li. ORGANIZAÇÃO DOS ANJOS 1. NATUREZA DOS


CAÍDOS ANJOS CAÍDOS
1. O Príncipe /o 14.30
O entendimento da maioria
2. Níveis de liderança E/6.12
dos comentaristas bíblicos é que
3. As atividades Mt 12.43-45 os demônios são a njos caídos,
que se tornaram espíritos maus,
Ili. DERROTA DOS ANJOS CAÍDOS os quais foram condenados por
1. No passado e, 2.13-15 De us por causa da rebelião ange-
2. No presente Rm 8.38
lical comandado por Satanás.

3. No futuro Ap 20.7-10 1. Espiritos rebeldes. A Bíblia


revela bem pouco sobre o estado
APLICAÇÃO PES.50AL origi nal dos anjos, criados perfei-
tos em santidade. No princípio, seu
afeto e amor eram exclusivamente
para o Criador, a quem procuravam
servir e cumprir Sua vontade.
Nesse estágio, eles tinham a
capacidade de pecar ou de não
pecar. Tinham consciência de sua
posição e de seu relacioname nto
com o Criador.
Eles não eram fo rçados a obe-
decer a Deus e a conservar s ua pri-
mitiva posição. Mas a escolha infe-
liz deles fo i a de se rebelar contra
De us, sob o comando de Satanás.

36
Lição 6-Anjos wídos, Agentes do Mal

Uma grande parcela da com- eles não são oni potentes. Como
panhia angelical caiu no pecado, seres criados, seus poderes são li-
tornand o-se "anjos de trevas", "de- mitados (Jo 12.31; Lc 11.21).
mônios" ou "espíritos imundos" Como exemplo, bastará um anjo
(Jd 6; 1 Tm 3.6; Me 5.1-5). para amarrar a Satanás e lançá-lo
no Abismo (Ap 20.2,3). Eles não são
2. Espiritos maus. O orgu- onipresentes, só podendo estar em
lho foi o pecad o-raiz que ca uso u um lugar de cada vez Qó 1.7; 1Pe
a qued a de Lúcifer e infes to u um 5.8). Também não são oniscientes,
grande númer o de anjos (Is 14.12- não conhecem todas as coisas; por
15). Satanás torn o u-se um grande isso, os espíritos malignos espio-
mestre no engodo (lo 8.44; 2Co nam os nossos passos (SI 55.5,6).
11.14). Pa ra os demônios, o que Satanás não pode fazer nada
mais importou foi a sua própria com os justos sem a permissão de
escolha de infidelidade, e não a Deus, tampouco os demônios Qó
vontade do Senhor. Por isso, fo- 1.8-12; 2.3-7). Por o utro lado, de
ram banidos do Reino e sofreram modo geral, eles não exercem o
o julgame nto divino (2Pe 2.4). seu poder sem obterem o consen-
Eles for mam o exército diabóli- timento inicial da vontade huma-
co sob o comando d o "Príncipe d o na (Mt 12.43-45; Gn 3.1-7).
mundo" (Mt 25.41; Jo 14.30). Eles
são exemplos d o perigo de rejeitar II. ORGANIZ~ÇÃO DOS
a De us o u de neglige nciar a Sua ANJOS CAIDOS
graça (Mt 6.13; 13.9). O propósito
maléfico deles nun ca mudo u (Me A Bíblia revela q ue nas dimen-
9.20-27; 1Jo 5.18,19). sões das trevas espirituais o Diabo
Por isso, não devemos ouvi-los tem a sua própria organização.
e nem ter contato com eles (Me
16.17). Eles se disfarçam de "espí- 1. O Principe. Satanás é o che-
ritos de mortos" para engana r. Os fe de uma organização m aligna.
espíritos d os mo rtos, de injus tos Ele tenta firmar o seu tro no na
o u dos santos, estão so b o controle iniquidade (Ap 2.13). O chefe das
de Deus, e não voltam à terra (Hb trevas te m vários nomes:
9.27). Satanás, o maioral dos de- a) Sata nás, cujo si9nificado é
mô nios, também chamado de Bel- adversário. Faz o posição a De us
zebu, pode se transformar em anj o e ao homem (Zc 3.1 ; Mt 13.39;
de luz para ludibriar os incautos lPe 5.8).
(2Co 11.14; Lc 11.15). b) Diabo, que si9niftca calunia-
dor. Acusa a Deus di ante dos ho-
3. Espiritos limitados. Os me ns e acusa os home ns diante de
demônios possuem poderes, mas De us (Gn 3.1-4; Ap 12.10).

37
Lição 6 -Anjos Caídos, A.gentes do Mal

e) Tentador. Tenta os homens 2. Níveis de liderança. Evi-


para que pequem. O seu método dências bíblicas indicam alguns
consiste em apresentar, de forma ló- níveis de liderança no reino das
gica, as desculpas para o pecado e as trevas (Cl 1.16; Ef 6.12).
supostas vantagens em obtê-las (Mt Uma organização de acordo
4.3; 1Ts 3.5). EJe e seus demônios com uma hierarquia, sobre a base
também utilizam o instrumento de de níveis de autoridade: principa-
atormentar as pessoas em gerar ne- dos, potestades, dominadores, for-
las confusão mental e instabilidade ças espirituais:
emocional (lSm 16.14). a) Principados. São os níveis
d) Pai da mentira (2 Co 11.3). mais altos de autoridade maligna
Segundo Jesus, Satanás "jamais se no comando de países e nações
firmou na verdade, porque nele (Dn 10.13).
não há verdade" (lo 8.44). b) Potestades. São espíritos
e) O príncipe do mundo (]o atuantes nos níveis intermediá-
14.30; 16.11). Ele assumiu essa rios no comando de estados ou
condição com a Queda, no Éden, cidades.
porque lhe foi transferido o domí- c) Dominadores. Exercem mis-
nio que outrora pertencia ao ho- sões especiais, como famílias e pes-
mem (te 4.6). Ele é também cha- soas estratégicas na visão maligna.
mado de "príncipe da potestade d) Forças espirituais. Espíritos
do ar" (Ef 2.2). mais inferiores, os quais agem nas
Visto que o Diabo é limitado, opressões e possessões de pessoas,
não sendo onipotente, nem onis- além de induzirem pessoas ao peca-
ciente, nem onipresente, por isso do e à prática do mal (Mt 12.43-45).
mesmo emprega diferen tes meios
em s ua oposição a Deus. Como é 3. As atividades. Todas as
óbvio, ele não pode atacar a Deus ações e atividades dos demônios
diretamente; mas ataca os ho- são malignas, por isso são conhe-
mens, a coroa da criação. cidos como espíritos maus. Suas
E isso Satanás faz de várias ma- principais atividades são:
neiras, a saber: Mente Qo 8.44; 2 a) Eles se opõem a Deus, ao Seu
Co 11.3). Tenta (Mt 4.1). Furta (Mt povo e ao programa divino. Fazem
13.19). Atormenta (2 Co 12.7). Im- isso como parte militante e comba-
pede (1 Ts 2.18). Peneira (separa) tiva do reino tenebroso de Satanás
(Lc 22.31). Disfarça-se (de alguma (Mt25.41; Ef 6.12; Ap 12.7-12).
outra pessoa), a fim de melhor enga- b) Procuram separar o povo
nar (2 Co 11.14). Acusa (Ap 12.10). santo do seu Deus (Rm 8.38).
Aflige com enfermidades (Lc 13.16). c) Afligem as pessoas com en-
Possui pessoas (lo 13.27). Mata e fermidades físicas e com perturba-
devora Oo 8.44; 1 Pe 5.8). ções mentais (Mt 12.43-45; Lc 8.2).

38
lição 6 -Anjos Caídos, A/}entE.s do Mal

d) Propagam doutrinas fal sas para destruir as obras do Diabo


(2Ts 2.1-12; 1Tm 4.1). (lJo 3.8). A sentença de derrota
e) Oprimem e possuem pes- final e eterna foi confirmada ao
soas, e até mesmo animais (Lc 8.2; príncipe deste mundo;
At 8. 7; 16.16). e) Vencido pela Igreja no decor-
f) Conduzem para a imoralida- rer dos séculos (Mt 10.8; Lc 10.19).
de e prostituição (Os 4.12; 5.4). Os apóstolos e todos os fiéis dis-
g) Influenciam a violência e o cípulos de Cristo venceram os de-
ódio (Me 5.4). mônios no no me de Jesus. Todas
h) Produzem problemas eco- as forças dos espíritos, disfarçados
nômicos e financeiros (MI 3.11). em falsas culturas ou em oposições
i) Ocasionalmente, Deus uti- diretas, foram desmanteladas (At
liza-se dos anjos maus, a fim de 13.8-12; 19.11-19).
atingir os Seus propósitos de cas-
tigar os ímpios, bem como para 2. No presente. A todos os sal-
disciplinar os justos que erram (SI vos é garantida a vitória sobre os
78.49; lRs 22.23; lCo 5.5). demônios. Precisamos crer na vitó-
ria de Cristo sobre eles, repreendê-
III. DERROTA DOS -los pela fé em o nome do Senhor.
ANJOS CAÍDOS Devemos resisti-los, pois já estão
derrotados, e eles fugirão (Tg 4.6).
A sorte final dos demônios é A Igreja tem a promessa de
clara na Bíblia: assi m como o seu que Satanás e todas as forças e as
príncipe já está julgado, eles tam- obras malignas se rão esmagados
bém têm o seu destino selado. debaixo dos nossos pés, junto com
a certeza, dada por Jesus, de que
1. No passado. O reino das tre- as portas do inferno não prevale-
vas sempre foi derrotado por Deus: cerão jamais sobre a mesma (Rm
a) Na grande rebelião, vimos an- 8.38; Rm 16.20; Mt 16.18).
teriormente que Satanás e os anjos Devemos vigiar para que a nos-
foram expulsos do céu (Ez 28.17). sa vida não esteja comprometida
Muitos desses espíritos imundos, com eles ou contaminada com os
os mais poderosos, estão presos no seus desígnios (Jo 14.30; Ef 4.27).
Abismo, e serão soltos por ocasião Precisamos buscar e manter a co-
da Grande Tribulação, para produ- munhão com Deus intensamente
zir sofrimento Qd 6; Ap 9.1-10); por meio da oração e do jejum,
b) No m inistério de Cristo e obedecendo a Deus para sermos
na Cruz, eles foram derrotados cheios do poder do Espírito Santo
e despojados do domínio esp i- (Me 9.28, 29; Mt 12.28; At 10.38).
ritual sobre o destino da huma- Convém se esforçar para obter
nidade (CI 2.13-15). Jes us veio discernimento espiritual a fim de

39
lição 6 -Anjos Caídos, A.gentes do Mal

identificar os nossos verdadeiros nios, por ocasião da vinda de Je-


inimigos, os demônios, e não as sus, em glória, e nquanto Cristo e a
pessoas (Ef 6.12; lCo 12.10). Igreja reinarão por mil anos (Milê-
nio), na terra (Ap 2 0.1-3).
3. No futuro. Provavelmente, b) Depois do Reino Milenial de
a razão do ódio permanente de Cristo, Satan ás será solto e, nova-
Satanás contra Deus e o Seu povo mente, se rebelará contra Deus e
tem a ver com o fato de que, na sua será lançado para sempre no Lago
vaidade cósmica, buscou a posição de Fogo (Ap 20.7-10).
de ser "igual a Deus", condição
esta que estava destinada ao ser
humano redimjdo (lJo 3.2). APLICAÇÃO PESSOAL
Além disso, o conhecimen-
to da sua condenação eterna e a Não devemos nos enganar
vitória eterna da Igreja sobre as com os métodos de Satanás e
portas do infer no são um forte nem permi tir que e le nos afaste
motivador desse ódio. da verdade e nos e nga ne com sua
Todos os juízos futuros de astúcia e mentira. Precisamos
Deus sobre ele e os seus compar- nos s ujeitar a Deus e nos revestir
sas estão preditos nas Escrituras: do Seu poder para vencer todo o
a) Ele será preso por mil anos, poder das trevas.
certamen te junto com seus demô-

RESPONDA
1) Como surgiram os demônios?

2) Os espíritos maus são onipotentes? Por quê?

3) Cite dois possíveis níveis de governo de Satanás.

VOCABULÁRIO
• Hierarquia: Ordem e subordinação dos poderes. Graduação da autoridade, corresponden-
te às várias categorias de servidores.
• Militante: Que milita; combatente. Que atua; participante. Que funciona ou está em exercício.

40
LIÇÃ0 7
HOMEM,
A GLÓR1A DA C RIAÇÃO

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição


é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIENrAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOG ICA • Descrever a origem, a n ature-
Pesquise sobre a d iversida- za e a imortalidade do ho me m.
de de res postas das correntes do • Identificar os elementos q ue
pensamento secular na te ntativa compõem o ser humano.
de explicar a origem dos homens, • Descrever o processo me-
especialmente quanto a filósofos, dia nte o q ual tomamos uma deci-
evolucionistas e cientistas sociais. são mora l.
Qual dessas pe rspectivas traz es-
perança para a humanidade?
Note que são apenas teorias, PARA COMEÇARA AULA
cujo resultado é a deses perança
Pontue que, nesta lição, cada
qua nto ao futuro e o vazio qua nto
aluno ter á subsídios pa ra procu-
ao presente, porquanto e les acre-
rar compreender melhor a si mes-
ditam que o homem é apenas um
mo, e ntendendo ma is clarame nte
acidente, sem qualquer significa-
quais são os deveres e d ireitos
do ou propósito. daque les que aceitam o fato d e
Em contraste, procure apre- Deu s ser o único So be ran o.
sentar a visão do rei Davi so- Pe rgunte: Qual é a única ma-
bre a sua origem e destino (SI neira de percebermos o grande
1 39.14,1 6). Observe que a pers- potencial que De us n os outo rgou?
pectiva bíblica define que fomos (Res posta: Obediê ncia!) Acentue
criados à imagem de De us, do ta- que a desobe di ência à Pa lavra d e
dos de inteligência, sen tim entos e Deus é que n os fa z cair da graça e
da capacidade de tomar decisões nos fu r ta a capacidade de ating ir
moralmen te responsáveis. todo o nosso potencial.

RESPOSTAS DA PÁGINA 46
PALAVRAS-CHAVE 1) Resposta Pessoal.
Consciência • Imortalidade • Terra 2) Espírito e alma.
3) A separação do homem de Deus.
lição 7 - Homem, a Glória da Criação

LEITURA COMPLEMENTAR.
As pessoas pensam em uma grande variedade de respostas a fim de
te ntar explicar a origem dos homens. Os fil ósofos raciocinam; os evo-
lucionistas apresentam a sua opinião; os cientistas sociais especulam.
As tentativas seculares para explicar a origem e o desenvolvimento do
homem de alguma maneira deixam-nos vazios, porquanto eles acredi-
tam que o homem é apenas um acidente, sem qualquer significado ou
propósito. (SI 139.14,16).
Fomos criados à imagem de Deus a fim de cuidarmos da terra de forma
responsável, justa e proveitosa. Ele nos deu inteligência, sentimentos e a ca-
pacidade de tomar decisões moralmente responsáveis. Temos a possibilida-
de de realizar muita coisa, mas também temos a possibilidade de desperdiçar
nossos dotes naturais, negando ao Doador, que nos deu todas essas coisas.
A única maneira de percebermos o grande potencial que Deus nos ou-
torgou é quando obedecemos a Sua Palavra. A nossa desobediência, po-
rém, furta-nos a capacidade de ati ngir toda a nossa potencialidade, tanto
neste mundo qua nto na etern idade.
Na lição passada examinamos algo sobre o mundo esp iritual. Ago-
ra examinaremos uma outra classe de súditos de Deus: a raça humana.
Os vocábulos homem e humanidade, n esta lição, referem-se a ambos os
membros da raça humana: o homem e a mulher. Enquanto você estiver
estudando esta lição, deverá procurar compreender melhor a si mesmo,
entendendo mais claramente quais são os deveres, bem como os direitos,
daqueles que aceitam o fato que Deus é o soberano.

A Origem do Homem: Uma Criação Especial

A Bíblia responde de modo d ireto e razoável à pergunta que diz:


"Como foi que o homem veio à existência?" Ela nos expõe as evidências
da origem, do propósito e do destino do homem. Ela revela-nos que ele é
uma criação especial de Deus.
O homem é um ser sem igual. As Escrituras declaram que ele resultou
de um ato divino especial: '½ssim diz o Senhor, o Santo de Israel: ... Eu fiz
a te rra, e criei nela o homem ..." (Is 45.11,12). E outras passagens bíblicas
dão-nos idêntico testemunho.

Livro : "Doutrinas Fundamentais da Bíblia" (ICI, São Paulo, 2008, pg. 158, 160).

li
Estudada em _ !_ ! __

LI ÇÃO 7 DEVOClONAL DlÁRIO


Segunda - Gn 1.27
HOMEM, Homem; imagem e semelhança de Deus
Terça - Gn 3.8
~

A GLORIA O pecado separou o homem de Deus


Quarta- lTs 5.23
~
O homem é ;'espírito, alma e corp o11
DACRIACAO )
Quinta - 1Co 6.19
O co rpo é templo do Espírito
Sexta - Lc 23.43
Alma e es pírito são imortais
TEXTO AUREO Sábado - At 24.16
"Também disse Deus: Façamos o O homem tem ca pacidade moral
homem à nossa imagem, conforme
a nossa semelhança."
Gn 1.26
LEITURA BÍBLICA
Gênesis 1.2 6-2 8
26 Também disse Deus: Façamos o
VERDADE PRÁTICA homem à nossa imagem, conforme a
O hom em é a g lória da criação nossa semelhança; tenha ele domínio
de Deus. sobre os peixes do mar, sobre as aves
dos céus, sobre os animais domésti-
cos, sobre toda a terra e sobre todos
os répteis que rastejam pela terra.
27 Criou Deus, pois, o homem à s ua
imagem, à imagem de Deus o crio u;
homem e mulher os criou.
28 E Deus os abençoo u e lhes d isse:
Sede fecundos, multiplicai-vos, en-
chei a terra e sujeitai-a; dominai so-
bre os peixes do mar, sobre as aves
dos céus e sobre todo animal que
rasteja pela terra.

