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Empresarial e
Operacional para
uma Sociedade
Financeira da
Diáspora Africana
Projecto Legado da União Africana
sobre Investimento da Diáspora,
Financiamento Inovador e
Empreendimento Social em África
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Quadro Estratégico, Empresarial e Operacional
para uma Sociedade Financeira da Diáspora
Africana:
Projecto Legado da União Africana sobre
Investimento da Diáspora, Financiamento
Inovador e Empreendimento Social em África
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Quadro Estratégico, Empresarial e Operacional
para uma Sociedade Financeira da Diáspora Africana:
Projecto Legado da União Africana sobre Investimento da Diáspora,
Financiamento Inovador e Empreendimento Social em África
Índice
i. Abreviaturas 4
ii. Introdução e Principais Recomendações 5
iii. Resumo 10
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3.6.4 Nigeria Diaspora Bond (2017) 50
Pág. 5
(ADFC) 108
8.2 Modelo Empresarial da ADFC e Necessidades de Capital de Base 109
8.3 Considerações sobre o País Anfitrião e a Sede 110
8.4 Primeira Fase de Arranque (2019-21): Estabelecimento e Mobilização
de Recursos 111
8.5 Segunda Fase de Arranque (2021-22): Lançamento Institucional,
Comercial e de Produtos 112
Referências 113
Índice de Figuras
Quadro I:Notas Informativas sobre a Consulta de Investigação 8
Quadro II:Questões de Consulta de Investigação 9
Quadro III: Nova Classificação da Diáspora Africana 16
Quadro IV: Fluxos financeiros para África 2011-15 26
Quadro V: Investimento Estrangeiro Directo em África 29
Quadro VI: Estudo de Caso: Projecto Wakanda One Village 34
Quadro VII: Estudo de Caso: AFFORD Diaspora Finance 35
Quadro VIII: Bolsas de Valores em África 37
Quadro IX: Os 10 Melhores Mercados de Obrigações em África 38
Quadro X: Fluxos de Investimentos de Carteira Estrangeiros Mundiais e Africanos 42
Quadro XI:Ilustração de Produtos e Serviços de Arranque da ADFC 72
Quadro XII:Organograma da ADFC 76
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i. Abreviaturas
AAAA Agenda de Acção de Adis Abeba sobre o Financiamento para o Desenvolvimento
ACB Banco Central Africano
ADF AFFORD Diaspora Finance
ADFC Sociedade Financeira da Diáspora Africana
ADIF Fundo de Investimento da Diáspora Africana
AFC Sociedade Financeira da África
AFD Agência Francesa de Desenvolvimento
BAD Banco Africano de Desenvolvimento
AFFORD Fundação Africana para o Desenvolvimento
AFMI Iniciativa dos Mercados Financeiros Africanos
AIB Banco Africano de Investimento
IAR Instituto Africano de Remessas
FMI Fundo Monetário Internacional
UA União Africana
CUA Comissão da União Africana
ADE Apoio ao Desenvolvimento Empresarial
BRVM Bolsa Regional dos Valores Mobiliários
CIDO Direcção dos Cidadãos e da Diáspora (da Comissão da União Africana)
CRC Contribuições de Remessas Colectivas
DDI Investimento Directo da Diáspora
DFID Departamento de Desenvolvimento Internacional
DP Filantropia da Diáspora
DPI Investimento de Carteira da Diáspora
DPPP Parceria Publico-Privada da Diáspora
DRC Conselho Dinamarquês para os Refugiados
FCA Autoridade de Conduta Financeira
IED Investimento Estrangeiro Directo
FORIM Fórum das Organizações de Solidariedade Internacional Emergentes da Migração
FPI Investimentos Estrangeiros em Carteira
GADS Cimeira Global da Diáspora Africana
GCC Conselho de Cooperação do Golfo
GCM Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular
PIB Produto Interno Bruto
GKP GK Partners (Consultoria Empresarial e de Desenvolvimento)
GIZ Sociedade para a Cooperação Internacional
FMI Fundo Monetário Internacional
OPI Oferta Pública Inicial
KfW Kreditanstalt für Wiederaufbau (Banco Alemão de Desenvolvimento)
MFWA Making Finance Work for Africa
MTO Operadores de Transferência de Dinheiro
MPME Micro, Pequenas e Médias Empresas
APD Ajuda Pública ao Desenvolvimento
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
OPEP Organização dos Países Exportadores do Petróleo
PPP Parceria Publico-Privada
CRP Comité dos Representantes Permanentes (União Africana)
RMF Financiamento de Contrapartida de Remessas
SAP Programa de Ajustamento Estrutural
BV Bolsa de Valores
SEC Comissão de Títulos e Câmbios
ODS Objectivos de Desenvolvimento Sustentável
PME Pequenas e Médias Empresas
SSA África Sub-Sahariana
CNUCED Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
UNECA Comissão Económica das Nações Unidas para a África
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
UNHLD Diálogo de Alto Nível das Nações Unidas
BM Banco Mundial
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ii. Introdução e Principais Recomendações
Em 2012, na Cimeira Global da Diáspora Africana (GADS) na África do Sul, os
Chefes de Estado e de Governo da União Africana concordaram com a criação de
um fundo de investimento da diáspora, como um projecto legado. Em Setembro de
2018, a Comissão da União Africana (CUA) e a Agência Alemã para o
Desenvolvimento Internacional (GIZ) encarregaram GK Partners (GKP) de
‘estabelecer o quadro de concepção e implementação do Fundo de Investimento da
Diáspora Africana, em conformidade com o Plano de Acção da Cimeira Global da
Diáspora Africana’. Este ‘Quadro Estratégico, Empresarial e Operacional para uma
Sociedade Financeira da Diáspora Africana’ é o resultado da missão de consultoria.
O documento é produzido para facilitar a implementação metódica da ADFC como
um projecto legado da UA. É apresentado para servir como um documento de
referência de factos e números relevantes, e como um manual para a
implementação prática do programa.
Observações e Conclusões
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Esta descoberta exigiu uma maior investigação e análise contextual. Durante a
análise e consultas, notou-se que muitos dos que tinham um conhecimento profundo
das complexidades dos investimentos financeiros muitas vezes não compreendiam a
natureza multifacetada das diásporas africanas e o seu envolvimento no
desenvolvimento. Por outro lado, os peritos, activistas e mesmo empresários que
trabalham no desenvolvimento da diáspora não pareciam ter um conhecimento
profundo dos conceitos e práticas de investimento. Para que um empreendimento de
investimento da diáspora africana seja bem sucedido, é necessário colmatar essa
lacuna de conhecimentos. É por isso que os três primeiros capítulos deste
documento são dedicados a factos contextuais, números e observações analíticas
sobre o desenvolvimento da diáspora africana, e a situação dos diferentes tipos de
investimentos estruturados em África.
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Principais Recomendações e Pontos de Acção sobre a Implementação
Empresarial
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VII. Estrutura Jurídica Baseada em Tratados: A ADFC será estruturada como
uma instituição financeira multilateral através de um tratado assinado por dez
(10) países africanos soberanos, e ratificado por seis (6) desses signatários
do tratado. Para além do Tratado da ADFC, haverá uma Carta da ADFC que
incorpora as melhores práticas de instituições financeiras e empresas sociais
orientadas para o desenvolvimento, e um Acordo de Sede, que confere
imunidades e privilégios diplomáticos à ADFC.
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Notas Informativas sobre a Consulta de Investigação: Quadro Geral para a criação do
Fundo de Investimento da Diáspora Africana (ADIF) como um Projecto Legado
da União Africana
Contexto do ADIF como um Projecto Legado da UA: Em 25 de Maio de 2012, na África do Sul, a União
Africana adoptou a ‘Declaração da Cimeira Global da Diáspora Africana’, aprovando a implementação de
cinco projectos legados, nomeadamente o Fundo de Investimento da Diáspora Africana (ADIF) e o Instituto
Africano de Remessas, como forma de concretizar o programa da Diáspora da UA, e ressaltando a
decisão da UA de 2005 que reconhece a diáspora como a sexta região da África.
ADIF como um Fundo Continental Africano: As remessas são a forma mais visível de ligação financeira
entre a diáspora e a África. Contudo, o objectivo do Fundo de Investimento da Diáspora Africana (ADIF) é
facilitar a utilização de recursos e instrumentos financeiros para além das remessas, expandir e reforçar a
mobilização do capital da diáspora, para abordar os desafios de desenvolvimento enfrentados pelos
africanos no continente e na Diáspora. O compromisso da UA de considerar a criação do ADIF como um
fundo continental está incorporado na Agenda 2063, reflectido no ‘Primeiro Plano de Implementação
Decenal 2014-2023 de 2015 da Agenda 2063’ e incluído nas recomendações da ‘Estratégia de 2017 de
Financiamento da Agenda 2063, Mobilização de Recursos Internos e Parceria’.
Como estruturar o ADIF: O ADIF angariará fundos de: poupanças da diáspora realizadas fora da África;
segundo, diáspora multigeracional e histórica que não são remetentes activos; investimento gerido pela
diáspora e clubes e fundos filantrópicos; amigos da diáspora; financiamento de contrapartida e co-
investimentos de parceiros de desenvolvimento. Através de parcerias, o ADIF pode ajudar os Estados
Membros, especialmente os países mais pequenos a estruturar, emitir e gerir veículos de investimento
especializados, como títulos da diáspora, de forma a capitalizar o seu alcance continental e global, e a sua
capacidade de angariar fundos das diásporas multigeracionais e amigos da diáspora. Os fundos geridos
pelo ADIF podem ser investidos em sectores e prioridades de investimento sub-financiados, de alto
impacto, inovadores, de reparação e catalisadores, incluindo programas da UA existentes e planeados,
como mulheres, jovens, diáspora, empresas criativas, culturais e desportivas. ADIF pode ser uma
organização independente promovida e apoiada pela União Africana, ou uma agência especializada
autónoma da UA.
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Para comentários e mais informações, queira contactar:
Sra Eiman Kheir (CIDO - UA)OU Prof. Gibril Faal (Consultor)
Nome do Inquirido:
Ocupação / Instituição:
Email / Tel:
1. Fontes de Mobilização de Recursos: O ADIF propõe-se angariar fundos de: poupanças da diáspora
realizadas fora da África; segundo, diáspora multigeracional e histórica que não são remetentes activos;
investimento gerido pela diáspora e clubes e fundos filantrópicos; amigos da diáspora; fundos de
contrapartida e co-investimentos de parceiros de desenvolvimento.
3. Investimentos feitos em África: Os fundos geridos pelo ADIF podem ser investidos em sectores e
prioridades de investimento sub-financiados, de alto impacto, inovadores, de reparação e catalisadores,
incluindo programas da UA existentes e planeados, como mulheres, jovens, diáspora, empresas
criativas, culturais e desportivas.
4. Estrutura Organizacional do ADIF: O ADIF pode ser uma organização independente promovida e
apoiada pela União Africana, ou uma agência especializada autónoma da UA.
Qual é a sua opinião sobre a independência do ADIF ou sobre o facto de fazer parte da União Africana?
Que outros quadros estruturais organizacionais possíveis devem ser considerados para o ADIF?
Existem oportunidades e desafios específicos sobre a estrutura do ADIF que devem ser destacados?
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5. Outras Opiniões: Partilhem outras opiniões, observações e comentários sobre a proposta de ADIF:
Para além dos canais formais, os migrantes e a diáspora ainda utilizam canais não
registados e informais para o envio de dinheiro para a África. Também enviam
remessas em espécie. De acordo com o Banco Mundial, em 2018, as remessas
formais para a África atingiram 86 biliões de dólares. Deste montante, 70% foi
recebido pelo Egipto, Nigéria e Marrocos. Em cinco países, as remessas formais
representam por si só mais de 10% do PIB, nomeadamente Comores, Gâmbia,
Lesoto, Cabo Verde e Libéria. Tendo em conta os fundos enviados através de
remessas formais, informais e em espécie, estima-se que as remessas anuais para
a África podem atingir 200 biliões de dólares.
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O DDI refere-se a investimentos directos em que o investidor tem origem ou
património no país estrangeiro de investimento, independentemente da sua
nacionalidade. A noção de DDI africano baseado no património é praticamente útil
porque milhões de diásporas africanas são incapazes de identificar definitivamente
as suas origens para um determinado país em África. O DDI tem características
distintivas específicas, tal como identificadas no relatório. As instituições multilaterais
monitorizam os fluxos de IED, mas não DDI. Nas circunstâncias de não
disponibilidade de dados anuais estruturados sobre o DDI, foram feitas várias
observações analíticas e recomendações, abrangendo: DDI informal, em espécie e
imobiliário, e DDI através de clubes de investimento, investimento anjo e
financiamento pessoal.
Vários países africanos têm programas apoiados por políticas e legislação que
proporcionam incentivos ao DDI e benefícios fiscais comparáveis aos disponíveis
para o IED. Alguns países concedem subvenções, co-financiam e concedem
garantias de empréstimo a investidores da diáspora. Além dos incentivos estatais ao
IED, há vários sistemas de co-financiamento programático da diáspora que operam
a partir da Europa e da América do Norte. São nomeadamente: Subvenções à
empresa social ‘Apoio ao Programa da Diáspora’ no valor de 75.000 dólares
(Dinamarca); prémios do concurso do plano empresarial ‘Mercado da Diáspora
Africana’ no valor de 70.000 dólares (EUA); co-financiamento da empresa social
"AFFORD Diaspora Finance" no valor de 38.000 dólares; co-financiamento da
empresa ‘PRA/OSIM’ e do projecto no valor de 34.000 (França); apoio técnico ao
‘Empreendedorismo pela Diáspora para o Desenvolvimento’ (Países Baixos).
A análise das Obrigações Soberanas nos últimos 15 anos mostrou que se tornou um
instrumento de investimento padrão utilizado repetidamente por poucos governos
africanos. Em Outubro de 2007, Gana tornou-se o primeiro País Pobre Altamente
Endividado (HIPC) a emitir uma Obrigação Internacional. Foi de 750 milhões de
dólares, durante 10 anos. Desde então, Gana tornou-se um emitente prolífico, com
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emissões de Eurobond em 2013, 2014, 2015, 2016 e 2018. Em 2018, quatro países
africanos emitiram 11 Eurobonds, elevando um total de 25,8 biliões de dólares. Os
fluxos de Investimentos Estrangeiros em Carteira (FPI) para África são captados
através dos mercados de capitais africanos e internacionais. Em comparação com
outras partes do mundo, o FPI em África encontra-se numa fase rudimentar. Nos 5
anos 2013-2017, o total global do FPI foi de 3,9 biliões de dólares, mas o fluxo para
África foi de apenas 71,7 biliões de dólares, sendo 1,8% dos fluxos globais.
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actividades propostas de DPI da ADFC. Ao procurar transformar a Declaração de
GADS para um projecto legado sobre investimento da diáspora em realidade prática,
e com base em consultas, revisões, avaliações e análises do contexto, evolução,
estado actual, tendências, desafios e oportunidades nas finanças da diáspora
africana, recomenda-se que: ‘A União Africana deve apoiar e facilitar a
implementação de uma estratégia de investimento e financiamento inovador da
diáspora baseada na criação, comercialização, emissão e gestão de Obrigações
regulamentadas da Diáspora, Fundos Mútuos e Fundos Fiduciários de Dotação,
através de uma Sociedade Financeira da Diáspora Africana Continental (ADFC)’.
É necessário capital inicial para criar a ADFC como um projecto legado da União
Africana (UA), enquanto a criação de uma iniciativa financeira inovadora baseada no
Financiamento de Contrapartida de Remessas (RMF) é há muito esperada, tendo
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sido proposta pela primeira vez em 2006 (antes da crise económica global de 2008).
Esta situação cria uma oportunidade única de ligar os dois sistemas, para aumentar
a viabilidade e a sustentabilidade. O Fundo de Dotação da Diáspora da ADFC
baseia-se no RMF como um mecanismo financeiro inovador.
Para determinar a estrutura jurídica mais adequada para a ADFC, foram realizadas
pesquisas, consultas e análises exaustivas, incluindo avaliações de casos de estudo
de três instituições financeiras africanas bem sucedidas, como Ecobank,
Afreximbank e Sociedade Financeira Africana, e uma Agência Especializada da UA,
nomeadamente a Agência Capacidade Africana de Risco (ARC). Com base nas
conclusões, recomenda-se que: A ADFC seja estruturada como uma instituição
financeira multilateral através de um tratado assinado por dez (10) países africanos
soberanos, e ratificado por seis (6) desses signatários do tratado. Para além do
Tratado da ADFC, recomenda-se ainda que a ADFC seja regida por uma Carta da
ADFC que incorpora as melhores práticas de instituições financeiras e empresas
sociais orientadas para o desenvolvimento, e um Acordo de Sede, que confere
imunidades e privilégios diplomáticos à ADFC.
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68 e 108 biliões de dólares. A necessidade de investimento da diáspora africana e
dos ‘amigos de África’ na diáspora é esmagadora.
