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Prefeitura Municipal de Bauru -SP

Auxiliar em Saúde – Auxiliar de Regulação em


Serviços de Saúde

Conhecimentos Específicos
Conhecimentos Específicos
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2048 de 05 de novembro de 2002.
Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência - Brasília, 2002.
Anexo: Regulamento Técnico/ Introdução; Capítulo I - Plano Estadual de atendimento às
urgências e emergências; Capítulo IV – Atendimento pré-hospitalar móvel: itens 1 e 2;
Capítulo VI. ..................................................................................................................................1
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1010 de 21 de maio de 2012. Redefine as
diretrizes para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e
sua Central de Regulação das Urgências, componente da Rede de Atenção às Urgências.
Artigos 1º ao 10. .......................................................................................................................17
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação GM/MS nº 2, de 03 de outubro
de 2017. Consolidação da Normas sobre as Políticas Nacionais de Saúde do Sistema
Único de Saúde -Brasília 2017. Anexo XXVI - Política Nacional de Regulação do Sistema
Único deSaúde – SUS, Art. 1º a 11; Anexo 1 do anexo XXVI – Central Nacional de
Regulação de Alta Complexidade, Art. 1º ao 3º. .......................................................................21
Politicas.html 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamentode Atenção Especializada. Regulação médica das urgências – Brasília:
Editora do Ministério da Saúde, 2006. 126 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
Da página 45 – 92 (exceção: Transferências e transporte inter-hospitalar). ............................27
BRASIL. Ministério da Saúde. Regulação no Sistema Único de Saúde – Brasília.
Itens 1 a 4, 6 e 9. .......................................................................................................................53
BRASIL. Ministério da Saúde. UNASUS. Introdução à Regulação no SUS. ............................57

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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2048 de 05 de novembro de 2002. Re-
gulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência - Brasília, 2002.
Anexo: Regulamento Técnico/ Introdução; Capítulo I - Plano Estadual de atendimento
às urgências e emergências; Capítulo IV – Atendimento pré-hospitalar móvel: itens 1 e
2; Capítulo Vi

PORTARIA Nº 2048, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2002


O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições legais,
Considerando que a área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assis-
tência à saúde;
Considerando o crescimento da demanda por serviços nesta área nos últimos anos, devido ao aumento do
número de acidentes e da violência urbana e a insuficiente estruturação da rede assistencial, que têm contri-
buído decisivamente para a sobrecarga dos serviços de Urgência e Emergência disponibilizados para o aten-
dimento da população;
Considerando as ações já desenvolvidas pelo Ministério da Saúde que, em parceria com as Secretarias
de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, tem realizado grandes esforços no sentido de
implantar um processo de aperfeiçoamento do atendimento às urgências e emergências no País, tanto pela
criação de mecanismos para a implantação de Sistemas Estaduais de Referência Hospitalar em Atendimento
às Urgências e Emergências como pela realização de investimentos relativos ao custeio e adequação física e
de equipamentos dos serviços integrantes destas redes, na área de assistência pré-hospitalar, nas Centrais de
Regulação, na capacitação de recursos humanos, na edição de normas específicas para a área e na efetiva
organização e estruturação das redes assistenciais na área de urgência e emergência;
Considerando a necessidade de aprofundar o processo de consolidação dos Sistemas Estaduais de Urgên-
cia e Emergência, aperfeiçoar as normas já existentes e ampliar o seu escopo e ainda a necessidade de melhor
definir uma ampla política nacional para esta área, com a organização de sistemas regionalizados, com referên-
cias previamente pactuadas e efetivadas sob regulação médica, com hierarquia resolutiva e responsabilização
sanitária, universalidade de acesso, integralidade na atenção e eqüidade na alocação de recursos e ações do
Sistema de acordo com as diretrizes gerais do Sistema Único de Saúde e a Norma Operacional da Assistência
à Saúde - NOAS-SUS 01/2002;
Considerando a grande extensão territorial do País, que impõe distâncias significativas entre municípios de
pequeno e médio porte e seus respectivos municípios de referência para a atenção hospitalar especializada e
de alta complexidade, necessitando, portanto, de serviços intermediários em complexidade, capazes de garan-
tir uma cadeia de reanimação e estabilização para os pacientes graves e uma cadeia de cuidados imediatos e
resolutivos para os pacientes agudos não-graves;
Considerando a necessidade de ordenar o atendimento às Urgências e Emergências, garantindo acolhimen-
to, primeira atenção qualificada e resolutiva para as pequenas e médias urgências, estabilização e referência
adequada dos pacientes graves dentro do Sistema Único de Saúde, por meio do acionamento e intervenção
das Centrais de Regulação Médica de Urgências;
Considerando a expansão de serviços públicos e privados de atendimento préhospitalar móvel e de trans-
porte inter-hospitalar e a necessidade de integrar estes serviços à lógica dos sistemas de urgência, com re-
gulação médica e presença de equipe de saúde qualificada para as especificidades deste atendimento e a
obrigatoriedade da presença do médico nos casos que necessitem suporte avançado à vida, e
Considerando a necessidade de estimular a criação de estruturas capazes de problematizar a realidade dos
serviços e estabelecer o nexo entre trabalho e educação, de forma a resgatar o processo de capacitação e edu-
cação continuada para o desenvolvimento dos serviços e geração de impacto em saúde dentro de cada nível
de atenção e ainda de propor currículos mínimos de capacitação e habilitação para o atendimento às urgências,
em face dos inúmeros conteúdos programáticos e cargas horárias existentes no país e que não garantem a
qualidade do aprendizado, resolve:

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Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Ur-
gência e Emergência.
§ 1º O Regulamento ora aprovado estabelece os princípios e diretrizes dos Sistemas Estaduais de Urgência
e Emergência, as normas e critérios de funcionamento, classificação e cadastramento de serviços e envolve
temas como a elaboração dos Planos Estaduais de Atendimento às Urgências e Emergências, Regulação Mé-
dica das Urgências e Emergências, atendimento pré-hospitalar, atendimento pré-hospitalar móvel, atendimento
hospitalar, transporte inter-hospitalar e ainda a criação de Núcleos de Educação em Urgências e proposição de
grades curriculares para capacitação de recursos humanos da área;
§ 2º Este Regulamento é de caráter nacional devendo ser utilizado pelas Secretarias de Saúde dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios na implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, na
avaliação, habilitação e cadastramento de serviços em todas as modalidades assistenciais, sendo extensivo
ao setor privado que atue na área de urgência e emergência, com ou sem vínculo com a prestação de serviços
aos usuários do Sistema Único de Saúde.
Art. 2º Determinar às Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios em Gestão
Plena do Sistema Municipal de Saúde, de acordo com as respectivas condições de gestão e a divisão de res-
ponsabilidades definida na Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS-SUUS 01/2002, a adoção das
providências necessárias à implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, à organização das
redes assistenciais deles integrantes e à organização/habilitação e cadastramento dos serviços, em todas as
modalidades assistenciais, que integrarão estas redes, tudo em conformidade com o estabelecido no Regula-
mento Técnico aprovado por esta Portaria, bem como a designação, em cada estado, do respectivo Coordena-
dor do Sistema Estadual de Urgência e Emergência.
§ 1º As Secretarias de Saúde dos estados e do Distrito Federal devem estabelecer um planejamento de dis-
tribuição regional dos Serviços, em todas as modalidades assistenciais, de maneira a constituir o Plano Estadu-
al de Atendimento às Urgências e Emergências conforme estabelecido no Capítulo I do Regulamento Técnico
desta Portaria e adotar as providências necessárias à organização/habilitação e cadastramento dos serviços
que integrarão o Sistema Estadual de Urgência e Emergência;
§ 2º A abertura de qualquer Serviço de Atendimento às Urgências e Emergências deverá ser precedida de
consulta ao Gestor do SUS, de nível local ou estadual, sobre as normas vigentes, a necessidade de sua criação
e a possibilidade de cadastramento do
mesmo, sem a qual o SUS não se obriga ao cadastramento.
§ 3º Uma vez concluída a fase de Planejamento/Distribuição de Serviços conforme estabelecido no § 1º,
confirmada a necessidade do cadastramento e conduzido o processo de seleção de prestadores de serviço
pelo Gestor do SUS, o processo de cadastramento deverá ser formalizado pela Secretaria de Saúde do esta-
do, do Distrito Federal ou do município em Gestão Plena do Sistema Municipal, de acordo com as respectivas
condições de gestão e a divisão de responsabilidades estabelecida na Norma Operacional de Assistência à
Saúde – NOAS-SUS 01/2002.
§ 4º O Processo de Cadastramento deverá ser instruído com:
a - Documentação comprobatória do cumprimento das exigências estabelecidas no Regulamento Técnico
aprovado por esta Portaria.
b - Relatório de Vistoria – a vistoria deverá ser realizada “in loco” pela Secretaria de Saúde responsável pela
formalização do Processo de Cadastramento que avaliará as condições de funcionamento do Serviço para fins
de cadastramento: área física, recursos humanos, responsabilidade técnica e demais exigências estabelecidas
nesta Portaria;
c - Parecer Conclusivo do Gestor – manifestação expressa, firmada pelo Secretário da Saúde, em relação ao
cadastramento. No caso de Processo formalizado por Secretaria Municipal de Saúde de município em Gestão
Plena do Sistema Municipal de Saúde, deverá constar, além do parecer do gestor local, o parecer do gestor
estadual do SUS, que será responsável pela integração do Centro à rede estadual e a definição dos fluxos de
referência e contra-referência dos pacientes.

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§ 5º Uma vez emitido o parecer a respeito do cadastramento pelo(s) Gestor(es) do SUS e se o mesmo for
favorável, o Processo deverá ser encaminhado da seguinte forma:
a - Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar, Pré-Hospitalar Móvel, e Hospitalar de Unidades Gerais de Tipo
I ou II – o cadastramento deve ser efetivado pelo próprio gestor do SUS;
b - Unidades de Referência Hospitalar em Atendimento às Urgências e Emergências de Tipo I, II ou III – re-
meter o processo para análise ao Ministério da Saúde/SAS, que o avaliará e, uma vez aprovado o cadastra-
mento, a Secretaria de Assistência à Saúde tomará as providências necessárias à sua publicação.
Art. 3º Alterar o Artigo 2º da Portaria GM/MS nº 479, de 15 de abril de 1999, que estabelece os critérios para
a classificação e inclusão dos hospitais nos Sistemas Estaduais de Referência Hospitalar em Atendimento de
Urgências e Emergência, que passa a ter a redação dada pelo contido no Capítulo V do Regulamento Técnico
constante do Anexo desta Portaria no que diz respeito às Unidades Hospitalares de Referência em Atendimento
às Urgências e Emergências de Tipo I, II e III.
§ 1º Ficam mantidos todos os demais Artigos e parágrafos da Portaria GM/MS nº 479, de 15 de abril de 1999;
§ 2º Ficam convalidados todos os atos que tenham sido praticados até a presente data relacionados com
a classificação, cadastramento e inclusão de hospitais nos Sistemas Estaduais de Referência Hospitalar em
Atendimento de Urgências e Emergências, com base no estabelecido na Portaria GM/MS nº 479, de 15 de abril
de 1999;
§ 3º A partir da publicação da presente Portaria, a classificação, cadastramento e inclusão de novas Unida-
des Hospitalares de Referência em Atendimento às Urgências e Emergências de Tipo I, II ou III deverá se dar
em cumprimento ao estabelecido no Capítulo V do Regulamento Técnico ora aprovado e no Artigo 2º desta
Portaria.
Art. 4° Determinar à Secretaria de Assistência à Saúde, dentro de seus respectivos limites de competência,
a adoção das providências necessárias à plena aplicação das recomendações contidas no texto ora aprovado.
Art. 5º Estabelecer o prazo de 2 (dois) anos para a adaptação dos serviços de atendimento às urgências e
emergências já existentes e em funcionamento, em todas as modalidades assistenciais, às normas e critérios
estabelecidos pelo Regulamento Técnico aprovado por esta Portaria.
§ 1º As Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios em Gestão Plena do Sistema
Municipal, devem, dentro do prazo estabelecido, adotar as providências necessárias para dar pleno cumpri-
mento ao disposto nesta Portaria e classificar, habilitar e cadastrar os serviços de atendimento às urgências e
emergências já existentes e em funcionamento;
§ 2º Para a classificação, habilitação e cadastramento de novos serviços de atendimento às urgências e
emergências, em qualquer modalidade assistencial, esta Portaria tem efeitos a contar de sua publicação.
Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando a Portaria GM/MS nº 814, de 01
de junho de 2001.
SISTEMAS ESTADUAIS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
REGULAMENTO TÉCNICO
INTRODUÇÃO
A área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A
crescente demanda por serviços nesta área nos últimos anos, devida ao crescimento do número de acidentes
e da violência urbana e à insuficiente estruturação da rede são fatores que têm contribuído decisivamente para
a sobrecarga de serviços de Urgência e Emergência disponibilizados para o atendimento da população. Isso
tem transformado esta área numa das mais problemáticas do Sistema de Saúde.
O aumento dos casos de acidentes e violência tem forte impacto sobre o SUS e o conjunto da sociedade.
Na assistência, este impacto pode ser medido diretamente pelo aumento dos gastos realizados com internação
hospitalar, assistência em UTI e a alta taxa de permanência hospitalar deste perfil de pacientes. Na questão so-
cial, pode ser verificado pelo aumento de 30% no índice APVP (Anos Potenciais de Vida Perdidos) em relação
a acidentes e violências nos últimos anos, enquanto que por causas naturais este dado encontra-se em queda.
A assistência às urgências se dá, ainda hoje, predominantemente nos “serviços” que funcionam exclusiva-

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mente para este fim – os tradicionais pronto-socorros – estando estes adequadamente estruturados e equipa-
dos ou não. Abertos nas 24 horas do dia, estes serviços acabam por funcionar como “porta-de-entrada” do sis-
tema de saúde, acolhendo pacientes de urgência propriamente dita, pacientes com quadros percebidos como
urgências, pacientes desgarrados da atenção primária e especializada e as urgências sociais. Tais demandas
misturam-se nas unidades de urgência superlotando-as e comprometendo a qualidade da assistência prestada
à população. Esta realidade assistencial é, ainda, agravada por problemas organizacionais destes serviços
como, por exemplo, a falta de triagem de risco, o que determina o atendimento por ordem de chegada sem
qualquer avaliação prévia do caso, acarretando, muitas vezes, graves prejuízos aos pacientes. Habitualmente,
as urgências “sangrantes” e ruidosas são priorizadas, mas, infelizmente, é comum que pacientes com quadros
mais graves permaneçam horas aguardando pelo atendimento de urgência, mesmo já estando dentro de um
serviço de urgência. Como exemplo desta situação pode-se citar o caso de um idoso com doença pulmonar
obstrutiva crônica em episódio de agudização cursando com insuficiência http://dtr2001.saude.gov.br/sas/POR-
TARIAS/Port2002/Gm/GM-2048.htm (5 of 147)27/08/2010 09:27:21 Nova pagina 1 respiratória ou, ainda, uma
importante arritmia cardíaca cursando com hipoxemia.
Outra situação preocupante para o sistema de saúde é a verificada “proliferação” de unidades de “pronto
atendimento” que oferecem atendimento médico nas 24 horas do dia, porém sem apoio para elucidação diag-
nóstica, sem equipamentos e materiais para adequada atenção às urgências e, ainda, sem qualquer articulação
com o restante da rede assistencial. Embora cumprindo papel no escoamento das demandas reprimidas não
satisfeitas na atenção primária, estes serviços oferecem atendimentos de baixa qualidade e pequena resolubi-
lidade, que implicam em repetidos retornos e enorme produção de “consultas de urgência”.
O Ministério da Saúde, ciente dos problemas existentes e, em parceria com as Secretarias de Saúde dos
estados e municípios, tem contribuído decididamente para a reversão deste quadro amplamente desfavorável
à assistência da população. Diversas medidas já foram adotadas, das quais podemos destacar aquelas reu-
nidas no Programa de Apoio à Implantação de Sistemas Estaduais de Referência Hospitalar em Atendimento
de Urgência e Emergência. Além de realizar investimentos relativos ao custeio e adequação física e de equi-
pamentos dos serviços integrantes destas redes, na área de assistência pré-hospitalar, nas Centrais de Regu-
lação e de promover a capacitação de recursos humanos, grandes esforços têm sido empreendidos na efetiva
organização e estruturação das redes assistenciais na área de urgência e emergência.
Com o objetivo de aprofundar este processo de consolidação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emer-
gência, aperfeiçoando as normas já existentes e ampliando o seu escopo, é que está sendo publicado o pre-
sente Regulamento Técnico. A implantação de redes regionalizadas e hierarquizadas de atendimento, além de
permitir uma melhor organização da assistência, articular os serviços, definir fluxos e referências resolutivas
é elemento indispensável para que se promova a universalidade do acesso, a eqüidade na alocação de re-
cursos e a integralidade na atenção prestada. Assim, torna-se imperativo estruturar os Sistemas Estaduais de
Urgência e Emergência de forma a envolver toda a rede assistencial, desde a rede pré-hospitalar, (unidades
básicas de saúde, programa de saúde da família (PSF), ambulatórios especializados, serviços de diagnóstico
e terapias, unidades não hospitalares), serviços de atendimento pré-hospitalar móvel (SAMU, Resgate, am-
bulâncias do setor privado, etc.), até a rede hospitalar de alta complexidade, capacitando e responsabilizando
cada um destes componentes da rede assistencial pela atenção a uma determinada parcela da demanda de
urgência, respeitados os limites de sua complexidade e capacidade de resolução. Estes diferentes níveis de
atenção devem relacionar-se de forma complementar por meio de mecanismos organizados e regulados de
referência e contra referência, sendo de fundamental importância que cada serviço se reconheça como parte
integrante deste Sistema, acolhendo e atendendo adequadamente a parcela da demanda que lhe acorre e se
responsabilizando pelo encaminhamento desta clientela quando a unidade não tiver os recursos necessários a
tal atendimento.
CAPÍTULO I
PLANO ESTADUAL DE ATENDIMENTO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
O Sistema Estadual de Urgência e Emergência deve se estruturar a partir da leitura ordenada das necessi-
dades sociais em saúde e sob o imperativo das necessidades humanas nas urgências. O diagnóstico destas
necessidades deve ser feito a partir da observação e da avaliação dos territórios sociais com seus diferentes
grupos humanos, da utilização de dados de morbidade e mortalidade disponíveis e da observação das doenças
emergentes. Deve-se também compor um quadro detalhado dos recursos existentes, levando-se em conside-
ração sua quantidade, localização, acesso, complexidade, capacidade operacional e técnica. Do confronto das

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necessidades diagnosticadas com as ofertas existentes, poderemos visualizar as deficiências do sistema e pro-
jetar suas correções, num processo de planejamento ascendente e dinâmico, sustentado por políticas públicas
orientadas pela eqüidade e permeadas pela idéia da promoção intersetorial da saúde, como forma de manter
e aumentar a autonomia dos indivíduos, através das ações de prevenção das doenças, educação, proteção e
recuperação da saúde e reabilitação dos indivíduos já acometidos por agravos que afetaram, em alguma medi-
da, sua autonomia. É imprescindível que estes diagnósticos sejam amplamente discutidos com todos os atores
sociais envolvidos na promoção, prevenção, atenção e recuperação aos agravos à saúde, como conselhos de
saúde, gestores de saúde, trabalhadores da saúde, prestadores de serviços, usuários, conselhos de classe,
educação, promoção social, segurança social, transportes e outros.
O Sistema Estadual de Urgência e Emergência deve ser implementado dentro de uma estratégia de “Pro-
moção da Qualidade de Vida” como forma de enfrentamento das causas das urgências. Deve valorizar a pre-
venção dos agravos e a proteção da vida, gerando uma mudança de perspectiva assistencial – de uma visão
centrada nas conseqüências dos agravos que geram as urgências, para uma visão integral e integrada , com
uma abordagem totalizante e que busque gerar autonomia para indivíduos e coletividades. Assim, deve ser
englobada na estratégia promocional a proteção da vida, a educação para a saúde e a prevenção de agravos e
doenças, além de se dar novo significado à assistência e à reabilitação. As urgências por causas externas são
as mais sensíveis a este enfoque, mas não exclusivamente. As urgências clínicas de todas as ordens também
se beneficiam da estratégia promocional.
Feita a leitura qualificada da estrutura e deficiências do setor, deve ser elaborado um Plano Estadual de Aten-
dimento às Urgências e Emergências que deve estar contido no Plano Diretor de Regionalização (PDR), com
programação de ações corretivas com respectivo cronograma de execução e planilha de custos, destinados à
correção das deficiências encontradas na estruturação das grades assistenciais regionalizadas e hierarquiza-
das, que serão discutidas, avaliadas e priorizadas a fim de comporem o Plano Diretor de Investimentos (PDI).
A elaboração dos referidos planos deve estar baseada na proposta de estruturação das redes regionalizadas
de atenção da NOAS 01/2002, segundo as seguintes atribuições / complexidade / distribuição:
1 - Municípios que realizam apenas a atenção básica (PAB): devem se responsabilizar pelo acolhimento dos
pacientes com quadros agudos de menor complexidade, principalmente aqueles já vinculados ao serviço. Suas
atribuições e estruturação estão especificadas no Capítulo III – item 1 do presente Regulamento.
2 - Municípios Satélite, que realizam a atenção básica ampliada (PABA): devem desempenhar a mesma fun-
ção dos municípios PAB, além de contar com área física específica para observação de pacientes, até 8 horas.
3 - Municípios Sede de Módulo Assistencial, que realizam a atenção básica ampliada (PABA) e os procedi-
mentos hospitalares e diagnósticos mínimos da média complexidade (M1): devem contar, além das estruturas
já mencionadas acima, com Unidades Não Hospitalares de Atendimento às Urgências, conforme especifica-
ções do Capítulo III – item 2 e/ou Unidades Hospitalares Gerais de Tipo I, conforme especificações do Capítulo
V – item I-A-a. Neste nível assistencial, devem ser constituídos os Serviços de Atendimento Pré-hospitalar
Móvel, de caráter municipal ou modular, e/ou Serviço de Transporte Inter-hospitalar, para garantir o acesso aos
serviços de maior complexidade dos pólos microrregionais, macrorregionais e estaduais.
4 - Municípios Pólo Microrregional, que realizam procedimentos médios da média complexidade (M2): de-
vem contar, além das estruturas já mencionadas acima, com Unidades Hospitalares Gerais de Tipo II, confor-
me especificações do Capítulo V – item I-A-b. Neste nível assistencial, devem ser estruturados Serviços de
Atendimento Pré-hospitalar Móvel municipais ou microrregionais, dependendo das densidades populacionais e
distâncias observadas.
5 - Municípios Pólo Regional, que realizam os demais procedimentos mais complexos da média complexida-
de (M3): devem contar, além das estruturas já mencionadas acima, com Unidades Hospitalares de Referência
Tipo I e II, conforme especificações do Capítulo V – item I-B-a e I-B-b. Neste nível devem ser estruturadas as
Centrais Reguladoras Regionais de Urgências, que vão ordenar os fluxos entre as micro e macro regiões, de-
vendo o transporte inter-hospitalar ser garantido pelo Serviço de Atendimento Pré-hospitalar móvel da micro/
macro região solicitante.
6 - Municípios Pólo Estadual, que realizam procedimentos de Alta Complexidade: devem contar, além das
estruturas já mencionadas acima, com Unidades Hospitalares de Referência Tipo III, conforme as especifica-
ções do Capítulo V – item I-B-c. Devem também ter estruturadas as Centrais Estaduais de Regulação, que vão

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ordenar os fluxos estaduais ou inter-estaduais da alta complexidade.
7 - Salas de Estabilização: após a estruturação da rede assistencial acima mencionada, devem ser cuida-
dosamente observados os claros assistenciais ainda existentes, devidos a grandes distâncias, como ao longo
das estradas e em regiões muito carentes, e nestas localidades devem ser estruturadas salas ou bases de
estabilização, que devem ser estruturadas com, no mínimo, o mesmo material e medicamentos especificados
para a atenção primária à saúde e que devem contar com retaguarda ininterrupta de profissional treinado para
o atendimento e estabilização dos quadros de urgências mais freqüentes.
CAPÍTULO IV
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL
Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procura chegar pre-
cocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclu-
sive as psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequëlas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto,
prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e inte-
grado ao Sistema Único de Saúde. Podemos chamá-lo de atendimento pré- hospitalar móvel primário quando
o pedido de socorro for oriundo de um cidadão ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário quando a
solicitação partir de um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento necessá-
rio à estabilização do quadro de urgência apresentado, mas necessite ser conduzido a outro serviço de maior
complexidade para a continuidade do tratamento.
O Serviço de atendimento pré-hospitalar móvel deve ser entendido como uma atribuição da área da saúde,
sendo vinculado a uma Central de Regulação, com equipe e frota de veículos compatíveis com as necessida-
des de saúde da população de um município ou uma região, podendo, portanto, extrapolar os limites munici-
pais. Esta região de cobertura deve ser previamente definida, considerando-se aspectos demográficos, popu-
lacionais, territoriais, indicadores de saúde, oferta de serviços e fluxos habitualmente utilizados pela clientela.
O serviço deve contar com a retaguarda da rede de serviços de saúde, devidamente regulada, disponibilizada
conforme critérios de hierarquização e regionalização formalmente pactuados entre os gestores do sistema
loco-regional.
Para u-m adequado atendimento pré-hospitalar móvel o mesmo deve estar vinculado a uma Central de
Regulação de Urgências e Emergências. A central deve ser de fácil acesso ao público, por via telefônica, em
sistema gratuito (192 como número nacional de urgências médicas ou outro número exclusivo da saúde, se o
192 não for tecnicamente possível), onde o médico regulador, após julgar cada caso, define a resposta mais
adequada, seja um conselho médico, o envio de uma equipe de atendimento ao local da ocorrência ou ainda o
acionamento de múltiplos meios. O número de acesso da saúde para socorros de urgência deve ser amplamen-
te divulgado junto à comunidade. Todos os pedidos de socorro médico que derem entrada por meio de outras
centrais, como a da polícia militar (190), do corpo de bombeiros (193) e quaisquer outras existentes, devem ser,
imediatamente retransmitidos à Central de Regulação por intermédio do sistema de comunicação, para que
possam ser adequadamente regulados e atendidos.
O atendimento no local é monitorado via rádio pelo médico regulador que orienta a equipe de intervenção
quanto aos procedimentos necessários à condução do caso. Deve existir uma rede de comunicação entre a
Central, as ambulâncias e todos os serviços que recebem os pacientes.
Os serviços de segurança e salvamento, sempre que houver demanda de atendimento de eventos com víti-
mas ou doentes, devem orientar-se pela decisão do médico regulador de urgências. Podem ser estabelecidos
protocolos de despacho imediato de seus recursos de atenção às urgências em situações excepcionais, mas,
em nenhum caso, estes despachos podem ser feitos sem comunicação simultânea com o regulador e transfe-
rência do chamado de socorro para exercício da regulação médica.
1 - Equipe Profissional
Os serviços de atendimento pré-hospitalar móvel devem contar com equipe de profissionais oriundos da
área da saúde e não oriundos da área da saúde. Considerandose que as urgências não se constituem em es-
pecialidade médica ou de enfermagem e que nos cursos de graduação a atenção dada à área ainda é bastante
insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar nos Serviços de Atendimento Pré- hospita-
lar Móvel (oriundos e não oriundos da área de saúde) devam ser habilitados pelos Núcleos de Educação em
Urgências, cuja criação é indicada pelo presente Regulamento e cumpram o conteúdo curricular mínimo nele

