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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO

ELIESER DA SILVA JUSTINO RA1836133


ERICK WILLIAN AIRES RA 1815049
MARIO FERNANDES VASQUES JUNIOR RA 1824472
MARCOS EDUARDO PEREIRA DE SOUZA RA 1823629
MURILO LEONEL PINTON RA 1824645
RAFAEL ROMULADO PIRES GONÇALVES RA 1814421
ROBSON SANTANA SANTOS RA 1827942

SISTEMAS DE CONTROLE DE ACESSOS COM INTELIGÊNCIA


ARTIFICIAL

https://youtu.be/RfOHT2UmyjQ

Igaraçu do Tietê/Iperó/Mauá/Tambaú - SP
2023
ELIESER DA SILVA JUSTINO RA1836133
ERICK WILLIAN AIRES RA 1815049
MARIO FERNANDES VASQUES JUNIOR RA 1824472
MARCOS EDUARDO PEREIRA DE SOUZA RA 1823629
MURILO LEONEL PINTON RA 1824645
RAFAEL ROMULADO PIRES GONÇALVES RA 1814421
ROBSON SANTANA SANTOS RA 1827942

SISTEMAS DE CONTROLE DE ACESSOS COM INTELIGÊNCIA


ARTIFICIAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de Engenharia da
Computação da Universidade Virtual do
Estado de São Paulo como requisito
parcial para obtenção do título de
Graduação em Engenharia da
Computação

Orientador(a): Msª Viviane Cristina


Marques

Igaraçu do Tietê/Iperó/Mauá/Tambaú - SP
2023
ELIESER DA SILVA JUSTINO RA1836133
ERICK WILLIAN AIRES RA 1815049
MARIO FERNANDES VASQUES JUNIOR RA 1824472
MARCOS EDUARDO PEREIRA DE SOUZA RA 1823629
MURILO LEONEL PINTON RA 1824645
RAFAEL ROMULADO PIRES GONÇALVES RA 1814421
ROBSON SANTANA SANTOS RA 1827942

SISTEMAS DE CONTROLE DE ACESSOS COM INTELIGÊNCIA


ARTIFICIAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de Engenharia da
Computação da Universidade Virtual do
Estado de São Paulo como requisito
parcial para obtenção do título de
Graduação em Engenharia da
Computação

Aprovado em:

Conceito:

BANCA EXAMINADORA

Prof. Msª Viviane Cristina Marques


Universidade Virtual do Estado de São Paulo
Presidente

Prof. Dr. Marcelo Pereira Bergarrachi


Universidade Virtual do Estado de São Paulo
Membro
RESUMO

A Inteligência Artificial (IA) é uma realidade para muitas áreas profissionais em todo o
mundo. Isso também se aplica nas autorizações, processos corporativos e tomadas
de decisão. Em um mundo moderno e globalizado, decisões e processos precisam
ser feitos com rapidez e eficiência. A necessidade crescente de automação da
manipulação de dados e informações organizacionais pode ser atendida por
tecnologias de aprendizado de máquina, como a inteligência artificial (IA). Por outro
lado existem preocupações quanto a confiabilidade da segurança eletrônica de um
sistema em IA. Esse estudo, por meio da revisão bibliográfica e análise documental,
tiveram como foco analisar os conceitos, vantagens, desvantagens e confiabilidade
de um sistema de segurança eletrônica baseada em IA para garantir a assertividade
e confiabilidade de um sistema de segurança de alta qualidade para pessoas e bens
materiais.

Palavras-chave: Inteligência Artificial (IA), Aprendizado de Máquina e Sistema de


Segurança.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
2. PRINCIPAIS TRANSFORMAÇÕES TECNOLÓGICAS OCORRIDAS NAS
ORGANIZAÇÕES NOS ÚLTIMOS ANOS ............................................................. 8
3. A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ............................................................................. 12
3.1 Utilização da inteligência artificial ..................................................................... 14
4. GESTÃO DA INFORMAÇÃO ............................................................................... 17
5. APLICAÇÕES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.................................................. 21
6. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL APLICADA EM SEGURANÇA NOS
PROCESSOS CORPORATIVOS ......................................................................... 23
6.1 Tecnologias de IA utilizadas para autorização de processos corporativos .. 23
6.1.1 Robótica ............................................................................................................. 23
6.1.2 Sistemas especialistas ....................................................................................... 24
6.1.3 Sistemas visuais................................................................................................. 26
6.1.4 Processos de linguagem natural ........................................................................ 27
6.2 Inteligência artificial utilizada em controle de acesso ..................................... 28
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 31
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 32
6
1. INTRODUÇÃO

Em vários países do mundo a Inteligência Artificial (IA) é uma realidade em


inúmeras áreas de atuação profissional. A sua utilização, não é uma exceção, em
tomadas de decisão, processos corporativos e autorizações. O mundo globalizado e
moderno precisa que as mais diversas decisões e processos sejam autorizados e
feitos no menor tempo possível.
De acordo com Russel e Novig (2004) o aumento exponencial do montante de
dados e informações cultivadas, coletadas pelas organizações, tem gerado uma
grande necessidade na automatização dessa manipulação, o que pode ser feito com
inteligência artificial e outros métodos de aprendizado de máquina. Esse conjunto de
recursos consiste em diversas ferramentas que possibilitam que os dispositivos de
informática reproduzam o comportamento cerebral humano ou adquiram certas
habilidades cognitivas humanas. Segundo Teixeira (2019), a inteligência artificial
consiste no desenvolvimento de dispositivos “inteligentes”, que são capazes de
“aprender” e “pensar” como seres humanos; a ideia da IA é que softwares realizem
tarefas e serviços no lugar das pessoas. Há programação específica para alguns
traços como conhecimento, raciocínio, solução de problemas, percepção,
aprendizagem e planejamento. Um dos principais objetivos da IA é facilitar a vida
cotidiana, auxiliar em pesquisas científicas e modernizar indústrias e processos
gerenciais ou corporativos.
De acordo com Tipton e Krause (2007) sabe-se que muitas empresas têm
níveis confidenciais de processamento de seus dados e informações, utilizando vários
tipos de ferramentas para “liberar” tais informações e processos somente para equipe
autorizada. Essas ferramentas são chamadas de controle de acesso, que faz
referência a prática de permitir ou não a admissão de um indivíduo a uma propriedade,
prédio, informações, processos ou locais.
Essa autorização pode ser feita fisicamente ou pessoalmente (guardas,
seguranças, recepcionistas, fechaduras, chaves, trancas, entre outros) e também por
meios tecnológicos (biometria, reconhecimento facial, cartão de acesso, catracas com
acesso individualizado, chave de acesso personalizada, senhas individuais, entre
outros). Na área da tecnologia da informação, especificamente na área da segurança
da informação, o controle de acesso é composto dos processos de autenticação,
autorização e auditoria (STAMP, 2011).
Assim, o controle de acesso pode ser visto como a habilidade de permitir ou
negar o uso de um objeto (uma entidade passiva, como um programa específico ou
arquivo) por um sujeito (uma entidade ativa, como um indivíduo ou um processo); essa
7
autenticação identifica quem acessa o sistema, a autorização determina o que um
usuário autenticado pode fazer, e a auditoria diz o que o usuário fez.
Segundo Laudon e Laudon (2011) a inteligência artificial pode ser aplicada a
processos corporativos dos mais diferenciados escopos, sendo um deles a própria
autorização (controle de acesso) para que os processos sejam elaborados
corretamente e por pessoas habilitadas. Assim, este trabalho tem por objetivo geral
trazer a contextualização e referenciação do uso desse tipo de tecnologia (IA) dentro
da autorização dos processos corporativos; como objetivos específicos também serão
trazidas as referências bibliográficas de inteligência artificial, gestão (ou
gerenciamento, ou ainda governança) da informação e de processos corporativos.
Pode-se então trazer como questão-problema deste trabalho: A segurança
eletrônica com um sistema em Inteligência Artificial é confiável? O objetivo principal
do presente estudo é realizar uma análise comparativa, expondo os conceitos,
vantagens e desvantagens, benefícios e riscos da IA voltados à segurança eletrônica,
para garantir e aferir a assertividade e confiabilidade de um sistema voltado à
segurança de pessoas e bens materiais.
Como metodologia para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizada a
revisão qualitativa com revisão bibliográfica e ela é também, uma questão
exploratória. Consiste no levantamento bibliográficos pertinentes (em livros, sites,
revistas, periódicos, impressos, entre outros) e escritos por autores renomados, sobre
o tema de direção da pesquisa. Segundo Boccato (2006), se entende pela revisão da
literatura estudos sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico; essa
revisão é o que pode ser chamado de levantamento bibliográfico ou revisão
bibliográfica, a qual pode ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da
Internet entre outras fontes.
Então, este trabalho será dividido em oito seções, primeiro a introdução,
seguida da revisão bibliográfica que contará com os temas de principais
transformações tecnológicas ocorridas nas organizações nos últimos anos, a
informática e a Inteligência Artificial, a gestão da informação, aplicações da
inteligência artificial e, para finalizar como a inteligência artificial pode ser aplicada em
segurança nos processos corporativos e as considerações.
8
2. PRINCIPAIS TRANSFORMAÇÕES TECNOLÓGICAS OCORRIDAS
NAS ORGANIZAÇÕES NOS ÚLTIMOS ANOS

