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Espécies arbóreas para recuperação

ecológica de matas ciliares no cerrado


Natália da Costa Selles Barbosa(1) , Cláudia Gonçalves Vianna Bacchi(2) e
Teodorico Alves Sobrinho(2)
(1)
Graduando do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS, Campus de
(2)
Campo Grande – MS, nataliansbj@hotmail.com; Professora orientadora: Professora Doutora da Faculdade de
Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS,
(3)
claudiaviannabacchi68@gmail.com; Professor Co-orientador: Professora Doutor da Faculdade de Engenharias,
Arquitetura e Urbanismo e Geografia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS,
teodorico.alves@ufms.br.

Resumo ─ Ao longo do tempo, a vegetação nativa vem sendo substituída por pastagens
exóticas, culturas agrícolas e os meios urbanos, ocasionando a fragmentação da composição
florestal dos diferentes biomas. A recuperação Ecológica é um mecanismo de diminuição dos
impactos, devolvendo ao meio a suas funções ambientais através da recomposição da
estrutura florestal. Para que essa intervenção atinja o resultado esperado, de forma rápida e
que diminua o seu custo, é necessário o conhecimento das espécies arbóreas que melhor se
estabelecem em certas regiões. O presente trabalho avaliou dentre vinte e duas espécies
arbóreas plantadas em um projeto de recuperação ecológica em mata ciliar pertencente ao
bioma cerrado, adotando o critério de sucesso em desenvolvimento na área aqueles indivíduos
da mesma espécie arbórea que obtiveram altura igual ou superior à 1m. Assim foi possível
indicar as espécies que melhor se estabeleceram nessa região após um ano e três meses do
término das ações de plantio. São essas espécies: o Urucum (Bixa urucurana), Amendoim
(Pterogyne nitens), Chico Magro (Guazuma ulmifolia), Canafistula (Peltophorum dubium), Ipê-
Roxo (Tabebuia heptaphylla), Ipê-Amarelo (Tabebuia chrysotricha), Aroeira (Myracrodruon
urundeuva), Amargoso (Vatairea macrocarpa), e o Ingá (Inga sp.).

Palavras-chave: Restauração Ecológica no cerrado, Espécies Arbóreas para recomposição


Florestal, Mata Ciliar.

Tree Species for Recovery Ecology of


non-cerrado riparian forests

Abstract ─ Over time, the natural vegetation has been replaced by exotic pasture crops and
urban areas, leading to fragmentation of forest composition of various biomass. Ecological
recovery is a reduction mechanism of the impacts, returning the midst of its environmental
functions through the restoration of forest structure. For this intervention achieve the expected
result, quickly and to decrease its cost, knowledge of tree species that are best set is required in
certain areas. This study evaluated among twenty-two tree species planted in a ecological
restoration project in riparian forest belonging to the cerrado, adopting the criterion of success in
development in those individuals of the same tree species that have obtained high or higher
than 1m. Thus it was possible to indicate the species best settled in the region after a year and
three months of the completion of planting stock. Are these species: the Urucum (Bixa
urucurana), Peanut (Pterogyne nitens), Slim Chico (Guazuma ulmifolia), Canafistula
(Peltophorum dubium), Ipe-Roxo (Tabebuia heptaphylla), Ipe-Yellow (Tabebuia chrysotricha)
Aroeira (Myracrodruon urundeuva ), bitter (Vatairea macrocarpa) and Inga (Inga sp.).

Keywords: Ecological Restoration in the cerrado, Tree Species for Forest restoration, riparian
forest.
2