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proposto - Capítulo VII.
1.1 – Equipe de Profissionais Oriundos da Saúde
A equipe de profissionais oriundos da área da saúde deve ser composta por: - Coordenador do Serviço: pro-
fissional oriundo da área da saúde, com experiência e conhecimento comprovados na atividade de atendimento
pré-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços e sistemas;
- Responsável Técnico: Médico responsável pelas atividades médicas do serviço;
- Responsável de Enfermagem:
Enfermeiro responsável pelas atividades de enfermagem ;
- Médicos Reguladores: médicos que, com base nas informações colhidas dos usuários, quando estes acio-
nam a central de regulação, são os responsáveis pelo gerenciamento, definição e operacionalização dos meios
disponíveis e necessários para responder a tais solicitações, utilizando-se de protocolos técnicos e da faculda-
de de arbitrar sobre os equipamentos de saúde do sistema necessários ao adequado atendimento do paciente;
- Médicos Intervencionistas: médicos responsáveis pelo atendimento necessário para a reanimação e esta-
bilização do paciente, no local do evento e durante o transporte;
- Enfermeiros Assistenciais: enfermeiros responsáveis pelo atendimento de enfermagem necessário para a
reanimação e estabilização do paciente, no local do evento e durante o transporte;
- Auxiliares e Técnicos de Enfermagem: atuação sob supervisão imediata do profissional enfermeiro;
OBS: As responsabilidades técnicas poderão ser assumidas por profissionais da equipe de intervenção,
sempre que a demanda ou o porte do serviço assim o permitirem.
Além desta equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências relacionadas às causas externas
ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação pactuada, complementar e integrada de
outros profissionais não oriundos da saúde – bombeiros militares, policiais militares e rodoviários e outros,
formalmente reconhecidos pelo gestor público para o desempenho das ações de segurança, socorro público e
salvamento, tais como: sinalização do local, estabilização de veículos acidentados, reconhecimento e geren-
ciamento de riscos potenciais (incêndio, materiais energizados, produtos perigosos) obtenção de acesso ao
paciente e suporte básico de vida.
1.1.1 - Perfil dos Profissionais Oriundos da Área da Saúde e respectivas Competências/Atribuições:
1.1.1.1 - Médico: Profissional de nível superior titular de Diploma de Médico, devidamente registrado no
Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição, habilitado ao exercício da medicina pré-hospitalar, atuando
nas áreas de regulação médica, suporte avançado de vida, em todos os cenários de atuação do pré-hospitalar
e nas ambulâncias, assim como na gerência do sistema, habilitado conforme os termos deste Regulamento.
Requisitos Gerais: equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; capacida-
de física e mental para a atividade; iniciativa e facilidade de comunicação; destreza manual e física para traba-
lhar em unidades móveis; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: exercer a regulação médica do sistema; conhecer a rede de serviços da região;
manter uma visão global e permanentemente atualizada dos meios disponíveis para o atendimento pré-hospi-
talar e das portas de urgência, checando periodicamente sua capacidade operacional; recepção dos chamados
de auxílio, análise da demanda, classificação em prioridades de atendimento, seleção de meios para atendi-
mento (melhor resposta), acompanhamento do atendimento local, determinação do local de destino do pacien-
te, orientação telefônica; manter contato diário com os serviços médicos de emergência integrados ao sistema;
prestar assistência direta aos pacientes nas ambulâncias, quando indicado, realizando os atos médicos possí-
veis e necessários ao nível pré-hospitalar; exercer o controle operacional da equipe assistencial; fazer controle
de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à sua profissão; avaliar o desempenho da equipe e subsidiar
os responsáveis pelo programa de educação continuada do serviço; obedecer às normas técnicas vigentes no
serviço; preencher os documentos inerentes à atividade do médico regulador e de assistência pré-hospitalar;
garantir a continuidade da atenção médica ao paciente grave, até a sua recepção por outro médico nos serviços
de urgência; obedecer ao código de ética médica.

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1.1.1.2 - Enfermeiro: Profissional de nível superior titular do diploma de Enfermeiro, devidamente registrado
no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição, habilitado para ações de enfermagem no Atendimento
Pré-Hospitalar Móvel, conforme os termos deste Regulamento, devendo além das ações assistenciais, prestar
serviços administrativos e operacionais em sistemas de atendimento pré-hospitalar.
Requisitos Gerais: disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; capacidade
física e mental para a atividade; disposição para cumprir ações orientadas; experiência profissional prévia em
serviço de saúde voltado ao atendimento de urgências e emergências; iniciativa e facilidade de comunicação;
condicionamento físico para trabalhar em unidades móveis; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade
para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a recertificação periódica.
Competências/Atribuições: supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no Atendimento Pré-
-Hospitalar Móvel; executar prescrições médicas por telemedicina; prestar cuidados de enfermagem de maior
complexidade técnica a pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos científicos adequados
e capacidade de tomar decisões imediatas; prestar a assistência de enfermagem à gestante, a parturiente e ao
recém nato; realizar partos sem distócia; participar nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal
de saúde em urgências, particularmente nos programas de educação continuada; fazer controle de qualidade
do serviço nos aspectos inerentes à sua profissão; subsidiar os responsáveis pelo desenvolvimento de recursos
humanos para as necessidades de educação continuada da equipe; obedecer a Lei do Exercício Profissional e
o Código de Ética de Enfermagem; conhecer equipamentos e realizar manobras de extração manual de vítimas.
1.1.1.3 - Técnico de Enfermagem: Profissional com Ensino Médio completo e curso regular de Técnico de
Enfermagem, titular do certificado ou diploma de Técnico de Enfermagem, devidamente registrado no Conselho
Regional de Enfermagem de sua jurisdição. Exerce atividades auxiliares, de nível técnico, sendo habilitado para
o atendimento Pré-Hospitalar Móvel, integrando sua equipe, conforme os termos deste Regulamento. Além da
intervenção conservadora no atendimento do paciente, é habilitado a realizar procedimentos a ele delegados,
sob supervisão do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação profissional.
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade; capacidade física e mental
para a atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; disponibilidade
para re-certificação periódica; experiência profissional prévia em serviço de saúde voltado ao atendimento de
urgências e emergências; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: assistir ao enfermeiro no planejamento, programação, orientação e supervisão
das atividades de assistência de enfermagem; prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado
grave, sob supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro; participar de programas de treinamento e
aprimoramento profissional especialmente em urgências/emergências; realizar manobras de extração manual
de vítimas.
1.1.1.4 - Auxiliar de Enfermagem: Profissional com Ensino Médio completo e curso regular de Auxiliar de
enfermagem e curso de especialização de nível médio em urgências, titular do certificado de Auxiliar de En-
fermagem com especialização em urgências, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem
de sua jurisdição. Exerce atividades auxiliares básicas, de nível médio, habilitado a realizar procedimentos a
ele delegados, sob supervisão do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação profissional e
conforme os termos desta Portaria.
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade; capacidade física e mental
para a atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; disponibilidade
para re-certificação periódica; experiência profissional prévia em serviço de saúde voltado ao atendimento de
urgências e emergências; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: auxiliar o enfermeiro na assistência de enfermagem; prestar cuidados de en-
fermagem a pacientes sob supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro; observar, reconhecer
e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação; ministrar medicamentos por via oral e parenteral
mediante prescrição do médico regulador por telemedicina; fazer curativos; prestar cuidados de conforto ao
paciente e zelar por sua segurança; realizar manobras de extração manual de vítimas.

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1.2 – Equipe de Profissionais Não Oriundos da Saúde, Perfis e Respectivas Competências/Atribuições:
A equipe de profissionais não oriundos da área da saúde deve ser composta por, com os seguintes perfis e
competências/atribuições:
1.2.1 - Telefonista – Auxiliar de Regulação: Profissional de nível básico, habilitado a prestar atendimento tele-
fônico às solicitações de auxílio provenientes da população, nas centrais de regulação médica, devendo anotar
dados básicos sobre o chamado (localização, identificação do solicitante, natureza da ocorrência) e prestar in-
formações gerais. Sua atuação é supervisionada diretamente e permanentemente pelo médico regulador. Sua
capacitação e atuação seguem os padrões previstos neste Regulamento.
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e auto-
controle; disposição para cumprir ações orientadas; capacidade de manter sigilo profissional; capacidade de
trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a recer-
tificação periódica.
Competências/Atribuições: atender solicitações telefônicas da população; anotar informações colhidas do
solicitante, segundo questionário próprio; prestar informações gerais ao solicitante; estabelecer contato ra-
diofônico com ambulâncias e/ou veículos de atendimento pré-hospitalar; estabelecer contato com hospitais e
serviços de saúde de referência a fim de colher dados e trocar informações; anotar dados e preencher planilhas
e formulários específicos do serviço; obedecer aos protocolos de serviço; atender às determinações do médico
regulador.
1.2.2 - Rádio-Operador: Profissional de nível básico habilitado a operar sistemas de radiocomunicação e re-
alizar o controle operacional de uma frota de veículos de emergência, obedecendo aos padrões de capacitação
previstos neste Regulamento.
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e auto-
controle; disposição para cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-certificação periódica; capacidade
de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a
recertificação periódica.
Competências/Atribuições: operar o sistema de radiocomunicação e telefonia nas Centrais de Regulação;
exercer o controle operacional da frota de veículos do sistema de atendimento pré-hospitalar móvel; manter a
equipe de regulação atualizada a respeito da situação operacional de cada veículo da frota; conhecer a malha
viária e as principais vias de acesso de todo o território abrangido pelo serviço de atendimento pré-hospitalar
móvel.
1.2.3 - Condutor de Veículos de Urgência:
1.2.3.1 - Veículos Terrestres: Profissional de nível básico, habilitado a conduzir veículos de urgência padro-
nizados pelo código sanitário e pelo presente Regulamento como veículos terrestres, obedecendo aos padrões
de capacitação e atuação previstos neste Regulamento.
Requisitos Gerais: maior de vinte e um anos; disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e
autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; habilitação profissional como motorista de veículos de
transporte de pacientes, de acordo com a legislação em vigor (Código Nacional de Trânsito); capacidade de
trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a recer-
tificação periódica.
Competências/Atribuições: conduzir veículo terrestre de urgência destinado ao atendimento e transporte de
pacientes; conhecer integralmente o veículo e realizar manutenção básica do mesmo; estabelecer contato ra-
diofônico (ou telefônico) com a central de regulação médica e seguir suas orientações; conhecer a malha viária
local; conhecer a localização de todos os estabelecimentos de saúde integrados ao sistema assistencial local,
auxiliar a equipe de saúde nos gestos básicos de suporte à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e trans-
porte de vítimas; realizar medidas reanimação cardiorespiratória básica; identificar todos os tipos de materiais
existentes nos veículos de socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.
1.2.3.2 - Veículos Aéreos: Profissional habilitado à operação de aeronaves, segundo as normas e regula-
mentos vigentes do Comando da Aeronáutica/Código Brasileiro de Aeronáutica/Departamento de Aviação Civil,
para atuação em ações de atendimento pré- hospitalar móvel e transporte inter-hospitalar sob a orientação do
médico da aeronave, respeitando as prerrogativas legais de segurança de vôo, obedecendo aos padrões de

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capacitação e atuação previstos neste Regulamento.
Requisitos Gerais: de acordo com a legislação vigente no país (Lei nº 7.183, de 5 de abril de 1984; Lei nº
7.565, de 19 de dezembro de 1986; e Portaria nº 3.016, de 5 de fevereiro de 1988 – do Comando da Aeronáu-
tica), além de disposição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional e autocontrole, disposição para cumprir
ações orientadas, capacidade de trabalhar em equipe e disponibilidade para a capacitação discriminada no
Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: cumprir as normas e rotinas operacionais vigentes no serviço a que está vincula-
do, bem como a legislação específica em vigor; conduzir veículo aéreo destinado ao atendimento de urgência
e transporte de pacientes; acatar as orientações do médico da aeronave; estabelecer contato radiofônico (ou
telefônico) com a central de regulação médica e seguir suas orientações; conhecer a localização dos estabe-
lecimentos de saúde integrados ao sistema assistencial que podem receber aeronaves; auxiliar a equipe de
saúde nos gestos básicos de suporte à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de vítimas; realizar
medidas reanimação cardiorespiratória básica; identificar todos os tipos de materiais existentes nas aeronaves
de socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.
1.2.3.3– Veículos Aquáticos: Profissional habilitado à operação de embarcações, segundo as normas e re-
gulamentos vigentes no país, para atuação em ações de atendimento pré-hospitalar móvel e transporte inter-
-hospitalar sob a orientação do médico da embarcação, respeitando as prerrogativas legais de segurança de
navegação.
Requisitos Gerais: Os já determinados pela legislação específica para condutores de embarcações, além de
disposição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional e autocontrole, disposição para cumprir ações orien-
tadas, capacidade de trabalhar em equipe e disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII,
bem como para a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: cumprir as normas e rotinas operacionais vigentes no serviço a que está vincula-
do, bem como a legislação específica em vigor; conduzir veículo aquático destinado ao atendimento de urgên-
cia e transporte de pacientes; acatar as orientações do médico da embarcação; estabelecer contato radiofônico
(ou telefônico) com a central de regulação médica e seguir suas orientações; auxiliar a equipe de saúde nos
gestos básicos de suporte à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de vítimas; realizar medidas
reanimação cardiorespiratória básica; identificar todos os tipos de materiais existentes nas embarcações de
socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.
1.2.4 - Profissionais Responsáveis pela Segurança: Policiais militares, rodoviários ou outros profissionais,
todos com nível médio, reconhecidos pelo gestor público da saúde para o desempenho destas atividades, em
serviços normatizados pelo SUS, regulados e orientados pelas Centrais Públicas de Regulação Médica das
Urgências. Atuam na identificação de situações de risco, exercendo a proteção das vítimas e dos profissionais
envolvidos no atendimento. Fazem resgate de vítimas de locais ou situações que impossibilitam o acesso da
equipe de saúde. Podem realizar suporte básico de vida, com ações não invasivas, sob supervisão médica di-
reta ou à distância, sempre que a vítima esteja em situação que impossibilite o acesso e manuseio pela equipe
de saúde, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação previstos neste Regulamento;
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal e capacidade física e mental para a atividade;
equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; capacitação específica por meio
dos Núcleos de Educação em Urgências, conforme conteúdo estabelecido por este Regulamento; capacidade
de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a
re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: comunicar imediatamente a existência da ocorrência à Central de Regulação Mé-
dica de Urgências; avaliar a cena do evento, identificando as circunstâncias da ocorrência e reportando-as ao
médico regulador ou à equipe de saúde por ele designada; identificar e gerenciar situações de risco na cena do
acidente, estabelecer a segurança da área de operação e orientar a movimentação da equipe de saúde; realizar
manobras de suporte básico de vida sob orientação do médico regulador; remover as vítimas para local seguro
onde possa receber o atendimento da equipe de saúde; estabilizar veículos acidentados; realizar manobras
de desencarceramento e extração manual ou com emprego de equipamentos próprios; avaliar as condições
da vítima, observando e comunicando ao médico regulador as condições de respiração, pulso e consciência;
transmitir, via rádio, ao médico regulador, a correta descrição da vítima e da cena; conhecer as técnicas de
transporte do paciente traumatizado; manter vias aéreas pérveas com manobras manuais e não invasivas, ad-

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ministrar oxigênio e realizar ventilação artificial; realizar circulação artificial pela técnica de compressão torácica
externa; controlar sangramento externo por pressão direta, elevação do membro e ponto de pressão, utilizando
curativos e bandagens; mobilizar e remover pacientes com proteção da coluna vertebral, utilizando pranchas e
outros equipamentos de imobilização e transporte; aplicar curativos e bandagens; imobilizar fraturas, utilizando
os equipamentos disponíveis em seus veículos; dar assistência ao parto normal em período expulsivo e realizar
manobras básicas ao recém nato e parturiente; prestar primeiro atendimento à intoxicações, sob orientação
do médico regulador; conhecer e saber operar todos os equipamentos e materiais pertencentes ao veículo de
atendimento; conhecer e usar os equipamentos de bioproteção individual; preencher os formulários e registros
obrigatórios do sistema de atenção às urgências e do serviço; manter-se em contato com a Central de Regula-
ção,repassando os informes sobre a situação da cena e do paciente ao médico regulador, para decisão e moni-
toramento do atendimento pelo mesmo; repassar as informações do atendimento à equipe de saúde designada
pelo médico regulador para atuar no local do evento.
1.2.5 - Bombeiros Militares: Profissionais Bombeiros Militares, com nível médio, reconhecidos pelo gestor
público da saúde para o desempenho destas atividades, em serviços normatizados pelo SUS, regulados e
orientados pelas Centrais de Regulação. Atuam na identificação de situações de risco e comando das ações de
proteção ambiental, da vítima e dos profissionais envolvidos no seu atendimento, fazem o resgate de vítimas
de locais ou situações que impossibilitam o acesso da equipe de saúde. Podem realizar suporte básico de vida,
com ações não invasivas, sob supervisão médica direta ou à distância, obedecendo aos padrões de capacita-
ção e atuação previstos neste Regulamento.
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal e capacidade física e mental para a atividade;
equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; capacitação específica por meio
dos Núcleos de Educação em Urgências, conforme conteúdo estabelecido por este Regulamento; capacidade
de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a
re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: comunicar imediatamente a existência de ocorrência com potencial de vítimas
ou demandas de saúde à Central de Regulação Médica de Urgências; avaliar a cena do evento, identificando
as circunstâncias da ocorrência e reportando-as ao médico regulador ou à equipe de saúde por ele designa-
da; identificar e gerenciar situações de risco na cena do acidente, estabelecer a área de operação e orientar a
movimentação da equipe de saúde; realizar manobras de suporte básico de vida, sob orientação do médico re-
gulador; obter acesso e remover a/s vítima/s para local seguro onde possam receber o atendimento adequado
pela equipe de saúde e se solicitado pela mesma ou designado pelo médico regulador, transportar as vítimas ao
serviço de saúde determinado pela regulação médica; estabilizar veículos acidentados; realizar manobras de
desencarceramento e extração manual ou com emprego de equipamentos especializados de bombeiro; avaliar
as condições da vítima, identificando e informando ao médico regulador as condições de respiração, pulso e
consciência, assim como uma descrição geral da sua situação e das circunstâncias da ocorrência, incluindo
informações de testemunhas; transmitir, ao médico regulador a correta descrição da cena da urgência e do
paciente; conhecer as técnicas de transporte do paciente traumatizado; manter vias aéreas pérveas com mano-
bras manuais e não invasivas, administrar oxigênio e realizar ventilação artificial; realizar circulação artificial por
meio da técnica de compressão torácica externa; controlar sangramento externo, por pressão direta, elevação
do membro e ponto de pressão, utilizando curativos e bandagens; mobilizar e remover pacientes com proteção
da coluna vertebral, utilizando colares cervicais, pranchas e outros equipamentos de imobilização e transporte;
aplicar curativos e bandagens; imobilizar fraturas utilizando os equipamentos disponíveis; prestar o primeiro
atendimento à intoxicações, de acordo com protocolos acordados ou por orientação do médico regulador; dar
assistência ao parto normal em período expulsivo e realizar manobras básicas ao recém nato e parturiente;
manter-se em contato com a central de regulação médica repassando os informes iniciais e subseqüentes
sobre a situação da cena e do(s) paciente(s) para decisão e monitoramento do atendimento pelo médico re-
gulador; conhecer e saber operar todos os equipamentos e materiais pertencentes a veículo de atendimento;
repassar as informações do atendimento à equipe de saúde designada pelo médico regulador para atuar no
local do evento; conhecer e usar equipamentos de bioproteção individual; preencher os formulários e registros
obrigatórios do sistema de atenção às urgências e do serviço; realizar triagem de múltiplas vítimas, quando
necessário ou quando solicitado pela equipe de saúde; participar dos programas de treinamento e educação
continuada, conforme os termos deste Regulamento.

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1.3 - Capacitação Específica dos Profissionais de Transporte Aeromédico
Os profissionais devem ter noções de aeronáutica de fisiologia de vôo. Estas noções de aeronáutica e no-
ções básicas de fisiologia de vôo devem seguir as determinações da Diretoria de Saúde da Aeronáutica, e da
Divisão de Medicina Aeroespacial, abrangendo:
Noções de aeronáutica:
- Terminologia aeronáutica;
- Procedimentos normais e de emergência em vôo;
- Evacuação de emergência;
- Segurança no interior e em torno de aeronaves;
- Embarque e desembarque de pacientes.Noções básicas de fisiologia de vôo:
- Atmosfera;
- Fisiologia respiratória;
- Estudo clínico da hipóxia;
- Disbarismos;
- Forças acelerativas em vôo e seus efeitos sobre o organismo humano;Aerocinetose;
- Ritmo circadiano;
- Gases, líquidos e vapores tóxicos em aviação;
- Ruídos e vibrações;
- Cuidados de saúde com paciente em vôo.A capacitação necessária aos profissionais que atuam no trans-
porte aeromédico será a mesma estabelecida no presente Regulamento para os profissionais do pré-hospitalar
móvel, conforme grade do Capítulo VII, devendo, no entanto, ter a seguinte capacitação adicional:
1.3.1 - Piloto de Aeronave de Asa Rotativa:
Módulo comum: total 8 horas
Qualificação pessoal:
Atendimento pré-hospitalar;
Sistema de saúde local;
Rotinas operacionais1.3.2 - Profissional de Segurança e Auxiliar/Técnico de Enfermagem:
Rotinas operacionais de transporte aeromédico:
Noções de aeronáutica: 10 horas;
- Noções básicas de fisiologia de vôo: 12 horas.
1.3.3 - Médicos e Enfermeiros:
Rotinas operacionais de transporte aeromédico:
- Noções de aeronáutica: 10 horas;
- Noções básicas de fisiologia de vôo: 20 horas.
2 - DEFINIÇÃO DOS VEÍCULOS DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL
2.1 - AMBULÂNCIAS
Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao
transporte de enfermos.
As dimensões e outras especificações do veículo terrestre deverão obedecer às normas da ABNT – NBR
14561/2000, de julho de 2000.