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programa reflecte a praticidade, o objectivo e a eficácia coerentes com a urgência
comercial e a ambição exigida no mundo das finanças multinacionais.
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Conforme decidido pela Sexta Sessão Ordinária do Conselho Executivo da UA (27-
28 de Janeiro de 2005), foi convocada uma reunião de peritos dos Estados Membros
para rever e modificar a definição rejeitada da diáspora africana. A reunião realizou-
se em Adis Abeba, Etiópia, em 11 e 12 de Abril de 2005, tendo sido aprovada por
consenso uma definição emendada. Na Sétima Sessão do Conselho Executivo em
Sirte, Líbia (28 de Junho a 2 de Julho de 2005), a União Africana adoptou a
definição formal da diáspora africana, nos seguintes termos:
Emigration, in Jack Mangala (Ed), Africa and its Gobal Diaspora: The Policy and Politics of emigration, London, Palgrave Macmillan
4 Palmer, Colin (2000), ‘Defining and Studying the Modern African Diaspora’, Journal of Negro History, Vol. 85, No. 1-2, pp. 27-32
5 Akyeampong, Emmanuel (2000), Africans in the Diaspora: The Diaspora and Africa, African Affairs, Vol. 99, No. 395, pp. 183-215
6 Zeleza, Paul (2005), Rewriting the African Diaspora: Beyond the Black Atlantic, African Affairs, Vol. 104, No. 414, pp. 35-68
7 A UA tomou uma decisão do Comité Executivo sobre CIAD II em Janeiro de 2006 no quadro do processo África-Diáspora, e o
Presidente da UA preparou um relatório formal para o Comité de Representantes Permanentes em Janeiro de 2007, observando que
CIAD II “reuniu cerca de 700 intelectuais e líderes políticos [incluindo Chefes de Estado, Laureados com o Prémio Nobel e eminentes
intelectuais] da África e da Diáspora para...relançar, situar e aproveitar as contribuições dos intelectuais africanos e da Diáspora como um
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Diáspora: Identidade e Cooperação’8 foi sobre ‘Nova Classificação da Diáspora
Africana’9.
veículo para ideias inovadoras, desenvolvimento e transformação social”. CIAD II é referida na Declaração da Cimeira Global da Diáspora
Africana de 2012 que acordou a criação de um Fundo de Investimento da Diáspora como um projecto legado.
https://au.int/sites/default/files/decisions/9639-ex_cl_dec_236_-_277_viii_e.pdf - Acedido em 15 de Abril de 2019
http://archives.au.int/bitstream/handle/123456789/4181/EX%20CL%20307%20%28X%29%20_E.PDF?sequence=1&isAllowed=y
8Ver programa da CIAD II, Salvador da Bahia, Brasil https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000146986 - Acedido em 31 de Janeiro
de 2019
9 Faal, Gibril (2006), A New Definition and Classification of the African Diaspora, London, GK Partners
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Extrair capital de investimento das contínuas contribuições da diáspora
consumidora
Após a crise petrolífera dos anos 70, uma série de factores de atracção e repulsão
aumentou a emigração de África. Os factores de atracção incluíram a procura de
trabalhadores pouco qualificados e de nível médio, e regimes de vistos flexíveis, de
autorizações de trabalho e de regularização do estatuto. Os factores de atracção
incluíram o declínio das condições macroeconómicas em África, a seca e a
desertificação. Na época da crise petrolífera de 1979-80, causada pela baixa de
produção e subida de preços resultantes da revolução iraniana e da guerra Irão-
Iraque, muitos países africanos foram confrontados com o agravamento das
condições económicas. A produção per capita nos sectores essenciais como a
agricultura e a indústria caiu, a produção diminuiu, e a capacidade de investimento
regenerativo local foi dizimada. A inflação e os défices orçamentais eram elevados, e
10 ibid
11 Johnson, Willard and Wilson, Ernest (1982), The Oil Crises and African Economies: Oil Wave on a Tidal Flood of Industrial Price
Inflation, Black Africa: A Generation after Independence,Vol. 111, No. 2, pp. 211-241
12Oucho, John (2001), Employment and Migration Perspectives in Africa, in Virchow D., von Braun J. (eds) Villages in the Future: Global
Dialogue EXPO 2000, Berlin, Springer
13 Adepoju, Aderanti (Ed.) (2010), International migration within, to and from Africa in a globalised world, Sub-Saharan Publishers, Accra
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muitos governos não conseguiam manter as despesas com serviços sociais básicos
como a saúde e a educação. Em grande medida, a situação foi exacerbada pelos
Programas de Ajustamento Estrutural (PAE) impostos pelo Banco Mundial e pelo
Fundo Monetário Internacional. Estes levaram à sensibilização e a acções de
anulação de dívidas no final da década de 1990 até meados dos anos 2000.
Independentemente dos méritos e inconvenientes do PAE, os impactos negativos
incluíram, entre outros: degradação e esgotamento dos serviços públicos básicos;
redução do sector público e aumento dos níveis de desemprego; privatização de
empresas públicas e agravamento das desigualdades de rendimentos;
endividamento pesado e fuga de capitais através do serviço da dívida; aumento da
migração e fuga de cérebros14,15,16.
Mills, Cadman Atta (1989), Structural Adjustment in Sub-Saharan Africa, Seminar Report No.18, Economic Development Institute,
14
15Heidhues, Franz and Obare, Gideon (2011), Lessons from Structural Adjustment Programmes and their Effects in Africa, Quarterly
Journal of International Agriculture 50 (2011), No. 1, pp. 55-64 https://ageconsearch.umn.edu/bitstream/155490/2/4_Heidhues.pdf
16Mkandawire, Thandika and Soludo, Charles (1998), Our Continent, Our Future: African Perspectives on Structural Adjustment, New
Jersey, CODESRIA, IDRC, and Africa World Press
17de Haas, Hein(2008),The Myth of Invasion: The inconvenient realities of African migration to Europe,Third World Quarterly, Vol 29, Issue
7, pp. 1305-1322
18 African Union (2018), The Revised Migration Policy Framework for Africa and Plan of Action 2018-2027, Addis Ababa, African Union
https://au.int/sites/default/files/newsevents/workingdocuments/32718-wd-english_revised_au_migration_policy_framework_for_africa.pdf
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forma iminente; desenvolveram um sentido de transnacionalidade20. Juntamente
com as suas famílias e filhos residentes no estrangeiro, vêem-se a si próprios como
uma diáspora, com obrigações, desafios e oportunidades duplas ou múltiplas no que
diz respeito ao país de residência, bem como ao país africano de origem e
patrimonial21, 22, 23.
Ao contrário dos migrantes dos anos 60/70, alguns dos quais receberam fundos da
África para a educação e outros apoios24, para a diáspora Pós-Guerra Fria, as
remessas financeiras para a África tornaram-se uma forma importante de
envolvimento com a família, a comunidade e o país em África. As remessas
reforçam a concepção e percepção da identidade da diáspora. Isto foi intensificado
por políticas sobre migração, diáspora e desenvolvimento25. Esta nova categoria da
diáspora é um dos principais intervenientes em qualquer programa ou sistema de
investimento e financiamento da diáspora continental. Já têm uma relação
financeira activa com África através de remessas de fundos. Estão conscientes do
seu papel no desenvolvimento africano, e atentos aos avanços nas políticas e
práticas destinadas a optimizar as finanças da diáspora e a aumentar o impacto da
diáspora no desenvolvimento. Organizações pioneiras como AFFORD, criada em
1994, conseguiram mobilizar os migrantes e a diáspora, influenciando as políticas
internacionais, e facilitando programas práticos para reforçar proactivamente o papel
da diáspora no desenvolvimento da África26. Este sucesso ajudou a criar uma
sensibilidade e um movimento social distinto da diáspora para o desenvolvimento,
encorajando a busca propositada de resultados e impacto do desenvolvimento em
África, através de variadas formas de compromissos económicos, sociais e políticos.
20 Artigo de 2005 sobre 'Afropolitans' do escritor Taiye Selasi e visão geral sobre a nova diáspora africana
http://thelip.robertsharp.co.uk/?p=76
http://www.oxfordbibliographies.com/view/document/obo-9780190280024/obo-9780190280024-0044.xml - Acedido em 15 de Abril de
2019
21Okpewho, Isidore and Nzegwu, Nkiru (Eds.) (2009) The New African Diaspora, Bloomington, Indiana University Press
22 Zeleza, Paul (2010), African Diasporas: Toward a Global History, African Studies Review, Volume 53, Issue 1, pp. 1-19
23 Cohen, Robin (2008), Global Diasporas: An Introduction, Second Edition, New York, Routledge
24 Nos anos 60/70, muitos africanos que estudavam no estrangeiro receberam fundos da África através de bolsas de estudo do governo e
patrocínios familiares.
25 A partir dos anos 90, os governos africanos começaram a desenvolver políticas para se envolverem com as suas diásporas, e também
criaram programas para melhorar as contribuições da diáspora para o desenvolvimento. Em 1994, pela primeira vez nos quadros de
políticas globais, a Conferência das Nações Unidas sobre População e Desenvolvimento, no Cairo, estabeleceu uma ligação formal e
sólida entre migração internacional e desenvolvimento
https://www.un.org/popin/icpd/conference/offeng/poa.html - Acedido em 15 de Abril de 2019
26 Chikezie, Chukwu-Emeka (2011), Reinforcing the Contributions of the African Diasporas to Development, in Plaza, Sonia and Ratha,
Dilip (Eds.) Diaspora for Development in Africa, Washington DC, World Bank
http://documents.worldbank.org/curated/en/389011468191676942/pdf/616380PUB0Dias1351B0Extop0ID0182580.pdf
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da diáspora nos assuntos continentais e na construção da UA, e a definição de 2005
da diáspora africana ligava a identidade à vontade de contribuir para o
desenvolvimento africano e da UA. O investimento financeiro é uma das muitas
formas concretas através das quais as contribuições da diáspora podem ser
canalizadas para o desenvolvimento do continente e dos seus cidadãos, a nível
interno e externo. A UA reconheceu este facto e está empenhada em implementar
um projecto legado sobre o investimento da diáspora africana.
29 Quadro Revisto de Política de Migração da União Africana (2018) para a África e Plano de Acção 2018-2027, Adis Abeba, União
Africana
https://au.int/sites/default/files/newsevents/workingdocuments/32718-wd-english_revised_au_migration_policy_framework_for_africa.pdf
Pág. 26
com o Plano de Acção da Cimeira Global da Diáspora Africana’. A consultoria
envolveu consultas e entrevistas com os intervenientes e peritos, e investigação e
análises aprofundadas. Foram recolhidas novas informações empresariais e
económicas, levando à identificação de oportunidades estratégicas e de
investimento específicas. Em Fevereiro de 2019, GKP propôs que o projecto de
legado de investimento da diáspora da UA fosse traduzido num projecto de
investimento prático e sustentável, empreendimento comercial e social através da
criação de uma Sociedade Financeira da Diáspora Africana (ADFC). A proposta é
apoiada por um quadro de implementação empresarial da ADFC, tal como
apresentado nos capítulos subsequentes deste documento.
31 A cronologia do projecto do IAR; o autor deste relatório analisou o pedido de subvenção do IAR à UE em 2007; o contrato foi assinado
em Dezembro de 2009
http://www.worldbank.org/content/dam/Worldbank/document/Africa/african-institute-for-remittances-september-2013-brochure.pdf
Acedido em 15 de Abril de 2019
32 World Bank (2012) Frequently Asked Questions: African Diaspora, Washington DC, World Bank
https://siteresources.worldbank.org/INTDIASPORA/Resources/AFR_Diaspora_FAQ.pdf - Acedido em 15 de Abril de 2019
33 World Bank (2012), Migration and Development Brief 19: Migration and Remittances, Washington DC, World Bank
Pág. 27
biliões de dólares (2018)34, 35. O compromisso consistente e a contribuição da
diáspora devem ser complementados e reforçados através de uma acção
institucional oportuna e apropriada.
https://www.knomad.org/sites/default/files/2017-08/MigrationDevelopmentBrief19.pdf
34 World Bank (2019), Migration and Development Brief 31: Migration and Remittances, Washington DC, World Bank
https://www.knomad.org/sites/default/files/2019-04/Migrationanddevelopmentbrief31.pdf
35 Os dados nos Resumos de Remessas do Banco Mundial são apresentados para a África Subsaariana (SSA) e Médio Oriente e África
do Norte (MENA). Os dados das remessas dos países da UA classificados no MENA (Argélia, Djibuti, Egipto, Líbia, Marrocos e Tunísia)
são adicionados aos dados das remessas da SSA para obter o total da África. De 2012: 30 Biliões de dólares (NA) + 31 Biliões de dólares
(SSA) = 61 Biliões de dólares; De 2018: 40 Biliões de dólares (NA) + 46 Biliões de dólares (SSA) = 86 Biliões de dólares. Ver fonte de
dados de remessas de cada país fornecidos pelo Banco Mundial:
http://www.worldbank.org/en/topic/migrationremittancesdiasporaissues/brief/migration-remittances-data - Acedido em 15 de Abril de 2019
36 Definição por Investopedia: https://www.investopedia.com/terms/i/investment.asp - Acedido em 1 de Abril de 2019
38 Grabowski, Alex (2014), The Definition of Investment under the ICSID Convention: A Defense of Salini, Chicago Journal of International
39 Malik, Mahnaz (2009), Definition of Investment in International Investment Agreements, Best Practice Series, Bulletin 1, Winnipeg,
Pág. 28
Actividade a ser empreendida para envolver um elemento de risco;
Dinheiro ou activo distribuído de acordo com as leis do país beneficiário;
Actividade deve ser de boa-fé, não falsa nem falaciosa
40 A investigação incluiu a revisão da publicação de referência: Plaza, Sonia and Ratha, Dilip (Eds.) (2011), Diaspora for Development in
Africa, Washington DC, World Bank
http://documents.worldbank.org/curated/en/389011468191676942/pdf/616380PUB0Dias1351B0Extop0ID0182580.pdf
41Hack-Polay, Dieu and Siwale, Juliana (Eds.) (2018), African Diaspora Direct Investment: Establishing the Economic and Socio-Cultural
Rationale, London, Palgrave Macmillan
42Os peritos e profissionais consultados incluem: Comissários e Directores da Comissão da União Africana; Directores do Afreximbank;
Funcionários do Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento e Comissão Económica das Nações Unidas para a África;
profissionais do desenvolvimento da Diáspora nos EUA e no Reino Unido; jornalistas com experiência em financiamento da diáspora; e
peritos independentes em financiamento e investimentos da diáspora.
Pág. 29
Com o financiamento e os investimentos da diáspora a ocuparem um lugar
de destaque na agenda de desenvolvimento internacional, tem atraído
imenso interesse e comentários exaustivos. No entanto, o nível de
conhecimento e compreensão técnica parece ser relativamente baixo,
mesmo entre os profissionais do desenvolvimento. Consequentemente,
este relatório propôs uma simples classificação de trabalho do
investimento da diáspora, tal como acima exposto, servindo como um
quadro de trabalho e contextual.
II. Mais Planos do que Acções: Há muito mais planos, propostas e aspirações
do que programas de investimento da diáspora operacional real. As
pesquisas online fornecem muitos resultados sobre conferências, seminários
e workshops sobre investimentos da diáspora e propostas de novos
programas. Estas propostas e aspirações são apresentadas por organizações
e empresários da diáspora, bem como por governos africanos e instituições
multilaterais. Em alguns casos, governos e organizações têm discutido e
promovido programas específicos durante muitos anos sem que a proposta
se transforme em realidade operacional. As ‘histórias de investimento’ são
repetidas em publicações de renome, e referenciadas em plataformas globais
de alto nível. Isto cria e aprofunda a percepção da existência de uma
multiplicidade de regimes, enquanto a realidade é que o número de regimes
de investimento operacionais é relativamente pequeno.
Pág. 30
investimento no desenvolvimento em que os beneficiários obtêm benefícios
socioeconómicos e de progressos a curto e longo prazo. A filantropia da diáspora é
também relevante na discussão dos investimentos porque os doadores são também
potenciais investidores em produtos de investimento financeiro que visam a
diáspora. Como doadores que proporcionam financiamentos sem qualquer lucro ou
retorno, são também susceptíveis de serem investidores de impacto social. As
principais características dos filantropos da diáspora como investidores são: eles
fornecem ‘Capital Paciente’ (esperando mais tempo pelos seus retornos); aceitam
‘Descontos Patrióticos’ (rendimentos financeiros abaixo das taxas de mercado, na
expectativa de que o desenvolvimento nacional esteja avançado); fazem
‘Investimentos de Impacto’ (aplicam os seus recursos a empreendimentos que sejam
positivamente sustentáveis, éticos e socialmente benéficos).
file:///C:/Users/user/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/TempState/Downloads/diasporas-
philanthropy%20(1).pdf
45Mohapatra, Sanket, Joseph, George and Ratha, Dilip (2009), Remittances and Natural Disasters: Ex-post Response and Contribution to
Ex-ante Preparedness, Washington DC, World Bank
46 Bragg, Catherine et al (2018), Remittances as aid following major sudden‐onset natural disasters, Disasters, Vol. 42 No 1, pp. 3-18
47DEMAC é gerido por um consórcio que inclui ECHO, o Conselho Dinamarquês para os Refugiados (DRC), a Fundação Africana para o
Desenvolvimento (AFFORD) e a Fundação Berghof. Ver website: http://www.demac.org/sharing-knowledge/demac-publications -
Acedido em 1 de Abril de 2019
Pág. 31
de cerca de 39 biliões de RWF (43 milhões de dólares)48. Em Agosto de 2018, o
Fundo Fiduciário da Diáspora da Etiópia (EDTF) foi criado para financiar
projectos de desenvolvimento de alto impacto. Em Abril de 2019, 20.000 pessoas
em 70 países tinham contribuído com cerca de 4 milhões de dólares 49, através
de uma plataforma de financiamento colectivo online e depósitos bancários.