Hinos da Harpa: 3- 147- 418

41
Lição 7 - Homem, a Glória da Criação

INTRODUÇÃO
HOMEM,
A GLÓRIA DA CRIAÇÃO Os vocábulos homem e hu-
manidade, nesta lição, referem-
INTRODUÇÃO -se a ambos os membros da raça
humana: o homem e a mulher.
I. ORIGEM DO HOMEM Compreenda melhor a si mesmo
entendendo os deveres e dire itos
1. Criação Divina Gn 2.7 daqueles que aceitam o fato d e
que Deus é o único Soberano.
2., Imagem de Deus Gn 1.26

3. Ser especial SI 8.5 1. ORIGEM DO HOMEM


A Bíblia nos expõe as evidên-
li. NATUREZA DO HOMEM
cias da origem, do propósito e do
1. Aspecto Físico 1co 6.12-20 destino do homem.

2. Aspectos Imateriais Hb 4.12 1. Criação Divina. O homem


é uma cr iação especial de Deus. A
3. Aspectos Morais l c 6.45
criação de todas as outras criatu-
ras simplesmente envolveu uma
IIL IMORTALIDADE DO HOMEM ordem divina, que foi cumprida
pronta1nente (Gn 1.20,24). O ho-
1. Morte física Gn 3.19
mem, não; ele foi feito de modo
2. Razão da morte Rm s.12 especial, não é produto do acaso
- não "evoluiu" de uma for ma in fe-
3. Imortalidade Lc 23.39-43 rior de vida animal. As Escrituras
declaram que e le resultou de p la-
APLICAÇÃO PESSOAL nejamento e ato divinos especiais
(Is 45.11,12; Gn 1.26-28):
a) Deus formou o homem com os
elemento,s da terra e soprou em s uas
narinas o sopro da vida (Gn 2. 7).
b) Deus deu-lhe uma natureza
espiritu al semelhante à Sua, ou-
torgando-lhe uma posição supe-
rior às demais criatu ras.
c) O manda mento divino era
para governar e subjugar a terra e
todos os seres vivos (Gn 1.28).
d) Deus abençoou a raça humana

42
lição 7 - Homem, a Glória da Criação

com a capacidade de multiplicar-se e f) Natureza social. A base da


povoar o mundo (Gn 1.28; 5.2). natureza social divina consiste
em seus afetos, em seu amor (Jo
2. Imagem de Deus. O homem 15.9,12). Buscamos comunhão
foi criado à imagem de Deus, ou com Deus, com os nossos seme-
seja, semelhante, parecido com Ele lhantes e organizamos as nossas
(Gn 1.26; 9.6; 1Co 11.7; Tg 3.9). A vidas de acordo com a unidade so-
expressão "à imagem de Deus" não cial básica: a família.
significa que o homem seja uma có-
pia, mas que, em certas coisas, o ho- 3. Ser especial. O ho mem foi
mem assemelha-se a Deus. A seme- criado como um ser especial, "por
lhança entre Deus e o homem não é, um pouco, menor do que Deus",
portanto, uma questão física (pois mas cor oado de glória e honra (SI
Deus é espírito); antes, é uma ques- 8.5). Podemos notar outras evi-
tão moral e espiritual, que pode ser dências sobre a natureza especial
vista quanto aos seguintes aspectos: do homem nas grandes diferenças
que vemos entre o homem e os
a) Personalidade. Somos se- animais irracionais, a saber:
res pessoais. Temos a capacidade a) O homem possui a capacida-
de manter comunhão com Deus de defalar. A notável habilidade de
e desfrutar de companheirismo comunicar aos seus semelhantes
com outros seres. ideias concretas (reais) e ideias
b) Semelhança moral. Temos a abstratas (teóricas) de uma m a-
capacidade de distinguir entre o cer- neira dinâmica e criativa.
to e o errado, assim como a liberdade b) O homem tem a capacidade de
de agir de maneira responsável. apreciar a beleza. Os animais irra-
c) Natureza racional. O homem cionais, entretanto, não parecem ter
é um ser raci o nal com capacidade maior apreciação por um belo jar-
intelectual, de raciocinar e conhe- dim do q ue por um terreno bald io.
cer a Deus e a outros seres. c) O homem tem necessidade de
d) Capacidade de governar. O adorar a Deus. Ele tem um profun-
homem tem capacidade de exer- do senso da necessidade de ado-
cer domínio, de controlar as coi- rar a um Ser sup erior e exp rimir
sas, de domar os animais, de tirar reverência; mas os animais não
proveito da natureza. têm essa capacidade.
e) Autoconsciência. O homem d) O homem pode planejar. Ele
tem consciência de si mesmo. pode antecipar as necessidades
Desde bem cedo na vida começa a futuras e alterando os aconteci-
sentir que é 1Um ser único e d ife- mentos. Ele deleita-se em criar
rente dos demais membros de s ua novos estilos de residência e no-
família. Ele é um indivíduo. vas formas de arte.

43
Lição 7 - Homem, a Glória da Criação

II. NATUREZA DO HOMEM rio que Ele tivesse um corpo físico,


a fim de que pudesse ser o nosso
O homem é uma cria tura com- "modelo" de vida e Sumo Sacerdo-
plexa: é dotado de um corpo admj- te (Hb 2.14,15,17,18 ; l Co 11.1).
rável, de uma mente fértil e da ca-
pacidade de fazer escolhas morais. 2. Aspectos Imateriais. É
Essa descrição revela-nos que ele muito difícil descrever as dimen-
tem um as pecto material ou tisico sões imateriais do ser humano:
(p alpável, pod e ser visto e ana- alma e espírito, post o estão in trin-
lisado), e um as pecto imaterial secamente ligados. Geralmente,
ou não-físico (não pode ser visto, qualquer divisão é estabelecida
medido e nem analisado em labo- apenas para efeito d idático. Para
ratório). Consideremos alguns as- algu ns, o espírito e a alma são
pectos da natureza humana. do is nomes para a mesma coisa.
Poré m, nós cremos que alma e es-
1. Aspecto físico. O aspecto físi- pírito são dois ele me ntos distintos
co ou material do homem é seu cor- (Mt 10.2 8; 1Ts 5.23).
po, sobre o qual as Escrituras falam A Palavra de De us é a única
com bastante frequência, destacan- habilitada a fazer uma separação
do, inclusive, o corpo de glória que essencial entre essas duas dimen-
teremos na nossa redenção final sões imate riais (Hb 4.12).
(Rm 8.23; l Co 6.12-20). Embora o Os aspectos da alma são tam-
aspecto não-físico do homem seja bém ine re ntes à personalidade:
mais importante do que o físico, não a) Intelecto. Capacidade para
devemos pensar que os nossos cor- compreender, raciocinar e lembrar.
pos sejam desprezíveis ou inerente- b) Vontade. Capacidade de es-
mente maus (Mt 10.28). colher, de resolver, e de agir.
Os nossos corpos, após a mor- c) Emocional. Capacidade de
te, entram em decomposição. Mas, sentir, de ser afetado por aquilo
quando Jesus voltar, os mortos se- que a pessoa sabe ou experime nta.
rão ressuscitados incorruptíveis, e Os aspectos do espírito têm a ver
os corpos dos que estiverem vivos com a espiritualidade latente do ser:
serão transformados; e todos serão a) Fé. Tem a ver com a nossa
revestidos de imortalidade (1Co necessidade intrínseca de cre r e
15.52; Fp 3.2 0,21; 2Co 5.1-4). Os adorar, a busca pelo sagrado e sua
crentes são membros do corpo de relação com a Divindade.
Cristo; os seus corpos são "templo b) Consciência. É o conheci-
do Espírito Santo" (l Co 6.15,19,20). mento do próprio eu, isto em rela-
Jesus crescia "em estatura" e se ção a algu m pad rão conhecido de
fo rtalecia como qualquer criança certo e e rrado. Essa é a faculdade
normal (Lc 2. 40,52). Era necessá- que nos capacita julgar de modo

44
lição 7 - Homem, a Glória da Criação

apr opriado entre cursos de ação


diferentes o u entre formação de
atitudes que sejam agradáveis ou
desagradáveis a Deus. Fomos criados à
imagem de Deus para
3. Aspectos Morais. As qualida- cuidarmos da Terra de
des racionais de nosso ser imaterial forma responsável e
nos equipam para realizar ações na proveitosa."
vida, certas ou erradas, relativamen-
te à lei moral de Deus (At20.16; 1Tm
4.2). O nosso intelecto nos permite tas coisas que não sabemos acerca
entender o que está envolvido nas da existência após a morte. Mas a
questões do que é certo e do que é Bíblia ensina que há vida após a
errado. As nossas emoções apelam morte do corpo. A morte física é
para que nos inclinemos numa di- aquilo que acontece quando o corpo
reção ou noutra, e a nossa vontade deixa de funcionar biologicamente.
decide, finalmente, a questão. O corpo físico entra em decadê ncia
Porém, sem o quarto elemento, e retorna ao pó, de onde veio (Gn
que é a co nsciência, não pode haver 3.19). No entanto, a parte imaterial
qualquer ação moral A nossa cons- do homem, que a Bíblia chama de
ciência pode ser descrita como uma alma e espírito, conti nua existindo
"voz interior': que aplica a lei moral conscientemente e volta para Deus
de Deus a nós, em relação a cursos (Lc 23.43; 2Co 5.8; Fp 1.22,23).
específicos de ação, levando-nos a
obedecer a essa lei (Lc 6.45). 2. Razão da morte. A morte
surgi u em consequência do pe-
III. IMORTALIDADE cado (Rm 5.12). Depois que Adão
DO HOMEM pecou, ele morreu espiritualmen-
te, de modo imediato, pois perdeu
1. Morte ffsica. A palavra mor- a comunhão com De us. Mas a sua
te significa "separação". A morte morte física s o me n te aconteceu
espiritual é a separação e ntre o aos 930 a nos de idade (Gn 2.17;
h omem e De us (Is 59.1,2). A mor- 5.3). A morte física do homem faz
te física é a separação da parte es- parte da maldição que lhe foi im-
piritual do homem do se u corpo. posta, quando Adão caiu em peca-
A alma e o espírito, os ele me ntos do (Gn 3.19; Rm 6.23).
espirituais, se separam d o corpo, a No plano original de Deus, o ho-
parte terrena. No entanto, a alma e mem precisava se alimentar com cer-
o espírito não desaparecem. ta regularidade da Árvore da Vida, de
O que aco n tece a uma pessoa, modo que o corpo físico seria renova-
por ocasião da morte física? Há mui- do constantemente pelo seu fruto.

45
lição 7 - Homem a Glória da Criação

Mas, devido ao pecado, Deus de intensos sofrimentos chamado


proibiu o seu acesso à Árvore da hades ou inferno (Lc 16.19-24).
Vida, para que não vivesse para Nesse lugar, a pessoa pode
sempre em pecado (Gn 3.22). pensar, lembrar, falar e sentir; e
também conserva a sua autocons-
3. Imortalidade. O homem foi ciência. No Juízo Final, todos os
criado por Deus como um ser imor- incrédulos terão de enfrentar o
tal. No caso do crente, ao morrer, ele julgamento eterno e os tormentos
deixa de existir como um completo de serem banidos da presença do
ser material/imaterial, mas ele conta Senhor (2Ts 1.9; Ap 20.7-10).
com a bendita esperança da vinda de
Jesus Cristo para resgatá-lo (Efl.14).
Quando morre, o ser espiritual (alma APLICAÇÃO PESSOAL
e espírito) volta imediatamente para
a presença do Senhor, no Paraíso (Lc O homem é a coroa da criação
23.39-43). Por ocasião da vinda do de Deus, portanto, não deve viver
Senhor, seus corpos mortais serão sem um propósito na vida, como
ressuscitados e transformados em se fosse um produto do acaso.
glória (lCo 15.50-57). Deve fazer a vontade de Deus e
Em contraste, quando morre buscar a Sua glória, experimen-
um pecador impenitente, a sua tando no seu dia-a-dia as bênçãos
alma continua em estado de exis- da salvação em Cristo.
tência consciente, mas em um lugar

RESPONDA
1) Como Deus criou o homem?

2) Quais são os aspectos imate,riais do homem?

3) O que é a morte espiritual?

VOCABULÁRIO
• Abstrato: Que utiliza abstrações, que opera com qualidades e relações, e não com a realidade
sensível.
• Imaterial: Que não tem a natureza da matéria; não material; impalpável.

46
LIÇÃ08
,,.

BIBLIA,
A REVELACÃO ESCRITA DE DEUS
>

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR


Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres , inclusive o número da página .

ORlENT,AÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOGICA
• Falar da necessidade da reve-
Convém repassar rapidamen te lação escri ta da parte de Deus.
os assuntos tratados nas lições an- • Explicar o que se entende
teriores, qua ndo foram estudados por exclusividade e autoridade
mui tos fatos sobre a natureza de das Escrituras.
Deus e do homem, a origem e a na- • Discutir o lugar que as Escri-
tureza do pecado, os anjos e suas turas devem ter na vida dos crentes
atividades, e o plano de Deus ace r-
ca da redenção do homem. Deve-
-se observar que a fonte princi pal PARA COMEÇARAAUlA
de todas essas doutrinas é a Bíblia,
as Escrituras Sagradas. Ela é a re- Comente o quanto é inspirador
velação escrita de Deus, sobre si estudar os fatos sobre como os re-
mesmo e sobre a Sua criação. gistros bíblicos, escritos por mais
É bastante razoável crermos que de quarenta homens, durante um
um Deus pessoal, soberano, amo- período de cerca de miJ e seiscentos
roso e justo quisesse se revelar às anos, foram divinamente preserva-
Suas criaturas racionais, através dos e estão contidos na Bíblia.
de registro escrito. A Bíblia é di- Comente brevemente sobre
ferente de todos os outros livros. como a Bíblia chegou até nós, a
Nela, o próprio Deus resolveu usar despeito das muitas perseguições
homens submissos à Sua vontade sofridas na História. Mostre as evi-
para serem os a uto res humanos dências que nos dão a certeza de
das Sagradas Escrituras. que a Bíblia é realmente a santa Pa-
lavra de Deus. Ela registra a revela-
ção do propósito remidor de Deus.

RESPOSTAS DA PÁGINA 52
PALAVRAS -CHAVE 1) Melhor preservação do conteúdo da Revelação.
Escritura • Cânon • Revelação 2) 40 escritores , num período de 1600 anos.
3) 66 livros (39 do AT; 27 do NT).
lição 8 -Bíblia, a Revelação Escn'ta de Deus

LEITURA COMPLEMENTAR
Inspiração Definida

O termo ins piração indica uma operação do Espírito San to, median te a
qual Ele guiou ou supervisionou os autores das Escritu ras, na seleção do
material a ser incluído e das palavras que eles escreveram. Foi um poder
es pecial para uma tarefa especial. Deus pôs na mente e no coração dos
escri tores sagrados o que Ele queria que expressassem.
Assim, eles escreveram sob a direção ou gerência do Espírito San to.
O Espíri to de Deus resguardou esses escri tores de todo erro e de toda a
omissão, no registro daquilo que Deus queria que eles dissessem. Por ou-
tro lado, é admirável que Ele tenha usado a personalidade desses autores
humanos, no registro escri to da Sua revelação. O estilo ou vocabulário de
cada livro contido na Bíblia não tem igual entre os outros autores human os.
Os a utores human os das Escrituras não estava m necessariame n te
con scientes do fato que aqui lo que estavam escrevendo faria parte da
reve lação divinamente registrada. No e ntanto, ao serem impelidos por
De us, escreveram obedientemente e não duvida ram das pa lavras que
deveri am ser usadas. Par a exe mplificar, De us impress ionou Lucas com a
necessidade de pesq uisar e investigar todas as narrativas feitas por tes te-
munhas oculares sobre a v ida de Jes us, a fim de que pudesse escrever de
maneira bem ordenada (Lc 1.1-4).
Com frequência, Paulo escreveu a fim de res pond er p erguntas feitas
pelas igrejas locais, para dar os ensinamentos d e que essas igrejas preci-
savam e para dar instruções a indivíduos diversos (1 Co 1.10-13; 7.1; GI
1.6,7; 1 Tm 1.3; Fm 10). No entanto, tudo quanto Ele escreve u, fê-lo pelo
im pulso inspirador do Es pírito Santo.

Livro: " Doutrinas Fundamentais da Bíblia" (ICI, São Pau lo, 2008, pg. 215).

li
Estudada em _ ! _ !__

LI ÇÃO 8 DEVOClONAL DlARIO


-
BI BLIA, Segunda-S1119.9
A Bíblia revela a vontade de Deus
~
AREVELAÇAO Terça - Rm 16.25,26
A Bíblia é a preservação da revelação
ESCRITA DE Quarta - 2Pe 1.21
Toda a Bíblia é inspirada por Deus
DEUS Quinta - Mt 4.4
Para Jesus, a Escritura é a Palavra de Deus
Sexta - Mt 24.35
A Palavra de Deus é Eterna
TEXTOAUREO Sábado - Gl 1.8
'Toda a Escritura é inspirada por A Revelação não pode sofrer aa·éscimo
Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a
educação na justiça." 2Tm 3.16 LElTURA BÍBLICA
2 Timóteo 3.13-17
13 Mas os homens perversos e im-
postores irão de ma l a pim~ enga-
V ERDA D E PRÁTICA nando e sendo enganados.
A Bíblia é a Palavra Eterna de 14 Tu, porém, perm anece naquilo
Deus revelada aos homens. que aprendeste e de que foste intei-
rado, sabendo de quem o aprendes te
15 e que, desde a infância, sabes as
sagradas letras, que [POdem tornar-
-te sábio para a salvação pela fé em
Cri sto Jesus.
16 Toda a Escritura é inspirada por
Deus e úti l para o ensino, para a re-
preensão, para a correção, para a
educação na justiça,
17 a fi m de que o ho mem de Deus
seja perfeito e perfeitamente hab ili-
tado para toda boa ob ra.

