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desenvolvimento produtivo
local
Módulo
1 Desenvolvimento produtivo
com o apoio do Sebrae
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Equipe Responsável
Tatiane de Jesus (Conteudista, 2021).
Ricardo Vieira (Conteudista, 2021).
Everton Avi (Conteudista, 2021).
Enap, 2021
Referências...................................................................................... 24
1. Conhecendo o Sebrae
Objetivo de aprendizagem
Abertura
Para iniciar, convidamos você a assistir ao vídeo a seguir, no qual Everton Avi, consultor em Políticas
Públicas e Desenvolvimento Territorial, faz uma reflexão sobre o que significa o desenvolvimento
produtivo e os fatores críticos nesse processo: pessoas, recursos e conhecimento.
Você sabe o que significa Sebrae? É a sigla para Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas.
O Sebrae é um serviço social autônomo, mantido por repasses das maiores empresas do país,
com contribuições proporcionais ao valor de suas folhas de pagamento. Seu objetivo é apoiar
os pequenos negócios de todo o Brasil.
Além disso, dentro da organização de cada unidade estadual, existem as unidades regionais,
permitindo que você, gestor público, possa ter perto do seu município um ponto de atendimento
do Sebrae, com uma equipe que conhece o território e está próxima de quem precisa de apoio
para estimular o desenvolvimento produtivo.
Para manter o sistema alinhado e com uma atuação de impacto, em 2012 o Sistema Sebrae fez
uma revisão do seu direcionamento estratégico, planejando o período de 2013 a 2022. Essa
atualização do planejamento estratégico teve como objetivo rever e reafirmar os conceitos
fundamentais da organização e orientar a atuação das unidades estaduais e nacional. Com esse
processo de planejamento foram definidas as novas missão e visão do Sebrae.
Missão do Sebrae
Visão do Sebrae
É a partir de 1972 que o Sebrae passa a existir como uma instituição, porém essa história começa
bem antes. Já na década de 1960 existiam esforços para apoiar os pequenos negócios. Conheça
alguns deles:
Diante desses esforços e reconhecendo que grande parte das questões econômicas e financeiras
das empresas era ligada a problemas gerenciais, em 1972, por iniciativa do então BNDE e do
Ministério do Planejamento, foi criado o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena e
Média Empresa (Cebrae). O estatuto da entidade estabelecia as seguintes finalidades:
Os primeiros anos foram de consolidação do sistema que começava a ser criado, alavancado
inicialmente pelo credenciamento de entidades parceiras que já existiam nos estados da
Federação. Foram anos de criação de iniciativas especiais para pequenas e médias empresas,
culminando, no final da década de 1970, em programas como Promicro, Pronagro e Propec, que
levaram aos empresários o atendimento de que necessitavam nas áreas de tecnologia, crédito e
mercado.
A partir de 1982, o Cebrae passou a ter também uma atuação na esfera política. Foi nessa época
que surgiram no Brasil as associações de empresários, quando as micro e pequenas empresas
passaram a reivindicar mais atenção governamental. É nesse momento que o Cebrae se fortalece
e passa a atuar como canal entre o governo e as demandas dos pequenos negócios.
Em 1990, o Cebrae foi transformado em Sebrae pelo decreto nº 99.570, que complementa a Lei
nº 8.029, do mesmo ano. A entidade desvinculou-se da administração pública e transformou-se
em uma instituição privada, sem fins lucrativos.
Desse momento em diante o Sebrae passa por grandes transformações, moderniza produtos
e serviços e inicia sua presença na mídia. Torna-se, então, conhecido nacionalmente, gerando
Durante décadas o Sebrae foi capaz de se reinventar, aprimorando seus serviços e atuação.
Atualmente, são mais de 1.800 pontos espalhados pelo Brasil, com cerca de 11 milhões de
atendimentos realizados por ano.
Clique aqui e conheça com mais detalhes a história e evolução do Sistema nesse
documento digital produzido e disponibilizado diretamente pela Biblioteca
Sebrae. Outro local para você visualizar essa história é o Memorial Sebrae.
Clique aqui para acessá-lo.
Na construção da estratégia de atuação, o Sebrae define em seu cenário dois públicos principais,
para os quais busca gerar valor:
Vamos conhecer juntos quem faz parte desses públicos de maneira prática?
O primeiro é o público direto, do qual fazem parte aqueles que desenvolvem atividades
empresariais e que estão efetivamente envolvidos na abertura de um negócio ou que podem ter
o empreendedorismo estimulado. Podemos organizar esse público em três segmentos principais:
Pequenos negócios
Potenciais empreendedores
São as pessoas que ainda não possuem um negócio nem estão efetivamente
envolvidas na estruturação de um. Para esse público, o Sebrae pode contribuir no
sentido de despertar o espírito empreendedor.
