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VARIAÇÕES CLIMÁTICAS

AO LONGO DA
HISTÓRIA GEOLÓGICA
DA TERRA
Climas nas Eras Geológicas
CLIMAS DO PASSADO
PRÉ-CAMBRIANO (4,6 bilhões a 570 Ma)
• formação da atmosfera primitiva, pobre em O e rica em H e He em
consequência do esfriamento e consolidação do planeta; temperatura
altíssima.
• com o resfriamento do planeta, o vapor d’água da atmosfera passou à
forma líquida e começou a se condensar e se acumular nas
depressões (formação de mares e lagos)
PALEOZÓICO (570-250 Ma)
• atmosfera semelhante à atual – enorme desenvolvimento da vida no
planeta.
• 2 expressivas glaciações, com intervalos de 250 Ma (tempo gasto pelo
Sol para dar uma volta em torno da Via Láctea): final do Cambriano
(500 Ma) e final do Permiano (250 Ma)
QUATERNÁRIO (2,6 Ma até hoje)
• pelo menos 16 glaciações com duração média de 100.000 anos,
intercaladas com épocas mais quentes (interglaciais), com duração de
20.000 anos. Parecem estar relacionadas aos Ciclos de Milankovitch.
• vários fatores influem no processo de aparecimento e manutenção de
um ciclo glacial: mudanças no relevo e topografia causadas pela
deriva continental alteram os tipos climáticos e a circulação oceânica;
atividade vulcânica (concentração de cinzas na atmosfera); ciclo solar
(manchas e proeminências); mudança de radiação resultante da
entrada de meteoros na atmosfera terrestre: dificultam a penetração
dos raios solares – diminuição da temperatura
GLACIAÇÕES QUATERNÁRIAS
CLIMA DO QUATERNÁRIO
• Último Máximo Glacial (LGM) – 18.000 anos AP (18ka AP)
• entre 20ka e 14ka AP: início do retrocesso das geleiras, mas o clima do norte da América
e Eurásia ainda com temperaturas glaciais (médias de -8 a -10°)
• Holoceno:
• início no final da última glaciação (Würm) - 11.000 anos atrás
• aparecimento do homem moderno e primeiras civilizações
• início de uma fase interglacial que deve terminar nos próximos 1.000 anos
• cerca de 8 a 7ka AP: retorno das chuvas, mais torrenciais na América do Norte. Zona
intertropical – seca e fortes ventos, invernos mais rigorosos e verões mais quentes que
os atuais
• entre 5,6 e 2,5ka AP: ótimo climático (período mais quente do interglacial) – média 2 a 3º
mais quente que o atual. Desenvolvimento de extensas florestas na Europa; clima mais
seco no hemisfério sul, com extinção do gelo continental (só nas altas montanhas);
nível do mar (NM) 5 a 10m > atual
• Idade do Ferro (entre 2,5 e 2ka AP): época mais fria do interglacial. Norte da Europa –
desaparecimento das grandes florestas; norte da África e Ásia Menor – clima mais
ameno e chuvoso (grandes civilizações da Antiguidade)
• Segundo Ótimo Climático (entre 200 e 1.000 DC): povoamento da Groenlândia pelos
vikings, mas diminuição das chuvas no Mediterrâneo (decadência do Império Romano)
• A partir do século XI: severidade climática, retorno a padrões climáticos glaciais,
pesadas chuvas no hemisfério norte. Período mais crítico deste resfriamento: de 1550 a
1850 – Pequena Idade do Gelo. Na Europa a temperatura era de 2 a 3º mais baixa que
hoje, neve mais constante
• A partir de 1850: temperatura vem subindo.(mais de 2º no hemisfério norte)
• Seria apenas um pequeno recuo dos glaciais ou resultado da ação antrópica pós
Revolução Industrial sobre o ambiente?
CICLOS GLACIAIS E INTERGLACIAIS DO
QUATERNÁRIO
• últimos 2 ou 3 M anos: vários avanços e recuos de geleiras
(registros de depósitos glaciais no hemisfério norte e
dados de O18 em amostras de gelo da Antártida e
Groenlândia)
• longos estágios glaciais (~80ka) intercalados por estágios
interglaciais de menor duração (~20ka)
• o período de recuperação das temperaturas mínimas de
um estágio glacial é abrupto (~10ka), mas a transição
interglacial – glacial é gradual
• ocorreram cerca de 10 oscilações maiores e 40 menores
de ciclos glaciais / interglaciais
• principal causa: variações cíclicas na geometria da órbita e
da inclinação do eixo terrestre (Ciclos de Milankovitch) –
mudanças cíclicas na quantidade e distribuição de energia
recebida pelo planeta – mudanças na distribuição
geográfica e sazonal de chuvas e neve / aumento ou
diminuição do gelo em escala global
CICLOS GLACIAIS E INTERGLACIAIS DO
QUATERNÁRIO
• 125ka: pico do último estágio interglacial antecedente ao
atual (Eemiano / Sangamoniano) – o clima era + quente e
úmido que hoje; fauna tropical se estendeu até Inglaterra,
Alemanha; muito gelo da Antártida derreteu; NM de 4 a 6m
maior que o atual (evidências geológicas e isotópicas)