A evolução tecnológica é algo que tem afetado de forma significativa a vida de


toda a população, especialmente o âmbito organizacional e as discussões acerca
deste tema começaram a ganhar destaque a partir da Revolução Industrial, época
marcada pela ascensão de grandes empresas e novas formas de organizar o trabalho.
A evolução sempre esteve presente ao longo da vida humana; isso pode ser notado
pelas mudanças em equipamentos e máquinas, como por exemplo, o
desenvolvimento desde o barco a vapor até as tecnologias que se tem atualmente
que são responsáveis por facilitar muito a vida das organizações e clientes (BAYLÃO;
OLIVEIRA, 2015).
Cabe ressaltar que a tecnologia não se trata apenas do surgimento de
computadores e aparelhos celular, mas sim, de um conjunto de conhecimentos,
técnicas e conceitos utilizados para modificar a realidade da sociedade; é a adaptação
e transformação no sentido de combinar ferramentas, máquinas e nas necessidades
da sociedade, que foram se tornando cada vez mais complexas com o passar dos
anos (FRANCHON, 2009).
A evolução é um processo necessário de adaptação do homem as mudanças
do mundo que, cada vez mais, requer soluções e ações rápidas, eficientes e objetivas.
Destaca-se no contexto da evolução tecnológica, o âmbito empresarial, pois
atualmente o cenário de mercado é cada vez mais competitivo e frente a tantas
mudanças, as empresas que não são capazes de se adaptar, não conseguem
sobreviver e acabam fechando suas portas. Uma empresa precisa de muito mais do
que oferecer bons preços e estar no mercado a bastante tempo para se consolidar,
atualmente, existem requisitos como criatividade, inovação, adaptação, agilidade,
estratégia, entre outras, que permitem diferenciar uma empresa de outra e garantir
sua sobrevivência. O cliente está cada vez mais exigente, sabendo que a evolução
tem permitido a incorporação de novas tecnologias, ele deseja atendimento, produtos
e serviços de qualidade, rápidos e eficientes; estes clientes aceitam a evolução e
estão inclusive dispostos a pagar mais por esse tipo de diferencial (BAYLÃO;
OLIVEIRA, 2015).
Considerando este cenário, é importante verificar as principais evoluções
tecnológicas e seu impacto no ambiente organizacional e nas relações de trabalho,
9

afinal, a inserção de novas tecnologias afeta não somente a produtividade, mas a vida
do trabalhador, as relações de trabalho, faz desaparecer determinadas funções e faz
surgir novas, que ainda precisam ser dominadas pelo homem. Dentre estas
mudanças, a automação foi uma das que mais afetou a vida do trabalhador; o avanço
tecnológico permitiu que fossem desenvolvidos máquinas e mecanismos capazes de
guiar o processo de produção de vários tipos de peças e materiais, tornando a
produção automática e extinguindo a necessidade de atuação humana neste
processo (CARVALHO, 2010).
De acordo com Carvalho (2010, p. 164):
A automação visa à completa transformação das linhas de montagem,
alterando radicalmente o esquema funcional da produção. A automação leva
a repensar o processo considerado e a recolocar em questão as soluções
tradicionais. No que se refere às funções intelectuais que intervêm na conduta
de um processo, a automação se situa em um nível mais complexo que o da
simples mecanização. Além disso, a automação de um processo situa-se em
um quadro técnico-econômico do qual ela constitui apenas um dos aspectos;
está ligada ao próprio processo, ao estudo das necessidades que justificam
sua automação e à distribuição dos produtos fabricados ou à prestação dos
serviços oferecidos.

A automação permitiu o aumento da produtividade e melhoria no controle de


qualidade, sendo um processo essencial nas grandes indústrias. Com relação às
mudanças na relação de trabalho, este tema causou certa preocupação por conta dos
inúmeros empregos que seriam perdidos para dar espaço às máquinas; neste cenário,
operários seriam demitidos enquanto surge à necessidade da contratação de
profissionais que pudessem fazer a manutenção das máquinas, o que caracteriza uma
das mudanças vividas pelo homem no trabalho e exemplifica a extinção de
determinadas funções para o surgimento de novas (CARVALHO, 2010).
O desenvolvimento de tecnologias da informação foi outro grande avanço
tecnológico que modificou muito o trabalho e as empresas de forma geral. Frente ao
cenário de globalização, os avanços tecnológicos foram sendo desenvolvidos para
formar uma cadeia de suprimentos em nível global, fortalecendo a competitividade da
economia e ampliando a produção industrial. Este fator ainda se relaciona com a
chamada Revolução Digital, que ocorreu no período de pós-modernidade e que foi
responsável por modificar a comunicação do ser humano (NORONHA; BARBOSA;
CASTRO, 2012; FRANCHON, 2009).
A Revolução Digital trouxe uma das ferramentas mais utilizadas atualmente
não somente no âmbito organizacional, mas em todas as esferas de vida do indivíduo:
a internet. A internet foi uma das evoluções tecnológicas mais significativas, sendo
esta uma rede de comunicações descentralizada que permite ao indivíduo se conectar
e comunicar com qualquer pessoa em qualquer ponto do mundo; para as
10
organizações, esta mudança é fantástica pois permite ampliar a rede de
comunicação, os negócios, acompanhado a dinâmica da globalização (FRANCHON,
2009).
Frente ao surgimento da internet, novas mudanças nas relações de trabalho
foram notadas, pois de acordo com Dowbor (2001), para que a internet possa ser
utilizada a favor da realização do trabalho, é necessário que haja conhecimentos e
recursos. Neste sentido, é necessário não somente possuir o equipamento adequado,
mas também saber como utilizá-lo de maneira correta e como adequá-lo as
necessidades diárias.
A Internet nasceu como um programa de pesquisa militar dos Estados
Unidos, combinado com pesquisas universitárias que ocorreram por meio de
uma rede internacional de pesquisadores. No entanto, mesmo com
financiamento militar, a Internet nunca teve aplicação militar e também não
foi criada com vistas ao lucro empresarial (o projeto não tinha pretensões
comerciais). Muito pelo contrário, desde seu início a Internet desenvolveu-se
de forma aberta e com livre acesso. Ela tem como principais colaboradores
seus próprios usuários, que produzem e desenvolvem até hoje a nova
tecnologia com base na troca de experiências, possibilitada, em grande parte,
pelo desenvolvimento do correio eletrônico (FRANCHON, 2009, p. 30- 31).