Hinos da Harpa: 259 - 306 - 505

47
Lição 8- Bíblia, a Revelação Escrita de Deus

INTRODUÇÃO
BÍBLIA,
A REVEIAÇÃO FSCRITA DE DEUS A partir d esta lição (até a li-
ção 13), abordaremos "O Plano de
Deus", na seguinte ordem: 9) A Bí-
INTRODUÇÃO blia; 10) A Salvação; 11) A Família;
12) A Igreja; 13) A vinda de Jesus;
I. NECESSIDADE DA e 14) Eve ntos Futuros.
REVELAÇÃO A Bíblia é a revelação escrita
1. Conhecer a Deus SI 119.9-18 de Deus sobre si mesmo e sobre
a Sua criação. É razoável crer que
2. Revelação escr ita Mt 5.17-20
um Deus pessoal, soberano, am o-
3. O nome Bíblia Hb 9.19 roso e justo, decidiu se revela r às
Suas criaturas racionais através
li. A INSPIRAÇÃO DAS de um registro escrito. E Ele resol-
ESCRITURAS veu usar hom ens s ubmissos à Sua
1. Inspiração divina 2Tm 3.16 vo ntade para serem os a utores hu-
2. Evidências da Inspiração Mt4.4
manos das Escrituras.

3. Revelação completa GI 1.6


1. NECESSIDADE
DA REVELAÇÃO
III. O CÂNON DAS ESCRITURAS
1. Conceito Ez 40.5; GI 6.16 O vocábulo "revelação" sigr.i-
2. Antigo Testamento Lc 16.16 fica que Deus "desvenda" às pes-
3. Novo Tes tamento GI 1.8
soas aqu ilo que elas não poderiam
saber de nenhuma outra maneira
APLICAÇÃO P~AL sobre De us e Seus propósitos.

1. Conhecer a Deus. O pró-


prio Deus nos mos tro u o Seu
amor q uando providenciou cui-
dadosamen te o necessário para
suprir a nossa natureza física e
resolve r os nossos problemas e s-
pirit uais (SI 119.9-18).
Sem uma revelação da parte de
Deus, o homem natural nem ao me-
nos notar ia sua condição de impor-
tância o u sua necessidade de ajuda
Na revelação escrita, Deus falou
claramente ao homem quem Ele é

48
lição 8- Bíblia, a Revelação Escrita de Deus

e como este poderia conhecê-lo e d) Forma. As Escrituras, como


viver segunda a Sua vontade. um livro antigo, fo ram escritas em
Além disso, é perfeitamente ló- forma de rolos de pergaminhos ou
gico que De us haveria de garantir papiro (Jr 36.2).
que essa revelação fosse protegi- Deus começou a revelação es-
da, a fim de que as pessoas pudes- crita, escrevendo Ele mesmo a Sua
sem ter esse conhecimen to, sem Lei numa pedra (Êx 24.12). No iní-
distorcê-lo de maneira alguma. cio, e ram utilizados o papiro e o
pergaminho. O papiro é uma plan-
2. Revelação escrita. Deus ta que nasce nas margens dos rios
usou a forma escrita para melhor e lagos do Oriente, de cujas entre-
preservar o conteúdo das Suas re- cascas eram extraídas tiras que,
velações (Mt 5.1 7-20). O método coladas umas as outras, for mavam
de aprender por tradição oral, his- rolos (Êx 2.3; Jó 8.11).
tórias cujas narrativas passam de O pergaminho era feito de pele
uma geração a outra, com a pas- de animal curtida e polida (cuja téc-
sagem do tempo haveria de enfra- nica foi aperfeiçoada em Pérgamo,
quecer a sua memória e facilmen- advindo daí o seu nome), especial-
te ser distorcida. Portanto, esse mente para a escrita em fo rma de
método de transmitir a revelação rolo (2Tm 4.13). Com a invenção
de Deus e dos Seus propósitos não do papel pelos chineses, no Século
seria seguro nem fidedigno. li, e da impressa por Gutemberg,
Então, De us providenciou para em 1450, foi possível a "reunião" de
que a Sua revelação fosse preser- todos os 66 livros num só volume.
vada em forma escrita. Considere- Hoje, temos a Bíblia na forma digi-
mos os seguintes aspectos: tal nos computadores, not.ebooks,
a) Autor. Cremos que Deus é o smartphones, celulares e tabletes.
único Autor da Bíblia e que todo o
seu conteúdo é a revelação da Sua 3. O nome Biblia. O nome Bí-
vontade aos homens. blia deriva do grego biblos, que
b) Escritores. De us usou, num era uma folha de papiro prepara-
período de cerca de 1.600 anos, da para a escrita (Ec 12.12; 1 Tm
40 pessoas para escr ever a Sua 4.13; 2Jo 1.12). Várias folhas de
revelação, entre os quais: reis, papiro formavam um rolo que era
sacerdotes, profetas, estadistas, chamado de biblion, e vários rolos
pescadores etc. consti tufam uma bíblia ou coleção
c) Líng uas. O Antigo Testa- de livros pequenos (Hb 9.19).
mento foi escrito em Hebraico, e Segundo a tradição cristã, João
algumas par tes em Aramaico. O Crisósto mo, patriarca de Constan-
Novo Testamento fo i escrito no tinopla, no Século IV, foi o primeiro
Grego pop ular. a cha mar as Escrituras de "Bíblia".

49
Lição 8- Bíblia, a Revelação Escrita de Deus

II. A INSPIRAÇÃO a) Jesus reconheceu o Antigo


DAS ESCRITURAS Testamento como Palavra de Deus.
Ele a usou frequentemente (Mt
As Escrituras são a revelação 4.4,7,10), e asseverou que as Escri-
infalível (sem erro) de Deus sobre turas permaneceriam para sempre
si mesmo e sobre os Seus propósi- (Mt 5.17,18; Jo 10.35). Ele também
tos aos hom ens. disse que as Escrituras falavam a
respeito Dele (Me 9.12; Lc 18.31).
1. Inspiração divina. O termo b) Cumprimento das profe-
"inspiração" il1djca a orientação e cias bfblicas. As predições bíbli-
supervisão d o Espírito Santo na cas têm-se cumprido de manei-
produção das !Escrituras, na seleção ra exata, o que co nfirma a sua
do conteúdo e das palavras que eles inspiração divi na pelo Espírito
escreveram (2Tm 3.16; 2Pe 1.1-21). Santo. Esses eventos jamais po-
O Espírito os resguardou de todo deriam ter sido previstos pelo
erro e de toda a omissão no registro raciocí ni o inteligente do homem.
daq uilo que Deus queria que eles Muitas dessas predições já foram
escrevessem. Contudo, Ele usou a cumpridas à risca (Exemplos: Mq
personalidade dos escritores, com- 5.2; SI 41.9; SI 22.16; Is 52.13-15;
provado na singularidade de estilo e 53.1-1 2; SI 34.20; Is 35.1,2;Ez 37,
vocabulário de cada livro. etc.). As demais profecias serão
Em geral, os autores das Escritu- cumpridas no devido tempo.
ras não estavam conscientes do fato e) Unidade da Bíblia. Ela exi be
de que seus escritos fariam parte da uma maravilhosa unidade quanto
revelação ruvina registrada. a seus temas. Os livros bíblicos,
Ao serem impelidos por Deus, es- em.hora escri tos por autores di-
creveram obedientemente e não du- ferentes, em tempos e geografias
vidaram das palavras que deveriam dife rentes, apresentam um tema
ser usadas, reconhecendo eles pró- predominante: a redenção do ho-
prios que estavam sendo inspirados mem, por parte de Deus, mediante
por Deus (2Tm 3.16; 2 Pe 1.20,2 1). o sacrifício de Jesus Cristo.
Alguns pesquisaram e investigaram Destaca somente um único
todas as narrativas feitas por teste- sistema doutrinário, um único
munhas oculares (Lc 1.1-4). Outros, padrão moral, um único plano
como Paulo, escreveram a fim de de salvação e um único plano di-
esclarecer dúvidas das igrejas locais vino para os séculos. E tud o isso,
(1Co 1.10-13; 7.1; Gl 1.6,7). embora co m a utores e livros tão
d istintos, produz apenas uma
2. Evidências. Muitas são as narrativa, um tema só, uma única
evidências da inspiração das Es- grandiosa realização, mas de fo r-
crituras: ma absolutamente harmoniosa.

50
Lição 8- Bíblia, a Revelação F.scrita de Deus

3. Revelação completa. A Bíblia


é a revelação escrita e completa de
Deus. lsto significa que não devemos
acrescentar ou retirar coisa alguma A Bíblia sendo a
dela (Gl 1.6). Deus já nos disse tudo revelação escrita
quanto queria revelar acerca de Si completa e única de Deus
mesmo e de Seu plano para nós. não pode ser diminuída
A inspiração especial, "inspira- e nem acrescentada"
ção plenária" do Espír ito, que trou-
xe à exis tência a Palavra de Deus 40.5; Gl 6.16). Aplicado às Escritu-
em fo rma escri ta, não está mais à ras, primeiramente por Orígenes
nossa dis posição hoje em dia, pois (185-254 d.C), refere-se aos 66 Ji-
se destinava exclusiva mente aos vros que fo ram aprovados como a
autores das Escrituras. Podemos revelação inspirada escri ta de Deus.
ser impelidos por Deus par a con- Os livros bíblicos são reconhe-
tribuirmos para a expansão do Seu cidos como canônicos, para dife-
reino, mas não para produzirmos renciá-los dos livros apócr ifos. Os
outras revelações divi nas. apócrifos, ou "não genuínos", são
Obviamente, Deus fala ainda hoje diversos livros antigos que não fo -
com a Sua Igreja por meio do dom da ram reconhecidos como revelação
profecia, quando o Espirlto de Deus de Deus. Sete deles fazem parte da
declara aos crentes a mente do Se- versão da Bíblia católica: Tobias,
nhor. Mas isto destina-se à orientação Judite, Sabedoria de Salomão, Ecle-
pessoal de um crente ou grupos de siástico, Baruque, I e II Macabeus.
crentes, servindo para edificar, exor-
tar e consolar. Todas as profecias, 2. O Antigo Testamento. O câ-
quando recebidas, devem se harmo- non do Antigo Testamento, cons-
nizar com a Palavra de Deus, jamais ti tu ído por trinta e nove livros, fo i
servindo para substituir ou contradi- formado num per íodo de mil anos.
zer a revelação bíblica (lCo 14.3). Iniciou-se com Moisés, em fo rm a
escrita, por volta de 1450 a.e. (Êx
III. O CÂNON DAS 17.14; Ne 8.1-3). Depois, passando
ESCRITURAS por diversos escritores, como Davi,
Salomão, Isaías, Jeremias, e termi-
A Bíblia é o nosso cânon sagra- nou nos fins do século V a.e. com
do, nossa regra de fé e prática Malaquias. (lCr 1 6.7-10; lRs 4.2 9-
32; Is 30.8; Jr 36.32; Lc 1 6.16).
L Conceito. A palavra kanon, no O historiador judeu Josefo (95
grego, significava "cana" ou "vara dC.), indica que os trinta e nove li-
de medir': como a régua de um car- vros do Antigo Testamento foram
pinteiro, ou "regra" ou "padrão" (Ez reunidos sob a direção de Esdras e

51
lição 8- Bíblia, a Revelação Escrita de Deus

dos membros da Grande Sinagoga, no apóstolo ou apoiada por um deles.


séa.do Va.e. Na Bíblia hebraica, estão b) Seu conteúdo precisava ser
organizados em três categorias: a Lei, de caráter espiritual, de maneira
os Profetas e os Escritos. A escola de tal que fosse reconhecida como
Jamnia, na Judeia, entre os anos 70 obra divinamente inspirada.
e 100 d.C., reconheceu esses livros c) Precisava ser universalmen-
como o cânon do Antigo Testamento. te aceita pela Igreja como insp ira-
da por Deus. O Concílio de Cartago
3. O Novo Testamento. O cânon (reunido em 397 d.C.) reconheceu
do Novo Testamento é constituído oficialmente que o cânon do Novo
por vinte e sete livros, escritos num Testamento era composto por vin-
período de cem anos (Gl 1.8). te e sete livros, confirmando o que
Todos os livros, no final do pri- já era plenamente evidente para
meiro século, já estavam escritos, todas as igrejas da época.
sendo o Apocalipse o último livro,
escrito em 96 d.C. Entretanto, o reco-
nhecimento canônico neotestamen- APLICAÇÃO PESSOAL
tário demorou devido à existência de
diversos livros apócrifos e heréticos. ABíblia é a Palavra de Deus e con-
Com o tempo, a Igreja desen- tém toda a revelação necessária ao
volveu uma maneira de reconhe- conhecimento de Deus. Por isso, com
cer as Escrituras inspiradas por toda a diligência, leia a Bíblia e medi-
Deus. Isso destacava as Escrituras te nela para ser sábio, creia nela para
de qualquer outra fo rma de litera- desenvolver sua salvação, ame-a para
tura. A regra (ou cânon) do Novo manter viva a esperança, pratique-a
Testamento era a seguinte: para ser santo e agradar a Deus.
a) Tinha de ter sido escrita por um

RESPONDA
1) Qual a necessidade de ter a Palavra de Deus na forma escríta?

2) Quantos escritr0res, aproximadamente, escreveram a Blblia e em quant,o tempo?

3) Quantos livros bíblicos constituem o cânon da Bíblia? (Quantos são do Antigo


Testamento e quantos são do Novo?)

52
LIÇÃ09
~
~ SALVAÇAO,
A SOLUÇÃO PARA O PECADO

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição


é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

OR1EN1AÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOGICA
• Oferecer evidên cias sobre a
Pecado é um conceito cada realidade do pecado.
vez mais estranho à sociedade • Tratar sobre a natureza e as
hodierna, principalmente por- consequências do pecado.
que se prefere falar em e rros, • Descrever a ú nica solução
fraqu ezas, desvios e tc. Acham para o pecado.
que o pecado é uma ideia básica
inerente à doutrina cristã. Que
outro credo trata o pecado como
pecad o, ou te nta defi nir tal ter- PARACOMEÇARAAUlA
mo? Que re lig ião busca a solução
Pergunte aos alunos se eles co-
a esse problema milenar?
nhecem o conceito de Humanismo
Biblicamente, o pecado pode secular. Pontue que a ideia básica
ser definido como desobediência do Humanismo é o homem seres-
às leis de Deus e como o fracasso sencialmente bom (rejeitam a ideia
em alcançar esse alvo, cujo escopo de pecado), mas pode ser corrom-
é uma expressão de Sua natureza pido pelo meio em que vive.
moral. Não moldar-se a essas leis, Pregam que o homem é o centro
ou quebrá-las:, é viver escravo do de tudo, superior a todos, e não deve
pecado. Só a Bíblia nos revela cla- prestar obediência a wn ser superior.
ramente a realidade do pecado, Cons idere as muitas provas so-
bem como a sua origem, natureza, bre a realidade do pecado e suas
consequências e cura. E só o Evan- consequências. Todas elas se en-
gelho de Cristo oferece solução a contram na Bíblia, inclusive a solu-
esse problema existencial humano. ção definitiva em Cris to.

RESPOSTAS DA PÁGINA 58
PALAVRAS-CHAVE 1) Rebelião dos anjos maus, sob Satanás.
Pecado • Expiação • Restauração 2) Desobediência de Adão e Eva.

3) A salvação em Jesus.
lição 9-Salvação, a Solução paro o Pecado

LEITURA COMPLEMENTAR.
O pecado pode ser definido como a desobediência e como o fracasso,
por não conformar-se às leis dadas por De us, a fim de orientar as Suas
criaturas racionais. Visto que a lei de Deus é uma expressão de Sua natu-
reza moral, o homem deve moldar-se a essa lei, a fim de agradar a santa
pessoa divina. A Bíblia revela claramente para nós a r ealidade do peca-
do, bem como a sua origem, natureza, consequências e cura. Todos esses
aspectos do pecado serão abordados enquan to formos avançando nesta
lição. Conforme vimos na lição passada, o homem é uma criatura racional.
Assim, ele sabe que é culpado de pecado se: 1) fizer aquilo que não deve
fazer ; 2) não fizer aq uilo que deve fazer; 3) for aq uilo que não deve ser;
ou 4) não fo r aquilo que deve ser. Há muítas provas sobre a realidade do
pecado. A primeira delas encontra-se na Bíblia.
O pecado é um dos principais tópicos ensinados na Bíblia. O terceiro
capítulo do livro de Gênesis registra a primeira vez em que o homem pe-
cou. O quarto capítulo desse livro continua a narrativa, dizendo-nos como
o problema continuou a afetar o filho de nossos primeiros progenitores.
Nessa altura dos acontecimentos, Deus fez um comovente apelo a Caim:
·: .. o pecado jaz à porta; e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominará"
(Gn 4.7). Caim, entretanto, sucumbiu diante de seus sentimentos de inve-
ja, ódio e rebelião e, por causa disso, matou a se u próprío írmão.
Por muitas e muitas vezes, encontramos o problema do pecado, quando
lemos as Escrituras Sagradas. Deus deu a Lei escrita para guiar o Seu povo
no começo da experiência dos israelitas (Êx 20.1 -17). Ele também instruiu
a Moisés em todos os preceitos destinados a Seu povo, e disse claramente
como o pecado poderia ser expiado, orientando o povo de Israel a oferecer
os sacrifícios apropriados pelos pecados por eles cometidos (Lv 4-7). Ele
chegou até mesmo a determinar um dia a cada a no em que a nação inteira
de Israel deveria cuidar do problema do pecado (ver Levítico 16).
Os primeiros cinco Hvros do Antigo Testame nto são chamados de li-
vros da Lei, porquanto co ntêm todos os mandamentos de Deus para o Seu
povo, sobre como deveriam viver santamente, além de con terem as Suas
ins truções para o recebimento do perdão pelos pecados.