48O Relatório Financeiro de 2016 do Fundo de Desenvolvimento Agaciro (AGDF) reúne as contribuições da diáspora, dos Amigos do
Ruanda, dos doadores locais, e os rendimentos dos fundos investidos: http://agaciro.rw/fileadmin/user_upload/scan0042.pdf - Acedido
em 1 de Abril de 2019
51 Plaza, Sonia, Navarrete, Mario and Ratha, Dilip (2011), Migration and Remittances Household Surveys in Sub Saharan Africa:
Methodological Aspects and Main Findings, Washington DC, World Bank and African Development Bank
http://pubdocs.worldbank.org/en/866251444753456291/Plaza-Navarrete-Ratha-MethodologicalPaper.pdf
52 O autor deste relatório faz a distinção entre remessas não registadas e informais. Existem Operadores de Transferência de Dinheiro
não registados que utilizam contas bancárias, documentos de depósito e recibo, alertas de telemóvel e outros processos formais, que não
estão registados junto das autoridades estatais ou entidades reguladoras. Algumas destas são operações ilegais, enquanto outras se
encontram numa zona jurídica cinzenta. As remessas informais, por outro lado, incluem transferências através de amigos e outras
transferências ad hoc, não estruturadas ou indirectas. Não está claramente determinado se os levantamentos em ATM e os pagamentos
por cartão de débito e de crédito no país de origem/da diáspora estão sempre incluídos nos fluxos de remessas formais. (As remessas
através de numerário em envelopes que utilizam o sistema postal quase se extinguiram)
Pág. 32
Sistema 'Hawala’53e 'Hundi': O remetente faz o pagamento em dinheiro ao
corretor na diáspora; o corretor dá instruções a outro corretor para pagar em
dinheiro ao beneficiário da remessa no país beneficiário.
Sistema de 'Fornecimento e Reembolso’54: O remetente paga os bens e serviços
na diáspora para um contacto ou empresário; o contacto ou empresário paga em
dinheiro ao beneficiário da remessa no país de destino
Sistema de ‘Pagamento e Fornecimento’: O remetente efectua o pagamento em
dinheiro ao contacto ou empresário na diáspora; o contacto ou empresário
fornece bens e serviços ao beneficiário das remessas em espécie no país de
destino.
53 Hawala (referido como Hundi na Índia) é uma palavra árabe que significa ‘transferência’ e é um mecanismo antigo para a transferência
internacional de dinheiro e facilitação do comércio, sem o movimento imediato de fundos. Os clientes ou directores utilizam corretores
nos países de origem, que através da rede de outros corretores Hawala facilitam os pagamentos em dinheiro. O formato da liquidação e
os saldos efectivos são acordados entre os corretores. O sistema é baseado na confiança. Hawala é ainda amplamente utilizado na Ásia,
Médio Oriente e África Oriental, especialmente quando os serviços bancários formais são fracos, demorados ou caros. Ver:
WB and IMF (2003) Informal Funds Transfer Systems: An Analysis of the Informal Hawala System, Washington DC, World Bank and
International Monetary Fund http://documents.worldbank.org/curated/en/410351468765856277/pdf/multi0page.pdf
54 O autor documenta neste relatório os sistemas de remessas de ‘Fornecimento e Reembolso’ e ‘Fornecimento e Pagamento’ que não
https://www.knomad.org/sites/default/files/2019-04/Migrationanddevelopmentbrief31.pdf
56 Os dados nos Resumos de Remessas do Banco Mundial são apresentados para a África Subsaariana (SSA) e Médio Oriente e África
do Norte (MENA). Os dados de remessas de 2018 para os países da UA classificados no MENA são os seguintes: Argélia 1,9 biliões de
dólares; Djibouti 63 milhões de dólares; Egipto 28,9 biliões de dólares; Líbia (sem dados); Marrocos 7,4 biliões de dólares; e Tunísia 2
biliões de dólares (num total de 40 biliões de dólares). O total de remessas para SSA em 2018 foi de 46 biliões de dólares.
Ver fonte de dados de remessas de cada país fornecidos pelo Banco Mundial:
http://www.worldbank.org/en/topic/migrationremittancesdiasporaissues/brief/migration-remittances-data - Acedido em 15 de Abril de 2019
Pág. 33
atingir os 18%. Os dois corredores de remessas intra-africanas mais baratos foram
cerca de 3,5%, sendo Senegal-Mali e Côte d’Ivoire-Mali. Os corredores
internacionais mais baratos foram cerca de 4%, sendo França-Camarões e França-
Comores. Note-se que a Meta do ODS 10.7 (10.C) estabelece: “Até 2030, reduzir
para menos de 3% os custos de transacção de remessas dos migrantes e eliminar
os mecanismos de remessas com custos superiores a 5%”57.
Os peritos afirmam que as remessas informais não registadas são tão elevadas, se
não superiores às transferências formais58. Tendo em conta os fundos enviados
através de canais formais e informais, e as remessas em espécie, estima-se que o
total anual de remessas para África possa atingir 200 biliões de dólares. As
remessas formais, que continuam a crescer, são superiores a todas as outras
formas de fluxos financeiros não comerciais, como se pode ver abaixo 59.
58 A Economista Chefe de Migração e Remessas no Banco Mundial, Dilip Ratha, declarou que “acredita-se que os fluxos não registados
através de canais informais sejam pelo menos 50% maiores do que os fluxos registados.”
Ver: https://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/basics/remitt.htm - Acedido em 15 de Abril de 2019
SSRC informou que as remessas informais variam, segundo as estimativas, de 35 % a 250 % dos fluxos formais.
SSRC (2009), Tópico 4: Formal vs. Informal Remittances,New York, Social Science Research Council
https://www.ssrc.org/publications/view/4297524A-B74F-DE11-AFAC-001CC477EC70/
59 AfDB (2017), African Economic Outlook 2017: Entrepreneurship and Industrialisation, Abidjan, Paris and New York, African
Development Bank (AfDB), Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), United Nations Development Programme
(UNDP) http://www.undp.org/content/dam/rba/docs/Reports/African_Economic_Outlook_2017_EN.pdf - Ver páginas 44-45
Pág. 34
investimentos directos de pequena escala. Contudo, para além do influxo de divisas,
os fluxos de remessas circulam na economia local e nacional dos países
beneficiários, criando um efeito multiplicador económico, que é benéfico para a
economia social.
60 World Bank (2006), Global Economic Prospects: Economic Implications of Remittances and Migration, Washington DC, World Bank
http://pubdocs.worldbank.org/en/346121443469727614/Global-Economic-Prospects-2006-Economic-implications-of-remittances-and-
migration.pdf
Pág. 35
controlo ou uma influência significativa na gestão de uma empresa residente de uma
outra economia”62. É geralmente referido como Investimento Estrangeiro Directo
(IED). As relações de investimento directo surgem quando o investidor possui
capital próprio que lhe dá direito a 10% ou mais do poder de voto. Um investidor é
considerado como tendo um grau de influência significativo se o seu poder de voto
estiver entre 10% e 50%. Se um investidor tiver um poder de voto igual ou superior a
50%, considera-se que tem o controlo da empresa.
63 Elo, Maria and Riddle, Liesl (Eds) (2015), Diaspora Business, Oxford, Interdisciplinary Press
64Ojo, Sanya et al (2013), African diaspora entrepreneurs: Navigating entrepreneurial spaces in ‘home’ and ‘host’ countries, International
Journal of Entrepreneurship and Innovation,14(4), pp. 289–299
65Rodriguez-Montemayor, Eduardo (2012), Diaspora Direct Investment: Policy Options for Development, Washington DC, Inter American
Development Bank
Pág. 36
Os investimentos tendem a financiar os serviços e a indústria ligeira, em vez da
indústria transformadora e da indústria pesada
Os investimentos incluem remessas colectivas utilizadas para diversos
empreendimentos e projectos
Os investimentos são canalizados predominantemente para os amigos e
familiares dos trabalhadores independentes, e para as MPME
Os investimentos são canalizados para comerciantes individuais não registados,
parcerias e empresas constituídas
Os investimentos são canalizados para cooperativas, e empresas sociais e
comunitárias
Os investimentos incluem contribuições em espécie, como competências
técnicas e instalações, máquinas e equipamento.
66 Dados de investimento do FMI e da UNCTAD tal como apresentados pelo Banco Mundial - Acedido em 15 de Abril de 2019
https://data.worldbank.org/indicator/BX.KLT.DINV.CD.WD?end=2017&locations=ZG&name_desc=false&start=1970&view=chart
UNCTAD (2019), Investment Trends Monitor: Issue 31, Geneva, United Nations Conference on Trade and Development
https://unctad.org/en/PublicationsLibrary/diaeiainf2019d1_en.pdf?user=46
UNCTAD (2018), World Investment Report 2018: Investment and New Industrial Policies, Geneva, UNCTAD (page 15)
https://unctad.org/en/PublicationsLibrary/wir2018_en.pdf
UNCTAD (2017), World Investment Report 2018: Investment and the Digital Economy, Geneva, UNCTAD (page 4)
https://unctad.org/en/PublicationsLibrary/wir2017_en.pdf
Pág. 37
Total de 5 7 771 biliõe 259 biliões 3,33%
anos s
I. DDI Informal
68 Ketkar, Suhas and Ratha, Dilip (2009), Innovative Financing for Development, Washington DC, World Bank
http://pubdocs.worldbank.org/en/335011444766662755/e-book-Innovative-Financing-for-Development.pdf
69 AVCA (2019), 2018 Annual African Private Equity Data Tracker, London, African Private Equity and Venture Capital Association (AVCA)
70 UNDP (2016), Impact Investment in Africa: Trends, Constraints and Opportunities, New York, United Nations Development Programme
https://www.undp.org/content/dam/undp/library/corporate/Partnerships/Private%20Sector/Impact%20Investment%20in%20Africa/Impact%
20Investment%20in%20Africa_Trends,%20Constraints%20and%20Opportunities.pdf - Accessed 15 April 2019
71 IFC (2019), Creating Impact: The Promise of Impact Investing, Washington DC, International Finance Corporation
https://www.ifc.org/wps/wcm/connect/66e30dce-0cdd-4490-93e4-d5f895c5e3fc/The-Promise-of-Impact-Investing.pdf?MOD=AJPERES
Acedido em 15 de Abril de 2019
72 Medina, Leandro, Jonelis, Andrew and Cangul, Mehmet (2017), The Informal Economy in Sub-Saharan Africa: Size and Determinants,
IMF Working Paper WP/17/156, Washington DC, International Monetary Fund
file:///C:/Users/user/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/TempState/Downloads/wp17156%20(1).pdf
Pág. 38
individual, parcerias, agentes comerciais não registados, empresários ocasionais e
acidentais. À semelhança das remessas, os IDD individuais podem ser pequenos,
mas o agregado é susceptível de ser muito elevado.
Os fundos de IED são utilizados, entre outros, para adquirir instalações, máquinas e
equipamento empresarial, acessórios, mobiliário e outros bens. Com o DDI, os bens
físicos são frequentemente fornecidos em espécie. Na qualidade de profissionais
qualificados, a diáspora também fornece contributos de gestão e técnicos em
espécie quando operam como empresários ou trabalham com associados
comerciais em África. Uma vez que a aquisição de contribuições em termos de
conhecimentos técnicos, de gestão e especializados é tomada em conta nos fluxos
de IED, as contribuições técnicas em espécie da diáspora devem ser reconhecidas
no quadro dos fluxos de IED. As metodologias de avaliação do IED teriam de
caracterizar e rentabilizar estes investimentos directos em espécie. Tem-se
argumentado que o DDI não só proporciona investimento de capital, mas também
oferece, como pacote, Ganho de Cérebros e desenvolvimento tecnológico, ao
mesmo tempo que serve de catalisador empresarial nos países de residência, e
facilitador do comércio bilateral e da cooperação para o desenvolvimento73.
Convém realçar que algumas das remessas colectivas geradas pelas associações
das cidades de origem e de antigos alunos não são utilizadas para fins filantrópicos,
mas como investimentos de pequena escala com impacto na economia social
africana. Além disso, a diáspora cria fundos comuns através de clubes de
investimento da diáspora e de redes de business angels, com o objectivo específico
de fazer investimentos directos em diversas empresas, bem como investimentos nos
produtos financeiros regulamentados. Os dados sobre o valor desta fonte de DDI
muitas vezes não existem. Seria possível que agências multilaterais trabalhassem
com estes clubes e redes74 de investimento para começar a recolher dados anuais
agregados dos fluxos dos clubes de investimento para a África.
73 Ardovino, Michael and Debass, Thomas (2009), Diaspora Direct Investment (DDI): The Untapped Resource for Development,
74 As redes de investimento da diáspora continental e regional incluem: African Diaspora Network’s African Diaspora Symposium
Pág. 39
empreendimentos nos países de origem ou de património, especialmente para
investimento de PME. Como tal, a diáspora angaria empréstimos pessoais ou outras
formas de empréstimos nacionais para utilização como DDI. A metodologia de
avaliação do DDI deve incluir meios de identificar investidores anjo e
empreendimentos conjuntos, bem como de quantificar a reorientação dos
empréstimos nacionais para o investimento empresarial em África.
V. DDI Imobiliário
Pág. 40
O Banco Mundial já realizou anteriormente inquéritos nacionais para estimar o valor
das remessas gastas em bens imobiliários75. Isto pode informar a metodologia para
a avaliação do DDI imobiliário em África.
Vários países africanos têm programas, apoiados por políticas e legislação, que
proporcionam incentivos ao DDI e benefícios fiscais comparáveis aos disponíveis
para o IED. Para alguns países como a Gâmbia e o Gana, o programa de incentivos
é gerido pela agência nacional de promoção do investimento interno e é uma
variante do programa de IED76, 77. Estes países tendem a estabelecer um limiar mais
baixo de exigência de investimento em dinheiro para a diáspora, para desencadear o
acesso aos incentivos. Alguns países criaram co-financiamentos adicionais
especializados da diáspora e Fundos de Desenvolvimento da Diáspora para
estimular o DDI. Para Marrocos, o programa ‘MDM Invest’ permite aos marroquinos
que vivem no estrangeiro aceder a uma subvenção de até 5 milhões de Dirham
(mais de 500.000 dólares) ou 10% dos custos, para projectos implementados em
Marrocos78. Para o Senegal, o programa "FAISE" prevê empréstimos a juros baixos,
a 5 anos, até 15 milhões de francos CFA (mais de 25.000 dólares), com prazos de
reembolso, para projectos da diáspora. . Outros países facilitaram o acesso da
diáspora a incentivos ao investimento interno, como sistemas de garantia de
empréstimos. Uma metodologia estruturada de avaliação do DDI teria de identificar e
monitorizar os resultados dos vários sistemas de incentivos da diáspora em toda a
África.
75 Plaza, Sonia, Navarrete, Mario and Ratha, Dilip (2011), Migration and Remittances Household Surveys in Sub Saharan Africa:
Methodological Aspects and Main Findings, Washington DC, World Bank and African Development Bank
http://pubdocs.worldbank.org/en/866251444753456291/Plaza-Navarrete-Ratha-MethodologicalPaper.pdf
76Gâmbia: http://giepa.gm/Investment%20and%20Export%20Incentives%20and%20Support%20to%20MSMEs
77Gana: https://www.gipcghana.com/invest-in-ghana/why-ghana/tax-regime-and-incentives.html
78 Marrocos: http://www.ccg.ma/en/votre-projet/mdm-invest
79 Dinamarca: https://drc.ngo/media/1893463/new-infographics_4-parts-in-one-file.pdf
80 EUA: http://diaspora.globalinnovationexchange.org/organizations/african-diaspora-marketplace
Pág. 41
Co-financiamento da empresa social 'AFFORD Diaspora Finance (ADF)' de
38.000 dólares, co-financiada pelo Departamento do Reino Unido para o
Desenvolvimento Internacional e Comic Relief charitable trust81.