Introdução da ampliação da cobertura florestal, da


recuperação de remanescentes florestais
Ao longo da história do Brasil, a degradados, pelo controle de distúrbios
cobertura florestal nativa, representante dos antrópicos e pelo restabelecimento da
diferentes biomas, foi fragmentada perdendo trajetória sucessional (BRANCALION et al,.
espaço para culturas agrícolas, pastagens e 2013). Segundo Albuquerque (2012), essa
cidades (MARTINS, 2013). A destruição do metodologia visa recuperar princípios básicos
bioma cerrado teve início na década de 60, das funções do ambiente, como a
quando a construção de estradas facilitou a capacidade de provocar a autorregeneração
chegada de criadores de gado. Em seguida, do ecossistema por meio da ativação dos
nos anos 80, ocorreu a ocupação por processos ecológicos.
plantações. O cerrado possui área de 204,7
milhões de hectares (IBGE, 2004) e A escolha da ação de restauração
concentra sua maior parte na região central mais adequada requer a identificação correta
do Brasil, estendendo-se até o nordeste do e precisa de conceitos relacionados à
país. No Mato Grosso do Sul, na porção dinâmica do ecossistema degradado e ao
ocupada pelo bioma cerrado apenas 32% histórico de uso do solo, não havendo um
dessa área ainda é coberta pela vegetação modelo pré-estabelecido que seja válido para
natural (EMBRAPA, 2008). todos os sítios e situações. (MORAES et al.,
2010). Para que o resultado da ação de
Em busca de alta produtividade nas restauração seja satisfatório, é necessário
zonas rurais, a maximização das áreas que seja feita uma avaliação particular em
produtivas acaba se estendendo até próximo cada ambiente a ser recuperado. Dessa
às margens dos rios, extraindo a vegetação forma implanta-se o método mais apropriado,
nativa das matas ciliares. Assim os corpos aliado à escolha correta das espécies a
d’água se tornam vulneráveis a serem introduzidas no local, tornando a
contaminações e ao assoreamento, paisagem o mais próximo possível da
acelerando o processo de degradação vegetação original (MORATELLI, 2014).
ambiental (REIS et al. 2014). Por conta
dessa realidade, a restauração ou a O objetivo deste trabalho foi de avaliar
recuperação de áreas degradadas tem se dentre as espécies plantadas quais são as
tornado instrumento essencial para mais indicadas para projetos de recuperação
diminuição dos efeitos negativos da ambiental de mata ciliar em regiões com
destruição dos ambientes naturais. São condições de clima e solos semelhantes,
áreas degradadas àquelas submetidas a pertencentes ao bioma cerrado.
impactos que diminuíram ou impediram a sua
capacidade de restabelecer-se naturalmente
por meio de processos sucessionais Material e métodos
(KAGEYAMA et al. 2001). A área que foi estudada é a bacia
hidrográfica do Córrego Guariroba, situado
A restauração ecológica é a iniciativa no município de Campo Grande, Mato
que visa favorecer a persistência da Grosso do Sul, região centro-oeste do
biodiversidade e a permanência de serviços estado, com dimensão de aproximadamente
ecossistêmicos. Essas ações ocorrem por 8.096,051 km² (Figura 1). A bacia do córrego
meio do estabelecimento de elementos Guariroba por sua vez, possui área total de
estruturais na paisagem florestal, 36.190 hectares, localizada na região rural do
aumentando a conectividade dos sistemas,
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município, onde sua ocupação é Esta região apresenta uma


predominantemente por pastagens exóticas. homogeneidade climática, semelhante a
característica do Centro-Oeste brasileiro,
predominando, de acordo com o modelo de
classificação climática de Köppen, o clima do
tipo Aw, sendo este quente e úmido com
chuvas de verão. Esse tipo climático é ainda
definido como clima de Savana, tendo como
característica a ocorrência de 4 a 5 meses
seca e temperatura do mês mais frio superior
a 18º C (PMCG, 2009). Verifica-se que o
Figura 1. Localização da Bacia Hidrográfica do córrego
Guariroba.
período entre outubro e março concentra
Fonte: ALMAGRO A.; ALVES SOBRINHO, T. 2014
parte significativa da precipitação anual. O
Merece destaque ainda como trimestre mais chuvoso é verificado entre
importante elemento hidrográfico o novembro, dezembro e janeiro. Já o período
Reservatório Guariroba. Em operação desde considerado seco é definido entre maio e
1985, a captação de água existente nesse outubro, onde agosto, setembro e outubro
reservatório responde por aproximadamente são o trimestre de menos precipitação
50% do abastecimento público urbano de (Figura 2).
Campo Grande. A vazão atualmente
explorada é de 4.433 m³/h.
Na APA do Guariroba, a composição
das rochas do Grupo Bauru e as
características do relevo condicionam a
formação de solos de textura arenosa do tipo
Neossolos Quartzarênicos, Latossolos
Vermelhos, de texturas média e argilosa,
Figura 2. Precipitação Pluviométrica na cidade de Campo
Latossolo Vermelho-Amarelo textura média, Grande – de Janeiro/2014 até Maio/2015

associados aos relevos colinosos e O local escolhido que recebeu


aplanados que predominam na região. intervenção de recuperação de mata ciliar
Ocorrem ainda, associados às planícies pertence à propriedade da fazenda Guariroba
fluviais e aos depósitos de várzea dos rios, (Nossa Senhora Aparecida). Ela está
tipos pedológicos classificados como localizada nas coordenadas geográficas
Neossolo Quartzarênico hidromórfico ou 20°35’0.24”S e 54°20’56.93”O, situada dentro
glêico, e eventualmente Neossolos Flúvicos da bacia hidrográfica do córrego Guariroba, e
(Solos Aluiais) (PMCG, 2009). da sub-bacia Guariroba (Figura 3).
4