A associação destas tecnologias fez surgir na indústria novas ferramentas que


são utilizadas a favor de uma gestão estratégica na busca pela competitividade no
mercado. Ferramentas como softwares, equipamentos, plataformas e outros que
facilitam a organização, a gestão, o alcance ao cliente, o atendimento de suas
necessidades; como exemplo, é possível citar softwares de varejo, que afetam de
forma significativa a administração no ramo de varejo através da realização de tarefas
de rotina de forma mais rápida e sem a necessidade de intervenção humana
(CERVIERI JÚNIOR et al., 2015).
A internet trouxe muita praticidade, velocidade e confiabilidade na troca de
informações, sendo amplamente utilizada para pesquisar informações que auxiliem
os gestores na tomada de decisão; frente a isso, surge também outra ferramenta
tecnológica muito utilizada no ambiente organizacional que são as redes de
monitoramento. Com o aumento do número de máquinas e computadores conectados
dentro das empresas, estas ferramentas permitem uma maior segurança na
realização das tarefas com o objetivo de proteger e manter a eficiência das atividades
(POWARCZUK, 2012).
O surgimento da tecnologia da informação e sistemas de informação
representam grandes avanços no contexto organizacional pois auxiliam na realização
de importantes tarefas. A informatização permite uma maior integração na empresa
entre todos os departamentos, fornecedores, clientes e demais atores que se
envolvem com as atividades (MORAES, 2005).
11
A tecnologia da informação é uma área que se tornou essencial no contexto
empresarial, pois estas precisam do máximo de agilidade e eficiência que conseguem
para realizar suas atividades, além de redução dos custos e aumento da
produtividade. As empresas atualmente existem além do ambiente físico, no ambiente
virtual, sendo que a segurança dos dados se torna um elemento necessário e valioso.
Neste sentido, a preservação dos dados digitais é um dos objetivos do gerenciamento,
sendo feita através de backup. Os dados são tão importantes para as empresas
quanto seu patrimônio, pois eles permitem o adequado funcionamento de acordo com
a sua realidade (PORTELA; AUGUSTO; ALVES, 2015).
12
3. A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A inteligência artificial vem da necessidade e desejo do homem em criar uma


tecnologia que pudesse replicar a cognição e raciocínio do cérebro humano. Ela é
uma ciência recente, apesar de advir de muitos anos atrás, onde o desejo de
compreender o cérebro humano fez o homem criar as neurociências. A IA é um braço
tecnológico das neurociências, onde se pode “recriar” as capacidades dos neurônios
e do cérebro humano, ela teve seu início em meados da década de 1940, com a
Segunda Guerra Mundial. Atualmente ela abrange diversas áreas, além de conter uma
enormidade de subcampos de utilização, e segundo Russell e Norvig (2004), a IA
sistematiza e automatiza tarefas intelectuais e, portanto, é potencialmente relevante
para qualquer esfera da atividade intelectual humana, sendo assim, um campo
universal de pesquisa e utilização.
Quando se fala em inteligência artificial pode-se seguir quatro vertentes
principais de pesquisa e de linhas de pensamento, elas são:
Sistemas que tem capacidade de pensar como seres humanos, ou seja,
segundo Haugeland (1985), seria “o novo e interessante esforço para fazer os
computadores pensarem (...) máquinas com mentes, no sentido total e literal”;
Sistemas que tem capacidade de atuar como o ser humano, e segundo
Kurzweil (1990), têm “arte de criar máquinas que executam funções que exigem
inteligência quando executadas por pessoas”;
Sistemas com capacidade de racionalizar que segundo Charniak e
McDermott (1985), são, “os estudos das faculdades mentais pelo seu uso de modelos
computacionais”;
Sistemas que atuam com racionalidade, e segundo Poole Et al. (1998), ela
seria “o estudo do projeto de agentes inteligentes”.
Assim, pode-se dizer que, em linhas gerais, as vertentes 1 e 3 se referem ao
processo de pensamento e do ato humano de raciocinar, enquanto as linhas de
pensamento 2 e 4 falam sobre comportamento humano. Pensando além, as vertentes
1 e 2 medem sucesso do processo, pensando na fidelidade ao que o ser humano é
capaz de fazer, e nas linhas 3 e 4 pode-se comparar o sucesso do processo
comparando-o ao conceito de inteligência idealizado, e pensando em racionalidade
humana. As quatro vertentes são utilizadas e pesquisadas até os dias de hoje, porém,
existe certa tensão entre abordagens centradas em torno de seres humanos e
abordagens centradas na questão da racionalidade. Entende-se então que uma
abordagem centrada nos seres humanos deve ser baseada em ciência empírica, onde
se envolvem hipóteses e, também, a confirmação experimental. Já, uma abordagem
13
racionalista, segundo Ide (2010), envolve uma combinação de áreas como a
matemática e a engenharia. O primeiro estudo, conhecido e reconhecido, como
inteligência artificial, foi realizado por Warrem Macculloch e Walter Pitts, e esse
trabalho foi publicado no ano de 1943 pelos estudiosos.
Porém, somente com a ascensão das obras de Turing a inteligência artificial foi
vista como uma ciência completa, com a primeira geração da IA. Em seu trabalho
“Computing Machinery and Intelligency”, publicado em 1950, ele apresentou o
conceito do teste de Turing, onde o estudioso sugeriu cientificamente um teste
baseado na falta de possibilidade de distinguir entre o ser humano e as “entidades
inteligentes”, ou seja, as máquinas baseadas em cérebros humanos. Esse teste
consiste em um “interrogador” humano fazer certas perguntas à “entidade inteligente”
e tentar compreender quem foi que respondeu cada pergunta, ou seja, o computador
passará no teste se um interrogador humano, depois de propor algumas perguntas
por escrito, não conseguir descobrir se as respostas escritas vêm de uma pessoa ou
não (GOMES, 2011).
A segunda geração de inteligência artificial foi marcada por expectativas altas
e entusiasmo, porém com poucas novidades para esta ciência. Foram reconhecidos
alguns estudiosos sobre o assunto, como John McCarthy, Hyman Minsky, Claude
Shannon e Nathaniel Rochester (1956). Assim, a próxima geração foi dita como a
geração dos “sistemas baseados em conhecimento”, no final da década de 1960, a
Universidade de Stanford desenvolveu o programa DENDRAL que trazia soluções
capazes de encontrar estruturas moleculares orgânicas a partir da espectrometria de
massa das ligações químicas presentes em uma molécula desconhecida (RUSSELL;
NORVIG, 2004).
A próxima geração da IA, sendo essa a mais recente, traz o primeiro sistema
de inteligência artificial bem-sucedido comercialmente. O R1 foi um programa que
contribuiu para configurar pedidos nos novos sistemas de computadores, ele foi
desenvolvido pela DEC (Digital Equipament Corporation) em 1986. Já em 1988, dois
anos depois, ele contava com 40 sistemas entregues, especializados, além de vários
outros em desenvolvimento (CHARNIAK; MCDERMOTT, 1985). Ainda sobre essa
geração, houve a criação de um novo sistema, dessa vez pelos japoneses, chamado
projeto Fifth Generation, que trazia um plano de dez anos para desenvolver e montar
computadores extremamente inteligentes por meio da utilização do Prolog.
Nos últimos anos houve uma grande revolução e modernização na tecnologia
da inteligência artificial, onde a IBM lançou seu sistema cognitivo chamado Watson, e
ele se tornou um exemplo para a criação de outros sistemas. Não se tem mais a
14
pretensão de criar novas teorias ou estudos, somente se pretende trazer novas
tecnologias baseadas no que já foi criado, trazendo mais eficiência em cada uma
delas (WELCHEN, 2019).

