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Vários cientistas realçam que, tanto é ignorante quem não sabe, quem não quer
saber, como quem desvaloriza o conhecimento comprovado, ou duvida do saber
científico obtido através dos seus métodos rigorosos.
Ao mesmo tempo, também não se pode considerar como sábio alguém que se
dedica a uma determinada matéria e que descura as demais.”
Nos nossos dias sabe-se que o saber tem de ser pautado pela abrangência; pela
capacidade de relacionar conceitos e de compreender o mundo, ainda que de
forma menos aprofundada. “Lutar contra a ignorância é integrar o mundo de que
fazemos parte. É saber refletir acerca dos fenómenos e intervir com os meios
disponíveis, sabendo que, só com um saber abrangente e respeitando o
conhecimento dos outros especialistas, se integra ao todo.”
Depois, não se pode perder de vista o percurso e o trabalho de cada um. É desse
esforço pela procura de saber mais que resulta a sabedoria que, por sua vez,
será colocada em causa por outras especialidades, dando lugar a novos
conhecimentos através dessa construção orientada, sistematizada e
comprovada cientificamente.
Nos dias de hoje lê-se ainda que, “ de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto
ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus; o homem chega a desanimar-
se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto!”
O importante é pesquisar e ver as motivações internas que levam os indivíduos
a destruírem ou construírem um mundo melhor e, nesse sentido, pode-se afirmar
que, “o ignorante reage com os músculos e o sábio, com o cérebro!
Daí se deduz que aquele que é mentalmente pobre (cérebro com poucas
gravações) é potencialmente mais agressivo que alguém culturalmente
enriquecido.”
Perante esta realidade, faz sentido compreender de que modo a mente utiliza,
para si e para os outros, o conhecimento que o seu cérebro acumulou e, a
resposta é dada pelos mesmos cientistas: “os avanços tecnológicos modernos
propiciaram mais conforto e longevidade. Na verdade, prolongaram a duração
de vida, mas deterioraram o viver, tornando o homem num ser triste e vazio.”
Como o cérebro é todo interligado e as suas áreas são interactivas entre si, com
o seu meio interno (fisiológico) e com o ambiente externo (mente-
comportamento), podemos imaginar o que é a vida mental de uma pessoa, onde
biliões de neurónios se relacionam e interagem num processo abrangente de
trocas.
“Todas as actividades do homem são regidas pela mente do seu cérebro. Não
existe comportamento animal que não se origine da mente, que por sua vez, se
origina das ‘coisas’ que o seu cérebro gravou e guardou.”
De vários estudos retira-se ainda que, “utilizando o carro, a moto, a internet e até
medicamentos para a prática do mal, esses ignorantes desconhecem as
consequências pessoais, morais, económicas e sociais do seu comportamento
irresponsável.”
Quer isto dizer que, quanto mais se conhecer e nutrir o cérebro com dados
(“coisas”= estímulos) positivos; mais a sua mente fará o melhor uso desses
dados positivos que se acumularam nos neurónios.”
Para finalizar, nunca é demais recuperar que, “ignorante é aquele que não pode
ou não se interessou em obter conhecimentos através da leitura útil e positiva;
da falta da audição da harmonia sonora; da ausência da visão de cenas bonitas,
salutares e agradáveis; da privação do gosto sadio do que é bom e natural; da
falta do contato epidérmico com a frescura da brisa nas manhãs primaveris e do
nosso isolamento dos odores e perfumes das flores silvestres.”
É cada vez mais comum “empobrecemos a mente com os piores e mais nocivos
estímulos artificiais que criamos pelo egoísmo, pela vaidade e pela animalidade
do irracionalismo, frutos da ignorância. Esta, é a causadora de todos os males e
mazelas da humanidade; desde um acto isolado de um indivíduo agressivo numa
tenda no Ártico, às piores e mais mortíferas das doenças como o cancro.”
Os especialistas não têm dúvidas de que, Tudo tem alguma ligação com a falta
de conhecimentos que é a ignorância.”
Preparar as nossas crianças e jovens para o mundo, não é mais do que lhes
fornecer estímulos positivos; é convidá-los e incentivá-los para a aprendizagem,
é fomentar o gosto pela leitura e despertar essa necessidade de saber mais.
Esta orientação deve estar ao alcance de todos como base para se construir
uma sociedade mais justa e humanizada; mais consciente de si mesma e dos
outros.
Fátima Fernandes