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FACULDADE DE LETRAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS
BELO HORIZONTE
2018
BRUNO DE ASSIS FREIRE DE LIMA
Belo Horizonte
Faculdade de Letras da UFMG
2018
Ficha catalográfica elaborada pelos Bibliotecários da Biblioteca FALE/UFMG
CDD: 469.798
PREÂMBULO
Era verão.
— Oi, querida, cê tá boa?
— Oi, fofa! Tirando esse calor, tudo ótimo!
— Uai, mas você está quase nua... Passeando aqui no jardim, à toa?
— Sim! Resolvi tomar uma fresca. Aproveito para ver se acho algo para comer...
— Ah, pois então deixa eu te apresentar isso aqui: chama-se “maçã”. Deliciosa! Veja como é
rubra!
— Ai, que linda! E é gostosa, é?
— Experimente... dê uma mordiscada. Vai gostar.
— Ai, serpente! Não sei se devo, amiga! Meu orientador disse para eu não chegar nem perto
de certas “novidades”.
— Ah, chega de “mi-mi-mi”. Vai, prova! Essa aqui é da árvore do conhecimento...
Eva parou.
Olhou.
Pensou.
À Profª Drª Maria Cândida Trindade Costa de Seabra, por aceitar o desafio de acompanhar um
trabalho tão diverso, tão novo, por orientá-lo.
À Profª Drª Maria da Graça Krieger, pelo acolhimento, pelos ensinamentos, pelo instinto
materno, e por me guiar nos caminhos das terminologias.
À Universidade do Vale do Rio dos Sinos - RS, por me aceitar como “estudante especial que
sou”. Às professoras Drª Rove Luiza de Oliveira Chisman e Drª Ana Maria Zilles, pelos
momentos de aprendizado que me proporcionaram.
À Universidade Federal do Rio Grande do Sul – RS, também por me aceitar como estudante
especial. À professora Drª Maria José Bocorny Finatto, pela disciplina ministrada.
Ao CNPq, pelo auxílio financeiro que me concedeu durante o período em que vivi no Rio
Grande do Sul.
À professora Drª Lúcia Alves Faria Mattos, por ter sido minha principal professora nas lições
iniciais sobre itens e avaliação.
Aos colegas do Instituto Avaliar Eloísa Nascimento, Alessandra Pereira, Naly Rocha, por todo
aprendizado compartilhado por quase (ou mais de!) uma década de trabalho com itens e
avaliação.
Aos colegas coordenadores de produção de itens Carlos Augusto Mitraud, Fernando Roberto
da Costa Linhares e Juliana Peixoto Bicalho, pelas parcerias desenvolvidas nos últimos anos.
À minha amiga e colega de jornada, Drª Renata Amaral de Matos Rocha, por tudo que é
divisível por dois.
À “colega do léxico” Maryelle Joelma Cordeiro, por ler e criticar partes deste texto, e por
compartilhar experiências ao longo do doutorado.
À minha amiga querida e saudosa professora Drª Maria Carmen Aires Gomes, da Universidade
Federal de Viçosa, “mãe primeira” dos meus passos e descompassos acadêmicos.
Ao meu amigo e parceiro do “período-Sul”, Gustavo Kley Weimer, sem o qual minha temporada
fora das terras mineiras teria sido mais difícil.
Ao meu companheiro Clárison Gonçalves Gamarano, por ouvir minhas queixas, compartilhar
minhas angústias, e por permanecer calado, nas horas de destempero.
Ao meu pai, Martinho Freire de Lima, por mal (ou não) saber o que é uma tese, mas por “ser-
tão” grandioso vencedor das agrestes circunstâncias de vida.
À minha mãe, Maria das Graças de Assis Lima, pelas provações por que passou desde o dia
em que disse “sim” ao matrimônio e à maternidade.
À minha irmã, Simone de Assis Lima, pelas muitas vezes que abriu mão dos próprios sonhos
para que eu pudesse realizar os meus.
Aos meus pequenos Eduardo (Dudu) e Juliano (Julim), por todos os dias em que não lhes dei
atenção, pelos passeios curtos, pelos latidos silenciados, por todo companheirismo e fidelidade.
Esta pesquisa aborda o “item avaliativo” sob a perspectiva da Linguística das Linguagens
Especializadas, partindo de três hipóteses: a) o item é um gênero do discurso; b) o item é um
gênero do discurso de especialidade e c) cada item, em particular, é um texto de especialidade,
com estruturas linguísticas próprias. Para investigar o item como gênero do discurso, o trabalho
recorreu a Bakhtin (2003). Quanto ao item como gênero do discurso de especialidade e como
texto de especialidade, o trabalho valeu-se da contribuição de Hoffmann (1988; 1998a; 1998b;
2000). No que diz respeito à análise das estruturas linguísticas dos itens, foram delimitadas três
categorias lexicais, com base nos estudos de Hoffmann (op. cit.); Kocourek (1990); Possamai
(2004); Tutin (2007) e Kilian e Loguercio (2015), de onde se propõem as categorias: estruturas
linguísticas “de língua geral”; estruturas linguísticas especializadas e estruturas linguísticas de
gênero. Com metodologia mista, o trabalho parte de uma análise empírica para selecionar e
categorizar itens quanto aos diferentes tipos de item existentes, e vai para análise eletrônica do
corpus (Linguística de corpus), de um total de 4078 itens recolhidos do Programa de Avaliação
da Aprendizagem Escolar (PAAE-MG). Foi utilizado o software AntConc na observação dessas
categorias lexicais e no levantamento dos dados linguísticos. A tese comprova que o item
corresponde a um gênero do discurso de especialidade e que cada item individual é uma unidade
textual. Além disso, o trabalho inova ao propor o viés linguístico-discursivo ao
conceito/definição de item. Inova também ao propor o conceito de “gênero prototípico”, distinto
do conceito de “protótipo de gênero”, desenvolvido por Swales (1990), além de propor a
categoria de “estrutura linguística de gênero”, que engloba léxico e fraseologias próprios de
gêneros do discurso de especialidade. Finalmente, o trabalho traz como produto um Capítulo
Virtual, no qual são apresentadas as técnicas de elaboração de itens para avaliação da
aprendizagem escolar.
This thesis is about the “evaluation item” from the perspective of the Linguistics of Specialized
Languages, based on three hypotheses: a) the item is a discourse genre; b) the item is a
specialized discourse genre and c) each item, in particular, is a specialized text, with its own
linguistics structures. To investigate the item as a discourse genre, this paper looked to Bakhtin
(2003). As for the item as a specialized discourse genre, the paper turned to Hoffman´s
contribution (1988; 1998a; 1998b; 2000). Considering the analyses of the linguistics items´
structures, three lexical categories have been delimited, based on Hoffmann´s studies (op. cit.);
Kocourek (1990); Possamai (2004); Tutin (2007) and Kilian and Loguercio (2015), from where
the categories are proposed: “general language” linguistics structures; specialized linguistics
structures and linguistics genre structures. Using different approaches, this paper starts from an
empiric analyses to select and categorize items according to its several types, going to the
corpus electronics’ analyses (Corpus Linguistics), from a total amount of 4078 items collected
from the Learning Evaluation School Programme (PAAE-MG). The AntConc software has
been used to observe these lexical categories and to collect linguistics data. The thesis proves
that the item is a specialized discourse genre and that each item is a textual unit. Moreover, the
paper innovates proposing a linguistic-discursive concept/definition of the item. It also
innovates proposing the concept of “prototypical genre”, different from the “prototype genre”,
developed by Swales (1990), besides proposing the “linguistics genre structure”, which
includes lexicon and its own genre phraseologies of the specialized discourse. Finally, this
thesis presents as a product a Virtual Chapter, in which are presented the techniques of
elaboration of items for evaluation of school learning.
Keywords: Multiple choice item; Specialized Languages; Gender of Specialty; Specialty Text;
Linguistic Structures.
LISTA DE FIGURAS
EF – Ensino Fundamental
EM – Ensino Médio
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 18
2.3.1. Categorias linguísticas nos textos de especialidade: o item em foco ...................... 105
Notificação 1:
O senso comum – e mesmo muitos profissionais que estão trabalhando com os itens avaliativos
(doravante ‘item’), tema central desta tese – concebem “item” como sinônimo de “questão de
prova”, embora eu apresente alguns argumentos para mostrar que “item” e “questão”
denominam objetos diferentes1.
1
Se este for o primeiro contato do leitor com o tema, a sugestão, neste momento, é que se entenda item como
questão, embora a pesquisa tenha encontrado algumas evidências de que sejam coisas distintas.
18
do discurso especializado? e Como as estruturas linguísticas que ocorrem nos itens se
organizam para evidenciar que ele é um gênero do discurso especializado? A partir de então,
os objetivos gerais e específicos da pesquisa são apresentados. Nesta seção, também são
apresentadas as escolhas teóricas sobre gênero do discurso, gênero do discurso especializado e
estudos do léxico, utilizados para o desenvolvimento da pesquisa.
Em “Orientações metodológicas”, aponto as razões pela escolha de uma metodologia
mista, que mescla a observação empírica dos dados com a Linguística de Corpus. Isso porque
se fez necessário observar diretamente os itens para delimitar as categorias de análise
linguística, além de ter sido necessário separar os itens em grupos de áreas de
conhecimento/disciplinas, bem como quanto aos tipos de item de múltipla escolha. Essa
observação “a olho nu” precede à constituição do corpus por meio eletrônico, através de
softwares disponíveis para pesquisa no léxico, essencial para otimizar a análise dos dados.
Finalizo a introdução apresentando a “Organização do trabalho”, relatando como se
deu a organização dos capítulos da tese. Além de citar este texto introdutório, apresento:
CAPÍTULO 1: APRESENTAÇÃO DA PESQUISA; CAPÍTULO 2: PERCURSO TEÓRICO;
CAPÍTULO 3: CORPUS E METODOLOGIA; CAPÍTULO 4: RESULTADOS E ANÁLISES,
além das CONCLUSÕES DA PESQUISA, do CAPÍTULO VIRTUAL, das REFERÊNCIAS e
dos ANEXOS.
Boa leitura!
19
Toda tese tem uma história
A história desta tese começa há mais de 10 anos, quando comecei a trabalhar com os
itens para avaliação da aprendizagem escolar. Naquela época, eu mal sabia do que se tratava.
Achava que, como professor que era, sabia muito bem “elaborar questões”. Grande engano. Eu
não fazia ideia de que, para elaborar ou mesmo revisar um item, era necessário conhecimento
técnico muito além do que imaginava minha formação como professor. Embora os professores
rotineiramente elaborem suas provas2, a maioria, ou quase a totalidade, desconhece o que há
por trás dos itens. Eu era um desses “professores do desconhecimento”. Se o item pudesse me
ouvir, eu diria: “Item, me perdoe, eu não sabia nada sobre você!”. Nesse aspecto, os cursos de
licenciatura pecam (e muito!) por não oferecerem formação técnica sobre os instrumentos de
avaliação para os futuros professores, como atesta Castro (2011).
Meu trabalho consistia na elaboração de itens de múltipla escolha3 e na sua revisão de
língua portuguesa, o que me proporcionou conhecer diferentes profissionais e estilos de uso da
língua. Para trabalhar com os itens, além do meu conhecimento gramatical, precisei estudar sua
composição técnica, nitidamente marcada por uma linguagem característica, refletida em usos
linguísticos muito específicos, alguns deles usados quase que exclusivamente nos itens.
Determinadas palavras e expressões eram comumente utilizadas na comunicação entre os
profissionais que elaboravam os itens, e mesmo na própria elaboração do item havia expressões
linguísticas muito particulares, ligadas à sua composição. Aliás, para compor o item, há outros
recursos característicos, como tamanho de fonte, assunto de texto, extensão das alternativas de
resposta, formato de comando, etc., o que mostra que haver uma espécie de conhecimento
técnico e especializado por trás dessa atividade. Assim, eu também precisei me apropriar da
linguagem utilizada no contexto dos itens. Eu estava imerso em uma Linguagem
Especializada, mesmo sem ter muita consciência sobre ela, adquirindo uma espécie de
“formação paralela” que a universidade, por algum motivo, não foi capaz de me oferecer.
Para continuar a história desta tese, vou partir de um exemplo concreto, mesmo porque
é importante que o leitor saiba do que eu estou tratando. Na imagem a seguir, Figura 1, há um
item utilizado na prova do Enem, em 2006. Nele, estão destacadas as partes discretas que
constituem um item, a saber: a) um texto de suporte, que vai de “A moderna democracia” até
“regime autoritário”; b) um comando, que vai desde “A partir destas informações” até “assinale
2
Não estou fazendo distinção entre os conceitos de ‘prova’, ‘teste’ e ‘exame’, embora alguns autores observem
diferenças entre eles (Cf. Arredondo, 2003). Quanto ao termo ‘avaliação’, será empregado em referência à área de
especialidade, ligada à Psicometria, conforme será explicado adiante.
3
O item de múltipla escolha é detalhadamente descrito no Capítulo 1, seção 1.2.
20
a opção correta” e c) as alternativas de resposta, que compreendem as letras A, B, C, D, e E,
cada uma delas com uma análise sobre o texto de suporte:
4
Tomando como texto a definição de Kress (1995), que diz que um texto pode ser formado por vários modos
semióticos (palavras e imagens por exemplo), podendo, portanto, chegar à noção de multimodalidade. Aqui
incluem-se recursos linguísticos, não-linguísticos e mistos.
21
Preciso dizer que devo minha experiência com itens ao Instituto Avaliar, organização
não governamental situada em Minas Gerais, mantenedora de diversos banco de itens, para
diferentes programas avaliativos. Só não digo que devo ao Instituto Avaliar tudo o que sei sobre
os itens, porque, se assim fosse, não haveria necessidade de pesquisá-los em um trabalho de
doutorado (por mais óbvio que isso possa soar). Lá, tive oportunidade de atuar na produção e
revisão de itens em diferentes programas de avaliação, mas foi minha atuação junto ao
Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar (doravante PAAE) que se acentuou o
interesse em estudar o item. O PAAE é um programa de avaliação em larga escala vinculado
às políticas públicas do estado de Minas Gerais. Nele, dediquei a maior parte do tempo
trabalhando com os itens, a ponto de perceber que havia nos itens um fecundo campo de
pesquisa. Dado meu interesse acadêmico, pude contar com o apoio da Secretaria Estadual de
Educação de Minas Gerais e do próprio Instituto Avaliar, que permitiram que eu colhesse
livremente mais de 4 mil amostras de itens. Com esse material em mãos, o interesse na pesquisa
foi tomando dimensões mais concretas, ainda que eu não soubesse exatamente o que iria
pesquisar sobre os itens.
Minha intuição dizia que, a contar de suas “partes discretas”, o item poderia ser estudado
por diferentes enfoques. A maioria dos estudos com os itens estão situados na área da Educação,
geralmente voltados à análise da eficiência dos programas avaliativos (onde os itens são
empregados) e seus resultados, e não às suas características linguísticas ou composicionais. A
ausência de pesquisas relacionadas à composição linguística do item foi um dos fatores que
motivou o trabalho. Como posto, o item possibilita muitas pesquisas, inclusive na área de
Linguagens. Por exemplo, o texto de suporte pode ser estudado considerando os gêneros do
discurso que correspondem a esses suportes, seus temas e sua relação com o público a que se
destina. Já o comando pode ser estudado a partir dos verbos que o compõem e sua relação com
o domínio do “saber-fazer” (deve orientar o estudante/avaliando à execução da tarefa). Quanto
às alternativas de resposta, podem ser estudadas por meio da comparação entre as estruturas
linguísticas que as compõem e sua relação com o paralelismo de extensão5, dentre outras. De
início, devido ao estágio incipiente de meus estudos, minha intenção era elaborar um Glossário
de Termos Técnicos utilizados nesse nicho. (In)felizmente me deparei com material
semelhante6, o que foi suficiente para que eu descartasse esse empreendimento.
5
O paralelismo de extensão normatiza que as alternativas de resposta devem ter “mais ou menos” a mesma
quantidade de caracteres (extensão). Mais informações sobre o assunto são fornecidas no Capítulo 1, subseção
1.2.2. Neste Capítulo 1, também são encontradas as demais orientações técnicas para elaboração de itens.
6
Em português, encontrei os trabalhos de Novaes e Martins (1969) e Vianna (1981); em espanhol, o de Arredondo
(2003), e em inglês, os de Greene et al. (1947); Lien (1967); Eric (1989); Anderson e Morgan (2008); e Mpofu
(2009).
22
Foi observando o “item como um todo” que o tema da tese foi se delineando. O item
não é composto apenas por um texto de suporte, ou pelo comando, ou pelas alternativas de
resposta. Embora cada uma dessas partes discretas tenha uma função bem definida no item, é
exatamente a reunião de todos esses componentes que fazem do item... um item! O texto de
suporte introduz um assunto. O comando problematiza esse assunto, orienta o avaliando. As
alternativas de resposta oferecem opções para resolução da problematização. Esses aspectos
não funcionam isoladamente, mas em conjunto. É a ativação das informações de cada uma
dessas partes componentes que faz com que o item cumpra uma função social: avaliar, aferir
conhecimentos e habilidades cognitivas. De um lado, produtores, autores, revisores emitindo
informações tecnicamente calibradas. De outro, estudantes, alunos, avaliandos recebendo essas
informações e agindo sobre elas e a partir delas. O item, nesse contexto, era o ‘veículo
concreto’, capaz de materializar essas informações. Isso posto, veio o questionamento: Como
se deve conceituar o “item” no contexto da avaliação da aprendizagem escolar, considerando
que ele cumpre uma função comunicativa bastante específica, ou, mesmo, especializada?
Iniciou-se a pesquisa.
Via de regra, a literatura especializada conceitua o item como “unidade básica de
avaliação” (HALADYNA, 2004). O item do exemplo da Figura 1 configura-se como parte do
ENEM, um programa de avaliação conhecido nacionalmente. Logo, há de se compreender que
a conceituação de “item” como “unidade básica de avaliação” está adequada: a prova do ENEM
é constituída por diferentes unidades de item, também conceituado como “instrumento de
medição” (MICHEELS e KARNES, 1950). De fato, é o item quem instrumentaliza o ato de
medir um componente mental, como a aprendizagem. Ou o avaliando sabe ou não sabe o que
está sendo medido no item. Apesar dessas considerações, essas conceituações parecem ser
insuficientes, principalmente pelos motivos que são expostos a seguir.
Considerando que o item está ancorado em uma prática social específica, envolve
sujeitos em sua produção e sua recepção, relaciona-se a intenções comunicativas, emana de
práticas sociais e históricas, etc. é coerente dizer que ele se enquadra no conceito de gênero do
discurso (Bakhtin, 2003)7. Cada item, por sua vez, é um enunciado escrito concreto, capaz de
materializar o gênero do discurso, e corresponde a uma unidade textual. Há um propósito
comunicativo em cada um, há coesão, coerência, intencionalidade, intertextualidade, há sujeitos
envolvidos na construção de seu sentido, há estruturas linguísticas em sua composição, etc. etc.,
ou seja: o item tem características suficientes para ser categorizado como textos e como gênero
do discurso. A contar das inúmeras definições de item na literatura especializada (encontrei 39
7
Maiores detalhes no Capítulo 2.
23
definições, compreendendo quase um século de publicações), é razoável dizer que não existe o
reconhecimento de que ele se constitua como uma unidade textual. A literatura especializada
simplesmente desconsidera essa “face textual” do item.
Mas não é apenas o caráter textual do item que está em jogo. Voltando ao exemplo da
Figura 1, nota-se que ele possivelmente foi elaborado por um historiador, dado seu conteúdo
temático. Deve, também, ter sido coordenado por alguém com formação equivalente, capaz de
verificar se esse conteúdo está adequado. Quanto ao revisor técnico, é alguém com notório saber
sobre itens, capaz de verificar aspectos relacionados com as alternativas de resposta, o
detalhamento e adequação do comando, a formatação do texto, dentre outras. Ao revisor de
Língua Portuguesa, cabe à adequação da linguagem usada nos itens de acordo com
determinados padrões, dentre outros. Assim que nasce, o item passa por diferentes autores e
leitores, cada um capaz de contribuir para seu aprimoramento, de acordo com sua função no
processo, até chegar no seu leitor final, o avaliando, pessoa que vai se submeter ao teste.
Ao contrário do que acontece quando os próprios professores elaboram seus testes, a
produção de um item para avaliação em larga escala envolve muitos profissionais, com
conhecimentos técnicos específicos8. Ele “nasce” das mãos de um elaborador, que cria (escreve)
o item. Depois disso, um coordenador faz a validação de seu conteúdo (lê, criticamente).
Posteriormente, um revisor técnico confere se o item está de acordo com a padronização
adotada (lê, tecnicamente). Finalmente, um revisor de língua portuguesa faz uma leitura,
verificando inconsistências na linguagem. Como se vê, o item pressupõe todo um trabalho de
construção que exige conhecimentos especializados, muito além do conhecimento que os
professores detêm por conta de sua formação acadêmica.
A contribuição de cada um dos leitores do item, exceto o avaliando, versa sobre os
aspectos técnicos necessários sobre a estruturação formal do item, como a extensão do texto de
suporte, a presença de verbos no comando, a plausibilidade de cada alternativa de resposta em
relação à situação problema, o paralelismo gramatical entre as alternativas, dentre outras. A
contribuição dos “leitores técnicos” inclui eventuais alterações, inserções ou exclusões de
estruturas linguísticas em itens. Eles se convertem, em muitos casos, em coautores dos itens.
Isso quer dizer que o item não é somente texto, mas um texto que é estruturado com base em
conhecimentos técnicos e especializados, que no caso da Figura 1, vão desde conhecimentos
sobre história até os conhecimentos sobre a estruturação orgânica do item. Assim, o item não é
um texto comum, simples, rotineiro, mas um texto especial, de especialidade, com circulação
8
A quantidade de profissionais envolvidos no processo de elaboração de itens varia de acordo com as entidades
mantenedoras dos Bancos de Itens.
24
relativamente restrita a um público específico: avaliadores/professores e avalian-
dos/estudantes/alunos.
Olhando empiricamente para o item, com a premissa de que ele é um texto de
especialidade, é possível notar diferentes estruturas, dentre elas, estruturas linguísticas, que
incluem: i) aquelas que servem para dar ‘liga’ às informações, chamadas “palavras
gramaticais”, como preposições, conjunções, artigos, pronomes, etc.; ii) aquelas relacionadas
às especialidades que são objeto de avaliação, como palavras ligadas a geografia, história,
física, matemática, etc., e iii) aquelas que são tipicamente usadas para designar elementos da
constituição do próprio item. Quem não se lembra da célebre frase: “Complete a lacuna a
seguir?”, que era seguida por uma frase que continha um traço (lacuna) que deveria ser
preenchido? Essa frase não é encontrada “livremente”, em qualquer texto, mas ocorre com certa
preferência em itens.
Essa variedade de classes de estruturas linguísticas aponta para a confirmação de que
cada item em particular corresponde a um texto de especialidade. Dessa maneira, ele não é
somente a realização concreta de um gênero do discurso, mas de um gênero do discurso
especializado, conforme aponta Hoffmann (1988). O item, como mostrado ao longo desta
introdução, não resulta das mãos de qualquer pessoa, mas do desempenho técnico de
profissionais especializados, diretamente refletido nas escolhas linguísticas que são feitas para
sua elaboração.
Diante do que foi exposto, um dos meus objetivos é comprovar que o item não é apenas
uma “unidade básica de avaliação”, ou um “instrumento avaliativo”, como propõe a literatura
especializada. Ele também é uma unidade textual. Mais que isso, o item corresponde a um
gênero do discurso, pois se ancora em um contexto social, histórico e discursivo (Bakhtin,
2003). Perceber o item como texto ou como gênero do discurso foi possível a partir de um olhar
de dentro do processo de manutenção de bancos de itens, acompanhando os passos necessários
desde a criação até a sua utilização em programas avaliativos. Indo além, também sustento que
o item corresponde a um gênero de especialidade (Hoffmann, 1988), pois é criado com
propósito específico, no seio de uma comunidade especializada, para atender a um objetivo
desta especialidade: promover avaliações padronizadas. Cada item é único e corresponde a um
exemplar de texto de especialidade. Esses textos de especialidade, conforme aponta a literatura
em linguagens especializadas, são formados por características particulares, refletidas
principalmente no léxico, ou seja, o item possui um léxico específico, reflexo do contexto de
especialidade do qual emana, capaz de caracterizá-lo como texto e como gênero do discurso
especializado. A apresentação completa da pesquisa é feita no Capítulo 1.
25
É salutar dizer que este trabalho só foi possível graças à contribuição das minhas
orientadoras. É fato que as ideias preliminares partiram de mim: eu queria pesquisar os itens,
mas, sozinho, não teria dado forma a esta tese. Devo à professora Drª Maria Cândida Trindade
Costa de Seabra (UFMG) o direcionamento do trabalho às Ciências do Léxico. Devo à
professora Drª Maria da Graça Krieger (UNISINOS-RS) o direcionamento do trabalho ao
Estudo da Terminologia. Foi por meio de suas orientações que encontrei os caminhos para o
Estudo das Linguagens Especializadas. Devo à professora Drª Delaine Cafiero Dias Bicalho
(UFMG) as orientações sobre Gêneros do discurso. Devo à professora Drª Alexandra
Feldekircher Muller (UNISINOS) as orientações sobre o conceito de “Fraseologia de gêneros”,
essencial para o desfecho deste trabalho. A elas, reitero aqui meus agradecimentos.
Agradeço ainda à professora Drª Maria Carmen Aires Gomes (UFV), leitora crítica de
partes desta tese, que me mostrou possibilidades para o estudo do item como gênero do
discurso. Agradeço também à professora Drª Maria José Bocorny Finatto, por me apresentar
parte da obra de Lothar Hoffmann, linguista alemão, um dos principais – senão o principal –
expoentes do estudo das Linguagens Especializadas e um dos principais teóricos dos meus
estudos.
Diante do que foi exposto, a tese se desenha a partir destas hipóteses:
26
Perguntas, objetivos e aporte teórico
Na seção anterior, o item foi apresentado como resultante das práticas comunicativas
necessárias para a efetivação da avaliação. Como aponta Hoffmann (2000), uma especialidade
é compreendida como uma atividade profissional ou conjunto de conhecimentos específicos
que alguém domina. Elaborar um item pressupõe conhecimentos específicos, é necessário
dominar um conjunto de saberes para sua elaboração. A avaliação, nesses moldes, é uma
especialidade técnica. Para Wichter (1994), a especialidade é constituída pelo próprio grupo de
especialistas, capazes de (re)elaborar a linguagem especializada que utilizam. Isso pode
explicar, por exemplo, a existência de variações em itens do mesmo tipo9, só que pertencentes
a bancos de itens distintos. Por exemplo, os itens de múltipla escolha do ENEM podem ter
aspectos que os distinguem dos itens de múltipla escolha do ENADE. É o grupo de especialistas
que vai moldando, vai dando forma à linguagem utilizada por ele, mas sempre dentro de certos
limites que constituem a linguagem especializada.
É nesse âmbito de especialidade da avaliação que surge o item. Ele cumpre uma função
comunicativa: busca verificar se houve ou não determinadas aprendizagens. Cumprir uma
função comunicativa aproxima o item do conceito de gênero do discurso (BAKHTIN, 2003).
Acontece que essa não é uma função comunicativa qualquer, mas uma função relacionada a um
contexto específico de especialidade, o que aproxima o item do conceito de gênero do discurso
de especialidade (HOFFMANN, 1988). Se um item é um gênero, ele se materializa por meio
de textos. Se o item é um gênero de especialidade, ele se concretiza como texto de especialidade,
ou seja, é constituído por determinadas características linguísticas que são próprias da
linguagem da especialidade com a qual se relaciona, o que inclui seu léxico.
Isso quer dizer que estou assumindo que cada item em particular corresponde a uma
unidade textual, e que cada uma dessas unidades textuais é composta por estruturas linguísticas
características. Essa afirmação, categórica, será efetivamente comprovada quando respondidas
as seguintes perguntas: “Que estruturas linguísticas há no item, capazes de caracterizá-lo como
um gênero do discurso especializado?” e “Como as estruturas linguísticas que ocorrem nos
itens se organizam para evidenciar que ele é um gênero do discurso especializado?”. O
encaminhamento desta tese se dá, então, pela busca dessas respostas. Dessas perguntas,
originam-se os três objetivos gerais do trabalho:
9
O Capítulo 1, seção 1.2.2. apresenta e descreve os nove tipos de item de múltipla escolha que compõem o banco
de itens do PAAE.
27
1) Comprovar que o item corresponde a um gênero do discurso:
Para investigar o item como gênero do discurso de especialidade, são utilizados estudos
de Hoffmann, precursor da Linguística das Linguagens Especializadas, cujos principais textos
foram traduzidos para o português e organizados em coletânea por Finatto e Zílio (2015).
Essencialmente, o autor afirma que gêneros especializados são uma classe especial de gêneros
do discurso, cuja produção e recepção requer conhecimento especializado, além do
conhecimento mundano, cotidiano, e para os quais estão em vigor composições mais rigorosas,
técnicas, especializadas, em relação às características de gêneros do discurso não
especializados. Assim, é necessário mostrar o que faz do item um gênero de especialidade, que
composições rigorosas, técnicas e especializadas constituem esse gênero e em qual
especialidade ele se situa. Além do fato de emanar de um contexto de especialidade, o item
possui uma forma característica (composição rigorosa, que comporta poucas variações), que se
reflete principalmente no léxico, ou seja, nas estruturas linguísticas usadas na sua composição.
28
3) Demonstrar que as estruturas linguísticas que ocorrem nos itens são capazes de delimitá-lo
como gênero do discurso especializado:
Para atingir esse objetivo, são usados estudos de diferentes autores, todos reiterando as
ideias de que, além do léxico da “língua geral” (comum a qualquer texto), os textos
especializados são formados por estruturas linguísticas especializadas, além de uma terceira
categoria de léxico, tratada de modo distinto por esses autores. Nessa direção, são usados os
trabalhos de Hoffmann (1988), Kocourek (1991), Possamai (2004), Tutin (2007) e Kilian e
Luguercio (2015). Esses autores, embora apresentem abordagens distintas sobre a linguagem
especializada, são unânimes no reconhecimento de que os textos de especialidade não se
restringem apenas ao léxico geral da língua e às estruturas linguísticas especializadas. A partir
desses autores, delimito a categoria à qual denomino “estruturas linguísticas de gênero”,
essencial para a análise dos dados.
Além desses objetivos gerais, a tese conta com estes objetivos específicos:
Como posto na notificação que encabeça esta introdução, item e questão são comumente
tomados como equivalentes. No entanto, a pesquisa mostrou que há motivos de diversas
naturezas para que sejam tomados como denominações para entes distintos. A contar da
etimologia de cada um deles, além da forma como passam a integrar as práticas escolares, item
e questão se distinguem, conforme se argumenta ao longo da tese.
Pressupondo que cada item corresponde a uma unidade de texto, é de se esperar que sua
definição considere essa característica. No entanto, a pesquisa não encontrou nenhuma conceito
que considerasse o item como texto, fato que leva à proposição de uma definição capaz de
relacionar as noções de gênero do discurso e de texto ao item.
Muitos são os gêneros do discurso que podem ser usados em contexto avaliativo. Nas
escolas, por exemplo, o professor avaliador pode utilizar debates, resenhas, resumos, cartas e
muitos outros gêneros para avaliar seus alunos. Esses gêneros, porém, são usados em outros
contextos, que não a avaliação. Já os itens, e somente eles, quando utilizados, cumprem
exclusivamente a função de avaliar, motivo pelo qual podem ser categorizados como “gênero
prototípico10”.
10
Distinto do conceito de “protótipo de gênero” (SWALES, 1990), como será oportunamente esclarecido no
Capítulo 1.
29
Orientações metodológicas
11
Termo empregado por Kilian e Loguercio (2015), para designar uma metodologia que combina análise textual
com análise eletrônica de dados.
30
Organização do trabalho
Seção 2.3. As estruturas linguísticas nos textos especializados: Nesta seção, organizo
cronologicamente, pela data de publicação, cinco relevantes trabalhos sobre o comportamento
do léxico nas linguagens e nos textos especializados, essenciais para a definição das categorias
de análise da tese. Inicio tratando das contribuições de Hoffmann (1988, 1998a, 1998b), sigo
por Kocourek (1991), passo por Possamai (2004), Tutin (2007) até chegar em Kilian e
Loguércio (2015). Cada uma dessas referências contribui para o estudo do léxico nos textos
especializados. Esses autores são unânimes em reconhecer e existência de ao menos três classes
32
lexicais nos textos de especialidade. Embora eles não abordem essas classes da mesma maneira,
esse reconhecimento do léxico em três classes subsidia a delimitação da classe “estruturas
linguísticas de gênero”, conforme é proposto na tese.
Seção 3.1. Os itens do PAAE: a constituição do corpus: Esta seção descreve todas as
etapas adotadas, desde a seleção dos itens no banco do PAAE até sua organização em
documentos eletrônicos para análise.
Seção 3.2. A Linguística de corpus: Considerando que um conjunto de itens pode ser
chamado de corpus, compreendido como agrupamento de dados pertencentes ao uso escrito da
língua, esta seção trata das orientações metodológicas da chamada Linguística de corpus.
Essencialmente, a Linguística de corpus considera a análise de textos por meio de
processamentos computacionais, o que favorece a análise de grande quantidade de textos em
curto espaço de tempo, algo capaz de otimizar a análise dos dados, além de conferir à pesquisa
maior legitimidade.
Seção 3.3. O AntConc: ferramenta eletrônica para análise do corpus: Ainda que os
itens tenham passado por uma análise empírica para categorizações mais gerais, como tipos de
itens existentes no banco e áreas de especialidade avaliadas, o processamento eletrônico foi
necessário para o estudo das estruturas linguísticas desses itens. O AntConc foi o software para
essa análise otimizada, motivo pelo qual esta seção destina-se à sua descrição.
Seção 3.4. Categorias de análise: Nesta seção, são apresentados os critérios adotados
para o reconhecimento das estruturas linguísticas que se enquadram nas três categorias de
análise do léxico dos itens: estruturas linguísticas “de língua geral”; “estruturas linguísticas
especializadas” e “estruturas linguísticas de gênero”.
33
Seção 4.2. O item como texto de especialidade: Quando discute o texto de especialidade,
Hoffmann (1988) afirma que eles possuem exatamente as mesmas características do texto
comum, com o diferencial de ser estruturado a partir de categorias específicas do léxico. Assim,
retomando a referência que o próprio Hoffmann faz a Beaugrand e Dressler (1981), esta seção
mostra como os elementos da textualidade coesão, coerência, intencionalidade, aceitabilidade,
informatividade, situacionalidade e intertextualidade se manifestam no item, a ponto de
confirmarem que cada item é, em particular, uma unidade textual.
Seção 4.3. Estruturas linguísticas de “língua geral”: Nesta seção, são apresentadas
estruturas monoléxicas e poliléxicas comuns a qualquer texto. Trata-se do resultado do
processamento eletrônico dos itens no AntConc do qual foram observadas 27 estruturas simples
e 19 compostas, que ocorrem em itens de qualquer área avaliada e que, por pertencerem
essencialmente à classe de “palavras gramaticais”, ocorrem com qualquer texto do português.
Seção 4.4. Estruturas linguísticas especializadas: Nesta seção, são apresentadas quatro
unidades monoléxicas e quatro poliléxicas, correspondentes a termos/fraseologias
especializadas, para cada uma das dez áreas avaliadas no PAAE, resultando do processamento
dos itens de acordo com seu agrupamento quanto áreas de especialidade. Essas estruturas são
precedidas de suas definições, retiradas de dicionários especializados, o que é capaz de
comprovar que essas estruturas linguísticas correspondem a unidades lexicais especializadas.
Seção 4.6. Estruturas linguísticas e estruturas de gêneros: Esta seção encerra o capítulo
de Resultados e Análises, retomando as estruturas próprias de gêneros: estrutura composicional,
conteúdo temático e estilo, mostrando como as categorias lexicais abordadas no trabalho
funcionam como mecanismo de identificação das estruturas de gênero.
35
1. APRESENTAÇÃO DA PESQUISA
Sobre o capítulo
A finalidade deste capítulo é apresentar a pesquisa ao leitor. Para que isso fosse
possível, a discussão foi organizada em três seções temáticas: a) contextualização histórica
sobre avaliação e item; b) contextualização técnica sobre o item e c) contextualização do PAAE,
fonte de dados para a constituição do corpus da pesquisa.
A primeira seção, destinada à contextualização histórica tanto da avaliação quanto do
item, parte das origens das práticas avaliativas, até a sua instauração como área de
conhecimento especializado, com a Psicometria. No momento em que a Psicometria surge,
surgem com ela os primeiros itens, momento em que são abordados no texto. Nesse percurso,
são apresentados os conceitos que a avaliação assume no contexto educacional, como também
são abordados os conceitos atribuídos ao item ao longo de mais de um século de sua existência.
A constatação de que a literatura especializada desconsidera o caráter textual do item leva à
formulação de um conceito que considera o item como gênero do discurso especializado e como
texto especializado. Assim, a seção também se presta a definir o item de acordo com a
concepção textual/discursiva adotada na tese. A seção continua discutindo a distinção entre as
denominações “item” e “questão”, argumentando que, em educação, devem ser considerados
objetos (ou mesmo gêneros do discurso) distintos. Finalmente, a seção termina com a
categorização do item como “gênero prototípico da avaliação”.
A segunda seção, com teor descritivo, trata da relação entre o item e a técnica,
comprovando por qual razão a elaboração de itens pressupõe conhecimentos especializados.
Trata-se de uma seção que funciona quase como uma espécie de “Manual de Elaboração de
Itens de Múltipla Escolha”, isso porque aponta as peculiaridades de cada uma das partes que
36
constituem esse formato de item. São feitas considerações sobre a escolha dos textos de suporte,
sobre a elaboração do comando e sobre a estruturação das alternativas de resposta. Além disso,
a seção descreve cada um dos nove tipos de item de múltipla escolha conhecidos e utilizados
na avaliação da aprendizagem escolar. Essa descrição é exemplificada com itens elaborados
especialmente para a tese. A seção termina apresentando as primeiras impressões sobre as
estruturas linguísticas que compõem os itens. São citadas três categorias lexicais que os
constituem, para só então concluir a o capítulo de apresentação, com a última seção.
A terceira e última seção deste capítulo, com caráter histórico e descritivo, é destinada
a apresentar o Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar. Essa apresentação é
importante, porque, como dito na Introdução, o PAAE é a fonte de dados para a pesquisa. Dele
foram recolhidos os mais de 4 mil itens analisados. A seção e o capítulo se encerram apontando
para o percurso teórico que será apresentado no Capítulo 2.
Boa leitura!
37
1.1. Contextualização histórica do objeto de pesquisa
1.1.1. Considerações históricas sobre avaliação
‘Avaliação’ é uma palavra de origem latina. Trata-se de uma unidade lexical que
significa “valer, dar valor a”. De acordo com Cunha (2010), “valere” data do século XIII,
“avaliado” do século XIV, “avaliador” do século XVI, mas “avaliação” é registrado somente
no século XVII. Ainda que o termo “avaliação” não existisse antes do século XVII, as práticas
de ‘atribuição de valor a algo’ já eram bastante utilizadas pelo homem. De acordo com Piletti e
Piletti (2012), a avaliação como atribuição de valores era prática já existente em tribos muito
remotas, onde jovens eram submetidos a exames sobre sua resistência física e seus
conhecimentos sobre a cultura do seu povo. Somente após serem devidamente “valorados” os
jovens eram considerados adultos.
Não é difícil supor que, mesmo na pré-história, com as primeiras categorizações feitas
pelo homem, a “valoração” estivesse presente. O homem precisava observar, distinguir, julgar,
examinar para classificar o mundo a seu redor. Assim, desde as primeiras práticas de avaliação,
“atribuir valor a” estava bastante próximo do que se compreende por “examinar”. Quanto à palavra
“exame”, também de origem latina, significa “analisar com atenção e minúcia” (CUNHA, 2010,
p. 278.). Analisar em pormenores, com atenção e minúcia, é uma maneira teoricamente segura
de atribuir valor a algo. Já a palavra “exame” é datada do século XV, em bora também haja
registros de práticas de exame com o objetivo de selecionar indivíduos muito antes do séc. XV,
como é o caso dos chineses, que em 1.200 a.C. já haviam desenvolvido métodos de seleção de
funcionários públicos de alta patente, tanto no setor administrativo, quanto no militar. Esses
exames envolviam proficiência em música, uso do arco, habilidades de montaria e tarefas
escritas pertinentes aos temas dos concursos (BARRIGA, 1983; PILETTI e PILETTI, 2012).
Nas universidades medievais, os alunos aspirantes ao grau de Bacharel eram submetidos
a práticas de exame oral, realizadas por bancas de professores. Era aprovado o estudante que
conseguisse responder com desenvoltura as perguntas da banca. Em muitas situações,
professores utilizam a avaliação como método de tortura, por exemplo ameaçando elaborar
provas “difíceis” para o grupo de alunos indisciplinados. Nas escolas, as avaliações como exame
funcionavam como reflexo da competitividade social, que ocasiona a divisão dos indivíduos em
classes: aptos versus inaptos, capazes versus incapazes, selecionados versus não selecionados,
aprovados versus reprovados. Práticas como essas levaram à associação entre “avaliação e poder”,
que persiste até os dias atuais em diferentes contextos educacionais, como atestam Demo (2010) e
Luckesi (2011).