Livro: " Doutrinas Fundamentais da Bíblia " (ICI, São Pau lo, 2008, pgs. 184,1 85) .

li
Estudada em_!_!_ _

LI ÇÃO 9 DEVOCIONAL DlÁRIO


Segunda - Gn 3.22,23
~
SALVAÇAO, O pecado humano inicia-se com Adão
Terça - Rm 6.23
~
A SOLUCAO )
O salário do pecado é a morte
Quarta - 1Jo 3.4
PARA O PECADO Pecado é a transgressão da lei de Deus
Quinta - Rm 8.22
O pecado gerou destruição ambiental
Sexta - At 4.12
Jesus é a única salvação do pecado
TEXTO AUREO Sábado - Cl 2.15
"Ele vos deu vida, estando vós Jesus derrotou o a utor do pecado
mortos nos vossos delitos e
pecados." Ef 2.1
LEITURA BÍBLICA
Efésios 2.1-5
1 Ele vos deu vida, estando vós moi--
tos nos vossos delitos e pecados,
2 nos quais andastes outro ra, se-
gundo o cu rso deste mun do, se-
gu ndo o príncipe da potestade do
ar, do es pírito que agora atua nos
filhos da desobediência;
3 entre os quais também todos nós
andamos outrora, segundo as incli-
nações da nossa carne, fazendo a
vontade da carne e dos pensamen-
tos; e éramos, por natureza, fil hos
da ira, como também os demais.
4 Mas Deus, sendo rico e m miseri-
córdia, por causa do gra nde amor
com que nos amou,
5 e estando nós mortos e m nossos
delitos, nos deu v ida juntamente
com Cristo, - pela graça sois salvos ...

Hinos da Harpa; 18-156-73

53
Lição 9 -Salvação, a Solução para o Pecado

INTRODUÇÃO
SALVAÇÃO,
A SOLUÇÃO PARA O PECADO Nesta lição, aprenderemos o
que a Bíblia diz sobre a origem e
INTRODUÇÃO as consequências do pecado. Mas,
graças a Deus, não precisamos nos
1. COMPREENSÃO DO PECADO desespe rar, pois também apren-
1. Origem do pecado Gn 3.1-5
deremos que a sol ução única e de-
finitiva foi dada por Jesus Cristo.
2. Natureza do pecado 1Jo 3.4 Peçamos que o Espírito nos ajude
3. Realidade do pecado Ef2.1-5 a avivar no nosso coração a certe-
za e segura nça da nossa salvação,
II. CONSEQUÊNCIAS DO enquanto estudamos esse impor-
tantíssi mo assunto.
PECADO
1. Morte e punição eternas Gn 2.17 1. COMPREENSÃO
2. Doenças e enfermidades Gn 3.16-19
DO PECADO
3. Destruição ambiental Rm 8.19-22 Existem muitas opiniões sobre
as fraquezas e erros h umanos, mas
UI. VITÓRIA SOBRE O PECADO a única verdadeiramente comple-
1. Restauração espiritual Jo 3.16,17 ta é a revelação das Escrituras.

2. Autoridade espiritual CI 2.15 1. Origem do pecado. O peca-


3. Restauração física Is 53.4,5 do surgiu em dois momentos:
a) No Universo, o pecado en-
APLICAÇÃO P~OAL trou através do pecado dos anjos,
pela ambição e soberba de Satanás
(Ez 28.11-19; Is 14.13,14). Desde
então, to rnou-se um princípio fun-
damental satânico e m oposição ao
governo de Deus.
b) Na humanidade, o peca-
do começou atravé·s dos nossos
primeiros pais, Adão e Eva, ao
cederem ao engodo de Satanás e
desobedecerem a Deus, comen-
do do fr uto da "árvo re do con he-
cimento do bem e do mal", que
Deus havia termina ntemente
proibido (Gn 3.1-5).

54
Lição 9-Salvação, a Solução para o Pecado

Na proibição divina ao primeiro o faz perceber sua própria sujeira


casal, sua obediência foi requeri- moral (SI 51.2,7; Is 64.6; ljo 1.7).
da e a desobediência avaliada (Gn f) Iniquidade. É todo ato con-
2.1 6,17). Eles tinham de tomar a trário à equidade, à moral ou à
decisão de amar a Deus, obedecê- justiça divina (Pv 22.12).
-lo e viver para a Sua glória, ou de g) Impiedade. Consiste no des-
rejeitar a Deus e o Seu amor. Na de- prezo às cousas concernentes à
sobediência deles o pecado entrou fé, apego à incredulidade e recusa
no mundo e a sua natureza peca- explícita em conceder adoração ao
minosa foi transmitida, através de único e verdadeiro Deus (Pv 11.5).
Adão, para todos os homens em
todos os tempos (Rm 5.12). 3. Realidade do pecado. O pe-
cado é real na história humana (Gn
2. Natureza do pecado. O pe- 4.7; Rm 5.12-14). Por isso, Deus
cado é toda desobediência a Deus. deu a Lei escrita para guiar o Seu
Toda atitude que não expressa o Seu povo no começo da experiência dos
santo caráter e retidão é pecado, israelitas no deserto do Sinai (Êx
quer seja por ação ou por omissão. 20.1-17). Ele também deu sobejas
Na Bíblia, o pecado é descrito instruções de como o pecado pode-
como: ria ser expiado (Lv 4 - 7).
a) Transgressão. Consiste na Como o homem é uma criatura
desobediência à Lei divina, pois racional, ele certamente sabe que
esta é uma expressão de Sua natu- é culpado de pecado, quando con-
reza moral (lJo 3.4; Rm 5.14-17). frontado com os seguintes aspect.os:
b) Errar o alvo. Significa não a) Se fizer aqu ilo que não deve
cumprir o propósito de Deus para fazer; ou se não fizer aquilo que
a vida, a Glória de Deus (Êx 20.20; deve fazer.
Rm 3.23). b) Se for aquilo que não deve ser;
c) Egoísmo. É priorizar os dese- ou se não for aquilo que deve ser.
jos pessoais, por vaidade ou orgu- Os primeiros ci nco livros do
lho, em detrimento da vontade di- Antigo Testamento, conhecidos
vina (Sl 119.36; Pv. 16.18; Fp 2.3). como "livros da Lei", contêm os
d) Rebeldia. É desobediência mandamentos de Deus para o
ou ação contra a soberania e auto- Seu povo. Os livros históricos ( de
ridade de Deus ou contra os minis- Josué até Ester) registram o trá-
tros e nviados por Ele (Êx 23.21; gico fracasso por não obedece-
lSm 15.23; Is 53.6). rem aos manda mentos. O salmis-
e) Imundície. É quando a pes- ta exprimi u tristeza por causa de
soa peca intencionalmente e tem a seu pecado (SI 51.1,2,5). Os pro-
consciência de estar fazendo o que fetas clamaram contra o pecado
é errado, cujo sentimento de culpa (Ez 23; Jr 5; Dn 9.1-23).

55
lição 9-Salvação, a Solução para o Peaido

O Novo Testame nto nos mos- rem umas com as outras, o que nos
tra Jesus como "o cordeiro de Deus mostra que o egoís mo faz parte da
que tira o pecado do mundo", o natureza humana pecaminosa. O
qual tomou sobre si nossas enfer- homem, sem Deus, cai em depra-
midades e dores, recebendo so bre vação, que res ulta em corrupção
si mesmo o castigo que nos traz a generalizada; basta observarmos
paz Qo 1.29; Is 53.4-6; Lc 23.44-47; as terríveis condições da socieda-
Jo 19.28-30; Ef 2.1-5). A deprava- de a tual (2 Tm 3.1-5).
ção humana é uma evidência da A punição eterna é a pior de
realidade do pecado (Rrn 1.28-32). todas as consequências do pe-
cado, pois é o castigo e terno (Jo
II. CONSEQUÊNCIAS 3.16-18; 2Ts 1.6-10). Notemos
DO PECADO que o adjetivo "eterno" é usado
para descrever tanto o Céu (vida
Examinemos as principa is con- eterna) quanto o inferno (puni-
sequências do pecado original do ção eter na), conforme lemos nas
home m. Escri turas (Dn 12.2; Mt 25.46 ).
Depois da morte, segue-se o juí-
1. Morte e punição eternas. A zo, não existindo nenhum estágio
morte tem a ver com a separação intermediário nem cabendo em
entre o homem e Deus (Gn 2.17; Is prol dos mortos nenhum tipo de es-
59.1,2; Rm 3.23). Ao pecarem, Adão cape ou ajuda espiritual (Hb 9.27).
e Eva perderam a comunhão com
Deus, tornaram-se conscientes da 2. Doenças e enfermidades.
condenação, da nudez e cheios de As e nfermidades e as mazelas do
vergonha, ao perderem também corpo eram desconhecidas por
a Glória. Por isso, foram expulsos Adão e Eva, no Jardim do Éden,
do Jardim do Éden. Esse princípio porque e les e ram puros e inocen-
corruptor, a natureza pecaminosa, tes. Os ataques por germes e vírus,
atingiu o mundo inteiro, que ficou assim como doenças de todos os
debaixo do domínio do pecado (Gl tipos, apareceram como resulta-
3.22; SI 51.5; Rm 5.12). E, juntamen- do do pecado e e m decorrência
te com essa servidão ao pecado, tor- do julgamento divino por causa
namo-nos "filhos da ira" (Ef 2.3). da desord em e desequilíbrio que
O homem age maldosamente o pecado causou na natureza (Êx
por causa de s ua natureza cor- 15.26; Dt 28.58-62).
rompida, e m razão do que ele é em A dor e a decadência tisica fa-
si mesmo. Desde cedo, as crianças zem parte do processo iniciado
mostram uma tendência para a pelo pecado, o qual, finalmente
desobediência, cuja natureza pe- leva à morte física (Gn 3.16-19). De
caminosa as leva também a briga- fato, a morte cerca implacavelmen-

56
Lição 9- Salvação, a Solução paro o Pecado

te a humanidade, como resultado restauração espiritual, se nos ar-


da queda do homem no pecado. rependermos e aceitarmos a ofer-
ta da salvação de Deus (Ef 2.8).
3. Destruição ambiental. Por Quando cremos Nele e o confessa-
causa do pecado, a maldição veio mos como Senhor de nossas vidas,
sobre a natureza (Gn 3.17,18). No somos transformados e recebe-
vindouro reino de Deus, os animais mos a nova vida espiritual. Isso é
irracionais serão pacíficos, e não o "novo nascimento", quando nos
selvagens. Isso leva-nos a crer que tornamos novas criaturas em Cris-
a atual ordem de selvageria resulta to (Rm 10.9; Ef2.19; 2Co 5.17).
da maJdição causada pelo pecado; Por meio da morte de Jesus, a
os animais mais fortes fazem pre- pena imposta contra o pecado foi
sa dos mais fracos e a harmonia na totalmente paga e satisfez plena-
natureza foi perturbada (Is 11. 7). mente a ira de Deus (CI 2.13). Na
A vida vegetal também revela aceitação desse sacrifício expiató-
os maus efeitos do pecado. Sarças rio, somos justificados ou declara-
e espinheiros abafa m as plantas dos justos, como se nunca tivésse-
úteis. Os alimentos são produzi- mos pecado. Deus garante o nosso
dos com muito esforço, pois a luta perdão e nos provê plena e gra-
para obter alimentos do meio am- tuita redenção. Ele também nos
biente cobra um alto preço em seu confere uma nova natureza e nos
corpo (Rm 8.19-22). adota na Sua famíli a como Seus fi-
lhos e filhas (Rm 8.14-17; lJo 3.2).
III. VITÓRIA SOBRE
O PECADO 2. Autoridade espiritual. Na
cruz, Jesus sujeitou sob Seus pés
Em meio a todo o desespero todo principado e potestade, nos
humano, Deus proveu, em Sua mi- dando autoridade espiritual sobre
sericórdia, um meio de escape para Satanás e os demônios (Lc 10.19;
o homem não sofrer as consequên- Me 16.17,18; Cl 2.15; At 10.38).
cias da morte espiritual. Desse Deus dera a Adão autoridade sobre
modo, você e eu podemos ser res- toda a terra (Gn 1.28). Mas quando
taurados, tan to espiritual quanto Adão pecou, ele a entregou a Sata-
fisicamente, dos efeitos do pecado. nás, assim como o comando da sua
vida e da humanidade.
1. Restauração espiritual. Como resultado dessa rebelião
Deus proveu para o homem a li- contra De us, toda a humanidade
bertação espiritual a través d e Je- ficou escravizada sob o poder ma-
sus (lo 8.36). Ele é o nosso subs- ligno: mentira, doenças, destrui-
tituto e a própria expiação pelo ção familiar, idolatria, opressões
pecado (lo 3.16,17). Recebemos a e possessões demoníacas etc., se

57
lição 9-Salvação, a Solução para o Pecado

tornaram uma normalidade anor- como resultado da promessa de


mal (Me 5.1-14; Lc 13.11-16). Jesus Jesus (Me 16.18). Os ministros de
veio para destruir as obras do Dia- Cristo, assim como todos os cre n-
bo e desenvolver a nossa autorida- tes, devem orar com fé pelos en-
de espiritual (lJo 3.8; Lc 10.19). fermos, na espera nça de que Deus
os cure (Tg 5.14).
3. Restauração ffsica. Jesus, O teste munho, ao longo da his-
na cruz, fez uma completa provi- tória, é que aqueles que confiam
são para a nossa restauração física, e m Jesus podem ser curados em
pois ele to mou sobre si nossas do- resposta à oração da fé. Há poder
res (doenças) e enfermidades (Is no nome de Jesus (At 4.10).
53.4,5). Doenças e enfe rmidades
fazem parte das consequências do
pecado. Jesus curou um número APLICAÇÃO PESSOAL
incontável de pessoas enfermas
durante o Seu ministério público. O incomensurável amor de
Ele também instruiu aqueles que Deus foi provado no alto preço
foram e nviados a pregar, para que, que pagou para nos salvar: a mor-
igualmente, curassem os enfer- te de Jes us, Seu único Filho. A sal-
mos (Mt 10.7,8). vação nos confere todos os bene-
Os milagres de cura continua- fícios conquistados por Jesus!
ram a ser realizados pela Igreja,

RESPONDA
1) Qual a origem do pecado angélico?

2) Qual a origem do pecado humano?

3) Qual a solução de Deus para o pecado do homem?

VOCABULÁRIO
• Expiar: Remir (a culpa) , cumprindo pena; pagar. Sofrer, padecer.
• Restauração: Ato ou efeito de restaurar(-se). Recuperação, restabelecimento, restauro.
• Transgressão: Ato ou efeito de transgredir; infração, violação.

58
LIÇÃO 10
,,.

FAMILIA,
ALIANÇA DE AMOR E VIDA

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição


é igual para alunos e mestres , inclusive o número da página .

ORIENrAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOGICA
• Sabe r a origem e a constitui-
O estudo da doutrina bíblica so- ção de família no padrão divino.
bre a família abordará o seglünte: • Conhecer os direitos e deve-
(1) No plano de Deus, ela tem ori- res de cada membro da família.
gem no casamento, sendo uma união • Entender que a família é o lugar
heterossexual e monogâmica indivi- de comunhão onde se propaga a fé.
sível, de acordo com as palavras do
próprio Senhor Jesus (Mt 19.4-6).
(2) A fé é repassada aos filhos
através da instrução diária dos PARA COMEÇARA AULA
pais, que ensinam seus filhos ares-
peitá-los e a honrá-los, e também a Comece a aula pontuando
aos alunos que a família é um
am arem a Deus acima de tudo.
projeto de Deus, que foi instituí-
(3) Desenvolve ndo a base para
da no mundo antes mesmo da
o relacionamento familiar sau~
existê ncia do pecado.
dável e respeitoso, pela s uj eição
A família nasce de um ca-
un s aos outros na família, apren-
sam e nto e ntre "homem e mu-
der-se-á a a ma r, a cuidar e a lher", com De us presente. Deus
ap erfeiçoar uns aos o utros. não é somente o Criador da fa-
(4) Nossa família também faz mília, mas também seu Senh or
parte da bênção divina (Gn 12.3). e Salvador.
Entendemos que tudo isso está na A bênção de Deus para a hu-
contramão do humanismo vigente manidade é concedida através
na sociedade hodierna, mas susten- da família (Leia Gn 12.3).
tamos que é o caminho de Deus.

RES POSTAS DA PÁGINA 64


PALAVRAS-CHAVE 1) Um homem, uma mulher e Deus.
Fam ília • Queda • Restauração
2) Frutificar, multiplicar e encher a terra.
3) Salvação .
Lição 1O- Família, Aliança de Amor e Vida

LEITURA COMPLEMENTAR
A primeira família foi constituída por Deus, que estabeleceu as normas
para o relacionamento desta e seus descendentes, que haviam de povoar
o mundo, para com o Criador. Pelo que revela o texto de Gênesis, 2.21-26,
observamos que o primeiro homem foi criado por Deus e que a criação
do mesmo é ato imediato da sabedori a e do poder divino, de modo mais
s ublime que todos os demais seres criados. Veja1nos o seguinte:

1. Adão - O primeiro homem criado por Deus. Deus disse: "Haja luz; Haja
firmamento no meio das águas; produza a terra relva e ervas que deem se-
mentes..." e assim por diante. Mas na criação do homem, como que convocando
a Trindade Pai, Filho e Espírito Santo, Deus disse: "Façamos o homem à nos-
sa imagem, conforme a nossa semelhança:' Deus queria que o homem fosse
semelhante a Ele pelo menos em três sentidos: 1) em sua natureza espiritual
tendo entendimento, vontade e poder criador, capaz de entender a vontade de
Deus e de poder executá-la com dignidade e respeito; 2) exercendo a sua au-
toridade para o governo do mundo, de modo justo, ordeiro e proveitoso; 3) na
pureza de caráte1~em retidão, justiça e santidade. Com tais atributos o homem
seria capaz de ser pai de uma raça cLigna de comunhão com Deus, em um mun-
do feliz, sem os tormentos que afligem a família e a sociedade.