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As Ambulâncias são classificadas em:
TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de pacientes
que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo.
TIPO B – Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte interhospitalar de pacientes com
risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não
classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço
de destino.
TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré- hospitalares de pacientes víti-
mas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquá-
tico e em alturas).
TIPO D – Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes
de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados
médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função.
TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-
-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos
homologados pelo Departamento de Aviação Civil - DAC.
TIPO F – Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via
marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme
sua gravidade.
2.2 - VEÍCULOS DE INTERVENÇÃO RÁPIDA
Este veículos, também chamados de veículos leves, veículos rápidos ou veículos de ligação médica são
utilizados para transporte de médicos com equipamentos que possibilitam oferecer suporte avançado de vida
nas ambulâncias do Tipo A, B, C e F.
2.3 - OUTROS VEÍCULOS:
Veículos habituais adaptados para transporte de pacientes de baixo risco, sentados (ex. pacientes crônicos)
que não se caracterizem como veículos tipo lotação (ônibus, peruas, etc.). Este transporte só pode ser realiza-
do com anuência médica.
3 – DEFINIÇÃO DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS
As ambulâncias deverão dispor, no mínimo, dos seguintes materiais e equipamentos ou similares com efi-
cácia equivalente:
3.1 - Ambulância de Transporte (Tipo A): Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação
em contato permanente com a central reguladora; maca com rodas; suporte para soro e oxigênio medicinal.
3.2 - Ambulância de Suporte Básico (Tipo B):
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; maca articulada e com rodas;
suporte para soro; instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualiza-
ção e régua com dupla saída; oxigênio com régua tripla (a- alimentação do respirador; b- fluxômetro e umidifica-
dor de oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação;
cilindro de oxigênio portátil com válvula; maleta de urgência contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressus-
citador manual adulto/infantil, cânulas orofaríngeas de tamanhos variados, luvas descartáveis, tesoura reta
com ponta romba, esparadrapo, esfigmomanômetro adulto/infantil, ataduras de 15 cm, compressas cirúrgicas
estéreis, pacotes de gaze estéril, protetores para queimados ou eviscerados, cateteres para oxigenação e as-
piração de vários tamanhos; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clamps umbilicais, estilete estéril para
corte do cordão, saco plástico para placenta, cobertor, compressas cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes de
identificação; suporte para soro; prancha curta e longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de
membros e conjunto de colares cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de soro fisiológico e ringer lactato;
bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para a tripulação; lanterna de mão; óculos, máscaras e
aventais de proteção e maletas com medicações a serem definidas em protocolos, pelos serviços. As ambu-
lâncias de suporte básico que realizam também ações de salvamento deverão conter o material mínimo para
salvamento terrestre, aquático e em alturas, maleta de ferramentas e extintor de pó químico seco de 0,8 Kg,

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fitas e cones sinalizadores para isolamento de áreas, devendo contar, ainda com compartimento isolado para a
sua guarda, garantindo um salão de atendimento às vítimas de, no mínimo, 8 metros cúbicos.
3.3 – Ambulância de Resgate (Tipo C):
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; prancha curta e longa para
imobilização de coluna; talas para imobilização de membros e conjunto de colares cervicais; colete imobilizador
dorsal; frascos de soro fisiológico; bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para a tripulação; lan-
terna de mão; óculos, máscaras e aventais de proteção; material mínimo para salvamento terrestre, aquático
e em alturas; maleta de ferramentas e extintor de pó químico seco de 0,8 Kg; fitas e cones sinalizadores para
isolamento de áreas.
Quando realizarem também o suporte básico de vida, as ambulâncias de resgate deverão ter uma configura-
ção que garanta um salão de atendimento às vítimas de, no mínimo 8 metros cúbicos, além de compartimento
isolado para a guarda de equipamentos de salvamento e deverão estar equipadas com: maca articulada e com
rodas; instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e régua
com dupla saída; oxigênio com régua tripla (a - alimentação do respirador; b - fluxômetro e umidificador de
oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; cilindro
de oxigênio portátil com válvula; maleta de emergência contendo: estetoscópio adulto e infantil; ressuscitador
manual adulto/infantil, luvas descartáveis; cânulas orofaríngeas de tamanhos variados; tesoura reta com ponta
romba; esparadrapo; esfigmomanômetro adulto/infantil; ataduras de 15 cm; compressas cirúrgicas estéreis;
pacotes de gaze estéril; protetores para queimados ou eviscerados; cateteres para oxigenação e aspiração de
vários tamanhos; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais; estilete estéril para corte do
cordão; saco plástico para placenta; cobertor; compressas cirúrgicas e gazes estéreis; braceletes de identifica-
ção;
3.4 - Ambulância de Suporte Avançado (Tipo D):
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; maca com rodas e articu-
lada; dois suportes de soro; cadeira de rodas dobrável; instalação de rede portátil de oxigênio como descrito
no item anterior (é obrigatório que a quantidade de oxigênio permita ventilação mecânica por no mínimo duas
horas); respirador mecânico de transporte; oxímetro não-invasivo portátil; monitor cardioversor com bateria e
instalação elétrica disponível (em caso de frota deverá haver disponibilidade de um monitor cardioversor com
marca-passo externo não-invasivo); bomba de infusão com bateria e equipo; maleta de vias aéreas contendo:
máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração; adaptadores para
cânulas; cateteres nasais; seringa de 20ml; ressuscitador manual adulto/infantil com reservatório; sondas para
aspiração traqueal de vários tamanhos; luvas de procedimentos; máscara para ressuscitador adulto/infantil;
lidocaína geléia e “spray”; cadarços para fixação de cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâmi-
nas; estetoscópio; esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofaríngeas adulto/infantil; fios-guia para intuba-
ção; pinça de Magyll; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para cricotiroidostomia; conjunto
de drenagem torácica; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação de braço; luvas estéreis; recipiente
de algodão com anti-séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de vários tamanhos
incluindo agulhas metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote; equipos de macro e
microgotas; cateteres específicos para dissecção de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, pinça de Kocher;
cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de infusão de
3 vias; frascos de soro fisiológico, ringer lactato e soro glicosado; caixa completa de pequena cirurgia; maleta
de parto como descrito nos itens anteriores; sondas vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados
ou queimados; espátulas de madeira; sondas nasogástricas ; eletrodos descartáveis; equipos para drogas
fotossensíveis; equipo para bombas de infusão; circuito de respirador estéril de reserva; equipamentos de pro-
teção à equipe de atendimento: óculos, máscaras e aventais; cobertor ou filme metálico para conservação do
calor do corpo; campo cirúrgico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de colares cervicais; prancha
longa para imobilização da coluna. Para o atendimento a neonatos deverá haver pelo menos uma Incubadora
de transporte de recém-nascido com bateria e ligação à tomada do veículo (12 volts). A incubadora deve estar
apoiada sobre carros com rodas devidamente fixadas quando dentro da ambulância e conter respirador e equi-
pamentos adequados para recém natos.

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3.5 - Aeronave de Transporte Médico (Tipo E):
3.5.1 - Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros) para atendimento pré-hospitalar móvel primário:
- Conjunto aeromédico (homologado pelo Departamento de Aviação Civil – DAC): maca ou incubadora; ci-
lindro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo menos 2 horas; régua tripla para transporte; suporte
para fixação de equipamentos médicos;
- Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico; monitor cardioversor com bateria; oxímetro portátil;
bomba de infusão; prancha longa para imobilização de coluna;
- Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aéreas contendo: conjunto de cânulas orofaríngeas; cânulas
endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração; adaptadores para cânulas; cateteres nasais; serin-
ga de 20 ml; ressuscitador manual adulto/infantil completo; sondas para aspiração traqueal de vários tamanhos;
luvas de procedimentos; lidocaína geléia e spray; cadarços para fixação de cânula; laringoscópio infantil/adulto
com conjunto de lâminas curvas e retas; estetoscópio; esfigmomanômetro adulto/infantil;; fios; fios-guia para
intubação; pinça de Magyll; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para cricotiroidostomia;
conjunto de drenagem de tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação de braço; luvas estéreis;
recipiente de algodão com anti-séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de vários
tamanhos, incluindo agulhas metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote; equipos de
macro e microgotas; cateteres específicos para dissecção de veias tamanhos adulto/infantil; tesoura; pinça de
Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de
infusão polivias; frascos de solução salina, ringer lactato, e glicosada para infusão venosa; caixa de pequena
cirurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais; estilete estéril para corte do cordão;
saco plástico para placenta; absorvente higiênico grande; cobertor ou similar para envolver o recém-nascido;
compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de gases estéreis e braceletes de identificação; sondas vesicais; cole-
tores de urina; protetores para eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; sondas nasogástricas; eletro-
dos descartáveis; equipos para drogas fotossensíveis; equipos para bombas de infusão; circuito de respirador
estéril de reserva; cobertor ou filme metálico para conservação do calor do corpo; campo cirúrgico fenestrado;
almotolias com anti-séptico; conjunto de colares cervicais; equipamentos de proteção à equipe de atendimento:
óculos, máscaras, luvas.
Outros: colete imobilizador dorsal; cilindro de oxigênio portátil com válvula; manômetro e fluxômetro com
máscara e chicote para oxigenação; bandagens triangulares; talas para imobilização de membros; coletes
reflexivos para a tripulação; lanterna de mão; equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos,
máscaras, luvas.
3.5.2- Aeronaves de Asas Fixas (Aviões) e Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros) para atendimento
pré-hospitalar móvel secundário ou transporte interhospitalar:
- Conjunto aeromédico (homologado pelo Departamento de Aviação Civil – DAC): maca ou incubadora; ci-
lindro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo menos 4 horas; régua tripla para transporte; suporte
para fixação de equipamentos médicos.
- Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico; monitor cardioversor com bateria com marca-passo
externo não-invasivo; oxímetro portátil; monitor de pressão nãoinvasiva; bomba de infusão; prancha longa para
imobilização de coluna; capnógrafo;
- Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aéreas contendo: cânulas endotraqueais de vários tama-
nhos; cateteres de aspiração; adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20 ml; ressuscitador
manual adulto/infantil completo; sondas para aspiração traqueal de vários tamanhos; luvas de procedimentos;
lidocaína geléia e spray; cadarços para fixação de cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâmi-
nas curvas e retas; estetoscópio; esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofaríngeas adulto/infantil; fios;
fios-guia para intubação; pinça de Magyl; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para crico-
tiroidostomia; conjunto de drenagem de tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação de braço,
luvas estéreis, recipiente de algodão com anti-séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para
punção de vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; gar-
rote; equipos de macro e microgotas; cateteres específicos para dissecção de veias tamanhos adulto/infantil;
tesoura, pinça de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3
vias; equipo de infusão polivias; frascos de solução salina, ringer lactato e glicosada para infusão venosa; caixa

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completa de pequena cirurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais; estilete estéril
para corte do cordão; saco plástico para placenta, absorvente higiênico grande; cobertor ou similar para envol-
ver o recém-nascido; compressas cirúrgicas estéreis; pacotes de gases estéreis e braceletes de identificação;
sondas vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; sondas
nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para drogas fotossensíveis; equipos para bombas de infusão;
circuito de respirador estéril de reserva; cobertor ou filme metálico para conservação do calor do corpo; campo
cirúrgico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de colares cervicais; equipamentos de proteção à
equipe de atendimento: óculos, máscaras, luvas.
3.6 – Embarcação de Transporte (Tipo F):
Este veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via marítima ou fluvial, poderá ser equipado
como indicado para as Ambulâncias de Tipo A, B, ou D, dependendo do tipo de assistência a ser prestada.
4 – DEFINIÇÃO DOS MEDICAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS
Medicamentos obrigatórios que deverão constar nos veículos de suporte avançado, seja nos veículos terres-
tres, aquáticos e nas aeronaves ou naves de transporte médico (Classes D, E e F):
- Lidocaína sem vasoconstritor; adrenalina, epinefrina, atropina; dopamina; aminofilina; dobutamina; hidro-
cortisona; glicose 50%;
- Soros: glicosado 5%; fisiológico 0,9%; ringer lactato;
- Psicotrópicos: hidantoína; meperidina; diazepan; midazolan;
- Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, ketalar, quelecin;
- Outros: água destilada; metoclopramida; dipirona; hioscina; dinitrato de isossorbitol; furosemide; amioda-
rona; lanatosideo C.
5 – TRIPULAÇÃO
Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica ou de enfermagem e que
nos cursos de graduação a atenção dada à área ainda é bastante insuficiente, entende-se que os profissionais
que venham a atuar como tripulantes dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel devam ser habilitados
pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo presente Regulamento e cumpram o
conteúdo curricular mínimo nele proposto - Capítulo VII.
5.1 - Ambulância do Tipo A: 2 profissionais, sendo um o motorista e o outro um Técnico ou Auxiliar de enfer-
magem.
5.2 - Ambulância do Tipo B: 2 profissionais, sendo um o motorista e um técnico ou auxiliar de enfermagem.
5.3 - Ambulância do Tipo C: 3 profissionais militares, policiais rodoviários, bombeiros militares, e/ou outros
profissionais reconhecidos pelo gestor público, sendo um motorista e os outros dois profissionais com capaci-
tação e certificação em salvamento e suporte básico de vida.
5.4 - Ambulância do tipo D: 3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um médico.
5.5 - Aeronaves: o atendimento feito por aeronaves deve ser sempre considerado como de suporte avança-
do de vida e:
- Para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel primário não traumático e secundário, deve contar com
o piloto, um médico, e um enfermeiro;
- Para o atendimento a urgências traumáticas em que sejam necessários procedimentos de salvamento, é
indispensável a presença de profissional capacitado para tal.
5.6 - Embarcações: a equipe deve ser composta 2 ou 3 profissionais, de acordo com o tipo de atendimento
a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar/técnico de enfermagem em casos de
suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1010 de 21 de maio de 2012. Redefine
as diretrizes para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU
192) e sua Central de Regulação das Urgências, componente da Rede de Atenção às
Urgências. Artigos 1º ao 10

PORTARIA Nº 1.010, DE 21 DE MAIO DE 2012


Redefine as diretrizes para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e sua
Central de Regulação das Urgências, componente da Rede de Atenção às Urgências.
A MINISTRA DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINA, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II
do parágrafoúnico do art. 87 da Constituição, e
Considerando o Decreto nº 5.055, de 27 de abril de 2004, que institui o Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU) em Municípios e regiões do território nacional;
Considerando o quadro brasileiro de morbimortalidade relativoàs urgências, inclusive as relacionadas ao
trauma e à violência, contempladas no anexo da Portaria nº 737/GM/MS, de 16 de maio de 2001, que aprova a
Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências;
Considerando a necessidade de implantação e implementação do processo de regulação da atenção às
urgências, a partir de Centrais de Regulação Médica das Urgências, que integram o Complexo Regulador da
Atenção, conforme previsto na Portaria nº 356/SAS/MS, de 22 de setembro de 2000;
Considerando a Portaria nº 2.048/GM/MS, de 5 de novembro de 2002, que institui o Regulamento Técnico
dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência;
Considerando a Portaria nº 2.657/GM/MS, de 16 de dezembro de 2004, que estabelece as atribuições das
Centrais de Regulação Médica de Urgências e o dimensionamento técnico para a estruturação e operacionali-
zação das Centrais (SAMU 192);
Considerando a Portaria nº 399/GM/MS, de 22 de fevereiro de 2006, que divulga o Pacto pela Vida e que
estabelece a regionalização como uma das diretrizes para a gestão dos sistemas de saúde;
Considerando a Portaria nº 2.971/GM/MS, de 8 de dezembro de 2008, que institui o veículo motocicleta
(motolância) como integrante da frota de intervenção do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em toda a
Rede SAMU 192 e define critérios técnicos para sua utilização;
Considerando a Portaria nº 4.279/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, que estabelece diretrizes para a
organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);
Considerando a Portaria nº 1.600/GM/MS, de 7 de julho de 2011, que reformula a Política Nacional de Aten-
ção às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no SUS;
Considerando a Portaria nº 804/SAS/MS, de 28 de novembro de 2011, que estabelece a necessidade de
identificar no Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES) as Centrais de Regu-
lação Médica das Urgências e as equipes de atendimento das unidades de suporte básico, suporte avançado,
atendimento aéreo, ambulancha, motolância e veículo de intervenção rápida;
Considerando a baixa cobertura populacional e a insuficiente oferta de serviços de atendimento móvel com
estrutura e funcionamento adequados à legislação vigente;
Considerando o empenho do Ministério da Saúde em estimular a implantação de serviços de saúde respon-
sáveis pelo atendimento móvel (SAMU 192) no País;
Considerando a premente necessidade de integrar e promover o sistema de captação de órgãos às neces-
sidades de transplantes da população brasileira;
Considerando a diversidade dos (SAMU 192) implantados até o momento, quanto à abrangência populacio-
nal e à extensão territorial;
Considerando a necessidade de extensão da cobertura do atendimento realizado pelo (SAMU 192) a toda a
população brasileira, ampliando o acesso e a abrangência do serviço; e
Considerando a necessidade de qualificação da atenção à Urgência e Emergência nos pequenos Municí-

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
pios, por meio de ganho de resolutividade para a Rede de Atenção à Saúde, resolve:
Art. 1º Esta Portaria redefine as diretrizes para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU 192) e sua Central de Regulação das Urgências, componentes da Rede de Atenção às Urgências.
CAPÍTULO I
DAS DEFINIÇÕES
Art. 2º Para efeito desta Portaria, considera-se:
I - SAMU 192: componente assistencial móvel da Rede de Atenção às Urgências que tem como objetivo che-
gar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática,
obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras) que possa levar a sofrimento, à sequelas ou mesmo à morte,
mediante o envio de veículos tripulados por equipe capacitada, acessado pelo número “192” e acionado por
uma Central de Regulação das Urgências;
II- Central de Regulação das Urgências: estrutura física constituída por profissionais (médicos, telefonistas
auxiliares de regulação médica e rádio-operadores) capacitados em regulação dos chamados telefônicos que
demandam orientação e/ou atendimento de urgência, por meio de uma classificação e priorização das necessi-
dades de assistência em urgência, além de ordenar o fluxo efetivo das referências e contrarreferências dentro
de uma Rede de Atenção;
III - Base Descentralizada: infraestrutura que garante temporesposta de qualidade e racionalidade na utiliza-
ção dos recursos do componente SAMU 192 regional ou sediado em Município de grande extensão territorial
e/ou baixa densidade demográfica, conforme definido no Plano de Ação Regional, com a configuração mínima
necessária para abrigo, alimentação, conforto das equipes e estacionamento da(s) ambulância(s);
IV - incentivo: modalidade de repasse de recurso financeiro a ser utilizado tanto para investimento, quanto
para custeio;
V - investimento: modalidade de repasse de recurso financeiro para construção, compra de unidades mó-
veis, aquisição de equipamentos permanentes de saúde, de tecnologia de informação e mobiliário;
VI - custeio: modalidade de repasse de recurso financeiro para capacitação e educação permanente, manu-
tenção das equipes efetivamente implantadas, reformas, insumos, manutenção de equipamentos e das unida-
des móveis de urgência;
VII - habilitação: processo pelo qual o SAMU 192 e as Centrais de Regulação das Urgências cumprem de-
terminados requisitos do processo de habilitação, tornando-se aptos ao recebimento dos incentivos financeiros
repassados pelo Ministério da Saúde, tanto para investimento quanto para custeio;
VIII - qualificação: processo pelo qual o componente SAMU 192 regional já habilitado cumpre requisitos de
qualificação estabelecidos nesta Portaria, passando a fazer jus a novos valores de custeio;
IX - Indicadores do SAMU 192: situações utilizadas pelo Ministério da Saúde para avaliação do funciona-
mento do SAMU 192 no Brasil;
X - Coordenador do Serviço: profissional oriundo da área da saúde, com experiência e conhecimento com-
provados na atividade de atendimento pré-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços e sistemas;
XI - Responsável Técnico: profissional médico responsável pelas atividades médicas do serviço;
XII - Responsável de Enfermagem: profissional enfermeiro responsável pelas atividades de enfermagem; e
XIII - Médicos Reguladores: profissionais médicos que, com base nas informações colhidas dos usuários,
quando estes acionam a central de regulação, são os responsáveis pelo gerenciamento, definição e operacio-
nalização dos meios disponíveis e necessários para responder a tais solicitações, utilizando-se de protocolos
técnicos e da faculdade de arbitrar sobre os equipamentos de saúde do sistema necessários ao adequado
atendimento do paciente.
Parágrafo único. Os indicadores do SAMU 192 são:
I - número geral de ocorrências atendidas no período;
II - tempo mínimo, médio e máximo de resposta;

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III - identificação dos motivos dos chamados;
IV - quantitativo de chamados, orientações médicas, saídas de Unidade de Suporte Avançado (USA) e Uni-
dade de Suporte Básico (USB);
V - localização das ocorrências;
VI - idade e sexo dos pacientes atendidos;
VII - identificação dos dias da semana e horários de maior pico de atendimento;
VIII - identificação dos dias da semana e horários de maior pico de atendimento; e
IX - pacientes (número absoluto e percentual) referenciados aos demais componentes da rede, por tipo de
estabelecimento.
CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO DO COMPONENTE SAMU 192
SEÇÃO I
DA CENTRAL DE REGULAÇÃO DAS URGÊNCIAS
Art. 3º A Central de Regulação das Urgências terá equipe composta por:
I - Médicos com capacitação em regulação médica das urgências (MR);
II - Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM); e
III - Radio-Operador (RO).
Art. 4º A partir da publicação desta Portaria, as Centrais de Regulação das Urgências já existentes ou as
novas Centrais que venham a se configurar deverão seguir os quantitativos mínimos de profissionais estabele-
cidos no Anexo I desta Portaria.
SEÇÃO II
DAS BASES DESCENTRALIZADAS
Art. 5º As Bases Descentralizadas poderão existir sempre que se fizer necessária infraestrutura que garanta
tempo-resposta de qualidade e racionalidade na utilização dos recursos do componente SAMU 192 regional ou
sediado em Município de grande extensão territorial e/ou baixa densidade demográfica, conforme definido no
Plano de Ação Regional, com a configuração mínima necessária para abrigo, alimentação, conforto das equi-
pes e estacionamento da(s) ambulância( s).
Parágrafo único. As Bases Descentralizadas deverão seguir a estrutura física padronizada pelo Ministério da
Saúde, incluída a padronização visual.
SEÇÃO III
DAS UNIDADES MÓVEIS
Art. 6º As Unidades Móveis para atendimento de urgência podem ser das seguintes espécies:
I - Unidade de Suporte Básico de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 2 (dois) profissionais, sendo um
condutor de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem;
II - Unidade de Suporte Avançado de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 3 (três) profissionais, sendo um
condutor de veículo de urgência, um enfermeiro e um médico;
III - Equipe de Aeromédico: composta por no mínimo um médico e um enfermeiro;
IV - Equipe de Embarcação: composta por no mínimo 2 (dois) ou 3 (três) profissionais, de acordo com o tipo
de atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar/ técnico de enferma-
gem, em casos de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de
vida;
V - Motolância: conduzida por um profissional de nível técnico ou superior em enfermagem com treinamento
para condução de motolância; e

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VI - Veículo de Intervenção Rápida (VIR): tripulado por no mínimo um condutor de veículo de urgência, um
médico e um enfermeiro.
Parágrafo único. Situações excepcionais serão analisadas pela área técnica da Coordenação-Geral de Ur-
gências e Emergências do Departamento de Atenção Especializada da Secretaria de Atenção à Saúde (CGUE/
DAE/SAS/MS), no sentido de se disponibilizar o tipo de Unidade Móvel mais adequado às peculiaridades re-
gionais.
CAPÍTULO III
DA REGIONALIZAÇÃO
Art. 7º O componente SAMU 192 será regionalizado, a fim de ampliar o acesso às populações dos Municí-
pios em todo o território nacional, por meio de diretrizes e parâmetros técnicos definidos pela presente Portaria.
§ 1º Cada região terá um Plano de Ação Regional da Rede de Atenção às Urgências, nos termos definidos
em ato do Ministro de Estado da Saúde.
§ 2º Para o planejamento, implantação e implementação da regionalização, interiorização e ampliação do
acesso ao SAMU 192, deverá ser utilizado, prioritariamente, o parâmetro de tempo-resposta,ou seja, o tempo
adequado tecnicamente transcorrido entre a ocorrência do evento de urgência e emergência e a intervenção
necessária.
Art. 8º A regionalização é pré-requisito para análise do componente SAMU 192 do Plano de Ação Regional
e poderá ocorrer das seguintes formas:
I - regionalização do SAMU 192 com proposta de agrupamento de Centrais de Regulação das Urgências
municipais ou regionais já existentes;
II - regionalização do SAMU 192 com proposta de incorporação de novos Municípios às Centrais de Regu-
lação das Urgências já existentes; e
III - implantação de novas Centrais Regionais de Regulação das Urgências.
§ 1º O componente SAMU 192 contemplará a rede de urgência em caráter regional, corroborando os propó-
sitos da assistência nas redes de atenção e de acordo com o Plano de Ação Regional da Rede de Atenção às
Urgências, garantindo a integralidade do cuidado e a melhoria do acesso.
§ 2º A Rede de Atenção às Urgências estará integrada por sistemas de informação e comunicação que lhe
permita a perfeita compreensão das várias situações, o exercício da Telessaúde e, consequentemente, a ade-
quada atenção aos pacientes.
Art. 9º Os Municípios com população igual ou superior a 500.000 (quinhentos mil) habitantes que já possuem
SAMU 192 poderão constituir por si só uma região, para fins de implantação de Central de Regulação das Ur-
gências, desde que todos os Municípios do seu entorno já estejam cobertos por outra Central de Regulação
das Urgências.
Art. 10. Projetos regionais com população inferior a 350.000 (trezentos e cinquenta mil) habitantes serão
analisadas pela área técnica da CGUE/DAE/SAS/MS, no sentido de se buscar a adequação da cobertura do
componente SAMU 192 às peculiaridades regionais que estarão detalhadas no respectivo projeto.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação GM/MS nº 2, de 03 de outubro
de 2017. Consolidação da Normas sobre as Políticas Nacionais de Saúde do Sistema
Único de Saúde -Brasília 2017. Anexo XXVI - Política Nacional de Regulação do Sistema
Único de Saúde – SUS, Art. 1º a 11; Anexo 1 do anexo XXVI – Central Nacional de Regu-
lação de Alta Complexidade, Art. 1º ao 3º.

PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 2, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017


Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde.
ANEXO XXVI
POLÍTICA NACIONAL DE REGULAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (ORIGEM: PRT MS/
GM 1559/2008)
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS), a ser implantada
em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão, como instrumento
que possibilite a plenitude das responsabilidades sanitárias assumidas pelas esferas de governo. (Origem: PRT
MS/GM 1559/2008, Art. 1º)
CAPÍTULO I
DA POLÍTICA NACIONAL DE REGULAÇÃO DO SUS
Art. 2º As ações de que trata a Política Nacional de Regulação do SUS estão organizadas em três dimensões
de atuação, necessariamente integradas entre si: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 2º)
I - Regulação de Sistemas de Saúde: tem como objeto os sistemas municipais, estaduais e nacional de saú-
de, e como sujeitos seus respectivos gestores públicos, definindo a partir dos princípios e diretrizes do SUS,
macrodiretrizes para a Regulação da Atenção à Saúde e executando ações de monitoramento, controle, avalia-
ção, auditoria e vigilância desses sistemas; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 2º, I)
II - Regulação da Atenção à Saúde: exercida pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, conforme
pactuação estabelecida no Termo de Compromisso de Gestão do Pacto pela Saúde: tem como objetivo garantir
a adequada prestação de serviços à população e seu objeto é a produção das ações diretas e finais de atenção
à saúde, estando, portanto, dirigida aos prestadores públicos e privados, e como sujeitos seus respectivos ges-
tores públicos, definindo estratégias e macrodiretrizes para a Regulação do Acesso à Assistência e Controle da
Atenção à Saúde, também denominada de Regulação Assistencial e controle da oferta de serviços executando
ações de monitoramento, controle, avaliação, auditoria e vigilância da atenção e da assistência à saúde no
âmbito do SUS; e (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 2º, II)
III - Regulação do Acesso à Assistência: também denominada regulação do acesso ou regulação assis-
tencial, tem como objetos a organização, o controle, o gerenciamento e a priorização do acesso e dos fluxos
assistenciais no âmbito do SUS, e como sujeitos seus respectivos gestores públicos, sendo estabelecida pelo
complexo regulador e suas unidades operacionais e esta dimensão abrange a regulação médica, exercendo
autoridade sanitária para a garantia do acesso baseada em protocolos, classificação de risco e demais critérios
de priorização. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 2º, III)
Art. 3º A Regulação de Sistemas de Saúde efetivada pelos atos de regulamentação, controle e avaliação de
sistemas de saúde, regulação da atenção à saúde e auditoria sobre sistemas e de gestão contempla as seguin-
tes ações: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 3º)
I - elaboração de decretos, normas e portarias que dizem respeito às funções de gestão; (Origem: PRT MS/
GM 1559/2008, Art. 3º, I)
II - planejamento, Financiamento e Fiscalização de Sistemas de Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 3º, II)
III - controle Social e Ouvidoria em Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 3º, III)
IV - vigilância sanitária e epidemiológica; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 3º, IV)
V - regulação da saúde suplementar; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 3º, V)

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VI - auditoria assistencial ou clínica; e (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 3º, VI)
VII - avaliação e incorporação de tecnologias em saúde. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 3º, VII)
Art. 4º A Regulação da Atenção à Saúde efetivada pela contratação de serviços de saúde, controle e avalia-
ção de serviços e da produção assistencial, regulação do acesso à assistência e auditoria assistencial contem-
pla as seguintes ações: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 4º)
I - cadastramento de estabelecimentos e profissionais de saúde no Sistema de Cadastro Nacional de Esta-
belecimentos de Saúde (SCNES); (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 4º, I)
II - cadastramento de usuários do SUS no sistema do Cartão Nacional de Saúde (CNS); (Origem: PRT MS/
GM 1559/2008, Art. 4º, II)
III - contratualização de serviços de saúde segundo as normas e políticas específicas deste Ministério; (Ori-
gem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 4º, III)
IV - credenciamento/habilitação para a prestação de serviços de saúde; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 4º, IV)
V - elaboração e incorporação de protocolos de regulação que ordenam os fluxos assistenciais; (Origem:
PRT MS/GM 1559/2008, Art. 4º, V)
VI - supervisão e processamento da produção ambulatorial e hospitalar; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 4º, VI)
VII - Programação Pactuada e Integrada (PPI); (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 4º, VII)
VIII - avaliação analítica da produção; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 4º, VIII)
IX - avaliação de desempenho dos serviços e da gestão e de satisfação dos usuários (PNASS); (Origem:
PRT MS/GM 1559/2008, Art. 4º, IX)
X - avaliação das condições sanitárias dos estabelecimentos de saúde; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 4º, X)
XI - avaliação dos indicadores epidemiológicos e das ações e serviços de saúde nos estabelecimentos de
saúde; e (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 4º, XI)
XII - utilização de sistemas de informação que subsidiam os cadastros, a produção e a regulação do acesso.
(Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 4º, XII)
Art. 5º A Regulação do Acesso à Assistência efetivada pela disponibilização da alternativa assistencial mais
adequada à necessidade do cidadão por meio de atendimentos às urgências, consultas, leitos e outros que se
fizerem necessários contempla as seguintes ações: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 5º)
I - regulação médica da atenção pré-hospitalar e hospitalar às urgências; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 5º, I)
II - controle dos leitos disponíveis e das agendas de consultas e procedimentos especializados; (Origem:
PRT MS/GM 1559/2008, Art. 5º, II)
III - padronização das solicitações de procedimentos por meio dos protocolos assistenciais; e (Origem: PRT
MS/GM 1559/2008, Art. 5º, III)
IV - o estabelecimento de referências entre unidades de diferentes níveis de complexidade, de abrangên-
cia local, intermunicipal e interestadual, segundo fluxos e protocolos pactuados. A regulação das referências
intermunicipais é responsabilidade do gestor estadual, expressa na coordenação do processo de construção
da programação pactuada e integrada da atenção em saúde, do processo de regionalização, do desenho das
redes. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 5º, IV)
Art. 6º Os processos de trabalho que compõem a Regulação do Acesso à Assistência serão aprimorados ou
implantados de forma integrada, em todos as esferas de gestão do SUS, de acordo com as competências de
cada esfera de governo. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 6º)
§ 1º As áreas técnicas de regulação, controle e avaliação deverão construir conjuntamente as estratégias de
ação e de intervenção necessárias à implantação desta Política, dos processos de trabalho, bem como capta-

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
ção, análise e manutenção das informações geradas. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 6º, § 1º)
§ 2º As informações geradas pela área técnica da regulação do acesso servirão de base para o proces-
samento da produção, sendo condicionantes para o faturamento, de acordo com normalização específica da
União, dos Estados e dos Municípios. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 6º, § 2º)
§ 3º Os processos de autorização de procedimentos como a Autorização de Internação Hospitalar (AIH) e a
Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC) serão totalmente integrados às demais ações da
regulação do acesso, que fará o acompanhamento dos fluxos de referência e contrarreferência baseado nos
processos de programação assistencial. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 6º, § 3º)
§ 4º As autorizações para Tratamento Fora de Domicílio (TFD) serão definidas pela área técnica da regula-
ção do acesso. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 6º, § 4º)
Art. 7º A área técnica da regulação do acesso será estabelecida mediante estruturas denominadas Comple-
xos Reguladores, formados por unidades operacionais denominadas centrais de regulação, preferencialmente,
descentralizadas e com um nível central de coordenação e integração. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art.
7º)
Art. 8º As atribuições da regulação do acesso serão definidas em conformidade com sua organização e es-
truturação. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º)
§ 1º São atribuições da regulação do acesso: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, § 1º)
I - garantir o acesso aos serviços de saúde de forma adequada; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, §
1º, I)
II - garantir os princípios da equidade e da integralidade; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, § 1º, II)
III - fomentar o uso e a qualificação das informações dos cadastros de usuários, estabelecimentos e profis-
sionais de saúde; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, § 1º, III)
IV - elaborar, disseminar e implantar protocolos de regulação; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, §
1º, IV)
V - diagnosticar, adequar e orientar os fluxos da assistência; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, § 1º,
V)
VI - construir e viabilizar as grades de referência e contrarreferência; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art.
8º, § 1º, VI)
VII - capacitar de forma permanente as equipes que atuarão nas unidades de saúde; (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 8º, § 1º, VII)
VIII - subsidiar as ações de planejamento, controle, avaliação e auditoria em saúde; (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 8º, § 1º, VIII)
IX - subsidiar o processamento das informações de produção; e (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, §
1º, IX)
X - subsidiar a programação pactuada e integrada. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, § 1º, X)
§ 2º São atribuições do Complexo Regulador: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, § 2º)
I - fazer a gestão da ocupação de leitos e agendas das unidades de saúde; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 8º, § 2º, I)
II - absorver ou atuar de forma integrada aos processos autorizativos; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art.
8º, § 2º, II)
III - efetivar o controle dos limites físicos e financeiros; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, § 2º, III)
IV - estabelecer e executar critérios de classificação de risco; e (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, §
2º, IV)
V - executar a regulação médica do processo assistencial. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 8º, § 2º, V)

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
Art. 9º O Complexo Regulador é a estrutura que operacionaliza as ações da regulação do acesso, podendo
ter abrangência e estrutura pactuadas entre gestores, conforme os seguintes modelos: (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 9º)
I - Complexo Regulador Estadual: gestão e gerência da Secretaria de Estado da Saúde, regulando o acesso
às unidades de saúde sob gestão estadual e a referência interestadual e intermediando o acesso da popula-
ção referenciada às unidades de saúde sob gestão municipal, no âmbito do Estado; (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 9º, I)
II - Complexo Regulador Regional: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 9º, II)
a) gestão e gerência da Secretaria de Estado da Saúde, regulando o acesso às unidades de saúde sob ges-
tão estadual e intermediando o acesso da população referenciada às unidades de saúde sob gestão municipal,
no âmbito da região, e a referência interregional, no âmbito do Estado; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art.
9º, II, a)
b) gestão e gerência compartilhada entre a Secretaria de Estado da Saúde e as Secretarias Municipais de
Saúde que compõem a região, regulando o acesso da população própria e referenciada às unidades de saúde
sob gestão estadual e municipal, no âmbito da região, e a referência interregional, no âmbito do Estado; e (Ori-
gem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 9º, II, b)
III - Complexo Regulador Municipal: gestão e gerência da Secretaria Municipal de Saúde, regulando o aces-
so da população própria às unidades de saúde sob gestão municipal, no âmbito do Município, e garantindo o
acesso da população referenciada, conforme pactuação. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 9º, III)
§ 1º O Complexo Regulador será organizado em: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 9º, § 1º)
I - Central de Regulação de Consultas e Exames: regula o acesso a todos os procedimentos ambulatoriais,
incluindo terapias e cirurgias ambulatoriais; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 9º, § 1º, I)
II - Central de Regulação de Internações Hospitalares: regula o acesso aos leitos e aos procedimentos hos-
pitalares eletivos e, conforme organização local, o acesso aos leitos hospitalares de urgência; e (Origem: PRT
MS/GM 1559/2008, Art. 9º, § 1º, II)
III - Central de Regulação de Urgências: regula o atendimento pré-hospitalar de urgência e, conforme orga-
nização local, o acesso aos leitos hospitalares de urgência. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 9º, § 1º, III)
§ 2º A Central Estadual de Regulação da Alta Complexidade (CERAC) será integrada às centrais de regula-
ção de consultas e exames e internações hospitalares. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 9º, § 2º)
§ 3º A operacionalização do Complexo Regulador será realizada em conformidade com o disposto no Vo-
lume 6 da Série Pactos pela Saúde: Diretrizes para a Implantação de Complexos Reguladores, acessível na
íntegra na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs. (Origem: PRT MS/
GM 1559/2008, Art. 9º, § 3º)
Art. 10. Cabe à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal exercer, em seu âmbito administra-
tivo, as seguintes atividades: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10)
I - executar a regulação, o controle, a avaliação e a auditoria da prestação de serviços de saúde; (Origem:
PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, I)
II - definir, monitorar e avaliar a aplicação dos recursos financeiros; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art.
10, II)
III - elaborar estratégias para a contratualização de serviços de saúde; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 10, III)
IV - definir e implantar estratégias para cadastramento de usuários, profissionais e estabelecimentos de saú-
de; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, IV)
V - capacitar de forma permanente as equipes de regulação, controle e avaliação; e (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 10, V)
VI - elaborar, pactuar e adotar protocolos clínicos e de regulação. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10,
VI)

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
§ 1º Cabe à União: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 1º)
I - cooperar técnica e financeiramente com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal para a qualificação
das atividades de regulação, controle e avaliação; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 1º, I)
II - elaborar e fomentar estratégias de cadastramento de usuários, profissionais e estabelecimentos de saú-
de; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 1º, II)
III - definir e pactuar a política nacional de contratação de serviços de saúde; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 10, § 1º, III)
IV - elaborar, pactuar e manter as tabelas de procedimentos; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 1º,
IV)
V - apoiar tecnicamente os Estados, os Municípios e o Distrito Federal na implantação, implementação e na
operacionalização dos complexos reguladores; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 1º, V)
VI - operacionalizar a Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade - CNRAC nos termos do Anexo
1; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 1º, VI)
VII - apoiar e monitorar a implementação e a operacionalização das Centrais Estaduais de Regulação da Alta
Complexidade (CERAC); (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 1º, VII)
VIII - disponibilizar e apoiar a implantação, em todos os níveis de gestão do SUS, de sistemas de informação
que operacionalizem as ações de regulação, controle, avaliação, cadastramento e programação; e (Origem:
PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 1º, VIII)
IX - elaborar normas técnicas gerais e específicas, em âmbito nacional. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 10, § 1º, IX)
§ 2º Cabe aos Estados: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 2º)
I - cooperar tecnicamente com os Municípios e regiões para a qualificação das atividades de regulação, con-
trole e avaliação; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 2º, I)
II - compor e avaliar o desempenho das redes regionais de atenção à saúde; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 10, § 2º, II)
III - realizar e manter atualizado o Cadastro de Estabelecimentos e Profissionais de Saúde; (Origem: PRT
MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 2º, III)
IV - coordenar a elaboração de protocolos clínicos e de regulação, em conformidade com os protocolos na-
cionais; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 2º, IV)
V - operacionalizar o Complexo Regulador em âmbito estadual e/ou regional; (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 10, § 2º, V)
VI - operacionalizar a Central Estadual de Regulação da Alta Complexidade (CERAC); (Origem: PRT MS/
GM 1559/2008, Art. 10, § 2º, VI)
VII - estabelecer de forma pactuada e regulada as referências entre Estados; (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 10, § 2º, VII)
VIII - coordenar a elaboração e revisão periódica da programação pactuada e integrada intermunicipal e
interestadual; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 2º, VIII)
IX - avaliar as ações e os estabelecimentos de saúde, por meio de indicadores e padrões de conformida-
de, instituídos pelo Programa Nacional de Avaliação de Serviços de Saúde (PNASS); (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 10, § 2º, IX)
X - processar a produção dos estabelecimentos de saúde próprios, contratados e conveniados; (Origem:
PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 2º, X)
XI - contratualizar os prestadores de serviços de saúde; e (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 2º, XI)
XII - elaborar normas técnicas complementares às da esfera federal. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art.
10, § 2º, XII)

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
§ 3º Cabe aos Municípios: (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º)
I - operacionalizar o complexo regulador municipal e/ou participar em cogestão da operacionalização dos
Complexos Reguladores Regionais; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, I)
II - viabilizar o processo de regulação do acesso a partir da atenção básica, provendo capacitação, ordena-
ção de fluxo, aplicação de protocolos e informatização; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, II)
III - coordenar a elaboração de protocolos clínicos e de regulação, em conformidade com os protocolos es-
taduais e nacionais; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, III)
IV - regular a referência a ser realizada em outros Municípios, de acordo com a programação pactuada e
integrada, integrando-se aos fluxos regionais estabelecidos; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, IV)
V - garantir o acesso adequado à população referenciada, de acordo com a programação pactuada e inte-
grada; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, V)
VI - atuar de forma integrada à Central Estadual de Regulação da Alta Complexidade (CERAC); (Origem:
PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, VI)
VII - operar o Centro Regulador de Alta Complexidade Municipal conforme pactuação e atuar de forma in-
tegrada à Central Estadual de Regulação da Alta Complexidade (CERAC); (Origem: PRT MS/GM 1559/2008,
Art. 10, § 3º, VII)
VIII - realizar e manter atualizado o cadastro de usuários; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, VIII)
IX - realizar e manter atualizado o cadastro de estabelecimentos e profissionais de saúde; (Origem: PRT MS/
GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, IX)
X - participar da elaboração e revisão periódica da programação pactuada e integrada intermunicipal e inte-
restadual; (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, X)
XI - avaliar as ações e os estabelecimentos de saúde, por meio de indicadores e padrões de conformida-
de, instituídos pelo Programa Nacional de Avaliação de Serviços de Saúde (PNASS); (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 10, § 3º, XI)
XII - processar a produção dos estabelecimentos de saúde próprios, contratados e conveniados; (Origem:
PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º, XII)
XIII - contratualizar os prestadores de serviços de saúde; e (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 3º,
XIII)
XIV - elaborar normas técnicas complementares às das esferas estadual e federal. (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 10, § 3º, XIV)
§ 4º Cabe ao Distrito Federal executar as atividades contidas nos §§ 2º e 3º deste artigo, preservando suas
especificidades políticas e administrativas. (Origem: PRT MS/GM 1559/2008, Art. 10, § 4º)
Art. 11. A Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, adotará as providências necessárias à
plena aplicação da Política Nacional de Regulação do SUS, instituída por este Anexo. (Origem: PRT MS/GM
1559/2008, Art. 11)
ANEXO 1 DO ANEXO XXVI
CENTRAL NACIONAL DE REGULAÇÃO DE ALTA COMPLEXIDADE (CNRAC) (ORIGEM: PRT
MS/GM 2309/2001
Art. 1º Fica instituída, no âmbito da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), a Central Nacional de Regulação
de alta Complexidade (CNRAC), com o objetivo de coordenar a referência interestadual de pacientes que ne-
cessitem de assistência hospitalar de alta complexidade. (Origem: PRT MS/GM 2309/2001, Art. 1º)
Parágrafo Único. Os procedimentos da modalidade de assistência de que trata este Artigo são aqueles defi-
nidos na Portaria SAS/MS nº 968, de 11 de dezembro de 2002, que estabelece lista dos Procedimentos de Alta
Complexidade e Estratégicos do Sistema de Informações Ambulatoriais e Sistema de Informações Hospitalares
(SIA e SIH/SUS). (Origem: PRT MS/GM 2309/2001, Art. 1º, Parágrafo Único)
Art. 2º O Ministério da Saúde financiará os procedimentos objeto do art. 1º, com recursos do Fundo de Ações

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Estratégicas e Compensação (FAEC), por meio da Câmara Nacional de Compensação, não sendo onerados
os limites financeiros estabelecidos para os estados e municípios. (Origem: PRT MS/GM 2309/2001, Art. 2º)
Parágrafo Único. Os recursos utilizados atualmente, por estados e municípios com assistência hospitalar de
alta complexidade, de pacientes de outros estados, serão mantidos nos tetos estaduais podendo ser remaneja-
dos pelas Comissões Intergestores Bipartite dos estados. (Origem: PRT MS/GM 2309/2001, Art. 2º, Parágrafo
Único)
Art. 3º A Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) adotará as providências necessárias para a operacionaliza-
ção da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade, ora instituída. (Origem: PRT MS/GM 2309/2001,
Art. 3º)

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Aten-


ção Especializada. Regulação médica das urgências – Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, 2006. 126 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Da página 45 – 92 (exceção:
Transferências e transporte inter-hospitalar)

REGULAÇÃO MÉDICA DAS URGÊNCIAS


Módulo II
Os serviços de atendimento móvel de urgências — SAMU-192
Parte III
Serviço de atendimento móvel de erviço de atendimento móvel de urgências – SAMU - 192 rgências
– SAMU - 192
Conceituação de urgência
Conceito formal
Segundo o Conselho Federal de Medicina, em sua Resolução CFM n.° 1.451, de 10/3/1995 (CONSELHO
FEDERAL DE MEDICINA, 1995), temos:
Urgência: ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador neces-
sita de assistência médica imediata.
Emergência: constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida
ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato.
Conceito ampliado
Segundo Le Coutour, o conceito de urgência difere em função de quem a percebe ou sente:
Para os usuários e seus familiares, pode estar associada a uma ruptura de ordem do curso da vida. É do
imprevisto que tende a vir a urgência: “eu não posso esperar”.
Para o médico, a noção de urgência repousa não sobre a ruptura, mas sobre o tempo, relacionado com o
prognóstico vital em certo intervalo: “ele não pode esperar”.
Para as instituições, a urgência corresponde a uma perturbação de sua organização, é “o que não pode ser
previsto”.
No dicionário da língua portuguesa, lê-se que emergência é relativo a emergir, ou seja, alguma coisa que
não existia, ou que não era vista, e que passa a existir ou ser manifesta, representando, dessa forma, qualquer
queixa ou novo sintoma que um paciente passe a apresentar. Assim, tanto um acidente quanto uma virose res-
piratória, uma dor de dente ou uma hemorragia digestiva, podem ser consideradas emergências.
Este entendimento da emergência difere do conceito americano, que tem permanentemente infl uenciado
nossas mentes e entende que uma situação de “emergência” não pode esperar e tem de ser atendida com
rapidez, como incorporado pelo próprio CFM. Inversamente, de acordo com a nossa língua, urgência signifi
ca aquilo que não pode esperar (tanto que o Aurélio apresenta a expressão jurídica “urgência urgentíssima”).
Assim, devido ao grande número de julgamentos e dúvidas que esta ambivalência de terminologia suscita

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no meio médico e no sistema de saúde, optamos por não mais fazer este tipo de diferenciação. Passamos a
utilizar apenas o termo “urgência”, para todos os casos que necessitem de cuidados agudos, tratando de definir
o “grau de urgência”, a fi m de classifi cá-las em níveis, tomando como marco ético de avaliação o “imperativo
da necessidade humana”.
Avaliação multifatorial do grau de urgência
O grau de urgência é diretamente proporcional à gravidade, à quantidade de recursos necessários para
atender o caso e à pressão social presente na cena do atendimento e inversamente proporcional ao tempo
necessário para iniciar o tratamento.

Gravidade
É perfeitamente possível quantifi car a gravidade do caso pelo telefone, por meio de perguntas objetivas
dirigidas diretamente ao paciente ou à pessoa que ligou solicitando ajuda, utilizando uma semiologia que será
defi nida e abordada nos protocolos específi cos. Mais fácil ainda é quantifi car as urgências nas transferências
inter-hospitalares, quando o contato telefônico é feito diretamente entre médicos.
Tempo
Tratamos aqui de utilizar o conhecimento dos intervalos de tempo aceitáveis entre o início dos sintomas e o
início do tratamento. Quanto menor o tempo exigido, maior a urgência. Nas transferências inter-hospitalares,
com o atendimento inicial já realizado, esta avaliação deve ser mais cuidadosa, para evitar precipitações.
Atenção
Quanto maior for a necessidade de recursos envolvidos no atendimento inicial e no tratamento defi nitivo,
maior será a urgência. Este subfator é o que mais influi na decisão de transferir o paciente.
Valor Social
A pressão social que envolve o atendimento inicial pode muitas vezes justifi car o aumento do grau de ur-
gência de um caso simples. Este fator não pode ser negligenciado, pois muitas vezes uma comoção social no
local do atendimento pode dificultar a prestação de socorro. É de pouca infl uência, porém, nas transferências
inter-hospitalares.
Classificação das urgências em níveis
Com o objetivo de facilitar o estabelecimento de prioridades entre os diferentes casos de urgência, podemos
didaticamente classifi cá-las da seguinte forma:
Nível 1 : Emergência ou Urgência de prioridade absoluta
Casos em que haja risco imediato de vida e/ou a existência de risco de perda funcional grave, imediato ou
secundário.
Nível 2 : Urgência de prioridade moderada
Compreende os casos em que há necessidade de atendimento médico, não necessariamente de imediato,
mas dentro de poucas horas.
Nível 3 : Urgência de prioridade baixa
Casos em que há necessidade de uma avaliação médica, mas não há risco de vida ou de perda de funções,
podendo aguardar várias horas.
Nível 4 : Urgência de prioridade mínima
Compreendem as situações em que o médico regulador pode proceder a conselhos por telefone, orientar
sobre o uso de medicamentos, cuidados gerais e outros encaminhamentos.
“Conceito de Potencialidade”: Qualquer caso inicialmente classifi cado em um determinado nível pode mudar
sua colocação inicial, em função do tempo de evolução, tipo de transporte e outros fatores, sendo, portanto,

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necessário estimar a gravidade potencial para cada caso.
Antecedentes históricos
Quando falamos em SAMU, Serviço de Atendimento Móvel de Urgências, conforme o defi nimos aqui no Bra-
sil, no imaginário das pessoas surge, muitas vezes, o atendimento de uma urgência associado a uma ambulân-
cia. É essencial, no entanto, que a idéia do atendimento no local da ocorrência do agravo não seja dissociada
da forma como esta ação é desencadeada, ou seja, por meio de telefonema gratuito pelo número nacional do
pré-hospitalar móvel 192 a uma Central de Regulação, onde um profi ssional médico, com treinamento específi
co para tal, está na escuta, 24 horas por dia, acolhendo todos os pedidos de ajuda médica, julgando sua gra-
vidade, priorizando o conjunto de necessidades que acorrem à central e gerenciando o conjunto de recursos
disponíveis, de forma a oferecer a melhor resposta possível a cada demanda, sempre na perspectiva de ga-
rantia de acesso.
A idéia do atendimento fora do ambiente hospitalar – pré-hospitalar, por meio de deslocamento de equipe e
recursos materiais, tem sua origem em 1792, quando Dominique Larrey, cirurgião da Grande Armada de Napo-
leão utiliza uma “ambulância” (do latin Ambulare, que signifi ca deslocar) para levar atendimento precoce aos
acometidos em combate, já no próprio campo de batalha, observando que assim aumentavam suas chances de
sobrevida. Foi em Nova Iorque, porém, no final do século XIX que o atendimento externo à estrutura hospitalar
com a utilização de ambulâncias medicalizadas tomou corpo e daí retornou à Europa, onde foi implementado
pelos franceses, com a incorporação do conceito de regulação médica.
Assim, o conceito de regulação médica das urgências que utilizamos no Brasil tem sua origem no atendi-
mento pré-hospitalar francês, em que após mais de 50 anos de existência, em 1986, foi publicada uma lei go-
vernamental que defi niu os SAMU (Sistemas de Atenção Médica às Urgências), com Centros de Recepção e
Regulação das Chamadas – os Centros 15, localizados em serviços hospitalares, que coordenam os Serviços
Móveis de Urgência e Reanimação (SMUR). Os SAMU franceses têm como objetivo “responder com meios
exclusivamente médicos às situações de urgência”, com as seguintes missões: “garantir uma escuta médica
permanente; decidir e enviar, no menor prazo possível, a resposta mais adequada à natureza do chamado;
assegurar a disponibilidade dos recursos hospitalares públicos ou privados adaptados ao estado do paciente,
respeitando sua livre escolha e, preparar sua recepção; organizar o transporte para uma instituição pública ou
privada, solicitando para isto os serviços públicos ou privados de transporte sanitário; garantir a admissão do
paciente no hospital”.
A mesma lei estabelece que os “Centros 15” devem manter comunicação privilegiada com os centros de
operações do corpo de bombeiros — cujo número de acesso é o “18” — informando-se mutuamente, os dois
centros, do andamento das respectivas intervenções. A lei determina que o SAMU se responsabilize por ativi-
dades de ensino que possibilitem a capacitação e formação continuada das profissões médicas e outras ligadas
ao atendimento às emergências. Regulamenta, por fim, a regionalização do sistema, com a defi nição da lista
de unidades envolvidas no atendimento e sua respectiva atribuição.
Existe, porém, um outro modelo de atendimento pré-hospitalar móvel também muito difundido, o norte-ame-
ricano, que se baseia na atuação de profi ssionais intitulados paramédicos, que passam por um processo de
capacitação para o atendimento no local da ocorrência, existindo inclusive diferentes categorias de atuação e
respectiva carga horária de treinamento, sendo os profi ssionais de maior qualificação autorizados a realizar
procedimentos como intubação, punção de tórax e administração de medicamentos. Esta atuação se dá, em
geral, sem supervisão médica e sem regulação.
No Brasil, a discussão sobre o atendimento pré-hospitalar móvel começa a tomar corpo no início da década
de 90 com o estabelecimento de uma Cooperação Técnica e Científica Franco-Brasileira, mediada pelo Ministé-
rio da Saúde e o Ministério dos Assuntos Estrangeiros na França, iniciada pela Secretaria de Estado da Saúde
de São Paulo, com a concepção de modelo de atenção pré-hospitalar móvel centrada no médico regulador,
contando, porém, diferentemente do modelo francês, também com a participação de profi ssionais da enferma-
gem nas intervenções em casos de menor complexidade.
Também neste mesmo período e pela lacuna deixada pela área da Saúde no enfrentamento desta proble-
mática, os policiais militares dos corpos de bombeiros iniciam um processo de capacitação e atuação no atendi-
mento pré-hospitalar móvel, com base no modelo americano, criando o Resgate, inicialmente em Brasília, São
Paulo e, progressivamente, em outras capitais e grandes cidades do País.