38
Como mostra a literatura em história da educação, a prática de avaliação como
“exame/seleção” entra nas escolas regulares no século XVI, com os jesuítas. Na época, os
alunos eram examinados e selecionados por um sistema de ensino excludente, no qual somente
os que conseguissem os melhores resultados nos exames tinham acesso a níveis mais avançados
de educação. Ser bem avaliado significava possibilidades de ascensão social. Os que não
conseguissem atingir determinados resultados eram descartados, privados da oportunidade de
prosseguir com os estudos. Práticas assim permanecem dentro e fora das escolas, motivadas
pela já citada sociedade competitiva. Essas práticas são refletidas por exemplo nos quase
extintos exames vestibulares, concursos públicos, provas de seleção, dentre outros. Assim,
“avaliar”, “examinar” e “selecionar” têm se constituído como práticas de fronteiras muito
tênues, que, muitas vezes, são evocadas indistintamente nos espaços escolares.
12
O original, em espanhol: Avaliação qualitativa: “Aquella evaluación que presenta um carácter subjetivo, recoge
datos particulares expressados descriptivamente y que realiza la toma de medidas de forma inmediata”. Avaliação
quantitativa: “Es la formación de juicios sobre um fenómeno obtenido por médio de instrumentos que tienden a la
expresión de los resultados de modo numérico.” (p. 78)
13
Não é objetivo do trabalho delongar as discussões sobre avaliação qualitativa versus avaliação quantitativa.
Sobre esses tipos de avaliação na escola, a obra de Luckesi (2011) promove um amplo debate.
40
1.1.2. Considerações históricas sobre item
41
estudos que o termo idiota deixa de designar uma doença. Para ele, um doente mental manifesta
perturbações emocionais que poderiam ou não ser acompanhadas por degeneração do nível
intelectual, inicialmente normal. Já um débil mental possui deficiência intelectual existente
desde o nascimento ou desde a primeira infância. Segundo as conclusões de Esquirol, para
identificar um débil mental é necessário avaliá-lo a partir do seu rendimento educacional,
diretamente relacionado com as propriedades intelectuais de um indivíduo. A doença mental
(loucura) não acarreta dificuldades para o desenvolvimento da linguagem, ao passo que a
deficiência mental, caracterizada por problemas que se situam no cérebro, é responsável pela
baixa produção de conhecimento, acarretando dificuldades de aprendizagem, baixo nível
intelectual e desenvolvimento precário da linguagem. A partir de seus testes, Esquirol foi capaz
de distinguir “dois graus de imbecilidade [deficiência mental moderada] e três graus de idiotice
[deficiência mental grave]” (p. 6). Anastasi acrescenta que, segundo Esquirol,
Como reitera Anastasi, o critério utilizado para avaliar a deficiência mental “é, também,
em grande parte, linguístico” e os testes de inteligência, compostos por itens, “estão muito
carregados de conteúdo verbal” (p. 6). Esquirol, criador dos primeiros testes, usava recursos
linguísticos para a construção dos seus itens. É nesse contexto que ele surge, como instrumento
padronizado originalmente usado para avaliar o desenvolvimento da própria linguagem.
Somente tempos mais tarde, novos elementos semióticos passaram a integrar a constituição do
item. De todo modo, padronização é o termo chave para a compreensão do que se conhece por
item, ainda que ele seja relativamente moldado pelas especificidades das áreas em que é
aplicado. O item permanece com uma estrutura formal característica, responsável por garantir a
máxima precisão possível na avaliação de componentes psicológicos, dentre eles a aprendizagem.
Portanto, o item é um objeto criado a partir de determinados padrões, nasce na
Psicometria, está diretamente relacionado com a avaliação quantitativa, e é usado em exames
de seleções e classificações. No próprio contexto da Revolução Industrial, os itens já eram
usados para selecionar os operários para as indústrias que ali surgiam, como atesta Pasquali
(2013). Assim, a avaliação feita por meio de itens se aplica em diversas áreas, de modo que se
pode falar em avaliação de recursos humanos, avaliação de gestão, avaliação física, avaliação
psicotécnica, avaliação da aprendizagem escolar, dentre outras. Mesmo sendo usado para
avaliação em diferentes contextos, o item não prescinde de ser um objeto padronizado, o que
42
se reflete principalmente na linguagem utilizada nesses itens e nos aspectos formais de sua
apresentação (organização das partes que o compõem).
A Figura 2 é um exemplo de item utilizado na avaliação psicotécnica. Nele, prevalecem
elementos não linguísticos. Para resolvê-lo, o avaliando precisa relacionar uma série de
informações, tais como: “Qual o papel do ponto de interrogação na imagem?” ou “Por que
motivo há um grupo de desenhos alocados em um espaço cinza?” ou “O que significa a
sequência A), B), C) e D)?” Já a Figura 3 exemplifica itens utilizados na avaliação física:
A unidade lexical “item” já existia muito antes do surgimento do objeto “item”. Logo,
o objeto surge, mas não é criado um novo termo para designá-lo. É “aproveitada” uma
denominação já existente para designar esse objeto oriundo da Psicometria. Antonio Geraldo
da Cunha (2010), com o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, trata como: “Item sm.
‘cada um dos artigos ou incisos de uma exposição escrita, de um regulamento, contrato etc.’
XIV. Do lat. item ‘do mesmo modo, igualmente’” (CUNHA, 2010, p. 368). Considerando que
uma prova é composta por “itens”, evidencia-se a relação entre o significado etimológico da
unidade lexical a sua função do objeto criado séculos depois. Em uma prova, os itens
correspondem a ‘cada um dos incisos de uma exposição escrita’: a avaliação. Assim, há relação
entre o significado etimológico de “item” e sua função na avaliação, como “parte de um teste”.
A obra mais antiga sobre Psicometria a que a pesquisa teve acesso é a de Anastasi
(1908). Nela, o item é constantemente citado, mas não há nenhuma definição do termo. Depois
de Anastasi, a definição de item de Rinsland (1937), foi a mais antiga encontrada. O autor diz
que: “O teste objetivo usa individualmente uma questão ou item para cada parte de informação
ou relação, ou solicita uma resposta simples, como "sim" ou "não" para uma longa linha de
pensamento ou raciocínio” (p. 15)14.
O autor trata de item e questão, dizendo que constituem uma parte (unidade) de um teste,
mas não diferencia um do outro. Também não fica claro se item e questão são sinônimos para
ele. Para Rinsland, item é cada uma das partes de coleta de informação do teste, o que incluem
14
No original: “The objective test either uses a separate question or item for each part of information or relation,
or calls for a simple answer, such as “yes” or “no” for a long line of thinking or reasoning”.
44
pensamentos aos quais se julga como sim ou não, pertinente ou não, verdadeiro ou não. Já
Nelson (1939), ao tratar da constituição dos testes, diz que item e questões são diferentes, ao
defender que:
Esses testes mais formais são, em muitos casos, compostos por uma quantidade de
“itens”. Esses itens correspondem às “questões” em testes ordinários e são chamados
de “itens”, em vez de questão, porque eles nem sempre são expressos em forma
interrogativa (p. 26)15. [grifos meus]
15
No original: “These more formal testes are, in most cases, made up of a number of “items”. The items correspond
to the “question” in the ordinary test and are spokem of as “items” rather than question because they are note
usually expressed in question form”.
16
Avaliação externa: “É aquela na qual o avaliado e o avaliador são pessoas ou instâncias diferentes e é realizada
quando agentes não integrantes habitualmente de uma escola ou de um programa avaliam seu funcionamento. O
caso mais comum dessa modalidade de avaliação é a realizada pela Inspeção Educacional nas escolas de sua
jurisdição. Às vezes ocorre, também, a denominada “avaliação por peritos”, que costuma ser aplicada por pessoas
de reconhecido prestígio, pesquisadores etc” (ARREDONDO e DIAGO, 2009:65s)
Escudero (1979) considera que: “estaríamos falando de avaliação externa em casos em que o docente ou o
especialista em avaliação, utilizando um conjunto determinado de técnicas, avaliar a consecução de certos
objetivos programados (...). O sujeito avaliador está fora do processo avaliado e trata de objetivar, de alguma
maneira, para emitir um juízo sobre aquele.”
17
“A avaliação interna é promovida e levada a cabo dentro e pelos próprios integrantes de uma escola, de um
programa, de uma equipe educacional ou diretora etc. Trata-se de conhecer, na estrutura interna do âmbito em que
seja aplicada a avaliação, tanto o andamento do processo a avaliar quanto seus resultados finais” (ARREDONDO
e DIAGO, 2009. p. 65).
18
O autor trata “questão” conforme define Cunha (2007), em seu Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa:
questão sf. ‘pergunta, interrogação’ (p. 538).
19
No original: “Test item. The smallest unit of a test; almost synonymous with test exercise”.
20
No original: “The making of a test is basically a twofold process: determining first whar should be measured
and then devising measuring instruments (items) that will best do the job”.
45
apresentam um diferencial em relação a seus antecessores. Eles tratam o item como
“instrumento de medição”.21
Gerberich (1956) define o item como “a menor unidade de um teste” (p. 411)22. Sua
definição não é boa, pois um teste é formado por diferentes unidades (dentre as quais, o item).
Por exemplo, capa, contracapa, gabarito, instruções, cabeçalhos etc. também são unidades que
compõem ou podem compor testes. A definição de Gerberich ficaria menos comprometida se
houvesse a inserção do trecho sublinhado: Item é “a menor unidade de medição constituinte de
um teste”.
Noll (1957), ao tratar dos “Types of test items”, afirma que: “Nessa discussão, é feita a
distinção entre os tipos mais subjetivos de questões ou itens, como o ensaio e resposta curta, e
os tipos mais objetivos, como verdadeiro ou falso e múltipla-escolha” (p. 129s).23 O autor faz
a distinção entre comportamento subjetivo e objetivo, mas não distingue item e questão, embora
aponte a existência de formatos diferentes de itens.
Já Nunnally (1964) assevera que: “A unidade básica na construção de um teste é o item”
(p. 108)24. O autor tem razão: os itens são necessários à construção de testes, mas sua função
não se restringe a isso. O item serve para “medir”, “avaliar”, “aferir” fenômenos psicológicos.
O mesmo autor acrescenta: “Apesar da óbvia importância dos itens de teste, a incapacidade de
compor itens bons é a principal razão pela qual alguns professores fazem um mau trabalho de
avaliar o progresso dos alunos” (p. 108)25. Seu alerta recai sobre o fazer docente. Para ele, os
professores deveriam ser capazes de compor bons itens. Conclui-se, com suas colocações, que
os professores não possuem conhecimentos técnicos suficientes para elaboração bons itens e,
por consequência, uma avaliação mais adequada.
Para Nunnally, os professores correspondem ao papel de avaliador. É bastante aceita a
ideia de que todo professor é, também, um avaliador, mas o oposto não se sustenta. Avaliadores,
muitas vezes, não correspondem ao professor. Se pensarmos, por exemplo, em avaliações nas
empresas, estamos distantes de termos professor desempenhando o papel avaliativo. O ponto
21
Instrumento de medição é compreendido também como instrumento de avaliação. Arredondo (2003:127) define
como “Aparatos concretos de recogida de informacion como las fichas anecdóticas, listas de control, escalas de
evaluaciónm entrevistas, cuestionarios, técnicas sociométricas [...] tests, tests estandardizados”.
22
No original: “Test item: The smallest unit of a test”.
23
No original: “In this discussion a distinction will be made between the more subjective types of question or
items, such as the essay and short-answer, and the more objective types such as true-false and multiple-choice.”
24
No original: “The basic unit of test construction is the item”.
25
No original: “In spite of the obvious importance of test items, the inability to compose good items is the major
reason why some teachers do a poor job of evaluating the progress of studentes”.
46
em que Nunnally toca é importante: se os professores são também avaliadores, eles deveriam
dominar as técnicas necessárias à elaboração de avaliações coesas e consistentes.
Sawin (1969) define: “Item. O menor componente de um dispositivo de avaliação.
Exemplos de item são uma pergunta de prova, uma afirmação de um questionário ao qual o
aluno deve responder e cada tópico de uma lista de verificação” (p. 345)26. Para o autor, item é
hiperônimo de pergunta de prova, afirmação de questionário e lista de verificações. Sua
definição tem a fragilidade de generalizar o item como parte integrante de dispositivos de
avaliação. Arredondo e Diago (2009) apresentam ao menos dezenove dispositivos de avaliação,
dentre os quais “idas à lousa” e “exposição oral de um tema”. São dispositivos que cumprem a
função de avaliar, mas que não são compostos por itens ou, mesmo, não são itens.
Novaes e Martins (1969) definem item como “Qualquer uma das perguntas ou
problemas cujo conjunto constitui um teste. Diz-se também questão ou quesito.” (p. 118).
Quanto a Fermín (1971) não define “item”, mas os categoriza em dois grupos27:
Como regra geral, a prova objetiva é formada por uma série de itens que podem
pertencer fundamentalmente a duas classes:
- itens que requerem que o aluno escreva uma resposta.
- itens que requerem que o aluno selecione a resposta correta dentre uma quantidade
limitada de alternativas que lhe são oferecidas (p. 45)28.
Os itens bem formulados para medir conhecimento têm duas características muito
importantes. Em primeiro lugar, uma boa questão é formulada num nível de exatidão
e discriminação muito semelhante ao usado na aprendizagem original. [...] A segunda
característica é de que as questões não devem incluir em suas formulações termos ou
condições que sejam novas para o aluno (p. 159s).
26
No original: “Item. El componente más pequeño de um dispositivo de evaluación. Ejemplos de ítems son una
pregunta de una prueba, una afirmación de un cuestionário a la que debe responder el aluno y um apartado em uma
lista de comprobación”.
27
Essa característica de “tratar do item” sem expressar “o que é um item” foi encontrada em grande parte das obras
pesquisadas. O mesmo se diga de obras que tratam de “questão” sem mencionar o “item”. Como o interesse, aqui,
é a definição do termo item, muitas obras foram desprezadas.
28
No original: “Por regra geral, [la prueba objetiva] está formada por una serie de ítems que pueden ser,
fundamentalmente, de dos clases: i) Las que requieren que el alumno suministre una respuesta; ii) Las que
requieren que el alumno seleccione la respuesta de entre un número limitado de alternativas que le ofrecen”.
47
Os autores não chegam a definir “item”, mas o tomam como sinônimo de questão. Eles
chamam atenção para um aspecto de extrema importância aos interesses deste trabalho de tese:
existem recomendações de ordem técnica (primeira característica) e de ordem pedagógica
(segunda característica). O item, confirmam os autores, é elaborado segundo um contexto de
conhecimento especializado.
Outro autor que define item é Hills (1976), que poetiza que: “O coração do teste escolar
são os itens. Tipos diferentes de itens podem ser efetivamente utilizados nos testes escolares, e
existem princípios técnicos que podem ajudar o professor a desenvolver bons itens de teste” (p.
13)29. Apesar da metáfora definitória utilizada pelo autor, relacionando item e coração, sua
passagem reitera que o conhecimento sobre os princípios técnicos de elaboração de itens deve
chegar ao campo do “saber-fazer”, onde se encontram professores e avaliadores.
Natarajan (1976) diferencia questão e item, afirmando que “O termo “questão” está
associado à pergunta30 de resposta curta ou longa, enquanto a palavra “item” está associada ao
tipo objetivo (p. 2)31. Já Lien (1980) assume que “A palavra questão se refere a qualquer
pergunta oral ou escrita ou item de teste aplicado em um estudante de determinado nível de
ensino” (p. 85)32. O autor diz que perguntas e itens constituem-se de questões. Ele sugere que
perguntas orais ou escritas são diferentes dos itens, mas não apresenta essas distinções.
Arnold, Eysenck e Meili (1981) trazem que o item é
29
No original: “The heart of a teacher’s test is the items. Many kinds os items can be used effectively in classroom
tests, and there are principles or “tricks of the trade” that can help teachers to develop good test items”.
30
No original, em inglês, consta o termo “essay”, que pode significar: redação, ensaio, dissertação, composição,
esboço etc.
31
No original: “The term “question” is associated with the short and long answer essay type while the word “item”
is associated with the objective type”.
32
No original: “The word question here refers to any oral or written question or test item asked of a pupil on a
given level”.
48
Vianna (1981) trata o item como “a menor unidade independente de um teste; questão,
exercício ou problema de um teste.” (p. 33). Quanto a Hulin et al. (1983) assumem que item é
uma unidade componente de testes:
Banerjee (1994) trata o item como “Uma unidade de um teste psicológico” (p.151).
Harris e Hodges (1999) tratam o item como “uma única declaração, pergunta ou problema a ser
respondido em um teste.” (p.146.) Essa definição não é satisfatória, pois não há clareza sobre o
que eles chamam de “declaração”.
Quanto a Basavanna (2000)35 trata o item como “Qualquer unidade de teste ou material
experimental, por exemplo, uma única pergunta em um teste composto de muitas perguntas ou
uma única sílaba sem sentido em uma lista de sílabas a serem memorizadas”. (p. 215).
Corsini (2002)36 diz que o item é “nos testes, um elemento único a ser respondido pelo
participante.” (s/p). Já Arredondo (2003)37 define:
33
No original: “In our discussion we use the term item to describe the individual unit of observation, test or scale
to describe the colection of itens, and trait or ability to describe the latente characteristic of the individual, which
is usually estimated from the individual’s respondes to test items.”
34
No original: “A test item in an examination of mental attibutes is a unit of measurement with a stimulus and a
prescriptive form for answering; and, it is intended to yield a response form an examinee from which performance
in some psycological construct (such as na knowledge, ability, predisposition, or trait) may be inferred”.
No original: “Item. Any single unit of test or experimental material, e.g., a single question in a test composed of
35
Pelas definições b e d, devemos considerar todos os elementos dos testes como itens.
Isso inclui cabeçalho, gabarito, instruções etc. Pelas definições a e c, item é sinônimo de
pergunta, questão e exercício. Já Haladyna (2004) afirma que:
Nos exames educacionais, item pode ser considerado sinônimo de questão, termo
mais popular utilizado com frequência na educação. Os itens podem ser de dois tipos:
(i) de resposta livre e (ii) de resposta orientada. Um único exame pode conter itens de
ambos os tipos ou apenas de um deles (p. 7).
38
No original: “Ítem: a) es cada una de las preguntas, cuestiones o ejercicios que dan forma a una prueba o test,
pudiendo ser de distintos tipos y clases dependiendo de la materia a evaluar. b) cada uno de los elementos, partes
o unidades de que se compone um test, prueba o material psicotécnico. c) unidad que se pide al sujeto que responde.
Pregunta que se hace. Característica o comportamento que se comprueba” (p. 137).
39
No original: “A test item is the basic unit of observation in any test. A test item usually contains a statement that
elicits a test taker response. That response is scorable, usually 1 for a correct response and 0 for na incorret
response, or the response might be placed on a rating scale from low to high”.
40
ANDERSON, Prue e MORGAN, George. Desenvolvimento de testes e questionários para avaliação do
desempenho educacional. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011. (Trad. Maria Lúcia de Oliveira). Glossário.
41
No original: “Item: A single part of a test with an individual score; it may be a question, an unfi nished sentence,
or a single part of a test or questionnaire with an individual score or code” (p. 149).
42
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, “autarquia federal, vinculada ao
Ministério da Educação, cuja missão é promover estudos, pesquisas, pesquisas e avaliações sobre o Sistema
Educacional” (Fonte: Portal Inep: http://portal.inep.gov.br/conheca-o-inep).
50
Fein (2012) não define item, mas diz que o trabalho do “Item writter” (autores de item)
“refere-se ao processo de criação de questões de teste”. Já Pasquali (2013) diz que: “Os itens
constituem a representação comportamental do traço latente. Eles são tarefas, ações empíricas
através das quais o traço latente se manifesta.” (p. 106). Para o autor, o item é a representa a
manifestação concreta dos componentes psicológicos avaliados.
Urbina (2015) define “Os itens de teste são as unidades que o compõem e os meios
pelos quais as amostras de comportamento dos testandos são coletadas” (p. 213). A autora
prossegue, dizendo que, seja na testagem psicológica ou em outras formas de avaliação, a
experiência do profissional, o conhecimento do constructo que está sendo investigado e o
embasamento teórico consistente, acompanhados de outros métodos de avaliação, são
imprescindíveis para garantir os resultados dos testes.
Algumas plataformas de empresas especializadas em desenvolvimento de programas
avaliativos também foram consultadas. Nelas, foram encontradas definições nada destoantes
dos exemplos já apresentados. A plataforma TAO (https://goo.gl/tY3DBx), Testing Assisté par
Ordinateur, diz que:
Os itens são unidades básicas de avaliação. Podem conter uma interação autônoma
(chamada de item simples), ou podem conter várias interações estreitamente
relacionadas, todas do mesmo tipo ou de uma mistura de tipos (chamados de item
composto). De extrema importância aqui, o termo item não deve ser considerado
intercambiável com a interação.
(Disponível em: https://goo.gl/PvSCbZ. Acesso: 07/04/2017)43.
43
No original: “Items are the basic building blocks for assessments. They may contain one stand-alone interaction
(called a simple item), or they may contain several closely-related interactions, all the same type or of a mixture
of types (called a composite item). Of utmost importance here, the term item should not be considered
interchangeable with interaction.”
44
No original: “An item is a set of interactions (possibly empty) collected together with any supporting material
and an optional set of rules for converting the candidate's response(s) into assessment outcomes.”
45
No original: “An item is the basic unit of interaction on a test. What we often call a test question is more properly
known as an item, since it may not be worded as an actual question. [...]. Items can be written in various formats,
including multiple choice, matching, true/false, short answer, and essay.”
51
Nessa definição, há uma distinção entre item e questão, embora se reconheça que, muitas
vezes, são tomados como sinônimos. Para a plataforma, uma questão corresponde a uma
pergunta, e nem sempre o item tem esse formado de pergunta. Já a plataforma CARLA, Center
for Advanced Research on Language Acquisition define:
Item é o nome dado para as questões que compõem a avaliação em larga escala, com
uma diferença das propostas em sala de aula, pois o item avalia apenas uma
habilidade, aborda uma única dimensão do conhecimento.
(Disponível em: https://goo.gl/WqkXuq. Acesso: 11/04/2017).
O CAED aproxima item de questão, mas realça que o item é responsável por avaliar
apenas uma única dimensão do conhecimento por vez, o que pode não ocorrer com as avaliações
internas, propostas pelos professores em sala de aula.
A busca pelos conceitos e definições de item na bibliografia especializada abrange quase
um século de publicações. Em nenhuma obra pesquisada, foi considerada a dimensão textual
do item. Diante disso, passo à definição de item adotada para este trabalho de tese.
46
No original: “A test item is a specific task test takers are asked to perform.Test items can assess one or more
points or objectives, and the actual item itself may take on a different constellation depending on the context. For
example, an item may test one point (understaning of a given vocabulary word) or several points (the ability to
obtain facts from a passage and then make inferences based on the facts). Likewise, a given objective may be
tested by a series of items. For example, there could be five items all testing one grammatical point (e.g., tag
questions). Items of a similar kind may also be grouped together to form subtests within a given test.”
52
1.1.3. Revisitando o conceito de item
Não se pode negar que o item seja um instrumento de avaliação. Ele é parte constituinte
de avaliações em diferentes áreas. Da mesma forma, não se pode negar que ele seja uma unidade
constitutiva de provas e testes. Também não se deve dizer que ele não se constitua como um
instrumento de coleta de dados psicológicos ou comportamentais. Logo, revisitar o conceito de
item não significa desbancar ou desconstruir os conceitos que já estão postos na literatura
especializada, mas reconstruir esse conceito, de modo a incluir a propriedade textual que o
constitui. De acordo com o que é defendido ao longo da tese, a definição de item considerando
sua dimensão textual e discursiva pode ser dada nestes termos: Item: Gênero do discurso de
especialidade, constituído por uma série de princípios técnicos, próprios da avaliação da
aprendizagem escolar. Um item corresponde a uma unidade textual discreta, capaz de constituir
provas, testes, exames, de modo a instrumentalizar a coleta de informações sobre aprendizagem
escolar ou a aferição dos conhecimentos adquiridos ou desenvolvidos pelo avaliando.
Como se viu ao longo desta seção sobre os conceitos de item, há autores que o tomam
como sinônimo de questão, já outros consideram-nos como termos distintos. Na seção seguinte,
apresento argumentos para comprovar que item e questão denominam objetos distintos.
53
não se encerra com a marca gráfica da interrogação, característica da pergunta em sentido
etimológico.
Itens de teste não devem ser chamados de “questão”, uma vez que o item pode assumir
muitos formatos, alguns dos quais não são interrogativos. Por exemplo, a maioria dos
formatos de um item de afirmativa incompleta ou de resposta curta, assim como a
maioria dos formatos de itens correspondentes, não são classificados como
interrogativos. O termo “item”, por outro lado, inclui ambos os escritos que são
declarados como interrogativos e aqueles que nãos são. 47
47
No original: “Test items should not be called “questions” since a test item can assume many formats, some of
witch are not interrogative. For example, most completion or short-answer item formats as well as most matching
54
Osterlind aproxima “questão” de “pergunta interrogativa”, e cita os diferentes tipos de
item como argumento. Há um tipo de item que utiliza uma pergunta interrogativa em sua
composição, o que seria análogo a uma questão. Outro argumento para sustentar a diferença
entre item e questão é histórico: o objeto item surge na Psicometria, no início do séc. XX. Antes
disso, no entanto, já havia utilização de questões no processo de ensino-aprendizagem: “Na
antiguidade, não havia nenhuma organização institucional da avaliação. O discípulo
acompanhava o mestre, o saber transmitia-se sob forma de diálogo e interrogação”.
(CHARDENET, 2007, p. 147).
A utilização de interrogação como método educativo nasce simultaneamente com a
própria história da educação (PILETTI e PILETTI, 2012), apesar de as avaliações terem se
integrado bem mais tarde ao contexto escolar. A avaliação começa a tomar forma mais
estruturada apenas depois do século XVIII, quando começaram a ser formadas as primeiras
escolas modernas, os livros tornam-se mais acessíveis e criaram-se as bibliotecas. As perguntas
(questões) passam a ser usadas em testes escritos (BARRIGA, 1993; BOTH, 2011). Só mais
tarde (séc. XIX) surge o item e sua utilização passa a ser feita também nas avaliações escolares.
Outro aspecto que pode servir para diferenciar esses objetos está no aspecto funcional:
o item nasce com a função avaliativa, a pergunta (questão) nasce para instigar a curiosidade dos
discípulos, promovendo aprendizagem, para só mais tarde ser usada em testes mais formais.
Esse aspecto funcional relaciona-se ao aspecto técnico, que também pode servir para diferenciar
item e questão. Elaborar um item pressupõe conhecimento técnico especializado, como atestam
diversos autores (OSTERLIND, 2002; HALADYNA, 2004; FEIN, 2012). Em um contexto um
pouco mais amplo, não apenas o item, mas todo processo avaliativo, pressupõe conhecimento
técnico especializado, conforme atestam estas passagens de Castro (2011):
Ao tratar dos muitos usos e das muitas avaliações, Castro (2011) acrescenta que:
Todo professor avalia seus alunos. E com base nessas avaliações os alunos passam de
ano, ganham prêmios ou são reprovados. Mas como as avaliações dos professores não
são padronizadas, não são comparáveis e não têm controle de qualidade, há pouco que
se possa fazer com tais resultados, fora do contexto específico da escola e da sala de
aula (p. 248).
item format are not etated as interrogatives. The term text item, on the other hand, includes both writings that are
stated as interrogatives and those that are not”.
55
Os itens são objetos tecnicamente padronizados. As avaliações dos professores, como
aponta Castro, não são padronizadas, tampouco comparáveis e sem controle de qualidade. Pode
ser imprudente dizer que avaliações feitas sem controle de qualidade são compostas por itens.
Isso que é elaborado e utilizado pelos professores em suas avaliações, por não obedecer aos
padrões técnicos, deveria receber outra denominação. Aqui talvez caiba o termo questão, apesar
de, nas provas, muitas delas não aparecerem em formato interrogativo. Nessa situação, é
possível inferir que a questão frequenta o espaço escolar e, em dado momento, passa a constituir
os exames educacionais. Mais tarde, quando surge o item, a terminologia questão já estava
aceita na educação. O item entra para os testes, mas, por conta da tradição das perguntas nas
escolas, passa a ser denominado também de questão.
Logo, a questão, entendida como pergunta, surgiria em processos de ensino e
aprendizagem não necessariamente ligadas à práticas avaliativas, e passaria a designar as
unidades componentes de testes e provas elaboradas pelos professores, independente do
formato assumido. Nesse sentido, para uma definição de questão mais categórica a ponto de
incluir produções avaliativas docentes não padronizadas são necessárias maiores investigações.
Levanto a problemática, que segue em aberto. Durante a pesquisa, foram encontrados estudos
sobre questão, notadamente envolvidos com atividades que compõem livros didáticos e
exercícios em contextos não-avaliativos (KIKUCHI, 2010; RESENDE, 2012; SOUZA, 2014).
Ao tratar dos gêneros de especialidade, Hoffmann (2000) nos lembra que sua elaboração
exige conhecimentos específicos, geralmente ligados a técnicas, profissões e ciências. Como
reiterado nesta tese, o item surge de uma especialidade, o que pressupõe que sua elaboração
esteja condicionada a conhecimentos técnicos. Uma breve consulta a manuais de elaboração de
itens já é capaz de confirmar a necessidade de conhecimento técnico para sua elaboração, o que
é evidenciado textualmente nos trechos negritados:
A utilização de situações alheias ao cotidiano dos alunos pode fazer com que um item
de boa qualidade técnica não seja respondido adequadamente. Ao elaborar itens,
deve-se ter o cuidado de torná-los significativos, interessantes e atrativos aos alunos,
utilizando situações autênticas para aumentar o grau de realidade no que está sendo
avaliado. (Guia de elaboração de itens – Fundação Bradesco. p. 2. Disponível em:
https://goo.gl/CKygWr. Acesso em: 20/08/2018.)
57
A elaboração de itens de múltipla escolha requer que o elaborador tenha domínio tanto
da área de conhecimento a ser avaliada quanto dos procedimentos técnicos que
envolvem a construção de itens; compreenda os objetivos educacionais e as
características educacionais e psicológicas daquele que se submete ao teste; e seja
criativo para propor situações novas e engenhosas. (Guia de elaboração de itens do
INEP. p. 9.)
Não há normas para garantir bons itens se não houver conhecimento atualizado dos
conteúdos a serem avaliados nem a intenção de aprimoramento contínuo. A habilidade
em formular itens de múltipla escolha se adquire com a experiência, mas
principalmente com a crítica construtiva de revisores que analisam tanto a validade
do conteúdo abordado pela questão quanto os aspectos técnicos e a correção
linguística. (Guia de elaboração e revisão de itens do PAAE. p. 6.)
O item deve ser válido para o fim que mira, isto é, medir o desejado em cada caso. É
indispensável, também, que se mostre preciso, ou seja, dê informações merecedoras
de confiança, por ter seu erro controlado. Para tanto, porém, terá de ser construído
segundo os preceitos da técnica. (MEDEIROS, 1983. p. v.)
58
Figura 6: Texto de suporte polêmico em avaliação do IFES.
60
É de se supor que o avaliando não foi prejudicado, mas isso é irrelevante, diante de itens
mal formulados. Quando persistem problemas técnicos nos itens, a avaliação fica
comprometida, refletindo dados que muitas vezes não condizem com a real situação de
aprendizagem ou conhecimento daqueles que são avaliados.
O item de múltipla escolha requerer que o avaliando selecione a única resposta correta
dentre diversas opções, que são dadas pelo elaborador. As principais vantagens na utilização
61
desse formato são o tempo destinado à correção e a objetividade do critério de avaliação. Por
outro lado, tem a desvantagem de demandar mais tempo para elaboração, ao contrário dos
outros formatos. Os itens desse formato, como já apontado na Introdução desta tese, são
formados por um texto de suporte, por um comando e por alternativas de resposta.
O que faz um item de múltipla escolha receber essa denominação é o fato de apresentar
opções de escolha de resposta. Essas opções são as alternativas de resposta, que geralmente
variam entre quatro e cinco. Ter opções de escolha de resposta é uma exclusividade dos itens
desse formato. É isso que distingue o item de múltipla escolha dos itens discursivos e dos itens
abertos. Quanto ao texto de suporte, é uma propriedade facultativa em qualquer formato de
item, inclusive nos de múltipla escolha. Decerto o texto de suporte tem a importante função de
contextualizar o que é avaliado, mas ele não é necessário e pode ser suprimido em alguns casos.
Quanto ao comando, ele é obrigatório em todos os formatos de item. É ele que direciona,
orienta, instrui sobre que ações tomar no item. Logo, não há itens sem comando. Quanto à
resposta, todos os itens precisam ter, afinal de contas, é a resposta que vai dar ao avaliador a
possibilidade de conferir se o avaliando atingiu ou não o que se esperava dele. Nos itens abertos
e discursivos, a resposta é dada pelo avaliando. Ele escreve a resposta. Nos itens de múltipla
escolha, a resposta é dada pelo avaliador, o avaliando apenas escolhe. Essa é a diferença.
Ainda há pouco foi mostrado o caso do item do IFES, polêmico, por usar como texto de
suporte uma tirinha com teor pornográfico. A polêmica se deu não por conta da tirinha, mas
pelos efeitos que a tirinha acarretou no grupo de avaliandos daquela ocasião. Isso quer dizer
que, no processo de elaboração do item, o elaborador jamais pode deixar de considerar “para
quem ele está escrevendo o item”. Esse, aliás, é um dos pressupostos de produção de quaisquer
textos: considerar seu destinatário. Usar um texto que trate de células-tronco talvez seja
excelente na elaboração de um item destinado a estudantes de biologia, mas pode não ser uma
boa ideia caso o item seja elaborado para selecionar advogados para um cargo público. Em
outras palavras: é necessário que o conteúdo e a abordagem dos textos de suporte sejam
condizentes com os objetivos do processo avaliativo para o qual se destina.
Em se tratando de textos de suporte para itens que fazem parte de bancos públicos de
itens (como é o caso do ENEM, ENADE, PAAE, por exemplo), o entendimento é que temas
polêmicos devam ser evitados. Por temas polêmicos, estão, por exemplo, futebol, aborto, sexo,
violência, racismo, apologia às drogas e até mesmo propagandas, pelo entendimento de que não
é adequado “utilizar” o bem público para promover marcas ou produtos. Isso, obviamente, deve
62
ser relativizado: que banco é esse? Quem é o avaliando? Qual é o objetivo do exame? Seguindo
essas orientações, o elaborador não tem como fazer escolhas inadequadas, evitando, portanto,
polêmicas que podem desviar o verdadeiro foco dos itens: avaliar.
Quanto ao comando, também foi mostrado há pouco o caso dos itens da UFSJ, em que
uma “micro sentença” como “De acordo com o texto” era apresentada como comando. Como
apontado, essa informação é insuficiente, pois não esclarece o que precisa ser feito. É necessário
que, ao ler o comando, o avaliando saiba exatamente o que se espera dele. É o critério da clareza:
sem saber o que se quer, como pode se esperar uma resposta adequada? O avaliando não deve
– nem precisa – fazer malabarismos cognitivos para adivinhar quais eram as intenções do
avaliador. Assim, é recomendado que todo comando tenha pelo menos um verbo, unidade
linguística capaz de explicitar ações. No caso dos itens da UFSJ, um comando como “Qual
destas afirmativas é comprovada pelo texto?” seria capaz de amenizar a pobreza informativa do
item.
Quanto às alternativas de resposta dos itens de múltipla escolha, elas são capazes de
conferir a esse formato de item certa complexidade técnica. Isso porque, dentre as
recomendações, está o chamado paralelismo, que se realiza de três maneiras: a) quanto à
gramática, b) quanto ao conteúdo e c) quanto à extensão. Essa recomendação técnica recai sobre
a elaboração das alternativas de resposta estruturadas por recursos linguísticos, podendo ser
eles uma única palavra, uma frase, um período ou parte de um período.
63
basta que todas as alternativas estejam no singular, ou todas estejam no plural, ou metade esteja
no singular e metade esteja no plural. Isso vale para qualquer estrutura gramatical usada nas
alternativas de resposta.
TEXTO I:
Este é um trecho do conto “Perdoando Deus”, de Clarice Lispector:
Eu ia andando pela avenida e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em
nada. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava percebendo as coisas. Minha
liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade. E foi quando quase pisei
num enorme rato morto. Em menos de um segundo estava eu eriçada pelo terror de viver, estilhaçava-
me toda em pânico, e controlava como podia o meu mais profundo grito. Quase correndo de medo,
cega entre as pessoas, terminei no outro quarteirão encostada a um poste, cerrando violentamente os
olhos, que não queriam mais ver. Mas a imagem colava-se às pálpebras: um grande rato ruivo, de
cauda enorme, com os pés esmagados, e morto, quieto, ruivo. O meu medo desmesurado de ratos.
(http://www.passeiweb.com/estudos/livros/perdoando_deus_conto_clarice. Acesso: 18/07/2017. Adaptado.)
TEXTO II:
No exemplo, a alternativa B destoa das demais quanto ao conteúdo, pois cobra uma
análise metalinguística dos textos (e não uma análise interpretativa). Além disso, é a única que
não apresenta a palavra “ratos” em sua composição. O rato, nos textos, é elemento importante
que desencadeia ações de outros personagens e, por isso, foi elemento na análise interpretativa
proposta nas alternativas A, C e D. Certamente não há problema na solicitação de análises
65
metalinguísticas, desde que essa análise seja condizente com a habilidade cobrada e que
mantenha paralelismo. Para que o item do exemplo atenda aos critérios técnicos, a
recomendação é que a palavra “rato” esteja contida em todas as alternativas (ou em apenas duas
delas). Também seria necessário que uma análise metalinguística fosse proposta por todas as
alternativas ou por duas delas.
66
a recomendação técnica refere-se à ordem crescente de extensão das alternativas ou a ordem
numérica, nos casos de disciplinas da área de exatas.
Figura 13: Item com alternativas de resposta organizadas por ordem crescente de extensão
TEXTO I:
TEXTO II: Este é trecho da música “O que é o que é?”, de Luiz Gonzaga Júnior.
O item de múltipla escolha possui ao menos nove tipos: foco negativo; interrogativa
direta, alternativas constantes, afirmativa incompleta, lacuna, asserção e razão, ordenação ou
seriação, resposta múltipla e associação, conforme apresentado nas subseções seguintes. Para a
elaboração dessa descrição, foram usados os já citados trabalhos de Grounlund (1974);
Medeiros (1983); Haladyna (2004); Osterlind (2004) e Anderson e Morgan (2008), além de
Guias e Manuais de Elaboração de Itens: Brasil (2010; 2011); PAAE (2010) e Provinha Brasil
(2012).
Esse tipo de item é formado por várias alternativas na afirmativa e apenas uma delas
relaciona-se coerentemente a algum aspecto negativo expresso no comando. Esse tipo de item
não é recorrente nos bancos de item, pois sua elaboração exige rigor técnico apurado, para que
não orientar a busca pelo destoante, que nem em todos os contextos significa avaliar
conhecimento, mas que pode enfatizar a busca pelo erro. A educação deve priorizar a busca
pelo conhecimento, não pela ausência dele. Assim, esse item é elaborado em casos em que
realmente o conhecimento a ser avaliado implica na busca de algo com foco negativo, o que
nem sempre é claro para os elaboradores. Casos em que o comando indica algo semelhante a
“Marque a alternativa INCORRETA” ou “Sobre o texto NÃO é correto afirmar que” são
clássicos exemplos de um item de foco no errado, no destoante, e não no negativo.
No exemplo da Figura 14, o foco negativo não recai sobre o erro, mas sobre um aspecto
interpretativo do texto. A partir de uma notícia sobre a possibilidade de um composto de uva
auxiliar no tratamento da doença de Chagas, o comando orienta a interpretação do avaliando
sobre as incertezas (foco negativo) dos cientistas em suas pesquisas:
68
Figura 14: Item com foco negativo
Nesse exemplo, não há, entre as alternativas, uma série de respostas corretas e apenas
uma incorreta, que deveria ser indicada pelo avaliando. Ao contrário, há quatro respostas
plausíveis, sendo que a correta é orientada por uma negação. Em itens de foco negativo, o
comando deve conter sempre uma palavra de foco negativo, como “nunca”, “não”, “exceto”.
As alternativas de resposta possuem inicial minúscula, pois servem de continuação à ideia
iniciada no comando. Nesse caso, comando e alternativa(s) de resposta se constituem como um
único período. As iniciais seriam maiúsculas, caso o comando fosse elaborado por meio de uma
interrogativa direta, do tipo: “De acordo com o texto, de que os cientistas NÃO têm certeza?”
Nesse caso, cada uma das alternativas de resposta seria constituída por um período completo,
independente do comando, o que justificaria a inicial maiúscula.
Esse tipo de item é o que comporta o que se entende por questão, ou seja: uma pergunta
diretamente formulada com a interrogação explícita no comando. É um tipo de item bastante
recorrente em processos avaliativos, e formula-se a partir de alternativas de resposta iniciadas por
69
letras maiúsculas, exatamente porque são precedidas de uma interrogação. As alternativas, nesse
tipo de item, não completam o comando, mas o respondem diretamente como uma nova sentença.