O segundo é o público indireto, formado por organizações e empresas públicas ou privadas que
podem atuar como parceiros do Sebrae em benefício dos pequenos negócios. Se você parar
para pensar, no ambiente em que os pequenos estão inseridos, existem diversas organizações
empresariais, entidades e instituições que podemos considerar como relevantes parceiros.
Portanto, é fundamental que estejam envolvidas em ações em prol dos pequenos negócios. Esse
público pode ser organizado em três segmentos principais:
São todas as empresas que não são classificadas como pequenos negócios
empresariais.
Acesso a crédito: Atuação para melhorar as condições de financiamento aos pequenos negócios,
além de atendimento com foco na orientação para o crédito.
Inclusão social e produtiva: Com a inclusão social e produtiva, o objetivo é a inclusão por meio
do empreendedorismo, contribuindo para a transformação da realidade socioeconômica das
regiões brasileiras.
Nesse atendimento, o Sebrae utiliza diversas soluções do seu portfólio, que é atualizado
constantemente para sempre oferecer soluções modernas e inovadoras, de acordo com a
Informação
Publicações
Consultoria
Com consultores espalhados pelo Brasil e prontos para realizar uma análise completa
do negócio a ser atendido, o Sebrae presta consultoria em nos postos de atendimento
ou diretamente com o cliente.
Cursos
O Sebrae conta com diversos cursos e palestras em seu portfólio. Essas capacitações,
que podem ser presenciais ou a distância, objetivam atender quem já tem e quer
ampliar seu negócio ou quem pensa em abrir a própria empresa. São capacitações feitas
sob medida para quem quer aprender desde noções básicas de empreendedorismo
até soluções avançadas para a gestão do próprio negócio. Cabe destacar aqui o
leque variado de cursos disponíveis para os servidores da sua prefeitura, visto que as
oportunidades não são apenas para os donos de negócios.
Você percebeu que a administração pública é um dos públicos do Sebrae? E que agora
novamente a atuação do Sebrae contempla iniciativas para o desenvolvimento local e a
articulação de políticas públicas?
Isso significa que o Sebrae é um grande parceiro para o seu trabalho como gestor público. As
ações que seu município deve fazer para promover o desenvolvimento econômico e o apoio
aos pequenos negócios podem contar com todo o conhecimento do Sebrae, seja por meio das
publicações e informações ou da realização de cursos, capacitações e consultorias disponíveis.
O Brasil é um dos países com a população mais empreendedora do mundo. Em 2019, mais de
53 milhões de brasileiros, ou seja, 38,7% da população adulta, estavam envolvidos na criação
de um novo negócio ou em empreendimentos “antigos”, de acordo com a pesquisa Global
Entrepreneurship Monitor (GEM).
Vamos conhecer agora alguns dados de estudos e relatórios do Sebrae que comprovam a
importância dos pequenos negócios? Confira a seguir o quanto as MPEs são relevantes:
PIB
Geração de empregos
Ao abordar esse resultado de geração de empregos, fica claro que o fomento às MPEs é uma
medida fundamental para diminuir os efeitos de uma possível crise econômica no município.
Pelas características de operação dos pequenos negócios, as MPEs conseguem passar por
momentos de crise mantendo seu status operacional e força de trabalho empregada com
pequena margem de demissões, ao passo que médias e grandes empresas se fazem valer das
demissões. Os pequenos negócios ajudam a criar empregos e renda para a população, auxiliando
também na redução das desigualdades sociais no município.
Ainda segundo dados mapeados pelo IBGE, entre dezembro de 2007 e dezembro de 2019, a curva
entre empresas formais e informais se inverteu, ou seja, passou a ser maior o número de negócios
formais no país. Em 2007 apenas 11% dos empreendimentos eram formais, enquanto 89% dos
negócios se realizavam informalmente; já em 2019, aumentou para 53% o número de negócios
formalizados, e diminuiu para 47% o total dos empreendimentos atuando informalmente.
Reflita sobre o tema e como esse processo pode ser incentivado em seu município. Lembre-se
que isso significa que um grande contingente de empresários saiu da informalidade e passou a
contribuir para a economia do município.
Você sabe o que é considerado pequeno negócio no Brasil? Vamos ver juntos essa classificação,
que foi definida pela Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar Federal 123/2006):
Se você parar para refletir, verá que as médias e grandes empresas existem apenas em algumas
cidades brasileiras, têm grande atuação interna para automatização de processos e são, sim,
importantes, gerando riquezas.