3.1 Utilização da inteligência artificial

A inteligência artificial, apesar de ser um ramo da ciência da computação e da


tecnologia da informação, pode ser utilizada em várias áreas. Sendo um assunto
amplo, ela também pode ser relacionada às neurociências, psicologia, lógica, física,
matemática, linguística, engenharia, filosofia, biologia, várias outras áreas das
ciências, como pode ser visto na Figura 1.

Figura 1 – Áreas que se pode utilizar a IA

Fonte: Adaptado de Gomes, 2011

Dentre as áreas que se utiliza a inteligência artificial, existem vários tipos de


sistemas desenvolvidos para esses fins especialmente, eles são:
Sistemas especialistas: eles têm como principal argumento, solucionar
problemas que normalmente são resolvidos por humanos especialistas de certas
profissões, assim, o sistema é capaz de trazer uma decisão com apoio em
conhecimento justificado e coletado em uma base de dados e de informações. Para
tomar uma decisão sobre um assunto ou tema em especial, um profissional o faz
baseado em fatos que encontrou e em hipóteses que formula baseado em seus
15
conhecimentos armazenados durante anos, no período de sua formação e durante
sua vida profissional, sobre todos esses assuntos e temas, assim, ele o faz de acordo
com a sua experiência, ou seja, com o seu conhecimento acumulado sobre o assunto,
podendo, então, emitir sua decisão final. Durante o processo de “pensar”, o
profissional vai verificando qual a importância dos fatos que encontrou, comparando-
os com as informações já conhecidas em seu cérebro, sobre esses assuntos ou
temas. Neste processo, ele consegue formular novas hipóteses e consegue verificar
novos fatos; e esses novos fatos vão influenciar no “raciocínio” ou “pensamento” do
dispositivo. Este raciocínio é sempre baseado no conhecimento prévio acumulado.
Um especialista com esse processo de raciocínio pode não chegar a uma decisão se
os fatos de que dispõe para aplicar o seu conhecimento prévio não forem suficientes.
Pode, por esse motivo, inclusive chegar a uma conclusão errada; mas este erro é
justificado em função dos fatos que encontrou e do seu conhecimento acumulado
previamente. Assim, segundo Barone (2003), ele deve além de inferir conclusões, ter
capacidade de aprender novos conhecimentos e, desse modo, melhorar o seu
desempenho de raciocínio, e a qualidade de suas decisões.
Robótica: as pessoas utilizam os robôs, cada dia mais, para suas tarefas do
dia a dia. Esta tecnologia, hoje adaptada por muitas fábricas e indústrias, tem obtido,
de modo geral, êxito em questões como redução de custos, aumento de produtividade
e vários problemas trabalhistas com funcionários. Contudo, apesar das vantagens, os
robôs acabam trazendo outros problemas específicos, como a demissão de vários
funcionários humanos. A robótica, segundo Zunt (2010), é um ramo da tecnologia da
informação que trata de sistemas compostas por partes mecânicas automáticas e
controladas por circuitos integrados, tornando sistemas mecânicos motorizados
controlados automaticamente por circuitos elétricos. Os robôs podem ser móveis,
híbridos ou manipulares. Os móveis podem ser classificados em Unmanned Land
Vehicle ou ULV (veículos terrestres não tripulados), Unmanned Air Vehicle ou UAV
(veículos aéreos não tripulados), Autonomous Underwater Vehicle ou AUV (veículos
autônomos subaquáticos). Os manipulares são os mais utilizados e conhecidos, como
os robôs de linha de empresas e indústrias. Já os híbridos são robôs móveis
equipados com manipuladores, ou seja, eles juntam os dois outros tipos;
Sistemas visuais: de acordo com Stair e Reynolds (2015), os SV envolvem
equipamentos e programas que permitem aos dispositivos a captura, armazenamento
e manipulação de figuras visualmente perceptíveis. Eles podem ser utilizados para
reconhecer qualidades dos rostos humanos (reconhecimento facial) e de outros tipos,
como digitais (biometria), entre outros. Eles também podem ser utilizados em conjunto
16
com os robôs, para lhes dar a capacidade de “enxergar”, assim, a visão aumenta a
capacidade de funcionamento dos robôs e pode facilitar a tomada de decisões com
base no que foi “visto” por ele; também podem ser utilizados sistemas de biometria
para reconhecimento de íris, e para análise de peças com defeitos em linhas de
montagem (STAIR; REYNOLDS, 2015);
Processos de linguagem natural: segundo Stair e Reynolds (2015), o
processamento de linguagem natural dá ao dispositivo a disponibilidade de
reconhecer comandos de voz. Assim, existem três níveis para o reconhecimento: os
comandos, os discretos e os contínuos. Esse tipo de processamento pode ser utilizado
para recuperar informações sem a necessidade de digitar comandos ou buscar
quaisquer tipos de palavras-chave, assim, o usuário pode falar em um microfone com
conexão ao dispositivo, e o dispositivo tem a capacidade de buscar aquela “fala” em
textos e em outros documentos disponíveis para consulta. Os sistemas mais simples
conseguem associar as palavras digitadas às palavras ditas pelo microfone daquele
dispositivo, já os sistemas mais avançados não precisam gravar essas palavras
(STAIR; REYNOLDS, 2015). Este tipo de processamento também é amplamente
utilizado na área de biometria, para o reconhecimento de voz, além de diversos
corretores, que utilizam para a identificação de seu cliente e outras funcionalidades.
Além de todos os conceitos abordados para inteligência artificial, ainda existem
os conceitos de redes neurais e de aprendizado por máquina ou aprendizado
profundo. Essas tecnologias, juntas, trazem capacidades cognitivas gigantescas aos
computadores, tornando-os grandes aliados para outras várias áreas de atuação,
como diagnósticos de lesões, pré-diagnósticos de patologias graves, entre outras.
Dentro das corporações os sistemas de inteligência artificial são usados em
larga escala para vários processos. Entre eles os sistemas especialistas, os
robotizados e os sistemas de processamento de linguagem natural. Utilizando desses
métodos se consegue trazer grande confiabilidade nos dados e informações
captados, além de manter os dados auditáveis, escaláveis e controláveis pelos
gestores. Pode-se também utilizar esses sistemas para trazer mais segurança para
acessos e controles deles.
17
4. GESTÃO DA INFORMAÇÃO