Hoje mundialmente popular, o sanduíche foi inventado em uma mesa de bridge da Inglaterra no
ano de 1762. John Edward Montague, o 4º conde de Sandwich, gostava tanto de jogar que não parava
nem para comer. Refeições com garfo e faca poderiam prejudicar sua concentração. Por isso, certo dia,
pediu que sua carne fosse servida entre dois pedaços de pão. Dessa forma, Montague poderia comer
com uma das mãos e continuar jogando com a outra. Não demorou muito para que os conhecidos do
conde pedissem “o mesmo que o Sandwich”, e foi assim que o prato ganhou popularidade.
A cidade de Sandwich, no condado inglês de Kent, preparou uma festa em 2012 para celebrar o
aniversário de 250 anos da iguaria. Sendo a praticidade uma qualidade cada vez mais valorizada nos
dias de hoje, o consumo de sanduíches não para de crescer: é a opção de almoço de 75% dos britânicos.
A indústria de sanduíche do Reino Unido emprega hoje 300 mil pessoas (mais que o agronegócio) e
vende 3 bilhões de unidades anuais.
(https://goo.gl/XyArZW. Acesso: 17/07/2017. Adaptado.)
De acordo com o texto, por qual motivo o sanduíche é uma refeição prática?
O comando, nesse tipo de item, é bastante imprevisível, pois se relaciona muitas vezes
com o conteúdo do texto de suporte. A única previsibilidade que recai sobre ele é o fato de ser
necessariamente uma interrogativa direta. Nesse exemplo, para responder à interrogativa, o
avaliando deve reconhecer, no texto, que Montague queria fazer sua refeição sem parar de jogar.
Para isso, solicitou carne entre dois pedaços de pão. Isso era prático, pois ele poderia comer
com uma das mãos e jogar com a outra.
Sobre a tirinha foram feitas algumas afirmações. Classifique-as como (V) Verdadeiras ou (F) Falsas:
A) (F), (V), (V), (F). B) (F), (F), (F), (V). C) (V), (F), (V), (F). D) (V), (V), (F), (V).
71
1.2.3.4. Item de afirmativa incompleta
Esse tipo de item é bastante recorrente nos bancos de item e ocorre com muita frequência
em todas as áreas de conhecimento/disciplinas. Seu comando caracteriza por um padrão
sintático (sentença incompleta) e não por padrões lexicais.
72
1.2.3.5. Item de lacuna
Para resolver o item, o avaliando precisa compreender o sentido que a palavra “prato”
tem em cada um dos exemplos. Como utensílio de louça ou metal, na frase 1. Como uma iguaria,
ou seja, um conjunto de ingredientes preparados pela culinária, na frase 3. Como uma refeição,
que compreende às preparações culinárias servidas em determinado momento, na frase 4, e
como as peças que lembram um prato, como uma balança, por exemplo, na frase 5.
O item de asserção e razão é caracterizado por apresentar duas afirmativas que podem
ser verdadeiras ou falsas, assim como podem ou não estabelecer relações de significado entre
si (causa e efeito, fato e explicação, fato e consequência, etc.). Esse tipo de item é recomendado
para avaliar capacidades cognitivas complexas, pois, além de o avaliando ser solicitado a
73
verificar a veracidade das afirmativas, ele precisa demonstrar conhecimento sobre o significado
de operadores argumentativos.
No exemplo da Figura 19, são apresentados dois textos com o mesmo tema: o consumo
de café como estimulante no combate ao sono. Para responder o item, o avaliando precisa
compreender não apenas os textos, mas as asserções que são feitas sobre ele. No item do
exemplo, espera-se que o avaliando perceba que os textos são semelhantes quanto ao tema, mas
se diferem quanto ao tratamento desse tema. O texto I defende a ideia de que o café combate o
sono. O texto II, ao contrário, diz que são necessárias doses muito altas de cafeína para combater
a sonolência. Como é de característica desse tipo de item, o avaliando também precisa
relacionar essas informações a partir do operador argumentativo “porque”, que liga as
asserções:
TEXTO I:
Segunda-feira não é fácil para ninguém. Mas cochilar no trabalho pode não pegar muito bem.
Para lutar contra o sono no meio do expediente, muita gente apela para aquele café extraforte ou
qualquer variação desta bebida. Se você se identificou, pode ser que se enquadre nesta lista de
profissionais que mais precisam da ajuda do café para chegar acordados ao fim do dia.
A lista é o resultado de uma pesquisa feita com 4.700 trabalhadores norte-americanos entre
agosto e setembro. Confira a lista: Cientistas e técnicos de laboratórios; Profissionais de marketing e
relações públicas; Administradores de instituições de ensino; Escritores e jornalistas; Médicos;
Cozinheiros; Professores; Trabalhadores autônomos braçais (encanadores, carpinteiros, etc).
(https://goo.gl/nAXTCy. Acesso: 27/07/2017. Adaptado.)
TEXTO II:
Está cheio de motorista e baladeiro por aí que toma café com refrigerante à base de cola para
varar uma noite acordado. A crença é de que, misturando duas bebidas com alta concentração de cafeína,
o sono vai embora. Mas quem disse que há tanta cafeína assim nessa mistura?
Uma lata do refrigerante, segundo o fabricante, tem algo entre 30 e 60 mg de cafeína. Já uma
xícara de café apresenta entre 25 e 50 mg. Agora faça as contas: somando as duas doses, você estará
ingerindo, no máximo, 110 mg de cafeína - pouco para espantar o sono de alguém. Até 400 mg por dia,
o consumo é considerado apenas moderado. Portanto, não é uma xicarazinha de café com uma lata de
refrigerante à base de cola que vão ajudá-lo a passar uma noite inteira em claro.
(http://goo.gl/P5HFt. Acesso: 27/07/2017. Adaptado.)
O item de ordenação ou seriação é aquele que apresenta uma série de elementos que
devem ser ordenados de acordo com algum critério. As alternativas de resposta correspondem
a possíveis organizações desses elementos. As palavras “organização” e “ordenação” e seus
derivados comumente estão presentes no comando desse tipo de item, o que aponta a certa
previsibilidade do comando. No exemplo seguinte, foi utilizado um texto de suporte sobre
contos de fada:
Estes trechos foram retirados de um texto chamado “A origem dos contos de fada”:
(I) Posteriormente, os Irmãos Grimm e o dinamarquês Hans Christian Andersen deram segmento à
proposta de Charles Perrault, com narrativas mais suaves, cujos desfechos culminavam em uma
“moral da história”.
(II) Isso porque hoje respeitamos e conhecemos o significado da palavra infância e porque, há algum
tempo, alguns escritores, como o francês Charles Perrault, adaptaram alguns contos para que eles
pudessem ser mais bem aceitos pela sociedade.
(III) Para citarmos um exemplo de como os contos foram modificados, na história “Cachinhos
Dourados”, a menina que invade a casa de três ursinhos e mexe em todas as coisas deles não existia,
a personagem, na verdade, era uma raposa, que ao final era jogada pela janela.
(IV) No começo, os contos ainda não eram de fadas. As histórias originais pouco lembram as
histórias que conhecemos hoje e, em sua maioria, apresentavam enredos assustadores que
dificilmente fariam sucesso nos tempos atuais.
(http://escolakids.uol.com.br/a-origem-dos-contos-de-fadas.htm. Acesso: 17/07/2014.)
Para tornar o texto coerente, como devem ser organizadas suas partes?
A) (I) – (III) – (IV) – (II)
B) (II) – (I) – (III) – (IV)
C) (III) – (IV) – (II) – (I)
D) (IV) – (II) – (I) – (III)
75
Para responder esse item, o avaliando precisa compreender as sequências coesivas que
tecem a progressão textual. Dentre as quais, as expressões “no começo” e “hoje”, (trecho IV)
que marcam cronologicamente o início dos contos de fada e os compara com os contos dos dias
atuais. “No começo”, expressão que inicia o trecho, possui um correspondente semântico no
título da narrativa: “A origem dos contos de fadas”. Ao final do trecho IV, há a expressão:
“...enredos assustadores que dificilmente fariam sucesso nos tempos atuais”. O trecho II possui
elementos coesivos que retomam as ideias contidas na expressão que encerra o trecho IV. “Isso
porque hoje respeitamos e conhecemos o significado da infância” serve como argumento para
justificar a ideia contida no trecho IV, de que hoje os enredos dos contos de fadas remotos não
fariam sucesso entre as crianças. O final do trecho II apresenta a ideia de que alguns contos
foram adaptados para que pudessem ser bem aceitos na sociedade, e cita Charles Perrault como
o precursor dos adaptadores. O trecho I cita escritores que deram sequência à proposta de
Perrault. O trecho termina caracterizando as adaptações como narrativas mais suaves com
“moral da história”. Finalmente o trecho III exemplifica essas adaptações, citando a história
“Cachinhos Dourados” e suas modificações.
O item de resposta múltipla apresenta de três a cinco afirmações sobre um assunto. Essas
afirmações podem ser corretas ou incorretas. Cabe ao avaliando analisar essas afirmações e
indicar o agrupamento de afirmações corretas. Cada agrupamento de afirmações corresponde a
uma alternativa de resposta. Esse tipo de item possui a vantagem de poder abordar diferentes
tópicos sobre o mesmo tema.
O comando nesse tipo de item é bastante previsível, dada sua orientação de análise para
a pertinência de afirmações, muitas vezes relacionadas a um texto de suporte. Assim, são
comuns estruturas semelhantes a “Analise as afirmações”, “Analise as afirmativas”, “Estão
corretas as afirmações” e “São corretas as afirmações”.
As alternativas de resposta são formadas a partir da numeração previamente atribuída a
cada uma das afirmações objeto de análise. O exemplo da Figura 21, um item de Língua
Portuguesa, parte de uma tirinha com material linguístico que caracteriza regionalismo,
ambiguidade, tipos de discurso e norma padrão. Esses tópicos são objetos de avaliação, e estão
representados no item pelos numerais I, II, III e IV, respectivamente:
76
Figura 21: Item de resposta múltipla
PROCESSOS PALAVRAS
(1) derivação sufixal ( ) desalmado
(2) derivação prefixal ( ) preconceito
(3) derivação prefixal e sufixal ( ) desempregado
(4) derivação parassintética ( ) prensado
O leitor certamente percebeu que os itens da Figura 14 até a Figura 22, sem exceção,
são todos “itens de Língua Portuguesa”. Chegar a essa conclusão é possível a partir da análise
de alguns fatores: O conteúdo dos textos de suporte, as informações contidas no comando dos
itens, como também o significado que é atribuído a cada uma das alternativas de resposta. Isso
tudo está relacionado às escolhas linguísticas feitas para elaboração de cada um desses itens.
Em outras palavras, os itens são formados por unidades lexicais que são próprias da disciplina
de Língua Portuguesa. Retomando o exemplo da Figura 22, que está mais recente na memória
48
É importante dizer que o professor avaliador pode, a partir de um texto base único e mais extenso, elaborar itens
de diversos tipos e formatos, o que incluiria o item de associação com abordagem discursiva. Em casos de itens
de bancos de avaliação externa, a recomendação é a utilização de textos de suporte menores, o que limita a
possibilidade de itens de associação com abordagens menos tradicionais.
78
do leitor, é possível destacar alguns exemplos: “derivação sufixal”, “derivação prefixal”,
“derivação parassintética” não são expressões que circulam livremente em qualquer texto ou
qualquer item, mas estão diretamente relacionadas a conteúdos da disciplina de Língua
Portuguesa. Assim, elas nos dão uma pista precisa de que esse item é um item de Língua
Portuguesa.
É claro que isso não se aplica a todas as palavras do item. Seria praticamente impossível
elaborar um item usando apenas expressões que estão tipicamente relacionadas à disciplina de
Língua Portuguesa. Para exemplificar isso, basta considerar os exemplos da outra coluna do
item: “desalmado”, “preconceito”, “desempregado”. Em princípio, essas palavras não parecem
se relacionar àquelas usadas para caracterizar o ensino de português. “Desalmado” talvez
pudesse ser um caracterizador para um facínora, em um item, talvez, de Sociologia.
“Preconceito”, da mesma forma, talvez pudesse se relacionar a algum item de História.
“Desempregado”, por sua vez, talvez a um item de “Geografia”... mas não. Essas palavras,
embora não estejam diretamente relacionadas ao vocabulário próprio do ensino de português
estão em um item de Língua Portuguesa. Isso é um indicativo de que há, nos itens, pelo menos
duas categorias de palavras e expressões: aquelas que tipificam a área/disciplina avaliada, e
aquelas que não tipificam, que são mais “livres”, podendo ocorrer em itens de várias
áreas/disciplinas ou mesmo em textos que não sejam itens.
Ao longo da seção, o leitor talvez tenha percebido que em muitos momentos foi citada
a “previsibilidade de estruturas” para determinados tipos de item. Por exemplo, nos itens de
lacuna, foi dito que a palavra “lacuna” – ou expressões equivalentes, como “espaço” – são
previsíveis nesses itens. Isso porque o item de lacuna é caracterizado exatamente pela
ocorrência de lacuna, que é representada dessa maneira: “__________”. Acontece que esse
traço possui um nome: lacuna. Esse traço, da mesma forma, representa um “espaço”. Assim,
sempre que é necessário referir ao traço, o elaborador recorre às palavras “lacuna” ou “espaço”.
Como se pode notar, isso não é uma característica da disciplina ou área avaliada, mas do tipo
específico de item. No exemplo da Figura 22, recentemente aludido nesta seção, aparece a
palavra “coluna”. É claro que ela poderia se referir à “coluna vertebral”, em um possível item
de Biologia, mas no caso da Figura 22, a palavra nitidamente serve para denominar um recurso
próprio da composição daquele item.
Isso quer dizer que, preliminarmente, além das duas categorias já citadas (palavras ou
expressões típicas das áreas/disciplinas, e palavras livres, que circulam em qualquer item/texto),
há, também, uma categoria de palavras que serve para formar, designar, construir o próprio
item. Constituem-se, assim, critérios de investigação da pesquisa: o item é formado por pelo
79
menos essas três categorias lexicais. Assim, é necessário olhar para os itens, vasculhar sua
estrutura, investigar quais palavras ocorrem neles.
Visando ainda à apresentação da pesquisa, a seção seguinte trata do programa avaliativo
que cedeu os itens para legitimar essas categorias lexicais. Esta pode parecer uma seção
“perdida” no meio da tese, por aparentemente não ter relação direta com as seções que a
antecedem. No entanto, os itens analisados na tese têm uma origem, o que justifica a
necessidade de contextualização do PAAE.
81
d) identificar os conteúdos de maior dificuldade de aprendizado, assim como o estágio
de conhecimento em que os alunos se encontram, possibilitando atendimento às suas
necessidades pelos professores e pela escola, com planejamentos mais específicos.
O PAAE foi estruturado no período de 2003 a 2006, para as escolas do sistema estadual
de ensino. Foi gradativamente implantado, desde 2007, de forma que somente em 2011 todas
as escolas da rede participaram do programa. Atualmente, o PAAE possui um banco com mais
de 60.000 itens, dos quais 4078 foram cedidos para este trabalho de tese. Sua constituição, seus
resultados, os itens que constituem seu banco, são, pois, fontes de pesquisa nas áreas de
Educação e Linguagem.
No próximo capítulo, é apresentado o percurso teórico da pesquisa. O leitor
possivelmente observou que vem sendo adotado um critério de apresentação que parte do macro
para o micro, ou seja, há considerações sobre gêneros do discurso, seguidas de considerações
sobre textos, para, finalmente, serem tratadas as considerações sobre o léxico. O percurso
teórico adotado, no entanto, segue o sentido oposto. Isso porque os estudos se iniciaram no
léxico, mais precisamente na Terminologia, seguida da Fraseologia, para só então desembocar
na Linguística das Linguagens Especializadas, quando são considerados os conceitos de gênero
e texto. Assim, fica o leitor advertido dessa aparente incongruência organizacional do texto.
82
2. PERCURSO TEÓRICO
Sobre o capítulo
A abordagem teórica adotada para o estudo do item nesta tese situa-se no âmbito da
Linguística das Linguagens Especializadas. Dentre as diferentes possibilidades de trabalho
nesse campo, está o estudo dos textos e dos gêneros de especialidade, incluindo as estruturas
linguísticas que os compõem. Na tese, para o estudo do item como texto e como gênero do
discurso especializado, são consideradas três categorias linguísticas, quais sejam: estruturas
linguísticas da língua geral, estruturas linguísticas especializadas e estruturas linguísticas de
gênero. Para chegar ao delineamento dessas três categorias, parti de considerações gerais sobre
Terminologia e Fraseologia, devido a seu grande diálogo com a Linguística das Linguagens
Especializadas. Essencialmente, na Terminologia há o aporte para o estudo dos termos, que
ocorrem nos itens. Na Fraseologia, encontram-se as bases para o estudo das Fraseologias
Especializadas, também encontradas nos itens. A Linguística das Linguagens Especializadas
considera termos e fraseologias, tomando os textos de especialidade como o locus de sua
ocorrência.
Como posto, no âmbito da Linguística das Linguagens Especializadas (FINATTO e
ZILIO, 2015; LEIPNITZ, 2015), encontram-se os textos de especialidade e os gêneros do
discurso de especialidade, que nada mais são do que textos e gêneros do discurso que funcionam
como todos os outros textos e gêneros em sentido amplo, com o diferencial de estarem
relacionados a alguma especialidade e refletirem, de alguma maneira, aspectos das
especialidades às quais se vinculam, o que ocorre também por meio das suas estruturas
linguísticas. Assim, concomitantemente ao tratamento desses conceitos de texto e gênero para
as linguagens especializadas, o capítulo trata também os conceitos de gênero do discurso e de
texto, para a chamada “língua geral”, ou seja, gêneros do discurso e textos não especializados.
83
Uma vez apresentado todo esse percurso, chega a vez de demonstrar como a literatura
em Linguagens Especializadas trata das estruturas linguísticas. Essas estruturas,
redimensionadas pelo propósito desta tese, são corresponsáveis pela comprovação de que o
item de avaliação é um gênero do discurso de especialidade e que cada exemplar de item
avaliativo corresponde a um texto de especialidade, como se verá no Capítulo 4.
2.3. As estruturas linguísticas nos textos especializados: Uma vez tratados os conceitos de
texto e de gênero do discurso relacionados à “linguagem geral”, e às linguagens especializadas,
esta seção destaca as características dos textos especializados, com enfoque principal nas
estruturas linguísticas que compõem esses textos. Aqui, são delimitadas as três categorias de
estruturas linguísticas observadas nos itens. Para chegar a essa delimitação, são consideradas
as contribuições de diferentes autores, apresentadas em ordem cronológica da publicação de
seus trabalhos: partindo de Hoffmann (1988), passando por Kocourek (1991), Possamai (2004),
Tutin (2007), até chegar ao recente trabalho de Kilian e Loguercio (2015). Essas contribuições
apresentam um ponto em comum: o reconhecimento de que as estruturas linguísticas dos textos
de especialidade não se limitam a suas terminologias, mas avançam em pelo menos três
categorias lexicais distintas, conforme será mostrado.
Boa leitura!
85
2.1. Terminologia Linguística, Fraseologia Especializada e Linguística
das Linguagens Especializadas
49
A grafia “Terminologia”, com inicial maiúscula, em contraste com “terminologia”, com inicial minúscula, segue
as orientações de Krieger e Finatto (2004). Segundo as autoras, Terminologia se refere ao “campo de estudo ou
disciplina”, ao passo que terminologia se refere ao “conjunto de termos de uma especialidade”.
50
Tradicionalmente, se usava a denominação “Língua de especialidade” que foi substituída por “Linguagem de
especialidade” ou “Linguagem especializada”.
86
objeto de interesse da linguística se deu somente quando a Terminologia deixou de ser vista
apenas como um instrumento de normalização51 de termos, para se tornar mais um instrumento
de comunicação especializada, compreendida como o processo de exteriorização e
interiorização de sistemas de conhecimento e processos cognitivos, motivadas ou estimuladas
de fora ou de dentro, relacionados a acontecimentos especializados ou suas consequências. A
comunicação especializada leva a mudança dos sistemas de conhecimento em cada especialista
e em toda a comunidade especializada.
Essa perspectiva linguística da Terminologia não estava voltada apenas aos termos, mas
também às demais condições de comunicação de uma comunidade técnica ou especializada.
Uma comunidade especializada, por sua vez, corresponde ao conjunto de indivíduos cujas
atividades necessitam de conhecimentos específicos, geralmente relacionados a uma área de
conhecimento, ciência, profissão ou técnica. Essas condições de comunicação incluem as
relações de produção de textos dessas comunidades, onde estão contidos os termos utilizados
nessa comunicação.
A origem da Terminologia como área de investigação ainda na primeira metade do
século XX se dá com a publicação de Internationale Sprachnormung in der Technik, besonders
in der Elektrotecknik, (A normalização internacional da terminologia técnica, com ênfase na
eletrotécnica) de Eugen Wüster (1931), momento em que se instaura a Teoria Geral da
Terminologia. Em sua origem, a Terminologia era vista como disciplina autônoma, definida
como campo de intersecção formado pela ciência das coisas e por outras disciplinas, como a
Lógica, a Ontologia e as Ciências da Informação. Essa é uma definição bastante referenciada
até os dias atuais, mesmo porque, considerando o aspecto cronológico, é lúcido reconhecer que
mesmo a Terminologia clássica é bastante recente como área de conhecimento sistematizado.
Esses estudos pioneiros estavam voltados principalmente para a normalização de
termos, com vistas a evitar problemas de comunicação entre especialistas. A Terminologia
surge, pois, pretendendo orientar o estabelecimento ou a escolha de formas corretas (ou mais
apropriadas) para a expressão dos termos das técnicas e das ciências. O intuito disso era oferecer
condições mais propícias para a fixação de conceitos e termos, por meio de uma espécie de
consenso que estabelecia padrões de correção normativos, propósitos louváveis e úteis para o
que se propunham.
Nas bases da Terminologia, os termos realizam duas funções essenciais: a de representar
e a de transmitir conhecimentos especializados. Eles servem para permitir com que o homem
denomine objetos e processos que as áreas científicas e técnicas delimitam conceitualmente.
51
“Normalização” significa submeter à norma ou normas, padronizar. Já “normatização”, refere-se ao ato de
estabelecer normas.
87
Um conceito é, pois, uma representação de um objeto ou processo concretos ou abstratos,
funcionalmente relacionado à tarefa de identificar, descrever e classificar diferentes elementos
e aspectos da realidade. Tradicionalmente,
Isso quer dizer que, originalmente, buscava-se por uma relação biunívoca entre termos
e conceitos, de modo que um termo se relacionava a apenas um conceito e vice-versa. Nessa
perspectiva, não eram toleradas variações.
Com o passar do tempo, o conceito de termo foi sendo ressignificado, principalmente a
partir de sua incursão nos domínios da Linguística e no reconhecimento de que as terminologias
estavam presentes não apenas nas “ciências duras52”, cujos métodos são mais rígidos e menos
propícios à variação, mas também nas “ciências moles”, de métodos mais subjetivos e
intuitivos. Isso levou à constatação sobre a existência de formas lexicais diferentes para referir
o mesmo conceito, ou expressar a mesma função no contexto discursivo das comunicações
especializadas. Reconheciam-se, assim, variações terminológicas, propriedade não considerada
nos estudos terminológicos clássicos.
A noção de monorreferencialidade e monossemia foi sendo questionada, de modo que
é possível admitir variações conceituais (quando há diferentes conceitos para uma única
denominação terminológica) e variações denominativas (quando há termos diferentes sendo
atribuídos a um mesmo conceito em uma mesma área de especialidade)53. Atualmente, o termo
é compreendido como
52
As ciências duras, em contraste com as ciências moles, podem ser compreendidas como as áreas cujos métodos
são mais quantitativos, em oposição aos métodos qualitativos. Entre exemplos de ciências duras estão a
Matemática e as Engenharias. Quanto às ciências moles, são exemplos a História, a Filosofia e a Sociologia.
53
Sobre variação terminológica, consultar COSTA e ZAVAGLIA (2015); FREIXA (2014).
88
caracterizado pelo fato de ela pertencer à Linguística Aplicada. A Terminologia – aponta a
passagem – vai além da Linguística, por reunir conhecimentos linguísticos aplicados em todos
os domínios da vida, além de torna-los úteis nas mais diversas esferas de atividade humana.
Essa postura menos rigorosa de Wüster no que diz respeito à separação da Terminologia
da Linguística também é apontada por Finatto (2001). Como exemplo disso, a autora cita um
trecho retirado de outra conferência, proferida em 1974, no qual se notam sinais de aproximação
entre terminológos e linguistas:
89
correspondentes, os conhecimentos acumulados, os objetivos visados, os métodos empregados,
e a comunicação entre especialistas. Nessa abordagem linguística, os termos devem ser
observados, coletados, estudados em situações reais de uso, ou seja, nos discursos
especializados. Essa perspectiva considera que o termo é dinâmico e, por isso, pincelado em
situações in vivo, logo passível das variações já apontadas54.
Tendo se firmado como disciplina científica no início do século XX, a Fraseologia
somente na segunda metade do século passou a ser considerada também pela Terminologia. A
Fraseologia é um “campo de estudos que trata de grupos de palavras que se unem de maneira
mais ou menos fixa e cujo sentido é entendido pelo conjunto de seus componentes, sem a
necessidade de compreensão de cada um de seus termos separadamente” (FLEISCHER, 1997).
Assim, enquanto as palavras normalmente são constituídas de um único “corpo”, os
fraseologismos são compostos por vários elementos que formalmente podem ser considerados
como palavras. Navarro (2007) diz que as unidades fraseológicas são
A fraseologia é um tema amplo: alguns pesquisadores defendem que ela deva ser
considerada uma disciplina autônoma. Por outro lado, há os que defendem que se trata de um
ramo da linguística que depende de outras disciplinas. Mesmo quanto a sua origem, há
controvérsias: estudos sobre combinações fixas remontam à Antiguidade, quando já havia
discussões relacionadas às formações de palavras, sintagmas, locuções. Ortiz Alvarez (1997)
afirma que os primeiros estudos sobre combinações fixas de lexias foram feitos por Bally
(1905). Silva (2006), em posição contrária, afirma que apesar de a fraseologia ser um campo de
investigação recente, Saussure já teria feito referência às locuções. Já Corpas Pastor (1996)
defende que a fraseologia se originou na década de 1950, na antiga União Soviética. Apesar de
não haver consenso quanto sua origem, o objetivo da Fraseologia é o estudo das unidades
fraseológicas, que formam pequenos microtextos que têm que ser analisados de modo particular
do que a análise das lexias simples. Uma unidade fraseológica é “uma combinação fixa de
palavras que apresenta algum grau de fixação” (RUIZ GURILLO, 1997, p. 14).
54
Outras propostas de estudos terminológicos com base Linguística são encontradas em Gaudin (1993), com a
Socioterminologia e em Temmerman (2000), com a Terminologia sócio-cognitiva.
90
Mas o que isso tem a ver com a Terminologia? No âmbito dos estudos terminológicos,
as estruturas fraseológicas podem corresponder a termos, uma vez que integram as
comunicações humanas no plano das temáticas especializadas. O reconhecimento de que o
termo pode corresponder a fraseologias é reiterado por Bevilacqua (2005). De acordo com a
autora, será a partir da década de 1990 que essa perspectiva começa a tomar maiores dimensões.
Trata-se de uma perspectiva a qual se denomina “Fraseologia Especializada” (Ibidem, p. 241).
Esse tipo especial de fraseologia é formado por dois ou mais elementos55 equivalente a um
termo.
Nesta tese, os termos e as fraseologias especializadas são chamados de “estruturas
linguísticas especializadas” e estão relacionadas às áreas de conhecimento avaliadas nos itens.
As estruturas linguísticas especializadas são relevantes para este trabalho, porque, dentre outros
aspectos, fazem parte das estruturas linguísticas que compõem os textos de especialidade.
Conforme citado anteriormente, a Linguística das Linguagens Especializadas redimensiona o
estudo da comunicação especializada, deslocando os termos do lugar de protagonista desses
estudos, criando uma perspectiva efetivamente textual. É nesse contexto que se firma o conceito
de texto especializado, como “instrumento e resultado da atividade comunicativa exercida em
relação a uma atividade especializada sócio-produtiva.” (HOFFMANN, 1988, Apud FINATTO
e ZÍLIO, 2015, p. 99). O texto de especialidade funciona como qualquer outro texto, pois nele
se verificam coesão, coerência, marcas de intertextualidade, dentre outros. Sua diferença em
relação aos textos comuns é o fato de ser portador de marcas de especialidade, o que inclui
terminologias, fraseologias especializadas, estruturas linguísticas do discurso científico,
elementos braquigráficos, dentre outros.
55
Outros estudos sobre fraseologia especializada estão em Gouadec, 1994; Pesant e Thibault, 1993; Roberts, 1993;
Pavel, 1993 e Blais, 1993.
91
mas também como registro material da existência de especialidades e das primeiras técnicas
utilizadas pelo homem. Na Figura 22, há uma pintura rupestre, encontrada no Parque Nacional
da Serra da Capivara, estado do Piauí, representando atividade de caça, talvez já demonstrando
a utilização de ferramentas de trabalho. Na Figura 23, também encontrada no estado do Piauí,
a pintura rupestre evidencia a ferramenta de caça (uma rede):
Figura 22: Pintura rupestre, com atividade de caça, encontrada no Parque Nacional da Serra da
Capivara, Piauí, Brasil
Figura 23: Pintura rupestre, com atividade de caça com ferramentas, encontrada no Parque Nacional da
Serra da Capivara, Piauí, Brasil
Figura 24: Mapa do Mundo da Terra plana impresso por Bildaus Beatus Rhenanus Rheinau
Norte está à esquerda, Mar Mediterrâneo central
56
Para saber mais: O “Factory Art”, (disponível em: https://goo.gl/U8z5j7, acesso em 27/07/2018), estabelecia os
padrões trabalhistas no período da Revolução Industrial, como o limite máximo de 12 horas diárias para o trabalho
93
Esse movimento de desenvolvimento das técnicas e seus textos característicos também
é destacado no período pós Segunda Guerra Mundial, com a patente urgência de reconstrução
econômica e social, e consequente surgimento de novas técnicas de construção civil, por
exemplo. Com o fim da Segunda Guerra, há uma forte expansão do capitalismo e, com ele, o
os meios de comunicação é impulsionado. O rádio e a televisão, bens tecnológicos, tornam-se
mais populares, há uma adequação das propagandas a esse novo cenário, o mundo presencia a
interseção de diferentes linguagens na sua comunicação cotidiana. As linguagens especializadas
não ficam mais restritas às comunidades especializadas e passam a fazer parte da rotina
comunicativa de leigos. Há uma popularização das ideias, dos textos e dos vocabulários
técnicos e científicos. A Figura 25 ilustra uma técnica extinta juntamente com uma profissão,
graças ao avanço de outras técnicas:
de crianças nas fábricas, além de orientação das “pessoas de meia idade” sobre quais atitudes tomar para não se
tornarem obesas e, por conseguinte, estarem mais dispostas ao trabalho industrial, dentre outras disposições.
94
já perdem espaço para as mensagens instantâneas como WhatsApp. Telegramas tornaram-se
raros. Livros de receita estão sendo substituídos por consultas rápidas ao Google e outras
ferramentas de pesquisa digitais. Profissões foram extintas, como datilógrafos, e outras estão
em processo de transformações drásticas, como taxistas. Bens tecnológicos estão se
transformando ou mesmo se extinguindo. O long play (LP) deu lugar ao compact disc (CD),
ambos já obsoletos nos dias atuais. A enceradeira, a máquina fotográfica, o toca-discos viraram
objetos de museus. A própria televisão tem se transformado radicalmente: hoje em dia, qualquer
pessoa pode ter seu próprio canal na internet, tudo graças ao desenvolvimento da tecnologia,
das técnicas e das diferentes linguagens e especialidades.
Nesses períodos históricos, grupos especializados foram surgindo e/ou se consolidando
e, junto deles, surgem também modos de dizer específicos, novos conceitos, novas
terminologias e novos textos e gêneros do discurso. Sempre que uma nova área ou técnica se
constitui, com ela também passa a se desenvolver uma linguagem específica. Em sentido
oposto, sempre que uma técnica ou especialidade torna-se obsoleta, seus textos e gêneros
tendem a se transformar ou mesmo se extinguir. Nesse sentido, é possível dizer por exemplo
que tratados medievais de relações comerciais já se constituíam linguisticamente com traços de
especialidade, ou mesmo os mapas utilizados pelos navegantes europeus também nesse período
continham características de especialidades. Outro bom exemplo de surgimento de técnica-
texto-gênero está no início das primeiras abordagens da Psicometria e os primeiros itens
avaliativos, também com marcas de linguagem de especialidade:
Figura 26: Item avaliativo de Língua Inglesa como língua materna, publicado em 189157
57
O verbo “To parse” significa “analisar gramaticalmente”.
95
Esse exemplo, datado do século XIX, configura atualmente como um item pouco
indicado à avaliação escolar. Isso porque, com as mudanças nas concepções de práticas de
ensino, a estruturação do item também se modifica, o que comprova que aspectos teóricos e
metodológicos de uma especialidade influenciam diretamente no formato que seus textos
assumem. Nos dias de hoje, a análise gramatical em língua materna precisa ser trabalhada nas
escolas, mas não como foco central das aulas e das avaliações. Com o advento dos estudos
discursivos, a gramática foi aos poucos perdendo seu lugar de prestígio e, com ela, também as
formas de avaliação da aprendizagem.
Em seus estudos, Hoffmann mostra que, paralelamente ao vocabulário especializado, a
comunicação especializada também desenvolveu seus próprios gêneros do discurso,
denominados “gêneros de especialidade”. Pareceres, leis, contratos, boletins metereológicos,
artigos de periódicos, dentre outros, são alguns exemplos desses gêneros de especialidade.
Alguns deles sofreram uma rígida formalização que visava à uniformização. Nesse caso, a
exigência varia de acordo com o gênero especializado e seu contexto comunicativo, em uma
escala que varia de gêneros muito uniformes (leis, normas, patentes) até gêneros menos
uniformes (homenagens, ensaios, campanhas publicitárias). O autor apresenta sólidos
argumentos sobre o surgimento dos textos e gêneros dos discursos próprios das especialidades.
Esse posicionamento sobre gêneros de especialidade dialoga com os estudos pioneiros de
gênero do discurso de Bakhtin (2003), motivo pelo qual no percurso teórico da tese foi
necessário referir às propostas desse autor, conforme apresentado na seção seguinte.
96
difícil supor que uma atividade especializada é um subconjunto dentro das mais diversas
atividades evocadas pelas relações sociais.
O conceito de enunciado é fundamental para a compreensão do funcionamento dos
gêneros do discurso, pois estão diretamente imbricados. O gênero só se faz perceber porque
existe a realização enunciados, que só ocorrem se mediados por algum gênero do discurso.
Bakhtin defende que cada enunciado particular é único, mas cada campo de utilização da
linguagem elabora seus tipos “relativamente estáveis” de enunciados, os quais são denominados
“gêneros do discurso”. Um conjunto de enunciados semelhantes, com essas formas
relativamente estáveis, correspondem a algum gênero do discurso. Ainda sobre enunciado, o
autor argumenta que pressupõe um ato de comunicação social. O enunciado é, pois, a unidade
real do discurso, resultante da interatividade entre sujeitos. Não há nessas relações uma atitude
passiva, mas dialógica, ou seja, os participantes da interação adotam o que Bakhtin chama de
“atitude responsiva”: podem concordar, discordar, completar, discutir, avaliar, enfim, os
participantes agem de forma ativa no ato enunciativo. Nas diversas interações, os participantes
desejam um retorno, agem no sentido de provocar uma resposta.
O autor observa ainda que o enunciado sempre é produzido para alguém: todo enunciado
tem um destinatário. Isso quer dizer que na elaboração do enunciado são considerados diversos
fatores, como convicções do destinatário, seu nível de letramento, seu conhecimento do assunto
etc. Assim, o enunciado como resultado de uma interação social que provoca uma atitude
responsiva permite supor que todo enunciado é produzido com uma intenção comunicativa pré-
determinada. Essas intenções, assume Bakhtin, são características da produção dos enunciados
que determinam os usos linguísticos que produzem os gêneros. Cada enunciado resulta de uma
“memória discursiva”, ou seja, o enunciado reflete outros enunciados que já foram proferidos
em outras épocas, em outras interações, às quais o falante se baseia para formular novos
enunciados. Para o autor, “os enunciados e seus tipos, isso é, os gêneros discursivos, são
correias de transmissão entre a história da sociedade e a história da linguagem” (Id. p. 268).
Isso quer dizer também que o gênero reflete outros momentos e outros usos de gêneros, sendo,
portanto, produto histórico e social.
Bakhtin não chega a formular uma definição para texto, que ora parece se aproximar do
conceito de enunciado, que por vezes se funde ao conceito de discurso e outras com a própria
noção de gêneros do discurso e mesmo com as ideias de enunciado como produto linguístico.
Isso certamente não constitui um problema, mas obriga uma tomada de decisão por parte dos
pesquisadores que enveredam pelos estudos de textos e de gêneros do discurso. Por essa razão,
é necessário um posicionamento sobre qual conceituação/denominação utilizar para se referir
às materializações de gêneros. Nesta tese, o item avaliativo é percebido como gênero do
97
discurso e cada item em particular é compreendido como texto de especialidade, nos moldes
apontados por Hoffmann, e não como um “enunciado de especialidade”. Isso acarreta uma outra
problemática, haja vista não haver uma definição consensual sobre o que seja texto. Logo, é
mais do que necessário novo posicionamento teórico sobre esse conceito, o que será
apresentado um pouco mais adiante, em uma subseção.
Quanto aos gêneros do discurso, Bakhtin afirma que são modelos convencionados para
ações linguísticas complexas, e podem ser descritos por meio de características contextuais
(situacionais), funcionais, comunicativas e estruturais. Os gêneros se desenvolvem
historicamente e pertencem ao conhecimento de mundo daqueles que fazem parte de uma
comunidade discursiva. Eles apresentam uma ação normativa, não rígida, e facilitam o
desenrolar da comunicação, porque fornecem aos participantes das interações enunciativas
orientações mais ou menos fixas para a produção e recepção de textos. Em comparação com o
universo das linguagens especializadas, é coerente pensar que uma comunidade discursiva pode
ser especializada. Um grupo de amigos que se reúne para assistir a filmes e discutir seu conteúdo
pode ser uma comunidade discursiva, da mesma forma com que um grupo de virologistas no
desenvolvimento de suas atividades profissionais deve ser considerado uma comunidade
discursiva especializada.
Ainda sobre os gêneros do discurso, Bakhtin aponta três aspectos para sua estruturação,
quais sejam: o conteúdo temático, o plano composicional e o estilo. Esses aspectos estão
correlacionados e são determinados em função das especificidades de cada esfera de
comunicação. Esses três aspectos têm sido tradicionalmente considerados por estudiosos de
gêneros, tanto para fins de ensino quanto para fins de pesquisa. Certamente são importantes
elementos da constituição do gênero, mas, como mostram Brait e Pistori (2012), ao se operar
somente nesses planos, desconsidera-se que tantos os textos em geral quanto o conceito de
gênero produzido pelo pensamento bakhtiniano são resultado de um contexto, de uma época,
de uma forma de conceber o conhecimento e a própria linguagem. Assim, o conceito de gênero
em Bakhtin ultrapassa o limite da materialidade linguística dos enunciados, penetrando em
condições de produção e recepção desses enunciados. Isso quer dizer que, estudados isoladamente,
os gêneros podem ser compreendidos a partir da sua estrutura, fundamentalmente relacionada ao
tema, à composição e ao estilo. Porém, considerando a tradição a que pertencem, os gêneros
também revelam aspectos importantes sobre os sujeitos que os utilizam e neles se constituem.
Em analogia com os gêneros de especialidade, igualmente é possível considerar todos
os componentes apontados por Bakhtin, que vão desde os três aspectos de estruturação, as
condições de produção e recepção de enunciados e assim por diante. Sem querer contrapor a
pertinente observação de Brait e Pistori (2012), é necessário considerar que embora o estudo
98
dos gêneros do discurso não deva se restringir aos aspectos de sua constituição, esse pode ser
um recorte, dependendo dos propósitos de determinada pesquisa. Em se tratando dos gêneros
de especialidade, por exemplo, as estruturas linguísticas que compõem o gênero podem assumir
um papel protagonista. Não que isso seja suficiente para desabonar as condições enunciativas,
mas isso talvez seja bastante para comprovar que determinado gênero possa pertencer ao rol
dos gêneros de especialidade. Um gênero de especialidade, portanto, pode ser percebido ou
estudado por diferentes perspectivas, uma delas é estritamente linguística e se relaciona
diretamente com os três níveis composicionais de gêneros, reiterados aqui: conteúdo temático,
plano composicional e estilo.
Quanto ao plano do conteúdo temático, as ideias bakhtinianas, retomadas por
Medviédev (2012), apontam ao fato de que cada gênero é capaz de dominar aspectos
determinados da realidade, o que se reflete linguisticamente. Os gêneros possuem princípios de
seleção, formas específicas de visão e compreensão da realidade. Essa dimensão do gênero se
constitui por meio de elementos semânticos da língua, pois é a partir de certos recursos
linguísticos que compreendemos o tema. Considerando os gêneros de especialidade, é patente
o reconhecimento de que termos e fraseologias especializadas são estruturas linguísticas
diretamente relacionadas com o tema. Termos e fraseologias especializadas são recursos
significativos (conceituais) capazes de auxiliar na compreensão do tema do gênero de especialidade.