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A estruturação inicial de alguns SAMUs, como o de Porto Alegre, do Vale do Ribeira e de Campinas, estimu-
lou a aglutinação de técnicos e a criação da Rede Brasileira de Cooperação em Emergências (RBCE), que a
partir de 1995 vem se organizando para promover uma ampla discussão em todo o Brasil sobre a atenção às
urgências e o que ela representa na organização de Sistemas de Saúde e no processo de construção do SUS.
Os trabalhos deste grupo subsidiaram de forma importante a divulgação desta nova forma de trabalho, e resul-
taram concretamente na elaboração e publicação da Resolução n.º 1.529/98 do Conselho Federal de Medicina
(1998) e, posteriormente, a institucionalização paulatina das bases técnicas e políticas propostas por estes
técnicos, com a publicação de uma série de portarias e a adoção da Política Nacional de Atenção às Urgências,
conforme já descrito no módulo I.
O que é o SAMU?
Os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), acolhem os pedidos de ajuda médica de cida-
dãos acometidos por agravos agudos à sua saúde, de natureza clínica, psiquiátrica, cirúrgica, traumática, obs-
tétrica e ginecológica, com acesso telefônico gratuito, pelo número nacional 192, de uso exclusivo das Centrais
de Regulação Médica de Urgências do SAMU, de acordo com Decreto da Presidência da República n.º 5.055,
de 27 de Abril de 2004 (BRASIL, 2004c). Após o acolhimento e identifi cação dos chamados, as solicitações
são julgadas pelo médico regulador que classifi ca o nível de urgência de cada uma e defi ne qual o recurso
necessário ao seu adequado atendimento, o que pode envolver desde um simples conselho médico até o envio
de uma Unidade de Suporte Avançado de Vida ao local ou, inclusive, o acionamento de outros meios de apoio,
se julgar necessário.
Após a avaliação no local, caso o paciente necessite de retaguarda, o mesmo será transportado de forma
segura, até aqueles serviços de saúde que possam melhor atender cada paciente naquele momento, respon-
dendo de forma resolutiva às suas necessidades e garantindo a continuidade da atenção inicialmente prestada
pelo SAMU. Por sua atuação, o SAMU constitui-se num importante elo entre os diferentes níveis de atenção
do Sistema.
Atribuições gerais do serviço
A atuação do médico regulador dá-se em várias dimensões, exercendo atividades técnicas, administrativas,
gerenciando confl itos e poderes, sempre no sentido de garantir acesso ao recurso mais adequado a cada ne-
cessidade e propiciando um adequado fl uxo de usuários na Rede de Atenção às Urgências.
As atribuições básicas da Central de Regulação Médica de Urgência são:
a - Regulação médica do sistema de urgência
• Regulação de todos os fl uxos de pacientes vítimas de agravos urgentes à saúde, do local onde ocorreram
até os diferentes serviços da rede regionalizada e hierarquizada, bem como dos fl uxos entre os serviços exis-
tentes no âmbito municipal e regional.
• Essa tarefa exige a apropriação dinâmica da situação real de todos os serviços de urgência do município,
de forma a permitir uma distribuição equânime dos pacientes entre eles e, inclusive, a permuta entre os diferen-
tes níveis de atenção, para sanar eventuais deficiências.
b - Cobertura de eventos de risco
• Cobertura de atividades esportivas, sociais, culturais diversas, por meio de apoio direto com equipe no local
ou a distância com garantia de canal prioritário de comunicação.
c - Cobertura a acidentes com múltiplas vítimas
• Regulação e atendimento local em situações de desastres, catástrofes ou acidentes com múltiplas vítimas
de diferentes portes;
• Participação na elaboração de planos de atendimento e realização de simulados com Defesa Civil, Bom-
beiros, Infraero e demais parceiros.
d - Capacitação de recursos humanos
• Participação na Política de Educação Permanente do SUS por intermédio dos Pólos de Educação Perma-
nente e da estruturação dos Núcleos de Educação em Urgência a eles integrados.
e - Ações educativas para a comunidade

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• Participação ativa na estruturação de palestras sobre primeiro atendimento a urgências para empresas,
escolas, creches, Conselhos de Saúde, instituições diversas e comunidade em geral;
• Participação no desenvolvimento de estratégias promocionais junto à comunidade, Segurança Pública,
Departamento de Trânsito, Educação, Cultura e outros setores;
• Produção de estudos epidemiológicos e massa crítica capacitada para intervir positivamente na incidência
de agravos à saúde.
Perfil e competências dos profissionais da equipe
a - Médico regulador
“Profissional que, com base nas informações colhidas dos usuários que acionam a Central de Regulação
Médica, é responsável pelo gerenciamento, defi nição e operacionalização dos meios disponíveis e necessários
para responder às solicitações, utilizando-se de protocolos técnicos e da faculdade de arbitrar sobre equipa-
mentos de saúde do sistema necessários ao adequado atendimento do paciente”.
Requisitos gerais: Equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; capacida-
de física e mental para a atividade; iniciativa e facilidade de comunicação; destreza manual e física para traba-
lhar em unidades móveis; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
no Capítulo VII, bem como para a recertifi cação periódica.
Habilitação: Médico com registro no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição, preferencialmente
com certifi cado de residência médica e/ou título de especialista em áreas correlatas às urgências.
Competências/Atribuições: Exercer a regulação médica do sistema; conhecer a rede de serviços da região;
manter uma visão global e permanentemente atualizada dos meios disponíveis para o atendimento pré-hospi-
talar e das portas de urgência, checando periodicamente sua capacidade operacional; recepção dos chamados
de auxílio, análise da demanda, classifi cação em prioridades de atendimento, seleção de meios para atendi-
mento (melhor resposta), acompanhamento do atendimento local, determinação do local de destino do pacien-
te, orientação telefônica; manter contato diário com os serviços médicos de emergência integrados ao sistema;
prestar assistência direta aos pacientes nas ambulâncias, quando indicado, realizando os atos médicos possí-
veis e necessários ao nível pré-hospitalar; exercer o controle operacional da equipe assistencial; fazer controle
de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à sua profi ssão; avaliar o desempenho da equipe e subsidiar
os responsáveis pelo programa de educação continuada do serviço; obedecer às normas técnicas vigentes no
serviço; preencher os documentos inerentes à atividade do médico regulador e de assistência pré-hospitalar;
garantir a continuidade da atenção médica ao paciente grave, até a sua recepção por outro médico nos serviços
de urgência; obedecer ao código de ética médica.
b - Telefonista auxiliar de regulação médica
Requisitos gerais: Maior de 18 anos; disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocontro-
le; disposição para cumprir ações orientadas; capacidade de manter sigilo profi ssional; capacidade de trabalhar
em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada conforme Portaria GM/MS n.º 2.048/02 (BRASIL,
2002a), bem como para a re-certifi cação periódica.
Competências/Atribuições: Atender solicitações telefônicas da população; anotar informações colhidas do
solicitante, segundo questionário próprio; prestar informações gerais ao solicitante; estabelecer contato radio-
fônico com ambulâncias e/ou veículos de atendimento pré-hospitalar; estabelecer contato com hospitais e ser-
viços de saúde de referência a fi m de colher dados e trocar informações; anotar dados e preencher planilhas e
formulários específi cos do serviço; obedecer aos protocolos de serviço; atender às determinações do médico
regulador.
c - Rádio-operador
“Profi ssional de nível básico habilitado a operar sistemas de radiocomunicação e realizar o controle opera-
cional de uma frota de ambulâncias, obedecendo aos padrões de capacitação previstos”.
Requisitos gerais: Maior de 18 anos; disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocon-
trole; disposição para cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-certifi cação periódica; capacidade de
trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação conforme Portaria GM/MS n.º 2.048/GM (BRASIL,
2002a), bem como para a re-certifi cação periódica.

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Competências: Operar o sistema de radiocomunicação e telefonia nas Centrais de Regulação; exercer o
controle operacional da frota de veículos do sistema de atendimento pré-hospitalar móvel; manter a equipe de
regulação atualizada a respeito da situação operacional de cada veículo da frota; conhecer a malha viária e as
principais vias de acesso de todo o território abrangido pelo serviço de atendimento pré-hospitalar móvel.
Ambulâncias e tripulação
Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao
transporte de enfermos.
As dimensões e outras especifi cações do veículo terrestre deverão obedecer às normas da ABNT – NBR
14561/2000, de julho de 2000 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2000).
As ambulâncias são classifi cadas em:
Tipo A — Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de pacientes
que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo. Tripulada por dois profi ssionais,
sendo um o motorista e o outro um técnico ou auxiliar de enfermagem.
Tipo B — Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes com
risco de vida conhecido e ao atendimento préhospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não clas-
sifi cado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de
destino. Tripulada por dois profi ssionais, sendo um o motorista e um técnico ou auxiliar de enfermagem.
Tipo C — Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências préhospitalares de pacientes vítimas
de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático
e em alturas). Tripulada por três profi ssionais militares, policiais rodoviários, bombeiros militares, e/ou outros
profi ssionais reconhecidos pelo gestor público, sendo um motorista e os outros dois profi ssionais com capaci-
tação e certifi cação em salvamento e suporte básico de vida.
Tipo D — Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes
de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados
médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função. Tripulada por
três profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um médico.
Tipo E — Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fi xa ou rotativa utilizada para transporte inter-
-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos
homologados pelo Departamento de Aviação Civil (DAC). O atendimento feito por aeronaves deve ser sempre
considerado como de suporte avançado de vida e:
• para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel primário não traumático e secundário, deve contar com
o piloto, um médico, e um enfermeiro;
• para o atendimento a urgências traumáticas em que sejam necessários procedimentos de salvamento, é
indispensável a presença de profi ssional capacitado para tal.
Tipo F — Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via
marítima ou fl uvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes confor-
me sua gravidade.
Tripulada por dois ou três profi ssionais, de acordo com o tipo de atendimento a ser realizado, contando com
o condutor da embarcação e um auxiliar/técnico de enfermagem em casos de suporte básico de vida, e um
médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida.
Veículos de Intervenção Rápida (VR) — estes veículos, também chamados de veículos leves, veículos rápi-
dos ou veículos de ligação médica são utilizados para transporte de médicos com equipamentos que possibili-
tam oferecer suporte avançado de vida nas ambulâncias do Tipo A, B, C e F.
Outros Veículos — veículos habituais adaptados para transporte de pacientes de baixo risco, sentados (ex.:
pacientes crônicos) que não se caracterizem como veículos tipo lotação (ônibus, peruas, etc.). Este transporte
só pode ser realizado com anuência médica.
Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica ou de enfermagem e que
nos cursos de graduação a atenção dada à área ainda é bastante insufi ciente, entende-se que os profi ssionais

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que venham a atuar como tripulantes dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel devam ser habilitados
pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo Regulamento Técnico presente na
Portaria GM/MS n.º 2.048/02 (BRASIL, 2002a), e cumpram o conteúdo curricular mínimo nele proposto, em seu
Capítulo VII. Estruturação das centrais SAMU - 192
Explicitaremos abaixo as especificações contidas na Portaria GM/MS n.º 2.657, de 16 de dezembro de 2004
(BRASIL, 2004a):
I – A sala de regulação médica deve ser estruturada de acordo com as seguintes diretrizes e características:
a) a sala de regulação deverá ser dimensionada levando-se em conta o tamanho da equipe e o número de
postos de trabalho, conforme recomendações técnicas desta Portaria, considerando que cada posto de traba-
lho utiliza 2m² de área, projetando-se, além disso, os espaços dos corredores de circulação e recuos, além das
portas e janelas;
b) acesso restrito aos profi ssionais que nela trabalham, exceto em situações de ensino com prévia aprova-
ção da coordenação;
c) isolamento acústico, iluminação e temperatura adequadas;
d) propiciar a integridade da conduta profi ssional, a imparcialidade no manejo dos casos e o sigilo ético-profi
ssional das informações;
e) sistema de telefonia com número sufi ciente de linhas disponíveis à população, número de aparelhos tele-
fônicos e equipamento de fax adequados aos postos de trabalho de médicos e auxiliares de regulação;
f) sistema de comunicação direta entre os rádio-operadores, as ambulâncias, suas bases operacionais e de
estabilização, outras unidades de saúde e outras centrais de regulação, bem como com outros atores direta-
mente relacionados aos atendimentos móveis, como o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, a Polícia Militar,
Operadoras Privadas de Serviços Móveis de Urgência e outros;
g) sistema de gravação digital contínua para registro de toda a comunicação efetuada por telefone e rádio,
com acesso protegido, permitido apenas às pessoas autorizadas pela coordenação do serviço; e
h) sistema de gestão informatizado para arquivamento dos registros gerados pela regulação.
II – Demais dependências do SAMU - 192:
a) sala de equipamentos: devido ao ruído emitido pelos equipamentos (servidores de rede, central telefônica,
no break e estabilizador), é recomendada a existência de uma área isolada, contígua à sala de regulação, onde
esses equipamentos serão instalados, de forma a não prejudicar o ambiente de trabalho, com área mínima de
4,5m²;
b) banheiros contíguos ou próximos da sala de regulação;
c) área de conforto e alimentação para a equipe;
d) área administrativa, com espaço para a coordenação e a equipe de apoio do serviço;
e) local para guarda de materiais e medicamentos controlados, conforme legislação em vigor;
f) área para esterilização de materiais, conforme normatização técnica da Anvisa/MS;
g) garagem para ambulâncias;
h) área adequada para lavagem, limpeza, desinfecção de materiais e das ambulâncias, respeitando as nor-
mas para o tratamento e escoamento da água utilizada;
i) sinalização adequada nas saídas das ambulâncias;
j) refeitório e cozinha;
l) banheiros com chuveiros;
m) alojamento para repouso das equipes; e
n) expurgo.
III – Bases Descentralizadas: a fi m de garantir tempo reposta de qualidade e racionalidade na utilização
dos recursos móveis nos SAMU regionais ou sediados em municípios de grande extensão territorial deverão

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existir bases operacionais descentralizadas, que funcionarão como postos avançados para as ambulâncias e
suas respectivas equipes. Para tal, essas bases deverão ter a configuração mínima para abrigo, alimentação
e conforto das equipes e estacionamento da(s) ambulância(s). Dependendo do seu tamanho e de sua locali-
zação, as bases deverão utilizar a infra-estrutura geral da sede ou, se necessário, montar os demais espaços
essenciais ao seu bom funcionamento, obedecidas as diretrizes gerais de infra-estrutura física estabelecidas
nesta Portaria.
Operacionalização das centrais SAMU - 192
A Portaria GM/MS n.º 2.657/04 (BRASIL, 2004a) também orienta sobre normas gerais de operacionalização
das Centrais de Regulação Médica de Urgências, explicitando as ferramentas essenciais ao seu bom funcio-
namento:
• mapas do município e região de cobertura do serviço, onde estejam localizados os serviços de saúde,
bases descentralizadas do SAMU, outras ambulâncias ou serviços de transporte, inclusive privados, Corpo de
Bombeiros, Polícia Rodoviária e outros;
• mapas do município e região de cobertura do serviço, com as estradas e principais vias de acesso, registro
de barreiras físicas e outros fatores que dificultem o acesso a cada local;
• listas de telefones de todos os serviços de saúde do município ou região, além de outros setores envolvidos
na assistência à comunidade;
• grades pactuadas, regionalizadas e hierarquizadas, com informações efetivas sobre a composição e a
capacidade operativa diária e horária da estrutura dos serviços, organizados em redes e linhas de atenção,
hierarquizados por complexidade de resposta técnica. Essas grades deverão ser mantidas atualizadas dia-
riamente, indicando e justifi cando se há impedimento de uso do potencial dos recursos, ocasião em que os
serviços comunicarão formalmente, por escrito, a alteração transitória de grade e, em caso de alteração defini-
tiva, deverão comunicar com antecedência adequada ao comitê gestor das urgências e ao gestor municipal ou
estadual competente;
• mecanismos de relacionamento direto com as centrais de regulação de leitos hospitalares, consultas am-
bulatoriais especializadas e serviços auxiliares de diagnóstico, quando estas existirem ou criação e utilização
de planilhas auxiliares com vagas/censos diários, etc.;
• diretrizes técnicas de regulação médica e de atendimentos de urgência;
• agenda de eventos;
• planos para manejo de situações complexas, envolvendo muitas pessoas afetadas, com perda ou não da
capacidade de resposta por setores públicos e privados encarregados (planos de desastre com protocolos in-
tegrados entre todos os agentes públicos e privados responsáveis); e
• manuais de normas e rotinas do serviço.
Parte IV
A regulação médica das urgências regulação médica das urgências
Quando tomamos a regulação das necessidades imediatas como referência, estamos considerando o seu
potencial organizador sobre o funcionamento geral do sistema e sua visibilidade junto aos usuários como mar-
cadoras de sucesso ou fracasso do SUS.
A Regulação Médica das Urgências, operacionalizada pelas Centrais de Regulação Médica de Urgências,
é um processo de trabalho por meio do qual se garante escuta permanente pelo médico regulador, com aco-
lhimento de todos os pedidos de ajuda que acorrem à central, bem como o estabelecimento de uma estimativa
inicial do grau da urgência de cada caso, desencadeando a resposta mais adequada e equânime a cada solici-
tação, monitorando continuamente a estimativa inicial do grau de urgência até a fi nalização do caso e assegu-
rando a disponibilidade dos meios necessários para a efetivação da resposta defi nitiva, de acordo com grades
de serviços previamente pactuadas, pautadas nos preceitos de regionalização e hierarquização do sistema.
É importante lembrar que, a fi m de garantir resposta efetiva às especifi cidades das demandas de urgência,
as grades de referência devem ser sufi cientemente detalhadas, explicitando quem são as unidades e levando
em conta quantidades, tipos e horários dos procedimentos ofertados, bem como a especialidade de cada ser-

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viço, com este todo organizado em redes e linhas de atenção, com a devida hierarquização, para fi ns de esta-
belecermos a identidade entre as necessidades dos pacientes atendidos pelo SAMU 192 e a oferta da atenção
necessária em cada momento.
As grades de atenção deverão mostrar, a cada instante, a condição de capacidade instalada do sistema
regionalizado e suas circunstâncias momentâneas.
Assim, deve haver um mecanismo informatizado ou outro qualquer, suficientemente ágil para a manutenção
dessa grade atualizada em tempo real, pois, qualquer alteração de oferta deverá implicar em novas pactuações
temporárias/ alternativas, a fi m de que não haja prejuízo ao atendimento dos chamados de urgência.
As Centrais SAMU - 192, de abrangência municipal, micro ou macrorregional, devem prever acesso a usuá-
rios, por intermédio do número público gratuito nacional 192, exclusivo para as urgências médicas, bem como
aos profi ssionais de saúde, em qualquer nível do sistema, funcionando como importante “porta de entrada” do
sistema de saúde.
Esta porta de entrada necessita, portanto, de “portas de saída” qualifi cadas e organizadas, que também
devem estar pactuadas e acessíveis, por meio das demais centrais do complexo regulador da atenção, garan-
tindo acesso, por intermédio das respectivas centrais ou unidades de trabalho, à rede básica de saúde, à rede
de serviços especializados (consultas médicas, exames subsidiários e procedimentos terapêuticos), à rede
hospitalar (internações em leitos gerais, especializados, de terapia intensiva e outros), assistência e transporte
social e outras que se façam necessárias.
Vale salientar que, nos casos em que a solicitação seja oriunda de um serviço de saúde que não possui a
hierarquia técnica requerida pelo caso, mesmo que o paciente já tenha recebido um atendimento inicial, consi-
deramos que este paciente ainda se encontra em situação de urgência e, nesse caso ele deverá ser adequa-
damente acolhido e priorizado pela Central de Regulação de Urgências, como se fosse um pedido oriundo de
domicílio ou via pública.
Por outro lado, se esse paciente já estiver fora da situação de urgência e precisar de outros recursos para a
adequada continuidade do tratamento (portas de saída), a solicitação deve ser redirecionada para outras cen-
trais do complexo regulador, como a central de leitos, central de exames, central de consultas especializadas
e outras, de acordo com a necessidade observada. Esses fluxos e atribuições dos vários níveis de atenção e
suas respectivas unidades de execução devem ser pactuados previamente, com o devido detalhamento nas
grades de oferta regionais.
As Centrais de Regulação de Urgências — Centrais SAMU - 192 — constituemse em “observatório privi-
legiado da saúde”, com capacidade de monitorar de forma dinâmica, sistematizada e em tempo real, todo o
funcionamento do Sistema de Saúde, devendo gerar informes regulares para a melhoria imediata e mediata do
sistema de atenção às urgências e da saúde em geral.
Os princípios constitucionais de respeito à dignidade da pessoa humana, de cidadania e de promoção do
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação,
devem presidir todas as ações da Regulação Médica das Urgências.
Regulamentação da regulação médica das urgências
A Portaria GM/MS n.º 2.048/02 (BRASIL, 2002a) defi ne que: Ao médico regulador devem ser oferecidos os
meios necessários, tanto de recursos humanos, como de equipamentos, para o bom exercício de sua função,
incluída toda a gama de respostas préhospitalares previstas nesta Portaria e portas de entrada de urgências
com hierarquia resolutiva previamente defi nida e pactuada, com atribuição formal de responsabilidades.
A portaria defi ne, ainda, atribuições, competências e diretrizes da regulação médica, sendo importante des-
tacar que, além da competência técnica, o médico regulador tem funções gestoras, devendo possuir delegação
direta dos gestores municipais e estaduais para acionar meios de assistência, de acordo com seu julgamento:
A competência técnica do médico regulador se sintetiza em sua capacidade de “julgar”, discernindo o grau
presumido de urgência e prioridade de cada caso, segundo as informações disponíveis, fazendo ainda o enlace
entre os diversos níveis assistenciais do sistema, visando dar a melhor resposta possível para as necessidades
dos pacientes.
[...] como a atividade do médico regulador envolve o exercício da telemedicina, impõe-se a gravação contí-
nua das comunicações, o correto preenchimento das fi chas médicas de regulação, das fi chas de atendimento

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médico e de enfermagem, e o seguimento de protocolos institucionais consensuados e normatizados que defi
nam os passos e as bases para a decisão do regulador. (BRASIL, 2002a).
Vale ressaltar, nesse momento, que o Conselho Federal de Medicina defi ne e disciplina a prestação de ser-
viços por meio da telemedicina em sua Resolução n.º 1.643/02 (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2002),
ponderando entre outras questões que:
• a despeito das conseqüências positivas da telemedicina existem muitos problemas éticos e legais decor-
rentes de sua utilização;
• a telemedicina deve contribuir para favorecer a relação individual médico-paciente;
• o médico tem liberdade e completa independência para decidir se utiliza ou não recomenda o uso da tele-
medicina para seu paciente, e que tal decisão deve basear-se apenas no benefício do paciente;
• o médico que exerce a medicina a distância, sem ver o paciente, deve avaliar cuidadosamente a infor-
mação que recebe, só pode emitir opiniões e recomendações ou tomar decisões médicas se a qualidade da
informação recebida for sufi ciente e pertinente para o cerne da questão.
E, após tais refl exões, resolve que:
• os serviços prestados por intermédio da telemedicina deverão ter a infra-estrutura tecnológica apropriada,
pertinentes e obedecer as normas técnicas do CFM pertinentes à guarda, manuseio, transmissão de dados,
confi dencialidade, privacidade e garantia do sigilo profi ssional.
• em caso de urgência, ou quando solicitado pelo médico responsável, o médico que emitir o laudo a distân-
cia poderá prestar o devido suporte diagnóstico e terapêutico.
• a responsabilidade profi ssional do atendimento cabe ao médico assistente do paciente. Os demais envol-
vidos responderão solidariamente na proporção em que contribuírem por eventual dano ao mesmo.
Ainda no texto da Portaria n.º 2.048/02 (BRASIL, 2002a), podemos ler que cabe ao médico regulador:
[...] tomar a decisão gestora sobre os meios disponíveis devendo possuir delegação direta dos gestores
municipais e estaduais para acionar tais meios, de acordo com seu julgamento.
Bem como:
[...] decidir os destinos hospitalares não aceitando a inexistência de leitos vagos como argumento para não
direcionar os pacientes para a melhor hierarquia disponível em termos de serviços de atenção de urgências, ou
seja, garantir o atendimento nas urgências, mesmo nas situações em que inexistam leitos vagos para a inter-
nação de pacientes (a chamada “vaga zero” para internação).
Deverá decidir o destino do paciente baseado na planilha de hierarquias pactuada e disponível para a região
e nas informações periodicamente atualizadas sobre as condições de atendimento nos serviços de urgência,
exercendo as prerrogativas de sua autoridade para alocar os pacientes dentro do sistema regional, comunican-
do sua decisão aos médicos assistentes das portas de urgência.
Em suma, o regulador deve responder como autoridade sanitária e lançar mão dos meios necessários para
garantir o adequado atendimento do paciente, após devidamente autorizado pelo gestor local a assim agir.
A gravação dos chamados dá respaldo a todos: solicitante, regulador e receptor, no sentido do registro cor-
reto e claro das informações, bem como da manutenção e observância de pactos e posturas éticas no trato dos
pacientes acometidos por urgências que, pela gravidade do caso, perdem o direito à escolha e são submetidos
a tratamentos cuja autorização a sociedade delegou ao médico. É por esta, entre outras razões, que este pa-
ciente deve ter garantido seu direito de acesso a um atendimento qualifi cado e adequado à sua necessidade.
Em virtude do aumento da violência e da privatização das estradas, surgiram no País, no eixo das grandes
cidades, inúmeros serviços privados de atendimento pré-hospitalar móvel. Sobre estes também legisla a Por-
taria GM/MS n.º 2.048/02 (BRASIL, 2002a), ao afi rmar que a empresa privada de atendimento pré-hospitalar:
[...] deve contar, obrigatoriamente, com Centrais de Regulação Médica, médicos reguladores e de interven-
ção, equipe de enfermagem e assistência técnica farmacêutica. Estas Centrais Reguladoras privadas devem
ser submetidas à regulação pública, sempre que suas ações ultrapassarem os limites estritos das instituições
particulares não conveniadas ao Sistema Único de Saúde - SUS, inclusive nos casos de medicalização de as-
sistência domiciliar não urgente.