Mas são os pequenos negócios que estão em todas as cidades brasileiras. Em cada localidade,
em cada bairro do município, temos um número elevado de pequenos negócios, os quais, como
vimos, têm uma relevante capacidade de gerar renda, empregos e arrecadação no município.
Apesar dos avanços alcançados com a implementação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa,
ainda são grandes as exigências do poder público e as obrigações que o empreendedor precisa
cumprir. Isso acaba por desestimular investimentos e compromete o pleno desenvolvimento da
economia.
A política tributária e a burocracia acabam por inibir a abertura de novos negócios e dificultar
o andamento de negócios já existentes, pois limitam a manutenção desses empreendimentos.
Agora que conhecemos a importância dos pequenos negócios e seus desafios, podemos pensar
em estratégias para apoiá-los.
• aumento do emprego;
• maior investimento;
• mais equilíbrio fiscal;
• aumento da arrecadação de impostos;
• aumento do consumo das famílias;
• aumento da confiança;
• aumento da massa salarial.
Portanto, é necessário que medidas sejam tomadas por você, gestor público, permitindo
que seu município torne a vida de quem quer empreender mais simples. Isso fará com que a
economia do seu município sinta os resultados positivos.
Vamos conhecer agora algumas ideias de ações práticas para o desenvolvimento local por meio
do apoio aos pequenos negócios? Formular e fortalecer políticas públicas de apoio aos pequenos
negócios é fundamental para o desenvolvimento local. Esse processo pode iniciar com ações
• Planejar ações que facilitem o acesso ao crédito pelos pequenos negócios do município,
como a criação de um fundo de aval municipal, por exemplo.
No Brasil, os pequenos negócios são regulamentados pela Lei nº 123/2006. Essa legislação sofreu
algumas atualizações com o passar do tempo, mas continua como relevante regramento que traz
para a prática o tratamento diferenciado e favorecido aos pequenos negócios, conforme previsto
na Constituição brasileira.
Também conhecida como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (MPE) ou Estatuto Nacional da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, tem por objetivo fomentar o desenvolvimento
e a competitividade da micro e pequena empresa e do microempreendedor individual, como
estratégia de geração de emprego, distribuição de renda, inclusão social, redução da informalidade
e fortalecimento da economia.
Vamos conhecer os principais benefícios que essa lei proporcionou aos pequenos negócios:
A Lei Geral é uma lei viva, que vai sendo atualizada e melhorada com o passar do tempo. Duas
dessas alterações merecem destaque e vamos conhecê-las agora:
Uma das principais alterações da Lei Geral foi a realizada pela Lei Complementar nº
155/2016 (conhecida como Projeto Crescer sem Medo) que, entre outras mudanças,
ajustou as faixas de faturamento e alterou as formas de tributação no intuito de
garantir a sustentabilidade econômica dos pequenos empreendimentos.
Outra alteração importante foi feita por meio da Lei nº 128/2008, que trouxe uma
grande novidade ao instituir a classificação microempreendedor individual (MEI),
facilitando a formalização de milhões de pessoas. Essa mudança garante a esses
empreendedores o acesso aos benefícios da previdência social, como aposentadoria,
auxílio-doença e licença-maternidade, por exemplo, e à cidadania empresarial, ou
seja, à possibilidade de ter um CNPJ, emitir nota fiscal e acessar linhas de crédito para
pessoa jurídica. O MEI e as ações associadas a ele acabam se tornando também uma
relevante política pública de inclusão social.
A Lei Geral realmente fez acontecer a promoção de benefícios para os pequenos negócios,
porém é fundamental que você, gestor público, aplique em seu município os benefícios
previstos na legislação.
Tais benefícios precisam ser aplicados na prática do município, para então impactarem diretamente
nos pequenos negócios. Essa é uma legislação que depende diretamente da implementação dos
municípios para melhorar o ambiente e propiciar aos pequenos negócios novas oportunidades.
Saiba mais sobre a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa assistindo ao vídeo produzido pelo
Sebrae. Para acessá-lo, clique aqui.
Essa atuação em questões macro, como legislação, incentivos fiscais e políticas públicas,
trabalhando para torná-las mais amigáveis aos pequenos negócios, é fundamental na estratégia
de apoiar o desenvolvimento econômico. A Lei Geral e a criação do MEI, cuja elaboração e
articulação contou com o envolvimento do Sebrae, são exemplos claros disso.
Somada a essa atuação em políticas públicas, o Sebrae tem procurado cada vez mais trabalhar em
parceria com o poder público para que este seja um agente mobilizador, facilitador e fomentador
do desenvolvimento.
Vamos conhecer a partir de agora as principais iniciativas do Sebrae que contribuem para o
desenvolvimento econômico junto aos municípios.