2. Eva - A primeira mulher foi tirada de Adão. Deus na sua infinita


sabedoria não fez a mulher do pó da terra, mas tirou-a de Adão. Na Bíblia,
lemos: "Então o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este
adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E da
costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mu-
lher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e
carne da minha carne..." Era o mesmo sangue de Adão. Podiam, portanto,
ser induzidos a se amarem profundamente e a viverem na mais perfeita
intimidade, em condições de servirem de modelo para todos os casais em
todas as épocas. Certamente Adão olhava sua linda esposa com grande
admiração e sentia que ela era parte do seu ser. Falava a sua linguagem,
comungava de seus sentimentos e aspirações; podia, certamente, s ubs-
crever o que muito depois escreveu o sábio Salomão: ''A casa e os bens são
heranças dos pais, mas do Senhor a esposa prudente" (Pv 19.14).

Livro: "O Padrão Divino para uma Família Feliz" (Estevam Ângelo de Souza. Editora:
SIOGE, São Luís, pgs. 18,19) .

li
Estudada em _ ! _ !__

LIÇÃO 10 DEVOClONAL DIÁRIO


, Segunda - Gn 1.26,2'7
FAMILIA, Criação da primeira família
Terça - Gn 1.28
ALIANÇA DE Deus a bençoa o casamento
Quarta - Gn 3.6
AMOR E VIDA A queda da primeira família
Quinta -At 16.3 1
Jes us res taura e salva a família
Sexta -Ef 5.21
A base da autoridade fa miliar
TEXTO ÁUREO Sábado - SI 127.1
"Maridos, amai vossa mulher,
Deus é o ed ificador da famíli a
como também Cristo amou a
igreja e a si mesmo se entregou
por ela" EfS.25
LEITURA BÍBLICA
Efésios 5.21-2 5
21 suj eitando-vos uns aos outros no
V ERDAD E PRÁTICA temor de Cris to.
O propósito de Deus não é 22 As mulheres sejam subm issas ao
somente com o indivíduo, mas seu próprio marido, como ao Senhor;
principalmente corn sua família. 23 porque o marido é o cabeça da
mulher, como também Cristo é o ca-
beça da igreja, sendo este mesmo o
salvador do corpo.
24 Como, porém, a igreja está sujeita a
Cristo, assim também as muJheres se-
jam em tudo submissas ao seu marido.
25 Maridos, amai v ossa mulher,
como também Cristo amou a igreja
e a s i mes mo se entregou por ela.

Hinos da Harpa; 96 - 107 - 126

59
Lição 10 - Família, Aliança de Amor e Vida

INTRODUÇÃO
FAMÍLIA,
ALIANÇA DE AMOR E VIDA A família não tem uma orige m
acidental, nem se originou na von-
tade dos nossos primeiros pais.
INTRODUÇÃO Não é algo iniciado pe las emoções
de um homem e uma mulher, nem
1. A FAMÍLIA NA BÍBLIA é govern ada pelos costumes deste
1. Origem da família Gn 1.26-28
mundo. A família se originou em
Deus, para fazer a Sua vontade
2. Queda da família Gn 3.6 de abençoar toda a terra. Família,
mais do que um conceito, é uma
3. Propósito imutável Gn 1.28
instituição divina.
U. RESTAURAÇÃO DA FAMÍLIA 1. A FAMÍLIA NA BÍBLIA
1. Corrupção da família T9 1.1s
Ao criar a humanidade, Deus ti-
2. Compromisso de Deus At 16.31
nha em Sua mente a instituição da
3. Salvação da família Gn 7.1 família. É por isso que Ele criou a
humanidade a partir de um casal,
como macho e fêmea, e abençoo u
Ili. OS MEMBROS DA FAMÍLIA
a família, que segundo o plano divi-
1. Esposo E/5.25 no é constituída de casal, homem e
mulher, e seus filhos (Gn 1.28).
2. Esposa EfS.22
Deus criou a família e deixou
3. Pais e filhos Ef6.l -4 bem claro que a Sua presença,
como edificador da mesma, seria
APLICAÇÃO PESSOAL importante e indispensável no
seio dela (SI 127.1).

1. Origem da família. Fre-


quentemente pensamos em fa mí-
lia como algo meramente humano,
e esta realmente não deixa de ser.
Por ser humana, tendemos a pen-
sar que ela resulta simplesmente
do pensamento e da necessidade
do homem. Mas a Bíblia nos diz
claramente que a família advém
de um propósito de Deus, e não do
homem. Mes.m o no princípio, antes

60
lição 10-Famllia,Aliança de Amor e Vida

mesmo de Deus criar a humanida- viam juntos na presença de Deus


de, Ele já tinha em si mesmo esse e passavam bons momentos no
conceito (Gn 1.26-28; Ef 1.3-5). Ja rdim d o Éden. Então o pecado
Deus fez o primeiro casamento, entrou no mundo e a família caiu.
demonstrando que a família, no pa- Vejamos as consequências da
drão divino, nasce no casamento de queda da família:
um hom.e m com uma mulher, e com a) Violação da ordem divina
Ele presente (Gn 2.18-24). A famí- (Ef 5.23).
lia é a mais importante instituição b) A familia fracassou porque
criada por Deus para a formação e Eva se tornou independente de
equilíbrio da sociedade. É através Adão (Gn 2.28).
da famíli a que a bênção de Deus se c) A glória e a honra de Deus,
manifesta à humanidade (Gn 12.3). que revestia a família, foi embora
(SI 8.5). Por isso, enquanto não ha-
2. Que da da família. Antes que viam pecado, eles não sentiam ver-
o pecado entrasse no mundo, a pri- gonha por estarem nus (Gn 2.25).
meira família sobre a terra era feliz d) O amor esfriou. Adão come-
e vivia em harmonia com Deus. Eva çou a acusar sua es posa, ao invés
separou-se momentaneamente de de amá-la e dar-se por ela (lCo
seu marido e, quando estava só, a 13.4-7; Gn 3.12).
serpente, que é o Diabo, veio ten-
tá-la. Enquanto estavam juntos, o 3. Propósito imutáve l. Apesar
inimigo não conseguiu encontrar de Deus ter pronunciado julgamen-
uma brecha para chegar e tentar to contra o pecado, Ele não alterou
(Mt 12.25; Ec 4.9-12). Seu propósito original para a famí-
A oportunidade do tentador lia (Gn 1.28; 3.16-19). Deus pode
chegou quando Eva estava longe de mudar os meios, mas Seus propósi-
seu marido (Gn 3.1). Quando a fa- tos são imutáveis. Seus meios, ago-
mília está dividida, principalmente ra, com Adão e Eva, haviam muda-
no coração, quando cada um toma do; mas, até mesmo no julgamento,
uma direção, cada qual agindo in- o propósito de Deus não se altero u
dependentemente, esse é o início (Gn 3.16). Pois, na criação da famí-
da queda da família (Gn 3.6). lia, Deus djssera: "Sede fecundos,
Sabemos que o pecado é a multiplicai-vos, enchei a terra" (Gn
origem dos males que assolam 1.28). Este é um mandamento dado
a família (Gn 3.1-2; 1 Tm 2.14). ao marido e sua esposa.
Quando não existia o pecado na Ao estabelecer a família, Deus
primeira família, havia um relacio- fez da mesma um núcleo de bên-
namento aberto, em amor, entre çãos, tanto aos seus membros como
o homem e a mulher; e Deus era para toda a huma nidade, principal-
parte essencial da família. Eles vi- mente quanto ao seguin te:

61
Lição 1O- Família, Aliança deAmor e Vida

a) Lugar de adoração a Deus. ginal de Deus (Gn 4.19; 2.24).


Deus a colocou no Éden, um local Por um período de 235 anos,
seguro e co m todas as provisões aproximadamente, não houve ne-
para a primeira família m anter co- nhuma menção de adoração a Deus.
munhão com Ele e adorá-lo livre- Porém, no ano em que nasceu Enos,
me nte (Gn 2.18). "daí se começou a invocar o nome
b) Espaço para crescimento do Senhor" (Gn 4.26).
pessoal. A convivência familiar no Isto mostra que demorou muito
temor do Senhor nos coloca nas para que voltassem a cultuar a Deus.
circunstâncias ideais para o cres- Quando se voltaram para o Senhor,
cimento pessoal (Lc 2.52). eles descobriram, enfim, que Deus é
c) Um canal de bénçãos. Quan- o abrigo seguro e fonte de bênçãos;
do a terra se encheu de v1olência e e também experimentaram que
maldade, Deus separou uma famí- adorá-lo seria o único meio seguro
lia que o temia e andava com Ele; para afastar o inimigo e tornar sem
e, através dela, deu à humanidade efeito sua ação destruidora.
um novo começo com a p lenitude A fa mília, portanto, deveria
da Sua bênção (Gn 6.8-13). Depois, ser fonte de bênção, constituída
através da família de Abraão, aben- por "um homem e uma mulher",
çoaria toda a Terra (Gn 12.1-3). e os dois seriam uma só carne e
viveriam para cumprir esse pro-
II. RESTAU!{AÇÃO pósito divino. Porém, quando se
DA FAMILIA chega à geração de Noé, todas as
famílias da face da terra já havia m
Após a queda da primeira fa- se corrompido, exceto a família de
mília, esta foi expulsa do Jardim do Noé (G n 6.5,8; 7.1).
Éden e veio a povoar a Terra, geran-
do descendentes que con stituíram 2. Compromisso de Deus.
fatnílias igualmente caídas. Somen- Graças a Deus há salvação; e
te Deus poderia restaurar a família. quando Deus provê a salvação,
esta é destinada para toda a fa-
1. Corrupção da família. Após mília, não apenas para um indi-
a queda da primeira família, o pe- víduo (At 16.31). A unidade de
cado entrou no mundo (Gn 3.22,23; salvação é a família, mas receber
Rm 3.23). A semente do fracasso, da o Senhor Jesus como Salvador é
derrota da família, já fora semeada uma atitude individual, de cada
(Tg 1.15). Assim, na segunda gera- um de seus membros.
ção, houve até um assassinato entre A verdade é que nós mesmos
irmãos (Gn 4.8). Na quinta geração, devemos crer no Senhor Jesus para
Lameque casou-se com duas mu- sermos salvos. Os pais não podem
lheres, transgredindo o projeto ori- crer para que os seus filhos sejam

62
lição 10-Família,Aliança de Amor e Vida

salvos, tampouco os filhos para que


seus pais sejam salvos. Cada um,
individualmente, tem de crer no
Senhor (Mt 15.16,17). A salvação é A família estabelecida
pessoal, individual e intransferível. por Deus, inicia com
um homem e uma
3. Salvação da familia. Quan- mulher, com o Senhor
do uma pessoa crê no Senhor Jesus, presente."
Deus tem uma promessa para ela: a
salvação de sua família (At 16.31).
A Palavra de Deus é rica de exem- família (EfS.26-28; 1 Tm 5.8). Deve o
plos de famílias que experimenta- marido demonstrar honra, respeito
ram andar no caminho da salvação e e tratar com dignidade sua esposa
que, unidas, cultuavam a De us: na vida comum do lar, para que não
Afamília de Noé (Gn 7.1); Abraão (Gn sejam impedidas as suas orações,
18.19); Jacó (Gn 35.1-3); escravas no além de [Prestar reconhecimento a
Egito (Gn 12.3-7); Raabe Os 2.18); sua mulher (lPe 3.7; Pv 31.28,29).
Josué Os 24.15); Elcana (lSm 1.19);
Cornélio, o centurião (At 10.24-44); 2. Esposa. Submissão, bondade,
carcereiro de Filipos (At 16.31-34); amor e respeito: esses são deveres
Lídia (At 16.14,15). cristãos da mulher para com o seu
esposo, seja ele crente ou não (lPe
III. OS MEMBROS 3.1,2). Elisabeth Elliot traduziu mui-
DA FAMÍLIA to bem o caráter de uma esposa que
vive os padrões bíblicos, quando
A Palavra de Deus oferece à fa- disse: "O fato de ser mulher, não me
mília toda a instrução necessária toma um tipo diferente de cristã.
pa ra o relacionamento conjugal, Mas, o fato de ser cristã, me torna
para o relacionamento e ntre pais um tipo diferente de mulher'~
e fil hos, e para o relacionamento As características de uma ,es-
da família com o Senhor. posa, segundo a Bíblia, são: sub-
missão (Ef 5.22,24; CI 3.18; lPe
1. Esposo. A Bíblia determina 3.1 ; Tt 2.5); testemunho de disci-
quais são os deveres que o marido plina (lPe 3.2); obediência (lPe 3.
deve ter em relação à sua esposa, co- 6); respeito e reverência (Ef 5.33);
meçando por amá-la "como Cristo e edificadora do lar (Pv 14.1).
amou a Igreja': e como se fosse seu
próprio corpo (Cl 3.19; EfS.25,28). 3. Pais e filhos . Os pais têm o
Ao marido também foi dado o dever de criar e orientar seus fi-
dever de cuidar, aperfeiçoar e ser lhos na vida cristã, e nsinando-os
responsável pela vida espiritual da através da Bíblia e do exemp lo

63
Lição 10-Famllia, Aliança de Amor e Vida

pessoal a andarem no caminho Ouvir as instruções de seus


de Deus e educá-los para a vida pais é um dos propósitos do Se-
(Pv 22.6). Cuidar dos filh os com nhor para os filhos (Pv 1.8,9).
sabedoria é a jornada que Deus
confiou aos pais (Dt 6.5-7; Jó 1.5).
Os pais não devem jamais ser in- APLICAÇÃO PESSOAL
constantes, injustos, egoístas, vio-
lentos e de caráter dúb io no trato A fa mília é o resultado de uma
com seus fil hos, mas agir como aliança de amor e vida entre ma ri-
servos de Deus (Ef 6.4). do e mulher, com seus fil hos, caso
O padrão divino para os filhos existam. Semelhante à aliança de
consiste no dever de obedecer, Jesus Cristo com Sua Igreja, a fa-
respeitar e honrar a seus pais, pois mília precisa cumprir o seu pro-
isto também vem aco mpanhado pósito de ser uma bênção.
de bênçãos (Ef 6.1; Êx 20.12).

RESPONDA
1) Como se inicia uma familia, segundo o padrão divino?

2) Qual o propósito imutável de Deus para a família?

3) Qual o compromisso de Deus com a família?

VOCABULÁRIO
• Sujeição : submeter-se , colocar o outro em primeiro lugar, dar ao outro a proeminência .
• Corrupção : deterioração, putrefação; adulteração das características originais de algo.
• Restauração: reparar, recuperar o que está quebrado ou desgastado pelo uso.

64
LIÇÃO 11
IGREJA,
O POVO DE DEUS
• 1. .•
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página .

ORIENrAÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOGICA
• Definir o ter mo bíblico igre-
O homem é ser social - faz par- ja e d isti ngui-lo das de fini ções
te de sua natureza formar relações extra- bíbli cas.
pessoais e ter comunhão com outras • Entender a fundação da Igreja
pessoas. Assim, não é de admirar com evidências bíblicas e históricas.
• Explicar a na tureza e missão
que Jes us tenha estabelecido urna
da Igreja.
comunidade de pessoas dotadas da
mesma atitude mental e numa mes-
ma posição espiritual: Sua Igreja.
PARA COMEÇARAAUIA
Deus es pera que a Sua vontade
seja cumprida através da Igreja, Pergunte aos alunos: Que ins-
que é a comunidade do povo de trumento Deus escolhe u para glo-
De us com a divina vocação de tra- rificá-lo, nutrir a nossa vida es pi-
ze r o reino de Deus e s ua justiça à ritual e p ropagar as boas obras da
Terra. Suas relações mútuas estão salvação às nações?
Acentue que estudando ace rca
alicerçadas na com unhão de seus
da Igreja e compreendendo o Se u
me mbros com Jes us Cristo.
verdadeiro significado, seremos
Quando meros pecadores, estáva- capazes de avaliar melhor o valor
mos do '1ado de fora': separados de que lhe foi conferido por Jes us:
Deus. Mas, ao recebermos Jesus como Sua própr ia vida (Ef 5.25).
Salvador, median te a fé, fornos recon- O preço que foi pago pela [greja é
ciliados com Deus. Esse novo relacio- que lhe confere inestimável valor: o
namento também nos levou a fazer sangue de Jes us! Assim, se algo tem
parte da família de Deus: a Igreja um real valor no Universo, é a Igreja!

RESPOSTAS DA PÁGINA 70
PALAVRAS-CHAVE 1) V
Igrej a • Ordenança • Comunhão 2) F
3) V
lição 11 -Igreja, o Povo de Deus

LEITURA COMPLEMENTAR

Suponhamos que você tivesse mencionado a palavra igreja para al-


guém que nunca antes a tivesse ouvido e que e ntão lhe perguntasse: "Que
quer dizer igreja?" Com base em sua própria experiência, escreva em seu
caderno, uma resposta breve a essa pergu nta.
Se você tem as mesmas ideias de tantas pessoas hoje em dia, então a sua
resposta à pergunta aci ma seria algo como: "Uma igreja é um lugar onde as
pessoas reúnem-se para adorar". Mas, se você quisesse ser mais preciso,
talvez chegasse a dizer: ''A palavra igreja refere-se a uma organização com-
posta por grupos de pessoas em diferentes lugares, que têm as mesmas
ideias doutrinárias, são guiadas pelas mesmas regras e têm alvos similares':
Ambas as respostas dão-nos alguma ideia sobre como o termo igreja é
definido por muitas pessoas e pode m ser consideradas corretas, de con-
formidade com a compreensão moderna do vocábulo. Entretanto, quan-
do a Bíblia fala sobre a lgreja, há uma significação muito mais profunda.
De fato, a Bíblia nunca se refe re a certo tipo de edificação como sendo a
Igreja, conforme se vê hoje em dia; mas refere-se a certas pessoas, que
formam a Igreja de Deus.
De fato, a Bíblia nunca se refere a certo tipo de edificação como sendo
a Igreja, conforme se vê hoje em dia; mas refere-se a certas pessoas, que
formam a Igreja de Deus. A Bíblia também nunca se refere à Igreja como
uma mera organização. As p essoas que identificam o vocábulo igreja des-
sa maneira associam-na a alguma denominação, como católica, batista,
metodista, etc.
No sentido bíblico, há duas definições da palavra igreja. As palavras
raízes de que se compõe o termo grego ekklesia, o qual é traduzido por
"igreja" no Novo Testamento e m português, fazem-nos entender que
estão em foco as pessoas que res ponderam à chamada de Deus. Tendo
respondido à chamada divina e confessado a Jesus como Senhor, essas
pessoas tornaram-se membros de Sua fa mília. E agora, estão dedicadas à
tarefa de an unciar o Evangelho, conforme seu Senhor as instruiu.