81 Reino Unido: http://www.afford-diasporafinance.org/ (Ver também estudo de caso sobre ADF acima)
82 França: https://www.forim.net/contenu/praosim-0
83 Países Baixos: https://www.connectingdiaspora.org/ed4d/call-for-business-ideas/
https://www.un.org/africarenewal/web-features/addressing-foreign-direct-investment-paradox-africa
Pág. 42
A metodologia de avaliação deve também monitorizar as remessas colectivas
utilizadas para empresas socialmente responsáveis, empresas sociais, cooperativas
e empreendimentos regenerativos, bem como os investimentos em equipamentos e
instalações comunitários.
O DDI para a África funciona como discutido acima, caracterizado pela ausência de
dados abrangentes. No entanto, não há falta de planos e propostas para expandir e
melhorar o DDI e outras formas de financiamento da diáspora. Há muito mais
sistemas planeados e prospectivos, do que empreendimentos de DDI estruturados
reais. Isto indica que é necessário apoio institucional para ajudar a implementar
novos sistemas e expandir os existentes. Exemplos de dois sistemas de DDI dos
Estados Unidos e do Reino Unido são apresentados a seguir.
Origens & O Fundo foi concebido pelo Embaixador da União Africana nos
Promoção: EUA em Washington, que faz parte da diáspora africana nos
EUA e é um médico e empresário de renome.
Descrição O Fundo proposto será criado nos EUA, em parceria com os
Sumária: bancos e instituições financeiras afro-americanas. Os
investidores da diáspora contribuirão através de subscrições
flexíveis que podem ser de apenas 10 dólares por mês. Os
fundos comuns serão investidos nas ‘Aldeias Integradas de
Novas Tecnologias’ ambiciosas, inovadoras, icónicas e
sustentáveis em África, com hospital universitário, universidade
técnica, unidades de produção farmacêutica, complementados
por hotéis, centros comerciais e infra-estruturas rodoviárias para
as viaturas particulares, metro ligeiro, e outros equipamentos de
categoria mundial. As Aldeias Wakanda One atrairão pessoal
profissional, residentes, visitantes do Atlântico e da nova
diáspora africana, bem como outros de todo o mundo.
Pág. 43
Cronograma de Conceito, consultas, estudos de viabilidade e parcerias (2018-
Implementação: 19)
Negociações, implementação jurídica, regulamentar e
operacional (2020-21)
Possíveis Como fundo de investimento colectivo na diáspora, Wakanda
ligações ao pode ser um investidor em Obrigações da Diáspora e Fundos
Investimento de Mútuos; Como promotor de activos e operador de programas em
Carteira África, as instituições de investimento em África podem ser
Africana: investidores nos projectos Wakanda baseados em activos em
África, especialmente para a reprodução e expansão de fundos
parciais para outros países.
Pág. 44
realizou 5 rondas de co-financiamento do ADF, investindo em
40 empreendimentos liderados pela diáspora em 10 países
africanos. O investimento total em dinheiro do ADF é de cerca
de 1 milhão de dólares86. Este é um exemplo de um projecto
operacional de IED de PME.
Principais Agências Governamentais e Institucionais de Desenvolvimento
Investidores: Organizações Beneficientes e Fundações Privadas
Corporações e Organizações da Diáspora e Doadores
(Procuram-se novos financiadores para cada ronda de co-
financiamento)
Localização Camarões; Etiópia; Gana; Quénia; Nigéria; Sierra Leone;
dos Projectos: Somália; Uganda; Zâmbia, Zimbabwe
Pág. 45
públicas para, entre outros, proteger os investidores. Os activos de reserva
mencionados na definição do FMI são moeda, mercadorias e outros capitais
financeiros facilmente transferíveis detidos pelos governos e autoridades
monetárias. Nem o Banco Mundial, nem o FMI ou qualquer outra Instituição
Financeira Multilateral global ou regional avalia e monitoriza o Investimento de
Carteira da Diáspora (DPI) de uma forma estruturada, normalizada e regular. Assim,
é importante realçar as observações contextuais sobre o DPI que se seguem.
II. Dados de FPI para Análise de DPI: Para avaliar o estatuto e viabilidade do
DPI em África (sob a forma de Títulos da Diáspora e Fundos Mútuos), é
necessário analisar uma série de indicadores e factores directos e indirectos.
Os regulamentos do mercado de capitais que regem a estruturação,
comercialização e gestão de obrigações, acções, fundos e outros produtos
financeiros são essenciais, para que o sector de investimento de carteira
possa existir e prosperar. Este capítulo avalia o estado das bolsas de valores
e dos mercados de obrigações em África, enquanto se discute também a
participação africana nos mercados de capitais internacionais. DPI tem
características distintivas, mas é um subconjunto do FPI, e pertence
directamente às limitações do mercado de capitais do FPI.
88 Terrazas, Aaron (2010), Diaspora Investment in Developing and Emerging Country Capital Markets: Patterns and Prospects,
89Faal, Gibril (2006), A New Definition and Classification of the African Diaspora, London, GK Partners
Ver versão actualizada em: http://gambiandiaspora.net/wp-content/uploads/2018/04/MSDG-BP-3-Defining-the-African-Diaspora-Sep-
2017.pdf
Pág. 46
investimentos intermediados. Os produtos financeiros de acções e dívida são
geridos através de serviços bancários de empresas e de investimento, corretores de
investimento regulamentados, e outras instituições financeiras e de investimento
acreditadas que operam nos mercados de capitais e outros quadros estatutários
comparáveis. Dos 55 Estados Membros da União Africana, cerca de 30 deles têm
Bolsas de Valores, com BRVM a servir 8 países (7 países francófonos da África
Ocidental, mais a Guiné Bissau). Apesar de 55% dos países africanos serem
servidos por uma Bolsa de Valores (BV), apenas alguns países têm mercados de
capitais activos e de alto valor.
91Informação da Associação Africana de Bolsa de Valores (ASEA) e revisão dos websites de diferentes Bolsas de Valores
http://african-exchanges.org/en/membership#contentCarousel/members - Acedido em 31 de Janeiro de 2019
92 Informações diárias sobre os mercados de uma selecção de Bolsas de Valores Africanas no website de Mercados Africanos
https://www.african-markets.com/en/tools/performance - Acedido em 31 de Janeiro de 2019
93 Artigo da revista The Economist Magazine de 1 de Dezembro de 2016 - Acedido em 31 de Janeiro de 2019
https://www.economist.com/finance-and-economics/2016/12/01/africas-stock-exchanges-meet-but-size-holds-them-back
Pág. 47
1969 2005
Sudão Malawi
54 Listas; Fundada em 14 Listas; Fundada em 1995
1994
94AFMI (2018), Índice de Desenvolvimento do Mercado de Obrigações da África: Relatório anual de 2017 sobre a Classificação e
Pontuação dos Países, Abidjan, Iniciativa dos Mercados Financeiros Africanos (AFMI)
Além das classificações do Mercado de Obrigações, é dada uma classificação geral dos países, com pontuações baseadas em vários
critérios, nomeadamente: factores económicos, de governação e de emissão; infra-estrutura do mercado de obrigações; base de
investidores nacionais; e diversidade de participantes institucionais e económicos. Em 2017, as 10 primeiras classificações gerais de
países foram exactamente as mesmas que as classificações do Mercado de Obrigações.
Pág. 48
II. Hubs Financeiros: Para além das acções das empresas, as BV negociam
obrigações e outros títulos e dívidas. Para além das principais BV como a
África do Sul, Nigéria, Egipto e Marrocos, surgiram em África novos centros
financeiros on-shore e off-shore, nomeadamente Maurícias, Namíbia e
Seychelles. Estas BV enumeram uma série de empresas estrangeiras que
estão a capitalizar os incentivos ao investimento. As BV fazem parte da infra-
estrutura institucional necessária para expandir e melhorar o FPI e o DPI.
Pág. 49
dólares (8%) venceram em 1 a 5 anos; 12 biliões de dólares (5%) venceram
em 5 a 10 anos; e 18 biliões de dólares (7%) venceram em 10 anos ou
mais99. Isto indica que os títulos do Tesouro convencionais e tradicionais, que
tendem a ter prazos de vencimento curtos, ainda dominam o mercado
africano de obrigações. Pelo contrário, as obrigações internacionais tendem a
ter prazos de vencimento mais longos, de 3 a 30 anos. É o caso dos
Eurobonds emitidos por países africanos nos últimos anos. No que diz
respeito aos prazos de vencimento, as Obrigações da Diáspora são mais
semelhantes aos Eurobonds do que aos Títulos do Tesouro nacionais.
Para além dos mercados de capitais em África, países como a África do Sul e o
Egipto têm uma longa história de utilização dos mercados monetários internacionais
na angariação de fundos para programas de desenvolvimento nacional. A análise
das Obrigações Soberanas nos últimos 15 anos mostrou que se tornou um
instrumento de investimento padrão utilizado repetidamente por poucos governos
africanos100, 101, 102. Durante quase uma década após a anulação da dívida e a
reestruturação de meados dos anos 90, nenhum governo da África Subsaariana
(SSA) emitiu instrumentos de dívida privada nos mercados de capitais
internacionais. Esta situação mudou em Outubro de 2006, quando Seychelles emitiu
com sucesso um Eurobond de 200 milhões de dólares, e desde então o sector tem
crescido de forma constante, como resumido abaixo103, 104, 105. Isto é relevante para o
DPI porque as Obrigações da Diáspora emitidas no seio da diáspora (e não nos
países africanos) são abrangidas pela regulamentação do mercado de capital
internacional. Na realidade, a bem sucedida 2017 Nigerian Diaspora Bond foi emitida
como uma obrigação internacional, regulamentada no Reino Unido e nos EUA106.
99 Ibid
100 Foi revista uma vasta gama de fontes primárias e secundárias sobre Obrigações Soberanas Africanas, incluindo as aqui referidas.
IMF (2018), Regional Economic Outlook: Sub-Saharan Africa – Capital Flows and the Future of Work, IMF, Washington DC.
file:///C:/Users/user/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/TempState/Downloads/sreo1018background%20(
1).pdf - Acedido em 31 de Janeiro de 2019
103 Olabisi, Michael and Stein, Howard (2015), Sovereign Bond Issues: Do African Countries Pay More to Borrow?, Journal of African
Trade 2–2015, pp. 87-109
https://www.researchgate.net/publication/284232886_Sovereign_bond_issues_Do_African_countries_pay_more_to_borrow
104http://blogs.worldbank.org/opendata/sub-saharan-africa-s-sovereign-bond-issuance-boom
105https://cytonnreport.com/research/sub-saharan-africa-ssa-eurobonds-cytonn-weekly-032019
106https://www.rns-pdf.londonstockexchange.com/rns/6590I_-2017-6-20.pdf?_ga=2.2443632.1542841299.1506814147-
1372087311.1498165371
Acedido em 31 de Janeiro de 2019
Pág. 50
de 3,2 biliões de dólares. Desde então, Gana tornou-se um emitente prolífico,
com emissões de Eurobonds em 2013, 2014, 2015, 2016 e 2018. No mesmo
ano, a República do Congo também emitiu uma Obrigação de 480 milhões de
dólares, a 3,5% no quadro da reestruturação da sua dívida. No mesmo ano,
Seychelles emitiu uma segunda pequena Obrigação de 30 milhões de
dólares, e Gabão angariou 1 bilião de dólares para reestruturar a sua dívida
privada externa existente. A África do Sul continuou a estar activa no mercado
internacional de obrigações.
107https://thebusinesstelegraph.com/2019/01/23/african-eurobonds-what-to-look-for-in-2019/
108https://www.moroccoworldnews.com/2019/03/268476/morocc-to-issue-2-international-bonds-of-mad-11-billion-each/
109http://cbonds.com/countries/Tunisia-bond
Pág. 51
Eurobonds, avaliados em 92 biliões de dólares, estavam em circulação. Deste
valor, mais de 50% diziam respeito a emissões da África do Sul (19 biliões de
dólares), Egipto (19 biliões de dólares) e Nigéria (11 biliões de dólares)110.
Os fluxos de FPI para a África são obtidos através dos mercados de capitais
africanos ou internacionais, tal como discutido acima. Em comparação com outras
partes do mundo, o FPI em África é reduzido e relativamente subdesenvolvido. Em
2017, o valor dos activos globais do FPI foi de 60 trilhões de dólares 111. Não há
dados directamente comparáveis para África, mas o valor dos Eurobonds africanos
em circulação era de 92 biliões de dólares112. Isto indica que os activos dos FPI
africanos são uma fracção de um ponto percentual dos activos globais.
113 IMF Balance of Payments data, and World Bank International Debt statistics:
114 AfDB (2017), African Economic Outlook 2017: Entrepreneurship and Industrialisation, Abidjan, Paris and New York, African
Development Bank (AfDB), Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), United Nations Development Programme
(UNDP) http://www.undp.org/content/dam/rba/docs/Reports/African_Economic_Outlook_2017_EN.pdf - Ver páginas 44-45
Pág. 52
II. FPI em Relação a Todos os Fluxos: O Banco Africano de Desenvolvimento
(BAD) controla quatro fontes de fluxos financeiros externos para a África,
nomeadamente a Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD), Remessas, IED
e FPI. De um total de 180 biliões de dólares de fluxos para a África em 2017,
apenas 5,2 biliões de dólares, ou seja 2,8%, foi FPI. Na última década, o
maior fluxo de FPI foi em 2012 de 34,3 biliões de dólares, ou seja, 17% do
total do fluxo externo de 200 biliões de dólares115.
115 ibid Em 2017, os fluxos financeiros externos para a África foram: APD 50,9 biliões de dólares (28%); Remessas 66,2 biliões de
dólares (37%); IED 57,5 biliões de dólares (32%); FPI 5,2 biliões de dólares (3%); Total 179,8 biliões de dólares. Em 2012, os fluxos
financeiros externos para a África foram: APD 51,8 biliões de dólares (26%); Remessas 64,3 biliões de dólares (32%); IED 49,4 biliões de
dólares (25%); FPI 34,3 biliões de dólares (17%); Total 199,8 biliões de dólares.
116https://www.crunchbase.com/fund/remitfund-raised-the-african-diaspora-investment-fund--ADFC---062ef397
Pág. 53
embaixador da UA nos EUA. Estão na fase de planeamento, pré-registo e
concepção pré-técnica117. Rwanda Diaspora Bond baseado no primeiro projecto da
AFFORD está actualmente na fase de preparação do prospecto. AFFORD Bond
está ligada a um programa de habitação para os principais trabalhadores,
desenvolvido após 5 anos de consultas, negociações e trabalho técnico de
colaboração com o Governo do Ruanda, o PNUD e a principal firma de advogados
Latham & Watkins com sede no Reino Unido118. Evidências sugeriram que uma
série de diferentes grupos, organizações e instituições estão a discutir, a conceber
ou a desenvolver produtos de DPI, mas praticamente não existem produtos a serem
comercializados nos mercados de capitais africanos e internacionais
regulamentados.
117https://face2faceafrica.com/article/aus-plan-of-building-a-real-wakanda-for-the-african-diaspora-gets-a-jumpstart
Pág. 54
arrendamento durante algumas semanas por ano. Tendo analisado as
empresas cotadas nas Bolsas de Valores Africanas, não se consegue saber
quantas destas empresas estão cotadas e regulamentadas segundo as
regras do mercado de capitais. No entanto, os bancos comerciais estão a
começar a oferecer Hipotecas da Diáspora.
120 KCB KCB é o antigo Banco Comercial do Quénia: https://ke.kcbgroup.com/diaspora/ - Acedido em 1 de Abril de 2019
121 World Bank (2011), Leveraging Migration for Africa: Remittances, Skills and Investments, Washington DC, World Bank
https://siteresources.worldbank.org/EXTDECPROSPECTS/Resources/476882-1157133580628/AfricaStudyEntireBook.pdf
Pág. 55
3.6 A Pilotagem e o Sucesso das Obrigações da Diáspora
As Obrigações de Israel foram emitidas desde 1951 e, até 2015, angariaram cerca
de 40 biliões de dólares122, financiando uma série de infra-estruturas, segurança e
desenvolvimentos estratégicos123. A Índia emitiu as Obrigações de Desenvolvimento
da Índia (IDB) no valor de 1,6 biliões de dólares em 1991 para fazer face à crise da
balança de pagamentos; as Obrigações da Índia Ressurgente (RIB) no valor de 4,2
biliões de dólares em 1998 para reagir às sanções económicas impostas após testes
nucleares; e as Obrigações Índia Millennium Deposits (IMD) no valor de 5,5 biliões
de dólares em 2000 para capitalizar esta nova fonte de financiamento do
desenvolvimento124 Em Janeiro de 2019, o Paquistão emitiu uma Obrigação da
Diáspora no valor de 1 bilião de dólares, denominada Pakistan Banao Certificates
(PDC), para fazer face aos défices fiscais e comerciais125.
123 O autor deste relatório realizou uma viagem de estudo a Israel em 2012. Visitou projectos financiados por Israel Bonds e entrevistou os
então e anteriores Presidentes/CEOs da Cooperação para o Desenvolvimento de Israel (DCI) que gere Israel Bonds.