As atividades na fazenda Guariroba


foram realizadas pelo Programa Água Brasil,
e iniciaram-se em Fevereiro de 2014. Foi
realizado primeiramente o combate e
controle da vegetação exótica através da
aplicação de herbicida de baixo impacto
(glifosato), e em seguida do controle por
capina manual para melhor resultado. Após a
capina, foi realizada a abertura das covas
Figura 3. . Localização da propriedade Guariroba dentro da manualmente, adotando-se o sistema
Bacia quincônico com espaçamento de 2m na linha
(entre covas) e 3m entre linhas, tendo às
A área experimental, pertencente à
covas a dimensão de aproximadamente
mata ciliar do córrego saltinho, tributário do
50cmx30cm. O plantio das mudas foi
córrego Guariroba, possuindo dimensão de 1
realizado em covas adubadas com composto
hectare. A APP havia sido desmatada, e seu
orgânico (2 litros), Calcário (200 gramas) e
local estava ocupado por pastagens exóticas,
fertilizante NPK fórmula 6-10-6 (20 gramas).
com pouco ou nenhum elemento
Em cada cova utilizou-se ainda 1 litro de
remanescente. Esses fatores agravam as
hidrogel já dissolvido (polímero
más condições do solo e o assoreamento
hidrorretentor).
dos rios. Constatou-se que a área adjacente
vizinha é área úmida. A área escolhida na
As espécies arbóreas que foram
faixa da APP encontrava-se cercada à seis
plantadas para atividades de restauração
meses antes do início da intervenção na área
foram doadas pelo Viveiro Municipal Flora do
(Figura 4).
Cerrado, de administração da Prefeitura
Municipal de Campo Grande (SEMADUR). O
plantio total em linhas foi iniciado no dia
13/02/2014 e finalizado no dia 20 de fevereiro
de 2014. Ao total foram plantadas 1.670
mudas (Tabela 1).

Figura 4. Área modelo de 1 ha na propriedade Guariroba.


A técnica de recuperação adotada foi o
plantio total em linhas. Esta técnica é mais
indicada para recuperar grandes áreas e tem
como prioridade recobrir rapidamente o solo
desmatado e, assim, competir com a
população de capim. Após esta etapa o
ambiente começa se tornar mais atrativo à
fauna e favorável ao desenvolvimento de
outras espécies vegetais.
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Tabela 1. Quantidade plantada de cada espécie arbórea correspondente a cada etapa sucessional

Nome Popular Espécie Etapa Sucessional Quantidade Plantada

Amargoso Vatairea macrocarpa Secundário 80


Amendoim Pterogyne nitens Pioneira 100
Angico Anadenanthera sp. Pioneira 40
Aroeira Myracrodruon urundeuva Clímax 60
Cajamirim Spondia sp. Secundário 4
Canafistula Peltophorum dubium Pioneira 100
Cedro Cedrela fissilis Pioneira 90
Cerejeira Amburana cearensis Clímax 35
Chico Magro Guazuma ulmifolia Pioneira 185
Embaúba Cecropia pachystachya Pioneira 3
Genipapo Genipa americana Pioneira 80
Guarita Astronium fraxinifolium Secundário 100
Ingá Inga sp. Secundário 100
Ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha Secundário 70
Ipê-amarelo de folha lisa Tabebuia sp. Secundário 80
Ipê-branco Tabebuia cf. roseo-alba Secundário 70
Ipê-roxo Tabebuia heptaphylla Clímax 110
Jacarandá Cuspidifolia Pioneira 140
Osso burro Priogymnanthus hasslerianus Pioneira 70
Saboneteira Sapindus saponaria Pioneira 18
Urucum Bixa urucurana Pioneira 35
Ximbuva Enterolobium cortisiliiquum Pioneira 100

