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Screenplay Format

Esta era uma aulinha que escrevi sobre formatação, parte de um curso de roteiro, e alguns
trechos foram traduzidas de outros tutoriais de outros autores que pra variar eu não sei mais o
que é próprio, o que é cópia. So sorry!

FORMATAÇÃO

Antes de começar a escrever, você deve aprender a formatar um roteiro corretamente. E antes
de aprender a formatar, você deve entender algumas diferenças entre as fases do roteiro. E
antes de aprender essas fases, você deve compreender o que significa padrão.

PADRÃO

O estilo convencional de formatar um roteiro está sempre mudando, evoluindo, o que não
significa que não exista um padrão atualmente "em voga".

Se você procurar na Internet o roteiro de um filme par ler ou estudar, possivelmente você vai
encontrar um roteiro onde existam, por exemplo, inúmeras direções de camera. Sua primeira
reação será do tipo: “neste roteiro tem um CAMERA que foi dito que não devo usar no meu
roteiro”. Porque eles podem e eu não posso (ou não devo) usar?

A resposta está em conhecer formatações que “saíram de moda” ou são desaconselhadas


frequentemente porque caem numa das duas situações: a primeira direção de câmera (como
por exemplo "camera angles") e certas indicações visuais que são tidas como competência do
Diretor; a segunda rubricas (“welries) que não são bem vindas quando paternaliza a
interpretação do ator e marioneta seus movimentos.

Tal entendimento é essencial ao roteirista de hoje tanto quanto saber criar subtexto.

Por enquanto basta saber que se deve evitar certos modos de escrever roteiro porque por tais
modos os roteiristas “invadem” espaços agora de competência de outros profissionais – mas a
razão mais profunda é mesmo que tais modos “desaceleram” a dinâmica entre linhas de ação
e diálogos e ocupam espaços que poderiam servir melhor a outros elementos.

A formatação deve ser aprendida antes de você ter de lidar com problemas de estória e
mesmo antes de você decidir gênero e escolher uma/ou mesclar estrutura(s). Mas seguir os
exemplos de formatação encontrados em roteiros já produzidos vai lhe deixar confuso.
A primeira dificuldade apresentada ao obter na internet roteiros de filmes já produzidos é que
você não vai encontrar o roteiro original, aquele que o roteirista vendeu nas origens do
processo de produção, o SPEC SCRIPT.

Geralmente você vai encontrar roteiros mais avançados na linha de produção tais como
PRODUCTON SCRIPTS ou SHOOTING SCRIPT, e outras vezes você vai encontrar
“transcriptions” que foram transcrições feitas a partir da película sem recorrer ao que foi de
fato escrito em papel previamente às filmagens. Ou vai encontrar roteiros do tempo em que
roteirista e diretor ou eram a mesma pessoa ou falavam a mesma língua ou trocavam
figurinhas e funções.

SHOOTING SCRIPTS diferem de muitos modos de SPEC SCRIPTS porque eles são
resultados da colaboração do diretor, produtor e mesmo ator, eles são roteiros em fase de
produção e costumam conter, entre muitas outras coisas que os SPEC SCRIPS não devem
conter, números de cenas, indicações de câmeras, rubricas de modos de falas, etc.

Geralmente estes são os tipos de roteiros que você encontra para consulta on-line, e hoje
embora continue sendo comum todos estes tipos de roteiro, espera-se que o roteirista que
escreve pra um dia conseguir vender sua história procure executar eum roteiro de
especulação, o chamado SPEC SCRIPT.

Entender a diferença entre um SPEC SCRIPT e outros tipos de roteiros será nosso próximo
tópico.

O QUE É UM SPEC SCRIPT?

SPEC SCRIP significa "Script written on speculation", isto é, de modo especulativo para ser
oferecido para quem quiser comprar os direitos.

Do modo como hoje “funciona Hollywood”, o roteirista comumente diz "adeus" a seu roteiro
quando o vende e o que se verá nas telas poderá ser algo que remotamente se assemelha ao
original.

Você escreve um SPEC SCRIPT para ser vendido a uma companhia produtora que por sua
vez contratará um diretor, que escolherá um cinegrafista, etc. Alguém contratará os atores e
todo o pessoal técnico e artístico que realizará o filme inspirado ou baseado na estória que seu
roteiro conta. Isto quando o roteiro não sofre tantas mudanças que em um ponto deixa de ser
seu roteiro e mesmo deixa de ser a história que você vendeu. Sem mencionar as reescritas a
que será submetido, e muitas vezes no crédito final o nome do escritor original e dos muitos
escritores que reescreveram darão lugar a um escritor que não tem o seu sobrenome!

O SPEC SCRIP simplesmente conta a estória, deixando para outros profissionais a tarefa de
definir como está será filmada. No SPEC SCRIP todas as imagens do SHOOTING SCRIPT
estão presentes - mas nenhuma informação de como estas imagens deverão ser filmadas.
Você pode dizer: mas eu estou escrevendo um roteiro que eu mesmo quero dirigir, ou eu
mesmo vou produzir, ou eu mesmo vou atuar, ou eu mesmo vou operar a camera, etc. Posso
formatar como eu bem entender?

Ainda assim, a resposta é não.

Convêm deixar para uma oportunidade posterior o desenvolvimento de seu SPEC SCRIPT
em forma de PRODUCTION SCRIPT e não convem assumir a função do diretor, do
cameraman, do ator, etc., antes que sua história tenha desenvolvido todo o potencial no
âmbito do SPEC SCRIPT.

O fundamental é a estória, e já é um penoso processo concretizá-la no papel.

Primeiro cumpra com suas funções de roteirista e produza um roteiro que simplesmente conte
a história que virá a ser executada como filme.