Apesar dessas observações, o tema não se resume a aspectos linguísticos, mas orienta-
se ao enunciado inteiro como forma de atuação discursiva. Assim, o tema é resultado de um
enunciado completo, entendido como ato sócio histórico determinado, inseparável tanto da
situação comunicativa quando dos elementos linguísticos propriamente ditos. Dentro da
perspectiva bakhtiniana, o conjunto dos significados das estruturas linguísticas que constituem
um gênero são importantes para compreender o tema, mas não são o tema em si mesmo. O
tema resulta da atuação entre elementos linguísticos e atuação discursiva. Não é a palavra
isolada, mas o enunciado inteiro, como ato sócio histórico, que delimita o tema do gênero. Por
exemplo, em uma situação de avaliação da aprendizagem escolar, mesmo sem estar diante do
exemplar de gênero, é possível prever uma série de temas e descartar outros. Nessa situação
discursiva, há um conjunto mais ou menos previsível de temas (História, Geografia,
Matemática) em contraste com temas menos prováveis (Relações comerciais, Viagens de
negócio, Gastronomia). Sendo ainda mais específico, ao saber que está diante de uma situação
de avaliação de aprendizagem escolar de Língua Portuguesa, os participantes preveem que não
haverá temas históricos, matemáticos ou geográficos na composição dos gêneros dessa situação.
O plano composicional compreende a disposição, a organização e o acabamento do
enunciado. Essa dimensão não se confunde com formas estruturais rígidas, mas como dimensão
99
dinâmica, passível de mudanças. Isso quer dizer que o plano composicional é o responsável
pela organização material do enunciado, é quem determina a forma do enunciado. Porém, a
composicionalidade não deve ser compreendida apenas por essa característica, uma vez que o
gênero não deve ser reduzido a sua unidade formal. Para Bakhtin, a composição do gênero está
ligada a uma “forma padrão relativamente estável de estruturação de um todo” (p. 301). Do
mesmo modo, ainda que a composicionalidade não deva ser reduzida apenas à característica
material do enunciado, como a organização sonora ou gráfica, ou mesmo às formas linguísticas
utilizadas, essa é uma possibilidade de análise particularmente fecunda quando se trata dos
gêneros de especialidade. Isso porque a “forma padrão relativamente estável de estruturação de
um todo” acaba por ser mais rígida no caso dos gêneros de especialidade, pois pressupõem
técnicas e normalizações mais padronizadas, conforme as peculiaridades das especialidades
com das quais emanam. Em outras palavras, o plano composicional parece estar fortemente
relacionado com as estruturas linguísticas utilizadas nos gêneros de especialidade.
No plano do estilo, estão a seleção de recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da
língua. Ao usuário da língua cabe a escolha de recursos que se adequam às suas necessidades
comunicativas. Para Bakhtin (2003, p. 265), todo estilo está necessariamente ligado ao
enunciado e às formas típicas de enunciados, ou seja, aos gêneros do discurso. Todo enunciado
– oral e escrito – é individual e por isso pode refletir a individualidade do falante (ou quem
escreve), isto é, pode ter estilo individual. O autor reconhece que nem todos os gêneros são
igualmente propícios aos reflexos da individualidade do estilo. Para ele, na maioria dos gêneros
discursivos, o estilo individual não pertence diretamente ao enunciado, mas deve ser encarado
como um epifenômeno dos enunciados, uma espécie de produto complementar do gênero. Se
há uma palavra para definir a relação do enunciador do gênero quanto ao plano do estilo, essa
palavra é “liberdade”. O enunciador é livre para fazer suas escolhas de modo a atender os seus
propósitos. No entanto, em se tratando dos gêneros de especialidade, essa liberdade não é tão
“livre” assim. Isso porque, considerando que uma linguagem especializada é um recorte da
língua geral, significa dizer que os recursos da linguagem especializada é um subconjunto,
também um recorte, com certas limitações de recursos disponíveis para o enunciador.
Ao se tratar de um gênero (especializado ou não), considera-se algo geral, relacionado
a um agrupamento de eventos comunicativos (dentre eles, o texto) que se assemelham. Por
outro lado, ao se tratar do texto especializado, o que está em foco é o particular, o material, o
linguístico que compõe os textos que pertencem a determinado gênero do discurso.
100
2.1.1. Revisitando o conceito de texto
Em linguística, não existe consenso sobre o conceito de texto. Isso varia de acordo com
diferentes perspectivas teóricas. Nesta tese, texto é considerado como um todo comunicativo,
resultado da interação entre quem produz e quem o recebe. O que caracteriza um texto é a
possibilidade de se estabelecer sentidos a partir de pistas oferecidas, que podem ser linguísticas
– como conectivos, unidades lexicais, construções sintáticas, etc. – ou mesmo inferidas das
situações de produção de textos – como o propósito comunicativo, interlocutores, contexto de
circulação do texto, etc.
A perspectiva adotada caracteriza o texto não apenas como um produto verbal oral ou
escrito, mas multimodal, ou seja, um texto pode ser composto pela combinação de elementos
linguísticos com elementos não linguísticos. Na elaboração de um texto, entram em cena os
propósitos comunicativos, que se relacionam com o contexto de produção e circulação e com o
gênero do discurso ao qual o texto pertence. Nessa perspectiva, um texto pode resultar da união
de uma expressão da língua com desenhos, imagens, sons e tabelas, por exemplo. Assim,
qualquer texto pode ser construído de maneiras diferentes, dependendo das escolhas e das
combinações que são feitas para formá-lo. A Figura 27, nessa perspectiva, será um texto:
Ainda sobre as diferenças entre texto comum e texto especializado, o segundo se destaca
pelas exigências de precisão da comunicação que ele contém, frequentemente apresentando
padronizações nos diferentes elementos da macroestrutura (segmentação das partes textuais),
na relação de coerência entre seus elementos e em seu conjunto de unidades sintáticas, lexicais,
morfológicas. Resguardadas as devidas proporções, isso vale também para os diferentes
gêneros do discurso especializados.
Assim, tomando uma carta pessoal como exemplo de texto comum, ela pode conter
gravuras, desenhos, e outros elementos semióticos, e pode ser formada por uma quantidade
certamente limitada, mas não fixa, de linhas e palavras. Já um item de avaliação de múltipla
escolha, também pode se formar com diferentes elementos semióticos, mas existe uma
limitação mais rígida quanto a sua extensão. Por exemplo, ninguém imagina um item avaliativo
com mais de cinco alternativas de resposta. Um item com oito, dez ou quinze alternativas de
resposta é, inclusive, algo tecnicamente incapaz de ser produzido.
Para Hoffmann (1988), assim como qualquer texto, o texto especializado é marcado por
pelo menos sete características, denominadas “fatores de textualidade” (BEAUGRAND e
DRESSLER, 1981): a (i) coesão e (ii) a coerência, que são considerados fatores semântico-
formais. São chamados dessa forma, porque estão relacionados às estruturas linguísticas que
perpassam o texto, ou seja, são perceptíveis a partir da materialidade linguística que o compõe;
102
além de (iii) intencionalidade; (iv) aceitabilidade, (v) informatividade, (vi) situacionalidade e
(vii) intertextualidade, considerados fatores pragmáticos. Recebem essa denominação porque
estão relacionados à atuação informacional e comunicativa do texto. Cada um desses fatores
pode ser compreendido da seguinte maneira:
104
2.3.1. Categorias linguísticas nos textos de especialidade: o item em
foco
Partindo do princípio de que os itens avaliativos são textos58 criados no seio de uma
comunidade especializada, eles devem ser considerados textos de especialidade. Como textos
de especialidade, as estruturas linguísticas que os compõem podem ser distribuídas nestas
categorias:
58
A seção 4.2. do Capítulo 4 aprofunda a discussão sobre o item como texto de especialidade.
59
As estruturas linguísticas de gênero são um tipo de estrutura especializada, pois relacionam-se à especialidade
de elaboração do item. Há, no item, duas especialidades em jogo: a relativa às áreas avaliadas, e a relativa à
elaboração do item, o que justifica a necessidade de distinguir as categorias de léxico.
105
2.3.1.1. Contribuições de Hoffmann (1988), (1998a), (1998b)
106
c) Há recursos linguísticos que aparecem apenas em uma determinada linguagem
especializada, por exemplo o “vocabulário específico” de uma dada especialidade, como
a biologia.
107
delimitar melhor meios sintáticos para neutralizar ou conter a emotividade e subjetividade. Seu
ideal estético é intelectualizado, evitando metáforas vívidas e qualquer tipo de simbólico
implícito. Tem a facilidade de assimilar grande quantidade elementos braquigráficos
(abreviaturas, ideografias), o que a distingue de linguagem poética. Logo, as escolhas lexicais
nas linguagens especializadas devem preservar esses princípios arrolados.
Sobre o léxico das linguagens especializadas, Kocourek aponta que, em contraste com
a linguagem geral, a linguagem especializada possui “um léxico muito mais expandido do que
os outros sistemas de especialidades semióticas. O léxico é o fato cognitivo essencial para o seu
estudo” (p. 41). Outro aspecto importante mencionado pelo autor relaciona-se à capacidade
metalinguística da linguagem de especialidade, ou seja, esse tipo especial de linguagem pode
ser o instrumento de sua própria formação, seu próprio funcionamento, sua precisão, sua
evolução. Os significados da linguagem especializada e sua terminologia é um domínio
essencial para seu estudo.
O conteúdo especializado, muitas vezes apreendido a partir das estruturas lexicais das
linguagens especializadas, corresponde ao conteúdo dos textos de especialidade. Ele reflete
todos os componentes essenciais da especialidade, tal como o mundo de especialidade (as coisas
estudadas), os conceitos correspondentes, os conhecimentos acumulados, os objetivos visados,
os métodos empregados e a comunicação entre especialistas.
O autor considera ainda que a linguagem de especialidade inclui não apenas o estudo
dos planos linguísticos, mas também o exame de certas correspondências tecno-científicas, com
domínios externos às estruturas linguísticas, como as relações entre autores-leitores nas
comunidades especializadas e a temática dos textos nas especialidades. O autor conclui que a
linguagem especializada é uma variedade da língua, um domínio cognitivo, cujos recursos
subjacentes a esses textos em todos os planos linguísticos são marcados por recursos gráficos,
tendências sintáticas e, acima de tudo, por um conjunto de unidades lexicais renováveis que
possibilitam produzir e receber os textos de especialidade, “tesouro do conhecimento disponível
e analisável linguisticamente, e em seus recursos, o instrumento do conhecimento futuro” (p. 42).
Embora se situe em um patamar diferente em relação aos outros autores, por se tratar de
estudo de mestrado, é inquestionável a contribuição de Possamai, que também considera três
categorias de léxico no estudo do texto de especialidade. Em seu trabalho intitulado Marcadores
textuais do artigo científico em comparação português e inglês – Um estudo sob a perspectiva
da tradução, defendido em 2004, a autora dedica-se ao estudo de expressões linguísticas típicas
108
do desenvolvimento e organização do gênero do discurso “artigo científico”. A autora
denomina essas estruturas de “marcadores textuais”, e as categoriza em:
Em seu estudo, a autora mostra que, no ponto de vista linguísticos, o texto especializado
apresenta especificidades em dois planos: o lexical e o textual. Em relação ao primeiro plano,
Possamai destaca o uso de uma terminologia específica, relacionada à área de vinculação do
texto. Quanto ao plano textual, o texto especializado caracteriza-se – dentre outros – por
apresentar um caráter restritivo de suas estruturas, em uma espécie de sistematicidade na
apresentação das informações.
A autora evoca Cabré (1999) para mostrar que o texto especializado comporta ainda um
terceiro plano, pragmático, caracterizado pelos elementos que interferem em seu processo de
produção e recepção. Nesse ínterim, a autora afirma que o produtor de um texto de
especialidade sempre é um especialista que interiorizou certos conhecimentos, ao passo que os
destinatários podem ser outros especialistas ou aprendizes, ou mesmo o grupo de pessoas
interessado em receber informações especializadas em forma de divulgação, simplesmente para
aumentar seus conhecimentos sobre o assunto da especialidade.
Possamai assume posição idêntica à de Krieger e Finatto (2004, p.181), ao reconhecer
que o texto de especialidade deixa de ser um mero lócus de ocorrência de terminologias
correlacionadas, transformando-se em um todo significativo, capaz de subsidiar estudos e
análises também para a Terminologia, e não apenas para a Linguística Textual. Apesar dessa
afirmação, Possamai reitera o caráter de seu trabalho, voltado à observação das unidades
lexicais terminológicas que compõem os textos do gênero que estudou.
Em suas contribuições sobre o gênero do discurso especializado, a autora corrobora o
entendimento de que um gênero é composto por características típicas e recorrentes. Essas
109
características, marcadas principalmente por meio do léxico, são produzidas e compreendidas
pelos membros da comunidade especializada. Os gêneros de especialidade, sugere a autora,
possuem “um forte grau de convenções, linguísticas e pragmáticas, que os restringem e
moldam” (p. 50). Como posto, as estruturas linguísticas que são típicas da composição e
estruturação do gênero artigo científico foram denominadas de “marcadores textuais”, definidos
como elementos que garantem coesão de um texto, além de oferecer informações sobre sua
estrutura retórica e, por extensão, do gênero do discurso a que pertence.
Esse léxico situado entre o termo e o não termo é denominado pela autora como “léxico
de gênero” (p. 6.), capaz de transpassar grande parte (senão todos) os gêneros do discurso
próprios das ciências. Essa categoria de léxico está relacionada muito mais aos gêneros (artigo
científico, resenhas, resumos, teses etc.) do que propriamente às disciplinas. Apesar dessa
observação, a autora reconhece a existência de um léxico especificamente relacionado com as
grandes áreas em que se enquadram as disciplinas (Ciências exatas, Ciências humanas, etc.)
que não deve ser considerado transdisciplinar. Tutin aponta que esse léxico diferenciado não se
110
relaciona com os objetos científicos das especialidades, mas ao discurso elaborado sobre esses
objetos e os procedimentos científicos para sua análise. A autora reconhece que, nesse caso,
estamos diante de um “léxico metacientífico”, que abarca as estruturas linguísticas relacionadas
ao fazer científico. Esse léxico metacientífico, juntamente com o léxico do “metadiscurso”, que
se referem tanto às interações entre autor e destinatário quanto às relações internas do texto, são
constituintes de gêneros científicos. Ao estudar o gênero “resumo científico”, Tutin identificou
cinco conjuntos lexicais, a saber:
112
3. CORPUS E METODOLOGIA
Sobre o capítulo
Além de características mais gerais sobre gênero do discurso e sobre texto, evocados
para comprovar a tese de que itens se enquadram nessas categorias, essa comprovação também
se dá por meio da análise das estruturas linguísticas que compõem os itens. Trata-se das
estruturas linguísticas “de língua geral”, estruturas linguísticas especializadas e estruturas
linguísticas de gênero, conforme apontado no Capítulo 2. Para chegar a estruturas pertencentes
a essas categorias, foram traçadas algumas etapas: 1) seleção aleatória de itens no banco do
PAAE; 2) análise de suas características predominantes; 3) preparação dos itens para
processamento eletrônico dos dados; 4) extração eletrônica de estruturas linguísticas dos itens;
5) análise categorial dessas estruturas. Essas etapas conferem à pesquisa o caráter de
metodologia qualitativa mista, uma vez que mescla análises empírica e eletrônica. É importante
esclarecer que, ainda que análises eletrônicas ofereçam dados estatísticos, eles não são de
interesse principal desta pesquisa, embora dados quantitativos tenham sido ocasionalmente
evocados.
ETAPA 1: Quanto aos itens, foram selecionados randomicamente 4078 unidades, em
um universo de aproximadamente 60 mil unidades, todas pertencentes ao banco de itens do
PAAE.
ETAPA 2: Uma vez selecionados, os itens passaram por uma triagem, que considerou
suas características predominantes, de modo a serem classificados de acordo com as
áreas/disciplinas (doravante especialidades) relacionadas, bem como quanto aos tipos de itens.
Foram consideradas, portanto, duas grandes categorias: áreas de conhecimento escolar e
propriedades tipológicas dos itens.
ETAPA 3: Isso posto, os itens foram preparados para o processamento eletrônico.
Basicamente, eles foram “limpos”, ou seja, foram meticulosamente liberados de qualquer
113
informação que não fosse de interesse da pesquisa. Nesse processo de limpeza, foram retirados
dos itens, por exemplo, gravuras, desenhos, traços, além de outras informações que, apesar de
serem linguísticas e de estarem nos itens, não constituíam os itens propriamente ditos. É o caso
de números que identificam os itens no banco, do nível de dificuldade do item, ano em que o
item foi elaborado, dentre outros. O resultado dessa limpeza deixa os itens apenas com as
estruturas estritamente linguísticas, de interesse da pesquisa.
ETAPA 4: As estruturas linguísticas para análise foram retiradas desse corpus de 4078
itens, por meio do processamento lexical eletrônico, por um software denominado AntConc.
Assim, foram utilizados pressupostos e ferramentas empregados pela Linguística de Corpus
para o manuseio e preparação dos itens, para a seleção das estruturas linguísticas objeto de
análise. É importante esclarecer que este trabalho não se vincula completamente aos princípios
da Linguística de Corpus. Ela é utilizada mais como uma ferramenta para otimização do
processo de análise dos dados do que como referencial teórico propriamente dito.
ETAPA 5: De posse dos dados extraídos do AntConc, as estruturas linguísticas dos itens
puderam ser categorizadas de acordo com as especificidades adotadas: estruturas linguísticas
de “língua geral” – categoria onde se encontram palavras e locuções gramaticais; estruturas
linguísticas especializadas – monoléxicas e poliléxicas, e estruturas linguísticas de gênero –
com o léxico de gênero e as fraseologias de gênero.
Este capítulo metodológico se presta, então, à apresentação das etapas adotadas desde a
coleta dos itens até a extração e análise das estruturas linguísticas. Para tanto, o capítulo foi
dividido em três seções. A primeira, 3.1., trata da constituição do corpus, quando são descritos
os procedimentos adotados para a seleção e organização dos itens do banco do PAAE. A
segunda, 3.2., explicita pressupostos e fundamentos da Linguística de Corpus, ressaltando a sua
relevância para trabalhos dessa natureza. A terceira seção, 3.3., apresenta o AntConc, software
usado para a extração e análise dos dados, apontando as funcionalidades utilizadas na pesquisa.
Finalmente, na seção 3.4., são apresentadas as categorias de análise consideradas na pesquisa e
os critérios adotados para a identificação das estruturas linguísticas que se enquadram nessas
categorias.
Boa leitura!
114
3.1. Os itens no PAAE: a constituição do corpus
Para afirmar que parte dos itens do PAAE constitui o corpus da pesquisa, é necessário,
de antemão, considerá-los como textos. Isso porque, em linguística, o corpus é compreendido
como o conjunto de textos orais ou escritos que serve como base de análise. O item não é oral,
mas escrito, e nele são verificadas estruturas linguísticas, capazes de corroborar com a
afirmação de que são, de fato, textos. Dada essa explicação preliminar, o primeiro passo para a
constituição do corpus foi formalizar o pedido para utilização dos itens junto ao Instituto
Avaliar e à Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Foi feita uma carta de intenção
de pesquisa, encaminhada a representantes da SEE-MG, explicitando os interesses acadêmicos
nos itens. Como já explicitado em outros momentos, o pedido foi acatado, de modo que o acesso
ao banco foi concedido para que os itens pudessem ser livremente recolhidos. De posse da
autorização da SEE-MG, foram disponibilizados login e senha para acesso ao banco, que se
encontra na plataforma on-line: http://si.institutoavaliar.org.br.
A Figura 28, retirada do site do Instituto Avaliar/PAAE, apresenta o quantitativo de
itens do banco. Apesar de os dados estarem desatualizados (data de 2011, os itens da pesquisa
foram coletados em 2015), ele é revelador de uma distribuição desproporcional entre os itens,
as disciplinas e os níveis de ensino60:
Figura 28: Demonstrativo da quantidade de itens por disciplina no banco de itens do PAAE.
60
Isso não é uma crítica, apenas uma observação. A distribuição desproporcional entre quantitativo de itens e
disciplinas se deve a vários fatores, como a quantidade de temas/conteúdos de cada disciplina, a carga-horária
dessas disciplinas e – talvez! – o próprio prestígio que uma ou outra disciplina possa ter dentro das escolas, de
maneira geral, ou mesmo a inserção mais recente de disciplinas como Sociologia.
115
No banco, os itens estão alocados por especialidade, por nível de ensino, e por
elaborador, o que permite considerar previamente essas variantes. Uma vez feito o login no
banco, aparece uma primeira lista com as especialidades avaliadas, para seleção. Escolhe-se a
especialidade desejada, e nova lista se abre, dessa vez com a indicação de todos os elaboradores
que já participaram do projeto, seguidos da sigla EF (indicando que ali já os itens do ensino
fundamental) ou EM (para ensino médio). Uma vez selecionado um autor e um nível, acessa-
se a relação de todos os itens produzidos por esse autor, dessa especialidade, e desse nível de
ensino. Cada um dos itens produzidos está alocado no banco de acordo com uma “máscara”,
que corresponde a um número qualquer, de modo que cada item possui uma máscara diferente
dos demais. Foi por meio dessa máscara que os itens foram listados para a pesquisa e o corpus
começou a se constituir.
Em princípio, o objetivo era recolher a mesma quantidade de itens de cada especialidade
avaliada pelo PAAE, uniformemente distribuída entre os ensinos fundamental e médio. Assim,
a mesma quantidade de itens de Língua Portuguesa nos dois níveis de ensino seria a mesma de
Matemática, de História, de Geografia e assim por diante. No entanto, logo as idiossincrasias foram
aparecendo. Primeiro, foi necessário considerar que o ensino médio possui mais disciplinas que
o ensino fundamental, o que já mostra desequilíbrio para uma seleção equânime dos itens.
Depois, a quantidade de itens por especialidade é bastante variável. Por exemplo, Filosofia, que
consta apenas no ensino médio, possui poucos itens, se comparada com Língua Portuguesa.
Além desse exemplo, a disciplina de Língua Estrangeira precisa ser citada. Seu conteúdo
e sua abordagem não puderam ser objeto de análise da tese. Embora os itens sejam de múltipla
escolha, as estruturas linguísticas estão em inglês, ou seja, fazer a pesquisa considerando os
itens de Língua Estrangeira equivaleria a uma nova pesquisa, paralela, por causa do seu léxico
característico. Também foi desconsiderada a disciplina de Educação Física. Com pouquíssimos
itens no banco, não foi possível considerar uma amostragem que atingisse ao menos 50 itens
(mínimo selecionado nas demais especialidades)61.
De início, também havia o interesse pela seleção de quantidade equivalente de cada tipo
de item. Embora, de antemão, fosse sabido da remota possibilidade de conjugar a mesma
quantidade de itens quanto ao tipo, quanto às especialidades, e quanto ao nível de ensino, havia
o desejo de se aproximar ao máximo esse quantitativo. Utopia pura. Isso porque nem todos os
tipos de itens são facilmente aplicados em todas as áreas. Por exemplo, o item do tipo “asserção
61
É importante frisar novamente que os dados da Figura 28 são de 2011, estando desatualizados quando da época
de seleção dos itens para a pesquisa. Embora Filosofia e Sociologia estejam, na figura, com 16 e 14 itens
respectivamente, em 2015 esse quantitativo ultrapassava 50 itens de Filosofia e 100 itens de Sociologia, o que
permitiu a coleta de itens dessas disciplinas.
116
e razão” é muito mais recorrente e aplicável às disciplinas de Ciências Humanas do que, por
exemplo, na Matemática. Como esse tipo de item relaciona informações que devem ser
analisadas com base em um operador argumentativo, geralmente estabelecendo uma relação de
causa-consequência, disciplinas como Geografia acabam encontrando mais recursos para o
desenvolvimento deste tipo de item. Trata-se de uma disciplina que, dada a aplicabilidade social
de seus temas, permite que análises como as projetadas nos itens de “asserção e razão” sejam
feitas de modo recorrente. A observação dessa característica, ainda em uma das primeiras etapas
da pesquisa, é reveladora de que os itens podem estar, de certa forma, diretamente relacionados
às especialidades62.
Outro exemplo que merece destaque é o item do tipo “ordenação e seriação”. Sua
elaboração não exige habilidades mais complexas que os demais tipos de item, mas sua
resolução, por parte do avaliando, exige. Trata-se de um item com certa complexidade: o
avaliando precisa fazer uma leitura fragmentada, para só então ordenar partes, formando um
todo. Itens desse tipo são mais raros no banco, o que justifica a pouca quantidade encontrada
no corpus: apenas 11 exemplares.
A característica de “item mais comum no banco” é atribuída ao item de “afirmativa
incompleta”. Ele é encontrado em grande quantidade em todas as especialidades. Seu formato,
como mostrado no Capítulo 1, é simples: um comando que se constitui como parte de uma
sentença, que é completada adequadamente por uma das alternativas de resposta. Por outro
lado, o item de “foco negativo” não foi encontrado na amostragem previamente selecionada,
talvez devido à tênue fronteira que divide a busca pelo foco negativo da busca pela ‘alternativa
incorreta’. O foco negativo, como mostrado no Capítulo 1, não é equivalente à busca pela
resposta destoante ou incorreta, distinção que, nas práticas de produção de itens, nem sempre é
clara para todos os elaboradores.
Ter esbarrado com esses empecilhos para uma seleção equânime do corpus foi
importante. Isso porque, em se tratando de pesquisas linguísticas com corpus, como aponta
Leech (1992), “os dados a analisar não devem ser escolhidos de acordo com as preferências do
pesquisado, mas aleatoriamente.” Isso permite considerar eventuais variações, conferindo
maior legitimidade aos dados e à pesquisa. Assim, o banco passou a ser acessado sem a
preocupação em seleção equânime, embora os itens fossem pré-selecionados a partir do
repertório de disciplinas disponibilizadas. O número da máscara do item selecionado era
incluído em uma planilha, que era enviada semanalmente a uma funcionária responsável pela
62
São necessárias maiores investigações para generalizações sobre a relação ‘tipo de item’ versus ‘área/disciplina
avaliada’. Não é o objetivo da tese fazer esse estudo, mas, ao que parece, essa relação existe.
117
manutenção do banco. Ela, de posse das máscaras escolhidas, compilava todos os itens da
semana e retornava, em arquivo .pdf para a realização da pesquisa. Esse processo durou cerca
de 15 semanas, o equivalente a aproximadamente 270 itens selecionados por semana.
Uma vez que os itens selecionados eram recebidos em .pdf, eles eram organizados por
especialidades e por tipo de item, ou seja, eram duplicados, pois cada um dos itens era alocado
em duas categorias: a) qual especialidade pertence e b) qual tipologia de item exemplifica. Essa
dupla categorização permitiu observar a existência de estruturas linguísticas relacionadas às
especialidades avaliadas, do mesmo modo a existência de estruturas relacionadas aos tipos de
item. Por exemplo, as estruturas “classificação dos seres vivos”, “células tronco”,
“mitocôndrias”, “reprodução sexuada”, dentre outras, relacionam-se às Ciências da Natureza,
Biologia. Ao passo que as estruturas “lacuna”, “espaço”, “preencha corretamente”, dentre
outras, estão relacionados ao item do tipo lacuna.
A quantidade selecionada de itens foi capaz de garantir representatividade de
especialidades e de tipos de item. Hoffmann (1988) fala em dez exemplares de textos para
determinar as características da amostra. Foram colhidas quantidades bem maiores do que
recomenda o autor, totalizando 4078. A partir de então, foi feita “a análise individual de cada
texto, para verificar as características dominantes”, para posterior agrupamento em séries de
“exemplares para comparação e determinação das características do gênero” (Apud FINATTO
e ZILIO, 2015, p. 124.). Considerando essas primeiras observações sobre as especialidades e
níveis de ensino, os itens foram organizados de acordo com seguintes subcategorias:
Tipos de item
a) Afirmativa incompleta: 2213 f) Interrogativa direta: 938
b) Alternativas constantes: 215 g) Lacuna: 237
c) Asserção e razão: 98 h) Ordenação e seriação: 11
d) Associação: 87 i) Resposta múltipla: 27
e) Foco negativo: 0
Essa categorização dos itens quanto ao tipo serviu para que fosse possível verificar quais
estruturas linguísticas são recorrentes entre eles, capaz de identificá-los e diferenciá-los dos
demais, de modo que fosse possível delimitar as chamadas “estruturas linguísticas de gênero”.
Essa classificação permitiu também a observação de estruturas63 “não linguísticas”, tipicamente
usadas para tipificar os itens, como a organização de expressões analisáveis em colunas (em
itens de associação); a presença de “espaços em branco, traços ________” (em itens de lacuna)
e elementos desordenados (em itens de ordenação e seriação), dentre outras.
Assim que os itens selecionados eram encaminhados em .pdf para a pesquisa, eram
organizados em lotes, correspondendo ao conjunto de itens selecionados por semana e por
disciplina. A Figura 29 mostra a organização dos arquivos para armazenamento eletrônico e
posterior utilização na pesquisa. Nela, nota-se o nome da disciplina correspondente ao conjunto
de itens que compõe cada documento, seguida da sigla EF para marcar o nível de ensino (EF
para ensino fundamental, ou EM, para ensino médio, quando for o caso). A numeração 1, 2, 3...
que encerra a denominação dos arquivos indica a ordem do lote selecionado (exemplo: primeiro
63
Compreendendo estrutura como aquilo que compõe algo, é de se considerar que eventuais ilustrações, sinais
gráficos, como a lacuna, dentre outros, embora não sejam elementos linguísticos, também fazem parte das
estruturas que compõem o item. Podem, portanto, ser considerados estruturas não linguísticas de itens.
119
lote de itens selecionados de Arte, número 1; quinto lote de itens selecionados de Ciências,
número 5, etc):
120
Essa reorganização se deu porque, para o processamento eletrônico dos dados, como
será descrito mais adiante, os arquivos precisam estar em formato .txt. A conversão dos arquivos
.pdf para .txt possibilitou essa reorganização em menos arquivos, o que simplifica processos.
Dessa forma, os itens estavam previamente preparados para a próxima etapa da pesquisa: a
análise eletrônica dos dados.
Os itens são compostos por uma série de estruturas, a maioria delas, linguísticas. Um
conjunto de itens pode ser chamado de corpus, compreendido como agrupamento de dados
pertencentes ao uso oral ou escrito, e que podem ser processados eletronicamente, com o auxílio
de softwares de computador. O uso das tecnologias computacionais nas pesquisas linguísticas
remonta à década de 1960. Como aponta Biderman (1979), nas origens dessa abordagem
computacional, os trabalhos eram voltados a: 1) fins literários e/ou estilísticos; 2) fins
linguísticos e 3) fins informáticos. Antes desses períodos, as pesquisas linguísticas geralmente
eram aplicadas ao ensino, e os dados eram coletados, registrados em fichas e analisados
manualmente. Tratava-se, pois, de um demorado e laborioso processo de pesquisa.
No Brasil, um dos marcos iniciais da utilização de ferramentas computacionais na
pesquisa linguística é creditado à própria Maria Tereza Camargo Biderman. Sua tese de
doutorado, intitulada Análise computacional de Fernando Pessoa (Ensaio de Estatística
Léxica) foi defendida em 1969, na Universidade de São Paulo. À época, a pesquisadora utilizou
o computador para tabular os dados do léxico pesquisado, cujo objetivo era proporcionar uma
análise do estilo da obra poética do poeta português. Seguindo a mesma abordagem, poucos
anos mais tarde, em 1974, na mesma universidade, Biderman defendeu a tese de livre-docência,
denominada A categoria do gênero, na qual manipulou dados lexicais dos dicionários de
frequência das línguas românicas, confrontando gêneros gramaticais que existem nas cinco
línguas (português, espanhol, francês, italiano e romeno).
Apesar desses estudos pioneiros ainda na década de 1970, foi somente com a
popularização do acesso aos computadores pessoais, em meados dos anos de 1980, que as
pesquisas linguísticas computadorizadas começaram a se tornar mais vultosas. A Linguística
de Corpus passa a se tornar mais robusta, garantindo pesquisas mais voltadas à descrição da
língua por meio de análises de grande quantidade de dados. Essas, por sua vez, tornaram-se
também mais confiáveis. Nesse contexto, hipóteses empíricas passaram a ser confrontadas com
dados analisados eletronicamente. A Linguística de Corpus ganha então certo prestígio como
importante instrumental na eficácia da investigação da linguagem.
121
De caráter interdisciplinar, a Linguística de Corpus está relacionada à Linguística
Computacional, situada nos domínios da Engenharia Computacional. Como resultado desses
interesses, destaca-se a criação de softwares para o estudo de fenômenos linguísticos e sua
ocorrência, a partir da elaboração de bancos de dados eletrônicos, capazes de comportar uma
quantidade teoricamente infinita de dados. Os benefícios do advento do computador são
inúmeros. Além da otimização do tempo na execução das atividades, e da ampla capacidade de
armazenamento e processamento de dados, essas tecnologias permitem ao pesquisador coletar,
selecionar, analisar, registrar, recuperar dados, tudo a baixo custo. Nos limites da Linguística
de Corpus, Berber Sardinha (2004) aponta quatro critérios para a formação de um corpus a ser
analisado eletronicamente, a saber:
A) ORIGEM: o corpus deve ser formado por textos autênticos, em linguagem natural. No
caso dos itens, a linguagem utilizada é uma “sublinguagem” (HOFFMANN, 1988), ou seja,
um recorte da língua natural, que se destaca por representar uma especialidade.
B) AUTENTICIDADE: os textos devem ser escritos por falantes nativos. No caso dos
itens, são profissionais nativos, formados em universidades brasileiras nas especialidades
de avaliação do PAAE, e que possuem conhecimentos técnicos necessários ao ofício de
elaboração de itens.
C) CONTEÚDO: o corpus deve obedecer a critérios estabelecidos pelo criador, de tal
forma que o corpus corresponda às características desejadas. Quanto aos itens, a
representatividade na maior quantidade possível de especialidades e tipos de item
contemplam esse critério.
D) REPRESENTATIVIDADE: o corpus deve ter uma extensão representativa. Os 4078
itens selecionados são representativos, pois atendem à diversidade de especialidades, tipos
de item e até os níveis de ensino avaliados. Numericamente, esses itens perfazem um total
de 397.979 tokens (quantidade de ocorrências palavras no corpus) e 48.228 types
(quantidade de palavras do corpus, contadas apenas uma vez), conforme mostra a Figura
31:
Figura 31: Types e Tokens: Representatividade do corpus
123
forma rápida e econômica, de estruturas linguísticas. Possibilita, ainda, o acesso a uma
quantidade expressiva de dados, em pouco tempo, dando acesso a eventuais evidências para
comprovação de hipóteses sobre determinado aspecto linguístico.
O primeiro passo é carregar os arquivos do corpus, por meio do menu File – Open Dir,
que leva a uma janela de navegação por pastas, como as do Windows Explorer. Para que isso
seja possível, os arquivos precisam estar no formato .txt, compatível com o software. A
plataforma de download do AntConc oferece outro software, denominado AntFileConverter,
que possibilita a conversão de arquivos .pdf e .docx para o formato .txt. Porém, essa não é a
única opção para a conversão de formatos. Há diversas plataformas na internet que fazem essa
conversão de arquivos on-line, ou seja, sem que seja necessário baixar nenhum novo software
para o computador. É o caso, por exemplo, do “document.online-convert.com” ou do
“convertio.com/pt/conversor-txt”.
Ainda no menu File, é possível acrescentar novos arquivos aos já selecionados, excluir
arquivos, salvar resultados de análises feitas, importar e exportar dados, e restaurar a
configuração original. Na extremidade inferior direita, no ícone “Clone Results”, há a
possibilidade de se criar uma cópia dos resultados obtidos em determinado processamento, a
fim de comparação com outros dados, em janelas independentes. A Figura 33 exemplifica
todos os arquivos de itens devidamente carregados no AntConc (Coluna “Corpus Files”, à
esquerda):
Figura 33: Carregamento de arquivos .txt no AntConc
124
Ao clicar na aba “Word List”, marcada na figura, na extremidade superior, há o acesso
às possibilidades de análise quanto ao “Rank”, ou seja, uma ordenação decrescente a partir da
palavra de maior ocorrência, a quantidade de ocorrências, na coluna “Freq”, além da palavra
em questão, na coluna “Word”. Antes disso, no entanto, é necessário configurar o software para
o processamento dos dados em “Línguas latinas”. Sem isso, os dados saem desconfigurados,
comprometendo a qualidade da pesquisa. Para chegar a isso, é necessário seguir os passos:
“Global Settings” > “Character Encoding” > “Current Encodind” > “Edit” > “Standart
Encondings” e finalmente selecionar a opção “Western ‘Latin1’”. Feito isso, clicar em “Apply”.
Pronto, os dados podem finalmente serem processados. A Figura 34 mostra esse processo:
O software permite ainda uma série de outras configurações, como a não distinção entre
iniciais maiúsculas e minúsculas (o que acarretaria na ocorrência de duas entradas distintas para
a mesma palavra), ou ainda a edição de cores para realce na análise, ou mesmo o tamanho de
fonte dos dados. No que interessa à tese, foi usada uma configuração capaz de “pegar” os
parênteses que marca as alternativas de resposta a), b), c) e d), primordiais na identificação dos
itens de múltipla escolha: “Global Settings” > “Token Definition” > “Punctuation”. Essa
configuração foi importante para distinguir, por exemplo, os casos de “a”, artigo, pronome e
preposição, dos casos de “a)”, indicador de alternativas de resposta. A Figura 35 alude a esta
configuração:
125
Figura 35: Configuração “Pontuação”, no AntConc
126
Figura 36: Exemplo de concordanciador para o termo “sódio”
Como já dito, os itens, compilados em arquivo .pdf, precisaram ser convertidos para o
formato .txt, compatível com o AntConc. Isso gerou novos arquivos, desta vez editáveis, nos
quais era possível acrescentar (não foi o caso) ou suprimir informações. Nesse processo de
conversão de formato de arquivo, todas as figuras se perderam, ou seja, itens que possuíam
figuras em .pdf deixaram de ter essa figura no formato em .txt. Isso não foi um problema, ao
contrário, pois as figuras, embora tenham valor significativo no conjunto do item, não se
constituem como estruturas linguísticas e, por essa razão, não interessam para a análise dos
dados. A conversão dos itens de .pdf para .txt permitiu que houvesse a condensação de arquivos,
de modo a reunir todos os itens da mesma especialidade e nível em um único arquivo .txt.
A Figura 37 exemplifica um item de Geografia, conforme recebido para a pesquisa em
arquivo .pdf:
127
Figura 37: Item de Geografia, layout pdf.
128
Figura 38: Item de Geografia, layout .txt.
Esse item da Figura 38 já está pronto para ser processado pelo AntConc, mas não está
de acordo com os interesses da pesquisa. Há informações poluidoras, ou seja, informações que,
apesar de integrarem o item, não constituem o item propriamente dito. O item, tal qual descrito
no Capítulo 1, constitui-se de: a) texto de suporte (que vem com sua referência bibliográfica
indicada, quando é o caso); b) comando e c) alternativas de resposta. Tudo que não é nenhum
desses elementos deve ser descartado. Isso quer dizer que, após serem convertidos de .pdf para
.txt os itens foram, um a um, manualmente ‘limpos’, de modo a permanecer somente aquelas
informações que de fato compõem o item. A Figura 39 retoma o mesmo item de Geografia, só
que dessa vez devidamente livre das informações desnecessárias:
129
Figura 39: Item de Geografia, layout .txt., livre das informações poluidoras.
Somente ao atingir esse ponto, os itens ficaram prontos para o processamento pelo
AntConc. Os itens foram processados a partir de diferentes combinações. Primeiro, foram
processados todos os itens selecionados para o corpus. Isso permitiu uma noção abrangente de
todas as estruturas linguísticas utilizadas em todos os itens. Dessa amostragem, foi possível
chegar a uma lista com as estruturas linguísticas mais frequentes. Em seguida, os itens foram
processados de acordo com as disciplinas, ou seja: somente os itens de Língua Portuguesa,
somente os de Geografia e assim por diante. Esse processamento foi capaz de gerar parte das
estruturas já observadas no primeiro processamento, mas foi capaz de excluir as estruturas
linguísticas especializadas das disciplinas que não foram processadas. Exemplo: ao processar
os itens de Biologia, foram potencialmente excluídas as estruturas linguísticas especializadas
da Matemática, História, etc. Isso permitiu um domínio mais seguro para delimitar estruturas
linguísticas especializadas de cada especialidade avaliada. Finalmente, os itens voltaram a ser
processados na sua totalidade, só que desta vez com vistas ao levantamento das estruturas
linguísticas de gênero. Essas estruturas foram listadas empiricamente, a partir da comparação
dos itens da mesma tipologia, para serem confirmadas com o processamento de todos os itens.
Como se verá adiante, cada uma das estruturas linguísticas de gênero foi conferida por meio da
função concordance do AntConc, que permitiu arrolar exemplos de itens do mesmo tipo, mas
pertencentes a especialidades diferentes.