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Para dirimir uma série de confl itos de poder observados na atenção pré-hospitalar móvel entre médicos
reguladores e comandos de bombeiros, a Portaria GM/MS n.º 2.048/02 (BRASIL, 2002a) deixa claro ainda que:
[...] Corpos de Bombeiros Militares (incluídas as Corporações de Bombeiros Independentes e as vinculadas
às Polícias Militares),
Polícias Rodoviárias e outras organizações da área da Segurança Pública deverão seguir os critérios e os fl
uxos defi nidos pela regulação médica das urgências do SUS, conforme os termos desta portaria.
A Portaria GM/MS n.º 2.657, de 16 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004a), que estabelece as atribuições
das centrais de regulação médica de urgências defi ne ainda:
Atribuições Gerais:
I - ser instância operacional onde se processa a função reguladora, em casos de urgências clínicas, pediá-
tricas, cirúrgicas, traumáticas, obstétricas e psiquiátricas;
II - ser polivalente na utilização dos recursos;
III - ser capaz de refl etir a relação entre a oferta disponível e as necessidades demandadas;
IV - subsidiar o planejamento das correções necessárias para adequar a relação acima mencionada, sempre
que se observar defi - ciência de oferta no exercício cotidiano da regulação médica das urgências;
V - articular ações harmonizadoras e ordenadoras buscando a resposta mais eqüitativa possível frente às
necessidades expressas e devidamente hierarquizadas;
VI - estar articulada com os Serviços de Controle, Avaliação, Auditoria e Vigilância em Saúde, permitindo a
utilização dos recursos do sistema de forma harmônica, de acordo com uma hierarquia de necessidades;
VII - nortear-se por pactos estabelecidos entre as instâncias gestoras do sistema e demais atores envolvidos
no processo assistencial;
VIII - facilitar a execução de programas e projetos estratégicos e prioritários de atenção à saúde, formula-
dos junto a instituições parceiras ou com missões semelhantes e aprovados pelo respectivo Comitê Gestor de
Atenção às Urgências;
IX - identifi car e divulgar os fatores condicionantes das situações e agravos de urgência atendidos, notifi
cando os diferentes setores envolvidos por intermédio do Comitê Gestor;
X - pactuar ações conjuntas com outros atores envolvidos na atenção integral às urgências, como a Defesa
Civil, o Corpo de Bombeiros, a Policia Militar, a Polícia Rodoviária, os Departamentos de Trânsito, as Conces-
sionárias de Rodovias, as Empresas Privadas de Transporte e Atendimento de Urgência, entre outros;
XI - avaliar permanentemente o desempenho das parcerias com os demais atores e notifi car o Comitê Ges-
tor de Urgências, fornecendo elementos para a implementação e otimização das ações conjuntas;
XII - participar da formulação dos Planos de Saúde, de Atenção Integral às Urgências e de Atenção a Even-
tos com Múltiplas Vítimas e Desastres, do município ou região de sua área de abrangência, fornecendo dados
epidemiológicos, contextualizando os agravos atendidos e identifi cando os fatores facilitadores e de estrangu-
lamento das ações. (BRASIL, 2004a).
Atribuições específicas
I - manter escuta médica permanente e qualificada para este fim, nas 24 horas do dia, todos os dias da se-
mana, pelo número gratuito nacional das urgências médicas: 192;
II - identifi car necessidades, por meio da utilização de metodologia adequada, e classifi car os pedidos de
socorro oriundos da população em geral, a partir de seus domicílios ou de vias e lugares públicos;
III - identificar, qualificar e classificar os pedidos de socorro oriundos de unidades de saúde, julgar sua perti-
nência e exercer a telemedicina sempre que necessário;
IV - discernir sobre a urgência, a gravidade e o risco de todas as solicitações;
V - hierarquizar necessidades;
VI - decidir sobre a resposta mais adequada para cada demanda;

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VII - garantir os meios necessários para a operacionalização de todas as respostas necessárias;
VIII - monitorar e orientar o atendimento feito pelas equipes de Suporte Básico e Suporte Avançado de Vida;
IX - providenciar os recursos auxiliares de diferentes naturezas necessários para complementar a assistên-
cia, sempre que necessário;
X - notifi car as unidades que irão receber pacientes, informando às equipes médicas receptoras as condi-
ções clínicas dos pacientes e possíveis recursos necessários;
XI - permear o ato médico de regular por um conceito ampliado de urgência, acolhendo a necessidade
expressa por cada cidadão, definindo para cada um a melhor resposta, não se limitando apenas a conceitos
médicos pré-estabelecidos ou protocolos disponíveis;
XII - constituir-se em “observatório privilegiado da saúde e do sistema”, com capacidade de monitorar de
forma dinâmica, sistematizada, e em tempo real, todo o seu funcionamento;
XIII - respeitar os preceitos constitucionais do País, a legislação do SUS, as leis do exercício profi ssional
médico, o Código de Ética Médica, bem como toda a legislação correlata existente. (BRASIL, 2004a).
Bases éticas
A ética é indispensável a todo profi ssional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O
fazer diz respeito à competência e à efi ciência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profi
ssão. O agir se refere à conduta do profi ssional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de
sua profi ssão.
Muitos autores defi nem ética profi ssional como um conjunto de normas de conduta que postas em prática
no exercício de qualquer profi ssão, têm uma ação “reguladora” sobre seu desempenho, induzindo o respeito a
seu semelhante quando no exercício da sua profi ssão.
A ética profi ssional, então, estudaria e regularia o relacionamento do profi ssional com sua clientela, visando
à dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto sociocultural em que exerce sua profi ssão. Ela
atinge todas as profi ssões e quando falamos de ética profi ssional estamos nos referindo ao caráter normativo
e até jurídico que regulamenta determinada profi ssão a partir de estatutos e códigos específi cos. Assim, temos
a ética médica, do advogado, do biólogo, etc.
Acontece que, em geral, as profi ssões apresentam a ética fi rmada em questões muito relevantes que ul-
trapassam o campo profi ssional em si. Questões como o aborto, pena de morte, seqüestros, eutanásia, aids,
por exemplo, são questões morais que se apresentam como problemas éticos – porque pedem uma refl exão
profunda – e, um profi ssional, ao se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um pensador,
um “fi lósofo da ciência”, ou seja, da profi ssão que exerce. Desta forma, a refl exão ética entra na moralidade
de qualquer atividade profi ssional humana.
Feitas estas considerações, ressaltamos a importância dos profi ssionais apropriarem-se dos respectivos
códigos de ética profi ssional, que no caso dos médicos está na Resolução CFM n.º 1.246, de 8 de janeiro de
1988 (BRASIL, 1988), organizado sob a forma de capítulos que tratam dos princípios fundamentais do exercício
da Medicina e também dos direitos e deveres dos médicos, responsabilidade profi ssional, direitos humanos,
relações com pacientes e familiares e entre médicos, além de temas específi cos como segredo médico, bole-
tim médico e outros.
Abaixo, alguns artigos do Código de Ética Médica (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 1988) que devem
orientar todos os profi ssionais que atuam no atendimento às urgências, seja no nível pré-hospitalar ou hospi-
talar da rede de atenção:
• O alvo de toda a atenção do médico e dos profi ssionais da saúde é a saúde do ser humano, em benefício
da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profi ssional.
• O médico e demais profi ssionais devem guardar absoluto respeito pela vida humana, atuando sempre em
benefício do paciente. Jamais utilizar seus conhecimentos para gerar sofrimento físico ou moral, para o exter-
mínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade.
• O médico e demais profi ssionais não podem, em qualquer circunstância ou sob qualquer pretexto, renun-
ciar à sua liberdade profi ssional, devendo evitar que quaisquer restrições ou imposições possam prejudicar a

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eficácia e correção de seu trabalho.
• O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivo de lucro, fi nalidade política ou
religiosa.
• O médico e demais profi ssionais devem manter sigilo quanto às informações confi denciais de que tiverem
conhecimento no desempenho de suas funções, salvo justa causa, dever legal ou autorização expressa do
paciente.
• O médico e demais profi ssionais devem empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões
dos serviços médicos e assumir sua parcela de responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sa-
nitária e à legislação referente à saúde.
• Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou instituição pública ou privada poderá limitar
a escolha por parte do médico dos meios a serem postos em prática para o estabelecimento do diagnóstico e
para a execução do tratamento, salvo quando em benefício do paciente.
• O médico investido em função de direção tem o dever de assegurar as condições mínimas para o desem-
penho ético-profi ssional da medicina.
• As relações do médico com os demais profi ssionais em exercício na área de saúde devem basear-se no
respeito mútuo, na liberdade e independência profi ssional de cada um, buscando sempre o interesse e o bem-
-estar do paciente.
O poder do médico vem do direito comum: ele necessita de regras éticas. Os médicos são dotados de regras
morais profi ssionais que lhes dão as indicações para que seus comportamentos estejam no sentido do bem,
originando-se nos mais velhos Códigos de Deontologia.
O médico tem o direito de fazer coisas interditadas aos outros. Normalmente o médico não presta cuida-
dos a não ser para aqueles que lhe solicitam e que estabelecem de fato um contrato tácito com ele, mas, em
situações de urgência, o médico se apossa do direito de realizar procedimentos que habitualmente não são
realizados sem a autorização prévia do paciente.
Nestas situações, o médico vai trabalhar sem um pedido e/ou sem a aceitação do paciente, que por sua
vez tem necessidade do atendimento e, em situações de múltiplas vítimas ou desastres, terá ainda que decidir
quais serão atendidos e quais serão relegados, o que pode parecer ou vir a ser monstruoso, caso o profi ssional
não esteja adequadamente habilitado para tal.
A sociedade delega ao médico este poder, que deve ser usado com todo critério, respeitando os princípios
éticos da profi ssão, bem como os princípios morais e legais da sociedade em que vivemos.
A regulação médica utiliza a idéia do acolhimento, avaliação e priorização dos casos existentes, buscando
garantir o atendimento por ordem de necessidade e não por ordem de chegada.
Todos os pacientes atendidos devem ter registro, segundo rotinas protocolares ético-legais. Está implicada a
veracidade dos dados e sigilo, ou seja, quem facilitar o manuseio do registro ou o conhecimento de dados por
pessoas não-outorgadas ao mesmo dever do sigilo, incorre em crime previsto no artigo 154 do Código Penal.
No atendimento pré-hospitalar móvel ocorre uma partilha do segredo e, com efeito, todos os atores envol-
vidos devem observar o segredo médico. Esta formulação concerne aos demais profi ssionais da equipe que
atuam no SAMU (telefonistas, rádio-operadores, enfermeiros, etc.), bem como aos bombeiros e outros profis-
sionais de segurança e salvamento que estejam envolvidos no atendimento.
A medicina de urgência pré-hospitalar móvel é uma nova área de atuação da saúde. Os diferentes aspectos
do seu exercício (regulação médica, intervenção extra-hospitalar, relação com o judiciário, polícia e imprensa)
devem ser amplamente discutidos.
Na II Jornada de Emergência Médica em Lisboa, em 7 de dezembro de 1990, foi aprovada, por unanimida-
de pelos participantes, uma Declaração sobre a Ética dos Serviços Médicos de Urgência (CONCLUSÕES...,
1990).
Ficou definido que os Sistemas de Ajuda Médica Urgente na Europa e no Mundo, devem obedecer aos prin-
cípios fundamentais dos Direitos do Homem: Declaração de Lisboa

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Autonomia e liberdade
Respeitar de forma absoluta a autonomia da pessoa humana, isto é, aumentar a autonomia do doente, res-
peitando a sua liberdade, mesmo em caso de urgência.
Os cuidados prestados pelos médicos devem trazer ao doente mais autonomia, quer no sentido físico, quer
no psicológico e social. Todo cidadão, ainda que doente, tem o direito ao respeito pela sua autonomia no sen-
tido da liberdade de escolha da sua terapêutica, mesmo quando mais vulnerável, ou seja, uma situação de ur-
gência médica. Os profi ssionais dos serviços de urgência devem respeitar este direito fundamental do doente e
aceitar que ele pode recusar os seus cuidados, mesmo quando estes são julgados indispensáveis do ponto de
vista técnico, ou mesmo avaliar que algum procedimento ou a utilização de alguma tecnologia possa, de fato,
prolongar a vida do paciente, mas tirando-lhe por completo a autonomia.
Benefício de todos
Oferecer o máximo de benefi cio de saúde, ou seja, fornecer o melhor atendimento visando à melhor quali-
dade de vida para o paciente e para os que o cercam.
O doente deve receber o maior benefi cio possível como conseqüência da melhor qualidade dos cuidados
prestados e ao mesmo tempo com o menor custo, mesmo em se tratando de situação de urgência. Por prin-
cipio, o Estado deve garantir a segurança dos cidadãos, o que implica a oferta de ajuda médica adequada. A
Saúde Pública e os profi ssionais de saúde devem assegurar real qualidade nos cuidados de urgência, em arti-
culação com as Unidades Hospitalares, Postos de Saúde, Serviços Móveis de Urgência, Unidades de Cuidados
Intensivos e outros serviços.
O Menor prejuízo possível
Produzir o menor prejuízo possível, isto como resultante de procedimentos impostos pela necessidade da
urgência.
A demora para o diagnóstico e tratamento são fatores de agravamento nas patologias agudas e em situ-
ações de risco, impondo à equipe de saúde uma organização de forma a evitar os prejuízos conseqüentes à
demora na intervenção.
Os procedimentos de urgência podem ser mais arriscados que os outros, dependendo particularmente da
decisão pessoal, mas sofrendo constrangimentos e restrições de recursos e de tempo. Os médicos e as autori-
dades sanitárias devem se preocupar em usar o mínimo possível as decisões pessoais, próprias da terapêutica
de urgência.
O principío de não prejuízo ao doente impõe ao médico a recusa em tratar sob pressão e condições precá-
rias os doentes que não tenham necessidade de cuidados médicos urgentes e a reorientá-los a utilizar outras
formas de cuidado disponíveis no sistema de saúde, sempre que possível.
Justiça, igualdade e solidariedade
Distribuir a atenção à coletividade com critério e justiça, prestando cuidados igualmente a todos os que deles
careçam.
A igualdade de direitos entre os cidadãos exige que se faça benefi ciar do máximo de cuidados de urgência
o maior número de doentes que deles tenham necessidade, com qualidade. Por esta razão, os médicos dos
serviços de urgência são responsáveis pela gestão econômica dos recursos de saúde, sem dúvida escassos
e caros.
Os médicos reguladores devem estabelecer prioridades, não podendo seguir o princípio habitual do aten-
dimento por ordem de chegada. Ao contrário, devem estabelecer, com justiça, as prioridades no atendimento.
Não havendo outros critérios técnicos de escolha, devem tratar primeiro aqueles que sofrem de patologias que
se agravem mais rapidamente e/ou pacientes que possam ser estabilizados ou curados no menor intervalo de
tempo e com a utilização de menos recursos.
Etapas da regulação médica
1.ª Etapa: Recepção do chamado
Orientações gerais para o recebimento de chamados telefônicos
• Atender o chamado ao primeiro toque do telefone;

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• Identifi car-se para o solicitante;
• Perguntar e registrar o nome do solicitante;
• Chamá-lo sempre pelo nome;
• Registrar as informações relativas ao chamado de acordo com roteiro próprio;
• Utilizar expressões simples, evitando termos técnicos e informações desnecessárias;
• Falar compassada e calmamente, com uma entonação de voz agradável;
• Procurar manter o controle da conversação desde o início. Na maioria das vezes, o solicitante estará an-
sioso para ter seu problema resolvido.
Ajude-o, calmamente, a se expressar;
• Orientar o solicitante de maneira clara e precisa, procurando obter sua colaboração;
• Lembrar que, usualmente, as primeiras informações/palavras proferidas pelo solicitante traduzem provavel-
mente os fatos mais fi dedignos relacionados ao agravo.
a - Localização do chamado
• O auxiliar de regulação faz a recepção inicial realizando a identifi cação do chamado, conforme orientação
acima;
• Na seqüência, considerando a possibilidade de desencadear atendimento in loco (não apenas uma infor-
mação), registra rapidamente o endereço detalhado do solicitante da forma mais precisa possível, incluindo
pontos de referência;
• Pode ser necessário solicitar que alguém aguarde em local próximo para encontrar com a ambulância;
• Tentar detectar alguma possibilidade de trote;
• Passar o caso imediatamente para o médico regulador.
O conjunto de dados referentes à solicitação de atendimento de responsabilidade do auxiliar de regulação
depende do protocolo do serviço, mas deverá contemplar as seguintes informações mínimas:
• Município;
• Data/horário;
• Número da chamada;
• Informações sobre o solicitante (nome e telefone);
• Motivo da chamada: informação, pedido de ajuda, pedido de transporte,outros;
• Trote, engano, desligou, outros;
• Orientação transmitida ao informante;
• Endereço e referenciais de localização.
b - Origem e natureza do solicitante
O auxiliar de regulação deve registrar a origem da solicitação:
• Domicílio;
• Via pública;
• Serviço de saúde;
• Outras.
E também a natureza do solicitante:
• Solicitantes leigos: Ex.: vítimas, familiares, transeuntes, vizinhos, etc.
• Solicitantes profi ssionais de áreas afi ns: bombeiros, policiais, profi ssionais de trânsito, etc.
• Solicitantes profi ssionais da saúde não médicos: enfermeiros, técnicos e auxiliares de saúde, farmacêuti-

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cos, psicólogos, odontólogos, etc.
• Solicitantes médicos: geralmente em serviços de saúde.
c - Identifi cação da gravidade do agravo
Esse acolhimento inicial é realizado pelo telefonista auxiliar de regulação médica e deve permitir inferir agra-
vos de maior gravidade antes mesmo de encaminhar a solicitação ao médico regulador. Essa avaliação tem
por objetivo identifi car sinais de alerta que sugerem, de imediato, situação de risco, de acordo com a natureza
do agravo e/ou a descrição do caso/cenário. Uma vez percebidos tais sinais, a solicitação deve ser priorizada e
transferida imediatamente ao médico regulador, caso haja outras solicitações em espera. Após a identifi cação,
o auxiliar de regulação deverá:
Se o paciente está inconsciente e/ou com difi culdade respiratória ou sem respirar, fi ca caracterizada situa-
ção de extrema urgência e o caso deve ser comunicado e repassado imediatamente ao médico regulador, após
registrar nome, telefone e endereço completo.
• Fornecer a informação solicitada, quando não se tratar de pedido de ajuda médica, registrando adequada-
mente o chamado e encerrando a solicitação;
• Encaminhar a solicitação ao médico regulador.
Todas as solicitações devem ser repassadas ao médico regulador.
O telefonista auxiliar de regulação pode encerrar o caso sem passar pela avaliação do médico regulador
apenas quando o chamado se resumir a um pedido de informação como: endereços de unidades de saúde,
telefones de outras centrais de atendimento à população ou outros chamados não relacionados a urgências
médicas.
2.ª Etapa: Abordagem do caso
a - Regulação médica
Após o registro do chamado e identifi cação do caso realizados pelo telefonista auxiliar de regulação, o
médico deve proceder à regulação médica da solicitação. A caracterização do caso, assim como a resposta
adequada à solicitação, dependem da habilidade do médico regulador em conduzir o interrogatório e julgar as
informações obtidas do solicitante. Para a condução deste interrogatório e tomada de decisão, o médico re-
gulador deve se valer de técnicas específi cas que serão detalhadas a seguir, podendo também se basear em
diretrizes técnicas e/ou protocolos de referência do serviço.
Conceitualmente, podemos considerar duas diferentes modalidades técnicas de interrogatório, dependendo
do tipo de atendimento a ser prestado pelo SAMU:
• Atendimento primário
Considerar como atendimento primário aquele prestado a pedido de ajuda advindo diretamente da popula-
ção, onde ainda não houve nenhuma intervenção de equipe de saúde sobre o cidadão acometido pela urgên-
cia. O médico regulador deverá proceder com interrogatório específi co e estabelecer diagnóstico sindrômico
no menor intervalo de tempo possível. Tentar fazer o solicitante relatar calma e sucintamente o ocorrido, para
presumir a gravidade do caso. A detecção do nível de urgência e o estabelecimento de um diagnóstico sindrô-
mico são feitos a partir do interrogatório via telefone.
Para abordagem dos casos a serem regulados, existe uma forma de semiologia médica a distância, desen-
volvida pelos franceses, que procede com a avaliação inicial do caso a partir de uma seqüência de perguntas,
investigando os sintomas e sinais a partir de expressões relatadas ou respostas fornecidas às nossas pergun-
tas pelos solicitantes ao telefone.
Este procedimento tem como objetivo chegar inicialmente a um Diagnóstico
Sindrômico que, antes mesmo do estabelecimento de uma hipótese diagnóstica, já permite a determinação
da gravidade do caso e pode justifi car o envio imediato de um suporte avançado, considerando a fórmula da
detecção do grau de urgência já apresentada (U= G*A*V*/T*). Para efeito de raciocínio, agrupamos os casos
urgentes de maior gravidade em três diferentes grupos sindrômicos:

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• Síndromes de “Valência Forte”
Situações em que o valor social é muito elevado. Ex.: “Presidente da República caiu na rampa do Congres-
so”. A “morte” pode ser uma urgência médica, mesmo que a gravidade seja nula, torna-se uma urgência pelo
valor social do evento.
• Síndromes de “Etiologia Potencialmente Grave”
Situações em que a causa indica uma gravidade muito elevada. Ex.: “Ele caiu do prédio”, “Ele foi baleado por
uma 12”, “Ele foi atropelado por um Scânia”, “Ela está parindo”, etc.
• Síndromes de “Semiologia Potencialmente Grave”
Situações em que os sinais e/ou sintomas informados pelo solicitante indicam gravidade elevada: Ex.: “Eu o
encontrei desmaiado”, “Está roxo”, “Não está respirando”, “Não está se mexendo”, etc.
Estas “Síndromes” são concebidas, então, a partir da forma como as queixas são apresentadas via telefone
pelo solicitante, portanto, não seguem inicialmente uma lógica de determinação imediata da patologia do pa-
ciente.
Estabelecimento do diagnóstico sindrômico
O chamado pode chegar ao médico regulador a partir de diferentes tipos de solicitantes e o relato dos fatos
pode se apresentar de diferentes formas. Algumas vezes o solicitante apresenta um conjunto de sinais isolados
que não constituem de imediato uma síndrome. Cabe ao regulador ouvir o solicitante e dirigir o interrogatório
a fi m de obter os dados que lhe possibilitem estabelecer o diagnóstico sindrômico ou mesmo chegar a uma
hipótese diagnóstica, embora esta última não seja indispensável para a tomada de decisão do regulador.
Para que o médico possa estabelecer um diagnóstico sindrômico a distância, é necessário que utilize téc-
nicas específi cas de interrogatório do solicitante, que lhe permitam pesquisar os sinais que irão compor a
síndrome.
Neste novo tipo de semiologia, a percepção do médico tradicionalmente construída por meio de seus pró-
prios sentidos é substituída pelos sentidos do informante, que serão interpretados pelo regulador a partir do
interrogatório.
Assim, por exemplo, um solicitante afl ito ao telefone diz ao médico regulador que seu familiar está “pas-
sando mal”. Esta é uma expressão freqüentemente utilizada pelo leigo que não permite ao médico o estabe-
lecimento de um diagnóstico sindrômico ou de uma hipótese diagnóstica. Pode se tratar desde um distúrbio
neuro-vegetativo ou uma hipoglicemia, até uma parada cardíaca, passando por uma enormidade de processos
patológicos. Caberá ao médico fazer uma série de questionamentos, investigando outros sinais que possibili-
tem o estabelecimento do diagnóstico sindrômico e/ou de uma hipótese diagnóstica.
Lembramos alguns sinais essenciais a serem pesquisados a fi m de estabelecer o diagnóstico sindrômico:
• pesquisar sobre a presença, ausência e qualidade dos movimentos respiratórios: para obter estas informa-
ções, em se tratando de solicitante leigo, poderá ser necessário orientá-lo sobre como proceder, por exemplo,
pedindo-lhe que observe se o peito (tórax) ou barriga do paciente se movimentam, se sai ar do seu nariz, etc.
Também pode ser útil a observação da coloração das pontas dos dedos, das unhas ou do lábio;
• pesquisar sobre a presença ou ausência de pulso: orientar a pesquisa de batimentos na região do pulso ou
pescoço, presença de sudorese e/ou temperatura da pele;
• pesquisar o nível de consciência: verifi car se o paciente responde ou não a estímulos verbais e/ou a estí-
mulos dolorosos, etc.
Tomemos um outro exemplo: um solicitante relata ao telefone que seu familiar está “desmaiado”. Tentaremos
então investigar alguns sinais, conforme fluxograma a seguir, perguntando ao solicitante se o paciente tem mo-
vimentos respiratórios, se é possível sentir seu pulso, se responde a estímulo doloroso, etc.
Caso todas as respostas sejam negativas: não se vêem movimentos respiratórios, não existe resposta à dor,
pode-se, a partir deste interrogatório, chegar à hipótese diagnóstica de parada cardiorrespiratória. Caso ainda
exista pulso, podemos estar diante de uma parada respiratória ou um coma. Exemplo:

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Paciente “desmaiado”
Consciência: Fala? Sonolento? Não responde a nada?
Respiração: presente, ausente, difícil.
Circulação: pulso presente/ausente, cor da pele (palidez, cianose), sudorese.
A análise dos sinais e sintomas referidos ou relatados pelo informante.
Análise de sinais
• Dados objetivos – tudo aquilo que é verifi cado no paciente, por meio dos sentidos do informante;
• Respiração (facilidade, difi culdade, ausência, ruídos);
• Cor da vítima (cianose, palidez);
• Movimentos (espontâneos, restritos, involuntários);
• Nível de consciência;
• Estado geral (bom, regular ou mal);
• Sudorese fria.
Análise de um sintoma
• Modo do aparecimento (súbito ou gradual);
• Intensidade (forte, fraco, moderado);
• Localização e irradiação da dor;
• Fatores desencadeantes e concomitantes.
B Queixa principal, história pregressa resumida: checar funções vitais – respiratórias, circulatórias, neuroló-
gicas.
C Evolução, tratamentos iniciados.
D Sexo, idade, antecedentes (tratamentos e hospitalizações anteriores). Casos de patologias traumáticas
• Tipo de acidente (trânsito, de trabalho, quedas, agressões interpessoais, etc.);
• Tempo decorrido entre o acidente e o chamado;
• Número de vítimas, gravidade aparente – mecanismo de trauma;
• Para cada vítima:
• Idade aproximada e sexo;
• Funções vitais (respiratórias, circulatórias, neurológicas);
- Ele se move?
- Está acordado ou não?
- Está falando?
- Como respira?
- Tem sangramento?
- Lesões principais (evidentes e suspeitas);
• Existência de vítimas encarceradas;
• Existência de riscos de incêndios, produtos químicos, etc.
Segue abaixo algumas questões específi cas para avaliação das principais patologias traumáticas:
Acidente de trânsito
• Tipo de acidente? (colisão, atropelamento, capotamento);