O que você quer é roteirizar sua história e, portanto, abstenha-se de ângulos de cameras e
mesmo qualquer referência a uma camera - a menos que seja a camera que o personagem de
sua história está carregando!

Abstenha de controlar minuciosamente o ator, para além das exigências básicas da história.

Mas nem tudo está perdido.

Isto não significa que você como roteirista não possa exigir o modo como a camera
enquadrará a cena, ou o modo como um ator interpretará sua fala e se movimentará.
Contradição? Não. Para isto você deve aprender a escrever roteiro escrevendo a cena de tal
modo que "tranque" a camera ou “prenda” o ator a seu intento, sem que para isto você "dite"
tais ordens de maneira explícita.

Hora de Exercício:

1. Estudando uma cena de SCARFACE, opine se a probabilidade maior é desta


pertencer a um SPEC SCRIPT ou a um SHOOTING SCRIPT. Indique os elementos da cena
que corraboram sua opinião. Se você pensa que é um SPEC SCRIPT, reescreva um trecho
transformando-o em um SHOOTING SCRIPT. Se você pensa que é um SHOOTING
SCRIPT, reescreva um trecho transformando-o em um SPEC SCRIPT.

2. Escolha uma cena de seu próprio roteiro, reescreva-a como SPEC SCRIPT e depois
como SHOOTING SCRIPT e salve ambas as versões em PDF e envie para avaliação.

3. Reflita sobre a seguinte situação:


A protagonista de seu roteiro será interpretada por uma grande atriz e a atriz encontrará num
diálogo a rubrica que você roteirista escreveu determinando que ela deve estar chorando
quando faz um discurso no enterro de sua sogra.

A atriz sente-se estar sendo paternalizada pois o diálogo já indica claramente seu estado e a
rubrica é totalmente redundante, ou...

O que a atriz faria se entendesse que a cena merece uma dose de ironia? Ou que seu carater
não é do tipo de mulher que chora em enterro de sogra? Ou se a atriz entender que a estória
requer um subtexto que conflitua com sua rubrica?

Ela pode sentir-se desrespeitada em sua liberdade de escolha de expressão ao ser tolhida por
uma rubrica.

O que é mais importante?

Sua rubrica ou a interpretação de uma grande atriz?

Comente a situação e especule acerca do quando e onde as rubricas DEVEM ser usadas para
direcionar o ator?

4. Compartilhe suas dúvidas. Avalie a lição.

A Seguir:

• Como funciona Hollywood? Quem são os READERS?

• Quanto tempo um roteirista profissional demora para escrever um roteiro? Porque?


Quem paga as contas de luz enquanto isto?

• Script Softwares: Existem diversos softwares que formatam roteiro automaticamente,


resolvendo os problemas de margens e espaços entre linhas. Você sabe as medidas caso seu
processador de palavras não formate roteiros?

• Conheça os quatro principais elementos de formatação em um roteiro: o cabeçalho, as


linhas de ação, a cabeça do diálogo, e as linhas de diálogo

• Aprenda a formatar CABEÇALHOS (SCENE HEADING/SLUGLINES)

5. Cheque a lista do que você já sabe:


• Faça três furos mas coloque apenas duas tachas para prender o roteiro. Deixe o buraco
do meio vazio.

• Indicar o número do registro ou o símbolo de copyright na capa do roteiro pode fazer


parecer ato de amador. Deixe-os fora do roteiro.

• Depois de reticências... existe espaço antes da próxima palavra.

• EXT. (SINGLE SPACE) – ponto mais espaço simples;

• DAY/NIGHT - (MODIFIER) /TRAVELING – o modificador vem entre parenteses.


EM MOVIMENTO vem depois de um hífen;

• QUOTES FOR NAMES IN THE SCENE HEADINGS – alguns nomes podem vir
entre aspas no cabeçalho;

• TRIPLE SPACE BEFORE HEADING AND DOUBLE SPACE AFTER HEADINGS


– espaço triplo antes do cabeçalho e espaço duplo depois do cabeçalho;

• SUPERIMPOSE (NO SUPER, NO TITLE) – quando for escrever aquilo que se verá
escrito no centro da tela, utilize SUPERIMPOSE.

• LEGENDA. NO SUBTITULO – quando for escrever aquilo que se verá escrito no pé


da tela, utilize LEGENDA.

• ALL CAPS VS TITLE CASE. LETRAS MAIUSCULAS são diversas de quando só o


a primeira letra de cada palavra principal fica em maiúscula.

• CHARACTER(SPACE)#1 – quando personagens não são identificados por nomes


próprios e condividem com outros o mesmo nome geral, coloque um espaço e o símbolo para
número seguido pelo cardinal. (GAROTA #1, GAROTA #2, POLICIAL #1, POLICIAL #2)

• Sublinhe palavras no diálogo para indicar ênfase, mas use com parcimônia.

• Não escreva direções mas escreva de modo que conduza os “olhos da mente”.

• Se estiver dando direção a outro personagem dentro do diálogo de alguém utilizando


rubrica, retire dali e coloque numa linha de ação em separado. A reação de outro personagem
só deve ser incorporada dentro do diálogo do outro na forma de rubrica quando o personagem
que fala está respondendo àquela reação.

• Pausa entre parenteses (pausa) para indicar hesitação ou ajustes na fala deve ser usada
somente para converter subtexto emocional, se este não for de outro modo óbvio. Não use
para indicar pausa na respiração do ator.

• Identifique o personagem ANÔNIMO na primeira chance para facilitar a identificação


quando estes aparecerem dentro de linhas de diálogos.

• Não utilize o termo P.O.V. quando basta apenas iniciar um novo parágrafo;

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