130
3.4. Categorias de análise
Dentre as estruturas de maior ocorrência, estão a), b), c) e d), que não são palavras
gramaticais, mas que estão “empatadas” no que diz respeito à quantidade de ocorrências. Cada
uma delas ocorreu 4078 vezes, exatamente a quantidade total de itens do corpus. Essas são
132
estruturas que caracterizam os itens de múltipla escolha, o que justifica seu alto índice de
ocorrências. Não são palavras gramaticais, mas são essenciais nos itens estudados e ocorrem
em todos eles. Na lista, há a ocorrência do verbo “ser”, que assim como as demais palavras
gramaticais, possui antes uma função coesiva (une, liga, junta informações) do que
propriamente uma função lexical, referencial ou mesmo denominativa. Assim, excetuadas as
estruturas a), b), c) e d) foram consideradas 28 estruturas simples na categoria de estruturas
linguísticas “de língua geral”, incluindo o verbo “ser”, sob o rótulo de “estruturas simples”.
Quanto às fraseologias, identificá-las no corpus foi mais trabalhoso. Primeiro, foi
necessário fazer algumas suposições sobre quais estruturas poderiam ser encontradas. Para
tanto, foi elaborada uma lista prévia de locuções gramaticais, para só então fazer uso do
AntConc. Essa lista considerou as mesmas classes gramaticais das estruturas simples, elencando
apenas as estruturas formadas por mais de uma palavra. De posse da lista, foi usado o sistema
de busca pela função “Concordance”, na qual era digitada a estrutura, dava-se o “Start”, e o
software fornecia a relação de ocorrências, quando era o caso, da estrutura pesquisada. A
Figura 41 exemplifica a busca da estrutura “sendo assim”:
Ao todo, foram consideradas 19 estruturas complexas “de língua geral”: ‘a fim de’, ‘a
partir de’, ‘a respeito de’, ‘cada vez mais’, ‘de acordo com’, ‘de modo que’, ‘dentro de’, ‘dia a
133
dia’, ‘diante de’, ‘é preciso’, ‘em relação ao’, ‘entre si, ‘grande parte’, ‘já que’, ‘ou seja’, ‘por
exemplo’, ‘ponto de vista’, ‘por meio de’, ‘uma vez que’.
Para comprovar que essas estruturas ocorrem em qualquer texto, no Capítulo 4 há
exemplos de ocorrências não apenas dessas estruturas em itens de todas as especialidades, mas
também ocorrências das estruturas simples.
Artes:
CALADO, M.; SILVA, J. H. Pais da. Dicionário de Termos de Arte e Arquitetura. Lisboa: Editorial Presença.
2005.
MARQUES, E. (coord). Educação estética e artística. República Portuguesa: Fundação Calouste Gulberkian.
Disponível em: http://educacaoartistica.dge.mec.pt/artes-visuais-glossario.html. Acesso: 30/07/2018.
Biologia:
BUICAN, D. Dicionário temático Larousse: Biologia. Portugal, Rio de Mouro: Editora Larousse, 2003.
PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 2012.
LIMA, E.; SILVA FILHO, J. P. e ARAÚJO, A. F. S. Dicionário de termos usados em ecologia. Teresina:
Universidade Federal do Piauí, 2016.
64 Obras de referência são compilações de informações sobre determinado tema. Podem ser específicas,
como compêndios temáticos e de profissões, ou gerais, como dicionários e enciclopédias. Normalmente possuem
apenas as informações consideradas fundamentais para o entendimento dos verbetes. Têm como objetivo serem
apanhados imparciais do conhecimento contemporâneo à sua produção. Por isso, seu conteúdo é escrito de forma
impessoal e normalmente não há assinatura do autor de cada entrada. Organizadas por editores e escritores, tendem
a uma certa homogeneidade na profundidade e formatação dos textos. (Fonte: https://goo.gl/Wqj3Cz. Acesso:
15/08/2018).
135
Filosofia:
JAPIASSÚ, H. e MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
p. 40s.
RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral. Trad. Roberto Cavallari Filho. São Paulo: Manole, 2006.
Física:
PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 2012.
Geografia:
TEREZO, C. F. Novo dicionário de Geografia: termos e conceitos. 2. ed. São Paulo: Livro Pronto, 2008.
História:
AZEVEDO, A. C. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. 4. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2012.
BITTENCOURT, C. (org.) Dicionário de datas da história do Brasil. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2018.
Língua Portuguesa:
Matemática:
TAPSON, F. Dicionário Oxford de matemática essencial. São Paulo: Oxford University Press do Brasil, 2012.
136
Química:
PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 2012.
Sociologia:
BOTTOMORE, T. (org.) Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1988.
Como o objetivo não era identificar todos os termos das áreas de especialidade, mas
comprovar que nos itens há a ocorrência de terminologias, quatro termos por área foram
julgados como suficientes. Desse modo, totalizou-se o reconhecimento de 40 termos nos itens,
o equivalente a 4 termos por especialidade. Foram considerados estes termos: a) Artes:
‘desenho’, ‘escultura’, ‘gravura’ e ‘pintura’; b) Biologia: “bactérias’, ‘célula’, ‘fungos’ e
‘plasma’; c) Filosofia: ‘empírico’, ‘ética’, ‘lógica’ e ‘razão’; d) Física: ‘fenômeno’, ‘força’,
‘kWh’ e ‘potência’; e) Geografia: ‘cidade’, ‘país’, ‘região’ e ‘urbano’; f) História: ‘escravo’,
‘império’, ‘república’ e ‘revolução’; g) Língua Portuguesa: ‘conjunção’, ‘frase’, ‘palavra’ e
‘verbo’; h) Matemática: ‘algarismo’, ‘fração’, ‘juros’ e ‘soma’; i) Química: ‘fusão’,
‘moléculas’, ‘prótons’ e ‘sódio’; j) Sociologia: ‘economia’, ‘grupo’, ‘indivíduo’ e ‘social’.
Acontece que também há a expectativa de ocorrência de unidades poliléxicas, o que
dobrou esse quantitativo: do mesmo modo, foram identificadas 4 para cada especialidade,
totalizando o reconhecimento de 80 estruturas linguísticas especializadas. Identificar as
unidades poliléxicas no AntConc foi possível graças à função “Concordance”, seguindo o
mesmo critério utilizado para identificar as estruturas fraseológicas de “língua geral”. Assim,
se para o reconhecimento de termos foi feito o processamento eletrônico dos itens para
identificar os candidatos a termos, para só então buscar sua legitimidade em dicionários técnicos
e especializados, identificar as unidades poliléxicas seguiu o caminho inverso: partiu da
consulta aos dicionários, com o levantamento de exemplos, para só então buscar suas
ocorrências no AntConc. Foram consultados dicionários de todas as especialidades, dos quais
foram listadas fraseologias. De posse da lista, as fraseologias eram pesquisadas no AntConc.
Foram exemplificadas nos resultados apenas as fraseologias cujas ocorrências se deram em ao
menos cinco itens da especialidade pesquisada, correspondentes a estas estruturas:
a) Artes: ‘arte moderna’, ‘artes visuais’, ‘cores primárias’ e ‘obra de arte’; b) Biologia:
‘cadeia alimentar’, ‘classificação dos seres vivos’, ‘seres autótrofos’ e ‘seres vivos’; c)
137
Filosofia: ‘conhecimento científico’, ‘juízo de valor’, ‘senso comum’ e ‘ser humano’; d) Física:
‘energia elétrica’, ‘ondas eletromagnéticas’, ‘radiação infravermelha’ e ‘resistência elétrica’; e)
Geografia: ‘calotas polares’, ‘densidade demográfica’, ‘região metropolitana’ e ‘setor
terciário’; f) História: ‘abolição da escravidão’, ‘Lei Áurea’, ‘Proclamação da República’ e
‘Revolução Francesa’; g) Língua Portuguesa: ‘dois pontos’, ‘flexão verbal’, ‘norma culta’ e
‘oração principal’; h) Matemática: ‘média aritmética’, ‘mínimo múltiplo comum’, ‘progressão
aritmética’ e ‘triângulo retângulo’; i) Química: ‘estado gasoso’, ‘gases nobres’, ‘metais
alcalinos’ e ‘tabela periódica’; j) Sociologia: ‘classe dominante’, ‘estrutura social’,
‘materialismo histórico’ e ‘sociedade capitalista’.
A Figura 43 exemplifica a busca pela fraseologia especializada “seres vivos” em itens
de Biologia:
Figura 43: Exemplo de busca de fraseologia especializada no AntConc
138
A exemplo do tratamento dado às estruturas linguísticas de “língua geral”, no Capítulo
4, cada estrutura linguística especializada é seguida de cinco exemplos de ocorrência no corpus,
antecedidos de definições contidas nas obras de referência arroladas na Tabela 1.
As estruturas linguísticas de gênero, como são compreendidas nesta tese, são aquelas
que contribuem para a composição e o reconhecimento dos itens e seus tipos. Os tipos de itens,
além das estruturas linguísticas, podem ser reconhecidos por outras estruturas, não linguísticas.
O item do tipo “ordenação ou seriação”, por exemplo, é formado por “partes desordenadas” que
precisam ser reorganizadas pelo avaliando, como mostra a Figura 44:
140
Esse processamento se deu com todos os itens, tal qual foram processados nas outras etapas da
pesquisa. Com a lista das possíveis estruturas linguísticas de gêneros nas mãos, a função
“Concordance” foi novamente utilizada, como mostra a Figura 47:
Dentro do mesmo ambiente profissional se dão [...] diferenças entre o discurso científico e o
discurso técnico, entre o discurso de divulgação e o discurso didático. Por último, também
existem linguagens que os especialistas usam para comunicar-se com o público geral.
Sobre o capítulo
142
4.1. O item como gênero do discurso especializado
143
item não avalia, ele sequer pode ser denominado item, pois jamais cumpriria sua intenção
comunicativa.
Outro fator que corrobora para que o item seja considerado um gênero do discurso está
na sua relação com a “memória discursiva” do especialista. Bakhtin aponta que cada novo
enunciado é produzido com base em uma série de outros enunciados já proferidos
anteriormente, em outras épocas. Isso justifica o fato de um elaborador de itens produzir novos
itens semelhantes aos já existentes, mas não iguais. Cada item é único, embora todos eles
possuam características muito próximas. Cada item é, pois, um enunciado, e essas
características em comum entre todos eles, capazes de fazer com que cada item específico seja
reconhecido como item, é que fazem dele um gênero do discurso.
Sobre os gêneros do discurso, Bakhtin mostra que eles pertencem ao conhecimento de
mundo dos indivíduos que pertencem a uma comunidade discursiva. Isso quer dizer que, se o
item é um gênero do discurso, ele emana de uma comunidade discursiva, ou seja, ele é oriundo
de um grupo de pessoas ligadas por objetivos comuns. Compreendendo que os gêneros são
socialmente construídos a fim de atender às nossas necessidades de comunicação na vida em
sociedade, eles são controlados pelas práticas sociais das quais fazem parte os membros das
comunidades profissionais, acadêmicas, escolares, e também as especializadas. No caso dos
itens, o elaborador sempre é um especialista que interiorizou certos conhecimentos e detém
determinadas técnicas, e o destinatário é um grupo de aprendizes, estudantes/avaliandos.
No conjunto de indivíduos que forma a comunidade discursiva do PAAE encontram-se
alunos, professores e especialistas em avaliação (elaboradores e revisores de itens). O principal
alvo das avaliações do PAAE são os alunos da rede estadual de educação de Minas Gerais. São
eles quem respondem aos itens das provas, e talvez sejam os principais beneficiados pelos
resultados, uma vez que as avaliações devam subsidiar ações de otimização no processo de
ensino e aprendizado. Quanto aos professores, uma de suas funções é lecionar de maneira a
garantir a aquisição e o desenvolvimento daquilo que será avaliado em cada nível de ensino.
Quanto aos elaboradores e revisores de itens, são profissionais que possuem conhecimento
técnico e especializado em avaliação. O papel social de todos os envolvidos nas situações de
produção e utilização dos itens é bastante marcado, situado, confirmando aquilo que o autor
chama de “práticas sociais”.
Bakhtin diz ainda que os gêneros do discurso são modelos convencionados por ações
linguísticas complexas. No Capítulo 1, foram descritas as técnicas de elaboração de itens de
múltipla escolha, reveladoras dessa complexidade. No caso dos gêneros de especialidade, essa
complexidade de ações linguísticas é mais rígida, pois envolve os conhecimentos técnicos. Não
se elabora um item “de qualquer maneira”, senão observando rigorosamente suas técnicas. Os
144
gêneros podem também ser descritos pelas suas características estruturais, sejam elas
linguísticas ou não. Sobre isso, Bakhtin aponta os três aspectos de estruturação do gênero: o
conteúdo temático, o plano composicional e o estilo.
As estruturas linguísticas relacionam-se diretamente a esses três aspectos, de modo que
é possível dizer que, nos itens, o plano do conteúdo temático (assunto, tema) é delimitado
principalmente pelas estruturas linguísticas especializadas. Elas são as indicadoras do “sobre o
quê se avalia”. O plano composicional (forma que o gênero assume) é delimitado
principalmente pelas estruturas linguísticas de gênero. Quanto ao plano do estilo, o elaborador
dos itens dispõe de uma quantidade de estruturas linguísticas – tanto especializadas quanto ‘de
gênero’ – para produzir os itens. Ele escolhe, dentro de um conjunto de estruturas linguísticas,
quais vai utilizar, marcando seu estilo. Porém, essas estruturas são mais limitadas, formam um
conjunto relativamente restrito de estruturas, ao contrário das estruturas linguísticas “de língua
geral”, mais numerosas, e que oferecem mais possibilidades para marcação de estilo.
Finalmente, textos podem ser compreendidos como a manifestação real, concreta, dos
gêneros do discurso. Isso quer dizer que para comprovar que o item é um texto de especialidade,
é necessário analisar itens em várias dimensões, o que será feito nas seções seguintes.
65
Não apenas os itens, mas outros textos também.
145
elementos não linguísticos, como figuras e gráficos, por exemplo. No caso do item da Figura
48, a imagem não é uma mera ilustração do texto, mas contribui para a compreensão do todo,
integrando a unidade textual.
Figura 48: Item de biologia: texto de especialidade formado por imagens e estruturas linguísticas
66
“Cadeia alimentar” é uma fraseologia especializada legitimada pelo Dicionário Oxford de Ciências da
Natureza, de Chris Precott, publicado em 2012, pela Editora Oxford University Press Brasil, p. 82.
146
É claro que isso não quer dizer que imagens sejam essenciais nos itens, nem que a
especialidade deva estar necessariamente relacionada com elas. Ao contrário, a face
“especializada” nos itens é marcada, principalmente, por meio das estruturas linguísticas. No
caso do exemplo da Figura 49, as lexias “professor de física”, “força constante”, “superfície
plana”, “atrito”, “força”, “movimento”, “resistência do ar”, “velocidade”67, dentre outras
contribuem para indicar ao avaliando que esse é um texto cujo tema pertence à área de Física:
Figura 49: Item de física: texto de especialidade formado por estruturas linguísticas
Essas expressões sozinhas, no entanto, não são suficientes para justificar que o item seja
um texto. Elas contribuem para delimitar o seu conteúdo temático que, junto de outras
características, formam um texto de especialidade. Tomando como ponto de partida a frase “As
respostas de alguns alunos foram” imediatamente se pergunta: “Respostas em relação a quê?”.
Essa indagação, natural, é respondida no próprio item: trata-se das respostas de alunos, de uma
situação hipotética, que é apresentada logo no início do item: o movimento do bloco no
momento em que a força é cessada. Isso quer dizer que a frase “As respostas de alguns alunos
foram” não está “à deriva” no item, mas mantém relação de coesão e de coerência com o trecho
que a antecede. O mesmo se pode dizer a respeito do trecho que vem logo após a frase “As
respostas dos alunos foram”. O verbo “foram” serve para “apresentar” as respostas que existem
sobre a pergunta feita. Ao enunciar as frases de “Bernardo”, “Bruno”, “Lucas” e “Paulo”, o item
amarra novamente as informações em um processo coesivo que garante coerência. Aquilo que
cada um dos alunos disse corresponde exatamente à expressão “as respostas”, emitida no
comando.
Quanto ao comando do item “O aluno que respondeu corretamente o exemplo dado pelo
professor foi:”, a expressão “O aluno” remete a cada um dos citados no item: “Bernardo”,
67
Todas essas lexias, com exceção de “professor de física” são legitimadas como estruturas linguísticas
especializadas pelo Dicionário Houaiss de Física, (RODITI, 2005).
147
“Bruno”, “Lucas” e “Paulo”, tanto nas alternativas de resposta A), B), C) e D), quanto na
situação hipotética apresentada. Como se vê, as informações estão correlacionadas, em
processo coesivo, capaz de garantir que um conjunto de palavras não seja apenas um conjunto
de palavras, mas um todo significativo, coerente, ou seja, um texto.
Além da coesão e da coerência, fatores de textualidade apontados por Beaugrand e
Dressler (1981) e retomados por Hoffmann (1987), o item também é dotado de uma
intencionalidade muito marcada: avaliar. Não se usa o item com outra intenção além dessa.
Mesmo antes do momento de sua produção, esse propósito já está definido. Quando finalmente
é aplicado em um exame e um avaliando se coloca diante o item “marcando xis” em suas
escolhas de resposta, esse avaliando está mostrando que atribuiu sentido ao que leu, está
manifestando a aceitabilidade do texto. Esse fator de textualidade só é manifestado porque o
item apresenta informações teoricamente suficientes para que seja compreendido, ou seja, todo
item deve apresentar informatividade. Essa característica é perceptível por meio da análise das
estruturas (sejam elas linguísticas ou não) que compõem os itens. No item da Figura 48, por
exemplo, a imagem informa. Mas ela, sozinha, não é informação suficiente. Ela necessita de
outras informações: o trecho que a apresenta, o comando relacionado a ela, e as alternativas de
resposta. A informatividade, nesse exemplo, se constitui a partir de todas as informações dadas
no item, sejam elas linguísticas ou imagéticas.
Outro fator de textualidade que se observa nos itens é a situacionalidade. Como o item
é um texto de especialidade, essa situacionalidade é delimitada: trata-se do contexto avaliativo
propriamente dito. Como já dito neste capítulo, o item não é usado em outras situações que não
sejam especificamente avaliativas. Voltando ao exemplo da Figura 49, ao sair de casa para se
submeter a um exame, o avaliando tem em mente o que o espera. Ele não está indo para o local
marcado, com horário também marcado e muitas vezes cronometrado, para assistir à televisão,
ler revistas em quadrinhos ou jogar videogame. Ele tem consciência da situação de interação a
que irá se submeter. Logo, ele não deve esperar mais nada dessa situação que não seja o contato
com os itens. Por fim, a intertextualidade, fator de textualidade responsável pela alusão a
outros textos, também é claramente referido nos itens, principalmente na parte do item
denominada “texto de suporte”, como mostra o exemplo da Figura 50:
148
Figura 50: Item de Língua Portuguesa elaborado a partir do recurso da intertextualidade
Paulino et al. (1995), ao tratarem dos tipos de intertextualidade, dizem que “À retomada
explícita de um fragmento de texto no corpo de outro texto denomina-se citação.” Para as
autoras, “Trata-se, tradicionalmente, de um modo convencionado de marcar com aspas ou com
outros recursos gráficos a presença do texto do outro para o leitor” (p. 28). No item da Figura
50, não é apenas o uso das aspas que marca a citação (tipo de intertextualidade), mas a própria
apresentação do texto de suporte. A instrução “Leia o seguinte trecho de uma crônica:” é precisa
quanto a seu sentido. Há, adiante, um fragmento de um outro texto, chamado crônica, uma clara
referência a um intertexto. Além disso, a intertextualidade também é marcada pela referência
bibliográfica, entre parênteses, logo abaixo do texto de suporte. Essa é uma marca indicativa de
que o trecho não pertence ao autor do item, mas a outro autor. O trabalho feio aqui foi o de
“reaproveitamento” do texto de Rubem Braga para a elaboração de um novo texto, o qual se
conhece por item.
Finalmente, conforme Hoffmann (1988) argumenta, o texto de especialidade
frequentemente apresenta padronizações nos diferentes elementos da macroestrutura,
compreendidos como a segmentação das partes textuais. No caso dos itens, essa diferenciação
de elementos macroestruturais é essencial ao processo de produção de itens. O elaborador
precisa conhecer cada um desses elementos: texto de suporte, comando e alternativas de
resposta68 e saber que eles seguem uma “ordem” dentro da estrutura formal do item. O texto de
suporte, que pode vir antecedido de uma apresentação (Cf. Figura 50) encabeça o item. Logo
após o texto de suporte, há um comando, indicando a ação a ser feita no item. Por último, as
alternativas de resposta, marcadas pelas letras A), B), C) e D). Alterar a ordem desses elementos
da macroestrutura descaracteriza o item, afetando suas propriedades comunicativas.
68
A padronização desses elementos macroestruturais do item foi abordada no Capítulo 1.
149
Como resultado da produção escrita de especialistas, os itens são compostos por
estruturas linguísticas. A partir da próxima seção, as estruturas linguísticas dos itens do PAAE
passam a ser abordadas.
A lista com as trinta e uma palavras de maior frequência nos 4078 itens, resultado do
processamento eletrônico do corpus, apresenta dados sobre a categoria de “estruturas
linguísticas de “língua geral”’. Nesta lista, estão preposições, artigos, conjunções, advérbios, e
mesmo um verbo, reconhecidos como “palavras gramaticais”, confirmando a tendência de que,
em textos, esse tipo de estrutura é mais frequente que palavras lexicais. Na lista, há ocorrências
que não são representantes dessa categoria, como as estruturas que ocorrem em todos os itens,
a), b), c), d), responsáveis por enumerar as alternativas de resposta em todos os itens de múltipla
escolha. Elas ocorrem em todos os itens analisados no trabalho, e possivelmente não ocorrem
em nenhum outro gênero do discurso com a mesma função. São estruturas que tipificam o
gênero item de múltipla escolha, e não devem ser consideradas estruturas linguísticas de “língua
geral”:
Figura 51: Processamento de dados no AntConc: Comprovação do uso de 4078 itens do PAAE
de 17917 no 2979
e 10700 na 2637
em 4639 ao 1698
69
Para conferir o print do AntConc com essas 31 ocorrências, consultar a página 1 dos Anexos I.
70
Prints com exemplos de cada uma dessas ocorrências podem ser encontrados nos anexos, entre as páginas 2 e
28.
151
é 4262 como 1649
os 3427 à 1316
para 3010 - -
A fim de 23 Em relação ao 78
A partir de 64 Entre si 75
71
Organizadas em ordem alfabética. Prints com os exemplos dessas ocorrências podem ser encontrados nos
anexos, entre as páginas 29 e 47.
152
Dia a dia 23 Por meio de 72
É preciso 25 - -
Desenho Escravo
Artes Escultura História Império
Gravura República
Pintura Revolução
Bactérias Conjunção
Biologia Célula Língua Portuguesa Frase
Fungos Palavra
Plantas Verbo
Empírico Algarismo
Filosofia Ética Matemática Fração
Lógica Juros
Razão Soma
Fenômeno Fusão
Física Força Química Moléculas
72
Conforme mencionado no Capítulo 3, a disciplina de Ciências foi desconsiderada, porque nela há a interseção
de outras Ciências da Natureza, como Biologia, Física e Química, o que poderia tornar a análise redundante.
153
kWh Prótons
Potência Sódio
Cidade Economia
Geografia País Sociologia Grupo
Região Indivíduo
Urbano Social
(Fonte: Arquivo Pessoal.)
Arte moderna
Cadeia alimentar
Conhecimento científico
Energia elétrica
Calotas polares
Abolição da escravidão
Dois pontos
Média aritmética
154
Estado gasoso
Classe dominante
Definição:
“Desenho é qualquer representação gráfica – colorida ou não – de formas sobre uma superfície de duas dimensões.
Correlativo ao material empregado o desenho se realiza segundo os procedimentos, podendo ser divididos em meios secos –
lápis, grafite, carvão, craiom, lápis de cor, pastel, ponta de prata, desenho a tesoura, e meios úmidos – desenhos a tinta com
penas e pincéis. Os suportes, na elaboração dos desenhos, também são variados: papel, tecido, tela, pergaminho. O desenho
livre nem sempre é um fim em si – o desenho artístico – podendo ser tanto uma parte do processo artístico quanto mediação
para outro fim. Como parte do processo artístico o desenho recebe as denominações de estudo, esboço ou croquis. O esboço
ou croquis é um desenho rápido, normalmente feito à mão com a intenção de discutir determinadas idéias gráficas ou de
simplesmente registrá-las. Normalmente são os primeiros desenhos feitos dentro de um processo para se chegar a uma pintura
ou ilustração mais detalhada.”
(Glossário de Técnicas Artísticas. NAPEAD, UFRGS. Disponível em: https://www.ufrgs.br/napead/projetos/glossario-tecnicas-
artisticas/desenho.php. Acesso: 18/08/2018.)
Exemplos:
“C) por ser uma técnica que permite trabalhar plasticamente com a tinta, no desenho é possível observarem-se alguns
conceitos plásticos de massa, volume e densidade.”
“Essa imagem é um desenho anônimo cujo estilo aponta características do estilo de art nouveau.”
“O artista plástico mineiro Amílcar de Castro (1920-2002) utilizou várias técnicas em todo o seu trabalho. Escultura, gravura,
pintura e desenho são exemplos dessas técnicas.”
“O desenho é uma forma de expressão tradicional nas artes visuais, com registros em todos os períodos da história da arte”
“Um desenho que usa matemática e geometria, ou seja, que é exato denomina-se desenho”
155
ÁREA AVALIADA: ARTES ESTRUTURA: escultura
Definição:
“Técnica de representar objetos e seres através da criação e reprodução de formas tridimensionais. A escolha do material
implica na técnica a ser utilizada: (1) a cinzelação e o entalhe, quando de um bloco de material (mármore, granito, calcário,
madeira, marfim, âmbar), se retira o que excede a figura, utilizando ferramentas próprias; (2) a fundição, quando se verte
metal derretido (bronze, ouro, prata, ferro), em um molde feito com outros materiais; (3) a moldagem de materiais plásticos
(argila, gesso, cera, areia) ou com resinas, concreto armado ou plásticos; (4) corte, dobra e solda de chapas metálicas, etc.,
além do contemporâneo uso do raio laser, para alcançar a sensação de tridimensionalidade a que aspira à escultura. A história
da escultura, dividida em períodos e fases e caracterizada por estilos, começa na pré-história, com as primeiras representações
de seres humanos, e avança por toda a história da humanidade até o presente. Essa permanência deve-se aos variados
empregos e usos da escultura em imagens utilitárias, votivas, celebrativas, decorativas e artísticas.”
(Glossário de Técnicas Artísticas. NAPEAD, UFRGS. Disponível em: https://www.ufrgs.br/napead/projetos/glossario-tecnicas-
artisticas/escultura.php. Acesso: 18/08/2018.)
Exemplos:
“A escultura em madeira e pedra utiliza materiais”
“D) escultura possui uma composição simétrica.”
“Em busca da forma feminina perfeita, o monarca fez uma escultura magnífica e acabou se apaixonando por ela.”
“O Laocoonte foi atribuída a Agessandro, Polidoro e Atenodoro de Rodes. É uma escultura esculpida em mármore e
influenciou profundamente os artistas do Renascimento e do Maneirismo.”
“Sem título, de Amílcar de Castro, é uma escultura relacionada com o movimento”
Definição:
“Gravura é uma imagem impressa a partir de uma matriz. O material da matriz pode variar, sendo chamada
de xilogravura aquela que tem uma matriz em madeira, gravura em metal para as que têm uma placa de metal como
matriz, litografia para a que a imagem é criada sobre uma pedra e depois transferida para o suporte e, finalmente, a serigrafia,
técnica que se utiliza de uma tela preparada. Geralmente as várias cópias da imagem reproduzida são numeradas e levam a
assinatura do artista, compondo o que se chama de tiragem. A técnica mais antiga de gravura é a xilogravura, inventada como
um método de impressão sobre tecido na China e utilizada no Egito e no Império Bizantino. Sua popularização na Europa
deu-se a partir do século XV, devido ao barateamento do papel. A técnica da gravura em metal, que era parte da arte
dos ourives na Idade Média, só começou a ser utilizada como meio de reprodução de imagens no século XV. Em 1796, Alois
Senefelder descobriu as possibilidades da pedra calcária para fazer impressões e, após dois anos de experimentações,
desenvolveu a técnica da litografia. Embora existam registros de trabalhos utilizando estêncil na China, desde o século VIII,
a serigrafia só começa a ser utilizada por artistas na segunda metade do século XX.”
(Glossário de Técnicas Artísticas. NAPEAD, UFRGS. Disponível em: https://www.ufrgs.br/napead/projetos/glossario-tecnicas-
artisticas/gravura.php. Acesso: 18/08/2018.)
Exemplos:
“A gravura de Theodor de Bry, representando a chegada de Colombo ao novo mundo, apresenta algumas características
comuns à colonização da América Espanhola e da América Portuguesa, tais como a”
“À técnica de gravura que utiliza uma matriz de madeira dá-se o nome de”
“C) método de gravura feito numa matriz de metal, geralmente o cobre, para impressão.”
“D) uma gravura do artista, em que a sobreposição das formas dos animais, peixes e aves criam novas imagens e silhuetas.”
“Gravura em metal é uma modalidade de gravura de processo de impressão em relevo.”
156
óleo, pastel, têmpera. Maurice Denis definiu-a como “uma superfície plana coberta de cores reunidas segunda uma certa
ordem.”’
(CALADO, M.; SILVA, J. H. Pais da. Dicionário de Termos de Arte e Arquitetura. Lisboa: Editorial Presença. 2005. p 289.)
Exemplos:
“A aquarela é uma técnica de pintura. Uma das características que se relaciona a sua especificidade é”
“As imagens revelam que a pintura corporal de índios da tribo Xikrin é diferente da pintura dos índios da tribo Kadiwéu.”
“B) expressionista, pelo dinamismo improvisado e a pintura dramática.”
“Essa pintura, intitulada Noite Estrelada, de Vicent Van Gogh, é de 1843 e revela elementos característicos do
expressionismo, como:”
“Esse quadro indica que, em seu estilo de pintura, Hopper trabalhou com a ideia de”
Exemplos:
“A ilustração apresenta diversos tipos morfológicos de bactérias.”
“A) as bactérias são acelulares ou unicelulares.”
“A) bactérias presentes na flora vaginal.”
“As bactérias possuem diferentes formas, mas apresentam em comum a”
“Outros grupos testam formulações acrescentando probióticos (bactérias que ajudam o funcionamento do intestino)”
Exemplos:
“A ilustração mostra uma célula importante do tecido nervoso humano.”
“A) a célula como unidade formadora.”
“II. Existem seres vivos que são formados por uma única célula; e outros, por várias.”
“O fibroblasto é uma célula do tecido conjuntivo próprio que sintetiza grande quantidade de colágeno, sendo que a redução
dessa síntese é uma das responsáveis pelas rugas faciais que tanto preocupam as mulheres após os 40 anos.”
“Uma das principais características do ser vivo que possui esse tipo de célula é a”
157
ÁREA AVALIADA: Biologia ESTRUTURA: fungos
Definição:
“Organismos semelhantes a plantas, mas que não contêm clorofila, não realizam fotossíntese, e cuja parede celular é
constituída de quitina, como nos antrópodos. São saprófitos ou parasitas e se alimentam de material orgânico, como pão,
fezes, plantas ou animais mortos. Existem principalmente em condições de alta umidade e normalmente são multicelulares.
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil., 1999. P. 61.)
Exemplos:
“Isso é o que promete a biomineração, técnica que se aproveita da atividade metabólica de bactérias e fungos para coletar
metais.”
“O fermento biológico contém fungos que se alimentam do amido da massa produzindo álcool etílico e fazendo a massa
crescer.”
“Os fungos participam ativamente no processo do ciclo da matéria, e as cianobactérias são fundamentais no ciclo do
oxigênio.”
“Os fungos são organismos unicelulares, ou pluricelulares, com um grau de complexidade incapaz de diferenciar e agrupar
células em diferentes tipos de tecidos.”
“Um aluno indagou à professora, quando ela iniciaria o estudo da histologia dos fungos. Recebeu como resposta
que nunca fariam tal estudo.”
Definição:
“Organismos multicelulares capazes de realizar fotossíntese. As células vegetais são eucariotas, possuem uma parede celular
feita de celulose e contêm clorofila que absorve a energia luminosa necessária para a fotossíntese. O reino das plantas é
dividido em quatro grupos principais: briófitas, pteridófitas, coníferas e angiospermas. Algumas classificações incluem as
algas verdes (uni e multicelulares) como plantas.
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil., 1999. P.58.)
Exemplos:
“A nutrição das plantas serve como base para a nutrição dos animais?”
“D) sim, pois as plantas produzem a glicose, que os animais utilizam na respiração celular.”
“O milho é uma das plantas cultivadas há mais tempo pela humanidade.”
“Uma das maneiras do carbono retornar ao ambiente, na forma aproveitável pelas plantas, é através da liberação do”
O reino Protista foi criado pelos cientistas posteriormente aos reinos dos animais e das plantas.
Definição:
“(lat. empiricus, do gr. empeirikós: médico que confia apenas na experiência) 1. Qualificativo daquele que procede da
experiência imediata ou passada, sem estar preocupado com uma doutrina lógica. Por extensão, qualifica aquele que procede
por experiências sucessivas. 2. Designa tudo aquilo que constitui o campo do conhecimento antes de toda intervenção racional
e de toda sistematização lógica.”
(JAPIASSÚ, H. e MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. p. 61.)
158
Exemplos:
“B) um conhecimento empírico.”
“D) o objeto empírico no centro do conhecimento.”
“O conhecimento pode ser, além de outros tipos, empírico, isto é, derivado da experiência, ou pode ser também inteligível,
isto é, relativo à razão.”
“Quando se afirma que "esta flor é amarela", este conhecimento é empírico, pois não seria possível saber a cor da flor sem
a experiência sensível.”
“Trata-se de um saber oposto ao conhecimento científico, pois não é baseado em um método racional e empírico.”
Definição:
“Ciência que trata da moral, de sua origem o desenvolvimento, das regras e das normas de conduta dos homens, de seus
deveres para com a sociedade, a pátria, o Estado, etc.”
(VOCABULÁRIO DE TERMOS FILOSÓFICOS. Dicionário Marxista de filosofia. Disponível em:
http://www.consciencia.org/vocabulario-de-termos-filosoficos-dicionario-marxista-de-filosofia. Acesso: 21/08/2018.)
Exemplos:
“A ação humana é orientada pela ética e a nossa ação depende do contexto e da cultura em que vivemos.”
“Agir de maneira ética significa dizer agir de maneira correta.”
“Assim, agir de forma ética, além de ser agir de maneira correta, é”
“B) Ética é a ação que se define sem conflito e sem pressão, num contexto de paz”
“C) Só é possível agir com ética se conhecermos as normas vigentes na sociedade”
Definição:
“(lat. logica, do gr. logike, de logos: razão) I. Em um sentido amplo, a lógica é o estudo da estrutura e dos princípios relativos
à argumentação válida, sobretudo da inferência dedutiva e dos métodos de prova e demonstração. Ver argumento; dedução;
implicação”
(JAPIASSÚ, H. e MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. p. 120.)
Exemplos:
“Alguns estudantes de filosofia gostam de lógica, pois tem pessoas que gostam de lógica e todos os estudantes de filosofia
são pessoas.”
“Aristóteles estabeleceu sua lógica sobre alguns princípios, percebidos por intuição e que são anteriores a qualquer raciocínio,
devendo servir de base a toda argumentação científica.”
“B) De acordo com Popper, o princípio da indução não tem base lógica porque a verdade das premissas não garante a verdade
da conclusão.”
“Isso acontece porque a lógica lida com raciocínios e argumentos, e raciocínios e argumentos fazem parte de qualquer
reflexão filosófica, seja ela no campo da teoria do conhecimento, da ética, da filosofia política ou da estética.”
“Segundo Aristóteles, a lógica se divide em”
159
Exemplos:
“A) começa na experiência e termina na razão.”
“B) a razão e não a realidade no centro do conhecimento.”
“C) se orientando pelos valores nos quais acredita e isso não exclui a razão, mas a orientação é valorativa.”
“Se se afirma que o triângulo é uma figura que tem três lados, este conhecimento é inteligível, isto é, relativo à razão. Para
conhecer o quadrado, não são necessários os sentidos.”
“Segundo o empirismo, corrente filosófica que se opôs ao racionalismo e ao inatismo, a razão é uma "tábula rasa" ou uma
"folha em branco", onde nada foi escrito.”
Exemplos:
“A intensificação deste fenômeno está relacionada com alterações nas concentrações atmosféricas das substâncias”
“Basicamente, este fenômeno acontece, porque a atmosfera terrestre”
“Esse fenômeno é consequência do balanço energético entre absorção e emissão de energia radiante pelo nosso planeta e
pela retenção de calor devido ao aumento de certos gases na atmosfera.”
“Esse fenômeno se deve ao fato de que o aumento da quantidade desses elementos torna a atmosfera mais”
“O principal fenômeno relacionado com o tema da matéria é conhecido como”
Exemplos:
“A atmosfera terrestre pode ser definida como uma fina camada de gases presa à Terra pela força da atração gravitacional.”
“B) força da gravidade e 9,8 kgf.”
“No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de medida de energia é dada pelo produto da unidade de medida de força
e a unidade de medida de deslocamento e se chama:”
“Os planos inclinados de Galileu, segundo consta, foram utilizados por ele para o estudo da ação da força da gravidade em
corpos próximos à superfície da Terra.”
“Uma força é aplicada para mover um carrinho sobre um plano horizontal, a uma aceleração constante, até a velocidade
terminal de 10 m/s.”
160
Exemplos:
“Como é uma unidade pequena para medir o consumo de energia, é comum as empresas de energia elétrica emitirem o
consumo das contas em kWh (quilowatt-hora), e não em joule ou watt-hora.”
“Considere que o valor pago, nesta residência, pelo consumo de cada kWh é R$ 0,60. A economia feita, em reais, por esta
família no segundo mês foi de”
“Marcelo sabe que a leitura do relógio é em kWh e então previu que seu consumo mensal seria, aproximadamente, de”
“Sabe-se que o valor cobrado pela companhia elétrica é de R$ 0,45 por kWh consumido.”
“Se apenas o chuveiro dessa residência consome 60 kWh de energia por mês, o valor pago pelo uso desse equipamento é”
Exemplos:
“B) A potência do aquecedor 1 é o dobro da potência do aquecedor 2.”
“No meio científico, a unidade de potência é o ____________ e, no meio industrial, a unidade usada é o ______________,
ou então o _____________ .”
“Potência é a rapidez com a qual uma certa quantidade de energia é utilizada ou com que um trabalho é realizado.”
“Se a corrente elétrica i, que circula pela resistência do chuveiro, for diminuída pela metade, que potência será dissipada sob
a forma de calor?”
“Uma potência P é dissipada em forma de calor quando uma corrente elétrica i percorre a resistência de um chuveiro
elétrico.”
Definição:
“Adensamento de edificações e população não agrícola assentado sobre uma base física restrita onde a produção e o consumo
são intensos. É a forma correspondente ao processo de urbanização, o que a caracteriza também é o sedentarismo humano, a
complexa organização social advinda da intensa divisão do trabalho.”
(TEREZO, C. F. Novo dicionário de Geografia: termos e conceitos. 2.ed. São Paulo: Livro Pronto, 2008. p. 45.)
Exemplos:
“A cidade sofre com a inversão total de suas prioridades urbanísticas, concentrando recursos públicos em áreas nobres já
valorizadas, e abandonando ainda mais a já abandonada cidade informal, que hoje compreende cerca de 50% da população.”
“É exemplo de uma cidade com uma identidade "impressa" apropriada pelo turismo global:”
“I. A cidade hoje representa um grande desafio diante da chamada sustentabilidade ambiental, que transforma o ecossistema
urbano em um grave problema, devido aos obstáculos na efetivação dos meios de lidar com a dinâmica de sua evolução e
com os impactos no ambiente urbano e de seu entorno.”
“IV. A vida na cidade é melhor, por apresentar mais opções que na área rural.”
“O que assegura a essa cidade um papel de comando no Brasil é o fato de ela ser uma metrópole terciária, de serviços.”
161
ÁREA AVALIADA: Geografia ESTRUTURA: país
Definição:
“Unidade territorial, ocupada por uma população, diferenciada das demais por se constituir em uma realidade geográfica e
histórica própria.”
(GIOVANNETTI, G. e LACERDA, M. Dicionário de Geografia: termos, expressões, conceitos. São Paulo: Melhoramentos, 1996. p. 153.)
Exemplos:
“A razão que impede uma reforma agrária efetiva no país é:”
“Ao longo da década de 2000, nenhum país se destacou tanto no ramo de terceirização como a Índia.”
“D) por uma transnacional para trabalhar em outro país do mundo.”
“III. O principal pólo tecnológico do país é a Zona Franca de Manaus, devido à presença de várias incubadoras tecnológicas.”
“Um importante crescimento é identificado também nas três metrópoles mais importantes do país - São Paulo, Rio de Janeiro
e Brasília -, vinculado tanto a funções do governo como ao dinamismo da indústria, do comércio e dos serviços, sobretudo
das atividades ligadas à informação.”