Livro: "Doutrinas Fundamentais da Bíblia" (ICI, São Paulo , 2013 , pgs . 177, 178).

li
Estudada em _ ! _ ! __

LIÇÃO 11 DEVOCIONAL DIÁRIO


Segunda - Ef 3 .10
IGREJA, A multifor me sabedoria de Deus
Terça - Ef 5.23
O POVO DE Cristo é o Cabeça da Igreja
Quarta - Ef 5.25
DEUS Cristo amou a Igreja e deu a vida por ela
Quinta - Mt 16.18
O inferno não pode vencer a Igreja
Sexta - 1Co 14.12
TEXTO AUREO Progredir para edifi car a Igreja
Sábado - At 20.28
"Para que, pela igreja, a
A Igreja pertence a Deus
multiforme sabedoria de Deus
se torne conhecida, agora, dos
principados e potestades nos
lugares celestiais" Ef 3.10 LEITURA BÍBLICA
Efésios 3 .8-12
8 A mim, o menor de todos os san-
VERDADE PRÁTICA tos, me foi dada esta graça de pregar
A Igreja do Deus vivo é aos gentios o evangelho das inso n-
coluna e baluarte da verdade. dáveis riquezas de Cristo
9 e manifestar qual seja a dispensação
do mistério, desde os séculos, oculto
em Deus, que cri ou todas as coisas,
10 para que, pela igreja, a multifor-
me sa bedoria de Deus se torne co-
nhecida, agora, dos principados e
potestades nos luga res celestiais,
11 segundo o e terno propós ito
que es tab eleceu em Cristo Jesus,
nosso Senhor,
12 pelo qual temos ousadia e acesso
com confiança, mediante a fé nele.

Hinos da Harpa: 340 -115 - 132

65
lição 11 -lgrej~ o Pwo de Deus

INTRODUÇÃO
IGREJA,
O POVO DE DEUS Ao receber Jes us como o nosso
único e suficiente Salvador, fomos
INTRODUÇÃO postos em urna nova relação com
Deus e com os outros crentes, tor-
1. A NATUREZA DA IGREJA nando-nos parte da família de Deus,
a Sua Igreja (1Tm 3.15). Estudando
1. Definição E/5.25,32
acerca da Igreja e compreendendo
2. Origem E/3.9,10 o Seu verdadeiro significado, sere-
mos capazes de apreciar melhor
3. Identificação CI 1.24
o valor dado por nosso Senhor à
Igreja, ao ponto de ter dado a Sua
li. A EXISTÊNCIA DA IGREJA vida por ela (Ef 5.25).
1. Membros Jo 15.5
I. A NATUREZA DA IGREJA
2. Líderes At 20.28

3. Ordenanças Mt28.19; 1co 11 1. Definição. No sentido bíbli-


co, a palavra igreja vem do termo
grego ekklesia que significa "uma
TIL A MISSÃO DA IGREJA
assem bleia de chamados para fora'~
1. Adorar a Deus Jo 4.23 Refere-se a todas as pessoas que
responderam ao chamado de Deus
2. Manter comunhão Jo 1 7.20-23
e confessaram a Jesus como Se-
3. Evangelizar e fazer discípulos nhor e Salvador, e ass im, tornaram-
Mt 28.19-20 -se membros de Sua família. Essas
pessoas formam uma comunida-
de, que se organiza a fim de servir
APLICAÇÃO PESSOAL
como agente do reino de Deus e
cumprir a Sua vontade na Terra. A
igreja pode ser geral ou local, com
as seguintes características:
a) A Igreja geral, ou corpo mís-
tico de Cristo, é a totalidade de to-
dos os nascidos de novo, os salvos
que confessam a Jes us como Se-
nhor (Ef 5.25,32).
b) A Igreja local, ou visível, é a co-
munidade de crentes de urna determi-
nada localidade que compartilham a
mesma fé no Senhor (Rm 1.7; 1Co 1.2).

66
Lição 11 -Igreja, o Povo de Deus

Portanto, a Igreja é reunião de templo tem o seu testemunho em


pecadores remidos por Deus, atra- qualquer lugar onde os salvos es-
vés de Jesus, o Salvador. tão presentes (1Co 3.16,17).
b) Corpo de Cristo. A Igreja
2. Origem. Na eternidade, a Igre- substituiu o corpo físico do Se-
ja s urgiu no coração de Deus, antes nhor neste mundo, na realização
mesmo da criação do mundo (Ef da Sua obra na terra (CI 1.24; lCo
3.9,10). Profeticamente, no Antigo 6.15; 12.13). A Igreja é a expres-
Testamento, a ideia da comunidade são viva de Cristo na Terra.
formada pelo povo de Deus é vista, e) Coluna e baluarte da verda-
inicialmente, na promessa de Deus a de. Representa a missão do povo de
Abraão, de que este seria um instru- Deus de viver, pregar e guardar a ver-
mento para abençoar todos os povos dade eterna de Cristo (1Tm 3.15).
da terra (Gn 12.1-3). Posteriormen- d) Famflia de Deus. Todos os
te, esse conceito de comunidade do crentes são filhos de Deus e, por
povo de Deus foi confirmado no tem- meio de Jesus, espiritualmente,
po através do povo de Israel, tirado irmãos uns dos outros (Ef 2.19).
dentre outras nações para o serviço Originalmente, a palavra "irmão",
de Deus (Êx 19.4-6). no grego, significa "nascido no
Na tradução do Antigo Tes- mesmo útero". Ou seja, fomos ge-
tamento para o grego, a palavra rados no mesmo "útero" da graça
"congregação" foi traduzida por de Deus, gerados pela mesma se-
ekk/esia ou "igreja" (At 7.38). Jesus mente incorruptível da Palavra de
anunciou a fundação da Sua nova Deus (lPe 1.23). Jesus é o ''verbo
Igreja (Mt 16.18). Historicamente, que se fez carne", e a Igreja é a
a Igreja de Cristo nasceu no dia de "carne" que se tornará verbo (Jo
Pentecostes, na descida do Espíri- 1.14; ljo 3.2).
to Santo, como nosso Consolador,
sobre todos os discípulos que ha- II. A EXISTÊNCIA
viam crido em Jesus e o receberam DA IGREJA
com o Senhor e Salvador (At 2.1-4;
Jo 14.16,17). A Igreja do Senhor já existe na
terra há mais de dois mil anos, edi-
3. Identificação. A Bíblia usa ficada sobre a Rocha dos séculos e
diversos símbolos para identificar fundada em alguns princípios:
a Igreja de Jesus:
a) Templo de Deus {1Pe 2.5,6; Ef 1. Membros. A Igreja de Cristo
2.2t22). Um templo não feito por é um organismo vivo, constituída
mãos humanas, mas um santuário por vidas transformadas por Ele
composto de pessoas nascidas de (nascidas de novo) e guiada pelo
novo, nas quais Deus habita. Este Espírito San to Qo 15.5). Como Igre-

67
Lição 11 -Igreja, o Povo de Deus
EH
ja local. e la é obrigada a observar
as legislações de cada país ou na-
ção, como uma associação civil ou
organi zação religiosa. En tretanto, A Igreja é o instrumento
a verdadeira Igr eja está a lém des- escolhido por Deus para
ses conceitos humanos de estatu- cumprir a Sua missão na
to, regimento, patrimônio, regras Terra"
denominacionais etc., tendo sobre
si um único Estatuto, a Palavra de
Deus. A existência da Igreja é a Ele tam bém capacita líderes
vida dos seus membros, o que cor- para auxiliá-los na ad ministra-
res ponde aos seguintes aspectos: ção: bispos, presbíteros, diáco-
a) Crer na Palavra d e De us nos, ob reiros e auxilia res (At 6.1-
(At 1 6.31). 4; 1 Tm 3.8-13).
b) Receber a Cris to com o único
Senhor e Salvador para nascer de 3. Ordenanças. Cristo d eu
novo (Rm 10.9,1 0; Jo 3.3). duas ordenanças específicas para a
e) Ser batizado nas águas, Igreja: o batismo nas águas e a ceia.
com o testemunho de fé e identi- a) Batismo nas águas. Batizar
ficação com Cristo (Mt28.19,20). signi fi ca "mergulhar" ou "imergi r".
d) Viver para a glória e honra Representa para o crente a sua
de Cristo, para o Seu inte iro agra- identificação com a morte e res-
do (Jo 15.16; Cl 1.10). s urreição de Cris to (Rm 6.4-6).
Ao mergulharmos nas águas,
2. Líderes. O Espírito Santo, em declaramos a nossa morte para o
todos os tempos e lugares, escolhe mundo de pecados; e, ao sairm os
e levanta líderes para dirigirem a das águas, declaramos viver uma
Igreja (At 20.28). Não existe uma nova vida com Deus em santidade
forma bíblica padrão de organi za- e justiça. Por isso, o batismo n as
ção e liderança. A Igreja, ,como um águas é r ealizado uma única vez,
organismo vivo, se adequa à estru- em nome do Pai, do Filho e do Es-
tura de lide rança e organização de pírito San to (Mt 28.19,20).
cada cultura e localidade. Por isso, O batismo não salva, mas é
podemos ver tanta diversidade de parte da salvação (Me 16.16). Se
nomes de autoridades eclesiásticas algué m n ão-salvo se batiza, ape-
nas denominações da atualidade. nas e ntra um pecador enxuto nas
Entretanto, o Espírito Santo dá águas e sai um pecad or molhado.
dons ministeriais específicos para Todavia, não se concebe que um
capacitar pessoas como dirigentes crente nascido de novo não quei-
da Igreja: apóstolo, profeta, evange- ra se batizar, pois isso seria a pró-
lista, pastor e mestre (Ef 4.11-12). pria negação da sua fé.

68
liçiio 11-lgreja, o Povo de Deus

b) Ceia do Senhor. Tem o propósi- que pode adorar a Deus. A adoração


to didático-espiritual triplo: primei- pode ser individual ou coletiva. Na
ro, avivar permanentemente na vida indjvidual, o crente desenvolve a sua
do salvo a nova aUança pelo sangue vida devocional (Mt 6.6-8). Na ado-
de Cristo - "fazei isto em memória ração coletiva, na família de Deus, o
de mim" (lCo 11.25); segundo, exer- crente é capacitado numa dinâmi-
citar a esperança da vinda de Jesus ca espiritual que um indivíduo não
- "até que ele venha" (lCo 11.26); pode experimentar sozinho: com
e terceiro, alimentar-se de Cristo, o cânticos congregacionais, orações,
pão (a carne) e o vinho (o sangue) - ministério da Palavra e o exercício
"Quem de mim se alimenta por mim dos dons espirituais (lCo 14.26).
viverá" (Jo 6.41,48,54-57). Por isso, a
Ceia é realizada repetidas vezes du- 2. Manter comunhão. A vida
rante a vida do crente, pela fé, produ- cristã é uma experiência coletiva.
zindo esperança e vida. Através do novo nascimento, a natu-
reza antiga e egoísta é crucificada ou
III. A MISSÃO DA IGREJA abandonada, e os crentes tornam-se
parte de uma família de pessoas que
A Igreja existe para glorificar o se amam e cuidam umas das outras
nome de Deus, ou seja,'~.. para louvor Qo 17.20-23; Gl 5.22). Os crentes
da glória de sua graça" (Efl.6,12,14). mesclam-se em uma união espi-
A sua missão é triplamente qualifica- ritual com Cristo que envolve res-
da, como veremos a seguir: ponsabilidades coletivas "uns com
os outros", assim como cooperação
1. Adorar a Deus. É o louvor, mútua de cada crente na Igreja (Ef
a reverência e o serviço prestado 4.25; At 2.42; Rm 14.13; 15.7).
unicamente a Deus em razão da Sua Jesus deixou claro que a comu-
soberania e perfeição. O foco cen- nhão dos crentes em amor é o maior
tral da verdadeira adoração está em sinal de fé para o mundo descrente
quem Ele é (o Seu caráter) e tam- em Deus Oo 13.35). Nós temos res-
bém por causa daquilo que Ele faz ponsabilidades no corpo de Cristo
(SI 107.1-3). Devemos adorá-lo em que ultrapassam as nossas prefe-
espírito e em verdade, como resul-
" . .
renc1as pessoais, nossos propnos
, .

tado da ação do Espírito de Deus em valores individuais (1Co 1.10).


nosso espírito (Jo 4.23).
Na salvação, em Jesus, Deus re- 3. Evangelizar e fazer disci-
moveu para se:m pre as barreiras que pulos. Cada crente deve concen-
impediam a nossa comunhão com trar as s uas energias para fora de si
Ele (Hb 4.16; 10.19-22). Por isso, so- mesmo, para o mundo não-crente,
mente a Igreja, que é a reunião dos a fim de alcançar os "escolhidos"
nascidos de novo no reino do Pai, é por Jesus (Mt28.19; ]o 15.16). Deus

69
lição 11 -Igreja, o Povo de Deus

utiliza-se de pessoas para conquis- to; firmeza e convicção na verdade


tar pessoas! A Igreja tem a respon- diante dos erros e heresias etc.
sabilidade e o privilégio de tornar O Espírito capacita os crentes
conhecida a salvação para todos os com dons para contribuírem na
seres humanos (2Co 5.18,19). maturidade e crescimento es pi-
Essa é agora uma mjssão exclusi- ritual uns dos outros (Rm 12.4-8;
va da Igreja, que os anjos só serão des- lCo 12.8-10). Cada membro do
tinados a fazer em um futuro distante corpo de Cristo tem pelo menos um
(Ap 14.6). Recebemos essa missão serviço, um talento ou alguma con-
do mesmo modo que Jesus recebeu tribuição especial a fazer. E cada
a dele Qo 17.16,18). A missão de "ga- qual precisa da contribuição dos
nhar almas" e "fazer iliscipulos" não é outros membros (lCo 12.24-26).
uma escolha ou opção, mas um man-
damento (Me 16.15; At 1.8).
Todavia, não basta evangelizar APLICAÇÃO PESSOAL
e ganhar almas para Jesus; também
é preciso discipulá-las e levá-las à A Igreja é o corpo de Cristo,
maturidade espiritual (Ef 4.12-15). apta a realizar a vontade de Deus
Através do discipulado, essa ma- e trazer o reino de Deus à Terra.
turidade fica visível nos seguintes O alvo de cada crente deve ser
aspectos: adorar a Deus ,e servi-lo alcançar a maturidade espiritual
com os dons e talentos; viver em para adorar a Deus livremente,
unidade e comunhão com os santos; viver em comunhão na Igreja,
conhecimento e prática da Palavra evangelizar e fazer discípulos.
de Deus; caráter semelhante a Cris-

RESPONDA
Nas sentenças abaixo, indique V para verdadeiro e F para falso:

1. ( ) A Bíblia usa o termo Igreja para referir-se a uma comunidade de pessoas que aten-
deram ao chamamento divino.

2. ( ) A ilustração blblica da Igreja como um corpo com muitos membros indica que cada
assembleia é organizada da mesma maneira que todas as demais.

3. ( ) A igreja local ou visível aponta para crentes de um lugar qualquer, que confiam em
Jesus Cristo e se reúnem para adorar.

70
LIÇÃO 12

A VINDA DE JESUS

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição


é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

ORIEN1AÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOGICA
• Explicar o evento do arreba-
Esta lição trata da nossa bendita tamento da Igreja.
esperança, que é a gloriosa mani- • Discutir o propósito e o pro-
festação em glória do nosso gran- cesso d a Tribulação.
• Compreender os as pectos d a
de De us e Salvador Jesus Cristo (Tt
revelação de Cristo em glória.
2.11-14). Um pouco antes de Sua
mor te, o Senhor revelou aos doze
discípulos a base da esperança do PARA COMEÇARAAUlA
crente. Jesus falou acerca das mui-
tas moradas da "casa de me u Pai" Pergunte aos alunos: quem
está esperando a volta de Jesus
e que Ele próprio iria nos preparar
e por quê? Anote suas respostas.
lugar para vivermos para sempre Questione: Por que esse ass un-
em Sua compa nhia (Jo 14.1-3). to tão importante e fu ndamen tal
Jesus voltará em breve. Essa men- para a Igreja tem sido tão pouco
sagem também foi confirmada pe- tratado atualmente?
los anjos logo após a ascensão do Leia o texto de 2 Pedro 3.4-9.
Senhor (At 1.11). E Paulo, por divi na Observe que, desde o início da Igre-
ja, houve sempre muita crítica sobre
revelação, declarou que os crentes
a "demora" do Senhor em retornar.
esperam ansiosamente pela reden- Indague aos alunos: o que deve-
ção de seus corpos, os quais serão mos pensar sobre isto, agora? Pre-
transformados por ocasião do apa- pare-os para este grande assunto da
recimento do Senhor Jesus Cristo nossa bendita esperança. E boa aula!
(Rm 8.23; Fp 3.20,21).