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• Vítima presa nas ferragens?
• Vítima ejetada do veículo?
• Morte de algum dos ocupantes do veículo?
Quedas
• Tipo de queda? (do mesmo nível, de nível diferente, altura da queda, superfície sobre a qual caiu).
Ferimentos por arma branca/ferimentos por arma de fogo
• Qual o tipo de arma?
• Presença de mais de um ferimento?
• Orifício de entrada e saída de projétil?
• Agressor ainda no local da ocorrência?
Agressão
• Houve briga?
• Agressão com socos?
• Qual foi o instrumento?
• Agressor ainda no local da ocorrência?
• Queimaduras
• Tipo de agente causador da queimadura? (calor, eletricidade, substâncias químicas)
• Regiões do corpo atingidas?
• Atingiu a face?
• Aspirou fumaça?
Desabamento/Soterramento
• Tipo de material precipitado sobre a vítima?
• Quantidade aproximada?
• Descrição da situação?
Outros traumatismos
• Tipo de traumatismo?
Atendimento secundário
Considerar como atendimento secundário aquele prestado a solicitações de ajuda, apoio, retaguarda ou
transferência oriundas de profi ssionais de saúde, equipes ou unidades de saúde de menor complexidade:
• A comunicação deve ser feita de médico para médico, exceto quando a unidade estiver sem este profi ssio-
nal no momento. O médico solicitante deve informar o seu nome, serviço e número do CRM.
• O médico regulador deve avaliar o motivo da solicitação e a sua pertinência. Caso haja pertinência ou justifi
cativa válida, deve defi nir o recurso mais adequado para o caso e o mais próximo possível do solicitante e, com
base nos dados obtidos, avaliar se há condições para efetuar a transferência com qualidade e segurança. Defi
nir e providenciar a ambulância adequada para cada caso.
• Caso não haja pertinência ou a justifi cativa não seja válida, o médico regulador orienta o solicitante sobre
como conduzir tecnicamente o caso ou como utilizar os recursos locais.
• Se já houver vaga destinada ao paciente, o regulador deverá confi rmar a informação com o serviço de
destino, checando o nome do médico responsável e o setor de internação. Onde existir central de leitos já ins-
talada, esse procedimento não será necessário.
• Com relação ao quadro do paciente: interrogar sucintamente sobre o problema apresentado, sinais vitais
(respiratório, circulatório, neurológico), lesões existentes, procedimentos e exames complementares realizados

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
e medicamentos utilizados.
ATENÇÃO:
Nos casos de atendimento secundário em que o paciente não tenha recebido os cuidados necessários para
resolver a urgência, o pedido deve ser encarado e priorizado da mesma forma que um atendimento primário,
devendo a resposta ser dada com a mesma presteza e prioridade que seria dada a uma solicitação advinda do
domicílio ou de via pública, utilizandose, para tal, inclusive do recurso da “vaga zero”, quando necessário
b - Rádio-operador
Responsável pela liberação das ambulâncias, após a decisão do médico regulador a respeito de qual tipo
deve ser liberado. A seguir, informa ao condutor o melhor itinerário para o deslocamento da mesma. Deve fazer
controle sobre a localização de todos os veículos da frota.
Recebe a informação do médico sobre a liberação da viatura.
3.ª Etapa: Decisão e acompanhamento
a - Decisão técnica/Resposta
A resposta à solicitação, com todas as suas conseqüências diretas, é de integral responsabilidade do médico
regulador.
O médico regulador deve avaliar a necessidade de intervenção, decidir sobre o recurso disponível mais ade-
quado a cada caso, levando em consideração: gravidade, tipo de recurso necessário, meios disponíveis, rela-
ção custo/benefício, avaliação tempo-distância, etc. Esta avaliação deve ser precisa e ordenar necessidades e
melhores recursos disponíveis. São várias as opções de resposta, associadas ou não:
• Conselho médico ou orientação técnica a um colega médico;
• Remoções simples (ambulâncias de transporte);
• Atendimentos de suporte básico de vida por profi ssionais da saúde (ambulâncias ou ambulanchas de su-
porte básico);
• Atendimento de suporte básico de vida por profi ssionais bombeiros ou outros socorristas (viaturas de res-
gate);
• Atendimentos médicos terrestres (ambulâncias de suporte avançado);
• Atendimentos médicos aéreos (aeronaves de resgate aeromédico);
• Atendimentos médicos pluviais (ambulanchas);
• Acionamento de múltiplos recursos;
• Acompanhamento, sempre que a resposta for o deslocamento da equipe para atendimento in loco e/ou
transporte.
Orientações gerais
• A regulação de solicitações advindas de serviços que não dispõem de recursos físicos e humanos compa-
tíveis com a demanda que pode lhes acorrer espontaneamente é bastante difícil e deve ser mais cuidadosa,
considerando os recursos do solicitante, dos demais serviços da grade e o próprioSAMU, sem desconsiderar a
gravidade e o nível de urgência de cada caso.
• Nos casos em que exista dúvida quanto ao recurso necessário, sempre deve ser disponibilizado o de maior
complexidade possível.
• Nos casos de explícita falta de recursos, gerando as indesejáveis “filas ou longos tempos de espera” o mé-
dico regulador deverá constantemente reavaliar o conjunto dos casos pendentes e proceder a repriorizações,
tantas vezes quantas forem necessárias, não se esquecendo de monitorizar a solicitação por meio de contatos
sucessivos com os solicitantes, informando-os sobre as difi culdades e orientando quanto ao tempo previsto de
espera.
• As situações de insufi ciência de recursos devem ser devidamente registradas e encaminhadas sistemati-
camente ao Diretor Clínico do SAMU que procederá com relatório mensal à coordenação do serviço, salientan-

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
do as intercorrências que necessitem de intervenção em curto prazo.
• Nos casos em que não houver USA disponível, ou se existir dúvida em enviar ou não a UTI, deve ser en-
viada uma USB ou USB medicalizada (USB saindo da base acompanhada de médico). O uso concomitante do
VR pode ser uma alternativa.
• Nos casos com indicação de USA a liberação deve ser imediata, visando ao menor tempo-resposta. O mé-
dico do SAMU ao chegar ao local informará ao regulador o real quadro clínico do paciente e, em função destes
dados, o médico regulador tomará sua decisão e fará contato com o serviço adequado. Enquanto isto, a USA
já deverá se dirigir ao destino.
• Nos casos de urgência extrema, por gravidade, valência social elevada ou múltiplas vítimas, podem ser
liberadas quantas ambulâncias forem necessárias.
• O médico regulador deve monitorar sistematicamente a equipe no local da ocorrência e prontifi car-se ime-
diatamente a enviar apoio sempre que solicitado, lembrando-se que às vezes, por várias razões, não é possível
o fornecimento de justifi cativas detalhadas.
• Em situações de risco iminente a equipe deve sair do local com a vítima e encontrar com o apoio no cami-
nho.
• Alguns critérios para deflagrar atendimento médico in loco:
Durante o processo de regulação dos chamados telefônicos, cabe ao médico regulador identifi car as situa-
ções que caracterizam a necessidade de intervenção medicalizada no local da ocorrência do agravo:
• Paciente inconsciente;
• Paciente com insufi ciência respiratória grave;
• Paciente com suspeita de Infarto Agudo do Miocárdio;
• Paciente com suspeita de Acidente Vascular Cerebral;
• Paciente com intensa agitação psicomotora;
• Paciente com suspeita de Estado de Mal Epiléptico;
• Suspeita de parada cardiorrespiratória;
• Ferimento por arma branca ou de fogo atingindo cabeça, pescoço, face, tórax, abdome, ou com sangra-
mento importante;
• Paciente com grande área corporal queimada ou queimadura de vias aéreas;
• Eventos com mais de cinco pacientes;
• Colisão de veículos com paciente preso em ferragens;
• Colisão de veículos com paciente ejetado;
• Colisão de veículos com morte de um dos ocupantes;
• Acidente com veículo em alta velocidade – rodovia;
• Queda de altura de mais de cinco metros;
• Trabalho de parto evidente.
Nos casos em que é enviada uma ambulância de suporte básico de vida, após a chegada da equipe ao local
da ocorrência, e recebidas as primeiras informações sobre a situação, os achados abaixo determinam a neces-
sidade de atendimento médico no local da ocorrência:
• Solicitação do profi ssional da ambulância, em virtude de difi culdades técnicas no atendimento ao paciente;
• Paciente com pressão sistólica abaixo de 100mmHg, com evidências de hipoperfusão periférica;
• Paciente com freqüência respiratória inferior a 10 ou superior a 40 movimentos por minuto ou difi culdade
respiratória não controlada com manutenção de vias aéreas;
• Escala de coma com resultado igual ou menor que 8;

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• Escala de trauma com resultado inferior a 9;
• Comprometimento de vias aéreas e ventilação: trauma de face, pescoço, traumatismos severos do tórax;
• Ferimentos penetrantes da cabeça, pescoço, tórax, abdome, região inguinal;
• Evidência de trauma raquimedular;
• Amputação parcial ou completa de membros;
• Trauma de extremidade com comprometimento vásculo-nervoso;
• Queimaduras com acometimento extenso da superfície corporal ou das vias aéreas.
Orientar o solicitante sobre como proceder até a chegada da equipe, indicando e explicando as ações prin-
cipais a serem realizadas. Dentro das possibilidades, pedir ajuda para outras pessoas, se necessário. Outras
orientações:
• Não movimentar o paciente, a não ser em casos imperiosos (risco de incêndio, desabamento, explosão,
etc.);
• Controlar sangramento externo;
• Eliminar fatores de risco (fogo, substâncias desconhecidas, sinalizar o acidente, etc.);
• Observar condições de segurança do local, relatando os riscos observados.
Sobre a intervenção:
• Registrar todo o atendimento;
• Monitorar liberação da ambulância na base ou em trânsito, checar acionamento da equipe e chegada com
os respectivos tempos-resposta;
• Informar à equipe que vai fazer o atendimento tudo que conhecer da situação;
• Monitorização do atendimento no local da ocorrência: recebimento do caso pela equipe do local, reavalia-
ção, conduta/orientação à equipe;
• Monitorização do caso durante o transporte: acompanhamento do transporte, evolução, intercorrências,
chegada e recepção do paciente ao destino, liberação da viatura;
• Definir a resposta/tipo de serviço receptor, em função da necessidade do doente/complexidade do caso e
hierarquia do sistema: unidade de pronto atendimento, serviço hospitalar, outros.
O médico regulador deve manter o controle do atendimento e registrar os dados repassados por profi ssio-
nais no local da ocorrência:
• Tipo de ocorrência confi rmada pelo profi ssional da ambulância;
• Descrição dos pacientes com sexo, idade, dados vitais (pressão arterial, pulso, freqüência respiratória sa-
turação de oxigênio, temperatura);
• Número de pessoas envolvidas;
• O motivo do não atendimento se for o caso;
• Escala de coma, escala de trauma/principais lesões;
• Destino e orientações transmitidas ao local para onde foi encaminhado o paciente;
• Identifi cação do médico regulador.
• Condutas em algumas situações problema
Paciente em óbito no local da ocorrência:
• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da ambulância quando houver suspeita
de óbito do paciente no local da ocorrência;
• Havendo suspeita de crime, a equipe deverá preservar as evidências, não removendo o corpo e mantendo
intacta a cena;

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
• A equipe deverá permanecer no local da ocorrência até a chegada de autoridade policial competente, salvo
orientação contrária do médico regulador;
• Registrar o óbito do paciente em campo próprio do relatório;
• Em algumas localidades onde não existe Serviço de Verifi cação de Óbito (SVO), pode acontecer, com re-
lativa freqüência que familiares, conscientes da difi culdade para obter o Atestado de Óbito, recorram ao SAMU,
prestando informações distorcidas, a fi m de que a equipe de suporte avançado vá ao local e, assim, o médico
forneça o atestado. Se isso ocorrer, o fato deve ser discutido no Comitê Gestor de Urgências e alternativas
devem ser buscadas, para evitar esse tipo de ocorrência.
Paciente terminal:
• Uma outra situação que pode ser de difícil enfrentamento diz respeito a solicitações advindas de familiares
de pacientes com doenças graves e em estado terminal, onde técnicas de ressuscitação possam ser recusa-
das ou exigidas pela família. Cada caso deverá ser criteriosamente avaliado e a decisão do médico deverá ser
tomada de acordo com as diretrizes éticas já discutidas nesse manual.
Paciente com menos de 18 anos:
• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da ambulância quando houver atendi-
mento a paciente menor de idade desacompanhado;
• Se possível, solicitar que vizinhos acompanhem o paciente até o hospital, registrando nome, endereço e
telefone. Caso contrário, informar vizinhos do destino que será dado ao paciente;
• Comunicar o Conselho Tutelar.
Paciente sem condições de decidir, acompanhado de criança ou menor de idade (<18 anos):
• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da ambulância quando houver atendi-
mento a paciente sem condições de decidir, acompanhado de menor de idade;
• A equipe deverá se possível, indagar se algum parente ou vizinho pode se responsabilizar pelo menor,
registrando o nome e endereço desse responsável;
• Caso contrário, conduzir a criança ao hospital de destino do paciente, registrando o nome e cargo do fun-
cionário que assume a responsabilidade pelo menor no hospital;
• Comunicar o Conselho Tutelar.
Paciente que recusa atendimento:
• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da ambulância quando o paciente re-
cusa atendimento;
• A equipe deverá identifi car situações de risco de vida imediato: comprometimento de vias aéreas e respi-
ração, sangramento abundante;
• Identifi car alterações de comportamento que indiquem que o paciente se encontra prejudicado em sua
capacidade de decisão: alterações do nível de consciência, intoxicação etílica ou por drogas. Conversar com o
paciente e tranqüilizá-lo, esclarecendo-o a respeito da necessidade do atendimento;
• Na persistência da recusa, solicitar ao próprio paciente ou a alguma testemunha, que assine em campo
específi co para esse fi m.
Outros médicos no local da ocorrência:
• A presença, no local da ocorrência, de médicos que se prontifi quem a prestar atendimento ao solicitante e
que não sejam plantonistas do SAMU, é considerada intervenção médica externa; o profi ssional da ambulância
deve registrar este fato no campo de Observações da fi cha, anotando nome e CRM do médico, e solicitar ao
profi ssional que registre sua intervenção no verso da mesma;
• O fato será imediatamente comunicado ao Médico Regulador e, idealmente, os dois médicos devem man-
ter contato via rádio para a troca de informações relativas à situação do paciente;
• A equipe deve seguir as orientações desse médico conforme consenso do médico regulador;

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• Qualquer dúvida quanto à conduta tomada pelo médico que está assistindo o paciente no local deve ser
informada ao médico regulador, para que o mesmo faça contato com o profi ssional que está intervindo no local.
Ordens contrárias de bombeiros, policiais e outras autoridades presentes no local da ocorrência:
• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da ambulância quando houver determi-
nações emanadas por bombeiros, policiais ou outras autoridades presentes ao local da ocorrência, contrárias
às estabelecidas nas rotinas operacionais ou protocolos assistenciais do SAMU;
• A equipe deverá imediatamente esclarecer que essas ordens ferem tais regulamentos;
• O Médico regulador deve orientar a equipe quanto à conduta a ser seguida;
• A equipe deverá encaminhar, por escrito, relatório do incidente à central de regulação do SAMU - 192;
Liberação de paciente no local da ocorrência:
• A liberação de pacientes/vítimas no próprio local da ocorrência é de competência exclusiva do Médico Re-
gulador, após tomar conhecimento de suas lesões e sinais vitais. Caso o médico do SAMU presente no local
decida por esta conduta, deve contar com o aval e a concordância do médico regulador.
Vítima em óbito durante o transporte:
• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da ambulância quando houver o óbito
do paciente durante o transporte;
• O destino do corpo será determinado pelo Médico Regulador;
• O óbito de paciente durante o transporte deverá ser registrado em campo específi co para esse fi m.
b - Decisão gestora
Neste momento, é fundamental a utilização das ferramentas de regulação, como:
• Mapas do município;
• Grades de pactuação;
• Todos telefones das instituições de saúde;
• Protocolos de regulação, manuais de Rotinas do Serviço;
• Impressos para registro;
• Censos diários das condições de atendimento das unidades da grade de referência;
• Censos dinâmicos de recursos externos (situação dos serviços receptores);
• Grades diárias de recursos internos (equipe, ambulâncias e equipamentos);
• Planos de catástrofe.
Procedimentos que envolvem a decisão gestora:
• Defi nir, de acordo com a necessidade de cada caso, observando a complexidade e disponibilidade, o ser-
viço de destino do paciente, considerando a grade de regionalização e hierarquização pactuada;
• Comunicar à equipe, no local da ocorrência, o destino do paciente;
• Acionar serviço receptor informando o médico responsável da unidade sobre as condições do paciente;
• Comunicar e orientar o solicitante;
Adaptação dos meios
• Realização de “permutas“ ou acionamento de múltiplos meios, redirecionamento e otimização de recursos
dispersos quando necessário;
• Pactuar com o hospital os casos de recebimento única e exclusivamente para realização de exames com
segundo transporte posterior;
• Prever suporte logístico;

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
Registro de informações
As fi chas de regulação e as fi chas de atendimento são documentos equivalentes aos prontuários médi-
cos de qualquer serviço de saúde. Portanto devem ser preenchidas de maneira completa e legível. Além dos
objetivos internos de registro de dados, estas informações podem ser solicitadas para fi ns judiciais. Quando
devidamente preenchidos estes documentos servem, inclusive, de proteção aos envolvidos no atendimento.
A Portaria GM/MS N.º 2.657/04 (BRASIL, 2004a) defi ne as “Normas Gerais e Fluxos da Regulação”, con-
forme listamos a seguir:
• A Central de Regulação Médica de Urgências deve ser acessada pelo número gratuito nacionalmente de-
signado para o Atendimento Pré-Hospitalar Móvel 192, admitindo-se outro número exclusivo e gratuito apenas
em locais onde haja impedimento técnico da área de comunicações para sua utilização;
• Seu funcionamento deve ser ininterrupto, contando com, pelo menos um médico regulador e correspon-
dentes TARM/RO de plantão presencial na sala de regulação, nas 24 horas, todos os dias, incluindo sábados,
domingos e feriados;
• Todo chamado deve ser atendido pelo telefonista auxiliar de regulação médica e, após a devida identifi
cação e localização do solicitante, ser repassado ao médico regulador;
• Nos trotes ou enganos, o chamado deverá ser registrado, mas não contabilizado como “caso” e a ligação
podem ser encerrados sem a interveniência do médico regulador;
• O telefonista auxiliar de regulação médica deverá ser treinado e devidamente instrumentalizado para aten-
der aos pedidos de informação que acorrerem à central;
• Nos chamados em que o solicitante necessite apenas de informação que não caracterize pedido de socorro
de urgência, o telefonista auxiliar de regulação médica está autorizado a fornecer a informação, se ela estiver
disponível em suas ferramentas de trabalho e encerrar a solicitação, sem a interveniência do médico regulador.
Caso não possua a informação, deverá repassar o chamado ao médico regulador, para que ele dê a melhor
orientação possível ao solicitante;
• O médico regulador, ao receber o caso, deverá, num curto espaço de tempo (de 30 segundos a 1 minuto),
por meio da utilização de técnicas específi cas para este fi m, julgar a gravidade de cada caso e, em se tratan-
do de situação crítica, deverá desencadear imediatamente a melhor resposta, acionando, inclusive, múltiplos
meios, sempre que necessário, podendo, em seguida, concluir o detalhamento do caso;
• Nos casos de menor gravidade, o médico poderá optar inclusive pelo não envio de equipe ao local, orien-
tando o solicitante sobre como proceder em relação à queixa relatada;
• Nos casos de simples orientação, o médico regulador deve colocar-se à disposição do solicitante para no-
vas orientações, caso haja qualquer mudança em relação ao quadro relatado na primeira solicitação;
• Caso o médico regulador opte pelo envio de equipe de suporte básico ou avançado de vida ao local, deve
monitorar todo seu deslocamento e receber o relato do caso quando a equipe lá chegar, confi rmando ou alte-
rando a gravidade estimada inicialmente;
• Após essa reavaliação, o médico regulador deverá tomar uma segunda decisão a respeito da necessidade
do paciente, defi nindo inclusive para qual unidade de saúde o paciente deve ser transportado, se for o caso;
• Se o paciente for transportado, cabe ao médico regulador monitorar e acompanhar todo o atendimento
prestado no trajeto;
• O médico regulador deve estabelecer contato com o médico do serviço receptor, repassando a ele as in-
formações técnicas sobre cada caso, para que a equipe local possa preparar-se para receber o paciente da
melhor maneira possível;
• Naquelas situações de atendimento médico no pré-hospitalar móvel, sempre que possível e com conheci-
mento e autorização do médico regulador, o médico assistente deverá manter-se em contato direto com o mé-
dico assistente do serviço de destino defi nido pela regulação, para repasse das informações sobre o paciente,
a fi m de instrumentalizar a organização da melhor recepção possível para os casos graves;
• Após o adequado recebimento do paciente no serviço determinado, o médico regulador poderá considerar
o caso encerrado; e

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
• O rádio operador deve acompanhar a movimentação dos veículos do SAMU, durante todas as etapas da
regulação acima mencionadas.
Recursos humanos necessários para a central de regulação médica
Embora a Portaria GM/MS n.º 2.657/04 (BRASIL, 2004a) não tenha defi nido a quantidade de Postos de
Trabalho necessários ao bom funcionamento da Central de Regulação Médica de Urgências — Central SAMU
- 192, determinando o número de Telefonistas Auxiliares de Regulação Médica — TARM que possa garantir o
pronto atendimento dos chamados telefônicos, a quantidade sufi ciente de Médicos Reguladores (MR) por plan-
tão para a imediata regulação dos pedidos de socorro e o total de Rádio-Operadores (RO) necessários para o
adequado controle da movimentação da frota, apresentamos abaixo um quadro de Recursos Humanos que foi
debatido e elaborado por um conjunto qualifi cado de profi ssionais da área, durante o ano de 2004.

Padrões para a cobertura de populações até 700.000 habitantes:


• 1 MR para cada 350.000 ou fração acima;
• 1,5 TARM para cada MR;
• 1 RO para cada 1.500.000 de habitantes ou fração acima de 750.000;
• A configuração mínima das centrais será de 2 TARM’s, 1 MR e 1 Rádio Operador, exceto para populações
até 350.000 habitantes, onde o RO pode ser opcional, sendo sua função exercida pelo TARM.
Padrões para a cobertura de populações de 700.000 a 1.500.000 habitantes:
• 1 MR para cada 700.000 habitantes ou fração acima de 350.000;
• 1,5 TARM para cada médico regulador;
• 1 RO para cada 1.500.000 de habitantes ou fração acima de 750.000.
Padrões para a cobertura de populações de 1.500.000 a 2.500.000 habitantes:
• 1 MR para cada 1.000.000 de habitantes ou fração acima de 500.000;
• 1,5 TARM para cada médico regulador;
• 1 RO para cada 1.000.000 de habitantes ou fração acima de 500.000.
Padrões para a cobertura de populações de 2.500.000 a 3.500.000 habitantes:
• 1 MR para cada 1.000.000 de habitantes ou fração acima de 500.000;
• 2 TARM para cada médico regulador;
• 1 RO para cada 1.000.000 de habitantes ou fração acima de 500.000.
Padrões para a cobertura de populações maiores que 3.500.000 habitantes:
• 1 MR para cada 1.500.000 ou fração acima de 750.000 habitantes;
• 2 TARM para cada médico regulador;
• 1 RO para cada 1.000.000 de habitantes ou fração acima de 750.000.
Estes números referem-se à composição mínima dos postos de trabalho e da equipe de regulação para cada
Central de Regulação SAMU, devendo ser maior na medida em que a demanda evoluir e assim o exigir, pois
todos os chamados de socorro devem ser obrigatoriamente regulados pelo médico e não deve haver fi la de

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
espera para acolhimento dos chamados pelo TARM.