Definição:
“Área da superfície terrestre que apresenta características naturais (geomorfologia, vegetação, clima, entre outras presentes
em uma região natural) e humanas (históricas, culturais, econômicas, políticas, sociais, entre outras) que a diferenciam das
demais áreas ou regiões vizinhas e configuram uma relativa unidade ou identidade interna.”
(GIOVANNETTI, G. e LACERDA, M. Dicionário de Geografia: termos, expressões, conceitos. São Paulo: Melhoramentos, 1996. p. 179s.)
Exemplos:
“A) o centro de Belo Horizonte à região do Barreiro.”
“B) a região Centro-Oeste é a região que tem a maior área média dos estabelecimentos rurais empresariais.”
“C) A região amazônica, após a criação da Sudam, recebeu intenso controle pelo Estado brasileiro, o que possibilitou uma
ocupação mais racional desse território.”
“Os principais impactos na região são:”
“Uma extensa região urbanizada, pluripolarizada por metrópoles conturbadas pertencentes a três estados, Rio de Janeiro,
São Paulo e Minas Gerais, vem se delineando no espaço brasileiro nas últimas décadas.”
Definição:
“Relativo à cidade; pertencente à cidade, citadino; que se encontra dentro de uma cidade.”
(GIOVANNETTI, G. e LACERDA, M. Dicionário de Geografia: termos, expressões, conceitos. São Paulo: Melhoramentos, 1996. p. 215.)
Exemplos:
“( ) Ausência de planejamento urbano favorecendo a ocorrência de desabamentos de encostas.”
“B) um menor caos urbano nessas cidades de médio porte e a uma boa infraestrutura de serviços básicos.”
“Essa conformação espacial de intenso desenvolvimento urbano exemplifica uma das mais importantes e maiores
aglomerações urbanas do século XXI denominadas de”
“I. A cidade hoje representa um grande desafio diante da chamada sustentabilidade ambiental, que transforma o ecossistema
urbano em um grave problema, devido aos obstáculos na efetivação dos meios de lidar com a dinâmica de sua evolução e
com os impactos no ambiente urbano e de seu entorno.”
162
“Nas mudanças de vida ocorridas em função do crescimento urbano surgem os equipamentos que contribuem para a
descentralização das atividades econômicas e contribuem para o processo de decadência das áreas centrais das metrópoles,
tais como”
Exemplos:
“B) Um escravo que morava em um quilombo, comunidade formada por escravos fugidos.”
“C) Um escravo que não se submetia ao trabalho e era agressivo com os brancos.”
“Esse texto apresenta um anúncio para a captura de um escravo fugido e foi publicado num jornal brasileiro no século XIX.”
“Eu não quero ser escravo, não quero mais ter senhor”
“Nesse trecho, Debret mostra que o escravo na sociedade colonial ocupava”
Exemplos:
“A conquista de terras na América contribuiu para o fortalecimento do império espanhol porque”
“Da análise do texto, infere-se que a tentativa de conciliar poder central e poder provincial durante o império expressa uma
característica”
“Do ponto de vista político, o esgotamento do Império pode ser percebido pela crescente manifestação de repúdio de”
“Essa união promoveu o absolutismo espanhol, e levou à formação de um grande império entre os séculos XV e XVI.”
“Essas imagens demonstram que a escravidão no Império”
Exemplos:
“A charge reproduzida foi publicada no jornal O Malho, do Rio de Janeiro, nos primeiros anos da República, que se inspirava
em princípios políticos do liberalismo, tais como a liberdade e a igualdade entre todos os homens.”
“A república é uma forma de governo que enfatiza dois aspectos da organização do Estado e do poder político.”
“A) abolição da escravidão, emancipação da capitania, criação de uma república com voto universal.”
“B) o Brasil, nos primeiros cinco anos da República, foi governado por representantes de D. Pedro II, responsáveis por
fazer a transição do Império para a República.”
“D) um enaltecimento à República, como um regime que garantia igualdade e justiça social.”
163
ÁREA AVALIADA: História ESTRUTURA: revolução
Definição:
“Palavra muito utilizada pela historiografia, revolução é uma das poucas categorias das Ciências Sociais cujo significado não
é controvertido. O problema, quando existe, está no emprego político do termo, pois revolução é às vezes utilizada com o
sentido de golpe ou reforma. Primeiro, vamos definir uma revolução como um processo de mudança das estruturas sociais.
A palavra surgiu durante o Renascimento como referência ao movimento dos corpos celestes, ganhando um significado
político apenas no século xvii, com a Revolução Inglesa. Nesse período, revolução significava retorno à ordem política
anterior que tinha sido alterada por turbulências. Assim, naquele momento, a Revolução Inglesa não foi entendida como a
guerra civil e a ascensão de Cromwell, mas a volta à monarquia. Somente com a Revolução Francesa o termo ganhou o
significado que tem hoje: o de uma mudança estrutural, convulsiva e insurrecional.”
(SILVA, K. V. e SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009. P. 362.)
Exemplos:
“A palavra Revolução é aplicada à industrialização da produção de mercadorias ocorridas na Inglaterra do século XVIII.”
“A Revolução Francesa não deve ser considerada apenas como uma revolução burguesa. Embora esta tenha sido a ideologia
e a sua forma dominante, ela foi o produto da confluência de quatro movimentos distintos: uma revolução aristocrática
(1787-1789), uma revolução burguesa (1789-1799), uma revolução camponesa (1789- 1793) e uma revolução do
proletariado urbano (1792-1794).”
“B) na revolução de ideias liberais.”
“Essa elite agrária, no momento das decisões cruciais, viu-se frente a frente com um único problema realmente grave: o de
como evitar que uma revolução colonial abrisse brechas perigosas que pudessem evoluir para uma indesejada revolução
social.”
“O poderoso e magnífico povo baiense republicano desta Cidade da Bahia Republicana considerando os muitos e repetidos
latrocínios feitos com os títulos de imposturas, tributos e direitos que são cobrados por ordem da Rainha de Lisboa e no que
respeita a inutilidade da escravidão do mesmo povo tão sagrado e digno de ser livre, com respeito à liberdade e igualdade
ordena, manda e quer que para o futuro seja feita nesta cidade e seu termo a sua revolução para que seja exterminado para
sempre o péssimo jugo reinável da Europa.”
Definição:
“Representação mental que uma forma linguística evoca. De acordo com as funções fundamentais da linguagem, a
significação global de uma forma linguística compreende a denotação, que é uma simbolização intelectiva do ambiente bio-
social, estruturado na linguagem, e a conotação, por meio da qual funcionam o apelo e a manifestação psíquica”.
(CÂMARA Jr. J. M. Dicionário de linguística e gramática. 13.ed. Petrópolis: Vozes, 1986. P. 218.)
Exemplos:
“Ainda não existiam movimentos que retratavam exatamente o fundamento, o significado na íntegra da cultura da qual esse
movimento advém.”
“Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal.”
“É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e o significado para dizer o que
quer, dar sentimento às coisas, fazer sentido.”
“Esse leitor é aquele que não integra o significado de um texto apresentado na forma escrita.”
“O significado dicionarístico de procrastinar é "transferir para outro dia, delongar; adiar; demorar; deixar para amanhã."’
164
Definição:
“Vocábulos gramaticais que, como conectivos, estabelecem – a) uma coordenação entre duas palavras, dois membros de
oração ou duas orações (conjunções coordenativas), b) uma subordinação entre duas orações, que constituem um sintagma
oracional, em que uma, determinante, fica subordinada à outra, principal, como determinado.”
(CÂMARA Jr. J. M. Dicionário de linguística e gramática. 13.ed. Petrópolis: Vozes, 1986. P. 81.)
Exemplos:
“A) a conjunção “mas” equivale a entretanto e mais equivale a contudo.”
“A) a conjunção temporal “depois”.”
“C) retirar a conjunção “conforme” e acrescentar a conjunção “porque”.”
“D) retirar a conjunção “conforme” e acrescentar a conjunção “entretanto”.”
“No trecho, o uso constante de vírgulas e a repetição da conjunção “e” evidenciam uma estratégia de”
Exemplos:
“A frase de para-choque que tem seu sentido relacionado com a profissão de motorista de caminhão é a”
“A frase que apresenta uma ideia comprovada no texto é”
“B) eliminar totalmente a frase "Mesmo assim, a serotonina está em festa", por ser inadequada.”
“C) Incluir o pronome "você" na frase "Quanto quer pelo pôr do sol?".”
“Que frase deixa clara a desaprovação do enunciador sobre o trabalho de crianças e adolescentes?”
Exemplos:
“A palavra "fantasmas" presente no título desse texto tem a função de caracterizar as”
“A palavra "turma" foi repetida no texto para”
“Mas se eu pudesse pressionar contra o meu coração o seu, puro e delicado, guardaria em silêncio e não deixaria escapar nem
uma só palavra.”
“No texto, a palavra negritada é utilizada para representar”
“O nome basset vem da palavra francesa "bas" que significa "baixo" ou "anão"’
Definição:
“Classe de palavras que se opõem aos nomes pela natureza dos seus semantemas: indicam os processos, que se trate de ações,
de estado ou da passagem de um estado a outro.”
(CÂMARA Jr. J. M. Dicionário de linguística e gramática. 13.ed. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 239.)
165
Exemplos:
“A) eliminar o verbo ‘escutar’, pois, no texto, ouvir e escutar são palavras sinônimas.”
“Ao usar o verbo ‘poder’ nos trechos destacados, o autor expressa”
“As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção, pronome, numeral, artigo e
preposição.”
“C) duplo sentido do verbo "tomar" que é entendido como "utilizar" ou como "beber".”
“O verbo em negrito está no pretérito mais-que-perfeito para indicar que a”
Exemplos:
“Marcos programou seu computador para escrever todos os números entre 1 000 e 9 999, de modo que a diferença entre o
algarismo das unidades de milhar e o algarismo das unidades fosse igual a 7.”
“O algarismo das dezenas é a soma do algarismo das unidades com o das centenas.”
“O algarismo das unidades é o dobro do algarismo das centenas.”
“Quantos números de dois algarismos podemos formar sabendo-se que o primeiro algarismo só pode ser 8 ou 9 e o segundo
algarismo só pode ser 1, 2, 3 ou 4?”
“Quantos são os números naturais, de três algarismos diferentes, que têm o segundo algarismo igual ao dobro do primeiro e
o terceiro algarismo igual ao triplo do primeiro?”
Exemplos:
“Qual fração representa o total de cobaias que participaram da experiência Beta?”
“Qual é a fração da área do retângulo que representa a área da região sombreada?”
“Qual é o número que devemos somar ao numerador e subtrair do denominador da fração para transformá-la em sua inversa?”
“Um estacionamento cobra R$ 6,00 pela primeira hora e R$ 3,50 a cada hora ou fração da hora.”
“Usando os números de todos os cartões, um número decimal maior que a fração é”
Definição:
“Montante de dinheiro extra, pago em retorno por utilizar o dinheiro de outra pessoa”.
(TAPSON, F. Dicionário Oxford de matemática essencial. São Paulo: Oxford University Press do Brasil, 2012. p.36.)
Exemplos:
“6 prestações com 10% de juros.”
166
“C) em 3 parcelas sem juros, cada prestação é menor R$ 300,00.”
“C) pelo parcelamento em até 5 vezes sem entrada, ela pagará R$ 35,00 de juros.”
“O banco do qual João é correntista reduziu a taxa de juros de 15,00% para 12,75%. João irá pagar taxa de juros com redução
de”
“Só que, assim, ele fica devendo e paga juros por isso.”
Definição:
“Qualquer procedimento em aritmética necessário para resolver um problema, ou processo de adição de números específicos,
ou o resultado de uma adição.”
(TAPSON, F. Dicionário Oxford de matemática essencial. São Paulo: Oxford University Press do Brasil, 2012. p.36.)
Exemplos:
“A soma dos valores absolutos dos meus algarismos é 18.”
“As sentenças: "o quadrado da soma de dois números x e y" e "o triplo da diferença entre dois números x e y" devem ser
representadas na forma algébrica por”
“I. A soma do número de carros vendidos nos meses de junho e julho foi maior que a soma do número de carros vendidos
em abril e maio.”
“III. A soma dos espectadores de ambos os estádios superou em 1000 a capacidade do estádio B.”
“O algarismo das dezenas é a soma do algarismo das unidades com o das centenas.”
Definição:
“Partícula subatômica carregada positivamente e encontrada no núcleo do átomo. Tem massa praticamente igual à do nêutron,
mas aproximadamente 1 840 vezes maior que a de um elétron. Sua carga é igual, em termos absolutos, à de um elétron, mas
oposta.”
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. p.118.)
Exemplos:
“A) aceptor de elétrons; prótons.”
“C) ao ganho de dois prótons pelo átomo de cobre.”
“No quadro estão representadas as quantidades de prótons, elétrons e nêutrons de cinco espécies químicas.”
“Os materiais são constituídos de átomos, que são formados por partículas menores, entre elas prótons, nêutrons e elétrons.”
“Os números de prótons e elétrons do íon 19F-9 são, respectivamente,”
Definição:
“Elemento químico de símbolo Na; tem número atômico 11 e massa atômica igual a 23. É um metal alcalino, sólido, de
coloração branca. Foi isolado pela 1ª vez em 1807. É muito abundante na natureza, encontrado no sal marinho e no mineral
halita.”
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. p.52.)
Exemplos:
167
“A concentração de sódio nesse adoçante, em g × L-1, é”
“A) a concentração de sódio na água de coco é aproximadamente 0,0012 g/L.”
“C) ao ingerir 1,0 L de água de coco estamos consumindo 24 mg de sódio.”
“II. Cada gota (0,05 mL) contém 0,70 mg de sódio; 4 gotas equivalem ao dulçor de 1 colher de chá de açúcar.”
“Qual a massa de sódio ingerida por uma pessoa ao consumir 400 mL deste suco?”
Definição:
“Unidade fundamental em um composto químico. Consiste em um grupo de átomos que estão em proporções fixas e que são
mantidos unidos por ligações químicas. Todas as moléculas são representadas por uma fórmula química. Muitas contêm
átomos de mais de um elemento químico e são chamadas de compostos químicos.”
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. P.36.)
Exemplos:
“A) a agitação térmica das moléculas em I é maior que em II.”
“B) as moléculas de água são responsáveis pela condução da corrente elétrica.”
“Para que uma substância solúvel (um soluto) se dissolva num líquido como o álcool (um solvente), as moléculas do solvente
precisam cercar cada molécula do soluto (dissolvendo-o).”
“As moléculas de álcool são menos numerosas do que as de água, numa proporção de cerca de 200 moléculas de água para
1 mólecula de álcool.”
“C) as moléculas apresentam maior velocidade média em II.”
Definição:
“Mudança do estado sólido para líquido, normalmente causada por aquecimento. Quando um sólido é aquecido, as partículas
ganham energia e se movem mais. Elas permanecem em constato, mas com força de atração mais fraca, e por isso deixam
de ocupar posições fixas, e o material se torna líquido.”
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. P.206.)
Exemplos:
“A) bromo é sólido à temperatura ambiente, porque sua temperatura de fusão tem valor negativo.”
“C) sofre fusão ao se acender a vela, porque a temperatura aumenta.”
“D) iodo apresenta a maior temperatura de fusão, porque suas moléculas são as de maior tamanho.”
“O quadro apresenta os valores para as temperaturas de fusão e ebulição de algumas substâncias.”
“Registros de temperaturas de fusão e de ebulição, como o demonstrado abaixo, são ferramentas muito úteis nesses casos.”
Definição:
“Ciência que estuda as questões relativas à produção, armazenamento, comercialização e distribuição de bens voltados para
a satisfação das necessidades humanas, à priorização na aplicação de recursos, ao controle da moeda e das contas públicas,
entre outras.”
168
(SILVA, L. E. T. Dicionário básico de sociologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 1980. P. 56.)
Exemplos:
“C) intensificações e fortalecimentos da economia globalizada na última década.”
“C) Maior abertura comercial, privatizações e menor interferência do estado na economia”
“D) pelo predomínio de uma economia basicamente agrária.”
“Numa economia organizada e globalizada como a nossa, de maneira geral, os índices adquirem grande importância como
elementos capazes de medir características presumidamente presentes em diferentes agrupamentos sociais e populações.”
“O neoliberalismo é um conjunto de ideias acerca do funcionamento da economia e do papel que o estado deve exercer na
sociedade.”
Definição:
“Organizações variadas, geralmente divididas em duas categorias: as que defendem interesses profissionais e as que
defendem uma ideologia ou ideal, cujo objetivo é a defesa de uma causa junto às autoridades políticas ou administrativas.”
(SILVA, L. E. T. Dicionário básico de sociologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 1980. p. 78.)
Exemplos:
“As 'tribos' prometem, de certo modo, singularização e pertencimento: cada membro é diferente dos que não fazem parte do
seu grupo e ao mesmo tempo é 'igual' aos outros membros dessa tribo.”
“C) primária, composta por um grupo pequeno que mantém interação face a face.”
“D) elas são criadas para atender as necessidades de um determinado grupo e defender suas ideias em relação ao conjunto
da sociedade.”
“É na vida em grupo que os indivíduos da espécie humana se tornam realmente humanos.”
“Quanto menor o grupo maior a proximidade e a interação entre os seus membros.”
Definição:
“Cada pessoa que, de maneira isolada, está inserida em um ambiente social, tais como uma comunidade, uma sociedade ou
coletividade. Sendo assim, um indivíduo é todo elemento da espécie humana. É aquele que tem identidade própria que o faz
diferente de todos os outros.”
(SILVA, L. E. T. Dicionário básico de sociologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 1980. P. 112.)
Exemplos:
“A) a escola, pois define posições econômicas do indivíduo no futuro.”
“A) confirma a condição de cidadão condicionada à classe social a qual o indivíduo pertence.”
“B) a origem social do indivíduo é o fator fundamental para a sua inserção no conjunto de direitos atribuídos pela sociedade
a seus membros.”
“Indivíduo ou grupo que resiste constantemente às normas estabelecidas é denominado”
“O preconceito consiste em uma atitude, ideia, pensamento ou opinião desfavorável que um indivíduo ou grupo demonstra
de maneira emotiva com relação a outros indivíduos ou grupos.”
Exemplos:
“A) A dominação carismática é aquela que deriva de uma posição social reconhecida, há muito tempo, por uma determinada
coletividade.”
169
“O Estado é, portanto, a nação com um governo, sendo uma instituição social permanente.”
“O fato social descrito no texto, o aumento da obesidade, está relacionado a uma mudança no comportamento social.”
“Para Émile Durkheim, o crime é um fato social porque:”
“Para Karl Marx, a ordem social na sociedade capitalista é um problema, pois o fundamento desta forma social é o conflito
de interesses entre os elementos que compõem sua estrutura social.”
Os prints com ocorrências em Artes podem ser encontrados entre as páginas 83 e 85 dos
Anexos I.
Definição:
“Criação humana com objetivo simbólico, belo ou de representação de um conceito determinado. Como exemplo, há as
esculturas, pinturas, poemas, arquitetura, filme, música, etc.”
(CIPOLLA, M. B. Dicionário Oxford de Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 382.)
Exemplos:
“Alguns círculos é uma pintura de Kandinsky, o primeiro artista a reconhecer, na obra de arte, uma forma externa de
expressar a necessidade interna estética.”
Definição:
“Termo moderno, mas impreciso, que engloba um conjunto alargado de disciplinas artísticas de várias subcategorias. A
amplitude do seu âmbito dificulta qualquer tentativa de definição estanque. Algumas das suas disciplinas são: Desenho,
Pintura, Gravura, Escultura, Assemblage, Colagem, Instalação, Happening, Performance, Fotografia, Videoarte,
Animação, Land Art, Graffiti, Web Art.”
(MARQUES, E. (coord). Educação estética e artística. República Portuguesa: Fundação Calouste Gulberkian. Disponível em:
http://educacaoartistica.dge.mec.pt/artes-visuais-glossario.html. Acesso: 30/07/2018.)
Exemplos:
“Caracterizou-se pela mescla de diferentes artes, primordialmente das artes visuais, mas também da música e literatura.”
“Dentro das artes visuais, o ladrilho pintado especialmente por Portinari insere-se na especialidade”
“Nas Artes Visuais a ilustração pode ser representada por um desenho.”
“O desenho é uma forma de expressão tradicional nas artes visuais, com registros em todos os períodos da história da arte.”
“Quando se lida com as formas em artes visuais convive-se habitualmente com as relações entre a superfície, o espaço, o
volume, as linhas, as texturas, as cores, a luz.”
170
ÁREA AVALIADA: Artes ESTRUTURA: cores primárias
Definição:
“As cores primárias aditivas (cor-luz) são aquelas que dão origem a todas as outras cores. Qualquer matiz de cor-luz pode
ser obtido misturando as quantidades adequadas dos matizes vermelho, azul e verde. Se as ondas luminosas correspondentes
às cores primárias aditivas forem combinadas com intensidades iguais, obtém-se a sensação de luz branca. As cores primárias
subtrativas ou cores pigmento primárias (cor-pigmento), também conhecidas por “cores fundamentais” são aquelas que não
podem ser obtidas a partir da mistura de outras cores. São o vermelho, o amarelo e o azul e podem ser misturadas em
quantidades variáveis para obter quase todas os matizes. Se as três cores pigmento primárias forem misturadas em
quantidades iguais, teoricamente resultará o preto.”
(MARQUES, E. (coord). Educação estética e artística. República Portuguesa: Fundação Calouste Gulberkian. Disponível em:
http://educacaoartistica.dge.mec.pt/artes-visuais-glossario.html. Acesso: 30/07/2018.)
Exemplos:
“As cores primárias são denominadas cores”
“B) Cores primárias e variações da forma do quadrado.”
“D) variadas do retângulo e as cores primárias.”
“No estudo de Teoria da Cor, temos itens de estudo sobre cores primárias, secundárias, terciárias, complementares, matizes
e tons, entre outros.”
“No grupo de cor luz ou no de cor pigmento, as cores primárias se fazem presentes, combinadas entre si, e formam todas
as outras cores.”
Definição:
“Designação de expressões artísticas que surgiram no final do século XIX em oposição às formas clássicas:
romantismo e realismo. Nessas expressões estão inclusas as esculturas, pintoras, literaturas, arquitetura, música
e fotografia.”
(MOUTINHO, S.; PRADO, R. e LONDRES, R. Dicionário de artes decorativas e decorações de interiores. Rio de Janeiro: Lexikon, 2005.
p. 30.)
Exemplos:
“A defesa do popular traduz uma atitude artística contrária ao hermetismo da arte moderna.”
“C) na França, onde se encontrava a mais densa literatura sobre a tradição da arquitetura da Europa, que passa a ser
influenciada pela arte moderna.”
“D) temáticas que expressam apenas tragédias dentro da arte moderna.”
“Mondrian ficou famoso pelo uso das linhas retas em seus trabalhos que marcaram a arte moderna. Nessa sequência, há
quatro trabalhos de fases diferentes do pintor.”
“Na primeira metade do século XX, a arte moderna começa a nascer frente a uma série de rupturas com a tradição do
passado.”
Definição:
171
“Sistema vivo, por exemplo, um animal, uma planta ou um microrganismo. Todos os seres vivos são constituídos de uma ou
mais células e possuem os seguintes processos de vida: movimento, reprodução, sensibilidade, crescimento, respiração
celular, excreção e nutrição.”
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. p. 46.)
Exemplos:
“A) a energia é absorvida pelos seres vivos anteriores ao ser humano na cadeia.”
“Associe as duas colunas, relacionando os nomes de processos através dos quais materiais presentes no meio são incorporados
aos seres vivos aos nomes de alguns seres vivos e da atividade exercida por eles.”
“Nesses cinco reinos, os critérios utilizados para classificar os seres vivos foram o”
“Os seres vivos que causam essas doenças pertencem, respectivamente, aos reinos”
“Os seres vivos também liberam esse gás, quando realizam o processo de obtenção de energia, no qual ocorre a quebra da
molécula de glicose, havendo, ou não, a utilização do oxigênio para a sua finalização.”
Definição:
“Seres vivos, como as plantas, que produzem seus próprios alimentos à custa de energia solar, do CO2 do ar e da água do
solo. Palavra originada do grego autos = próprio + trophos = nutrir.”
(ARAGUAIA, M. Glossário de Biologia Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/biologia/glossario-biologia.htm.
Acesso em 28/08/2018.)
Exemplos:
“A biomassa dos seres autótrofos está diretamente relacionada com a absorção de”
“A figura, a seguir, esquematiza o processo de fotossíntese executado pelos seres autótrofos.”
“C) por seres autótrofos para continuar produzindo oxigênio.”
“Esse gás, além de ser resultante de processos antrópicos como as queimadas, também é liberado como produto final de
reações de obtenção de energia realizadas, tanto por seres autótrofos, como heterótrofos.”
“II. A fotossíntese surgiu depois da respiração através das atividades dos seres autótrofos.”
Definição:
“Transferência de energia alimentar que existe no ambiente natural, numa sequência na qual alguns organismos consomem
e outros são consumidores. Essas cadeias são responsáveis pelo equilíbrio natural das comunidades e o seu rompimento pode
trazer consequências drásticas, como é o caso quando da eliminação de predadores de insetos. Esses podem proliferar
rapidamente e transformar-se em pragas nocivas à economia humana. A cadeia alimentar é formada por diferentes níveis
tróficos (trophe = nutrição). A energia necessária ao funcionamento dos ecossistemas é proveniente do sol e é captada pelos
organismos clorofilados (autótrofos), que por produzirem alimento são chamados produtores (1º nível trófico). Estes servem
de alimento aos consumidores primários (2º nível trófico ou herbívoros), que servem de alimento aos consumidores
secundários (3º nível trófico) que servem de alimento aos consumidores terciários (4º nível trófico) e assim sucessivamente.
Todos os organismos, ao morrerem, sofrem a ação dos saprófagos (sapros = morto, em decomposição; phagos = devorador),
que constituem o nível trófico dos decompositores.”
(ARAGUAIA, M. Glossário de Biologia Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/biologia/glossario-biologia.htm.
Acesso em 28/08/2018.)
Exemplos:
“A energia e os materiais são transferidos de um organismo para outro ao longo de uma cadeia alimentar.”
“A ilustração representa uma cadeia alimentar, em que o Sol é a fonte primária de energia.”
“Em termos quantitativos, a cadeia alimentar só é viável se a energia fornecida for”
“Esse esquema assemelha-se ao de uma cadeia alimentar, pois uma fonte primária de energia atua no funcionamento de
diversos componentes.”
172
“III. Quanto mais distante um consumidor encontrar-se, na cadeia alimentar, do produtor, menor será a energia disponível.”
Definição:
“Organização dos organismos vivos em grupos que refletem seu parentesco evolutivo. Os mais abrangentes são chamados
de reino. Os reinos são subdivididos em filos, os quais são divididos em classes, que são subdivididas em ordens, que se
dividem em famílias. Cada organismo pertence a uma espécie. Cada espécie pertence a um gênero, e cada gênero, a uma
família.”
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. P. 60.)
Exemplos:
“A classificação dos seres vivos é feita levando-se em conta a hierarquia das categorias taxonômicas.”
“A imagem retrata a árvore evolutiva para a classificação dos seres vivos em cinco reinos.”
“As ilustrações a seguir representam as modificações na classificação dos seres vivos de acordo com alguns estudiosos.”
“O esquema representa o sistema de classificação dos seres vivos em reinos.”
“O estudioso que se utilizou de características mais específicas para estabelecer a classificação dos seres vivos foi”
Definição:
“Kant destaca o caráter racional do ser humano que o diferencia de todas as outras coisas (incluindo os animais não-humanos),
por disporem de desejos e objetivos autoconscientes. Em outras palavras, os seres humanos são agentes racionais, ou seja,
agentes livres capazes de tomar suas próprias decisões, estabelecer seus próprios objetivos e guiar suas condutas por meio da
razão.”
(RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral. Trad. Roberto Cavallari Filho. São Paulo: Manole, 2006.)
Exemplos:
“A concepção platônica da constituição do ser humano é, portanto,”
“A outra afirma que o ser humano originou-se de um ramo da família dos primatas.”
“Considerando a natureza biológica do ser humano, este é um ser”
“De acordo com a filosofia de Platão, a identidade do ser humano existe como modelo universal, no Mundo das Ideias.”
“De acordo com Platão, o maior pensador grego da Antiguidade, o ser humano é uma alma imortal encerrada em um corpo
perecível, mortal e inconstante.”
Exemplos:
“A) um conhecimento científico.”
“Com relação ao processo de formulação do conhecimento científico, ele pode ser definido de maneira diferente.”
173
“D) supremacia do conhecimento científico sobre os demais tipos.”
“Trata-se de um saber oposto ao conhecimento científico, pois não é baseado em um método racional e empírico.”
Exemplos:
“A) juízo de fato e juízo de valor, respectivamente.”
“B) “Estas flores são sadias”: juízos de realidade; “são belas”: juízo de valor.”
“C) juízo de valor e juízo de fato, respectivamente.”
“Quando alguém diz que algo é assim, mas deveria ser de outro jeito, isso indica a capacidade de juízo de valor e capacidade
de valoração moral das coisas.”
“Se ela diz também que a bola deveria se preta e branca, quer dizer que esta pessoa é também capaz de fazer um juízo de
valor.”
Exemplos:
“A Filosofia se caracteriza por buscar um tipo específico de conhecimento que, diferentemente do senso comum, é
organizado e procura ser rigoroso e verdadeiro.”
“C) insignificância do conhecimento vulgar ou do senso comum”
“D) no senso comum.”
“D) senso comum.”
“Os quatro tipos de conhecimento: Filosófico, Teleológico, Científico e Vulgar ou do Senso Comum não se encontram em
etapas separadas de forma horizontal, hierarquizadas e progressivamente superpostas.”
174
(CARDOSO, F. C. e CICOTTE, J. F. S. Sinalizando a Física: Vocabulário de eletricidade e magnetismo. Universidade Federal de Mato
Grosso, FAPEMAT, 2010. P. 85.)
Exemplos:
“A) registrada em quilowatt-hora (kwh) nas contas de luz de nossas residências ao consumir a energia elétrica.”
“O gráfico mostra a oferta interna de energia elétrica, no Brasil, atualmente, por fonte de energia utilizada para sua geração.”
“O homem já consegue utilizar a energia dos ventos, ou seja, do ar em movimento para gerar energia elétrica.”
“Pode-se observar que o Brasil apresenta uma matriz de geração de energia elétrica de origem predominantemente”
“Preocupado com os gastos de sua família com energia elétrica, Eduardo resolveu trocar todas as 10 (dez) lâmpadas
incandescentes de 60W de sua casa por lâmpadas eletrônicas de 15W cada, uma vez que o efeito de iluminação conseguido
por essas novas lâmpadas é equivalente ao efeito de iluminação conseguido pelas lâmpadas incandescentes antigas.”
Exemplos:
“O Sol emite ondas eletromagnéticas a partir de uma série de reações nucleares que ocorrem em seu interior.”
“Alunos discutem sobre o significado de ondas mecânicas e ondas eletromagnéticas e fazem as afirmativas seguintes:”
“Da grande variedade de ondas eletromagnéticas nas quais estamos mergulhados, a radiação solar é a maior e a mais
importante, pois a vida dos seres humanos e de grande parte das plantas depende do calor e da luz que dela recebemos.”
“Existem também outros tipos de ondas eletromagnéticas, que, produzidas pelo ser humano, nos são bastante úteis.”
“Com relação às ondas eletromagnéticas, as estufas apresentam um comportamento semelhante ao da atmosfera, quando”
Exemplos:
“B) não permite a entrada dos raios ultravioletas oriundos do Sol e impede, parcialmente, devido à presença de certos
gases como o CO2, a dissipação térmica por radiação infravermelha.”
“C) transparente à radiação infravermelha proveniente da superfície terrestre.”
“C) um aumento da taxa de emissão da radiação infravermelha para o espaço.”
“Esses gases absorvem parte da radiação infravermelha refletida pela superfície terrestre, impedindo que a radiação escape
para o espaço.”
“O efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre é
absorvida por determinados gases presentes na atmosfera.”
175
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. p. 94.)
Exemplos:
“A presença dos íons na solução formada diminui a resistência elétrica da água, tornando a solução formada boa condutora
de corrente elétrica.”
“A resistência elétrica de um condutor sólido é uma medida da oposição ao movimento dos portadores de carga, ou seja, de
seus _______________.”
“A resistência elétrica do seu filamento e a corrente elétrica que percorre este filamento em condições normais são,
respectivamente:”
“C) maior, uma vez que a resistência elétrica é a mesma.”
“D) A resistência elétrica da lâmpada será menor que em Belo Horizonte.”
Exemplos:
“3. Região metropolitana do Vale do Aço”
“4. Região metropolitana do Vale do Itajaí”
“C) o Centro de Belo Horizonte à parte Norte da região Metropolitana.”
“C) urbana, capital estadual, região metropolitana.”
“D) Região metropolitana, Cidade global, metrópoles.”
Exemplos:
“Com o desmatamento das florestas tropicais, geralmente ocasionado por queimadas, há uma emissão gigantesca de CO2 na
atmosfera, aumentando o efeito estufa e consequentemente a temperatura média global, o que acarreta no derretimento das
calotas polares e nas mudanças do clima planetário.”
“D) o aquecimento global, o derretimento das calotas polares e o aumento do nível dos oceanos.”
“Derretimento das calotas polares, incentivo aos transportes de massa.”
“Extensão das calotas polares no mundo teve queda brusca nesse ano, mas o derretimento não é uniforme nos dois polos do
globo.”
“V) A umidade é elevada em virtude da intensa precipitação. A ocorrência de chuvas é frequente porque há uma
intensificação do ciclo hidrológico pelo derretimento e evaporação das calotas polares.”
176
Exemplos:
“A densidade demográfica é variada e decorrente de processos históricos e econômicos.”
“A) O Brasil é o país com maior densidade demográfica.”
“D) Densidade demográfica é a divisão da população relativa pela área do local.”
“Densidade demográfica: é um conceito populacional referente à média do número de pessoas residentes por unidade de
área em uma dada localidade e é geralmente medida na relação habitante por quilômetro quadrado.”
“Segundo esse levantamento, a densidade demográfica da região coberta pela caatinga, em habitantes por km², é de”
Exemplos:
“( ) São áreas muito populosas e têm no setor terciário a base da expansão de empregos, o qual não exige muita
qualificação.”
“B) maior número dos trabalhadores no setor terciário, que apresenta diferentes possibilidades de trabalho.”
“D) o deslocamento do setor terciário para a periferia.”
“Isso tem provocado mudanças nas relações de trabalho, especialmente nas cidades onde predomina o setor terciário ou de
serviços.”
“O crescimento demográfico nas regiões metropolitanas influencia o setor terciário através da”
Definição:
“No Brasil, a escravidão foi extinta em 13 de maio de 1888, por meio da Lei nº 3.353, sancionada pela Princesa Isabel.”
(OLIVEIRA, I. C. B. Vocabulário controlado sobre escravidão, abolição e pós-abolição: a representação dos conceitos. Rio de Janeiro:
Fundação Casa de Rui Barbosa, 2015. p.5.)
Exemplos:
“O processo de abolição da escravidão contou com diversos movimentos, lutas, práticas de resistência e disputas.”
“D) pelo Estado norte-americano, que foi pioneiro na abolição da escravidão e do tráfico negreiro.”
“A defesa da abolição da escravidão e a participação de negros são características da”
“A abolição da escravidão no Brasil se deu de maneira lenta e gradual. Uma das leis que restringia a escravidão foi a Lei
Saraiva Cotegipe, de 1885.”
“Com efeito, após o término da Guerra do Paraguai, toma forma a campanha em prol da República e, sobretudo, da abolição
da escravidão.”
Definição:
“Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel manda executar a Lei nº 3.353, decretada pela Assembleia Geral e por ela
sancionada, extinguindo a escravidão no Brasil.”
177
(OLIVEIRA, I. C. B. Vocabulário controlado sobre escravidão, abolição e pós-abolição: a representação dos conceitos. Rio de Janeiro:
Fundação Casa de Rui Barbosa, 2015. P.25.)
Exemplos:
“A Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, tornou todos os escravos pessoas juridicamente livres.”
“Assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea pôs fim à exploração do trabalho escravo no país.”
“C) entrada, no Parlamento, de deputados e senadores que defendiam o fim da escravidão, fato ocorrido anos mais tarde a
partir de lei votada e sancionada pelos deputados, a Lei Áurea.”
“C) Lei Eusébio de Queirós, Lei Áurea, Lei Alves Branco.”
“Embora o dia 13 de maio seja um marco, a abolição da escravatura envolveu um conjunto de manobras sociais empreendidas
a partir de 1870 em prol da libertação dos escravos e a própria promulgação da Lei Áurea.”
Definição:
“Acontecimento de capital importância no mundo contemporâneo, responsável por profundas transformações políticas,
sociais e econômicas, ocorrido na França a partir de julho de 1789 e só encerrado em 1799 com a consolidação dos princípios
republicanos burgueses.”
(AZEVEDO, A. C. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. 4.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2012. P. 397.)
Exemplos:
“A Revolução Francesa representa um importante marco para a constituição da cidadania no mundo contemporâneo, como
preconiza o artigo 1° da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.”
“A Revolução Francesa, que eclodiu na França de 1789, foi utilizada como marco do início de um novo período histórico,
a Idade Contemporânea.”
“Antes da Revolução Francesa, em 1789, a população daquele país era dividida em três agrupamentos chamados de
“Estados”: o Clero, a Nobreza e o Terceiro Estado, que reunia todos os que não estivessem nos dois primeiros.”
“D) A Revolução Francesa, a mulher representa a liberdade que, como uma musa, inspirou o povo na luta contra o
autoritarismo monárquico.”
“Que fatos foram as heranças políticas e sociais da Revolução Francesa para a contemporaneidade?”
Definição:
“Dia 15 de novembro de 1889 marca o advento da República no Brasil, acontecimento que representou uma mudança política
radical, pois, a partir de então, os governantes seriam escolhidos em eleições e teriam mandatos definidos.”
(BITTENCOURT, C. (org.) Dicionário de datas da história do Brasil. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2018. P. 263.)
Exemplos:
“B) Proclamação da República inaugurava um novo tempo, um tempo moderno que traria progresso para o país, mesmo
sem a participação do povo no processo político.”
“C) população brasileira saldou com entusiasmo a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, pois as camadas
populares já estavam inseridas no processo político.”
“Com a Proclamação da República em 1889, o Brasil passa a ser administrado a partir do modelo federalista.”
“O sistema político, que foi adotado no Brasil após a Proclamação da República, era excludente e favorecia principalmente
as oligarquias agrárias da região Centro-Sul do país.”
“Tal discussão questiona o que havia de republicano na Proclamação da República (1889), uma vez que a Primeira
República”
178
Os prints com ocorrências em Língua Portuguesa podem ser encontrados entre as
páginas 99 e 100 dos Anexos I.
Definição:
“Uso linguístico realizado pela classe socialmente prestigiada. Descrita em dicionários e gramática, é transmitida pela escola.
Pertencendo mais à esfera da língua escrita e dos momentos formais de língua oral, representa o idioma do Estado-Nação,
sendo empregada em documentos oficiais, trabalhos científicos, concursos públicos, solenidades oficiais. Importante
observar que a norma culta constitui uma das variantes linguísticas.”
(GIACOMOZZI, G. et al. Dicionário de Gramática. São Paulo: FTD, 2004. p. 189.)
Exemplos:
“A flexão verbal segue a norma culta, porque o texto é”
“C) conforme a norma culta do português padrão.”
“Com base na norma culta da língua, há uma incorreção nesse slogan. Como corrigi-lo?”
“Das palavras negritadas, a que está de acordo com a norma culta é”
“Para o autor do texto, o jovem tem dificuldades para utilizar a norma culta porque o jargão utilizado por ele e seus
companheiros é”
Definição:
“Sinal gráfico empregado na pontuação para separar: 1. Aposto, podendo este vir antes ou depois. [...] 2. Verbos de narração
(dizer, exclamar, gritar...) no discurso direto [...] 3. Oração principal da subordinada substantiva apositiva.”
(GIACOMOZZI, G. et al. Dicionário de Gramática. São Paulo: FTD, 2004. p. 110.)
Exemplos:
“A) ausência de dois pontos na fala.”
“No texto, as orações introduzidas pelos dois pontos”
“No texto, os dois pontos são utilizados para”
“Os dois pontos foram utilizados nesse texto para”
“Qual é a função dos dois pontos nesse texto?”
Definição:
“Processo gramatical de alteração de verbos para indicar número, pessoa, modo, tempo, por meio de desinências”.
(GIACOMOZZI, G. et al. Dicionário de Gramática. São Paulo: FTD, 2004. p. 122.)
Exemplos:
“A flexão verbal apresentada no texto caracteriza sua linguagem como”
“A flexão verbal indica que o autor do texto quis utilizar uma linguagem”
“A flexão verbal negritada está de acordo com a norma culta, porque o verbo concorda com”
“Com base na flexão verbal negritada, nota-se que o autor se preocupou em utilizar uma linguagem”
“No poema, a flexão verbal no presente foi usada com a intenção de”
179
ÁREA AVALIADA: Língua Portuguesa ESTRUTURA: oração principal
Definição:
“Oração da qual depende(m) outra(s), num período composto por subordinação.”