A gestão da informação conta com várias definições, porém nenhuma delas é


abrangente o suficiente para definir o tema com sucesso. O que se sabe que o
conhecimento é a informação com contexto, e a informação são dados organizados,
assim, conduzir a informação é nortear o conhecimento (STAIR, 2015).
A informação, dentro das organizações, acabou assumindo importância
crescente, onde se tornou essencial em toda a organização na invenção e inserção
de novas tecnologias, investigação das oportunidades de financiamentos e ainda no
planejamento de toda a atividade daquela empresa. A gestão da informação e a sua
introdução na estratégia empresarial são um “fator chave” na criação e adição de valor
e, também, de novas vantagens competitivas para esta e qualquer outra empresa.
Porém, se por um lado elas ajudam a descobrir e manter novas oportunidades e criar
vantagens competitivas, por outro, ajudam a resguardá-la de ameaças provenientes
das empresas concorrentes e de outros indivíduos ameaçadores externos, e até
mesmo internos (DOWBOR, 2001).
A gestão da informação se tornou uma necessidade para qualquer setor de
atividade humana, seja ela profissional ou pessoal. A empresa, ou organização, tem
sistemas abertos e interativos e suportado por várias redes, e tudo isso está cheio de
informações, por isso, gerir e manipulá-las com cuidado é uma necessidade
gigantesca e muito cuidadosa dos gestores. Nos dias de hoje as organizações estão
rodeadas de várias turbulências, com características diferentes das conhecidas, e os
gestores acabam percebendo que, em alguns casos, o processo de modificação é a
única “coisa” frequente no negócio.
O mundo dos gestores tem sido turbulento, percebe-se que a crescente
mudança nos senários revelam as ameaças e as oportunidades que surgem de
maneira mais intensa nos negócios devido aos avanços intelectuais e tecnológicos,
fazendo com que tomar decisões hoje, exija a qualquer empresário ou gestor estar
bem-informado e conhecer o mundo que o rodeia (MINELLO, 2010).
Com o aumento da globalização do varejo e do comércio, que vem da
crescente ligação entre os países, o aumento do investimento financeiros em outros
países e também na tendência da similarização dos padrões de consumo em vários
países, fazem com que o mundo seja visto como um só mercado, em que as empresas
precisam conviver com a competição entre várias empresas e ao mesmo tempo
acabam entrando em diversos tipos de mercados, inclusive os externos, tentando
assim aproveitar as novas oportunidades nos negócios. Então, a organização, ao
estar num mundo globalizado e moderno, acaba ficando necessitada de informação,
18
sem que essa coleta pare, para que a informação seja todo um suporte da empresa,
sendo um elemento essencial e indispensável para sua existência, e de qualquer
outra. Com os gestores aceitando o novo papel da informação, sendo tratado como
algo de suma importância, a empresa pode chegar a atingir a excelência e o sucesso.
A gestão moderna de empresas exige que a tomada de decisão seja feita com o
máximo de informação, precisão e rapidez.
Para que se obtenha sucesso na gestão da informação, é necessário que se
estabeleçam um conjunto de políticas coerentes que possibilitem o fornecimento de
informação relevante, com qualidade suficiente, precisa, transmitida para o local certo,
no tempo correto, com um custo apropriado e facilidades de acesso por parte dos
utilizadores autorizados (ZANON, 2014).
Também se pode trazer a definição de Zorrinho (1995), que diz que gerir decidir
o que fazer com base em informação e decidir o que fazer sobre informação. É ter a
capacidade de selecionar dum repositório de informação disponível aquela que é
relevante para uma determinada decisão e, também, construir a estrutura e o design
desse repositório.
O objetivo maior da gestão da informação é apoiar a política global da empresa,
com sua visão e missão, e seus objetivos dentro do mercado globalizado, na medida
em que torna mais eficiente o conhecimento e a articulação entre os vários
subsistemas pela qual ela é constituída, além de apoiar os gestores na tomada de
decisões, tornando mais eficiente o conhecimento do meio em que ela está inserida
(GUIMARÃES, 2012).
A gestão da informação também apoia, com interatividade, a evolução da
estrutura da empresa, que acaba se encontrando em permanente adequação às
exigências dos concorrentes, do mercado, dos clientes e dos próprios colaboradores,
além de ajudar a formar uma imagem da organização dos seus serviços e produtos,
através da implantação de estratégias de comunicação internas e externas. Em
resumo, de acordo com Wilson (1989), a gestão da informação pode ser vista como o
gerenciamento eficaz de todos os recursos, incluindo as informações, que são
relevantes para a organização ou empresa, tanto de recursos gerados pela própria
empresa, como os produzidos por outras empresas, utilizando a tecnologia de
informação sempre que possível e necessário. Falando em processos corporativos,
pode-se trazer outra nomenclatura, a de processos de negócios. Um processo de
negócio, processo organizacional ou método de negócio é um conjunto de atividades
ou tarefas estruturadas relacionadas que produzem um serviço ou produto específico
(fornece uma meta particular) para seus clientes ou para um cliente particular
19
(WESKE, 2015).
Observa-se que qualquer organização, seja ela pequena, média, grande ou até
mesmo internacional, existe um sistema aberto e “vivo”, que trazem a coexistência
das entidades, que podem ser os fornecedores, clientes, colaboradores, e também
seus produtos e serviços, com as funções básicas exercidas pela organização, como
os departamentos de vendas, marketing, contabilidade, finanças, recursos humanos,
entre outros. Assim, cada uma dessas funções e departamentos trazem vários
processos para a empresa, sendo assim chamados de processos de negócios, que
são processos que viabilizam a entrega de resultados satisfatórios para o cliente.
Processos de negócio são então atividades estabelecidas previamente, onde
existe o objetivo de determinar como o trabalho será realizado em dada empresa ou
organização. Em outras palavras, elas constituem em um conjunto de ações
relacionadas entre si de forma lógica e coerente a fim de promover um resultado
favorável para a organização, sendo esse objetivo a qualidade do serviço e satisfação
do cliente e dos colaboradores, tanto em nível interno como externo. Uma estrutura
de processos de negócio mal construída pode colocar em risco a eficiência e a eficácia
da organização através de produtos ruins e serviços feitos sem qualidade
(DAVENPORT, 2019).
Para Laudon e Laudon (2011) outro aspecto importante e que pode trazer mais
sucesso na implementação dos processos de negócio dentro de uma organização ou
empresa, tem a ver com a implementação de um sistema de informação muito bem
estruturado. A existência de uma rede de informação confiável, entre todos os
participantes nos processos da empresa, é importante, uma vez que permite a
comunicação em tempo real, tornando possível uma adequada tomada de decisão.
Deste modo, quando se fala em processos de negócio, a abrangência acaba sendo
muito grande, pois sua área de atuação é grande e acaba estando em todas as áreas
da organização, com grande impacto na qualidade dos serviços e de produtos, na
redução de custos e no desenvolvimento do próprio negócio. Em suma, os
processos de negócio baseados na cooperação, integração e no alinhamento entre
todas as áreas da organização acabam sendo o “segredo de sucesso” das empresas
e organizações.
Assim, como pode ser visto na Figura 2, onde se podem definir processos de
negócio como um conjunto de atividades desenvolvidas a partir de um objetivo pré-
definido que irá concretizar-se num resultado específico, em termos de produto ou
serviço que se pretenda realizar.
20
Figura 2 – Processos de negócio

Fonte: Laudon; Laudon, 2011

Um desses processos e procedimentos utilizados pelas empresas é o controle


de acesso. Ele, especificamente, é utilizado para controlar as pessoas, por meio de
equipamentos (ou equipe especializada) e o acesso delas às informações específicas.
Dentro do processo de negócios, o controle de acesso e autorização é um meio
importantíssimo, já que neste procedimento é feita a liberação do acesso das
informações confidenciais à colaboradores ou indivíduos que necessitem essa
liberação. Porém, nem sempre o desejo de um indivíduo pode ser realizado, já que o
acesso deve ser liberado somente para pessoas autorizadas, ou seja, pessoas que a
hierarquia superior deseja que tenham acesso à certas informações.
A inteligência artificial (AI) pôde trazer vários tipos de facilidades para a
autorização de acesso da informação (ou de locais) dentro de organizações dos mais
variados tipos e áreas de atuação. Utilizando da biometria, seja ela da própria digital
ou até mesmo da leitura facial ou de retina, pode-se trazer maior segurança no acesso
e seu controle. Também se pode pensar na utilização de sistemas especialistas e até
da tecnologia robótica, para que se consiga maior segurança e controle no acesso,
tanto de locais específicos, quanto de informações e dados com maior necessidade
de “proteção” (SCHWAB, 2019).
21
5. APLICAÇÕES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Conforme mencionado, a inteligência artificial tem uma infinidade de