124 Ketkar, Suhas and Ratha, Dilip (2010), Diaspora Bonds: Tapping the Diaspora during Difficult Times, Journal of International
125 O Banco Estatal do Paquistão fez um anúncio formal em 31 de Janeiro de 2019. O Pakistan Banao Certificate foi lançado pelo
126 AfDB (2012), Diaspora Bonds: Some Lessons for African Countries, Africa Economic Brief 3 (13), Abidjan, African Development Bank
https://pdfs.semanticscholar.org/6bc3/c1f9a90208131e5ef362baecb349743b900d.pdf
127 World Bank (2013), A Billion Dollar Idea: Leveraging Migration for Financing Development, Washington DC, World Bank
http://blogs.worldbank.org/peoplemove/files/special_topic.pdf
128 Ketkar, Suhas and Ratha, Dilip (Ed.) (2009), Innovative Financing for Development, Washington DC, World Bank
http://pubdocs.worldbank.org/en/335011444766662755/e-book-Innovative-Financing-for-Development.pdf
129 Commonwealth Secretariat (2016), Action to Expand the Economic Impact of Diaspora Finance, London, Commonwealth Secretariat
http://thecommonwealth.org/sites/default/files/inline/FMM16O3%20-%20SOM_Diaspora.pdf
130 Rustomjee, Cyrus (2018), Issues and Challenges in Mobilizing African Diaspora Investment, Policy Brief No. 130, Waterloo, Centre for
Pág. 56
Em 2011, Homestrings (agora denominado Movement Capital), que era uma
plataforma de investimento da diáspora, participou na comercialização de Kenya
Infrastructure Bond (ver abaixo) e do Senegal Eurobond. Isto pode ter dado a
impressão de que o Senegal tinha emitido uma Obrigação da Diáspora quando não
o fez. Com a onda de Eurobonds Africanas a partir de 2013, os comentadores
podem ter criado a percepção de que as Obrigações da Diáspora estavam a ser
emitidas. Esta percepção foi reforçada pelo facto de países como o Ruanda, que
tinham manifestado interesse e tomado medidas para emitir Obrigações da
Diáspora, terem passado a emitir Eurobonds soberanas gerais131.
131 O trabalho sobre um projecto de Obrigação da Diáspora para o Ruanda foi baseado nos resultados que emergiram do projecto
RemitPlus™ da AFFORD (2009-11). Beneficiou de amplas consultas e análises apoiadas no Reino Unido pelo Department for
International Development (DFID) e Comic Relief através da Common Ground Initiative 2011-14. O autor deste relatório efectuou
consultas e estudos de mercado com a diáspora. Também liderou discussões com os Ministros de Finanças e Comércio do Ruanda, Alto
Comissário para o Reino Unido, Governador do Banco Nacional do Ruanda e altos funcionários do governo e empresas estatais, a partir
de 2012.
132 Ketkar, Suhas and Ratha, Dilip (Ed.) (2009), Innovative Financing for Development, Washington DC, World Bank
http://pubdocs.worldbank.org/en/335011444766662755/e-book-Innovative-Financing-for-Development.pdf
133 Rustomjee, Cyrus (2018), Issues and Challenges in Mobilizing African Diaspora Investment, Policy Brief No. 130, Waterloo, Centre for
International Governance Innovation https://www.cigionline.org/sites/default/files/documents/PB%20no.130.pdf
Pág. 57
do Norte, com eventos em Londres, Colónia e Amesterdão135. Um aviso do Banco
do Gana (ver abaixo), indicou que o período de venda foi reajustado para o
calendário de 27 de Dezembro de 2007 a 11 de Julho de 2008. Em Agosto de 2008,
a Ghana News Agency anunciou que da meta de 50 milhões de GHC, a subscrição
da Obrigação foi apenas de 20 milhões de GHC (40%), por isso a Obrigação não foi
bem sucedida136. Dos 20 milhões de GHC angariados, 18,73 milhões de GHC
(94%) provieram de vendas locais e 1,10 milhão de GHC (6%) proveio da diáspora
ganesa no Reino Unido, Canadá e EUA. No mesmo ano (2007), Gana angariou 750
milhões de dólares através de uma Eurobond, e desde então emitiu com sucesso
múltiplas obrigações internacionais soberanas, angariando biliões de de dólares no
total. Os últimos Eurobonds em 2 tranches (10 e 30 anos), angariaram 2 biliões de
dólares em 2018137.
138 Notificação de reembolso emitida pelo Banco do Gana: - Acedido em 1 de Abril de 2019
https://bog.gov.gh/privatecontent/Public_Notices/Redemption%20of%20golden%20jubilee%20bond%20-%20may%202013.pdf
139 Rustomjee, Cyrus (2018), Issues and Challenges in Mobilizing African Diaspora Investment, Policy Brief No. 130, Waterloo, Centre for
140 Ibid
Pág. 58
A GERD (também conhecida por Hedasė Dam) é um megaprojecto que, após a sua
conclusão, será a maior barragem em África, gerando mais de 6.000 megawatts de
electricidade. Permitirá à Etiópia exportar o excesso de electricidade, acabando por
se tornar o maior exportador de electricidade da África, com potencial para ganhar 1
bilião de dólares anuais142. A construção do GERD começou em 2011, e a data
inicialmente prevista de conclusão de 2017 não foi alcançada, devido a problemas
financeiros e de engenharia. Prevê-se que esteja totalmente operacional em 2022.
O montante de 4,8 biliões de dólares seriam obtidos tanto da diáspora como de
fontes internas. No entanto, consta que a China e a Itália forneceram parte do
financiamento143.
141A Obrigação foi concebida com uma taxa de juro flexível baseada na London Interbank Offered Rate (LIBOR) que é uma taxa de juro
global de referência, utilizada para empréstimos interbancários, calculada e publicada diariamente. A Ethiopian Renaissance Dam Bond
acrescentou um prémio sobre a LIBOR de 1,25% a 2,00%, dependendo dos termos escolhidos pelo subscritor.
142 Análise do Instituto de Engenheiros Eléctricos e Electrónicos (IEEE), publicada no website da sua Spectrum Magazine:
Kumagai, Jean (2016), The controversial dam is nearly done, but will drought and lack of grid infrastructure lessen its impact?, IEEE
https://spectrum.ieee.org/energy/policy/the-grand-ethiopian-renaissance-dam-gets-set-to-open - Acedido em 1 de Abril de 2019
143 NEPAD (2015) Grand Ethiopia Renaissance Dam, Midrand, Johannesburg, New Partnership for African Development
https://www.nepad.org/project/grand-ethiopian-renaissance-dam - Accessed 1 April 2019
145Makonnen, Tesfaye (2016), The Imperative of Stepping-up Ethiopian Diaspora’s Contribution to Hedasė Dam (GERD), Online, Aiga
Forum http://aigaforum.com/article2016/GERD-and-Diaspora-041516.pdf - Acedido em 1 de Abril de 2019
Pág. 59
limitadas a 20 milhões de KES. As receitas deviam ser utilizadas para financiar
projectos de infra-estruturas de estradas, energia e água. A subscrição de
obrigações foi de 14 biliões de KES, sendo 70% da metat 146, 147. A emissão não foi
bem sucedida.
Depois de 2011, Quénia emitiu com sucesso outras Obrigações em moeda local,
não designadas como Obrigações da Diáspora. Foram comercializadas a residentes
locais, à diáspora e a todos os outros investidores. O sucesso continuou com a
primeira emissão de Eurobond (em 2 tranches de 5 e 10 anos) por 2,6 biliões de
dólares em 2014, e uma emissão de 2018 de 2 biliões de dólares, em 2 tranches de
10 e 30 anos148.
Em 2017, Quénia deu mais um passo pioneiro ao lançar M-Akiba como a primeira
Obrigação baseada ligação telefónica móvel do mundo. Mais de 300.000 pessoas
registadas na plataforma, mas apenas cerca de 6.000 pessoas (2%) subscreveram a
Obrigação, angariando 2,4 milhões de dólares (24%) da meta de 10 milhões de
dólares. Apesar da baixa adesão, os indicadores foram suficientemente positivos
para o governo queniano relançar M-Akiba em Fevereiro de 2019, O relançamento
aumentou a subscrição da Obrigação para 79%, e o número de pessoas registadas
na plataforma subiu para 450.000149, 150.
146 Rustomjee, Cyrus (2018), Issues and Challenges in Mobilizing African Diaspora Investment, Policy Brief No. 130, Waterloo, Centre for
147 Banco Central do Quénia (2011), Prospecto para a Obrigação de Infra-estruturas do Governo do Quénia com a Componente da
Diáspora Queniana: Issue No. IFB 1/2011/12, Nairobi, Central Bank of Kenya
https://www.centralbank.go.ke/images/docs/BondProspectus/2011/sep_10_2011_ifb.pdf
Pág. 60
O Prospecto apresenta todas as informações necessárias para que os clientes
tomem decisões informadas, e cumpram os requisitos regulamentares. As
Obrigações foram denominadas em dólares, pelo valor de 300 milhões de dólares
(i.e. Preço da Oferta Pública de 300 milhões de dólares). O Desconto de Subscrição
foi facturado em 0,8%, ou seja 2,4 milhões de dólares, o que significa que o 'Produto
Antes das Despesas para o Emissor' foi de 99,2%, ou seja 297,6 milhões de dólares.
. A subscrição mínima era de 2.000 dólares, tendo sido posteriormente negociada
em múltiplos de 1.000 dólares. As Obrigações da Diáspora foram oferecidas a uma
taxa de juro fixa de 5,625%, com vencimento após 5 anos em 27 de Junho de 2022.
Os pagamentos de juros são efectuados aos subscritores de obrigações duas vezes
por ano,em 27 de Junho e 27 de Dezembro de cada ano, com início em 27 de
Dezembro de 2017. A Obrigação não é reembolsável antes da data de vencimento.
A subscrição foi aberta a nigerianos e não nigerianos, assim como a investidores
privados e institucionais. A emissão foi um sucesso, mas não se dispõe de
informações sobre o perfil dos diferentes investidores. As ordens das Obrigações
Iniciais eram de 190%, e no encerramento do leilão, a subscrição da primeira
Obrigação da Diáspora Nigeriana foi de 130%. A Obrigação foi posteriormente
cotada na NSE em 21 de Dezembro de 2017152
152 Anúncios de Nigerian in Diaspora Commission (NIDCOM) e da Bolsa de Valores da Nigéria: - Acedido em 1 de Abril de 2019
http://diaspora.gov.ng/nigeria-raises-300-million-from-first-diaspora-bond/
http://www.nse.com.ng/mediacenter/pressreleases/Pages/DMO-lists-Diaspora-Bonds-and-Eurobonds-on-NSE.aspx
154 Termos de Referência publicados pelo Gabinete de Gestão da Dívida: - Acedido em 1 de Abril de 2019
http://www.bpp.gov.ng/wp-content/uploads/2019/01/DMO-RFP-FOR-DIASPORA-BOND.pdf
155 Relatório de Bloomberg; avisos de consultas da Embaixada da Nigéria e de Chatham House: - Acedido em 1 de Abril de 2019
https://www.bloomberg.com/news/articles/2014-01-22/nigerian-president-wants-diaspora-bond-tripled-to-300-million
http://nigeria-consulate-atl.org/the-federal-republic-of-nigeria-diaspora-bond/
https://www.chathamhouse.org/sites/default/files/events/160516partnership-in-practice-meeting-summary.pdf
Pág. 61
4. Estratégia de Investimento para a Sociedade Financeira da
Diáspora Africana
Em 25 de Maio de 2012 em Joanesburgo, África do Sul, na Cimeira Global da
Diáspora Africana (GADS), os Chefes de Estado e de Governo da União Africana
decidiram realizar um projecto legado: “.....Como uma forma de dar um sentido
prático ao programa da Diáspora....[e].....explorar a possibilidade de criar um Fundo
de Desenvolvimento e/ou Fundo de Investimento da Diáspora Africana para
enfrentar os desafios de desenvolvimento que se colocam aos africanos no
continente e na Diáspora”.156
156 Ver a Declaração de GADS, incluindo secções sobre ‘Mobilização de Apoio’ no âmbito de ‘Cooperação Política’ e ‘Mobilização de
Pág. 62
III. Ligações a Iniciativas Continentais: Os fundos obtidos através de produtos
financeiros regulamentados emitidos por uma Sociedade Financeira da
Diáspora Africana institucionalizada (ADFC) podem ser utilizados para investir
numa vasta gama de infra-estruturas prioritárias nacionais, continentais,
públicas, privadas e de colaboração, iniciativas de economia social e de
desenvolvimento, empreendimentos, programas e projectos.
Pág. 63
I. Foco na Poupança da Diáspora e Financiamento Inovador
158 A proposta para o projecto RemitPlus™ foi desenvolvida em 2008 com base em ideias práticas discutidas e desenvolvidas através de
processos políticos globais, incluindo o Diálogo de Alto Nível das NU sobre Migração e Migração Internacional de 2006. O projecto-piloto
de validação do conceito foi implementado pela AFFORD em 2009-11, com actividades concentradas no corredor de financiamento da
diáspora Reino Unido-Sierra Leone.
AFFORD (2012), RemitPlus™ Project Report, London, AFFORD
https://afford-uk.org/wp-content/uploads/2019/02/RemitPlus-Report-2012-Update.pdf
159 Terrazas, Aaron (2010), Diaspora Investment in Developing and Emerging Country Capital Markets: Patterns and Prospects,
Pág. 64
iniciativa e criaram Contas Bancárias da Diáspora, fornecendo serviços de conta
corrente, poupança e investimento. Fundos Mútuos da Diáspora e Obrigações da
Diáspora estruturados, formais, regulamentados e baseados no mercado estão
ainda subdesenvolvidos, criando uma oportunidade para a ADFC preencher uma
lacuna no mercado financeiro a nível continental.
Em 2018, Making Finance Work for Africa (MFWA), uma organização apoiada e
acolhida pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), encomendou um estudo
sobre 'A Systematic Approach to Supporting Diaspora Investment in Africa' (Uma
Abordagem Sistemática de Apoio ao Investimento da Diáspora em África). O estudo
analisou 47 iniciativas de investimento da diáspora em todo o mundo, incluindo 17
em África. Das 47 iniciativas, foram utilizados 19 tipos diferentes de
veículos/instrumentos de investimento. Dos 19 veículos de investimento, apenas 5
foram utilizados mais do que uma vez, nomeadamente: Obrigações da Diáspora
(utilizadas 12 vezes); Fundo de Investimento/Fundo Mútuo (utilizado 6 vezes);
Crowd Funding (utilizado 3 vezes); Community Investment Note (utilizada 2 vezes); e
Plataformas Online 'Peer to Peer' (P2P) (utilizadas 2 vezes)161. Esta descoberta
corrobora as descobertas anteriores RemitPlus™ que indicam que o DPI deve incidir
nos Fundos Mútuos e Obrigações da Diáspora, para aceder efectivamente às
enormes fontes inexploradas de financiamento do desenvolvimento da diáspora. A
introdução de uma vasta gama de produtos cria uma complexidade e confusão
indevidas num mercado que prospera essencialmente sobre as Obrigações e os
Fundos de Investimento. Um pequeno número de outros títulos e produtos
especializados pode ser introduzido como ofertas futuras, à medida que e quando se
estabelece uma procura lucrativa no mercado.
160http://hldcivilsociety.org/wp-content/uploads/2013/12/HLD-2013-Matrix-of-multi-stakeholder-convergence.pdf
161 DMA Global (2018), A Systematic Approach to Supporting Diaspora Investment in Africa: A Final Summary Report (Unpublished
Os 19 veículos de investimento utilizados nos 47 planos de investimento avaliados pela DMA Global em 2018 foram: Fundos Mútuos;
Fundo de Investimento; Títulos e Obrigações do Tesouro; Obrigações de Poupança; Obrigações de Desenvolvimento Social; Obrigações
da Diáspora; Investimento Colectivo; Sistemas SACCO; Crowd-Funding; Plataformas P2P Online; Investimento Directo da Diáspora; Nota
de Investimento Comunitário; Certificados de Dívida; Certificado de Depósito; Fundo de Capital de Risco; Fundo de Desenvolvimento com
Incentivos Fiscais; Marketing/Financiamento de Sementes; Organismo de Investimento Interno; Instituição Apex de Financiamento.
Pág. 65
I. Colaboração em Políticas Públicas
162Odusola, Ayodele (2018), Foreign Direct Investment Paradox in Africa, Africa Renewal Online, Dec 2018 – Feb 2019, UN, New York
https://www.un.org/africarenewal/web-features/addressing-foreign-direct-investment-paradox-africa
163 Código Pan-Africano de Investimento da União Africana (2016), Adis Abeba, União Africana
https://au.int/sites/default/files/documents/32844-doc-draft_pan-african_investment_code_december_2016_en.pdf
Pág. 66
Financiamento das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável;
Fundação Financeira Inovadora.