(GIACOMOZZI, G. et al. Dicionário de Gramática. São Paulo: FTD, 2004. P. 206.)
Exemplos:
“A oração negritada completa o sentido da oração principal, reforçando a ideia de”
“A oração principal, em destaque, indica que o restante da frase traz uma”
“B) estruturação da oração principal.”
“O adjunto adverbial “de canoa” se integra à oração principal destacada no texto, acrescentando a ela uma circunstância
de”
“Qual dessas frases numeradas contém um período composto com oração principal?”
Os prints com ocorrências em Matemática podem ser encontrados entre as páginas 101
e 103 dos Anexos I.
Definição:
“Valor numérico encontrado ao adicionar todos os valores individuais de um conjunto de dados e dividi-los pela quantidade
de dados. É uma medida de tendência central.”
(TAPSON, F. Dicionário Oxford de matemática essencial. São Paulo: Oxford University Press do Brasil, 2012. P. 76.)
Exemplos:
“A média aritmética é uma das maneiras de sintetizar em um único número um conjunto de dados observados.”
“A média aritmética das distâncias que o competidor saltou, em metros, é”
“A média aritmética das alturas dos alunos de turma é 150 cm.”
“A professora de Carolina propôs que ela calculasse a média aritmética da sua renda familiar.”
“Se os dados observados foram 20, 20, 40, 60 e 100, a média aritmética desses valores é”
Definição:
“É um triângulo que possui um ângulo reto, isto é, um dos seus ângulos mede noventa graus, daí o nome triângulo retângulo.
Como a soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°, então os outros dois ângulos medirão 90°.”
(GLOSSÁRIO DE MATEMÁTICA ESSENCIAL. Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:
http://www.uel.br/projetos/matessencial/trigonom/trigo00.htm#trig02. Acesso: 18/08/2018.)
Exemplos:
“A figura mostra um triângulo retângulo, com algumas de suas medidas indicadas.”
“A hipotenusa de um triângulo retângulo mede 12 cm.”
“Brincando com um quadrado, um trapézio e um triângulo retângulo Paulo montou uma figura.”
“Neste triângulo retângulo ABC, reto em A, AC é a terça parte de AB, cuja medida indicada está em centímetros.”
180
“Sabendo que a área de um triângulo retângulo é dada pela metade do produto dos catetos, então a área do triângulo ABC
é, em cm2, igual a”
Definição:
“Sequência em que cada novo termo após o primeiro é formado somando-se uma quantidade constante ao termo anterior.”
(TAPSON, F. Dicionário Oxford de matemática essencial. São Paulo: Oxford University Press do Brasil, 2012. P. 150.)
Exemplos:
“A 181equência é uma progressão aritmética cujo termo geral é igual a”
“Em uma progressão aritmética, b1 = 6 e b10 = 78. “
“O termo geral da progressão aritmética: (3, 8, 13, 18, ...) é”
“Os números 28; 56; 84; ... formam uma progressão aritmética.”
“Uma progressão aritmética é tal que seu primeiro termo é a1 = -1, o segundo é a2 = -3, o terceiro é a3 = -5, e assim
sucessivamente.”
Definição:
“Menor número que é múltiplo ao mesmo tempo de dois ou mais números”.
(TAPSON, F. Dicionário Oxford de matemática essencial. São Paulo: Oxford University Press do Brasil, 2012. p. 64.)
Exemplos:
“C) Caso os denominadores sejam diferentes, devemos encontrar o mínimo múltiplo comum e transformar em frações de
mesmo denominador para depois efetuarmos as operações.”
“Considerando-se vários números naturais, eles possuem uma infinidade de múltiplos comuns e o menor deles é denominado
mínimo múltiplo comum (o zero está excluído).”
“D) Estamos tratando de mínimo múltiplo comum, ou seja, a quantidade de borrachas pode ser dividida por 3, 4 ou 5 e tem
que ser a menor possível.”
“O produto do máximo divisor comum pelo mínimo múltiplo comum de dois números naturais não-nulos é igual ao produto
dos dois números, isto é:”
“Qual é o mínimo múltiplo comum entre 9 e 12?”
Os prints com ocorrências em Química podem ser encontrados entre as páginas 103 e
104 dos Anexos I.
Definição:
“Forma de agregação da matéria em que os corpos conservam suas moléculas bem separadas umas das outras, com suas
forças de atração recíproca pouco intensas em relação ao que se dá nos estados sólido e líquido.”
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. p. 206.)
Exemplos:
“A imagem abaixo mostra a representação das partículas de uma substância no estado gasoso ao ser submetida a diferentes
pressões sob temperatura fixa.”
“A) sublimação da naftalina, em que ocorre apenas a mudança para o estado gasoso.”
181
“C) vaporização da naftalina, em que ocorre apenas a mudança para o estado gasoso.”
“No estado gasoso, se comparado ao estado sólido, as partículas apresentam”
“O estado gasoso dos materiais é definido como aquele em que as partículas estão completamente desorganizadas e se
movimentam rapidamente em todas as direções e sentidos.”
Definição:
“Organização dos elementos em ordem crescente de números de prótons (número atômico). Elementos cujas configurações
eletrônicas apresentam alguma relação estão dispostos em períodos e grupos. A forma original da tabela periódica foi
proposta por Dmitri Mendeleev em 1869.”
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. P. 282.)
Exemplos:
“A organização dos elementos, segundo as suas propriedades, levou os cientistas a construírem muitas formas de organização
até conseguirem construir a tabela periódica que usamos atualmente.”
“II. Pertencem ao mesmo grupo da tabela periódica.”
“O quadro indica a localização, na tabela periódica, de quatro elementos químicos.”
“Os elementos de um mesmo grupo da tabela periódica possuem em comum o”
“Os grupos da tabela periódica, também chamados de famílias, apresentam propriedades químicas e físicas que os
distinguem uns dos outros.”
Definição:
“Constituem aproximadamente 1% da atmosfera, sendo o argônio o mais abundante deles. São todos ases incolores,
monoatômicos e extremamente inertes, pois seus átomos têm camadas eletrônicas mais externas completamente
preenchidas”.
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. P. 34.)
Exemplos:
“Atualmente, conforme determinação da IUPAC, os grupos são identificados pela numeração de 1 a 18. Entre os mais
conhecidos estão os halogênios, metais alcalinos e gases nobres.”
“C) os elementos do grupo A são considerados gases nobres.”
“Elementos da coluna 13 da Classificação Periódica dos Elementos, ao formarem íons, __________ os elétrons no
__________ nível de energia, adquirindo a configuração eletrônica dos gases nobres do período imediatamente anterior.”
“Entre os mais conhecidos estão os halogênios, metais alcalinos e gases nobres.”
“Na Classificação Periódica, os elementos químicos situados na coluna dos metais alcalinos terrosos, halogênios e gases
nobres são, respectivamente,”
Definição:
“São os elementos do primeiro grupo da tabela periódica. Todos os metais alcalinos têm um único elétron na camada de
valência. Todos reagem com água, formando soluções alcalinas (hidróxidos metálicos solúveis), por isso o nome ‘alcalino’”.
(PRECOTT, C. Dicionário Oxford de Ciências da Natureza. São Paulo: Oxford University Press Brasil, 1999. P. 278.)
Exemplos:
“A) metais alcalinos.”
182
“Então, os metais alcalinos têm na camada de valência um elétron, os metais alcalinos terrosos têm dois elétrons e assim por
diante.”
“Entre os mais conhecidos estão os halogênios, metais alcalinos e gases nobres.”
“Na Classificação Periódica, os elementos químicos situados na coluna dos metais alcalinos terrosos, halogênios e gases
nobres são, respectivamente,”
“Os elementos químicos lítio, sódio, potássio, rubídio, césio e frâncio pertencem à família dos metais alcalinos, situados na
coluna 1 da Classificação Periódica dos Elementos.”
Os prints com ocorrências em Sociologia podem ser encontrados entre as páginas 104 e
105 dos Anexos I.
Definição:
“Forma de organização social cujo principio organizador da economia é a troca mercantil. Para Marx, a sociedade capitalista
é, por excelência, uma sociedade da abstração, onde os indivíduos comunicam e pautam as suas trocas passando por
automatismos sociais que escapam ao seu controle. Para ele a sociedade capitalista da era moderna é essencialmente
modelada pelas formas assumidas pelo trabalho; as atividades dos indivíduos tornam-se atividades intercambiáveis enquanto
participantes de um trabalho geral abstrato, maleável até ao infinito, isto é, mensurável, e divisível sejam quais forem as
circunstâncias.”
DICIONÁRIO DE SOCIOLOGIA. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: https://goo.gl/NyABWQ. Acesso:
18/07/2018.
Exemplos:
“A) A sociedade capitalista consagra o princípio da justiça social por garantir o direito à propriedade privada dos meios de
produção.”
“B) A desagregação da sociedade feudal e a consolidação da sociedade capitalista contribuíram para o surgimento da
Sociologia como forma de conhecimento das sociedades em extinção.”
“Karl Marx (1818-1883) foi um dos grandes estudiosos da sociedade capitalista.”
“Karl Marx, um dos pensadores que contribuiu para a formação da Sociologia, tinha uma preocupação em entender a
sociedade capitalista a partir das diferenças de classes.”
“O texto demonstra as contradições da sociedade capitalista porque o capitalismo”
Definição:
“Para A. R. Radclife-Brown (1940), "a estrutura social designa a rede complexa de relações sociais que existe realmente e
une seres humanos individuais num certo meio natural". Mais geralmente, a expressão "estrutura social" é empregada como
sinónimo de organização social: conjunto das modalidades de organização de um grupo social e dos tipos de relações que
existem no interior e entre diversos domínios de toda a sociedade tanto ao nível do parentesco como da organização
económica e política).”
DICIONÁRIO DE SOCIOLOGIA. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: https://goo.gl/NyABWQ. Acesso:
18/07/2018.
Exemplos:
“Para Karl Marx, a ordem social na sociedade capitalista é um problema, pois o fundamento desta forma social é o conflito
de interesses entre os elementos que compõem sua estrutura social.”
“D) similitude entre os elementos que compõem a estrutura social.”
“A) A estrutura social é desvinculada da posição social do indivíduo.”
183
“B) A estrutura social é posicionamento que depende unicamente da ação individual.”
“C) O posicionamento dentro da estrutura social atende às expectativas normativas.”
Definição:
“Expressão que designa o corpo central de doutrina da concepção materialista da história, núcleo científico e social da teoria
marxista. De acordo com a “Introdução” que Engels escreveu em 1892 para Do socialismo utópico ao socialismo científico,
o materialismo histórico designa uma visão do desenrolar da história que procura a causa final e a grande força motriz de
todos os acontecimentos históricos importantes no desenvolvimento econômico da sociedade, nas transformações dos modos
de produção e de troca, na consequente divisão da sociedade em classes distintas e na luta entre essas classes.”
BOTTOMORE, T. (org.) Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1988. p. 411.
Exemplos:
“C) O materialismo dialético apresenta enfoque idêntico ao do materialismo histórico quanto à evolução concreta das
oposições no decorrer da história.”
“De acordo com as concepções metodológicas desenvolvidas pelo materialismo histórico, a compreensão da sociedade
ocorre por meio da”
“O materialismo histórico enxerga que os fenômenos sociais que resultam nessas mudanças sociais, isto é, no avanço da
história, têm origem em nossos anseios, necessidades e nas desigualdades materiais de uma sociedade.”
“O método de pesquisa utilizado por Karl Marx recebeu o nome de materialismo histórico.”
“Qual é a ideia que fundamenta o conceito de materialismo histórico na teoria de Karl Marx?”
Definição:
“A expressão “classe dominante” abrange duas noções, que Marx e Engels distinguiam, embora não as tivessem explicado
sistematicamente. A primeira é a de uma classe economicamente dominante que, em virtude de sua posição econômica,
domina e controla todos os aspectos da vida social. Em A ideologia alemã (vol.I, IA2) essa ideia é expressa da seguinte
maneira: “As ideias da classe dominante são, em qualquer época, as ideias dominantes, isto é, a classe que é a força material
dominante na sociedade é, ao mesmo tempo, sua força intelectual dominante. A classe que dispõe dos meios da produção
material tem controle sobre os meios da produção intelectual”. A segunda noção é a de que a classe dominante, para manter
e reproduzir o modo de produção e as formas de sociedade existentes, deve necessariamente exercer o poder de Estado, isto
é, dominar politicamente. No Manifesto comunista, Marx e Engels disseram que “a burguesia, finalmente, desde o
estabelecimento da indústria moderna e do mercado mundial, conquistou para si, no moderno Estado representativo, o
predomínio político exclusivo. A direção do Estado moderno é apenas um comitê de administração dos interesses comuns
de toda a burguesia”.”
BOTTOMORE, T. (org.) Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1988. p. 110.
Exemplos:
“B) compreensão do aparato ideológico formado e desenvolvido pela classe dominante e pela esfera política.”
“D) representativa das ideias da classe dominante.”
“D) Um grupo de pessoas eleitas para defender os interesses da classe dominante em qualquer momento histórico.”
“Dessa forma, a classe dominante, a burguesia, detém o poder econômico e político, cabendo à classe trabalhadora se
organizar para transformar esse modelo de sociedade.”
“Marx e Engels afirmam no Manifesto do Partido Comunista: “Já antes vimos que o primeiro passo na revolução operária é
a elevação do proletariado a classe dominante, a conquista da democracia pela luta.”’
184
4.5. Estruturas linguísticas de gênero
185
Figura 52: Item de Arte: Estrutura para o reconhecimento do item de afirmação incompleta
Figura 53: Item de Biologia: Estrutura para o reconhecimento do item de afirmação incompleta
Figura 54: Item de Filosofia: Estrutura para o reconhecimento do item de afirmação incompleta
Figura 55: Item de Física: Estrutura para o reconhecimento do item de afirmação incompleta
Figura 56: Item de Geografia: Estrutura para o reconhecimento do item de afirmação incompleta
Figura 58: Item de Língua Portuguesa: Estrutura para o reconhecimento do item de afirmação incompleta
Figura 59: Item de Matemática: Estrutura para o reconhecimento do item de afirmação incompleta
Figura 60: Item de Química: Estrutura para o reconhecimento do item de afirmação incompleta
187
Figura 61: Item de Sociologia: Estrutura para o reconhecimento do item de afirmação incompleta
Figura 62: Item de Arte: Estrutura para o reconhecimento do item de interrogativa direta
Figura 63: Item de Biologia: Estrutura para o reconhecimento do item de interrogativa direta
Figura 64: Item de Filosofia: Estrutura para o reconhecimento do item de interrogativa direta
188
Figura 65: Item de Física: Estrutura para o reconhecimento do item de interrogativa direta
Figura 66: Item de Geografia: Estrutura para o reconhecimento do item de interrogativa direta
Figura 67: Item de História: Estrutura para o reconhecimento do item de interrogativa direta
Figura 68: Item de Língua Portuguesa: Estrutura para o reconhecimento do item de interrogativa direta
Figura 69: Item de Química: Estrutura para o reconhecimento do item de interrogativa direta
189
Figura 70: Item de Sociologia: Estrutura para o reconhecimento do item de interrogativa direta
190
usado como suporte no item. Por exemplo, ao utilizar uma bula como texto de suporte, o
elaborador pode optar pela introdução no item: “Este texto apresenta informações técnicas”, ou
“Esta bula apresenta informações técnicas”, ou mesmo “Neste texto há uma tabela com
informações técnicas73”.
Há uma relação de predominância entre gêneros do discurso utilizados como textos de
suporte e áreas avaliadas. Em áreas mais exatas, como Matemática, Química e Física, por
exemplo, são mais recorrentes os gêneros “tabela”, “gráfico”, “esquema”; já em áreas das
Ciências Humanas, como História, Geografia, Sociologia, Filosofia são mais comuns os
gêneros “mapa”, “relato”, etc. Em Língua Portuguesa, “poemas”, “crônicas”, “contos” são mais
frequentes. Apesar disso, não é possível dizer que a unidade lexical “poema” ocorra somente
nos itens de Língua Portuguesa, para fazer referência ao texto de suporte. Isso porque, apesar
de “poema” ser um gênero que frequenta mais os itens de Língua Portuguesa, nada impede que
um poema seja texto de suporte de outra área. Isso depende do fator “tema” do texto, e não do
gênero em si. Logo, um poema que trate da seca pode, eventualmente, figurar como texto de
suporte de um item de Geografia. A unidade lexical “poema” pode, então, se referir ao texto de
suporte de uma área que não seja Língua Portuguesa. O mesmo vale para qualquer gênero. Pode
haver a predominância de gêneros em relação às áreas (logo, predominância de unidades
lexicais), mas não há nenhuma espécie de “exclusividade” das áreas em relação aos gêneros.
O item da Figura 71, de Matemática, apresenta a unidade lexical “tabela”, se referindo
ao texto de suporte.
Figura 71: Item de Matemática com a estrutura “tabela” referindo ao texto de suporte
73
Mesmo que uma tabela não seja uma bula, em uma bula pode haver uma tabela como recurso estrutural.
191
Já o item da Figura 72, de Língua Portuguesa, também traz a unidade lexical “tabela”,
com a mesma função: referir ao texto de suporte. Isso mostra que “tabela”, apesar da tendência
de ocorrer em itens de determinadas áreas, não é exclusivo dessas áreas:
Figura 72: Item de Língua Portuguesa com a estrutura “tabela” referindo ao texto de suporte
Isso quer dizer que, potencialmente, a unidade lexical denominativa de qualquer gênero
do discurso utilizado como texto de suporte nos itens pode servir como estrutura linguística de
gênero, desde que sirva como elemento que, de fato, retome o texto de suporte. Essas unidades
são, portanto, elementos que contribuem para a coesão textual do item, ao mesmo tempo em
que marcam linguisticamente uma de suas partes constitutivas: o texto de suporte. A seguir, são
apresentados os dados das unidades linguísticas mais gerais, o que permitiu recolher maior
variedade de exemplos. Trata-se dos resultados para as estruturas “fragmento”, “texto” e
“trecho”.
O print para verificação das ocorrências da estrutura “fragmento” pode ser encontrado
na página 106 dos Anexos I.
192
Área avaliada: História Item do tipo: Interrogativa direta
Exemplo: “O texto é fragmento de um importante documento, publicado em agosto de 1789, durante o processo da
Revolução Francesa.”
Figura 73: Item de História: Estrutura ‘fragmento’ para o reconhecimento do texto de suporte
193
Estrutura linguística “Texto”
O print para verificação das ocorrências da estrutura “texto” pode ser encontrado na
página 107 dos Anexos I.
Exemplo: “De acordo com o texto, a corrente estética abstracionista é representada pelo”
Exemplo: “As informações apresentadas no texto são suficientes para se concluir que”
Exemplo: “Esse texto se refere a qual característica marcante do estilo de vida das pessoas nas metrópoles modernas?”
Exemplo: “Esse texto está relacionado ao período das grandes navegações do século XV.”
Exemplo: “As palavras que completam corretamente as lacunas desse texto, são, respectivamente,”
Figura 75: Item de Matemática: Estrutura ‘texto’ para o reconhecimento do texto de suporte
Nos casos das Figuras 75 e 76, a estrutura “texto”, em clara retomada do texto de
suporte, ocorre no comando do item, e reitera a função coesiva da estrutura.
O print para verificação das ocorrências da estrutura “trecho” pode ser encontrado na
página 108 dos Anexos I.
Exemplo: “O trecho refere-se a uma representação cênica pertencente à cultura brasileira, sobretudo das regiões Norte e
Nordeste do país, o bumba meu boi.”
Exemplo: “Este é um trecho de uma entrevista retirada da seção Fala na Frente da Revista Ragga, edição Maio/2011.”
Exemplo: “O trecho da matéria jornalística se refere à preocupação com fenômenos de impacto mundial.”
Exemplo: “Esse trecho da música revela uma necessidade dos jovens moradores urbanos na década de 1980, que
questionavam a falta de acesso ao lazer e à cultura nas áreas urbanas.”
195
Área avaliada: Sociologia Item do tipo: Afirmativa incompleta
Exemplo: “Observe o trecho da célebre "Carta do Achamento do Brasil", escrita por Pero Vaz de Caminha em Porto
Seguro, no ano de 1500.”
Figura 77: Item de Geografia: Estrutura ‘trecho’ para o reconhecimento do texto de suporte
Figura 78: Item de Sociologia: Estrutura ‘trecho’ para o reconhecimento do texto de suporte
196
b) Estruturas relacionadas às “alternativas de resposta” dos itens:
O print para verificação das ocorrências da estrutura “alternativa” pode ser encontrado
na página 109 dos Anexos I.
Exemplo: “Qual alternativa é uma inferência coerente com as temáticas e a evolução da obra de Volpi?”
Figura 79: Item de Filosofia: Estrutura ‘alternativa’ para o reconhecimento das alternativas de resposta
197
Figura 80: Item de Artes: Estrutura ‘alternativa’ para o reconhecimento das alternativas de resposta
O print para verificação das ocorrências da estrutura “afirmativa” pode ser encontrado
na página 110 dos Anexos I.
Exemplo: “Tomando como referência o evento em questão e o contexto do início da colonização brasileira pelos
portugueses, qual afirmativa é correta??”
Exemplo: “Esta é uma interpretação existencialista do mito. A afirmativa que corresponde a ela é:”
198
Exemplos nos itens:
Figura 81: Item de Matemática: Estrutura ‘afirmativa’ para o reconhecimento das alternativas de resposta
Figura 82: Item de Filosofia: Estrutura ‘afirmativa’ para o reconhecimento das alternativas de resposta
O print para verificação das ocorrências da estrutura “frase/frases” pode ser encontrado
nas páginas 111 e 112 dos Anexos I.
Exemplo: “Que frase deixa clara a desaprovação do enunciador sobre o trabalho de crianças e adolescentes?”
Exemplo: “Qual das frases indica o que nós vemos na impressão de uma fotografia em revista?”
Exemplo: “As frases em que se afirma que a energia solar se encontra transformada, armazenada ou retida em nosso
planeta são”
199
Exemplos nos itens:
Figura 83: Item de Biologia: Estrutura ‘frase’ para o reconhecimento das alternativas de resposta
Figura 84: Item de Língua Portuguesa: Estrutura ‘frase’ para o reconhecimento das alternativas de resposta
200
Exemplo: “A alternativa correspondente à associação correta é:”
Exemplo: “Associe as duas colunas relacionando as formas de arte exploradas na arte contemporânea e seus respectivos
procedimentos característicos.:”
Exemplo: “Associe as duas colunas relacionando os grupos dos seres vivos às respectivas denominações dos Reinos.”
Exemplo: “Relacione, a seguir, as colunas que representam a forma de produção de energia elétrica com o impacto
ambiental que ela provoca:”
Exemplo: “Associe as duas colunas quanto às características referentes às cidades globais e megacidades”
201
Figura 86: Item de Física: Estruturas para o reconhecimento do item de associação
Exemplo: “Analise as afirmativas sobre esse processo e classifique-as como verdadeiras (V) ou falsas (F).”
Área avaliada: Matemática Item do tipo: Alternativas constantes
202
Exemplo: “Classifique os significados do termo ENERGIA nas seguintes afirmativas, assinalando (V), se esse termo foi
usado em seu contexto na ciência, ou (F), se ele foi usado em outro contexto:”
Exemplo: “Levando-se em consideração essa estrutura e o modelo de ligação que explica a formação dessa substância,
classifique as afirmativas abaixo em verdadeiras(V) ou falsas (F).”
Figura 87: Item de Matemática: Estruturas para o reconhecimento do item de alternativas constantes
Figura 88: Item de Química: Estruturas para o reconhecimento do item de alternativas constantes
203
e) Estruturas relacionadas aos itens de resposta múltipla
Exemplo: “Com relação a esses rejeitos radioativos, são feitas as seguintes afirmativas:”
Área avaliada: Geografia Item do tipo: Resposta múltipla
Exemplo: “Com relação a esses espaços informais contraditórios da especialidade urbana, são feitas as seguintes
afirmativas:”
Exemplo: “De acordo com os dados desse gráfico, o gerente da concessionária fez as seguintes afirmativas:”
Exemplo: “Com relação à distribuição e ao armazenamento da energia solar na Terra, são realizadas as seguintes
afirmações:”
204
Exemplos nos itens:
Figura 89: Item de Matemática: Estruturas para o reconhecimento do item de resposta múltipla
Figura 90: Item de Física: Estruturas para o reconhecimento do item de resposta múltipla
Os prints para verificação das ocorrências das estruturas “Lacunas” e “Espaços” podem
ser encontrados nas páginas 119 e 120 dos Anexos I.
Exemplo: “Os termos que completam corretamente essas lacunas são, respectivamente,”
205
Área avaliada: Física Item do tipo: Lacuna
Exemplo: “As palavras que completam corretamente, essas lacunas são, respectivamente,”
Exemplo: “As palavras que preenchem corretamente essas lacunas são, respectivamente,”
Exemplo: “As expressões que servem para completar esses espaços são, respectivamente,”
Exemplo: “As palavras que completam corretamente esses espaços são, respectivamente,”
Exemplo: “Os termos que completam adequadamente esses espaços são, respectivamente,”
Exemplo: “As expressões que servem para completar esses espaços são, respectivamente,”
206
Figura 92: Item de Geografia: Estruturas para o reconhecimento do item de lacuna
O print para verificação das ocorrências das estruturas “Ordenação” pode ser encontrado
na página 121 dos Anexos I.
207
Área avaliada: Artes Item do tipo: Ordenação ou seriação
Exemplo: “Observando a localização dos elementos na tabela periódica, a ordenação crescente de raio atômico dos
elementos químicos apresentados no quadro é”
Figura 95: Item de Física: Estruturas para o reconhecimento do item de ordenação e seriação
Figura 96: Item de Artes: Estruturas para o reconhecimento do item de ordenação e seriação
208
h) Estruturas relacionadas a itens de asserção e razão
O print para verificação das ocorrências das estruturas “Afirmativa” pode ser
encontrado na página 121 dos Anexos I.
Apesar de a estrutura “Afirmativa” ocorrer em diversos itens para se referir
eventualmente às alternativas de resposta, no caso do item de “asserção e razão” esse uso é
diferente. Com esse tipo de item, a estrutura ocorre nas próprias alternativas de resposta, e
fazem referência ao texto de suporte que é, necessariamente, uma criação do elaborador do
item.
Essa estrutura também ocorre no comando dos itens de asserção e razão, mas novamente
não faz referência às alternativas de resposta, mas ao texto de suporte.
Figura 97: Item de Biologia: Estruturas para o reconhecimento do item de asserção e razão
209
Figura 98: Item de Física: Estruturas para o reconhecimento do item de asserção e razão
210
Área avaliada: Língua Portuguesa Item do tipo: Associação
Exemplo: “Relacione as duas colunas, associando as cores com a referência na teoria das cores-pigmento.”
Exemplo: “Associe as duas colunas, relacionando alguns hormônios da hipófise com as suas respectivas funções:”
Exemplo: “Associe as duas colunas, relacionando os processos físicos com fenômenos em nosso cotidiano.”
211
Figura 100: Item de Biologia: Estruturas para o reconhecimento do item de associação
Os prints para verificação das ocorrências das estruturas “A sequência correta de/dessa
classificação”, “Classifique as afirmativas como/em verdadeiras (V) ou (F) falsas/Classifique-
as como/em verdadeiras (V) ou falsas (F)” podem ser encontrados nas páginas 124 e 125 dos
Anexos I.
212
Exemplo: “A sequência correta dessa classificação é:”
Exemplo: “Analise as afirmativas sobre esse processo e classifique-as como verdadeiras (V) ou falsas (F).”
Área avaliada: Biologia Item do tipo: Alternativas constantes
Exemplo: “Em relação às estruturas análogas e homólogas, são feitas as seguintes afirmativas. Classifique-as
em verdadeiras (V) ou falsas (F).”
Exemplo: “Com esse dado e as informações do gráfico abaixo, classifique as afirmativas como verdadeiras (V) ou
falsas (F).”
Exemplo: “Levando-se em consideração essa estrutura e o modelo de ligação que explica a formação dessa substância,
classifique as afirmativas em verdadeiras(V) ou falsas (F).”
213
Figura 103: Item de Biologia: Estruturas para o reconhecimento do item de alternativas constantes
Figura 104: Item de Matemática: Estruturas para o reconhecimento do item de alternativas constantes
Os prints para verificação das ocorrências das estruturas “Estão corretas apenas as
afirmativas/Estão corretas as afirmativas/São corretas apenas as afirmativas/São corretas as
afirmativas” e “são feitas as seguintes afirmativas” podem ser encontrados entre as páginas 125,
e 128 dos Anexos I.
214
Área avaliada: Física Item do tipo: Resposta múltipla
Exemplo: “Sobre as possíveis causas das diferenças observadas em cada planta, são feitas as seguintes afirmativas:”
Exemplo: “Com relação a essa nova forma urbana, são feitas as seguintes afirmativas:”
215
Figura 106: Item de Física: Estruturas para o reconhecimento do item de resposta múltipla
Figura 107: Item de Geografia: Estruturas para o reconhecimento do item de resposta múltipla
Exemplo: “As palavras que completam corretamente essas lacunas são, respectivamente,”
Exemplo: “As expressões que completam corretamente essas lacunas são, respectivamente:”
216
Área avaliada: Geografia Item do tipo: Lacuna
Figura 108: Item de Língua Portuguesa: Estruturas para o reconhecimento do item de lacuna
217
Figura 109: Item de Física: Estruturas para o reconhecimento do item de lacuna
218
Estrutura: “Sobre essas duas afirmativas, é correto afirmar que” / “Com relação a essas
duas afirmativas, é correto afirmar que”:
Figura 112: Item de Geografia: Estruturas para o reconhecimento do item de asserção e razão
219
Figura 113: Item de Biologia: Estruturas para o reconhecimento do item de asserção e razão
Os dados mostram que existe relação entre as estruturas linguísticas utilizadas nos itens
e as propriedades do gênero, no que concerne aos três elementos de constituição de gênero
propostos por Bakhtin: tema, estrutura composicional e estilo. No que diz respeito ao tema,
esse é em grande parte delimitado pelas estruturas linguísticas especializadas (termos e
fraseologias especializadas).
Diante de um item de Biologia, como saber que ele pertence a essa área? A identificação
das estruturas linguísticas especializadas oferece esse caminho de identificação. Na Figura 114,
na página seguinte, há as estruturas “cadeia alimentar”, “Sol”, “fonte primária de energia”,
“consumidor”, “nível trófico” que direciona a delimitação do tema: trata-se de um item de
Biologia sobre “cadeia alimentar”.
Nesse exemplo da Figura 14, há também estruturas que indicam que se trata de um item
de múltipla escolha do tipo alternativas constantes. Isso está relacionado ao que Bakhtin chama
de estrutura composicional. As fraseologias “são feitas as seguintes afirmativas” e “Estão
corretas as afirmativas” indicam essa propriedade do gênero, do tipo em questão, conforme
apontado nas seções anteriores. São estruturas de composição do gênero.
Quanto ao estilo, nem sempre é possível identificá-lo por meio das estruturas
linguísticas especializadas ou estruturas linguísticas de gênero, pois essas estruturas variam
pouco, ou seja, o elaborador dispõe de uma quantidade limitada de recursos linguísticos, o que
limita também a possibilidade de colocar em prática o seu estilo. O estilo, nos itens, não é
facilmente identificável, mesmo porque uma das características dos textos de especialidade é a
máxima padronização possível:
220
Figura 114: Item de Biologia: Estruturas para identificação do tema e da estrutura composicional
É certo que tema e estrutura composicional não são reconhecidos apenas pelas
estruturas linguísticas. A imagem usada no item da Figura 114, por exemplo, tem papel
importante na definição do tema. Nela, se vê que um felino ingeriu um roedor que, por sua vez,
ingeriu vegetais. É uma representação do que se compreende por “cadeia alimentar”. O desenho
tem, portanto, relevância na delimitação do tema. Da mesma forma, a estrutura composicional
é visualmente marcada: o desenho é centralizado, destacando-se como texto de suporte. As
afirmativas para análise são enumeradas de I a III, e dispostas uma embaixo da outra, as
alternativas de resposta iniciam-se pelas estruturas A), B), C) e D), o que mostra que as
estruturas linguísticas usadas nos itens são importantes na identificação dos elementos que
constituem o gênero, mas não são os únicos meios de identificá-los.
Seguindo o mesmo raciocínio, como reconhecer o tema do item da Figura 115? A
imagem do mapa já dá pistas desse reconhecimento. Trata-se do mapa do Brasil, no qual estão
indicadas as capitais dos estados. Nessas indicações, há legenda que aponta para os tipos de
capitais: “metrópole nacional”, “metrópole regional”, “capital submetropolitano” e “capital
221
regional”. Essas estruturas linguísticas estão no mapa, e são relativas a conceitos da área de
Geografia.
Figura 115: Item de Geografia: Estruturas para identificação do tema e da estrutura composicional
222
Figura 116: Item de Física: Estruturas para identificação do tema e da estrutura composicional
“Correntes marítimas” é uma estrutura que pode estar relacionada a temas da Biologia,
da Geografia, mas as estruturas “velocidade”, “densidade”, “aceleração”, “deslocamento”,
“empuxo”, “energia potencial”, “energia solar”, “energia eólica” e “energia cinética” não
permitem dúvidas. São estruturas linguísticas especializadas da área de Física e são as
responsáveis para, nesse item, delimitarem o tema. Como ocorre com os demais itens, a
estrutura composicional do gênero se dá também por meio do reconhecimento das estruturas
linguísticas, como “texto” (que remente ao texto de suporte), “As palavras que completam
corretamente essas lacunas são”, e, nesse caso, pelas próprias lacunas ( ________), que
funcionam como elementos não linguísticos da estrutura composicional do gênero.
O exemplo da Figura 117, na página seguinte, possui estas estruturas linguísticas
especializadas, relacionadas ao tema do item: “reação química”, “gás carbônico”, “óxido de
cálcio”, “carbonato de cálcio”, “combustão do butano”, “solução de bicarbonato de sódio”,
“solução de ácido clorídrico”, “óxido negro de cobre”, etc., que auxiliam na delimitação da área
de Química:
Figura 117: Item de Química: Estruturas para identificação do tema e da estrutura composicional
223
A estrutura composicional tem no aspecto visual da divisão por colunas um indício de
se tratar de um item de associação, o que é confirmado pelas estruturas linguísticas “Associe as
duas colunas” e “A sequência correta dessa associação”, que confirmam que o item pertence a
esse tipo.
Conforme os dados mostram, em se tratando do gênero de especialidade item, as
estruturas linguísticas especializadas estão diretamente relacionadas ao reconhecimento do
tema do gênero, ao passo que as estruturas linguísticas de gênero se relacionam à estrutura
composicional do gênero. É o léxico servindo como instrumento de compreensão do gênero de
especialidade “item de avaliação de múltipla escolha”.
224
CAPÍTULO VIRTUAL
Itens para avaliação da aprendizagem escolar
https://goo.gl/h4HYco
226
CONCLUSÕES DA PESQUISA
229
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240
ANEXOS
Este CD-ROM contém dois arquivos, denominados: Anexo I e Anexo II. No Anexo I, há as
ocorrências com todas as estruturas linguísticas consideradas nos dados (resultado do
processamento eletrônico no AntConc). No Anexo II, há os exemplos de estruturas linguísticas
de língua geral observados nos itens, mas dispensados do “corpo” da tese.
241
ANEXOS I
1
DE
2
A
3
E
4
O
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “O”
5
QUE
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “QUE”
6
DO
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “DO”
7
DA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “DA”
8
EM
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “EM”
9
É
10
UM
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “UM”
11
UMA
12
OS
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “OS”
13
AS
14
PARA
15
NO
16
COM
17
NA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “NA”
18
POR
19
SE
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “SE”
20
DOS
21
SÃO
22
AO
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “AO”
23
COMO
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “COMO”
24
DAS
25
NÃO
26
À
27
MAIS
28
Estruturas poliléxicas – lexias compostas ou lexias complexas (comuns em
quaisquer textos)
A fim de
29
A partir de
30
A respeito de
31
Cada vez mais
32
De acordo com
33
De modo que
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “DE MODO QUE”
34
Dentro de
35
Dia a dia
36
Diante de
37
É preciso
38
Em relação ao
39
Entre si
40
Grande parte
41
Já que
42
Ou seja
43
Por exemplo
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “POR EXEMPLO”
44
Ponto de vista
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “PONTO DE VISTA”
45
Por meio de
46
Uma vez que
47
Estruturas linguísticas especializadas
48
ÁREA DE ESPECIALIDADE: ARTE
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “ESCULTURA”
49
50
ÁREA DE ESPECIALIDADE: BIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “BACTÉRIA(S)”
51
ÁREA DE ESPECIALIDADE: BIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “CÉLULA”
52
ÁREA DE ESPECIALIDADE: BIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “FUNGO(S)”
53
ÁREA DE ESPECIALIDADE: BIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “PLANTA(S)”
54
ÁREA DE ESPECIALIDADE: FILOSOFIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “EMPÍRICO”
55
56
ÁREA DE ESPECIALIDADE: FILOSOFIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “RAZÃO”
57
ÁREA DE ESPECIALIDADE: FÍSICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “FENÔMENO”
58
ÁREA DE ESPECIALIDADE: FÍSICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “FORÇA”
59
60
ÁREA DE ESPECIALIDADE: GEOGRAFIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “CIDADE”
61
ÁREA DE ESPECIALIDADE: GEOGRAFIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “PAÍS”
62
ÁREA DE ESPECIALIDADE: GEOGRAFIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “REGIÃO”
63
ÁREA DE ESPECIALIDADE: GEOGRAFIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “URBANO”
64
ÁREA DE ESPECIALIDADE: HISTÓRIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “ESCRAVO”
65
ÁREA DE ESPECIALIDADE: HISTÓRIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “IMPÉRIO”
66
ÁREA DE ESPECIALIDADE: HISTÓRIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “REPÚBLICA”
67
ÁREA DE ESPECIALIDADE: HISTÓRIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “REVOLUÇÃO”
68
ÁREA DE ESPECIALIDADE: LÍNGUA PORTUGUESA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “CONJUNÇÃO”
69
70
ÁREA DE ESPECIALIDADE: LÍNGUA PORTUGUESA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “PALAVRA”
71
ÁREA DE ESPECIALIDADE: MATEMÁTICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “ALGARISMO”
72
73
ÁREA DE ESPECIALIDADE: MATEMÁTICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “SOMA”
74
ÁREA DE ESPECIALIDADE: QUÍMICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “FUSÃO”
75
ÁREA DE ESPECIALIDADE: QUÍMICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “MOLÉCULAS”
76
ÁREA DE ESPECIALIDADE: QUÍMICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “PRÓTONS”
77
ÁREA DE ESPECIALIDADE: QUÍMICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “SÓDIO”
78
ÁREA DE ESPECIALIDADE: SOCIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “ECONOMIA”
79
ÁREA DE ESPECIALIDADE: SOCIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “GRUPO”
80
ÁREA DE ESPECIALIDADE: SOCIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “INDIVÍDUO”
81
ÁREA DE ESPECIALIDADE: SOCIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “SOCIAL”
82
Estruturas linguísticas especializadas
83
ÁREA DE ESPECIALIDADE: ARTE
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “ARTES VISUAIS”
84
85
ÁREA DE ESPECIALIDADE: BIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “SERES VIVOS”
86
ÁREA DE ESPECIALIDADE: BIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “SERES AUTÓTROFOS”
87
ÁREA DE ESPECIALIDADE: BIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “CADEIA ALIMENTAR”
88
ÁREA DE ESPECIALIDADE: BIOLOGIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “CLASSIFICAÇÃO DOS SERES
VIVOS”
89
90
91
ÁREA DE ESPECIALIDADE: FÍSICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “ONDAS ELETROMAGNÉTICAS”
92
ÁREA DE ESPECIALIDADE: FÍSICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “RADIAÇÃO INFRAVERMELHA”
93
ÁREA DE ESPECIALIDADE: FÍSICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “RESISTÊNCIA ELÉTRICA”
94
95
96
ÁREA DE ESPECIALIDADE: HISTÓRIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “REVOLUÇÃO FRANCESA”
97
ÁREA DE ESPECIALIDADE: HISTÓRIA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “PROCLAMAÇÃO DA
REPÚBLICA”
98
99
100
101
102
ÁREA DE ESPECIALIDADE: MATEMÁTICA
Função “Concordance” do AntConc com as ocorrências da estrutura “MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM”
104
106
“Texto” – Estrutura que remete ao texto de suporte
107
“Trecho” – Estrutura que remete ao texto de suporte
108
“Alternativa” – Estrutura que remete às alternativas de resposta
109
“Afirmativa” – Estrutura que remete às alternativas de resposta
110
“Frase” – Estrutura que remete às alternativas de resposta
111
112
“Associação” – Estrutura relacionada aos itens de associação
113
“Colunas” – Estrutura relacionada aos itens de associação
114
“Classificação” – Estrutura relacionada aos itens de alternativas constantes
115
“Classifique” – Estrutura relacionada aos itens de alternativas constantes
116
“Afirmativa” – Estrutura relacionada aos itens de resposta múltipla
117
“Afirmações” – Estrutura relacionada aos itens de resposta múltipla
118
“Lacunas” – Estrutura relacionada aos itens de Lacuna
119
“Espaços” – Estrutura relacionada aos itens de Lacuna
120
“Ordenação” – Estrutura relacionada a itens de Ordenação ou Seriação
122
“Associe/relacione as duas colunas” – Estrutura relacionada a itens de associação
123
“A sequência correta de/dessa classificação” – Estrutura relacionada a itens de alternativas constantes
124
128
“As palavras que completam corretamente essas lacunas são:” – Estrutura relacionada a itens de lacuna
129
“Sobre essas duas afirmativas, é correto afirmar” – Estrutura relacionada a itens de asserção e razão
130
“Com relação a essas duas afirmativas, é correto afirmar” – Estrutura relacionada a itens de asserção e
razão
“a primeira é uma afirmativa falsa/verdadeira; e a segunda, verdadeira/falsa” – Estrutura relacionada a
itens de asserção e razão
131
ANEXO II
ARTE “Qual foi o artista brasileiro (1903-1962) que executou, em 1943/45, sob o impacto
da II Guerra Mundial, a série dramática na Via Crucis, da Igreja de São Francisco,
na Pampulha, em Belo Horizonte, de características acentuadamente
expressionistas?”