aplicações, possibilitando que as organizações colham bons frutos de sua
implementação em larga escala.
Um exemplo dessas aplicações são os diagnósticos médicos. Há um
considerável contingente de aparelhos e equipamentos dessa área que se valem da
inteligência artificial para fornecer análises mais precisas (LOBO,2018).
Russel e Novig (2004) dizem que dentro do ramo da Tecnologia da Informação,
um exemplo de utilização que carrega enorme potencial de inovação se dá por meio
de três áreas: a chamada “aprendizagem profunda” (Deep Learning), o PLN
(Processamento da Linguagem Natural) e a visão computacional.
Essas três áreas apresentam um desenvolvimento tecnológico bastante
acelerado, podendo impactar enormemente a área de TI, conferindo, assim, maior
qualidade e eficiência aos processos e serviços.
Conforme Mayer-Schönberger e Cukier (2014) a IA tem um crescente
potencial para impulsionar diversos setores. O Big Data e o reconhecimento de voz
são outros segmentos que ganharão muito com o crescente potencial da IA. Setores
comerciais como o e-commerce podem, igualmente, ter a IA como um dos seus
motores, impulsionando e facilitando os processos de compra e venda.
A área de TI, mais do que qualquer outra no mercado, pode se beneficiar do
potencial sem precedentes que a inteligência artificial traz para os atuais ambientes
de negócios.
De acordo com Russel e Novig (2004) a inteligência artificial que
anteriormente era limitada a aplicações mais restritas no comércio e na indústria, vem,
já há algum tempo, proporcionando melhorias significativas para organizações de
todos os portes. Essa tecnologia tem mostrado o seu potencial ao apresentar soluções
inovadoras e eficientes em vários setores.
Em concordância com Turban, Volonino e Wood (2014) a área de TI é, por
definição, uma das mais tecnológicas e modernas, contudo, não são poucos os líderes
empresariais que a consideram desnecessariamente custosa. Isso pode ser
compreendido, em parte, devido ao custo inicial de alguns equipamentos.
Entretanto, a médio e longo prazo, o investimento em IA se mostra, na
verdade, muito vantajoso para o setor de TI, inclusive ao se levar em consideração os
custos.
22
Baseado em Garg e Venktakrishnan (2008) após a implantação e o período
inicial de preparação para a aprendizagem da nova práxis de funcionamento, os
gastos nos processos dentro da empresa tendem a diminuir consideravelmente.
Conforme Russel e Norvig (2004) a inteligência Artificial possibilita alcançar
uma maior produtividade e otimização de recursos, tempo, espaço e processos.
Através de técnicas e algoritimos avançados, ela é capaz de automatizar tarefas
complexas com maior velocidade e menos erros.
O fato é que a inteligência artificial tem o potencial de tornar obsoletas
diversas tecnologias atuais. Isso é particularmente intenso quando se refere ao setor
de TI, que passa a ser completamente fundamentado no uso de diferentes
tecnologias. (POOLE e MACKWORTH, 2017)
23
6. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL APLICADA EM SEGURANÇA NOS
PROCESSOS CORPORATIVOS

A inteligência artificial, e as tecnologias que estão inseridas neste contexto,


podem ser aplicadas em vários processos e procedimentos corporativos. Segundo
Paim Et al. (2009), o termo “processos corporativos”, ou “processos de negócios” se
referem aos processos de rotina, em sua maioria repetitivos, que são desempenhados
pelas organizações no seu dia a dia, ao contrário de “processos de decisão” ou
“processos estratégicos”, os quais são desempenhados por membros da hierarquia
mais alta da organização.
Pensando nos processos corporativos, a inteligência artificial pode trazer
facilidades para os gestores, tornando mais prática a liberação de acesso a quaisquer
processos dentro da organização. A IA tem várias aplicações na estratégia de controle
e autorização dos processos corporativos. Existe a utilização da biometria, dos bots e
chatbots (robôs que automatizam conversas, respostas, processos, entre outros) e de
algoritmos para várias utilizações (redes neurais, aprendizado de máquina, entre
outros) dentro da empresa.

6.1 Tecnologias de IA utilizadas para autorização de processos


corporativos

Os tipos de sistemas que utilizam inteligência artificial supracitado podem


também ser incorporados a este capítulo, porém trazendo à luz em quais áreas de
uma empresa cada um pode ser utilizado. Nos tópicos abaixo será feita a exposição
de como cada sistema (ou categoria) de inteligência artificial poderia ser utilizada
numa organização.

6.1.1 Robótica

O termo robô foi usado pela primeira vez pelo artista da Checoslováquia Karel
Capek, numa peça de teatro chamada “A Fábrica de Robôs”, veiculada no meio da
década de 1920. Ele queria chamar as criaturas autômatos da sua peça de laboris,
que foi trazida do latim, onde significava “trabalho”, porém acabou as chamando de
roboti, que em checo significa trabalho forçado, e tem como uma de suas derivações
a palavra rabu, que significa escravo. Porém, o termo “robótica” se tornou popular
pelas mãos do escritor Isaac Asimov, em seu livro “Eu, Robô”, lançado na década de
1950.
24
A idealização da construção dos robôs tomou força no início do século XX, com
a necessidade de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos
dentro de indústrias. O pai da robótica industrial foi George Devol, que trouxe os
autômatos para o chão de fábrica de várias organizações.
Segundo Marr (2017), a robotização é o nome dado ao processo que traz a
implementação de ferramentas tecnológicas que possibilitem a automação de tarefas
antes humanas, de forma que elas sejam executadas por robôs ou meio robóticos. A
tecnologia robotizada das indústrias é de grande sofisticação e requer um grau de
conhecimento elevado e altos níveis de conhecimento técnico-científico. Dentre as
áreas mais comumente robotizadas estão a indústria automobilística, o setor
computacional (tecnologia da informação, bancos de dados, entre outros), e as
atividades de médicos e diagnósticos.
Outro tipo de sistema robótico são os chamados bots ou chatbots. Esse tipo de
inteligência faz pesquisas e análises automatizadas em dados e informações
presentes na internet e nas redes internas das empresas.
Também existe a utilização da robótica para autorização de processos
organizacionais, ou seja, pode-se utilizar esse ramo da IA para os fins necessários
dentro dessa empresa. Ele pode ser utilizado para auxílio em processos industriais,
processos de produção, mas também pode ser utilizado para processos de controle
de acesso e outros processos organizacionais.