Para promover o desenvolvimento municipal, você, gestor público, deve dar atenção especial
aos pequenos negócios, pois são eles que geram emprego, renda e arrecadação, são eles que
refletem as vocações locais e retêm a riqueza no município, garantindo qualidade de vida para a
população.
Para promover as ações realizadas pelos gestores públicos, e como forma de reconhecimento
dos projetos com resultados comprovados para o desenvolvimento dos pequenos negócios do
município, o Sebrae realiza as edições do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor (PSPE). Além
disso, o prêmio serve também como um espaço para verificação de boas práticas realizadas nos
municípios.
Lançado no ano 2000, o PSPE alcançou a décima edição em 2019, com a marca de 9.989 projetos
inscritos, 918 vencedores estaduais e 94 nacionais. São quase 10 mil práticas inovadoras, que
contribuíram para o desenvolvimento dos pequenos negócios e, consequentemente, dos
municípios.
Clique aqui e conheça mais sobre o Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, veja os ganhadores e
seus projetos, conheça o regulamento e a próxima edição.
O programa Liderança para Desenvolvimento Regional (Lider) é uma iniciativa do Sebrae que
nasceu para dar resposta à carência de uma atuação integrada entre lideranças do poder público,
entidades privadas e do terceiro setor, visando a promoção do desenvolvimento sustentável dos
territórios brasileiros.
Atualmente existem diversos grupos mobilizados por todo o Brasil, alguns com suas agendas
de desenvolvimento em andamento e outros no processo de construção. Trata-se de uma
ótima oportunidade para você, gestor público, pensar regionalmente ações destinadas ao
desenvolvimento econômico.
Para demonstrar a importância do programa e como ele transforma os conceitos e a visão das
lideranças, veja alguns dos resultados gerados pelo programa Lider:
Com a execução estruturada do Cidade Empreendedora, o poder público vai atuar de forma
sistêmica, como um agente facilitador, fomentador, eficiente e ágil. Cabe ao município alinhar
O programa Cidade Empreendedora está organizado em eixos de atuação que foram definidos
pelo Sebrae, de forma a contemplar todas as temáticas que influenciam a capacidade de um
território em iniciar, acelerar e sustentar o processo de desenvolvimento.
Cada eixo tem ferramentas de apoio e um conjunto de soluções com diferentes níveis de
complexidade. Dessa forma, é possível atender às diferentes necessidades dos mais variados
municípios no mesmo conjunto de soluções. Além disso, o conjunto de soluções formará jornadas
com sequenciamento cronológico, as quais permitirão a capacitação dos envolvidos por meio
de cursos e eventos, além de um conjunto de consultorias que complementam o processo via
transferência de conhecimento direto para os envolvidos.
Essa é uma excelente oportunidade que você, gestor público, terá para estabelecer uma parceria
com o Sebrae. Essa parceria envolverá inclusive o investimento de recursos do próprio Sebrae
para que, junto com o município, seja possível fortalecer o desenvolvimento, permitindo o
aprimoramento contínuo do ambiente de negócios.
Perceba que o Cidade Empreendedora é um excelente programa para contribuir com o plano
de desenvolvimento produtivo de seu município. No entanto, para o programa acontecer é
necessário o seu compromisso, direcionando esforços, recursos e equipe para, em parceria com
o Sebrae, executar a proposta do programa e o conjunto de soluções que vão gerar impacto em
seu município.
É por meio de um programa estruturado nesse formato, como o Cidade Empreendedora, que o
município conseguirá reduzir a burocracia no processo de abertura, alteração e baixa de empresas;
implantará a Sala do Empreendedor; trabalhará as compras públicas para comprar dos pequenos
negócios e também dos agricultores familiares locais; propiciará educação empreendedora nas
escolas; capacitará lideranças; poderá construir um planejamento para a gestão municipal com
foco no desenvolvimento econômico, além de uma séries de ações para a melhoria do ambiente
de negócios.
Para tudo isso acontecer, é necessário que você, como líder do poder público municipal, tome
a decisão e coloque o desenvolvimento econômico como prioridade em sua gestão. Cabe a
você, gestor público, criar mecanismos eficientes de apoio aos pequenos negócios, buscando
permanentemente o desenvolvimento local.
Conheça mais sobre o programa Cidade Empreendedora, veja os principais eixos e assista ao
vídeo clicando aqui.
Você deve se perguntar: como posso promover o desenvolvimento do meu município, estimular
a produtividade e competitividade das empresas, gerando emprego, renda, prosperidade,
qualidade de vida para a população e arrecadação para a prefeitura? Veja o vídeo a seguir, no
qual o Sebrae lhe ajudará a encontrar as respostas.