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Escola Secundária Dr.

Joaquim de Carvalho
Ano Letivo 2022/23

BIOLOGIA E GEOLOGIA
Ficha de trabalho 2 – 10º ano
11º ANO - Turma ____

Aluno/a _________________________________________________________________ Nº _________

Grupo I

O vulcão White Island, numa ilha desabitada da Nova Zelândia, é um dos mais ativos da região
e entrou em erupção no dia 9 de dezembro de 2019, causando a morte a, pelo menos, 22 turistas
de um grupo de 47 que o estavam a visitar. A ilha corresponde ao topo emergente do vulcão
submarino (fig. 1).
De acordo com a GeoNet (Geological Hazard Information for New Zealand), a erupção teve iní-
cio às 14 h 11 min (hora local), emitindo uma coluna de cinzas que atingiu várias centenas de me-
tros de altura. A erupção destruiu parte da caldeira do vulcão e originou deslizamentos de terra na
ilha.
A Nova Zelândia localiza-se no designado Anel de Fogo do Pacífico, uma área de atividades
sísmica e vulcânica frequentes, sendo responsável por cerca de 90% dos sismos do mundo. To-
das as erupções históricas deste vulcão foram explosivas, com projeções abundantes de cinzas e
outros piroclastos. A anterior erupção registada no vulcão ocorreu em abril de 2016, sem registo
de vítimas. Devido à sua intensa atividade, o vulcão é monitorizado constantemente através de
webcams, magnetómetros, sismógrafos, medidores do teor de gases e de temperatura das fuma-
rolas. Esta monitorização levou a que o nível de alerta passasse de 1 para 2 no dia 18 de novem-
bro de 2019.
Baseado em Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos (2015). Atividade vulcânica na Ilha Branca (Nova Zelândia).
Disponível em http://www.ivar.azores.gov.pt/noticias/Paginas/20151014-vulcao-ilha-branca.aspx [consult. jul 2020]

Figura 1. Localização da erupção de 9 de dezembro em White Island.


1. O estudo dos materiais expelidos pelo vulcão White Island constitui um método , tal
como os dados fornecidos , que contribui para o conhecimento do interior da Terra.
(A) direto … pela geotermia
(B) direto … pelos xenólitos
(C) indireto … pela geotermia
(D) indireto … pelos xenólitos
9. Ordene as afirmações identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência
de acontecimentos que levaram à formação da caldeira do vulcão White Island.
A. Verificou-se o colapso da parte central do aparelho vulcânico.
B. Armazenamento de magma na câmara magmática.
C. Formou-se uma depressão na parte superior do cone vulcânico.
D. Ocorreu uma erupção com esvaziamento da câmara magmática.
E. O teto da câmara magmática ficou sem apoio.

10. Erupções como a ocorrida no dia 9 de dezembro de 2019 no vulcão White Island podem afetar
todos os subsistemas terrestres. Indique, justificando com dados do texto, dois subsistemas
diretamente afetados pela erupção referida.

11. Explique de que modo os valores obtidos na monitorização periódica da temperatura das
emissões gasosas podem ser usados na vigilância da atividade vulcânica, permitindo
aumentar o nível de alerta, como ocorreu no dia 18 de novembro de 2019.

Grupo II

Desde 5 de novembro de 2019 até 13 de janeiro de 2020, foram registados mais de 4000 sis-
mos (fig. 2) na região a oeste da ilha do Faial, com valores de magnitude compreendidos entre 1.0
e 4.7.
Os sismos de maior magnitude ocorreram nos dias 5 de novembro e 18 de dezembro, com
magnitudes 4.6 e 4.7, respetivamente. Da totalidade dos eventos registados, 35 foram sentidos
com intensidades máximas, variando de II/III a IV/V.
A localização do arquipélago dos Açores, na zona de junção tripla das placas Norte-Americana,
Eurasiática e Africana, confere-lhe características de atividade sísmica intensa. A sismicidade do
arquipélago organiza-se, geralmente, em sequências sísmicas, quer como réplicas de um evento
principal, quer como enxames ou crises com sismos de magnitude reduzida a moderada, podendo
os mais fortes ser sentidos pela população.
A região a oeste do Faial é uma das zonas onde são recorrentes períodos de intensa atividade
sísmica. Desde a madrugada do dia 5 de novembro de 2019, foi detetado um aumento da fre-
quência sísmica, com eventos localizados a cerca de 30 km a oeste do Faial.

Figura 2. Mapa de registo sísmico a oeste do Faial, entre novembro de 2019 e janeiro de 2020.
Baseado em Instituto Português do Mar e da Atmosfera (2020). Sismicidade a Oeste do Faial. Disponível em
ipma.pt/pt/media/noticias/news.detail.jsp?f=/pt/media/noticias/arquivo/2020/Sismicidade_Faial_Jan_2020.html
1. No contexto geotectónico dos Açores, verifica-se no rifte da Crista Médio-Atlântica (CMA)
(A) a atuação de forças predominantemente compressivas.
(B) a atuação de forças predominantemente distensivas.
(C) a atuação de forças predominantemente transformantes.
(D) a atuação simultânea de forças distensivas e compressivas.

2. A sismicidade registada nos Açores é


(A) intraplaca, associada a limites divergentes.
(B) intraplaca, com predomínio de forças compressivas.
(C) interplaca, associada a limites divergentes.
(D) interplaca, com predomínio de forças compressivas.

3. Para avaliar a magnitude da atividade sísmica foi usada a escala de , que quantifica
.
(A) Richter … os efeitos provocados nas construções humanas
(B) Richter … a energia libertada no hipocentro
(C) Mercalli … os efeitos provocados nas construções humanas
(D) Mercalli … a energia libertada no hipocentro

4. Os eventos sísmicos que ocorrem após um sismo principal designam-se


(A) abalos premonitórios e registam maior magnitude.
(B) abalos premonitórios e registam menor magnitude.
(C) réplicas e registam maior magnitude.
(D) réplicas e registam menor magnitude.