6.1.2 Sistemas especialistas

Os sistemas especialistas (SE) são sistemas “especializados” em resolver


certos tipos de problemas, ou seja, eles passam por um treinamento (aprendizado de
máquina) ou programação para que consigam receber um problema e entregar uma
solução para esses problemas (RUSSEL; NORVIG, 2004).
De acordo com Teixeira (1998), os problemas que podem ser solucionados SE
são do tipo que poderia ser resolvido por um especialista humano, seja ele
engenheiro, médico, designer, ou qualquer outro tipo. Os especialistas reais em
dominar os problemas, que normalmente são muito específicos, trazem regras gerais
que indicam como poderiam analisar aquele problema, tanto explicitamente (com a
ajuda de um analista de sistemas experiente), ou implicitamente, fazendo com que
os especialistas humanos consigam compreender resquícios ou detalhes que não
poderiam ser vistos a olho nu, podendo realizar novos raciocínios e trazer novas
soluções.
25
Porém, segundo Flores apud Barone (2003), esses problemas que são
solucionados pelos sistemas especialistas devem ser analisados, assim, sendo
divididos em categorias-chaves que trazem a tipologia de cada sistema especialista.
Elas são:
O problema pode ser separado em conjuntos menores, ou seja, em
subproblemas menores e mais fáceis de serem resolvidos? Se sim, eles são
decomponíveis. Se não, eles são categorizados como não decomponíveis;
Alguma etapa pode ser ignorada, caso seja comprovado que ela não tem
serventia, dentro do caminho a ser percorrido? Para responder essa questão, eles
podem ser ditos em três categorias diferentes, que são: 1) Ignoráveis: algumas dessas
etapas podem ser ignoradas, quando há uma comprovação; 2) Recuperáveis: as
etapas podem ser desfeitas, porém é necessário que sejam refeitas para que a
solução seja compreensível; e 3) Irrecuperáveis: as etapas não podem ser desfeitas
ou ignoradas;
O problema ser recuperável é importante na determinação da
complexidade da estrutura de controle precisa para que o problema seja
solucionado? Também deve ser analisado em cada etapa, sendo dividido em três
categorias, como no questionamento anterior: 1) Ignoráveis: eles tem uma estrutura
simples, que não pode sofrer retrocesso; 2) Recuperáveis: ele tem uma estrutura de
controle mais complicada, que pode cometer erros em alguns pontos; e 3)
Irrecuperáveis: esse sistema necessita de vários esforços para tomar decisões, que
são definitivas;
A área do problema é previsível? Ela deve ser dividida em duas categorias
de respostas: 1) Resultado incerto: pode-se usar o planejamento para gerar uma
sequência de operadores que levará a uma boa chance de resolução, na melhor das
hipóteses; 2) Resultado certo: pode-se usar o planejamento para criar uma sequência
de operadores que levará a uma resposta correta;
A melhor resolução para o problema pode ser considerada padrão sem
que seja necessário comparar com todas as outras soluções possíveis? Essa
questão pode ter dois tipos de respostas: 1) Aceitam quaisquer caminhos: os
problemas podem ser solucionados em tempo hábil, onde se sugere bons caminhos
que podem ser explorados; 2) Só aceitam os melhores caminhos: não existe
possibilidade de se utilizar a heurística de previsão da melhor solução, assim a busca
pelo melhor caminho será mais cansativa e extensa;
A resolução necessária (ou desejada) é um estado geral ou um caminho
para um estado específico? Pode-se compreender que se uma solução é um estado
26
geral, ela será explorada mais rapidamente, porém, se ela for um caminho para um
estado em específico, será necessário percorrer o caminho para conquistar a solução
desejada;
É necessária uma grande quantidade de conhecimento para resolver o
problema, ou as informações e conhecimento são importantes somente para
limitar essa busca? Caso seja necessário haver grande quantidade de conhecimento
somente para limitar a busca, não é necessário que esse conhecimento seja
especificamente sobre o assunto do problema em específico, mas caso seja
necessário conhecimento para que se resolva o problema, o conhecimento deve ser
específico sobre aquele assunto;
É necessária a interação com uma pessoa (especialista humano), ou a
solução pode ser alcançada com um computador em processamento do
conhecimento recebido sozinho? Caso a primeira opção seja necessária, o sistema
deverá ser chamado de conversacional, ou seja, é preciso que o sistema faça
perguntas ao especialista humano, para que consiga obter resoluções satisfatórias.
Agora, se o computador puder fazer toda essa pesquisa e análise sozinho, ele será
chamado de sistema solitário.
Assim, não se podem limitar os sistemas somente com as questões, porém elas
são cruciais para que se obtenha sucesso nas pesquisas computacionais deste
sistema especialista. Então, não se pode dizer que existe somente uma maneira de
resolver todos os problemas, pelo contrário, existem vários tipos de maneiras de se
obter essas soluções (FLORES apud BARONE, 2003).
Pensando pela perspectiva do acesso e autorização nos processos de negócio,
o sistema especialista pode ser utilizado em grande número de áreas profissionais de
atuação, e de departamentos dentro dessas organizações. Pode-se pensar na
utilização dos SE para autorizar os colaboradores (e pessoas autorizadas) a proceder
em reuniões de equipes, diagnósticos de possíveis problemas a serem solucionados,
entre outros (DA ROCHA-PINTO, 2015).

6.1.3 Sistemas visuais

Os sistemas visuais (SV) são equipamentos e softwares que permitem a


dispositivos de captura, armazenamento e manipulação de figuras (todas visualmente
perceptíveis), que são capazes de reconhecer pontos em comum com o que há dentro
do seu banco de dados (ou banco de conhecimento, quando é um sistema que foi
alimentado utilizando aprendizado de máquina), assim podendo reconhecer rostos
humanos, retinas, impressões digitais, entre outros (CEMIN, 2001).
27
Nesse sistema está inclusa a biometria, que ainda caminha a passos
pequenos no Brasil, mas que já é amplamente utilizada em uma variedade de áreas
organizacionais, como bancos, catracas, e até mesmo no sistema eleitoral do país.
Sistemas biométricos de digitais já são populares e utilizados em larga escala. Os
instrumentos de reconhecimento facial, pela íris ou por comando de voz se tornam
cada dia mais comuns, não só no país, mas como no mundo todo (TESSIMA, 2018).
Esse tipo de sistema de reconhecimento pode ser utilizado em uma variedade
de departamentos numa organização. Até mesmo os relógios de ponto agora
funcionam com a biometria da digital do colaborador, o que pode ser visto como a
automatização de um processo organizacional que antes trazia muitos problemas
para os funcionários do RH. Com a utilização da biometria digital para marcação de
relógio de ponto, o departamento de recursos humanos acaba tendo um trabalho a
menos, já que esse sistema consegue, por si próprio, compreender se aquele
funcionário foi trabalhar ou não, qual horário entrou e qual horário saiu, quais horários
fez em seus intervalos, e quais foram suas horas extras; trazendo mais comodidade
e mais precisão para cálculos de salários mensais, de horas-extras, e outros cálculos
pertinentes.
Em áreas como a comercial, o reconhecimento facial, está sendo testado para
medir reações de clientes e de potenciais clientes, esse tipo de experiência, em um
futuro próximo, poderá ser utilizado para avaliar e medir o grau de satisfação dos
trabalhadores de uma empresa e até mesmo o grau de relacionamento e conexão
entre os colaboradores e seus superiores. Já os sistemas de reconhecimento de voz
poderão também detectar problemas de relacionamento e conflitos entre o quadro de
empresas.
Também se pode compreender o uso dos sistemas visuais para outros tipos de
autorizações, como autorização as salas específicas (como laboratórios, salas de
reuniões, salões confidenciais, entre outros) e também autorização a dispositivos
específicos e de utilização diferenciada.

6.1.4 Processos de linguagem natural

Os sistemas de processamento de linguagem natural (PLN) começaram a


serem pesquisados na década de 1950, quando Turing publicou seu artigo
"Computing Machinery and Intelligence", que propunha o teste de Turing como critério
de inteligência daquela máquina.
Alguns sistemas de processamento de linguagem natural bem-sucedidos foram
desenvolvidos na década de1960, como o SHRDLU, um sistema de língua natural
28
que trabalhava com palavras em blocos, com vocabulário restrito. E também o ELIZA,
uma máquina que simulava um psicoterapeuta, que foi escrita por Joseph
Weizenbaumno meio da década de 1960, lançado no ano de 1966.
Segundo Jurafsky e Martin (2019), até a década de 1980 os sistemas de PLN
eram baseados em conjuntos complexos de regras totalmente manuscritas. Porém,
ao final dos anos 1980 houve uma revolução nesses sistemas, com a introdução dos
algoritmos de aprendizado de máquina, devido ao aumento da capacidade de
processamento dos dispositivos. As maiorias desses sistemas utilizam o aprendizado
de máquina para melhor “compreensão” das informações contidas nessas máquinas.
E com a inserção do aprendizado de máquina foi possível utilizar os sistemas de
processos de linguagem natural para trazer comodidade e facilidade para os usuários.
Os PNL são utilizados para sumarização automática, produção de substantivos
para palavras e até mesmo para frases, análise de discursos, tradutores automáticos
(de voz e de texto), geração e compreensão de língua natural, reconhecimento ótico
de caracteres em geral, parsing (análise de sintaxe e morfologia), quebra de frases
automáticas, reconhecimento (processamento) e segmentação de fala ou voz,
desambiguação de palavras, extração de informação a partir da semântica do texto
(IE), simplificação textual, revisão de texto, e vários outros tipos (TABOSA, 2020).
Pensando nas utilizações que foram supracitadas, pode-se trazer para dentro
das organizações algumas delas. Para empresas que utilizam serviços de texto, a
sumarização, revisão de texto, entre outros, acabam sendo ferramentas importantes
e de utilização interessante. Também se pode pensar nos segmentos de autorização
de processos e pessoas, onde se pode utilizar segmentação e reconhecimento de
fala, de compreensão e análise de linguagem natural, entre outros (SILVA, 2020).
Para melhor compreender o objetivo geral deste trabalho, que é a utilização da
inteligência artificial em autorização de processos de negócios, especialmente em
controle de acesso, será abordado no próximo tópico esse assunto e temas
relacionados.