RESPOSTAS DA PÁGINA 76
1) V 4) V
PALAVRAS-CHAVE
2) V 5) V
Arrebatamento • Esperança • Revelação
3) F
Lição 12 -A Vinda deJesus

LEITURA COMPLEMENTAR
A Bíblia muito tem a dizer sobre o cumprimento do plano de Deus
acerca de Seu povo. Em sua primeira mensagem, após o Dia de Pentecos-
te, Pedro declarou que, no futuro, Deus haverá de restaurar todas as coi-
sas (ver Atos 3.21). Posteriormente, utilizando-se de termos comoventes,
o apóstolo Paulo revelou a natureza do que jaz pela frente, para os crentes
(ver Romanos 8.18-25). A criação, conforme e le declarou, aguarda odes-
vendamento do programa redentor de Deus.
Desde a queda do homem no pecado, a natureza tem estado debaixo dos
trágicos efeitos da maldição divina Os homens, igualmente, têm gemido sob o
peso de uma sobrevivência dificil e apertada, em razão da baixa produtividade na
terra O corpo do homem tem sofrido os efeitos das enfermidades e da decadên-
cia. De ouvidos atentos à voz de seu Criador, o homem Ountamente com o resto
da criação) aguarda o cumprimento da bendita declaração: "Nunca mais haverá
maldição" (Ap 22.3). Aproxima-se o tempo quando Deus cuidará da fonte ori-
ginária de todos esses problemas. Os ímpios, incluindo Satanás, serão julgados,
porém, antes Jesus voltará para levar os justos para viverem com Ele nos céus.
Ess a é a bendita esperança do crente!
Nesta lição discutiremos o cumprimento das profecias da Bíblia, que incluem
a consumação futura do programa traçado por Deus. Enquanto você estiver con-
siderando essas importantíssimas questões, que a esperança assim insuflada le-
ve-o a examinar-se a si mesmo bem de perto, purificando-se de qualquer coisa
que possa impedi-lo de estar preparado para a volta do Senhor Jesus Cristo.(...)
No Seu discurso do Monte das Oliveiras, registrado em Mateus 24, Marcos
13 e Lucas 21, Jesus respondeu duas perguntas que lhe foram dirigidas por Seus
discípulos: 1) Quando seria destruído o templo de Jerusalém? e 2) Quais seriam
os sinais da volta de Jesus à terra e do fim da presente era ou dispensação?
A resposta dada pelo Senhor Jesus a essas duas importantes indagações
encerra elementos tão mesclados entre si que é dificil determinar qual parte
de Sua resposta refere-se à destruição do templo e à dispersão do povo judeu,
eventos esses que haveriam de ocorrer dentro de alguns poucos anos e que se
referem aos sinais que antecederão a volta de Jesus, no "fim do século': isto é,.da
nossa dispensação cristã. Mesmo assim, a alusão feita pelo Senhor Jesus às pre-
dições de Daniel, que falam sobre certos acontecimentos do tempo do fim, mui-
to nos ajuda a compreender a sua resposta aos discípulos (ver Mateus 24.15).

Livro: "Doutrinas Fundamentais da Bíblia " (ICI, São Paulo, 2008, pgs. 262,269).

li
Estudada em _ / _ /_ _

LI CÃO 12
>
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda -At 1.11
AVINDA A vinda de Jesus é certa
Terça - lCo 15.51,52
DE JESUS A vinda de Jes us será de surpresa
Quarta - Lc 17.34-36
Devemos estar sempre prepa rados
Quinta - 1 Ts 4 .17
Encontraremos o Senhor nos ares
Sexta - 1Co 15.52-54
Recebe re mos corpos glorificados
TEXTO AUREO Sábado - Ap 11.15
"Consolai-vos, pois, uns aos outros O Rei Jesus reinará para sempre
com estas palavras." 1Ts 4.18
LEITURA BÍBLICA
1 Tessalonicenses 4 .14-18
14 Pois, se cremos que Jesus morreu
e ressuscitou, assim também Deus,
VERDADE PRÁTICA mediante Jesus, trará, em sua compa-
Jesus voltará em breve, e cada nhia, os que dormem.
crente deve estar preparado. 15 Ora, ainda vos declaramos, por paJa-
vra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que
ficannos até à vinda do Senhor, de modo
aJgum precederemos os que dormem.
16 Porquanto o Senhor mesmo, dada
a sua palavra de ordem, ouvida a voz
do arcanjo, e ressoada a trombeta de
Deus, descerá dos céus, e os mortos
em Cristo ressuscitarão primeiro;
17 depois, nós, os vivos, os que fi-
carmos, seremos arrebatados junta-
mente com eles, entre nuvens, para o
encontro do Senhor nos ares, e. assim,
estaremos para sempre com o Senh or.
18 Consolai-vos, pois, uns aos ou-
tros co m estas palavras.

Hinos da Harpa: 48 - 300 - 323

71
lição 12 -A Vinda dejesus

INTRODUÇÃO
A VINDA DE JESUS
O futuro glorioso do povo de
INTRODUÇÃO Deus começará com a volta de Cris-
to a este mundo. Nesta lição vamos
I. O ARREBATAMENTO estudar os principais aspectos da
vinda de Cristo relacionados com a
1. A esperança 1Ts 4.13-1 7 Igreja e Israel, e também o período
2. Galardão 2Co s. 10 da Grande Tribulação, sob a pers-
pectiva doutrinária da nossa Igreja.
3. Celebração Ap 1 9.9
1. O ARREBATAMENTO
II. A GRANDE TRIBULAÇÃO
Jesus prometeu que retornaria
1. Sofrimento e dor Me 13.19,20 a este mundo (Jo 14.1-3; At 1.11;
2. Governo satânico Ap 13.1-17 Rm 8.23). A volta de Cristo é cha-
mada por Paulo de "a manifesta-
3. Armagedom Zc 14.1-3 ção da sua vindaº, quando Jes us
virá como o Rei dos reis e Sen hor
Ili. A REVELAÇÃO DE JESUS dos senhores (2Ts 2.8; 1Tm 6.14;
2Tm 4.1; Tt 2.13).
1. As Condições Ap 19.11-21

2. O Evento Mt24.30 1. A esperança. No arrebata-


mento, a Igreja será retirada des-
3. O Julgamen to Mt 25.31-34,41-46 te mundo para o encontro com o
Senhor nos ares (1Ts 4.17). Esse
APLICAÇÃO PESSOAL evento aco ntecerá de forma rápida
e surpreendente, como num "abrir
e fechar de olhos': ou como a vinda
de um ladrão (1 Ts 4.17; 5.2).
Os fiéis devem estar firmados
na promessa e preparados em
todo o tempo (Lc 17.34-36). De-
vemos estar atentos aos sinais dos
tempos (Mt 24.4-14). Esse dia es-
pecífico está sob o controle do Pai
(Mt 24.36). Sob a ordem de Jes us,
o arcanjo tocará a trombeta e os
salvos de todo o mundo serão ar-
rebatados, e estarão com o Senhor
para sempre (1 Ts 4.16; 1.10).

72
lição 12 -A Vinda de jesus
7P J
Os salvos mortos de todos os
te mpos e lugares, desde Adão a té
os nossos dias, ressuscitarão pri-
meiro; e depois, todos os salvos
A Grande Tribulação
que estiverem vivos serão trans- será um período
formados em corpos gloriosos de julgamento e
(1 Ts 4.13,14; lCo 15.52-54). Não
restauração de Israel
compreendemos tudo quanto está como povo escolhido
envolvido nestes corpos glorifica- de Deus."
dos, mas sabemos que eles nunca
experimentarão novamente a dor,
as enfermidades ou a morte, por- 3. Celebração. Depois do Tri-
quanto serão corpos eternos se- bunal de Cristo, participaremos d a
melhantes ao de Jesus (Fp 3.20,21; grande ceia das Bodas do Cordei-
Mt 22.30,31; lJo 3.2). ro (Ap 19. 7). Jesus prometeu que
cearia novamente com a Sua Igreja
2. Galardão. Depois do arreba- no reino de Seu Pai (Mt 26.29).
tamento, os crentes serão recom- Antes da crucificação, Jesus rea-
pensados ou galardoados com base lizou a ceia com os discípulos para
em sua conduta de justiça cristã anunciar a nova aliança no Seu
(Mt 16.27; 2Jo 8; Ap 22 .12). Isso sangue. Depois, Ele ordenou que se
acontecerá no Tribunal de Cristo praticasse a ceia em "memória" per-
(2Co 5.10). O propósito desse exa- manente da redenção consumada
me é que cada crente preste contas na Cruz, até a manifestação da Sua
de si mesmo a Deus (Rm 14.10-12). vinda. Nessa ocasião, a ceia servirá
O julgamento a ser feito por para a celebração da união eterna
Deus avaliará o nosso amor e fide- da Igreja com Cristo (Ap 19.9).
lidade no nosso serviço cristão. Não
será tanto a quantidade, mas princi- II. A GRANDE TRIBULAÇÃO
palmente a qualidade dessas obras,
que será examinada pelo Senhor. Esta questão tem s ido obje-
A Bíblia revela claramente to de várias controvérsias e ntre
que nossa atuação será julgada, os estudiosos da Escatologia.
e tudo o que resistir ao teste da Há duas correntes doutrinárias
qualidade no serviço cristão será principais: a) Pré-tribulacionis-
recompensado. Por outro lado, o ta, que d efende o Arrebatamento
serviço que tiver sido motivado da Igreja a ntes da Grande Tribu-
pelo egoísmo ou pelo orgulho lação; b) Pós-tribulacioni sta, que
não será recompe nsado, sua obra defende a passagem da Igreja
será queimada pelo fogo, ou seja, pela Grande Tribulação, find a a
se perderá (lCo 3.11-15). qual v irá o Arre batamento.

73
Lição 12 -A Vinda deJesus

1. Sofrimento e dor. A visão 4). As autoridades pedirão o go-


pré-tribulacionista, que abordare- verno da besta (Ap 17.13,16,17).
mos nesta lição, defende o arreba- O falso profeta conduzirá as reli-
tamento da [greja como um even- giões para a adoração do Anticris-
to anterior à Grande Tribulação, to e de Satanás (Ap 13.11-17).
cujo período será de sete anos, b) No segundo período, tam-
algo sem precedentes de angústia bém chamado de "um tempo, tem-
e males para toda a humanidade pos, e metade de um tempo" (Dn
(Me 13.19,20). Esse te mpo será 7.25), ou "quarenta e dois meses"
marcado pelo seguinte: (Ap 11.2), ou "mil duzentos e ses-
a) Ira de Deus - juízos divi- senta dias" (Ap 12.6), Israel se
nos, simbolizados pelos selos (Ap recusará a adorar o Anticristo e a
5.1,2; 6.1-15); as trombetas (Ap sua imagem no templo (Mt 24.15;
8.1-9,19); e as taças do apocalipse Dn 9.27).
(Ap 11.15; 16.1-17). Tais eventos Então, será perseguido impla-
trarão afli ções inimagináveis. cavelmente (Zc 12.3). Deus levan-
b) Atuação da trindade satâni- tará duas testemunhas especiais
ca - Satanás, o Anticristo e o Falso para profetizarem para os escolhi-
profeta - que enganarão a Israel e dos (Ap 11.3-12).
as nações (Ap 12.12; 13.1-17).
c) Intensa atividade demonía- 3. Armagedom. Israel fará
ca no mundo (Ap 9.1-11). oposição ao Anticristo, que por
d) Aflição e perseguição de s ua vez reunirá os exércitos do
Israel por ter rejeitado o Messias mundo para a batalha do Arma-
- "o Dia do Senhor" (Sf 1.15-18; gedom, no intuito de destruir os
Ez 20.34-37) ou a "septuagésima judeus (Zc 14.1,2; Dn 11.40-45).
semana" de Daniel (Dn 9.24-27; O Armagedom ou Vale do Megido
Mt 24.21). é o lugar, ao norte de Israel, onde
e) Tortura e morte dos crentes re- se travará a batalha histórica.
manescentes (Ap 6.9,10; 7.14; 13.7). Quando Israel estiver contem-
plando a destruição diante dos
2. Governo satânico. A Tribu- exércitos inimigos, subitamente
lação se dará em dois períodos de eles passarão por uma mudança
três anos e meio: de coração e clamarão pelo socor-
a) No primeiro período, diante ro do Messias (Zc 12.10-11). Então,
da ausência da Igreja e dos gran- Cristo surpreenderá os exércitos
des sofrimentos, o Anticristo, com reunidos, ao invadir o nosso plane-
poder satânico, dará soluções ta, vindo do espaço exterior, junto
aparentes para os problemas do com a Igreja glorificada, e salvará
mundo, falsa paz entre as nações, Israel. Será a revelação de Jesus à
incluindo Israel (Dn 9.27; Ap 13.1- humanidade Qd 14,15; Ap 1.7).

74
Lição 12 -A Vinda deJesus

III. A REVELAÇÃO DE JESUS da confrontação entre nosso Senhor e


as forças do Iníquo (Ap 19.14).
Na revelação de Jesus, o mun- c) Então, Ele porá fim à guerra
do inteiro conhecerá a glória do do Armagedom (Ap 19.15-18).
Cristo de Deus. d) A nação de Israel será salva do
extermínio, passará por um reaviva-
1. As C.Ondições. A revelação de mentD espiritual, e amará as leis do
Jesus vai culminar com dois fatos insu- Senhor (7.c 12.8, 9; 14.3; Ez 36.26, 27).
portáveis aos olhos de Deus na terra: e) Os líderes das forças satâni-
a) A impiedade e o egoísmo dos cas derrotados serão lançados no
homens não será mais tolerada. Lago de Fogo (Ap 19.20, 21).
Será o tempo da colheita judicial, f) Satanás será preso por mil
pois a iniquidade em toda a terra anos, assim como seus demônios,
estará madura para a colheita (Ap no Abismo (Ap 20.1-3).
14.14-16,19). Os homens não terão
mais liberdade de escolher as suas 3. O Julgamento. A vinda glorio-
distorcidas paixões pecaminosas. sa de Cristo resultará no estabeleci-
Os céticos e os incrédulos que desa- mento de um reino mundial de reti-
fiam a própria ideia da existência do dão, chamado de Milênio (Ap 20.4).
Deus Santo serão silenciados. O pe- Então, todas as nações da terra
cado será solucionado para sempre. passarão pelo "julgamento das na-
b) Deus não continuará tole- ções", cujo propósito será o de re-
rando a perseguição contra o Seu velar os fiéis a Cristo que partici-
povo, Israel. O Iníquo terá como parão do Reino Milenial (Zc 14.16;
seu alvo primário a destruição Mt 25.3 1-3 4,41-46).
total dos irmãos do Senhor Jesus. Serão duas classes de nações exa-
Entretanto, chegará o momento da minadas: bodes e ovelhas. Os ''bodes"
total intervenção de Deus em prol serão as nações inimigas dos "irmãos"
do Seu povo (Ap 19.11-21). Osrael). As "ovelhas" serão os povos
pacíficos protetores de Israel que par-
2. O Evento. Quando Jesus veio ao ticiparão do Reino de Cristo.
mundo, em carne, mostrou-se como
o Servo sofredor. Por ocasião de Sua
vinda, como Rei, aparecerá com po- APLICAÇÃO PESSOAL
der e grande glória (Mt 24.30). Desta-
cam-se os seguintes eventos: A certeza da manifestação da
a) Ele se revelará como Rei vinda de Cristo é a grande esperan-
dos reis e Senhor dos senhores ça de todos os salvos. Por isso, de-
(Dn 2.34-45). vemos orar e ser vigilantes. Cristo
b) Os exércitos celestiais serão vi- em vós, a esperança da glória!
síveis pelos homens. Eles participarão

75
Lição 12 -A Vinda deJesus

DEZ SINAIS QUE ANTECEDEM A VINDA DE JESUS


~

- ~
1. Escarnecedores 2Pe 3.34


f~ T
2. Guerras e nmores de guerra

3. Fome
Mt 24.6

Mt 24.7

4. Pestes e doenças Mt 24.7

4 5. Terremotos Mt 24.7

6. Tempos difíceis 2Tm3.1-3

~ 7. Falsos mestres e profetas Mt 24.11

8. Frieza espiritual Mt 24.37-39

í '
6
.....,.
, 9. Perseguição Mt 24.12

- 10. Apostasia 2Ts 2.1-4

RESPONDA
Escreva um V, se a declaração for Verdadeira, e F, se for Falsa:

1) ( ) Tanto os crentes mortos quanto os crentes vivos serão incluldos no arrebatamento.

2) ( ) A Bíblia ensina que haverá graus de recompensa , ou galardão, para os crentes.

3) ( ) O Anticristo conseguirá produzir uma paz permanente no mundo,

pelo espaço de mil anos.

4) ( ) A revelação de Jesus Cristo ocorrerá quando a perseguição contra os judeus

e a impiedade da humanidade tiverem chegado a uma condição extrema.

5) ( ) Por ocasião da revelação de Jesus Cristo, serão derrotados o Iníquo e os seus

exércitos. e Jesus então revelar-se-á como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

76
LIÇÃO 13

A REVELACÃO SOBRE O FUTU RO


>

SUPLEtv'\ENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR


Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição
é igual para a lunos e mestres, inclusive o número da página.

ORlEN~AÇÃO OBJETIVOS
PEDAGOGICA • Discorrer sobre as evidências
A Bíblia te m muito a dizer so- e o propósito do Milê nio.
bre o cumprimento do plano d e • Explicar o propósito e o pro-
De us ace rca de Seu povo. De us cesso do Juízo Final.
haverá de restaurar todas as coi- • Compreender sobre a culmi-
sas; e a criação aguarda o d es- nância do plano divino com a Nova
vendamento do Seu programa Criação.
redentor (At 3.21; Rm 8.18-25).
Desde a queda do homem, a na-
tureza e os seres humanos têm PARA COMEÇARAAULA
estado debaixo dos trágicos efei-
tos da maldição divina. A terra Nesta última lição, quando
sofre com a baixa produtividade. discutirem os o cumprimento de
O homem tem sofrido os efeitos outras profecias da Bíblia, que
das e nfermidades e da decadên- incluem a consumação futura do
cia. Aguarda-se o cumprimento da programa redentor de Deus, con-
bendita declaração: "Nunca mais vém revisar a lição an terior.
haverá maldição" (Ap 22.3). Enqua nto você estiver conside-
Aproxima-se o tempo quando rando questões concernentes ao
Deus cuidará da fonte originária de fim, ore com seus al unos para q ue
todos os problemas. Os ímpios, in- a esperan ça seja neles insuflada,
cluindo Satanás, serão julgados. An- levando-os a examinarem-se a si
tes, porém, Jesus voltará para levar mesmos, purificando-se de qual-
os justos para vivere m com Ele. Essa quer coisa que possa impedi-los de
é a bendita esperança do crente! estarem preparados para a volta do
Senhor Jesus Cristo. Boa aula!