Países como Israel, China, Índia e Líbano conseguiram angariar biliões de dólares
através de Obrigações que visam quase exclusivamente a sua diáspora. Isto está
de acordo com a história e perfil específicos dessas diásporas, e a força das
ligações da diáspora com o país de origem e património. A ADFC deve ser envolver-
se deliberadamente não só com os 17 milhões de migrantes africanos164, mas
também com os mais de 150 milhões165 de diásporas multigeracionais, que são
nacionais de países da Europa, das Américas, do Médio Oriente e da Ásia. Além
disso, a ADFC comercializará os seus produtos de investimento a ‘amigos de África’,
‘amigos da diáspora africana’, bem como a investidores éticos e responsáveis. Isto
reflecte o facto de que o investimento de carteira em África é subdesenvolvido, e que
a necessidade de financiamento do desenvolvimento para a África é enorme.
Uma das principais características das remessas que a torna uma forma sustentável
de financiamento do desenvolvimento é a sua natureza contracíclica; em geral, os
influxos são mantidos e aumentados (excepto as baixas ocasionais),
independentemente de os indicadores macroeconómicos estarem a agravar ou a
melhorar. Esta situação deriva das afinidades pessoais, familiares, comunitárias,
culturais e patrióticas que caracterizam a psicologia e sociologia da diáspora. A
ADFC trabalhará com parceiros para procurar incorporar e enraizar fluxos de
investimento contracíclicos no mercado emergente de DPI em África.
164http://www.un.org/en/development/desa/population/migration/data/estimates2/estimatesgraphs.shtml?0g0
Pág. 67
I. Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular
O Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular (GCM) é o primeiro
quadro global de governação da migração, adoptado pelas Nações Unidas.
Reconhece a importância de facilitar o aumento dos recursos dos migrantes e da
diáspora, e apela explicitamente ao apoio ao investimento da diáspora e ao
financiamento de contrapartida166.
166 O autor deste relatório foi um dos líderes mundiais que proferiu declarações sobre ‘Acção e Cooperação Internacional: A Via a Seguir’
na Cimeira da Assembleia Geral das NU para os Refugiados e Migrantes de 19 de Setembro de 2016, que desencadeou o processo do
Pacto Global para as Migrações (GCM). Serviu como ‘Perito Principal’ das NU durante a fase de consultas do GCM e prestou apoio
técnico durante as fases de negociação e elaboração.
Pág. 68
e a África: ‘identificarão corredores para as transferências de remessas onde os
parceiros se comprometem a reduzir substancialmente os custos até 2020, da
Europa para África e dentro de África’. Além disso, o JVAP incluiu um novo
compromisso de:
167 O autor deste relatório prestou assistência técnica à Comissão da União Africana durante a Cimeira Europa-África de Valletta de 2015,
que conduziu ao JVAP. Apoiou o Comissário dos Assuntos Sociais da UA, em ligação com as equipas da UE, e forneceu o projecto de
texto para o JVAP, incluindo a secção sobre remessas e investimento transfronteiriço. Ver secção 1.2 do JVAP sobre ‘Benefícios da
migração para o desenvolvimento’:
https://www.consilium.europa.eu/media/21839/action_plan_en.pdf - Accessed 1 April 2019
168O autor esteve envolvido nas consultas e negociações pós-2015/Agenda 2030, trabalhando com países desenvolvidos e em
desenvolvimento, organizações internacionais e da diáspora, especialmente sobre migração, diáspora, desenvolvimento, investimento e
cooperação. Em Novembro de 2015, ele testemunhou no primeiro inquérito parlamentar do ODS pela Câmara dos Comuns do Reino
Unido sobre ‘Business and the SDGs’.
United Nations (2015), Transforming Our World: The 2030 Agenda for Sustainable Development - A/RES/70/1, New York, United Nations
https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/21252030%20Agenda%20for%20Sustainable%20Development%20web.pdf
169 ibid
Pág. 69
migrantes para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável nos países
de origem, e nos países de trânsito e de destino. Trabalharemos para assegurar a
disponibilidade de serviços financeiros adequados e acessíveis aos migrantes e
suas famílias, tanto nos países de origem como nos países de acolhimento". O
parágrafo 111 afirma que: “Reconhecemos que a migração internacional é uma
realidade multidimensional de grande relevância para o desenvolvimento dos países
de origem, de trânsito e de destino que deve ser abordada de uma forma coerente,
abrangente e equilibrada”.
170 Agenda de Acção de Adis Abeba da Terceira Conferência Internacional das NU sobre o Financiamento para o Desenvolvimento
(2015), Nova Iorque, Nações Unidas
https://www.un.org/esa/ffd/wp-content/uploads/2015/08/AAAA_Outcome.pdf
O autor deste relatório esteve envolvido nas negociações finais da AAAA em Julho de 2015, fornecendo informações técnicas sobre
remessas e investimentos transfronteiriços aos Ministros das Finanças e Chefes de Delegação da OCDE e da África. Proporcionou a
formulação sobre investimento da diáspora para a Declaração da Sociedade Civil sobre FFD.
Pág. 70
apreço a todas as gerações de pan-africanistas..... Reafirmamos o nosso
apoio à visão pan-africana duradoura de “uma África integrada, próspera e
pacífica, impulsionada pelos seus próprios cidadãos e representando uma
força dinâmica na arena internacional.” O parágrafo 20 compromete-se a: “Ter
laços dinâmicos e mutuamente benéficos com a sua Diáspora” e o Parágrafo
67 declara: “Um apelo à acção dirigido a todos os africanos e povos de
origem africana, para que assumam a responsabilidade pessoal pelo destino
do continente e como principais agentes de mudança e transformação”.172
172 União Africana (2015), Agenda 2063: A África Que Queremos (Versão Popular), Adis Abeba, União Africana:
https://au.int/sites/default/files/documents/36204-doc-agenda2063_popular_version_en.pdf
Pág. 71
oportunidade através de uma acção colectiva a nível global para avançar com
o financiamento do desenvolvimento”174.
Pág. 72
Investimento em empreendimentos e planos intermediários continentais e da
diáspora
Parceria estratégica e operacional com instituições financeiras e de
desenvolvimento globais
Investigação, cooperação técnica, co-financiamento e outros projectos e
programas de desenvolvimento
Pág. 73
Produtos que atraem um elevado número de investidores e elevados volumes de
investimento
Reserva de fundos utilizados para investimentos futuros nos projectos de
desenvolvimento e de infra-estruturas em África
Dotações/rendimentos fiduciários utilizados para subvenções e co-
financiamentos de empresas sociais
Pág. 74
legal e regulamentar; marketing, relações com clientes e serviço ao cliente;
gestão de pagamentos e protecção dos investidores. As Obrigações da
Diáspora da ADFC podem assumir a forma de Obrigações de Empresas,
apoiadas ou garantidas por recursos da ADFC ou de parceiros de
desenvolvimento. A ADFC poderá também emitir Obrigações Soberanas em
parceria com países africanos indivíduais ou grupos de países africanos.
Pág. 75
III. Embalagem de parcerias Obrigações da diáspora e carteira de projectos a
serem preparados pela ADFC em parceria com os países africanos,
empresários sociais da diáspora, instituições e organizações continentais
africanas, e outros parceiros multilaterais e de desenvolvimento.
Pág. 76
Bens físicos e patrimoniais, como infra-estruturas, instalações e equipamentos
comunitários.
Resultados de desenvolvimento de alto impacto, como criação de emprego,
saúde, educação e prestação de assistência social
Serviços que apoiam as PME e indústrias, como aluguer de instalações,
máquinas e equipamento
Serviços catalíticos que incentivam actividades económicas como o
processamento e a comercialização agrícola
Inovações para a reabilitação ambiental, regeneração económica e
desenvolvimento sectorial
Empresas sociais e comerciais existentes e previstas para a diáspora
Programas da UA das CER existentes e planeados, como empresas de mulheres
e jovens
Empresas científicas, tecnológicas, criativas, culturais e desportivas do
continente e da diáspora.
Pág. 77
intervenientes directos e indirectos. As responsabilidades de propriedade e a
dependência dos lucros líquidos, que vêm com participações no capital,
constituem um catalisador para a prática empresarial sustentável.
Pág. 78
5.3.2 Investimento do Dinheiro Angariado dos Fundos Mútuos da Diáspora
É necessário capital inicial para criar a ADFC como um projecto legado da União
Africana (UA), enquanto a criação de uma iniciativa financeira inovadora baseada no
Financiamento de Contrapartida das Remessas (RMF) é há muito esperada 177. Esta
situação cria uma oportunidade única para ligar os dois sistemas, para capitalizar as
sinergias e optimizar o potencial de contribuições da diáspora para o financiamento
do desenvolvimento sustentável em África.
177 RemitAid™ como uma forma de financiamento inovadora baseada no Alívio Fiscal Comunitário (CTR) e Financiamento de
178 A definição aqui apresentada é uma síntese de diferentes definições dadas pelas Nações Unidas, Banco Mundial, Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), e o Grupo Líder sobre Financiamento Inovador para o Desenvolvimento (LGIFD).
Girishankar, Navin (2009), Innovating Development Finance: From Financing Sources to Financial Solutions, Washington DC, World Bank
http://documents.worldbank.org/curated/en/796631468340177673/pdf/WPS5111.pdf
Pág. 79
II. Fundo de Dotação da Diáspora como Financiamento Inovador: O
conceito e a prática de financiamento inovador para o desenvolvimento
surgiram no início do século XXI à medida que novas ideias eram exploradas
para financiar as ambiciosas disposições dos Objectivos de Desenvolvimento
do Milénio. Relatórios plurianuais do Secretário Geral das NU em 2004, 2005,
2006, 2008 e 2009 realçaram a necessidade e a importância do
financiamento inovador. Consultores do sector privado como McKinsey e
redes multilaterais como o Grupo Líder sobre Financiamento Inovador para o
Desenvolvimento, reconheceram novas abordagens na optimização das
remessas no quadro do panorama financeiro inovador179, 180, 181.
World Bank (2010), Innovative Finance for Development Solutions: Initiatives of the World Bank Group, Washington DC, World Bank
http://siteresources.worldbank.org/CFPEXT/Resources/IF-for-Development-Solutions.pdf
Benn, Julia and Mirabile, Mariana (2014), Innovating to Finance Development, in Development Cooperation Report: Mobilising Resources
for Sustainable Development, Paris, Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD)
https://read.oecd-ilibrary.org/development/development-co-operation-report-2014_dcr-2014-en#page179
180 UNDP (2012), Innovative Financing for Development: A New Model for Development Finance? New York, United Nations Development
Programme (PNUD)
https://www.undp.org/content/dam/undp/library/Poverty%20Reduction/Development%20Cooperation%20and%20Finance/InnovativeFinan
cing_Web%20ver.pdf
181 Bensoussan, Eytan, Ruparell, Radha and Taliento, Lynn (2010), Innovative Development Financing: How can more resources be
applied toward development in the world’s poorest countries? London, McKinsey & Company
https://www.mckinsey.com/industries/social-sector/our-insights/innovative-development-financing
182 A Agenda de Acção de Adis Abeba das NU (AAAA) é um quadro global para o financiamento do desenvolvimento sustentável,
reconhecido no âmbito da Agenda 2030 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. O autor deste relatório esteve envolvido nas
negociações e na adopção final em Julho de 2015. Os parágrafos 48 e 69 abrangem Financiamento Misto e Financiamento Inovador,
respectivamente.
https://www.un.org/esa/ffd/wp-content/uploads/2015/08/AAAA_Outcome.pdf - Accessed 31 January 2019
Pág. 80
países de acolhimento a introduzir reduções fiscais sobre as remessas para o
desenvolvimento”183. RemitAid™ mereceu a mais elevada consideração no
Reino Unido184, e foi lançado nas Jornadas Europeias do Desenvolvimento
(EDD) inauguradas em Novembro de 2006, em Bruxelas185.
Reduction 2006, Geneva, International Organization for Migration (IOM) and African Capacity Building Foundation (ACBF) pp. 16-17 and
52-54 https://publications.iom.int/system/files/pdf/migration_dev_pvrtyreduction.pdf
184 European Union (2007) European Development Days: 2006 Proceedings Report, Brussels, European Union pp. 111-117
https://eudevdays.eu/sites/default/files/documents/EDD2006-proceedings-final.pdf
185 Informações actualizadas de 2005 sobre RemitAid™, relacionadas com o acolhimento no Reino Unido da Cimeira do G8 e o
acolhimento pela AFFORD da Professora Wangari Maathai, laureada com o Prémio Nobel, que se tornou apoiante do programa
RemitAid™.
https://www.pambazuka.org/pan-africanism/afford-calls-remittances-africans-be-g8-summit-agenda - Acedido em 1 de Abril de 2019
188 OECD (2013), Policy Brief on Social Entrepreneurship: Entrepreneurial Activities in Europe, Paris, OECD & European Union
https://www.oecd.org/cfe/leed/Social%20entrepreneurship%20policy%20brief%20EN_FINAL.pdf
World Bank (2017), Emerging Social Enterprise Ecosystems in East and Southern African Countries, Washington DC, World Bank
http://endeva.org/wp-content/uploads/2017/08/wb_africa-se-ecosystem_may8.pdf
Pág. 81
Dotação da Diáspora podem ser utilizadas para criar estruturas e sistemas, e
contratar pessoal profissional, para desenvolver, lançar e gerir as Obrigações
da Diáspora, Fundos Mútuos e de Dotação. A gestão pela ADFC de um
Fundo de Dotação de vários milhões de dólares reforça igualmente a
credibilidade e o potencial de alavancagem da ADFC como uma nova
empresa social continental.
189 Faal, Gibril (2012) Introduction to RemitAid™: Remittance Match Funding and Remittance Tax Relief, London, African Foundation for
Development (AFFORD)
http://gkpartners.co.uk/GK_Partners_RemitAid_Introduction.pdf
Pág. 82
Financiamento de Contrapartida de Remessas (RMF), a taxas percentuais
acordadas sobre fundos remetidos através das suas plataformas por
migrantes e da diáspora de países não africanos para países africanos; e
para que os MTO integrem opções sobre os seus sistemas de pagamento e
plataformas para que os remetentes façam Contribuições Colectivas de
Remessa (CRC) para o Fundo de Dotação da ADFC, a montantes ou taxas
nominais para cada transacção.
Pág. 83
5.4.2 Aplicação das Verbas Geradas através do Fundo de Dotação
Oitenta por cento do Financiamento de Contrapartida de Remessas (RMF) dos
países participantes será canalizado para o Fundo de Dotação da Diáspora. Os
fundos serão investidos numa carteira equilibrada de diversos títulos e programas
em África e a nível mundial, incluindo os seguintes:
20% do RMF dos países participantes; 100% do RMF dos MTO; 100% das
Contribuições de Remessas Colectivas (CRC) dos remetentes; e 100% das receitas
anuais dos investimentos do Fundo de Dotação serão desembolsadas em
RemitAid™ Development Trust (RDT). Os fundos do RDT serão utilizados para fazer
subvenções, empréstimos em condições favoráveis, investimentos de doentes e
outros co-financiamentos de desenvolvimento para apoiar actividades continentais e
da diáspora, nomeadamente:
Pág. 84
Advocacia, sensibilização e promoção do financiamento da diáspora
Cooperação e assistência técnica à medida.
PAGAMENTOS DE
JUROS E DIVIDENDOS
REINVESTIMENTO E
RESERVAS DA ADFC RETIDAS
EXCEDENTE DE
EMPRESAS SOCIAIS
Pág. 85
6. Quadro Operacional e de Gestão
Pág. 86
e o que não são. Esta abordagem serve também para assegurar a eficácia
operacional. Ao saber quais são os principais objectivos e componentes do serviço,
torna-se mais fácil para os gestores e o pessoal utilizar estes factores como
"especificações do serviço" - em relação aos quais avaliar o sucesso da prestação e
implementação do serviço.
190As Obrigações de Israel são comercializadas no quadro de reuniões privadas organizadas por membros de redes comunitárias, e por
pessoas influentes no domínio social e industrial. São também promovidas como presentes para Bar Mitzvahs, e aniversários.
Pág. 87
IV. Gestão da Carteira de Investimentos: A ADFC deve gerir os fundos de
investimento recebidos através de actividades, incluindo investimento em
diversos rendimentos e títulos regulamentados socialmente responsáveis,
acções e outros produtos financeiros, programas e empreendimentos;
acompanhar, monitorizar, supervisionar e gerir cuidadosamente a carteira de
investimentos com profissionalismo, competência e atenção; assegurar que o
investimento de capital é seguro, e que os rendimentos são gerados enquanto
os ganhos de capital e o Valor Líquido Patrimonial (NAV) são apreciados;
utilizar as comissões cobradas aos investidores e os rendimentos gerados
pelos investimentos para executar as operações da ADFC diligentemente em
conformidade com os regulamentos e melhores práticas, e cumprir as
obrigações de capital, rendimento e contratuais devidas aos investidores;
gerir os excedentes através de reinvestimento, investigação e análises
técnicas, desenvolvimento de carteira e organizacional, e aumento das
reservas financeiras.