CIÊNCIAS “As fontes de energia costumam ser classificadas em duas categorias: renováveis e
não renováveis.”
FILOSOFIA “A) Agir eticamente significa agir de acordo com as doutrinas consideradas
verdadeiras.”
FÍSICA “O raio Z mostra que parte da radiação é refletida pela superfície da Terra, mas não
regressa para o espaço, pois é refletida de novo e absorvida pela camada de gases
estufa que envolvem o planeta.”
HISTÓRIA “A Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, tornou todos os escravos pessoas
juridicamente livres. A situação dos ex-escravos, a partir dessa data, foi”
MATEMÁTICA “As idades de cinco jogadores de um time de futebol são 17, 18, 19, 21 e 25 anos.
A idade média desses jogadores é”
QUÍMICA “Um copo de água líquida com gelo foi deixado em cima de uma bancada à
temperatura ambiente de 25ºC. Um termômetro foi inserido no sistema e registrou
a temperatura de 0ºC. Essa temperatura manteve-se constante, enquanto coexistiam
no sistema água líquida e gelo. Observou-se que o gelo foi desaparecendo.”
Estrutura: “A”
ARTE “A) acrescentou efeitos de luz e sombra caracterizando a figura como cubista.”
BIOLOGIA “C) esses vegetais absorvem a água do solo, que é essencial para a realização da
fotossíntese, contribuindo para o ciclo do carbono.”
CIÊNCIAS “Por exemplo, a região equatorial recebe maior intensidade de radiação do que as
regiões polares.”
FILOSOFIA “B) Ética é a ação que se define sem conflito e sem pressão, num contexto de paz”
GEOGRAFIA “A dinâmica urbana é diretamente afetada pelo uso e consumo do espaço pelas
práticas socioespaciais do turismo, do lazer e da cultura.”
HISTÓRIA “Cristóvão Colombo, navegando a serviço dos reis espanhóis, Fernando e Isabel,
pensava ter chegado às Índias.”
Estrutura: “E”
ARTE “A mistura das cores-luz primárias vermelho e verde tem como resultante uma luz”
CIÊNCIAS “Um eclipse lunar total ocorre quando há alinhamento entre o Sol, a Lua e a Terra.”
FILOSOFIA “B) Ética é a ação que se define sem conflito e sem pressão, num contexto de paz”
FÍSICA “Uma esfera é lançada para cima e se move, livre de atritos, dentro de um campo
gravitacional.”
Estrutura: “O”
ÁREA AVALIADA EXEMPLO
CIÊNCIAS “D) omitindo o Sol e verificaríamos que ela apresenta uma superfície esférica.”
FÍSICA “O termo energia tem vários significados no nosso cotidiano. Para a Física,
entretanto, é um conceito específico associado”
GEOGRAFIA “O fenômeno descrito provoca uma nova relação trabalhista de grande tendência
atual chamada”
HISTÓRIA “As proposições seguintes referem-se, como o texto, aos escravos e às festas
religiosas. Analise-as.”
Estrutura: “QUE”
ARTE “Vários são os recursos que podem ser utilizados para se produzir uma obra de
arte.”
BIOLOGIA “São os alimentos que oferecem a energia de que necessitamos para crescer e para
realizar atividades físicas e nossas funções vitais.”
CIÊNCIAS “Um dos motivos para que esse fato ocorra é porque a superfície da Terra é
________ e assim fica submetida a intensidades diferentes de luz e calor.”
FILOSOFIA “C) José da Silva, que nasceu no Brasil, é esperto, como o são todos os brasileiros.”
QUÍMICA “Considere que uma placa de alumínio foi dividida em 2 pedaços iguais. A partir
desse fato, pode-se afirmar:”
SOCIOLOGIA “D) tentativa de romper com o pensamento político que emergiu após a revolução
dos cravos.”
Estrutura: “DO”
BIOLOGIA “O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc disse numa entrevista jornalística”
CIÊNCIAS “A separação dos derivados do petróleo por destilação é conveniente porque as”
QUÍMICA “Em uma montanha do Pólo Norte, onde a temperatura ambiente é de - 80º C, os
estados físicos da acetona e da água são respectivamente:”
Estrutura: “DA”
BIOLOGIA “A ________ da célula vegetal não é digerida por ser constituída de ________, um
carboidrato polissacarídeo.”
CIÊNCIAS “A) brilhando menos e verificaríamos que um pouco da luz do Sol atravessa o nosso
planeta.”
FILOSOFIA “C) José da Silva, que nasceu no Brasil, é esperto, como o são todos os brasileiros.”
HISTÓRIA “Deste Porto Seguro, da vossa ilha da Vera Cruz, hoje, Sexta-feira, primeiro dia de
maio de 1500.”
QUÍMICA “D) O tempo de fusão de cada pedaço será menor que o da placa.”
SOCIOLOGIA “B) Émile Durkheim, por afirmar que a sociedade depende da solidariedade social.”
Estrutura: “EM”
BIOLOGIA “As plantas carnívoras são seres encontrados, principalmente, em solos pobres em
nitrogênio.”
CIÊNCIAS “Os eletroscópios são instrumentos utilizados para verificar a presença de carga
elétrica em algum objeto.”
FILOSOFIA “A) Baseados em suas experiências, cientistas concluíram que o fígado produz
glicose.”
GEOGRAFIA “( ) Em países, como os Estados Unidos, muitas áreas são servidas pelas free ways,
que são vias de trânsito rápido.”
MATEMÁTICA “Esta tabela mostra o número de transplantes realizados em Minas Gerais durante
o ano de 2002.”
Estrutura: “É”
CIÊNCIAS “A Terra é um dos oito planetas de um dos sistemas solares da Via Láctea, que é
uma galáxia entre outras bilhões existentes no universo.”
FILOSOFIA “B) Ética é a ação que se define sem conflito e sem pressão, num contexto de paz”
HISTÓRIA "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao
povo que fico."
LÍNGUA “Nesse texto, o trecho que nos remete a aspectos pertinentes à literatura medieval
PORTUGUESA é:”
SOCIOLOGIA “A) o homem é biologicamente superior à mulher, que é mais frágil, e, por isso,
rende menos no trabalho.”
Estrutura: “UM”
BIOLOGIA “A) a quantidade de energia ingerida excede o gasto energético por um tempo
considerável.”
CIÊNCIAS “A figura apresenta um recipiente com água no qual foram colocados três cubos de
diferentes materiais:”
FÍSICA “Um automóvel de massa igual a 1.000 kg e um caminhão de massa igual a 4.000
kg viajam em uma mesma estrada.”
MATEMÁTICA “Numa escola, ao término do ano letivo, cada aluno recebe um conceito final dado
através de uma letra: A, B, C, D ou E.”
SOCIOLOGIA “A) Fato social é um fenômeno regular que se repete em diversas sociedades.”
Estrutura: “UMA”
CIÊNCIAS “D) omitindo o Sol e verificaríamos que ela apresenta uma superfície esférica.”
FILOSOFIA “Qual das afirmativas expressa uma concepção propriamente filosófica de ética?”
FÍSICA “Quatro lâmpadas - L25, L40 , L60 e L100 - são ligadas a uma tomada, como
representado na figura:”
HISTÓRIA “D) ao período regencial, no qual foi criada uma nova Constituição, em
substituição à Constituição de 1824.”
LÍNGUA “Essa charge utiliza imagens e textos para apresentar uma visão crítica do cotidiano
PORTUGUESA social, fazendo uma crítica à”
SOCIOLOGIA “De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente
urbana, que tem como principais características”
Estrutura: “OS”
CIÊNCIAS “Ao observar um eclipse lunar, os estudantes listaram informações que poderiam
ser obtidas a partir deste fenômeno para melhor entendimento da estrutura do
sistema solar:”
FILOSOFIA “Considerando os tipos de raciocínio definidos pela lógica, qual das alternativas
exemplifica o tipo indutivo?”
GEOGRAFIA “Os congestionamentos no trânsito das grandes cidades, como é o caso de Belo
Horizonte, causam grandes transtornos no cotidiano do cidadão”
HISTÓRIA “Os escravos não eram sujeitos históricos, por isso participavam raramente das
festas religiosas.”
SOCIOLOGIA “C) os postos de trabalho ocupados por homens e mulheres são consequência de
uma construção social.”
Estrutura: “AS”
CIÊNCIAS “Por exemplo, a região equatorial recebe maior intensidade de radiação do que as
regiões polares.”
FILOSOFIA “A) Agir eticamente significa agir de acordo com as doutrinas consideradas
verdadeiras”
HISTÓRIA “As proposições seguintes referem-se, como o texto, aos escravos e às festas
religiosas. Analise-as.”
LÍNGUA “As figuras de linguagem são recursos de expressão em que as palavras são
PORTUGUESA empregadas em sentido figurado (não literal).”
MATEMÁTICA “As idades de cinco jogadores de um time de futebol são 17, 18, 19, 21 e 25 anos.
A idade média desses jogadores é”
Estrutura: “PARA”
CIÊNCIAS “C) sumindo no espaço e verificaríamos que para ver um astro no céu a luz deveria
ser emitida desse astro.”
GEOGRAFIA “III. Intensificação dos níveis de exploração para aqueles que trabalham.”
MATEMÁTICA “No restaurante Prato Cheio pode-se escolher opções para um almoço completo,
como mostra o quadro abaixo.”
Estrutura: “NO”
CIÊNCIAS “C) sumindo no espaço e verificaríamos que para ver um astro no céu a luz deveria
ser emitida desse astro.”
FILOSOFIA “B) A felicidade humana só é possível no retorno à vida natural, uma vida de
satisfações e prazeres, uma vez que a civilização somente gera mal-estar no
homem.”
HISTÓRIA “A) a concorrência italiana no século XV não tirou dos portugueses o sonho de
dominar o comércio no Oriente do planeta.”
SOCIOLOGIA “Conforme os princípios da Declaração dos Direitos Humanos, tal como ela vem
sendo praticada no mundo em geral e no Brasil, em particular, ser cidadão é:”
Estrutura: “COM”
ARTE “Relacione as duas colunas, associando as cores com a referência na teoria das
cores-pigmento.”
CIÊNCIAS “A interação da turbina com a atmosfera resulta em um rastro que marca a trajetória
do avião, como mostra a fotografia.”
FILOSOFIA “A) com as mesmas qualidades e podem ser definidos de maneira similar.”
MATEMÁTICA “De acordo com esse gráfico, verifica-se que, nesses 5 meses,”
Estrutura: “NA”
ARTE “A arte abstrata surgiu em 1910, na Europa, mas não foi compreendida até a
Segunda Guerra Mundial.”
CIÊNCIAS “Com base no formato da Terra e na sua localização no espaço, afirma-se que a
Terra”
FILOSOFIA “C) Só é possível agir com ética se conhecermos as normas vigentes na sociedade”
HISTÓRIA “B) o fim do exclusivo metropolitano, que restringia o comércio do Brasil e o seu
ingresso na órbita da influência inglesa.”
MATEMÁTICA “Um candidato obteve na primeira prova nota igual a 66; na segunda, 72; e na
terceira, 54.”
SOCIOLOGIA “A) a feira de artesanato que ocorre aos domingos na Avenida Afonso Pena, em
Belo Horizonte, é um exemplo de produção da grande indústria.”
Estrutura: “POR”
ARTE “A identidade de uma cor não reside na cor em si, mas é estabelecida por relação.”
BIOLOGIA “O governo gasta cerca de R$ 15 milhões por ano para dragar os rios.”
CIÊNCIAS “A separação dos derivados do petróleo por destilação é conveniente porque as”
FILOSOFIA “Sabe-se que o comportamento dos animais é presidido por instintos, enquanto o
comportamento do homem sofre as injunções das deliberações da vontade.”
HISTÓRIA “A) explica a realidade da costa africana, conquistada por Colombo em meados do
século XV.”
LÍNGUA “Uma raposa passou por baixo de uma parreira carregada de lindas uvas.”
PORTUGUESA
MATEMÁTICA “Uma loja anuncia um fogão por R$ 800,00 e um multiprocessador por R$ 200,00.”
QUÍMICA “B) a água passa por um processo físico conhecido como evaporação.”
SOCIOLOGIA “A) o homem é biologicamente superior à mulher, que é mais frágil, e, por isso,
rende menos no trabalho.”
Estrutura: “SE”
ARTE “Vários são os recursos que podem ser utilizados para se produzir uma obra de
arte.”
FILOSOFIA “B) Ética é a ação que se define sem conflito e sem pressão, num contexto de paz”
FÍSICA “Se a corrente elétrica I, que circula pela resistência do chuveiro, for diminuída pela
metade, que potência será dissipada sob a forma de calor?”
HISTÓRIA “A) a terra descoberta não se enquadra nas perspectivas mercantilistas do Estado
Moderno.”
LÍNGUA “A) "Como tá na moda ensinar português..." : o uso do termo "tá" faz com que o
PORTUGUESA texto seja informal e se destine, preferencialmente, a um leitor mais jovem, usuário
do português informal.”
SOCIOLOGIA “A) Fato social é um fenômeno regular que se repete em diversas sociedades.”
Estrutura: “DOS”
ÁREA AVALIADA EXEMPLO
CIÊNCIAS “Um dos motivos para que esse fato ocorra é porque a superfície da Terra é
________ e assim fica submetida a intensidades diferentes de luz e calor.”
HISTÓRIA “A) a recusa dos negros em participar das celebrações da Igreja Católica.”
LÍNGUA “A) é destacada para o leitor a moradia dos familiares caninos de Zig.”
PORTUGUESA
SOCIOLOGIA “C) a salvação dos índios seria alcançada através da preservação de sua cultura.”
Estrutura: “SÃO”
ARTE “Vários são os recursos que podem ser utilizados para se produzir uma obra de
arte.”
FILOSOFIA “B) Estudantes de filosofia são inteligentes. Ana estuda filosofia. Ana é
inteligente.”
MATEMÁTICA “Os dois primeiros termos de uma progressão aritmética são a1 = -2 e a2 = 4.”
CIÊNCIAS “Ao longo dos anos, muitas ideias a respeito do formato da Terra e do seu
movimento no espaço foram difundidas.”
MATEMÁTICA “Em uma escola, ao final de determinado ano, 38% dos 1000 alunos freqüentes
eram meninos.”
Estrutura: “COMO”
BIOLOGIA “D) a reciclagem dos elementos químicos como o carbono e o oxigênio entre os
sistemas vivos na natureza.”
CIÊNCIAS “A interação da turbina com a atmosfera resulta em um rastro que marca a trajetória
do avião, como mostra a fotografia.”
FILOSOFIA “Esse relato demonstra que as pessoas como a dona Rita agem”
GEOGRAFIA “Em países, como os Estados Unidos, muitas áreas são servidas pelas free ways,
que são vias de trânsito rápido.”
HISTÓRIA “C) pacífica, visto que o Estado brasileiro garantiu seus direitos sociais como
cidadãos.”
SOCIOLOGIA “C) Karl Marx, por indicar a luta de classes como elemento fundamental para a
mudança social.”
Estrutura: “DAS”
ARTE “A mistura das cores-luz primárias vermelho e verde tem como resultante uma luz”
BIOLOGIA “Uma das causas do efeito estufa é o aumento da emissão de gás carbônico para a
atmosfera.”
CIÊNCIAS “A) densidades diferentes das frações permitem a decantação das fases da mistura.”
FILOSOFIA “Qual das afirmativas expressa uma concepção propriamente filosófica de ética?”
FÍSICA “A) uma diminuição da taxa de emissão das radiações de baixas freqüências pela
Terra.”
GEOGRAFIA “C) a soma das áreas de estabelecimentos rurais familiares de todas as regiões é
superior à área dos estabelecimentos patronais da região Norte.”
LÍNGUA “C) as distinções entre o que prescreve a norma e os significados das palavras em
PORTUGUESA uso.”
MATEMÁTICA “Das afirmações sobre o gasto deles com condução a verdadeira é:”
SOCIOLOGIA “O fenômeno das tribos urbanas se relaciona com um dos conceitos sociológicos
que nos permite segmentar a sociedade em grupos de status variados.”
Estrutura: “NÃO”
ARTE “A identidade de uma cor não reside na cor em si, mas é estabelecida por relação.”
FILOSOFIA “C) diferentes, sem qualquer semelhança e não podem ser comparados.”
LÍNGUA “Ela lê a palma da mão, mas não diz o futuro de suas finanças.”
PORTUGUESA
SOCIOLOGIA “O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato.”
Estrutura: “À”
BIOLOGIA “C) o indivíduo vai ficando mais velho e descuida de sua alimentação em relação à
sua adolescência.”
CIÊNCIAS “A companhia de rede elétrica adverte: soltar pipas, próximo à rede elétrica é
perigoso.”
FILOSOFIA “B) A felicidade humana só é possível no retorno à vida natural, uma vida de
satisfações e prazeres, uma vez que a civilização somente gera mal-estar no
homem.”
LÍNGUA “Como os pais não estudaram, muitas delas encontram uma dificuldade a mais para
PORTUGUESA ir à escola, pois os pais nem sempre acham importante ter estudo.”
MATEMÁTICA “O gasto de energia de uma lâmpada é proporcional à sua quantidade de watts (W).”
SOCIOLOGIA “Dessa forma, a classe dominante, a burguesia, detém o poder econômico e político,
cabendo à classe trabalhadora se organizar para transformar esse modelo de
sociedade.”
Estrutura: “MAIS”
CIÊNCIAS “O eclipse da Lua é um fenômeno astronômico que ocorre com mais frequência do
que o eclipse solar.”
HISTÓRIA “A Revolta dos Malês, na Bahia, em 1835, foi mais uma manifestação de
resistência dos escravos. Envolveu principalmente escravos urbanos, negros de
ganho e negros libertos.”
LÍNGUA “C) A população, acomodada, nada mais faz para impedir a violência.”
PORTUGUESA
MATEMÁTICA “B) Arthur precisa escrever, pelo menos, mais uma página.”
SOCIOLOGIA “A) o homem é biologicamente superior à mulher, que é mais frágil, e, por isso,
rende menos no trabalho.”
4.3.2. Fraseologias
ARTE “D) Pilotis, a fim de liberar o espaço sob o edifício, e formas geométricas
definidas.”
BIOLOGIA “D) uma mitocôndria onde ocorre a fotossíntese, com a finalidade de produzir O2
e CO2.”
FILOSOFIA “A civilização tem de utilizar esforços supremos a fim de estabelecer limites para
os instintos agressivos do homem e manter suas manifestações sob controle por
formações psíquicas reativas.”
FÍSICA “Estufas de plantas são utilizadas por criadores de rosas, a fim de propiciar um
clima agradável para que as plantas cresçam vigorosamente.”
GEOGRAFIA “As transformações que o espaço rural vem sofrendo ao longo das últimas décadas
têm sido marcadas pela participação dos trabalhadores rurais em movimentos
Variação: ‘com a finalidade sociais com a finalidade de ter acesso à terra.”
de’
HISTÓRIA “B) incitou as outras colônias da América a se rebelarem contra as suas metrópoles
a fim de garantir ao continente a liberdade em relação à Europa.”
LÍNGUA “Havendo uma força inerente, a música que se escuta, ou que se toca, deve ser
PORTUGUESA cuidadosamente selecionada; por um lado, para evitar efeitos positivos e, por outro,
a fim de promover certo nível de equilíbrio emocional.”
QUÍMICA “As estações de tratamento de água (ETA) permitem o seu tratamento contínuo a
fim de atender a critérios de potabilidade.”
SOCIOLOGIA “Por isso além de um grupo coordenado de ideias, o cientista cria uma metodologia,
um conjunto de regras capaz de distinguir na realidade complexa fenômenos
diversos, a fim de compará-los, analisá-los e avaliá-los.”
ARTE “C) fazer críticas sociais e políticas, abordando temas da atualidade a partir de um
conceito.”
BIOLOGIA “O esquema abaixo mostra a evolução das plantas a partir de uma alga ancestral.”
CIÊNCIAS “Com o lançamento de satélites artificiais a partir de 1957, foi possível ao homem
observar a Terra a partir do espaço.”
HISTÓRIA “A partir de 1815, rebeliões liberais começaram a eclodir por toda a Europa.”
SOCIOLOGIA “Para que esta redução de gastos com gasolina seja possível, os veículos vendidos
a partir de 2017 terão que consumir 12% a menos do que ocorre atualmente.”
CIÊNCIAS “Nossa relação com o lixo vem se transformando ao longo dos tempos a partir da
consciência que temos adquirido a respeito de transformações de energia”
FÍSICA “Em uma aula de Física a respeito de energia potencial, o professor utiliza um livro
e um pedaço quadrado de espuma para ilustrar os conceitos envolvidos.”
MATEMÁTICA “Na Escola Movimento, vai acontecer a semana de olimpíadas. As turmas do sexto
ano se reuniram para decidir a respeito de seus uniformes.”
ARTE “A) arqueológicas, bem como históricas e etnográficas, e trata-se de uma arte de
registro.”
BIOLOGIA Fotossíntese é um processo celular através do qual a maioria dos seres autótrofos
produz substâncias orgânicas para o seu próprio consumo bem como para o
consumo de seres heterótrofos.”
CIÊNCIAS “Considere as situações do garoto nas ilustrações, bem como a presença de gases
na atmosfera.”
FILOSOFIA “Somente a eles compete apontar o que devemos fazer, bem como determinar o
que na realidade faremos.”
FÍSICA “A) comparável ao consumo da Islândia, bem como seu IDH, que acompanha o
alto consumo de energia elétrica por habitante.”
GEOGRAFIA “A) Criação de áreas verdes diversas nos grandes centros urbanos bem como a
manutenção e preservação dos ecossistemas.”
HISTÓRIA “D) permanência de D. Pedro no Brasil após o retorno de D. João VI para Portugal,
bem como pela insatisfação da população diante da intenção das Cortes de
recolonizar o Brasil, determinação colocada em prática pelo Príncipe regente.”
LÍNGUA “A barreira do idioma torna qualquer ação normal um suplício - os chineses não
PORTUGUESA só não falam inglês, bem como não leem a grafia ocidental.”
QUÍMICA “Desse modo os aditivos incorporados às gorduras bem como a óleos antioxidantes
devem apresentar substância capaz de”
SOCIOLOGIA “A) a origem das espécies, dos seres vivos, bem como as características e o
comportamento dos organismos e suas necessidades.”
ARTE “O uso da fotografia está cada vez mais ágil e popular devido ao crescente avanço
tecnológico.”
BIOLOGIA “Uma das formas de controlar uma possível epidemia da doença é a erradicação de
seu transmissor através do uso de inseticidas que, hoje em dia, é cada vez menos
eficiente, já que alguns mosquitos”
CIÊNCIAS “Cada vez mais países investem em fontes alternativas de geração de energia.”
FÍSICA “Por esse motivo, entre outros, há uma busca, cada vez mais acentuada, por fontes
renováveis de energia, ou seja, aquelas fontes que são”
GEOGRAFIA “Embora a sociedade de consumo atual demande cada vez mais serviços 24 horas,
contraditoriamente há cidades onde estabelecimentos deixam de oferecer esse
serviço.”
HISTÓRIA “Envelhecido e doente, ele se interessava cada vez menos pela política nacional.”
LÍNGUA “Portanto, mais e melhores descobertas, num mundo que, por causa da era da
PORTUGUESA informação, está cada vez mais veloz.”
MATEMÁTICA “A agricultura orgânica ganha cada vez mais espaço na economia mundial.”
QUÍMICA “As águas do mar Morto, um lago de água salgada do Oriente Médio, com o
decorrer dos séculos foram se tornando cada vez mais densas, espessas, pesadas e
salgadas.”
SOCIOLOGIA “B) estão ficando cada vez mais imaturos, o que pode ser percebido no seu
comportamento social cada vez mais”
Estrutura: “DE ACORDO COM”
BIOLOGIA “A) Darwin defendia a teoria A, pois, de acordo com ele, as girafas pequenas são
selecionadas para esticarem os pescoços.”
FILOSOFIA “A) Agir eticamente significa agir de acordo com as doutrinas consideradas
verdadeiras”
FÍSICA “C) a qualidade de vida de uma nação depende intrinsecamente de medidas que
controlem o progresso, limitando-o de acordo com a quantidade de fontes
renováveis de energia.”
GEOGRAFIA “O crescimento urbano não tem sido de acordo com a legislação que regula o uso
e ocupação do solo, e os migrantes que chegam se fixam onde seus recursos
permitem.”
HISTÓRIA “Dois agrupamentos políticos formaram-se de acordo com os interesses das elites
imperiais brasileiras.”
MATEMÁTICA “No primeiro dia, ela percorreu 6 quilômetros e, em cada dia seguinte, ela aumentou
3 quilômetros em relação ao dia anterior, de acordo com sequência (6, 9, 12, 15,
...)”
SOCIOLOGIA “De acordo com o levantamento, o número de conexões fixas subiu 26,3% nos
últimos 12 meses, passando para 16 milhões em julho.”
BIOLOGIA “A classificação dos seres vivos é feita levando-se em conta a hierarquia das
categorias taxonômicas, de modo que dois animais que fazem parte de uma mesma
ordem, obrigatoriamente pertencerão __________, e dois animais pertencentes
__________ fazem parte de uma mesma família.”
CIÊNCIAS “As pessoas que encostam a pele nesta lataria recebem pequenos choques elétricos,
de modo que elas acabam retirando o excesso de cargas presentes no veículo.”
FILOSOFIA “Na frase "este lápis é de boa qualidade" há dois juízos: o que afirma a realidade do
lápis e o que atribui um valor ao lápis, de modo que os homens atribuem valores
ao que fazem.”
FÍSICA “C) fusão nuclear, de modo que a massa do núcleo de hélio é igual à soma das
massas dos 4 núcleos de hidrogênio.”
GEOGRAFIA “A dinâmica de fusos horários faz com que haja diferenças no período de
funcionamento das Bolsas de Valores nos diversos países, de modo que, quando
uma Bolsa fecha, outra inicia suas atividades.”
HISTÓRIA “As grandes navegações transformaram o cenário cultural Europeu, de modo que”
LÍNGUA “O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a
PORTUGUESA temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite.”
QUÍMICA “Foram concebidas para estarem próximas ao consumidor, isto é, no seu caminho,
de modo que o local escolhido para o funcionamento primordial destas lojas são
os postos de serviço de combustível.
GEOGRAFIA “Crescem as ocupações associadas a uma nova dinâmica no meio rural derivada da
presença crescente dos setores secundário e terciário, em atividades do tipo urbano,
mas localizadas dentro de áreas rurais.”
SOCIOLOGIA “Os grupos variam em sua durabilidade - de uma reunião temporária de amigos para
o almoço até laços permanentes dentro de membros de uma família reunida.”
Estrutura: “DIA A DIA”
ARTE “A) chamar a atenção para o patrimônio histórico despercebido no dia a dia
paulista.”
BIOLOGIA “É uma patologia causada pela ausência de um ou mais dos 40 nutrientes básicos
para o dia a dia como zinco, vitamina A, selênio, nitrogênio, aminoácidos
essências, fosfato e enxofre.”
CIÊNCIAS “As principais formas que a energia pode assumir no dia a dia são mecânica,
térmica, química e elétrica.”
GEOGRAFIA “Observando o dia a dia da cidade, é possível perceber mudanças, por exemplo, na
engenharia do tráfego, nas formas edificadas, no aumento de sua periferia, na
mudança de hábitos de sua população.”
HISTÓRIA “A) a camada mais pobre da população é excluída do dia a dia da política, por não
comprovar renda mínima anual.”
LÍNGUA “Mas a origem do problema está na rotina do dia a dia da cobertura jornalística.”
PORTUGUESA
QUÍMICA “A maioria dos materiais que nos cerca e que utilizamos no dia a dia são misturas.”
SOCIOLOGIA “A diferença cultural é uma constatação, pois que já faz parte do nosso dia a dia.”
ARTE “A atitude é questionada, e o artista deixa o beijo no ar, mas realça o olhar
desiludido de Jesus diante da traição.”
GEOGRAFIA “I. A cidade hoje representa um grande desafio diante da chamada sustentabilidade
ambiental, que transforma o ecossistema urbano em um grave problema, devido aos
obstáculos na efetivação dos meios de lidar com a dinâmica de sua evolução e com
os impactos no ambiente urbano e de seu entorno.”
HISTÓRIA “Essa foi a decisão que o navegador português Bartolomeu Dias teve de tomar em
10 de outubro de 1486, diante de Dom João II, rei de Portugal.”
LÍNGUA “Se ao invés de mim, teu dono tivesse te encontrado, ele decerto não iria se conter
PORTUGUESA diante de tamanha alegria, e é quase certo que iria te colocar em lugar digno de
adoração.”
MATEMÁTICA “Diante dos dados desse gráfico, o gerente da concessionária fez as seguintes
afirmativas:”
SOCIOLOGIA “Um dos princípios básicos do estado democrático de direito é que diante de uma
restrição qualquer imposta pelas leis, ou mesmo diante da suspeita de um crime,
ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.”
Estrutura: “É PRECISO”
BIOLOGIA “Não é preciso esperar que provem sua consciência para respeitá-las.”
FILOSOFIA “Não é preciso que o universo inteiro se arme para o aniquilar; um vapor, uma gota
de água bastam para o matar...”
GEOGRAFIA “Para isso, é preciso superar a idéia de reforma agrária como instrumento de
política social e simples condição de sobrevivência de pequenos agricultores.”
HISTÓRIA “Acabar com a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão".
MATEMÁTICA “Para um leilão de uma obra de arte, é necessário ser feita uma avaliação antecipada
para obter um bom lucro na sua venda.”
SOCIOLOGIA “Uma semente tem o potencial genético de se tornar uma árvore, por exemplo, mas,
para isso, é preciso que ela seja colocada em terra fértil, pois, se for colocada no
cimento, ela não desenvolverá esse potencial.”
CIÊNCIAS “D) uma pessoa sobre o planeta Terra pode ser considerada uma partícula e a Terra,
em relação ao espaço, também pode ser considerada uma partícula.”
FÍSICA “A) o progresso deve levar em conta questões ambientais em relação ao consumo
de energia, para ocorrer de fato uma melhoria na qualidade de vida.”
LÍNGUA “Qual é o verso desse poema que melhor denuncia o sentimento que acomete o eu
PORTUGUESA lírico em relação ao embelezamento do Recife?”
ARTE “No grupo de cor luz ou no de cor pigmento, as cores primárias se fazem presentes,
combinadas entre si, e formam todas as outras cores.”
CIÊNCIAS “Sendo assim, existe uma interação forte o suficiente para manter as partes de um
objeto ligadas entre si.”
FILOSOFIA “Os seres humanos seriam análogos a "máquinas de sobrevivência" que competem
entre si. Essa ideia relaciona-se com a filosofia de Thomas Hobbes, pois para ele
os seres humanos buscam”
FÍSICA “Ana diz que são formadas por campos elétricos e magnéticos variáveis,
perpendiculares entre si;”
GEOGRAFIA “B) ambas são verdadeiras, mas não estabelecem relação entre si.”
HISTÓRIA “D) tribos indígenas dessas regiões possuíam o costume de guerrear entre si e de
escravizar seus inimigos, sendo esses prisioneiros vendidos aos colonos.”
LÍNGUA “Os termos de um texto podem manter entre si relações de”
PORTUGUESA
MATEMÁTICA “Duas moedas e dois dados, todos diferentes entre si, foram lançados
simultaneamente.”
BIOLOGIA “Amazônia teria sido fruto do isolamento promovido pela inundação de grande
parte da região e, posteriormente, pelas mudanças climáticas durante a última era
do gelo, há cerca de 21 mil anos.”
CIÊNCIAS “Esta formação vegetal está presente em grande parte da região litorânea
brasileira.”
FILOSOFIA “A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos
homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha,
continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida.”
GEOGRAFIA “Porém, grande parte dessas empresas tem suas fábricas instaladas em outros
países.”
HISTÓRIA “A decadência da Monarquia no Brasil foi um processo longo, que ocorreu durante
grande parte da segunda metade do século XIX .”
LÍNGUA PORTUGUESA “Agora, grande parte da atenção dos pesquisadores se concentra em uma arma que
existe dentro do ser humano e que até hoje não vinha sendo explorada: a gordura
marrom.”
MATEMÁTICA “Em um casamento, os donos da festa serviam bebidas aos seus convidados em
taças, porém um acidente na cozinha culminou na quebra de grande parte desses
recipientes.”
QUÍMICA “Grande parte da energia que consumimos em nossos afazeres diários advém da
queima de materiais denominados combustíveis.”
SOCIOLOGIA “No entanto, apesar de o capitalismo ser o modo de produção dominante em grande
parte do mundo, a produção artesanal e a manufatura ainda persistem.”
BIOLOGIA “As primeiras plantas terrestres deviam ocupar locais muito úmidos, pois a água era
indispensável para a reprodução, já que os gametas masculinos ainda tinham que
nadar para alcançar o feminino.”
FILOSOFIA “O eixo que une o cru e o cozido é característico da cultura, o que une o fresco e o
podre, da natureza, já que o cozimento realiza a transformação cultural do cru,
assim como a putrefação é sua transformação natural.”
FÍSICA “Por esse motivo, ele é considerado uma fonte de energia não-renovável já que é
um recurso escasso na natureza.”
HISTÓRIA “C) a resistência à escravidão durante o período colonial se restringiu a eles, já que
a fuga era a única possibilidade que o negro tinha para resistir ao sistema.”
LÍNGUA “Pela manhã recebi uma carta repleta de conselhos. Era uma carta toda em branco
PORTUGUESA e não liguei para os conselhos, já que conselhos não interessam para mim, pois sei
cuidar da minha vida.”
SOCIOLOGIA “C) desigual, já que um número da população vive em extrema pobreza, mas sem
tecnologia bem desenvolvida.”
ARTE “Na obra Sem Título (1968), a seguir, o artista Giovanni Anselmo colocou vegetais
entre duas pedras; com o apodrecimento dos vegetais, a estrutura entrava em
colapso, ou seja, deixava de existir como havia sido pensada inicialmente.”
BIOLOGIA “A NASA define a vida como sendo um sistema químico capaz de evoluir via
seleção natural, ou seja, capaz de sofrer evolução Darwiniana, o que inclui os vírus
na categoria dos vivos, para desgosto de muitos biólogos tradicionalistas”.
CIÊNCIAS “Após a liberação de suas vísceras, ele se esconde e no decorrer do tempo esses
órgãos são regenerados, ou seja, ele é capaz de formar novos órgãos.”
FÍSICA “Por esse motivo, entre outros, há uma busca, cada vez mais acentuada, por fontes
renováveis de energia, ou seja, aquelas fontes que são”
GEOGRAFIA “Atualmente, isso mudou, ou seja, a nova hierarquia urbana pode se dar pela
relação direta da vila ou cidade com o centro regional, com a metrópole nacional
ou com as cidades globais.”
LÍNGUA “Assim, fica possível acumular riqueza, ou seja, obter agora o valor da produção
PORTUGUESA ou do trabalho e guardá-lo para usar no futuro.”
MATEMÁTICA “Fabiano comprou um carro flex, ou seja, pode usar como combustível o álcool ou
a gasolina.”
QUÍMICA “Cada solução é formada apenas por duas substâncias, ou seja, tem dois
componentes.”
SOCIOLOGIA “O Brasil possui, em nível federal, um poder legislativo do tipo bicameral, ou seja,
o Congresso Nacional é dividido em duas casas: a Câmara dos Deputados e o
Senado Federal.”
CIÊNCIAS “Deste ponto de vista, o lixo não é apenas algo feio que cheira mal, mas um produto
precioso que pode ser aproveitado em outras formas de energia.”
FILOSOFIA “B) cada ponto de vista se diferencia dos demais, por isso a definição é relativa.”
GEOGRAFIA “As metrópoles são centros urbanos capazes de influenciar sob o ponto de vista
econômico e político as cidades do entorno.”
HISTÓRIA “Do ponto de vista político, o esgotamento do Império pode ser percebido pela
crescente manifestação de repúdio de”
LÍNGUA “Nesse texto, apesar de o leitor não ter acesso ao ponto de vista da personagem
PORTUGUESA Senhora, infere-se que ela pode ser uma”
MATEMÁTICA “Após avaliar a situação do ponto de vista financeiro e das condições apresentadas,
Arthur concluiu que era mais vantajoso financeiramente escolher a opção”
QUÍMICA “Do ponto de vista químico, essa água mineral é uma solução. Ela também é
classificada como uma mistura”
SOCIOLOGIA “Entre os sociólogos há um ponto de vista comum de que o ser humano, no que se
refere ao seu comportamento em grupo, é produto de sua cultura.”
Estrutura: “POR EXEMPLO”
ARTE “Na arte contemporânea, por exemplo, os aparatos tecnológicos, como câmeras,
ganham novos contornos e também se integram à obra, dando ênfase no processo
de criação e no contexto.”
BIOLOGIA “Quando nos alimentamos de uma salada composta por verduras como, por
exemplo, alface, agrião e rúcula nosso organismo digere as células vegetais e utiliza
seus componentes como fonte de nutrientes.”
CIÊNCIAS “Alguns objetos, naturais ou construídos pelo homem podem armazenar certa
quantidade de energia, como, por exemplo, uma mola, capaz de armazenar energia
potencial elástica, ou uma pedra, presa no alto de uma colina, capaz de armazenar
energia potencial gravitacional.”
FILOSOFIA “Os mitos tupi-guarani e jê, por exemplo, tratam desse tema por meio de uma dupla
oposição: entre o fresco e o podre de um lado, entre o cru e o cozido de outro.”
FÍSICA “Em Vênus, por exemplo, o efeito estufa é muito mais forte, fazendo com que a
temperatura média neste planeta seja da ordem de 500 °C, inclusive durante a
noite.”
LÍNGUA “Com isso, é possível saber, por exemplo, quanto se precisa trabalhar para poder
PORTUGUESA comprar determinado bem.”
MATEMÁTICA “Anagramas são rearranjos das letras que formam uma palavra. MARO, por
exemplo, é um anagrama da palavra AMOR.”
QUÍMICA “As quantidades de soluto, solvente e solução podem ser expressas de diferentes
maneiras, como, por exemplo, em massa de soluto (g) / massa de solução (g) e em
massa de soluto (g) / volume de solução (L).”
ARTE “Através está entre as obras de Cildo Meireles nas quais, por meio de jogos formais
com materiais cotidianos, o artista lida com questões mais amplas, como a nossa
maneira de perceber o espaço e, em última análise, o mundo.”
FÍSICA “A) de materiais distintos, ligados entre si por meio de um mostrador digital, são
colocados em água destilada.”
GEOGRAFIA “Nas últimas décadas, emerge o fenômeno da segregação por meio de uma nova
ordem que envolveu a metrópole, definindo como os espaços devem ser utilizados
e um novo modo de vida para as pessoas.”
LÍNGUA “As paredes são de concreto fortificado, e o único contato com o exterior é por
PORTUGUESA meio de um circuito de TV.”
MATEMÁTICA “Numa escola, ao término do ano letivo, cada aluno recebe um conceito final dado
por meio de uma letra: A, B, C, D ou E.”
SOCIOLOGIA “Foi Émile Durkheim quem desenvolveu o método de análise utilizado pelas
ciências sociais, por meio de um estudo sistemático de um ato social aparentemente
simples e que as pessoas explicam de um modo geral como um comportamento
estritamente pessoal.”
ARTE “C) manutenção dos rituais africanos, uma vez que todos utilizam as máscaras
como instrumento.”
BIOLOGIA “Apenas um percentual de toda energia solar atinge a superfície terrestre, uma
vez que o restante é refletido para o espaço ainda na atmosfera.”
CIÊNCIAS “A distribuição de energia solar que chega à superfície da Terra não é igualitária,
uma vez que a geometria terrestre faz com que algumas regiões recebam menor
quantidade de raios solares do que outras.”
FÍSICA “B) gás carbônico e metano, uma vez que refletem a radiação infravermelha
emitida pela Terra aquecida.”
GEOGRAFIA “IV. É um retrocesso em relação aos direitos do consumidor, uma vez que esse tipo
de comércio impossibilita a aplicação da lei que os define e regulamenta.”
QUÍMICA “D) fica carregado eletricamente, uma vez que recebeu elétrons tirados do pano.”
SOCIOLOGIA “B) o senso comum e a ciência não são conceitos excludentes, uma vez que muitos
conhecimentos científicos surgiram do olhar sobre o senso comum.”