6.2 Inteligência artificial utilizada em controle de acesso

A utilização da inteligência artificial nos processos de negócio é importante e


traz conforto, facilidade e melhoria nestes procedimentos. Um dos processos de
negócio mais importantes, no que se vê sobre autorizações, é o processo de
controladoria de acesso.
Vários dos sistemas de inteligência artificial supracitados podem ser utilizados
para o fim de controle de acesso. Um dos mais utilizados é a biometria, seja ela de
29
quaisquer partes do corpo humano. De acordo com Priberam (2013), a biometria é a
ciência da aplicação de métodos de estatística quantitativa a fatos biológicos ou
análise matemática de dados biológicos. Ela tem o papel de identificar se aquele
indivíduo é realmente quem ele afirma ser. Através dessa tecnologia a máquina
(sistema) podem identificar pessoas através de suas características físicas e
biológicas como: impressão digital (Figura 3), geometria da mão, formato da face,
características da íris, entre outros. Porém, ela também pode trazer a identificação do
indivíduo por características comportamentais, como seu modo de andar e de falar,
seu gestual característico, tonalidade de voz, assinatura, entre outros.

Figura 3 – Impressão digital

Fonte: Faria 2005

Segundo Jain e Kulkami (1999) as vantagens da utilização dos recursos


biométricos é que esses não são fáceis de serem forjados ou falsificados, também
não podem ser esquecidos (como senhas, números PIN, entre outros), e também
obrigam a pessoa a estarem pessoalmente ou próximo do dispositivo que deseja
identificar aquele indivíduo. Então os problemas de roubo, esquecimento e
transferência de responsabilidades são minimizados.
Segundo Obelheiro (2001), o controle de acesso também pode ser feito
utilizando outros tipos de dispositivos. Assim, ele é dividido em três tipos de controles,
eles são:
Discricionário: também conhecido como DAC, esse tipo de controle de acesso
traz um processo determinado pelo proprietário da informação, assim é o gestor que
permite quem poderá ter o privilégio de acessar aquela informação ou locais. Assim,
ele tem dois conceitos importantes, onde todo objeto (informação, ou quaisquer outros
tipos) necessita ter um proprietário, e também onde o acesso deve ser concedido pelo
próprio proprietário;
30
Obrigatório: o controle de acesso obrigatório, também chamado de MAC, é
quando a política de acesso é determinada pelo sistema e não pelo proprietário
daquela informação ou recurso; são sistemas de alta sensibilidade e são utilizados
em sistemas governamentais e também militares, que requerem altos níveis de
segurança;
Baseado em papéis: os RBAC são uma abordagem onde os papéis de cada
um dos colaboradores (funcionários de empresas, membros de times e equipes, entre
outros) são os principais meios de decidir quais os acessos cada um deles terá.
Permissões de acesso e direitos sobre objetos são dados para qualquer grupo ou, em
adição, indivíduos. Os indivíduos podem pertencer a um ou mais grupos. Os
indivíduos podem adquirir permissões cumulativas ou desqualificadas para qualquer
permissão que não faz parte de todo grupo à qual ele pertence.
Assim, pode-se perceber que o controle de acesso pode ser totalmente
automatizado por sistemas de inteligência artificial, como pode ser visto nos sistemas
de controle de acesso obrigatórios, que trazem alta sensibilidade e não necessitam
de presença humana em sua configuração.
Segundo Thomas L. Norman (2011) o controle de acesso desempenha um
papel importante para identificar as pessoas presentes em uma determinada área
controlada. O controle de acesso de pessoas em áreas restritas, como condomínios,
empresas, centro de processamento de dados, entre outros, é feito através de
equipamentos como portas eletrônicas, catracas, entre outros. Os acessos são
registrados em um software e banco de dados desenvolvidos com este objetivo em
específico. Com isto é possível rastrear todas as pessoas que estão, ou estiveram
presentes na área controlada, ou que ainda tentaram acessar mesmo sem permissão.
Para autenticar e autorizar uma pessoa são utilizadas diversas tecnologias como:
cartão de proximidade, biometria e senha, podendo todas elas ser automatizadas com
tecnologias de inteligência artificial.
Assim, pode-se notar que a IA é facilmente implantável para vários níveis de
autorização de processos de negócio, e um deles é o controle de acesso de
funcionários e colaboradores. Pode-se compreender que a utilização de tecnologias
de IA trazem comodidade e também uma maior facilidade para as empresas que a
utilizam para esses fins (e também para outros supracitados), além de trazer um nível
eficaz de segurança (BATISTA, 2017).
31
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Avaliamos a viabilidade de um sistema de controle de acesso baseado na


Inteligência Artificial neste trabalho. O que foi dito anteriormente é que, embora
existam vários benefícios e desvantagens do uso da IA nesse contexto, também
existem problemas e questões a considerar.
Os sistemas de controle de acessos com IA podem ser mais eficientes e
seguros do que os métodos convencionais. A Inteligência Artificial pode analisar e
aprender padrões de comportamento, o que permite que ela encontre anomalias e
ameaças em tempo real. Isso torna o processo de autenticação mais confiável. Além
disso, ela é capaz de manter a segurança ao longo do tempo, pois pode se adaptar
às mudanças.
A automação e a simplificação dos processos de controle de acesso são outras
vantagens da IA neste contexto, pois permite a implementação de sistemas de
autenticação biométrica, reconhecimento facial e análise de comportamento,
eliminando a necessidade de senhas complexas e cartões de acesso físico. Além de
reduzir as chances de fraude e intrusão, isso aumenta a comodidade dos usuários.
No entanto, existem algumas questões que devem ser levadas em
consideração ao utilizar a Inteligência Artificial em sistemas de controle de acessos.
A privacidade está entre elas. A coleta e processamento de grandes quantidades de
dados pessoais são essenciais para que ela possa aprender e identificar padrões.
Portanto, é essencial respeitar as regulamentações de proteção de dados e garantir
que as informações sejam tratadas com segurança.
A possibilidade de ataques e manipulação dos sistemas de IA constitui uma
preocupação adicional. A inteligência artificial (IA) é vulnerável, como toda tecnologia,
pois hackers e pessoas mal-intencionadas podem usá-la. No entanto, para garantir a
proteção dos dados e a integridade do sistema, é essencial realizar uma análise
cuidadosa dos riscos e adotar medidas de segurança robustas.
Assim, podemos concluir que o uso de sistemas de controle de acessos com
inteligência artificial é uma opção viável e oferece mais benefícios do que problemas.
Ao passo que a tecnologia avança, os sistemas de controle de acessos com IA
provavelmente serão mais sofisticados e amplamente adotados de forma ética,
transparente e responsável, sempre buscando o equilíbrio entre segurança e
privacidade.
32
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