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RESUMO
Objetivou-se com este trabalho avaliar a estrutura associada aos padrões de distribuição
espacial de jovens regenerantes de catingueira (Cenostigma pyramidale (Tul.) E. Gagnon &
G.P. Lewis) presentes em sistema ciliar no Cariri Ocidental paraibano. O trabalho foi realizado
na mata ciliar do riacho da Umburana (7°45’15.3’’ S e 36°58’01.6’’ W; 571 m de altitude),
Município de Sumé-PB. Foram implantadas 51 parcelas de 1,0 X 1,0 m para análise de todos os
indivíduos jovens lenhosos com altura ≥ 0,05 m e DNS < 3 cm. Foram analisados os parâmetros
de frequência, densidade e classes de altura e diâmetro da regeneração natural. Foram
amostradas 30 espécies distribuídas em 23 gêneros e 12 famílias botânicas, além de quatro
espécies indeterminadas. A população de C. pyramidale destacou-se na comunidade do riacho da
Umburana com 28 indivíduos e frequência absoluta de 45,10%. Relacionado às classes de altura e
diâmetro, a maior representação ocorreu na menor classe de ambos os parâmetros. A espécie
estudada apresentou na sua distribuição diamétrica o modelo J reverso, com 60,71% de indivíduos
na primeira classe (0,01 a 0,50 cm). Portanto, o conhecimento gerado, subsidia no entendimento
da dinâmica da espécie estudada, a qual apresenta elevado valor ambiental, social e econômico,
auxiliando assim, no manejo e conservação da espécie nos sistemas naturais no Semiárido
brasileiro.
INTRODUÇÃO
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O Bioma Caatinga ocupa a maior parte do Nordeste brasileiro e se estende pelo norte de
Minas Gerais. O termo mata branca, aplicado pelos índios à Caatinga, é decorrente da perda das
folhas das plantas em determinadas épocas de seca, formando uma paisagem clara e
embranquecida (SENA, 2011). A Caatinga abrange cerca de 10% do território brasileiro (MMA,
2012). Segundo Forzza et al. (2012), o Bioma Caatinga é constituído por uma enorme variedade
de espécies sendo a grande maioria endêmica.
Conhecidas como os cílios das águas pela sua função protetora, as matas ciliares
encontram-se associadas aos corpos d’água e estabelecem relações que se desdobram, a partir das
margens, por diversos metros dependendo das características estruturais destes ecossistemas
(LACERDA, 2016). Nas áreas ciliares em áreas de Caatinga, a vegetação enfrenta condições
específicas relacionadas ao solo, clima e medidas de manejo sendo a descrição destas,
condicionantes importantes para ampliar os conhecimentos sobre as adaptações que se processam
nestes espaços (FARIAS et al., 2017).
Considerando as diversas populações vegetais de grande relevância no Bioma Caatinga,
pode-se observar a Cenostigma pyramidale (Tul.) E. Gagnon & G.P. Lewis, conhecida
popularmente como catingueira. Esta espécie pertence à família Fabaceae (QUEIROZ, 2009;
MAIA, 2012) e caracteriza-se como sendo de porte mediano, com copa aberta e irregular.
Normalmente exibe de 4 a 6 metros de altura, sendo capaz de alcançar até 12 metros e isso ocorre
geralmente quando a espécie está localizada perto de regiões de várzea, ou seja, a margem de rios.
A catingueira possui caule pequeno e estreito, de aproximadamente 30 a 40 cm de diâmetro, com
casca praticamente lisa e normalmente de cor acinzentada e lenticelada. Exibindo coloração
esverdeada com lenticelas esbranquiçadas nos galhos jovens. As folhas são decídua, compostas e
bipinadas, possuem folíolos pequenos, com bordo completo, aspecto coriáceo e comprimento
máximo de até três centímetros (LORENZI, 2009; QUEIROZ, 2009; MAIA, 2012). Os estômatos
estão presentes apenas na superfície inferior das folhas, sendo partilhados de maneira homogênea
(ARAÚJO et al., 2008).
De acordo com Lima et al. (2014), a catingueira apresenta diversas categorias de usos a
exemplo da sua aplicação como forragem, medicinal, uso veterinário, entre outros. Na medicina
popular são usadas as flores, folhas e cascas para o tratamento das infecções catarrais e diarreias.
A madeira é aproveitada como lenha, para produção de carvão e estacas. Esta espécie pode ser
empregada também na restauração florestal (MAIA, 2012).
A catingueira possui grande distribuição geográfica no Bioma Caatinga, sendo assim,
encontrada em diversas áreas, desde locais úmidos a lugares mais secos. É uma espécie de fácil
adaptação, conseguindo se estabelecer tanto em solos pobres como em solos jovens (MATIAS et
al., 2017). Particularmente tem ocorrência confirmada nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará,
Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe e ainda como possível ocorrência no Rio Grande do Norte
(FLORA BRASIL, 2017). Segundo Galindo (2008), o alto índice populacional desta espécie varia
conforme as características e o estado de conservação que se encontra o ambiente.
OBJETIVO
METODOLOGIA
Área de Estudo
O estudo foi realizado no Cariri paraibano. Esta região abrange uma área de 11.233 km2,
sendo distribuída em duas microrregiões, Cariri Ocidental e Cariri Oriental. É composto por 29
municípios e apresenta uma população de 185.235, sendo 121.531 referentes ao Cariri Ocidental e
63.704 ao Cariri Ocidental (IBGE, 2010). A região do Cariri paraibano é caracterizada com
médias anuais entre 250 a 900 mm, distribuídas desigualmente no tempo e no espaço. As
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temperaturas médias nessa região variam de 25 ºC a 27 ºC, e a média de insolação é 2.800 horas
anualmente. A umidade relativa do ar é de aproximadamente 50% e os índices médios de
evaporação em torno de 2.000 mm/ano (ALVES et al., 2009).
Ao examinarem a paisagem do Cariri, Alves et al. (2009) observaram um mosaico de
diferentes constituições vegetais aliadas pelas mais variadas modificações edafoclimatológicas.
Nesta região, o trabalho foi executado no município de Sumé, o qual está localizado na
microrregião do Cariri Ocidental entre as coordenadas geográficas 07°40’18”S e 36°52’48”W. O
sistema ciliar selecionado no município foi o riacho da Umburana (Figura 1). A sua nascente
está localizada no sítio Boa Esperança, cidade de Monteiro-PB e desemboca no açude Jatobá em
Sumé. O trecho amostrado está definido dentro dos limites da propriedade rural Fazenda Nova e
se configura com um grau significativo de conservação.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Gomes (2013) realizou nesta mesma área um estudo do componente adulto e verificou
que esta população obteve como Frequência Absoluta (FA) o valor de 98% demonstrando que a
mesma se encontra bem distribuída neste ambiente.
Relacionado às classes de altura (Figura 3) dos indivíduos jovens registrados, observou-
se uma maior concentração de indivíduos nas classes de menor valor. Assim, 46,43% dos
indivíduos se concentraram na menor classe (0,05 a 0,50 m).
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Figura 3. Distribuição por classe de altura dos indivíduos de C. pyramidale registrados nas
parcelas implantadas para amostragem do estrato regenerante em área ciliar do riacho da
Umburana no município de Sumé, Cariri paraibano.
Figura 4. Distribuição por classe de diâmetro dos indivíduos de C. pyramidale registrados nas
parcelas implantadas para amostragem do estrato regenerante em área ciliar do riacho da
Umburana no município de Sumé, Cariri paraibano.
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CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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