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O direito de acesso à água no Brasil

A obra "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, retrata a dura realidade de uma família de
retirantes nordestinos que luta pela sobrevivência em meio à seca implacável do sertão, essa
narrativa dramática oferece uma perspectiva dolorosa das condições de vida daqueles que
sofrem com a escassez de água. De maneira análoga, sabe-se que o acesso a recursos hídricos
e saneamento básico é um direito que devia ser concedido aos brasileiros independente da
renda. Nesse prisma, evidenciam-se dois fatores essenciais a serem discutidos: a negligência
do governo e a desigualdade social.

Dentro desse contexto, destaca-se o descaso do poder estatal acerca da garantia do acesso à
água para os cidadãos do Brasil. Nesse sentido, cabe citar a fala do filósofo italiano Norberto
Bobbio, que afirmava que a dignidade humana é uma qualidade intrínseca ao homem, capaz
de lhe dar o respeito e à consideração por parte do Estado. Contrariamente, sabe-se que
quando se trata da garantia de um direito básico como o de recursos hídricos, o governo falha
na distribuição de tal, pois muitas famílias brasileiras que passam por crise financeira, acabam
não tendo possuindo os meios para a hidratação e higiene de sua moradia e família.

Com efeito, é notória a desigualdade social causada pela falta de apoio do Estado para famílias
que não podem arcar com os custos de aquisição de caixa d’água ou da contratação de
serviços próprios para o saneamento básico. Para tal afirmação, torna-se imprescindível pôr
em foco a máxima do teólogo italiano São Tomás de Aquino: “todos os indivíduos de uma
sociedade democrática possuem a mesma importância”. Sob essa ótica, fica claro que, assim
como alimentação e moradia, o acesso à água é um direito fundamental para a sobrevivência
de todos os seres humanos e deveria ser garantido a todos, já que todos possuem a mesma
dignidade a ser preservada.

Depreende-se, portanto, a importância da adoção de medidas que venham a ampliar o direito


de acesso à água para os brasileiros. Sendo assim, cabe à mídia – instrumento de amplo
alcance – divulgar a importância da garantia de fatores indispensáveis para a sobrevivência do
ser humano e como isso deveria ser disponibilizado para todos, por meio de comerciais e
meios de entretenimento como um todo, a fim de construir uma sociedade onde a
sobrevivência não é algo que se paga para obter e sim um princípio universal garantido pelo
Estado.

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