BRASIL. Ministério da Saúde. Regulação no Sistema Único de Saúde – Brasília. Itens 1


a 4, 6 e 9

Apresentação
O presente guia eletrônico foi elaborado com o escopo de compartilhar com gestores públicos, profissionais
da saúde, bem como demais interessados, conhecimentos e informações pertinentes ao tema da regulação da
saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde. Conforme se verá a seguir, partiremos de um breve resgate do
contexto histórico que antecedeu a publicação da Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde,
no ano de 2008, para adentrarmos no conteúdo propriamente dito da política, além de propormos um elenco,
juntamente com a respectiva conceituação, dos principais institutos e instrumentos que lhe dão efetividade e
sobre os quais a Coordenação-Geral de Regulação Assistencial, área que se insere, regimentalmente, na Se-
cretaria de Atenção Especializada à Saúde, do Ministério da Saúde, dedica-se, diuturnamente, a compreender,
fomentar e proporcionar, em cooperação com estados e municípios, concretude fática.
Histórico
Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988, regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde
8.080, de 19 de setembro de 1990[1] , o Ministério da Saúde vem instituindo uma série de mecanismos e estra-
tégias, mediante políticas de saúde, com o intuito de promover a melhor assistência aos cidadãos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no território nacional.
A década de 90 foi marcada pela construção e efetivação do SUS. Neste período, foram editadas diretrizes,
denominadas Normas Operacionais Básicas do SUS (NOB-SUS), 91, 92, 93 e 96, com a finalidade de orga-
nizar o sistema, em conformidade ao estabelecido na lei 8.80/90. A cada edição de nova diretriz, o sistema ia
sendo implementado, com vistas a descentralização da gestão para estados e municípios, fundamentada nos
princípios doutrinários (universalidade, integralidade e equidade), e organizativos (descentralização e comando
único, regionalização, hierarquização e controle social) do SUS.
A partir da extinção do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS), em 1993, as
atribuições atinentes ao referido instituto foram incorporadas ao SUS, principalmente as atividades de controle,
avaliação e auditoria. A época, o processo regulatório, no âmbito das diversas políticas públicas, nascia com a
criação das Agências Reguladoras direcionadas a regulação de mercado. Somente no final da década de 90,
mais precisamente em 1999, o setor saúde criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que se
originou da antiga Secretaria de Vigilância Sanitária, órgão integrante da estrutura do Ministério da Saúde. E em
2000 instituída a Agência Nacional de Saúde Suplementar, originária do Departamento de Saúde Suplementar,
componente da organização da então Secretaria de Assistência à Saúde (SAS), do Ministério da Saúde.
Mesmo antes da criação da ANVISA e ANS, o tema regulação em saúde vinha sendo debatido, enfaticamen-
te, no âmbito das instâncias gestoras do SUS, mas com foco no controle e auditoria exercida, principalmente
sobre os prestadores privados contratados e conveniados do SUS. Porém, com a edição da Norma Operacional
da Assistência à Saúde (NOAS-SUS 01/2001) [2] surgiu a primeira abordagem oficial sobre regulação assis-
tencial ou regulação do acesso, extrapolando, assim, o contexto do controle, avaliação e auditoria, inclusive,
destacando a central de regulação como o instrumento primordial para operacionalizar o processo de trabalho
do acesso aos serviços de saúde.
Com a publicação da NOAS-SUS 01/2002[3], ocorre a implementação das diretrizes definidas na norma an-
terior, com ênfase na regionalização, no planejamento integrado e no fortalecimento da gestão descentralizada
do SUS. A seguir, é editada a Portaria SAS nº 423, de 09 de julho de 2002[4] que aprova o detalhamento das
atribuições básicas inerentes a cada nível do Governo referente ao controle, regulação e avaliação da Assis-
tência à Saúde no SUS.
Em 2003, em virtude das diretrizes estabelecidas na NOAS-SUS 01/2002, foi criado, no âmbito da Secretaria
de Atenção à Saúde (SAS/MS) o Departamento de Regulação Assistencial e Controle (DRAC) em substituição
ao Departamento de Controle e Avaliação de Sistemas (DECAS) ampliando seu escopo de atuação, mediante
a absorção de algumas atividades, até então desenvolvidas pelo Departamento de Descentralização da Gestão

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
da Assistência (DDGA), entre outras a atribuição relativa a regulação assistencial.
A partir de então, a regulação do SUS passou a ser tema constante nas discussões inerentes a gestão des-
centralizada do sistema, juntamente com a regionalização o planejamento integrado ascendente, a contratação
e a avaliação dos serviços dos serviços de saúde, cabendo a SAS/MS, por meio do DRAC/SAS/MS, apresentar
uma proposta, com vistas a instituir uma política de regulação do SUS.
Nos anos seguintes, as instâncias gestoras do SUS continuaram a implementar as suas atribuições com o
intento do sistema. Dessa maneira foi publicada a Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006[5] que Divulga
o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. O
Pacto pela Saúde 2006, era constituído por três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e
Pacto de Gestão do SUS.
A Regulação da Atenção e a Regulação Assistencial foram estabelecidas, com muita ênfase, fazendo parte
do componente Pacto de Gestão do SUS, assim como, o financiamento para a respectiva operacionalização.
Com a finalidade de orientar os gestores para o fortalecimento da gestão descentralizada do SUS, foi editada
a Portaria nº 699/GM/MS, de 30 de março de 2006[6]que regulamenta as Diretrizes Operacionais dos Pactos
Pela Vida e de Gestão.
Nesse mesmo período foi publicado o Manual de Implantação de Complexos Reguladores (2006)[7], com o
propósito de orientar os gestores na conformação da centrais de regulação e consequentemente os complexos
reguladores.
E, ainda, fundamentado nas diretrizes definidas no ato administrativo do Pacto de Gestão do SUS, foi pu-
blicada a Portaria nº 204, de 29 de janeiro de 2007[8] que regulamenta o financiamento e a transferência dos
recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo
monitoramento e controle.
Com a argumentação que diversos estados e municípios já haviam implantados centrais de regulação, con-
forme orientações das NOAS 2001 e 2002, e com base nas diretrizes do pacto e na modalidade de financia-
mento estabelecido na portaria acima mencionada, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 1.571, de 29
de junho de 2007[9] que estabelece incentivo financeiro para implantação e/ou implementação de Complexos
Reguladores.
Por fim, após inúmeras discussões, ocorridas no âmbito das três esferas de gestão do SUS tratando da ne-
cessidade da edição de um dispositivo sobre o tema regulação, foi homologada e publicada a Portaria nº 1.559,
de 1º de agosto de 2008[10] que institui a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS)
a qual contextualiza, de forma abrangente, a concepção de Regulação de Sistemas de Saúde, Regulação da
Atenção à Saúde e Regulação do Acesso a Assistência ou Regulação Assistencial.
A publicação e divulgação da Política Nacional de Regulação do SUS, estimulou os estados e municípios
estruturarem as ações de regulação, como importante ferramenta no processo da gestão descentralizada do
SUS. Diante desse momento em que estados e munícipios procuravam organizar, ou mesmo, implementar as
ações regulatórias com o fito de qualificar o acesso dos usuários aos serviços de saúde, o Ministério da Saúde
promoveu, oportunamente, apoio financeiro por meio da edição da Portaria nº 2.907, de 23 de novembro de
2009[11] que dispõe sobre o financiamento para a implantação e/ou implementação de Complexos Regulado-
res e informatização das Unidades de Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, como forma de
incentivar, ainda mais, as gestões estaduais e municipais para o fortalecimento da assistência dispensada à
população.
Em continuidade ao processo de consolidação do SUS, e como resultado de um grande acordo tripartite
envolvendo Ministério da Saúde, CONASS e CONASEMS, foi publicada a Portaria nº 4.279, de 30 de dezem-
bro de 2010[12], que estabelece diretrizes para organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), no âmbito
do SUS no qual consta a seguinte conceituação das RAS: “São arranjos organizativos de ações e serviços de
saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico
e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”. No processo de implantação das RAS, entre outros
aspectos, é enfatizado como de grande relevância a criação de sistema de regulação e governança para fun-
cionamento da rede.
O Decreto 7.508, editado em 2011[13], que regulamenta a Lei 8.080/90, fortalece, ainda mais, a necessi-
dade de uma regulação efetiva, discutida e homologada no âmbito das Comissões Intergestores (CIT, CIB e

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1724634 E-book gerado especialmente para RENAN STEPHANO XAVIER
CIR). E, considerando o estabelecido no referido decreto foi publicada a Portaria nº 1.792, de 22 de agosto de
2012[14] que institui incentivo financeiro de custeio destinado às Centrais de Regulação organizadas no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS). E a seguir, a Portaria nº 2.923, de 28 de novembro de 2013[15] que institui
incentivo financeiro de investimento para a aquisição de equipamentos e materiais permanentes e de custeio
para reforma, destinados à implantação e/ou implementação de Centrais de Regulação de Consultas e Exames
e Centrais de Regulação de Internações Hospitalares de que trata a Portaria nº 1.559/GM/MS, de 1º de agosto
de 2008[10], e implementação de Unidade Solicitante no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Conceitos
Para efeito deste guia, considera-se:
Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das
regras da gestão compartilhada do SUS.
Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de dife-
rentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão,
buscam garantir a integralidade do cuidado. Sugiro usar o conceito da Portaria das RAS, acho mais completo.
Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doen-
ça ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados,
quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a
verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.
Classificação de Risco - processo sistemático, que identifica e classifica a necessidade do usuário, baseado
em critérios ou protocolos previamente estabelecidos, considerando o potencial de risco, agravos à saúde, grau
de sofrimento e vulnerabilidade.
Complexo Regulador - forma de organização das ações de regulação do acesso, sendo composto pelo con-
junto articulado de estruturas operacionais, denominadas centrais de regulação, que podem estar organizadas
em Central de Regulação Ambulatorial, Central de Regulação Hospitalar e Central de Regulação das Urgências.
Critérios de Encaminhamento - padrões estabelecidos com objetivo de referenciar os usuários para outros
serviços e/ou níveis de atenção, conforme organização da RAS.
Fluxos de Acesso - desenho do acesso às ações e serviços de saúde, pactuados no território, com base nas
necessidades da população e na organização da RAS.
Gestão da Clínica - práticas assistenciais e gerenciais, com a finalidade de melhorar a qualidade da atenção
e construir práticas clínicas eficazes e com menos riscos ao usuário e aos profissionais, sendo desenvolvidas a
partir da caracterização do perfil do usuário e por meio da gestão de recursos, corresponsabilização das equi-
pes e avaliação de indicadores assistenciais.
Fila de espera - processo ativo e dinâmico que organiza, prioriza e monitora a relação dos usuários que ne-
cessitam de um mesmo atendimento, considerando a classificação de risco e os critérios de encaminhamento,
de acordo com os protocolos de regulação e a gestão do cuidado.
Leito de Retaguarda - refere-se ao leito específico (de UTI, enfermaria clínica e cuidados prolongados), de-
dicado às portas de entrada de urgência, que possui o suporte necessário para os usuários com indicação do
cuidado definida e/ou com necessidade de internação para continuidade da assistência.
Núcleo Interno de Regulação (NIR)[16] - estrutura operacional de regulação da unidade hospitalar, que atua
na interface com as centrais de regulação, executando práticas de regulação em seu âmbito, entre outras com-
petências definidas na Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP).
Oferta - quantidade de ações e serviços de saúde disponíveis no território, em determinado espaço de tem-
po.
Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário do SUS, tais como os serviços de
atenção primária, de atenção às urgências e emergências, de atenção psicossocial e os serviços especiais de
acesso aberto.
Práticas de Regulação - atividades articuladas entre as estruturas operacionais de regulação e os pontos
de atenção da RAS, de modo a definir, organizar e acompanhar o fluxo dos usuários e o acesso às ações e

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serviços de saúde.
Protocolo de Regulação do acesso - conjunto de diretrizes destinado a subsidiar a organização do processo
de regulação, promovendo a utilização adequada e racional das ações e serviços de saúde, nos diversos níveis
de atenção, sendo composto por critérios de encaminhamento, classificação de risco, fluxo de acesso e outros
instrumentos, de acordo com a necessidade local.
Política Nacional de Regulação (PNR)
O grande objetivo e desafio da regulação em saúde é proporcionar o cuidado adequado em tempo oportuno
aos usuários do Sistema Único de Saúde, tendo como base os princípios que norteiam o SUS, quais sejam, a
universalidade, a equidade e a integralidade.
Podemos citar vários instrumentos que compõe ou subsidiam o processo de regulação em saúde: Progra-
mação,| Contratação de Serviços de Saúde e Processamentos dos Sistemas,| Informação Ambulatorial [17] e
| Sistema de Informação Hospitalar [18], | Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde [19], e Auditoria
Assistencial.
A Política Nacional de Regulação (PNR) regulamentada pela Portaria MS/GM nº 1.559, de 1º de agosto de
2008, hoje consolidada na Portaria de Consolidação nº 2, de 27 de setembro de 2017, em seu anexo XXVI[10],
estabelece ações organizadas em três dimensões de atuação necessariamente integradas entre si:
I - Regulação de Sistemas de Saúde: tem como objeto os sistemas municipais, estaduais e nacional de
saúde, e como sujeitos seus respectivos gestores públicos, definindo a partir dos princípios e diretrizes do
SUS, macrodiretrizes para a Regulação da Atenção à Saúde e executando ações de monitoramento, controle,
avaliação, auditoria e vigilância desses sistemas;
II - Regulação da Atenção à Saúde: exercida pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, conforme
pactuação estabelecida no Termo de Compromisso de Gestão do Pacto pela Saúde: tem como objetivo garantir
a adequada prestação de serviços à população e seu objeto é a produção das ações diretas e finais de atenção
à saúde, estando, portanto, dirigida aos prestadores públicos e privados, e como sujeitos seus respectivos ges-
tores públicos, definindo estratégias e macrodiretrizes para a Regulação do Acesso à Assistência e Controle da
Atenção à Saúde, também denominada de Regulação Assistencial e controle da oferta de serviços executando
ações de monitoramento, controle, avaliação, auditoria e vigilância da atenção e da assistência à saúde no
âmbito do SUS; e
III - Regulação do Acesso à Assistência: também denominada regulação do acesso ou regulação assis-
tencial, tem como objetos a organização, o controle, o gerenciamento e a priorização do acesso e dos fluxos
assistenciais no âmbito do SUS, e como sujeitos seus respectivos gestores públicos, sendo estabelecida pelo
complexo regulador e suas unidades operacionais e esta dimensão abrange a regulação médica, exercendo
autoridade sanitária para a garantia do acesso baseada em protocolos, classificação de risco e demais critérios
de priorização.
Conforme prevê a Política Nacional de Atenção Básica, o ordenamento da Rede de Atenção à Saúde (RAS)
deverá ser realizada pela atenção básica, a qual deverá acompanhar todo o percurso do usuário na RAS. Algu-
mas experiências exitosas dos territórios demonstram que a descentralização de algumas ofertas assistências
para a gestão da atenção básica, mediada por uso de protocolos de regulação e monitoramento/avaliação da
Central de Regulação possibilitou uma responsabilização dos atores (profissionais) e uma melhor resposta
ao usuário referente ao cuidado adequado em tempo oportuno. Devemos considerar que aqueles recursos
assistências escassos e estratégicos do território deverão estar na gestão da Central de regulação, visando a
otimização dos recursos.
A regulação intermunicipal com toda sua complexidade (grades de referências, fluxos e/ou critérios de en-
caminhamento, valores físicos/financeiros) deverá ser pactuada nas Comissões Intergestores correspondente
(CIR e/ou CIB), conforme previsto no Decreto 7.508/2011 [13].
Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC)
A Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC), conforme disposto na Portaria de Conso-
lidação nº 2/2017 (Anexo 1, do anexo XXVI) [10], tem como finalidade intermediar a referência interestadual de
pacientes que necessitam de Assistência de Alta Complexidade, em caráter eletivo, nas circunstâncias em que
inexista, no Estado de origem, serviços habilitados pelo Ministério da Saúde capazes de realizar o atendimento

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que se pretende.
É importante destacar que apenas fazem parte do elenco da CNRAC os procedimentos contemplados na
Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Próteses do Sistema Único de Saúde, popularmente co-
nhecida como “Tabela SUS”, com o atributo CNRAC, os quais estão restritos às especialidades de cardiologia,
neurologia, oncologia e ortopedia.
Outras demandas de alta complexidade que necessitem de referências interestaduais, em especial as si-
tuações de urgência, que não são escopo de atuação da CNRAC, devem ser objeto de pactuação entre as
secretarias de saúde estaduais.
A operacionalização da CNRAC é de responsabilidade do Ministério da Saúde, sendo exercida pela Coor-
denação Geral de Regulação Assistencial (CGRA/DRAC/SAES/MS), subordinada ao Departamento de Regu-
lação Assitencial e Controle (DRAC/SAES/MS), da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES/MS).
Sistema de Regulação (SISREG)
O SISREG é um software desenvolvido pelo Ministério da Saúde e oferecido, gratuitamente, a estados e
municípios com vistas a possibilitar a operacionalização das centrais de regulação. A utilização do SISREG não
é de uso compulsório, portanto, estados e municípios podem desenvolver ou adquirir outros sistemas para essa
finalidade, bem como interligar o SISREG a sistemas locais.
Programa de Capacitação
O programa de capacitação, instituído pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo formar quadros estratégi-
cos e gerenciais no âmbito do SUS, bem como promover a eficiência na área da regulação, contribuindo, assim,
para o aprimoramento da entrega de serviços de saúde à população.
É importante destacar, ademais, que a capacitação dos profissionais tem como objeto ampliar o protagonis-
mo na implementação das ferramentas que contribuem para a organização e integração dos sistemas de saúde
e que integram as normas e dispositivos legais referentes à regionalização da saúde no SUS, contribuindo para
a melhoria do acesso às necessidades de saúde, com qualidade e segurança.
Ressalta-se que o material didático e metodológico preparado para instruir, principalmente, as equipes de
Regulação, Controle e Avaliação de estados e municípios, está em fase final de revisão e tão logo esteja pronto
será disponibilizado aos interessados.
Vale destacar que está disponível o caderno do Curso Básico de Regulação do SUS, edição 2016, e o ma-
terial utilizado no Programa de Qualificação de Profissionais de Regulação do SUS, disponível no acervo da
UNA-SUS.
Tratamento Fora do Domicílio (TFD)
O Tratamento Fora do Domicílio (TFD), instituído por meio da Portaria SAS/MS nº 55/1999 [21], consiste em
ajuda de custo a ser fornecida aos pacientes atendidos na rede pública ou conveniada/contratada do SUS que
dependam de tratamento fora de seu domicílio, mediante garantia de atendimento no município de referência

BRASIL. Ministério da Saúde. UNASUS. Introdução à Regulação no SUS

Introdução à Regulação no SUS


Política Nacional de Regulação
O processo de descentralização que ganhou força com o Pacto pela Saúde em 2006 evidenciou a capaci-
dade gestora de muitos estados e municípios. No entanto, ficou evidente a não uniformidade na capacidade de
gestão entre entes, nos modelos e formatos de gestão e nas ferramentas utilizadas para esse fim. Sendo assim,
o Ministério da Saúde elaborou estratégias para auxiliar a uniformização dessa capacidade e o fortalecimento
da gestão.
“Alguns preceitos emanados pela NOAS e aprimorados no pacto de gestão ganharam força na estruturação
dos sistemas de saúde. A responsabilização pactuada da gestão pública da saúde delimitada por níveis de

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competência e complexidade da rede de serviços levou ao estabelecimento de fluxos de referência e contra-re-
ferência, segundo os Planos Diretores de Regionalização – PDR. Definidas e pactuadas as regras de referen-
ciamento intraestaduais, intramunicipais e/ou interestaduais, com a garantia do financiamento das ações por
meio da Programação Pactuada e Integrada – PPI, ficou evidenciada a necessidade da regulação desse fluxo,
garantindo-se que os pactos sejam efetivamente cumpridos e revistos de acordo com a necessidade deman-
dada e a capacidade física instalada. Segundo a NOAS, a estruturação das ações de regulação assistencial
deve ocorrer por meio da implantação de complexos reguladores, entendidos como uma ou mais centrais de
regulação, que, por sua vez, desenvolvem ações específicas como a regulação das urgências, das consultas
especializadas, de exames, de leitos, de equipamentos, etc. A regulação assistencial estabelecida na NOAS
define que esta deva estar “voltada para a disponibilização da alternativa assistencial mais adequada à neces-
sidade do cidadão, de forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada” (BRASIL, 2006a, p. 7).
“A proposta da Política Nacional de Regulação está focada em três eixos estruturantes: a garantia da alo-
cação de recursos para a implantação dos Complexos Reguladores da Assistência, o desenvolvimento de ins-
trumentos que operacionalizem as funções reguladoras e o desenvolvimento de um programa de capacitação
permanente de recursos humanos” (BRASIL, 2006a, p. 3).
As ações da Política Nacional de Regulação estão organizadas em 3 dimensões integradas (BRASIL, 2008):
Dimensões integradas da regulação no SUS
Regulação do Acesso à Assistência: Também denominada regulação do acesso ou regulação assistencial,
tem como objetos a organização, o controle, o gerenciamento e a priorização do acesso e dos fluxos assis-
tenciais no âmbito do SUS; e tem como sujeitos seus respectivos gestores públicos, sendo estabelecida pelo
complexo regulador e suas unidades operacionais; e sua dimensão abrange a regulação médica, exercendo
autoridade sanitária para a garantia do acesso baseada em protocolos, classificação de risco e demais critérios
de priorização (BRASIL, 2008).
Regulação da Atenção à Saúde: Exercida pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, conforme
pactuação estabelecida no Termo de Compromisso de Gestão do Pacto pela Saúde. Tem como objetivo garantir
a adequada prestação de serviços à população, e seu objeto é a produção das ações diretas e finais de atenção
à saúde, estando, portanto, dirigida aos prestadores públicos e privados; e tem como sujeitos seus respectivos
gestores públicos, definindo estratégias e macrodiretrizes para a Regulação do Acesso à Assistência e Controle
da Atenção à Saúde, também denominada de Regulação Assistencial e controle da oferta de serviços, execu-
tando ações de monitoramento, controle, avaliação, auditoria e vigilância da atenção e da assistência à saúde
no âmbito do SUS.
Regulação de Sistemas de Saúde: Tem como objeto os sistemas municipais, estaduais e nacional de saúde;
e tem como sujeitos seus respectivos gestores públicos, definindo, a partir dos princípios e diretrizes do SUS,
macrodiretrizes para a Regulação da Atenção à Saúde e executando ações de monitoramento, controle, ava-
liação, auditoria e vigilância desses sistemas.

Fonte: (BRASIL, 2008, adaptado).


Essa divisão permite compreender melhor o papel de cada ator presente no processo de regulação, desde
os gestores das três esferas de governo, passando pelos profissionais e a população, nas suas ações tanto
como consumidor dos serviços quanto como fiscalizador do sistema.

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A portaria nº 1.559 também definiu que tipo de ações estão previstas para cada segmento de regulação
(BRASIL, 2008):
Regulação de sistemas de saúde
Efetivada pelos atos de regulamentação, controle e avaliação de sistemas de saúde, regulação da atenção
à saúde e auditoria sobre sistemas de gestão, contempla as seguintes ações:
elaboração de decretos, normas e portarias que dizem respeito às funções de gestão;
planejamento, financiamento e fiscalização de sistemas de saúde;
controle social e ouvidoria em saúde;
vigilância sanitária e epidemiológica;
regulação da saúde suplementar;
auditoria assistencial ou clínica; e
avaliação e incorporação de tecnologias em saúde.
Regulação da atenção à saúde
Efetivada pela contratação de serviços de saúde, controle e avaliação de serviços e da produção assisten-
cial, regulação do acesso à assistência e auditoria assistencial, contempla as seguintes ações:
cadastramento de estabelecimentos e profissionais de saúde no Sistema de Cadastro Nacional de Estabe-
lecimentos de Saúde - SCNES;
cadastramento de usuários do SUS no sistema do Cartão Nacional de Saúde - CNS;
contratualização de serviços de saúde segundo as normas e políticas específicas;
credenciamento/habilitação para a prestação de serviços de saúde;
elaboração e incorporação de protocolos de regulação que ordenam os fluxos assistenciais;
supervisão e processamento da produção ambulatorial e hospitalar;
programação Pactuada e Integrada - PPI;
avaliação analítica da produção;
avaliação de desempenho dos serviços e da gestão e de satisfação dos usuários – Programa Nacional de
Avaliação de Serviços de Saúde (PNASS);
avaliação das condições sanitárias dos estabelecimentos de saúde;
avaliação dos indicadores epidemiológicos e das ações e serviços de saúde nos estabelecimentos de saúde;
e
utilização de sistemas de informação que subsidiam os cadastros, a produção e a regulação do acesso.
Regulação do acesso à assistência
Efetivada pela disponibilização da alternativa assistencial mais adequada à necessidade do cidadão por
meio de atendimentos às urgências, consultas, leitos e outros que se fizerem necessários, contempla as se-
guintes ações:
regulação médica da atenção pré-hospitalar e hospitalar às urgências;
controle dos leitos disponíveis e das agendas de consultas e procedimentos especializados;
padronização das solicitações de procedimentos por meio dos protocolos assistenciais; e
estabelecimento de referências entre unidades de diferentes níveis de complexidade, de abrangência local,
intermunicipal e interestadual, segundo fluxos e protocolos pactuados. A regulação das referências intermuni-
cipais é responsabilidade do gestor estadual, expressa na coordenação do processo de construção da progra-
mação pactuada e integrada da atenção em saúde, do processo de regionalização, do desenho das redes.
Como a portaria nº 1.559 estruturou a área técnica da regulação do acesso?

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Estabeleceu o Complexo Regulador como a estrutura maior de regulação dos estados e municípios. Atu-
almente, essa visão tem sido revisitada, considerando a existência e a importância de outras estruturas que
atuam na regulação.
Segundo a Política Nacional de Regulação, a atuação do Complexo Regulador deve (BRASIL, 2008):
fazer a gestão da ocupação de leitos e agendas das unidades de saúde;
absorver ou atuar de forma integrada aos processos autorizativos;
efetivar o controle dos limites físicos e financeiros;
estabelecer e executar critérios de classificação de risco; e
executar a regulação médica do processo assistencial.
A portaria considera o complexo regulador como a estrutura que operacionaliza as ações de regulação do
acesso, por isso apresentou os diferentes tipos de complexos reguladores e sua abrangência (BRASIL, 2008):
Complexo regulador estadual
Gestão e gerência da Secretaria de Estado da Saúde, regulando o acesso às unidades de saúde sob gestão
estadual e à referência interestadual, bem como intermediando o acesso da população referenciada às unida-
des de saúde sob gestão municipal, no âmbito do Estado.
Complexo regulador regional
Gestão e gerência da Secretaria de Estado da Saúde, regulando o acesso às unidades de saúde sob gestão
estadual e intermediando o acesso da população referenciada às unidades de saúde sob gestão municipal, no
âmbito da região, e à referência inter-regional, no âmbito do estado;
Gestão e gerência compartilhada entre a Secretaria de Estado da Saúde e as Secretarias Municipais de
Saúde que compõem a região, regulando o acesso da população própria e referenciada às unidades de saúde
sob gestão estadual e municipal, no âmbito da região, e à referência inter-regional, no âmbito do estado.
Complexo regulador municipal
Gestão e gerência da Secretaria Municipal de Saúde, regulando o acesso da população própria às unidades
de saúde sob gestão municipal, no âmbito do Município, e garantindo o acesso da população referenciada,
conforme pactuação.
Organização do complexo regulador

A Central Estadual de Regulação de Alta Complexidade (CERAC) deve estar ligada à Central de Regulação
Ambulatorial e Hospitalar de cada Estado.
Veja, a seguir, o fluxo de atendimento regulado em diferentes situações.
Fluxo de atendimento eletivo regulado sem autorização

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Fluxo de atendimento eletivo regulado, com autorização

Fluxo da regulação ambulatorial com uso de protocolos

Fluxo da regulação hospitalar com uso de protocolos

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Como dito anteriormente, lembre-se de que a Política Nacional de Regulação do SUS organiza-se em três
dimensões de atuação, como reforça a figura a seguir:

É correto afirmar que as dimensões de atuação da Política Nacional de Regulação do SUS necessariamente
devem estar integradas entre si para efetivação do processo de regulação no território.

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