Após o plantio foi realizado o espécies plantadas aquelas que obtiveram


coroamento das mudas com um raio mínimo sucesso em desenvolvimento e adaptação na
de 50 cm e recoberto por palhada. A primeira área. O progresso das espécies foi avaliado
rega foi realizada com 5L de água por planta conforme seu crescimento dentro desse
no dia do plantio. Foi também realizado o período, julgando os indivíduos com sucesso
combate a formigas e cupins periodicamente. em se estabelecer aqueles que obtiveram
Passado 120 dias após o término do plantio dentro deste prazo altura igual ou superior a
foram feitas as manutenções necessárias 1m de altura. Este critério foi adotado devido
para garantir o bom desenvolvimento das ao tamanho apresentado pela Brachiaria sp.,
mudas. Dentre as atividades realizadas estão sendo este o principal fator inibidor de
principalmente o combate a formigas, a crescimento das mudas.
irrigação das mudas, combate da vegetação
exótica através de herbicida de baixo impacto Logo, as espécies arbóreas
e a capina ao redor de todas as mudas encontradas com alturas superiores de 80cm
plantadas. Ao longo deste período foi à 1m, são as que apresentam melhor
realizado 2 repetições de coroamento das possibilidade de se estabelecerem, pois já
mudas plantadas. são capazes de romper a barreira de
crescimento imposta pela Brachiaria sp., e o
Após um ano e três meses do termino indivíduo conseguirá se desenvolver
das ações de plantio, verificou-se dentre as
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naturalmente sem a necessidade de (Myracrodruon urundeuva), o Amargoso


intervenção ou manutenção humana. (Vatairea macrocarpa), o Ingá (Inga sp.), o
Osso Burro (Priogymnanthus hasslerianus), o
Resultados e discussão Cedro (Cedrela fissilis) e a Guarita
(Astronium fraxinifolium). Dentre essas
Dentre as vinte e duas espécies espécies 81% são do tipo sucessional
plantadas, apenas doze foram identificadas pioneiras, 11% clímax e 8 % secundárias.
como sucesso em campo (Tabela 2). São Isto comprova a ideia de Kageyama (1990),
elas, o Urucum (Bixa urucurana), o onde às espécies pioneiras são mais
Amendoim (Pterogyne nitens) (Figura 13), o propícias a se estabelecerem na área, devido
Chico Magro (Guazuma ulmifolia), a o grande fornecimento de luz, pouca
Canafistula (Peltophorum dubium), o Ipê- exigência nutricional e o crescimento rápido,
Roxo (Tabebuia heptaphylla), o Ipê-Amarelo se livrando rapidamente dos fatores de
(Tabebuia chrysotricha), a Aroeira degradação.
Tabela 2. Espécies identificadas na área modelo com sucesso em estabelecimento

Nome Popular Espécie Quantidade identificada

Amargoso Vatairea macrocarpa 3


Amendoim Pterogyne nitens 32
Aroeira Myracrodruon urundeuva 3
Canafistula Peltophorum dubium 18
Cedro Cedrela fissilis 1
Chico Magro Guazuma ulmifolia 46
Guarita Astronium fraxinifolium 1
Ingá Inga sp. 2
Ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha 5
Ipê-roxo Tabebuia heptaphylla 15
Osso burro Priogymnanthus hasslerianus 1
Urucum Bixa urucurana 20

Analisando então os resultados obtidos


da quantidade de indivíduos considerados
como sucesso em relação à porcentagem
plantada, obteve-se o seguinte gráfico
expondo as mais adaptáveis às condições
encontradas em campo.

Figura 5. Gráfico das espécies mais adaptáveis à área


de estudo

De acordo com os resustados obtidos


em campo (Figura 5), é possível observar
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que dentre as espécies plantadas, as nove Campim Vassoura (Andropogon bicornis), o