Pág. 88
6.3 Linhas Gerais da Estrutura Organizacional da ADFC
A proposta estrutura organizacional e de implementação da ADFC é concebido para
optimizar a prestação de serviços, e simplificar o planeamento, orientação,
facilitação, gestão, supervisão e responsabilização. A estrutura e as interligações
são apresentadas a seguir.
I. Parceiros da ADFC
II. Conselho de Administração (Conselho)
III. Conselho Consultivo Internacional (CCI)
IV. Gabinete do Director Geral (GDG)
V. Direcção de Gestão de Investimentos (IMD)
VI. Directores de Departamento, Pessoal e Consultores
ADFC
PARCEIROS
CONSELHO DE
ADMINISTRAÇÃO
(Presidente)
Conselho
Consultivo
Internacional
GABINETE DO DIRECTOR GERAL
(Director Geral)
Pág. 89
6.4 Resumo dos Requisitos de Recursos Humanos
I. Parceiros da ADFC
Para que o Tratado da ADFC entre em vigor, deve ter a assinatura de Dez (10) países
africanos e a ratificação der Seis (6) Parceiros.
Pág. 90
As principais funções do Conselho são resumidas a seguir:
Pág. 91
Fornecer apoio técnico, prático e operacional discreto e pontual ao pessoal da
ADFC, conforme apropriado
O IAC é constituído por 5-9 membros, nomeados por um período máximo de 3 anos,
renováveis por mais 3 anos, conforme o caso. Para além do requisito fundamental
de experiência, competências e conhecimentos relevantes, o conjunto de membros
do IAC pode reflectir a representação regional, de mulheres e jovens. O IAC deve
reunir-se pelo menos uma vez por ano, e pode ser convidado a participar em
reuniões na qualidade de observadores, conforme for necessário.
A ADFC será dirigida por um Director Geral (DG) a ser nomeado por um período de
5 anos, renovável por mais 5 anos, conforme o caso. O DG será nomeado com
base, entre outros em: vastos conhecimentos, competências, especialização e
experiência em desenvolvimento e financiamento internacional e da diáspora;
envolvimento numa abordagem do desenvolvimento centrada na prestação de
serviços; compromisso em relação à visão e missão da ADFC; vastas redes globais;
conhecimentos especializados em matéria de sensibilização, influência e
mobilização de recursos. O DG irá liderar a Equipa de Direcção constituída pelo
DG, Director Executivo e Directores de Departamento. O ODG será apoiado por uma
pequena equipa de gestão e administração.
Pág. 92
vastos conhecimentos, competências, especialização e experiência em gestão de
investimentos internacionais; compreensão e experiência de desenvolvimento,
financiamento e investimento da diáspora; compromisso em relação ao investimento
socialmente responsável; antecedentes em matéria de gestão de fundos e gestão de
carteiras de investimento bem sucedidas e de alto rendimento; compromisso com a
visão e missão da ADFC; credibilidade e boa reputação no mundo do investimento
internacional. O DE irá liderar uma equipa profissional de Directores de
departamento.
Estes departamentos serão liderados por Directores, que serão peritos sectoriais
altamente qualificados e experientes, com um historial de resultados práticos
significativos e uma execução bem sucedida do programa. Os Directores de
Departamento irão gerir equipas de técnicos profissionais, especialistas, quadros
médios e pessoal operacional e de apoio, complementados por consultores e
conselheiros que trabalhem em contratos de curto prazo, conforme for necessário.
Os Directores e as suas equipas serão responsáveis pela prestação e operações
quotidianas de todos os serviços da ADFC.
Pág. 93
As principais funções dos Departamentos sob a chefia dos Directores são resumidas
a seguir:
Para lançar a ADFC, um Director Geral Fundador pode ser nomeado numa
base provisória ou de 3 anos, após consultas entre os principais promotores,
financiadores e intervenientes, e apoiado por um Conselho de Administração
provisório. Para complementar este documento, será elaborado um plano de
implementação da ADFC, que terá um complemento completo de pessoal e um
orçamento totalmente justificado.
Pág. 94
II. Recursos Técnicos: Os recursos técnicos incluem:
Pág. 95
As consultas aos intervenientes foram complementadas por uma extensa
investigação, que reduziu as estruturas jurídicas e institucionais relevantes a duas
grandes opções, nomeadamente Agências Especializadas da União Africana, e
formatos jurídicos utilizados para estruturar uma amostra de instituições financeiras
continentais africanas bem sucedidas. Foram realizadas análises aprofundadas de
estudos de caso, como a seguir se resume.
192 Os altos funcionários da CUA a nível de Comissários expressaram ao autor deste relatório a importância da independência real e
Pág. 96
única agência especializada envolvida no financiamento de importantes
bolsas e programas (tal como proposto através do RemitAid™ Development
Trust). Contudo, a ACBF recebe os seus fundos de subvenção principalmente
de doadores, e não de gestão de dotações ou comércio (tal como proposto
pela ADFC).
IV. ARC como Instituição de Seguros: A ARC foi criada por um Acordo de
Tratado em 2012 ‘para melhorar as suas capacidades de planeamento,
preparação e resposta a Eventos Meteorológicos Extremos e Catástrofes
Naturais’. Tem mais de 30 membros, mas em 2017, o Tratado ainda não tinha
sido ratificado. O Conselho de Administração é constituído por oito
profissionais de alto nível que actuam a título pessoal, todos são eleitos para
o cargo, 5 pelos Membros, 2 pela União Africana e a pessoa eleita para o
cargo de Director Geral pelo Conselho de Administração é um membro ex
officio, sem direito a voto do Conselho. O órgão máximo de tomada de
decisões é a Conferência das Partes (COP). O volume de negócios da
Agência ARC em 2017 foi de aproximadamente 14 milhões de dólares 194, 195.
Nenhuma das agências especializadas da UA tem um perfil semelhante ao da
ADFC proposta, como empresa financeira e social de investimento com um
influxo anual de mais de 250 milhões de dólares.
194 Acordo para a Criação da Agência Africana de Capacidade de Risco (ARC), Pretória, 13 de Novembro de 2012
https://www.africanriskcapacity.org/wp-content/uploads/2016/11/AUDecisiontoEstablishARCSA-1.pdf
195 ‘Relatório da Sexta Sessão da Conferência das Partes da Agência Africana de Capacidade de Risco (ARC)’.
Pág. 97
VI. ACBF como Agência de Concessão: ACBF foi criada como uma “agência
autónoma sem fins lucrativos” pela Constituição em 1991. A ACBF é
constituída por mais de 30 países africanos, para além dos membros da
agência internacional de desenvolvimento. Os membros escolhem o
Conselho de Administração que, por sua vez, nomeia um Conselho
Executivo. A ACBF tornou-se uma agência especializada da UA em 2017,
após 26 anos de existência, tendo estabelecido a sua própria estabilidade,
credibilidade e historial. Desde 1991, a ACBF tinha gasto 700 milhões de
dólares em 45 países, uma média anual de 27 milhões de dólares. Em 2016,
o rendimento total desta Fundação não comercial foi de cerca de 22 milhões
de dólares, dos quais cerca de 17 milhões de dólares (75%) foram
subvenções e cerca de 2,4 milhões de dólares (10%) foram contribuições
directas dos membros. O elemento de concessão de subvenções da ACDF é
relevante para a proposta da ADFC para RemitAid™ Development Trust, mas
isto é de importância pouco relevante, uma vez que a ADFC é principalmente
uma instituição que negoceia e gere activamente produtos financeiros.
197 Os documentos revistos e avaliados foram: Instrumentos constitutivos como Acordos de Estabelecimento, Cartas, Acordos de Sede,
Relatórios Anuais e Contas Auditadas, Publicações de Relações com Investidores, e Websites de Empresas.
https://www.ecobank.com/grouphttps://afreximbank.com/investor-centre/
https://www.africafc.org/Country-Investor-Relations/Investing-in-AFC.aspx
Pág. 98
6.6.2.1 Estudo de Caso de Ecobank
Nos anos 70/80, a actividade bancária na África Ocidental era dominada por bancos
estrangeiros e estatais. O sector privado considerava esse facto como um factor
restritivo importante para o comércio regional e o desenvolvimento e integração
económica. Isto impulsionou a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da
África Ocidental a iniciar um projecto de criação de uma instituição bancária regional
privada. Em 1984, Ecopromotions S.A. foi incorporada e utilizada como veículo para
angariar fundos para estudos de viabilidade e promoção do banco regional previsto.
Isto levou à criação do Ecobank Transnational Incorporated (ETI) que é a empresa
holding do Grupo Ecobank199, 200.
201Prospecto de 2008 para a Emissão dos Direitos e Oferta de Subscrição de Ecobank TransnationaI Incorporated (ETI)
http://www.annualreportsghana.com/Home/Documents/Circulars/Companies/Ecobank-Transnational-Inc--(Rights-Offer-and-Fresh.aspx
Pág. 99
A ETI iniciou as suas operações com a sua primeira filial no Togo em Março de
1988. Em 1989 iniciou as suas operações em Côte d’Ivoire e na Nigéria, e em 1990
abriu filiais no Gana e no Benim. Essa expansão inicial em importantes mercados
francófonos e anglófonos da África Ocidental foi um elemento central da visão e da
estratégia de integração económica regional. Foi em 1994 que o lucro operacional
líquido ultrapassou a marca dos 5 milhões de dólares, e em 1995 os dividendos
foram pagos pela primeira vez. Em 1998, a ETI recebeu investimento da sociedade
gestora de participações sociais da Arábia Saudita (Saudi Arabian investor Kingdom
Holdings). Em 2006, a ETI foi cotada nas Bolsas de Valores da Nigéria e do Gana e
na bolsa regional da África Ocidental Francófona (BRVM), sediada em Cote D’Ivoire,
servindo 8 países202.
204 ibid
Pág. 100
6.6.2.2 Estudo de Caso de Afreximbank
O estudo de viabilidade foi lançado em 1987, mas só foi concluído em 1992. Esse
estudo constituiu a base para a formação do Afreximbank. Com a liderança e apoio
técnico do BAD, o ‘Acordo para a Criação do Banco Africano de Exportação-
Importação (Afreximbank)’ foi assinado e adoptado em 8 de Maio de 1993 em
Abidjan, Cote D’Ivoire. O Acordo necessitou de 10 assinaturas e 7
ratificações/aprovações pelos Estados Participantes e organizações internacionais
para a sua entrada em vigor. O Afreximbank foi formalmente estabelecido na
primeira Assembleia Geral de Accionistas em 27 de Outubro de 1993, em Abuja,
Nigéria. A reunião também adoptou a Carta do Afreximbank que rege a sua estrutura
e as suas operações, e decidiu que a sua sede social seria situada no Cairo, Egipto.
O Acordo de Sede foi assinado com o Governo do Egipto em 31 de Agosto de 1994.
No final do primeiro período financeiro (30 de Setembro de 1994 a 31 de Dezembro
de 1995), 29 países e organizações tinham assinado o Acordo e 16 tinham
ratificado208.
206 Ketkar, Suhas and Ratha, Dilip (Ed,) (2009), Innovative Financing for Development, Washington DC, World Bank
http://pubdocs.worldbank.org/en/335011444766662755/e-book-Innovative-Financing-for-Development.pdf
Pág. 101
II. Estatuto Jurídico, Participação Accionista e Crescimento do Afreximbank
209 Afreximbank ‘Establishment Agreement’, Charter and Headquarters Agreement - Acedido em 31 de Janeiro de 2019
https://s3-eu-west-1.amazonaws.com/demo2.opus.ee/afrexim/Agreement-for-the-Establishment-of-Afreximbank-and-the-Charter.pdf
Pág. 102
Presidente e serve simultaneamente como Presidente do Conselho, nomeado pela
Assembleia Geral sob recomendação do Conselho de Administração, por um
mandato de cinco anos, renovável uma vez por mais cinco anos.
212 AFC (2018) AFC: An Introduction - Realising the Vision: A Decade of Delivery, Abuja, Africa Finance Corporation
https://www.africafc.org/Publications/Publications-Documents/AN-INTRO-TO-AFC-SEPTEMBER-2018.aspx
O website da AFC tem uma redacção diferente para a missão da AFC, afirmando: “Responder às necessidades de desenvolvimento de
infra-estruturas em África, procurando simultaneamente um retorno competitivo do capital para os seus accionistas”.
213 KPMG (2006) Africa Finance Corporation: Information Memorandum (for Central Bank of Nigeria), Abuja, KPMG Professional Services
https://www.cbn.gov.ng/out/Publications/reports/GOV/2007/rpt12-3-07C.pdf
Pág. 103
Para AFC, é possível ser um Membro, sem ser um accionista. Os países africanos
podem tornar-se Membros da AFC mediante assinatura e ratificação do Tratado e da
Carta da AFC. Os Membros recebem também o ‘Estatuto de Credor Preferencial’,
que lhes permite o acesso à assistência técnica no desenvolvimento de projectos, e
um custo mais baixo da dívida para projectos de infra-estruturas. No final de 2008,
havia seis países africanos como Membros, representados pelos Bancos Centrais,
Fundos Soberanos e Fundos de Pensões do Estado. Em 2018, este número tinha
aumentado para 17, com mais pedidos em diferentes fases da progressão da
adesão216.
A AFC tem apenas uma classe de Accionista Ordinário com os mesmos direitos e
direito a dividendos, pro rata às participações. Em 31 de Dezembro de 2008, o
capital social autorizado foi de 2 biliões de dólares, dos quais 1,1 biliões de dólares
foram mobilizados, emitidos e integralmente pagos. Havia 38 accionistas, com os
bancos comerciais africanos (principalmente nigerianos) com cerca de 46%, o
governo da Nigéria com 43%, e poucos indivíduos e empresas com 11%. A Nigéria
é o maior accionista, detendo 42% das acções, através do Banco Central da Nigéria.
Em 2017, o capital social e a composição da participação não tinham mudado muito,
mas o total dos activos tinha aumentado de 1,09 biliões de dólares para 4,16 biliões
de dólares.
http://saharareporters.com/2006/01/14/uba-15-million-finehow-charles-soludo-laundered-cbnafc-funds-through-uba-new-york-branch
Pág. 104
Presidente. O desempenho financeiro e a governação empresarial avançaram muito
na última década, com a AFC a operar com sucesso nos mercados globais218219.
Pág. 105
Recomenda-se que a ADFC utilize um mecanismo único do Tratado da
ADFC para se tornar uma entidade jurídica corporativa, e consolidar um
modelo empresarial social, em que a participação na ADFC é nominal, e
os lucros e excedentes são principalmente reinvestidos e
desembolsados para a concessão de subvenções RemitAid™
Development Trust (RDT), em vez de serem distribuídos aos accionistas.
Pág. 106
II. Arquitectura de Mercado do DPI em África: A revisão e análise exaustivas
realizadas mostram que os pilares de um sector de DPI africano dinâmico
foram implementados nos últimos 15 anos. Para o subsector de DPI das
Obrigações da Diáspora, o excesso de subscrições das Obrigações da
Nigéria de 2017 demonstra que as lições foram aprendidas sobre como
angariar montantes substanciais a taxas competitivas, em conformidade com
os regulamentos internacionais do Mercado de Capitais. Para o subsector de
DPI dos Fundos Mútuos, existe um mercado viável em África através das
diferentes Bolsas de Valores, produtos dos bancos de investimento, e um
mercado de obrigações continental em crescimento, apoiado pelo Banco
Africano de Desenvolvimento (BAD) através da Iniciativa Africana para os
Mercados Financeiros (AFMI).
221 AfDB (2018), African Economic Outlook 2018, Abidjan, African Development Bank
https://www.afdb.org/fileadmin/uploads/afdb/Documents/Publications/African_Economic_Outlook_2018_-_EN.pdf
Pág. 107
abrangendo: 39 milhões na América do Norte; 113 milhões na América Latina;
14 milhões nas Caraíbas; e 4 milhões na Europa223.
223 World Bank (2012) Frequently Asked Questions: African Diaspora, Washington DC, World Bank
https://siteresources.worldbank.org/INTDIASPORA/Resources/AFR_Diaspora_FAQ.pdf
224 Ratha, Dilip and Mohapatra, Sanket (2011), Migration and Development Brief 14, Washington DC, World Bank
http://siteresources.worldbank.org/INTPROSPECTS/Resources/334934-
1288990760745/MigrationAndDevelopmentBrief14_DiasporaSavings.pdf - Acedido em 31 de Janeiro de 2019
225 Website da AFC: https://www.africafc.org/Country-Investor-Relations/Funding-Programs.aspx - Acedido em 1 de Abril de 2019
Pág. 108
podem angariar 5-10 biliões de dólares por ano226. Contudo, a diferença entre
a intenção da diáspora de investir e o investimento real é grande 227, daí a
necessidade de dispor de mecanismos de investimento apropriados, tal como
proposto pela ADFC.