• Mais recente estágio glacial (Würm/Wisconsin) máximo


(LGM) em 18ka – “Idade do Gelo” - expressiva oscilação de
temperatura durante toda sua duração, com elevação
abrupta de temperatura gerando curtos períodos mais
quentes (menos de 2ka), seguidos de resfriamento gradual

• LGM (Last Glacial Maximum)– Atlântico Norte congelado


da Groenlândia e Canadá até a Inglaterra; Corrente do
Golfo não chegava mais ao norte; icebergs atingiam mais
ao sul e deixavam espessos depósitos de sedimentos
(morainas)
CLIMA DO QUATERNÁRIO - Pleistoceno
CICLOS GLACIAIS E INTERGLACIAIS DO
QUATERNÁRIO
• H. Heinrich (1988): reconheceu 6 camadas sedimentares
marinhas ricas em depósitos de morainas no Canadá;
idênticos registros foram encontrados em amostras no
Atlântico Norte – caráter global desses “Eventos Heinrich”
• Evento Heinrich 1: marca o fim da “Idade do Gelo” (14ka)

• Final do Pleistoceno: temperatura aumentou rapidamente


até as médias atuais, aquecimento interrompido por
intervalos mais frios – o mais importante foi o “Younger
Dryas” (gênero de planta típico de clima muito frio), há
13ka e que durou ~3ka, teve caráter global e se encerrou
com o súbito aquecimento que iniciou o Holoceno

• As causas dessas flutuações climáticas parecem estar


ligadas a variações nos padrões de circulação oceânica
CICLOS CLIMÁTICOS DO QUATERNÁRIO
• Atual estádio interglacial: Ótimo Climático entre 6 e 5ka – temperatura
média 1ºC acima da atual

• 4ka: temperatura média caiu e elevou-se novamente durante a Idade


Média – “Ótimo Medieval” – durou ~400 anos (de 1000 a 1400 dC) –
permitiu vikings na Groenlândia (“terra verde”)

• de 1400 a 1850dC: temperaturas 0,5ºC < atual – “Pequena Idade do


Gelo” – evidências de expressiva diminuição das manchas solares

• a partir de 1920: temperatura voltou a subir, de forma muito acelerada


a partir de 1960
- oceanos: temperatura média global vem crescendo mesmo em
profundidades de até 3.000m
- de 1995 a 2006: 11 anos estão entre os 12 mais quentes desde 1850
- temperaturas médias no hemisfério norte na 2ª metade do século XX
foram as mais altas dos últimos 1.300 anos
- Ártico: gelo regrediu 2,7% por década
- entre 1961 e 2003 – NM subiu 1,8mm/ano; no sec. XX subiu 0,17m
- derretimento de geleiras também no hemisfério sul (ex: Chacaltaya,
Bolívia)
CLIMA DO QUATERNÁRIO - Holoceno
SISTEMA CLIMÁTICO

ATMOSFERA

HIDROSFERA
CRIOSFERA BIOSFERA

LITOSFERA
SISTEMA CLIMÁTICO
• Sistema composto pelos seguintes componentes físicos interativos
(subsistemas abertos): Atmosfera, Hidrosfera (oceanos),
Criosfera, Litosfera, Biosfera, com características físicas bastante
diferentes e ligados entre si por vários processos físicos
• Como um todo, é considerado um sistema fechado para o
intercâmbio de matéria.
• Processos de retroalimentação dos componentes mais lentos
(oceanos e glaciais) podem iniciar oscilações de períodos muito
grandes nos componentes mais rápidos (atmosfera) – ciclos ou
mudanças climáticas.
• Está submetido a 2 fontes externas de energia – radiação solar e
gravidade

Causas das variações quaternárias


• possíveis variações na radiação solar e aumento da concentração do
CO2 na atmosfera (segundo o IPCC 2007, passou de 280 ppmv em 1900
para 380 ppmv em 2005). Também aumentou a concentração de CH4 e
N2O na atmosfera.
VARIABILIDADE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS
• CLIMAS TERRESTRES: resultado da combinação
de forças externas (energia solar) e internas
(energia geotérmica)
• Qualquer alteração em uma dessas fontes
energéticas (ex. atividades vulcânicas; nº de
manchas solares), além da ação do homem (um
dos principais agentes modificadores do ambiente
natural, se não em escala global, pelo menos em
escala local), afeta profundamente os climas da
Terra
• MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS: uma das
maiores preocupações atuais, mas também uma
das mais polêmicas: ainda não há conclusão
definitiva quanto ao papel desempenhado por
cada um dos fatores responsáveis pelas
alterações globais do clima terrestre.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
x
OSCILAÇÕES CLIMÁTICAS
• O clima da Terra tem sofrido alterações através
das eras geológicas, que possibilitaram o
desenvolvimento e diversificação da vida no
planeta, mas também grandes catástrofes (ex.
extinção dos dinossauros, grandes glaciações)
• As variações do clima podem ser permanentes,
em escala geológica do tempo (milhares ou
milhões de anos) - mudança climática - ou
ciclos periódicos, de curta duração, em período de
tempo na escala humana (anos, décadas, ou
séculos), como episódios de maior seca no NE ou
grandes nevascas na Europa – oscilações
climáticas.

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