RESPOSTAS DA PÁGINA 82
1) V 4) V
PALAVRAS-CHAVE
2) F 5) F
Reino • Dispensação • Juízo • Vrtória
3) V
Lição 13 -A Revelação Sobre o Futuro

LEITURA COMPLEMENTAR
A Bíblia refere-se a uma era de justiça e paz, de retidão e abundância
em conexão com a segunda vinda de nosso Senhor (ver Isaías 2.1-4; 65.20-
22 ; Miquéias 4.1-5). Em ApocaJipse 20.1-7, é dito que esse período de tem-
po será de mil anos. Obtemos o vocábulo milênio dos termos latinos mille
(mil) e anum (ano), podendo ser entendido simplesmente, como "mil anos".
Entretanto, o reino a que nos referimos é chamado na Bíblia de diversas
maneiras. Na oração do Pai Nosso, ele aparece como "o teu reino" (Mt 6.10),
ao passo que em Lucas 19.11 é chamado de "o reino de Deus". Por sua vez,
em Apocalipse 11.15 lemos a respeito do reino "de nosso Senhor e do seu
Cristo': E a passagem de Daniel 7.14 chama esse reino de·: .. domínio eterno,
que não passará, e o seu reino jamais será destruído". (. ..)
Quais são os propósitos desse re ino?
Em primeiro lugar, no princípio, Deus estabeleceu uma ordem moral
sujeita às tentações de Satanás e a terra caiu sob a servidão desse espírito
maligno. Portanto, é necessário que a glória de Deus seja vindicada (defi-
nida; aprovada como verdadeira ou certa), mediante a vitória sobre esse
domínio satânico. Quando os efeitos da maldição divina tiverem sido anu-
lados e Satanás tiver sido amar rado, e ntão os homens serão livres para
observar o amor, a justiça e a sabedoria do Senhor, enquanto Ele mes mo
estará governando o mund o em equidade e verdade. Como resultado dis-
so, os homens darão ao Senhor a sua leal cooperação. Em Seu reino de
bondade, nosso Senhor demonstrará que as necessidades dos home ns
foram satisfeitas, que a justiça realmente existe e que a paz e a harmonia
são possíveis neste mundo.
Em segundo lugar, a er a do reino é necessária para cumprimento das
profecias bíblicas sobre o futuro. Deus prometeu a Davi que seus descen-
dentes haveriam de governar para sempre (ver 2 Samuel 7.8-17; Salmos
89.3,4,19-37; Jeremias 33.14-26). Conforme já vimos, tem havido uma in-
terrupção nesse governo e essas predições continuam esperando cumpri-
mento. Na plenitude do tempo, Jesus nasceu de Maria, da famflia de Davi;
mas, até agora, Ele nunca reinou sobre o trono de Davi, em Israel. Por
conseguinte, essa profecia bíblica espera cumprimento, que, sem dúvida,
sucederá no fu turo. (Ver também Daniel 2.34,35,44,45 e Romanos 8.18-
25, quanto a outras predições relacionadas àquela).

Livro: "Doutrinas Fundamentais da Bíblia " (ICI, São Pau lo, 2008, pgs. 284 , 285).

li
Estudada em _!_ !_ _

LIÇÃO 13 DEVOCIONAL DlARlO


Segunda -Ap 21.4-7
~
A REVELAÇAO Viveremos num Reino de justiça e paz
Terça -Ap 20.6
SOBRE O A Igreja reinará em corpo glorificado
Quarta - Is 12.1-6
Israel será restaurado pelo Senhor
FUTURO Quinta - Ap 20.10,14,15
O triste destino de quem rejeita a Deus
Sexta - 2Pe 3.13
Haverá um novo céu e uma nova terra
TEXTO AUREO Sábado - Ap 21.3
"Nós, porém, segundo a sua O Deus Eterno habitará na nova terra
promessa, esperamos novos céus
e nova terra, nos quais habita
justiça." 2Pe 3.13
LEITURA BÍBLICA
2Pedro 3.11-14
11 Visto que todas essas coisas hão
VERDADE PRÁTICA de ser assim desfeitas, deveis ser
Toda a vontade Deus será tais como os que vivem em santo
cumprida, e Sua vitória será procedimento e piedade,
completa e definitiva. 12 esperando e apressando a vinda do
Dia de Deus, por causa do qual os céus,
incendiados, serão desfeitos, e os ele-
mentos abrasados se derreterão.
13 Nós, porém, segundo a sua pro-
messa, esperamos novos céus e
nova terra, nos quais habita justiça.
14 Por essa razão. pois, amados. es-
perando estas coisas, empenhai-vos
por serdes achados por ele em paz,
sem mácula e irrepreensíveis.

Hinos da Harpa: 304 - 509 - 488

77
Lição 13 -A Revelação Sobre o Futuro

INTRODUÇÃO
A REVELAÇÃO
SOBRE O FUTURO Deus revelou na Sua Palavra
algumas partículas do futuro, ou
INTRODUÇÃO dispensações eternas, que a m.e n-
te humana finita não compreende
1. O MILÊNIO totalmente. Vamos estudar o Reino
Milenial de Cristo, o Juízo Final e a
1. Reino Milenial Ap 20.1-6 criação de Novos Céus e Nova Terra.
2. Propósitos Jr 33.14-16 1. O MILÊNIO
3. Características Is 11.11 -16
Na lição anterior, estudamos
que a vinda de Cristo em glória
li. O JUÍZO FINAL culminará com a implantação do
1. Lago de Fogo Ap 20.14 Seu Rei no Milenial na Terra.

2. Julgamento de Satanás Ap20.10 1. Reino Milenial. Será o rei-


nado de Cristo nesta terra por u m
3. Trono Branco Ap 20.11-15
período de mil anos, que com-
preenderá uma era de justiça e
Ili. A NOVA CRIAÇÃO paz, de retidão e abundância (Ap
20.1-6; Is 2.3). Um sonho profe-
1. Purificação 2 Pe 3.7-12 tizado por Deus (Is 65.1 7-22; Mq
4.1-5). A Igreja, e m corpo glori-
2. Nova Jerusalé m Ap 21.2
ficado, reinará com Cristo no Mi-
3. Reino Eterno Ap 22.3-5 lênio, como reis e sacerdotes (Ap
20.6; 2.26-28; 5.9,10; lPe 2.9).
APLICAÇÃO PESSOAL Participarão desse reino o povo
judeu e todas as nações que passa-
rem pelo julgamento de Cristo, após
a batalha do Armagedom (Mt25.31-
46; Dn 7.14; Zc 14.16). Durante esse
período de mil anos Satanás estará
preso, para que não produza mais
sofrimento (Ap 20.1-3).

2. Propósitos. O Estabeleci-
mento desse reino te m a lguns
propósitos:
a) Restaurar a 9/ória de Deus

78
lição 13 -A Revelação Sobre o Futuro

na ordem natural da terra. Sob o


governo de Cristo, sem os efeitos
da maldição divina e anulação de
Satanás, os homens serão livres E será que, antes que
para observar o amor, a justiça e clamem, eu responderei;
a sabedoria do Senhor. Como re- estando eles ainda
sultado disso, os homens darão ao falando, eu os ouvirei."
Senhor a sua leal cooperação. Em (Deus, falando sobre o
Seu reino de bondade, nosso Se- Milênio.)
nhor demonstrará que as n ecessi-
dades dos homens foram satisfei-
tas, que a justi ça realmente existe e) A vida será longeva. Haverá
e que a paz e a harmonia são pos- tolerância com as pessoas, mas
síveis neste mundo. todo aquele que pecar será punido
b) Cumprir as profecias bíblicas (Is 65.20; Zc 14.16-19).
sobre o futuro. Deus prometeu a f) A harmonia pacífica será
Davi que seus descendentes ha- uma das características fundamen-
ve riam de governar para sempre tais desse reino milenar, quando
(2Sm 7.12-17; Jr 33.14-26). até os animais ferozes tornar-se-ão
mansos e os animais mansos não
3. Caracteristicas. Numerosas vive rão atemorizados (Is 11.6-9).
referências bíblicas falam sobre as g) As pessoas desejarão conhe-
condições que existirão durante o cer a Deus e as realidades espirituais.
reinado do Ungido de Deus: Elas estudarão a Palavra de Deus, de
a) Será um reino literal, esta- tal maneira que o conhecimento de
belecido neste mundo (Zc 14.9). Deus tornar-se-á evidente por toda
Incluirá todos os povos que pe r- parte (Is 2.3; 11.9; Zc 8.20-23).
ma necere m vivos no mundo (SI
72.8-11; Dn 7.14; Mt 25.31,32). II. O JUÍZO FINAL
b) O solo produzirá alime ntos
em grande abundância. Não ha- A Bíblia é muito clara sobre a
ve rá mais escassez de alimentos e existência futura de um Juízo Fi-
nem fome (Is 35.1; Mq 4.1-4). nal, qua ndo De us julgará os mor-
c) Israel será restaurado como tos, grandes e pequenos, segundo
uma grande nação (Is 11.11-16). o que está registrado nos livros
d) A lei do Senhor será obede- (Ap 20.11-15; At 17.31; Hb 9.27).
cida por todos os povos. Essa legis-
lação, apesar de ser bondosa e gen- 1. Lago de Fogo. A revelação
til, também será firme (SI 2.9). O divina é clara sobre o castigo e te r-
resul tado disso serão julgamentos no, ou morte eterna (separação
perfeitos e perfeita justiça (Is 11.4). de Deus), num lugar de dor e so-

79
lição 13 -A Revelação Sobre o Fut:u ro

frim ento inimaginável, chamado


de "Lago de Fogo". Aqueles que
morrem sem Deus, suas almas são
levadas para o Hades, ou Inferno, Esp eramos novos céus
em tormento, enquanto aguardam e nova terra, nos quais
o Juízo Final (Mt 25.41; Lc 16.23). habita justiça." (Apóstolo
No julgamento final, d iante do Pedro)
grande Trono Branco, o próprio
Inferno será lançado no Lago de
Fogo (Ap 20.14). Essa prisão cós- combate r contra o povo do Se-
mica eterna é um lugar de sofri- nho r, na s ua capita l, Je rusalém.
mento eterno, quando os agentes Algué m pod eria indagar:
da impiedade "sofrerão penalida- "Como é que pessoas que vive-
de de eterna destruição. banidos ram debaixo do reino justo e
da face do Senhor e da g lória do bondoso do Rei Jes us poderiam
se u poder" (Ap 20.10; 2Ts 1.9). revoltar-se e serem levadas a
Suas características são: crer que obteriam sucesso e m
a) Consciência e remorso (Lc sua rebe lião contra Ele?"
16.19-31). O fato é que Deus não força-
b) Tormento e desespero (Lc rá ninguém a ser fiel ao Salva-
16.24). dor. Assim sendo, no fim do rei-
c) Vergonha e horror eterno no milenar, evidenteme nte um
(Dn 12.2). imenso número d e pessoas não
d) Más companhias - conviver terá confi ado em Cristo quanto
com Satanás, o Anticristo e o Falso à sua salvação. Então, com o rea-
Profeta, e todos os líderes e mem- parecimento de Satanás trazen-
bros do "sindicato da impiedade" do outra ilusão (a grande men-
(Ap 21.8; 20.10; Sl 1.1). tira!), toda aquela gente terá a
oportunidade de revoltar-se.
2. Julgamento de Satanás. Eles poderão exercer livre me nte
Terminado o Milê nio, Satanás o seu d ireito de escolha.
será solto d e seu confiname nto Essa rebeli ão será firm ada
(Ap 20. 7-10). Imedia tamente, em esca la mundi al e irá cres-
ele percorre rá a terra inteira, a cer até o ponto em que Satanás
fim de e nganar os ho me ns mai s lançará diretame nte s uas forças
uma vez, e ncorajando-os à re- contra o acampamento do povo
beldia contra o Senhor. Mes mo de Deus:. Entretanto, Deus en-
depois de experi men tarem o viará juízo de fogo contra os re-
Reino de Cristo, multidões da beldes e eles serão cons umidos.
terra cerrarão fil ei ras em torno Satanás, seu chefe, será lançado
de· Satanás, prepa rando-se para para sempre no Lago de Fogo.

80
Lição 13 -A Revelação Sobre o Futuro

3. Trono Branco. Após essa Nessa ocasião, todas as obras hu-


rebelião satânica final, chegará o manas serão consumidas (2Pe 3.10;
tempo do Juízo Final. Toda a huma- Hb 12.27-29). Entretanto, após essa
nidade será convocada à presença tremenda destruição,devemos espe-
da majestade do Deus Eterno. Os rar por "novos céus e nova terra, nos
que morreram sem aceitar a salva- quais habita justiça" (2Pe 3.13).
ção oferecida por Deus ressuscita-
rão para colocar-se diante do gran- 2. Nova Jerusalém. A Cidade
de Trono Branco (Ap 20.11-15). Santa, a Nova Jerusalém celestial,
Aqueles que estiverem diante do será colocada na nova terra (Ap
grande Trono Branco serão julga- 21.2). A cidade que o Senhor terá
dos segundo o que está escrito nos preparado desafia qualquer te nta-
livros. Será verificado e confirmado tiva de descrição; será linda, acima
que seus no mes não estão alista- de tudo que já tenhamos contem-
dos no Livro da Vida. plado (Hb12.22; Ap 21.9-23).
Baseado na perfeita e estrita jus- Nesse tempo, a Igreja estará em
tiça, cada incrédulo receberá a sen- perfeita glória, em comunhão ab-
tença do confinamento eterno no soluta com o Senho1~ e continuará
Lago do Fogo (Mt 8.12; 13.41,42). reinando com Cristo para sempre
Dessa forma, portanto, Deus porá (Dn 7.18,27; Ap 22.3-5).
fim ao mal em Sua criação, banindo-
-o para sempre. A perfeição de Deus 3. Reino Eterno. O Deus Eter-
se instalará eternamente. no estabelecerá Seu trono e Sua
residência na Nova Jerusalém (Ap
III. A NOVA CRIAÇÃO 22.3). O Pai, o Filho e o Espírito
Santo, o Deus Trino, o Deus Uno,
Logo após o Juízo Final, Deus junto com a Igreja gloriosa, reina-
preparará a terra para as dispe n- rão num rein o perfeito:
sações de comunhão eterna com a) Não existirá mais pecado ou
Ele (2Pe 3.18). maldição (Ap 22.3).
b) Os seus servos o servirão
1. Purificação pelo fogo. A com alegria (Ap 22.3).
te rra passará por uma renovação, c) Haverá uma comunhão ínti-
muda nça e transformação, por ma (Ap 22.4).
meio das chamas (Is 65.17; 2 Pe d) Identidade própria (Ap 22.4).
3.7,10-12; Ap 21.1). Todo o plane- e) Iluminação perfeita em todo
ta será purificado para uma nova lugar (Ap 22.5).
dimensão espiritual. Será terrível, Na era vindoura da eternida-
visto que a atmosfera da te rra é de, nós, os que agora vemos ape-
constituída de oxigênio e hidrogê- nas um indistinto reflexo da rea-
nio, altamente inflamáveis. lidade das coisas, disporemos de

81
lição 13 -A Revelação Sobre o Futuro

toda a eternidade para desfrutar


as maravilhas dessa nova criação APLICAÇÃO PESSOAL
divina (lCo 13.12).
Certamente, agora nem passa Regozijemo-nos diante de
pelo nosso entendimento a com- todas essas revelações das d is-
pletude desse estado de perfeição pensações futuras, pois estamos
futura (Ef 2.7; lCo 2.9). Mas nós cada vez mais perto do d ia da
entenderemos, na medida em que Redenção final. A nova criação
os planos de Deus forem se cum- nos aguarda, onde Jesus será o
prindo, e também participaremos Rei e todos os santos reinarão
de todo o processo, até que tudo se para sempre com o Senhor! Ma-
cumpra e estejamos para sempre ranata! Ora, vem, Senhor Jes us!
com o Senhor (1 Ts 4.13-18). Amém!

RESPONDA
Concernente ao Reino de Deus a ser implantado na Terra , marque V para as sentenças
Verdadeiras, e F para as Falsas:

1) ( ) O Reino de Deus será um reino literal e incluirá todos os povos que permanecerem
vivos no mundo.

2) ( ) Uma vez removidos os efeitos da maldição, o solo produzirá alimentos em grande


abundância , mas ainda haverá desigualdade e fome em alguns lugares.

3) ( ) A lei do Senhor será obedecida por todos os povos. Haverá tolerância, mas todo
aquele que se recusar a obedecer será punido.

4) ( ) A paz será uma das características fundamentais desse reino milenar, porquanto o
governante será o Príncipe da Paz.

5) ( ) Os animais ferozes tornar-se-ão mansos e os animais mansos ficarão ferozes, e


todlos viverão atemorizados; mas somente os homens viverão pacificamente.

VOCABULÁRIO:
• Co nfinamento: Ato de confinar, encerrar, enclausurar, prender.
• Dispensação: Período de tempo referente a alguma revelação especial da vontade de Deus.
• Vindoura: Que há de vir ou acontecer; referente ao futuro.

82
PERSPECTIVA PROFÉTICA DAS SETENTA SEMANAS
"Setenta 'sete' (semanas) estão determinadas sobre o teu povo (os judeus) e
sobre a tua santa cidade (Jerusalém)". Daniel 9.24-29

OINICIO DAS A REVELAÇÃO


O Senhor é revelado
70 em poder
O ARREBATAMENTO
SEMANAS (Ap 19.11-18)
O Tribunal d e Cristo
445 a.e.
Vigésimo ano
de Atarxerxes
(Ne_J.1-8) O Messias será tirado
(antes da septuagésima ·o príncipe que há de vir"
semana, v. 26) firmará um concerto
A cidade e o O príncipe fará cessar o sacrificio
santuário serão e a oferta de manjares.
destruídos
7 62 69 70 a.D. 70ª

I
SEMANAS + SEMANAS SEMANAS Roma assola SEMANA
= Jerusalém
49 anos (v. 25) 434 anos (v. 26) 483 anos 7 anos (v. 27)

Restauração de
t ·I
L
Jerusalém
A TRIBULAÇÃO
O Messias chega
Entrada Triunfal
(Lc 19.28-38)
O Nascimento
• A Igreja
proclama
o Evangelho
da Igreja no dia {MI 2 4. 14)
de Pentecoste

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