226 Ratha, Dilip Mohapatra, Sanket and Plaza, Sonia (2008), Beyond Aid: New Sources and Innovative Mechanisms for Financing
Development in Sub-Saharan Africa, Policy Research Working Paper 4609, Washington DC, World Bank
file:///C:/Users/user/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/TempState/Downloads/SSRN-
id1149112%20(1).pdf - Acedido em 1 de Abril de 2019
227 Commonwealth Secretariat (2016), Action to Expand the Economic Impact of Diaspora Finance: Discussion Note, Commonwealth
Pág. 109
também receber apoio técnico e financeiro para o lançamento, bem como
apoio contínuo não comercial. A existência de um significativo Fundo de
Dotação da Diáspora do Financiamento de Contrapartida de Remessas
(RMF) sob a gestão da ADFC reforçar a comercialização das Obrigações da
Diáspora e dos Fundos Mútuos da Diáspora.
XII. ADFC Pronto para Lançamento: A oferta única da ADFC significa que não
tem concorrentes directos. Os produtos das Obrigações e do Fundo Mútuo da
Diáspora não estão em oferta geral em África, apesar do imenso interesse. O
Fundo de Contrapartida de Remessas como financiamento inovador não está
actualmente disponível. O tempo e as circunstâncias são oportunos para o
lançamento da ADFC como um empreendimento transformador da diáspora e
do continente. Serão realizadas informações detalhadas do mercado e
Pág. 110
análises de devida diligência para cada lançamento de produto da ADFC,
mas o mercado emergente de DPI e financiamento inovador está pronto para
um líder continental ambicioso e socialmente responsável, em linha com os
compromissos da UA para que a ADFC seja um projecto legado.
Duas das empresas sociais de maior sucesso no mundo são o Tata Group e
Mondragon Corporation. A África não tem o equivalente a estas empresas sociais. A
ADFC pode tornar-se não só pioneira e líder na diáspora e no financiamento
inovador, mas também um exemplo de empresa social e de negócio responsável.
Pág. 111
I. Lições das Emissões de Obrigações da Diáspora: As principais lições
aprendidas com as falhas anteriores das Obrigações da Diáspora em África
foram integradas na estruturação da ADFC e da sua carteira de produtos. As
principais lições são: não restringir as vendas de Obrigações aos cidadãos,
mas colocá-las à disposição da diáspora e dos amigos da África,
independentemente da nacionalidade; emitir Obrigações em moeda
internacional através de mecanismos internacionais do Mercado de Capitais;
não limitar os níveis de investimento por indivíduo; e comercializar
Obrigações através de instituições financeiras regulamentadas e
intermediários licenciados. As consultas das Obrigações da Diáspora em
2011-12 indicaram que a diáspora tinha a percepção de que os governos
africanos não pagam as suas dívidas, e que é provável que convertam as
receitas das Obrigações em utilizações ilícitas devido à corrupção. Também
foi considerado que é inadequado e ineficaz que os funcionários
governamentais e diplomatas, que não são profissionais financeiros
acreditados, sejam os principais comerciantes de Obrigações da Diáspora 233.
No que diz respeito às Obrigações da Diáspora Etíope, observou-se que um
dos factores que causou o seu fracasso foi que as organizações anti-
governamentais da diáspora montaram uma oposição coordenada ao
programa234. Essas conclusões fazem parte da justificação de uma instituição
financeira profissional independente, sob a forma de ADFC.
233 O autor deste relatório conduziu as consultas sobre as Obrigações da Diáspora e estudos de mercado com a diáspora no Reino Unido,
no âmbito da Common Ground Initiative (2011-14), apoiada pelo Departamento do Desenvolvimento Internacional (DFID) e Comic Relief.
234 Beyene B. M. (2017) The Grand Ethiopian Renaissance Dam and the Ethiopian Diaspora, Online, Aiga Forum
235 AfDB (2017), African Economic Outlook 2017: Empreendedorismo e Industrialização, Abidjan, Banco Africano de Desenvolvimento
(BAD), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
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http://www.undp.org/content/dam/rba/docs/Reports/African_Economic_Outlook_2017_EN.pdf
236 AfDB (2019), African Economic Outlook 2019, Abidjan, African Development Bank
https://www.afdb.org/fileadmin/uploads/afdb/Documents/Publications/2019AEO/AEO_2019-EN.pdf
237 World Bank (2019), Global Economic Prospects: Darkening Skies, Washington DC, World Bank
file:///C:/Users/user/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/TempState/Downloads/9781464813863%20(1).p
df
238 African Union et al (2018), Africa Sustainable Development Report: Towards a transformed and resilient continent, Addis Ababa,
African Union, UN Economic Commission for Africa, African Development Bank and United Nations Development Programme
Pág. 112
III. Objectivo de Investimento Prudente: O objectivo de investimento inicial
prudente é fixado em 100 milhões de dólares, com base em provas empíricas
de sucesso e fracasso de obrigações relevantes em África. As obrigações da
diáspora etíope deviam financiar projectos hidroeléctricos que custaram cerca
de 5 biliões de dólares. A viabilidade de angariar biliões de dólares através de
obrigações da diáspora africana é questionável. Por outro lado, a Nigéria
aumentou o seu objectivo de investimento em Obrigações da Diáspora de 100
milhões de dólares para 300 milhões de dólares, e a emissão em 2017
excedeu a subscrição em 130%. Isto indica que um objectivo de 100 milhões
de dólares para uma Obrigação da Diáspora continental africana (incluindo
investidores da diáspora nigeriana) é razoável e prudente. No quadro da
embalagem e da devida diligência para a primeira emissão de Obrigações da
Diáspora da ADFC, a meta será revista para assegurar que a ADFC capitaliza
de forma optimizada as condições prevalecentes no mercado. A ADFC
também garantirá que dispõe de uma linha adequada e de uma série de
projectos prontos para investimento, no caso de ser capaz de gerar mais de
100 milhões de dólares na primeira emissão.
file:///C:/Users/user/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/TempState/Downloads/undp-rba-asdr-
2018_en%20(1).pdf
Pág. 113
VI. Foco na Produtividade e no Impacto: Através da eficiência e elevados
níveis de produtividade, os resultados e impactos do desenvolvimento dos
investimentos em títulos da Diáspora da ADFC serão expandidos e
melhorados. As parcerias e apoios complementares dos intervenientes, a
infra-estrutura financeira regulamentada, os conhecimentos técnicos e de
desenvolvimento de projectos e todos os outros activos tangíveis e técnicos
serão utilizados de forma eficaz para melhorar os resultados e os impactos.
Na prática, isto significaria utilizar a plataforma da ADFC para comercializar
outras obrigações relevantes, fornecer serviços técnicos e financeiros
suplementares, e ajudar os projectos de investimento a optimizar o seu
desempenho e resultados.
239 INSEAD (2012), African High Yield Corporate Bond Market, Paris, INSEAD
https://www.insead.edu/sites/default/files/assets/dept/centres/gpei/docs/insead-student-african-corporate-bond-market-oct-2012.pdf
Pág. 114
7.4 Fundamentação e Viabilidade dos Fundos Mútuos da Diáspora da ADFC
Pág. 115
financeiramente excluída aceder e participar nos fundos de desenvolvimento
ético em África.
Pág. 116
IX. Síntese do Desempenho do Ecobank: No final do primeiro período
financeiro (30 de Setembro de 1994 a 31 de Dezembro de 1995), o
Afreximbank concedeu empréstimos de 141 milhões de dólares a clientes
africanos sob a forma de créditos de importação e exportação de curto prazo.
As receitas geradas foram de 12,1 milhões de dólares, dos quais o lucro foi
de 6 milhões de dólares. O valor dos activos foi de 143,9 milhões de dólares.
Em 2017, o Afreximbank concedeu empréstimos e facilidades de
financiamento no valor de 11,91 biliões de dólares, sendo as Linhas de
Crédito, Sindicações e Financiamento Directo de Projectos os instrumentos
mais utilizados. As receitas geradas foram de 372,13 milhões de dólares, dos
quais o lucro foi de 220,9 milhões de dólares. O Rendimento do Capital Médio
dos Accionistas foi de 11,76%, e o valor dos activos do Afreximbank foi de 14
biliões de dólares. O dividendo pago aos accionistas em 2017 foi de 57,53
milhões de dólares244.
Chancen.Gemeinsam.Nutzen Tagungsdokumentation, Blaue Reihe, Nr. 103, Berlin, United Nations Association of Germany (Deutsche
Gesellschaft für die Vereinten Nationen), pp. 57-65 http://edoc.vifapol.de/opus/volltexte/2009/1279/pdf/Blaue_Reihe_103.pdf
246 Faal, Gibril (2007), Diaspora Engagement in Public-Private Partnerships for African Socio-Economic Development: The RemitAid™
Case Study, in Migration, Development and Poverty Reduction: Report on the Workshop on Migration, Development and Poverty
Reduction 2006, Geneva, International Organization for Migration (IOM) and African Capacity Building Foundation (ACBF) pp. 52-54
https://publications.iom.int/system/files/pdf/migration_dev_pvrtyreduction.pdf
Pág. 117
recolhe dados semelhantes para análise e publicação. Ao contrário de outros
programas de incentivos fiscais, para o Fundo de Dotação da ADFC, o
financiamento correspondente não vai para os remetentes individuais, em vez
disso são integrados no Fundo de Dotação. Ao abrigo do programa não há
ganho financeiro directo para os remetentes individuais migrantes e da
diáspora, em vez disso, eles próprios são contribuintes filantrópicos opcionais.
Isto elimina motivos, meios e oportunidades para esquemas fraudulentos,
como ‘passagens de ida e volta’ e pedidos de múltiplos descontos,
associados a alguns tipos de incentivos fiscais247.
247 OECD (2009), Report on Abuse of Charities for Money Laundering and Tax Evasion, Paris, Organisation for Economic Co-operation
and Development and Centre for Tax Policy and Administration
https://www.oecd.org/ctp/exchange-of-tax-information/42232037.pdf
Pág. 118
Promover a diáspora e o envolvimento dos migrantes em parcerias
público-privadas
Promover a integração da diáspora e dos migrantes nos países de
residência
Criar paridade entre remetentes e outros beneficiários de incentivos fiscais
Formalizar o reconhecimento da diáspora e da contribuição dos migrantes
para o desenvolvimento internacional.
Nos 10 anos de 2006 a 2016, a UnitAid angariou 2,67 biliões de dólares, e recebeu
subvenções adicionais de 100 milhões de dólares da Fundação Bill e Melinda Gates.
Os influxos através da Taxa de Solidariedade foram os seguintes: França (1,6 biliões
de dólares); Reino Unido (607 milhões de dólares); Noruega (183 milhões de
dólares); Brasil (90,3 milhões de dólares); Espanha (81,6 milhões de dólares);
República da Coreia do Sul (51 milhões de dólares); Chile (33,5 milhões de dólares);
Outros (20,8 milhões de dólares). Os outros países participantes são: Camarões,
República Democrática do Congo, Guiné, Luxemburgo, Madagáscar, Mali, Maurícias
e Niger. A UnitAid concedeu subvenções no valor de 2,5 biliões de dólares. Em
Pág. 119
2017, a carteira de subsídios da UnitAid incluía 47 subsídios, no valor de 1 bilião de
dólares.250
Pág. 120
3. Preocupações no sector do Médio Médio Médio
desenvolvimento sobre a viabilidade e
sustentabilidade do Financiamento da
Diáspora.
Principais Pontos de Acção de Mitigação de Riscos
Realizar análises intersectoriais dos intervenientes para identificar as principais
instituições, organizações, indivíduos e personalidades influentes; Elaborar perfis
de apoiantes, adversários e cínicos actuais e potenciais; Realizar envolvimento
directo e consultas com intervenientes essenciais em todas as secções do sector;
Procurar aprovações formais e informais de diversas instituições; Construir
alianças e parcerias sectoriais com instituições e redes nacionais, internacionais,
ONG, académicas e outras instituições e redes de renome e influentes; Criar
ligações formais e colaboração com o Gabinete das Nações Unidas para o
Financiamento do Desenvolvimento; Produzir e publicar briefings audiovisuais e
impressos de fácil utilização sobre a ADFC e o Financiamento da Diáspora.
Pág. 121
financiadores e apoiantes actuais que actuem como campeões e corretores para a
continuação da angariação de fundos; Organizar um evento paralelo no Diálogo de
Alto Nível das NU sobre Financiamento para o Desenvolvimento Sustentável
(UNHLD) a 26 de Setembro de 2019 na Assembleia Geral das NU; Utilizar o
evento paralelo UNHLD e ADFC para apresentar formalmente a ADFC ao sector
do desenvolvimento, e demonstrar a sua relevância para os quadros políticos
globais e parcerias estratégicas existentes na UA; Utilizar o evento paralelo de
UNHLD e ADFC para lançar formalmente consultas sobre a assinatura do
Financiamento de Contrapartida de Remessas (RMF) e o financiamento do
'programa de arranque da ADFC'; Utilizar o evento paralelo UNHLD e ADFC para
demonstrar o empenho e apoio de alto nível da ADFC por parte dos países
doadores, instituições africanas e mundiais; Utilizar o evento paralelo de UNHLD e
ADFC ou evento similar para reforçar a confiança e dar ímpeto à angariação de
fundos e implementação do programa da ADFC.
Pág. 122
incentiva outros países a subscreverem o RMF; Demonstrar o compromisso da UA
através de uma decisão formal do Conselho Executivo; Demonstrar o apoio do
Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e.g. através de Carta de Apoio e/ou
apoio técnico com a redacção e finalização do Tratado, Carta e Acordo de Sede
da ADFC; Demonstrar apoio continental e institucional através de Cartas de Apoio
e/ou apoio técnico de organismos como as CER, Banco Mundial, CNUCED, OIM,
OCDE, OIM; Procurar a presença e destaque da ADFC em fóruns, redes e
conferências globais, industriais e sectoriais relevantes e reconhecidos.
Pág. 123
humanitárias em África; Conceber e realizar competições e desafios apropriados e
amigáveis entre os remetentes para diferentes países africanos.
Pág. 124
A praticidade, o propósito e a eficácia do lançamento da AFC demonstram o tipo de
urgência e ambição comercial exigida no mundo das finanças multinacionais. Com
base neste ‘Quadro Estratégico, Empresarial e Operacional’, recomenda-se que a
Comissão da União Africana, juntamente com os seus parceiros, apoie a
implementação do plano de acção de lançamento sem atrasos ou intervalos, a fim
de concretizar a visão e as aspirações do financiamento da diáspora africana. Os
principais objectivos do programa de lançamento:
Pág. 125
Para as instituições financeiras africanas como Ecobank, Afreximbank e Africa
Finance Corporation, estas empresas precisavam de capital inicial substancial, e
podem continuar a precisar de injecções de capital de vez em quando. Isto requer
investimento de capital e pagamento de dividendos. Para a ADFC, a situação é
favoravelmente diferente.
Como empresa social, a ADFC deve operar com eficácia e eficiência operacional e
de gestão de classe mundial, aderindo aos mais elevados padrões de ética e de
práticas empresariais. Os lucros/excedentes não são distribuídos aos accionistas,
são reinvestidos no negócio, e desembolsados para RemitAid™ Development Trust
(RDT), que concederá subvenções e co-financiará prémios a programas, projectos e
planos de desenvolvimento de impacto continental e da diáspora.
Pág. 126
necessário, para complementar a sede.
Para que o Tratado da ADFC entre em vigor, deve ter a assinatura de Dez (10) Parceiros
e a ratificação de Seis (6) Parceiros.
Pág. 127
III. Eventos Introdutórios da ADFC: Organizar eventos técnicos e de alto nível
para apresentar a ADFC aos parceiros continentais, da diáspora e
internacionais; Organizar evento paralelo no Diálogo de Alto Nível das NU
sobre Financiamento para o Desenvolvimento Sustentável (UNHLD) em 26 de
Setembro de 2019 na Assembleia Geral das NU, para apresentar
formalmente a ADFC ao sector do desenvolvimento, lançar consultas sobre a
adesão ao Financiamento de Contrapartida de Remessas (RMF), e
financiamento do programa de arranque da ADFC; Demonstrar apoio de alto
nível da UA, países doadores, instituições africanas e mundiais.
Pág. 128
Administração da ADFC de acordo com o Tratado e Carta; Lançar
formalmente a ADFC através de uma sensibilização e uma promoção
institucionais e multimédias adequadas e específicas, para reforçar o
reconhecimento da marca e o posicionamento estratégico nos sectores de
financiamento internacional, desenvolvimento, diáspora, empresas
responsáveis e empresas sociais.
Pág. 129
Referências
As referências abaixo fazem parte da bibliografia seleccionada e centenas de documentos da
União Africana, multilaterais, governamentais, institucionais, organizacionais, mediáticos,
empresariais, financeiros e jurídicos revistos e analisados no processo de produção deste
‘Quadro Estratégico, Empresarial e Operacional para uma Sociedade Financeira da Diáspora
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