consideradas mais susceptíveis a se Capim Barba-de-bode (Aristida longiseta), o
estabelecer em regiões e condições Capim agulha (Bachiaria humidicola) e o
semelhantes, são: O Urucum (Bixa Capim Gordura (Melinis minutiflora).
urucurana), Amendoim (Pterogyne nitens), Outro fator que possivelmente
Chico Magro (Guazuma ulmifolia), influenciou no desenvolvimento das mudas é
Canafistula (Peltophorum dubium), Ipê-Roxo a utilização de herbicida de baixo impacto
(Tabebuia heptaphylla), Ipê-Amarelo (glifosato). Segundo Contieri (2004), não é
(Tabebuia chrysotricha), Aroeira recomendável a aplicação do herbicida em
(Myracrodruon urundeuva), Amargoso plantios com essências nativas, pois este
(Vatairea macrocarpa) e o Ingá (Inga sp.). pode prejudicar diretamente no sadio
desenvolvimento das mudas. O autor
Porém deve-se levar em consideração também diz que as técnicas de preparo de
que os fatores físicos e ambientais solo para plantio podem influenciar
encontrados na área de estudo possa ter consideravelmente a sobrevivência e o
influenciado direta ou indiretamente nos crescimento das árvores, assim supõe-se
resultados. Na área escolhida como modelo, que talvez o preparo do solo assim como o
identificou-se a presença do capim Brachiaria plantio das mudas foi feito de forma irregular
decumbens, que está com altura por pessoas não capacitadas ao serviço.
aproximadamente de 50 a 80 cm. De acordo
com Holanda et al (2010), a grande Um dos fatores positivos encontrados
densidade e o agressivo crescimento da na área, além da grande quantidade de
espécie Brachiaria decumbens na área pode espécies nativas regenerantes, observou-se
causar danos para o desenvolvimento das também que na área há presença da fauna
mudas arbóreas. Em Albuquerque (2012), diz dispersora e insetos polinizadores. São
que este monitoramento subsequente da esses animais que transitam pela área,
sobrevivência e do desempenho de auxiliando na dispersão de sementes e
crescimento, garantirá efetiva avaliação das consequentemente aumentando a
espécies mais promissoras para serem variabilidade genética das espécies
utilizadas em programas de restauração presentes. Isso é possível, pela presença de
ecológica. certas espécies arbóreas que oferecem
alimentos a alguns animais e pelo estado
Além da Brachiaria sp., foram atual da área oferecer um ambiente propício
identificados outros tipos de capim que e seguro a sua sobrevivência . Foram
também podem causar a mato-competição observadas a presença de: Papagaio,
sobre as mudas arbóreas. São esses: o
8

Seriema, Maritaca, Macaco, Tucano, Tatu, P. A. F. Restauração Ecológica em Matas

Urubu e Tamanduá. Ripárias: Sobrevivência de espécies


Arbustivas e Arbóreas Nativas do Cerrado.
Embrapa Cerrados - Resumo em anais de
Conclusões
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de Janeiro. Recriando ambientes sustentáveis:
selecionadas para o plantio total em linhas no
anais. Curitiba: SOBRADE, 2012.
projeto de recuperação ambiental da mata
ciliar, as espécies consideradas melhor ALMAGRO, A.; ALVES SOBRINHO, T.;

adaptáveis são o Urucum (Bixa urucurana), Estimativa de perda de solo em bacia


hidrográfica para avaliação da eficiência da
Amendoim (Pterogyne nitens), Chico Magro
implantação de programa de pagamento por
(Guazuma ulmifolia), Canafistula
serviços ambientais. Anais do XV Encontro de
(Peltophorum dubium), Ipê-Roxo (Tabebuia
Iniciação Científica da UFMS, Campo Grande,
heptaphylla), Ipê-Amarelo (Tabebuia
MS. 2014.
chrysotricha), Aroeira (Myracrodruon
urundeuva), Amargoso (Vatairea BRANCALION, P. H. S.; MELO, F. P. L.;

macrocarpa) e o Ingá (Inga sp.). Deve-se TABARELLI, M.; RODRIGUES, R. R.


Biodiversity persistence in highly
priorizar a seleção de espécies nativas que
humanmodified tropical landscapes depends
sejam pioneiras a serem plantadas, de forma
on ecological restoration. Tropical Conservation
que seu tamanho seja igual ou maior a 80cm.
Science Vol.6. PP.705-710, 2013.

2. Através deste estudo também é CONTIERI, W. A.; VILAS BÔAS, O.; KAWABATA,

possível afirmar que a manutenção da área M. Comparação entre Técnicas de Preparo de

por no mínimo um ano após o plantio é Solo para o Plantio de Espécies Arbóreas
Nativas em Área de Cerrado. Floresta Estadual
essencial para o melhor estabelecimento das
de Assis, Caixa Postal 104, CEP 19.800-000,
mudas. Dentre essas técnicas de
Assis, SP, Brasil, 2004.
manutenção são as principais a capina
manual da área para a eliminação de DURIGAN, G.; MELO, A. C. G.; MAX, J. C. M.;
espécies competidoras como o capim BOAS, O. V.; CONTIERI, W. A.; RAMOS, V. S.

Brachiaria decumbens, a manutenção a Manual para recuperação de vegetação do

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EMBRAPA. Boletim de Pesquisa e


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9

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