5. A melhor explicação para o registo de ondas P e para a ausência de registo de ondas S, numa
estação sismográfica distanciada do epicentro de um sismo gerado na região dos Açores, será
o facto de as ondas S deixarem de se propagar ao atravessarem o limite
(A) manto/núcleo externo.
(B) crusta continental/manto.
(C) núcleo externo/núcleo interno.
(D) crusta continental/crusta oceânica.

6. O gráfico da figura 3 traduz a variação da intensidade e da


magnitude com a distância epicentral. A variação da
intensidade e da magnitude com a distância epicentral
estão representadas, respetivamente, pelas letras
(A) Y e X.
(B) Y e Z.
(C) X e Y.
(D) Z e Y. Figura 3.

7. Refira a designação da escala de avaliação sísmica utilizada para obter dados para
elaboração das cartas de isossistas.
8. Explique, tendo em conta a relação entre a atividade sísmica e a magmática, porque se
considera que a ocorrência de um grande número de sismos, num curto período de tempo,
pode ser indicadora da formação de uma nova ilha no arquipélago dos Açores.

9. O sismograma da figura 4 foi registado numa estação sismográfica do Faial, em dezembro de


2018.

Figura 4.

9.1. Estabeleça a correspondência entre cada uma das afirmações identificadas pelas letras
de A a E e um dos números do sismograma referente às ondas sísmicas.
A. As partículas do meio vibram longitudinalmente à direção de propagação da onda.
B. Possuem maior amplitude.
C. Só se propagam em meio sólido.
D. Provocam alterações de volume e de forma.
E. Propagam-se à superfície, a partir do epicentro.
9.2. Ordene as afirmações identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a
sequência cronológica de acontecimentos que ocorrem na propagação de ondas
sísmicas no sismo representado.
A. Sismógrafos na cidade da Horta registam o sismo.
B. As ondas sísmicas atingem o epicentro.
C. Perceção do sismo no Pico.
D. Rutura das rochas em profundidade.
E. Propagação das ondas P e S a partir do hipocentro.
9.3. Estabeleça a correspondência entre cada uma das afirmações relativas à sismologia, na
coluna I, e a respetiva designação, na coluna II. Utilize cada letra e cada número apenas
uma vez.

Coluna I Coluna II

(a) Permite a deteção e registo dos movimentos bruscos da (1) Isossista


litosfera.
(2) Réplica
(b) Abalo sísmico de menor intensidade que antecede o abalo
sísmico principal. (3) Abalo premonitório
(c) Linha que delimita uma área onde a intensidade do sismo foi (4) Sismograma
igual.
(5) Sismógrafo
Grupo III

As recentes evidências geofísicas da presença de convecção em todo o manto e a composição


das plumas mantélicas mais profundas levou alguns investigadores a admitirem a existência de
uma camada localizada entre o manto e o núcleo, a camada D’’ (fig. 5).
Os geofísicos Igor Tolstikhin e Albrecht Hofmann consideram que foi formada cedo, na história
da Terra, por subducção de uma protocrusta basáltica associada a materiais de composição se-
melhante a meteoritos e a gases semelhantes aos existentes nos ventos solares. É precisamente
desta camada que provêm os gases, semelhantes aos presentes no Sol, e outros elementos quí-
micos menos abundantes na Terra libertados pelas plumas mantélicas.
Pensa-se que, nos estádios finais de formação do planeta Terra, esta sofreu a colisão de um
corpo de dimensões semelhantes a Marte, que levou à formação da Lua. Este impacto de grande
dimensão foi responsável pela geração de uma elevada quantidade de energia, que terá levado à
fusão e vaporização parcial da crusta e do manto e a uma forte convecção mantélica.
Os movimentos de convecção podem ter sido responsáveis pela movimentação de materiais da
superfície da Terra para as profundidades próximas, formando a camada D’’.
Baseado em Tolstikhin, I. & Hofmann, A. (2005). Early crust on top of the Earth's core.
Physics of the Earth and Planetary Interiors, 148 (2-4), 109-130. DOI:10.1016/j.pepi.2004.05.011.

Figura 5. Modelo de convecção em todo o manto com a identificação da camada D’’.

1. Considere as afirmações seguintes, referentes à investigação descrita no texto, e selecione a


opção que as avalia corretamente.

I. A camada D’’ formou-se devido aos movimentos de convecção desde a superfície até ao
interior.
II. A camada D’’ resulta de uma protocrusta de natureza granítica.
III. Devido a fenómenos de impacto, ocorreu a vaporização total da crusta e do manto.

(A) II é falsa; I e III são verdadeiras.


(B) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(C) I é verdadeira; II e III são falsas.
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa.
2. Estabeleça a correspondência entre as designações da coluna I, e a respetiva camada do
interior da Terra, na coluna II.

Coluna I Coluna II

(a) Tem uma constituição essencialmente basáltica. (1) Crusta continental


(b) Tem uma constituição de ferro e níquel no estado sólido. (2) Crusta oceânica
(c) Situa-se imediatamente abaixo da descontinuidade de (3) Manto
Gutenberg.
(4) Núcleo externo
(d) Zona com uma constituição essencialmente granítica.
(e) Camada plástica que facilita os movimentos tectónicos. (5) Núcleo interno
(6) Astenosfera
(7) Mesosfera

3. A análise de rochas constitui um método que contribui para o conhecimento do


manto litosférico, tal como os dados fornecidos .
(A) direto … pela sismologia
(B) direto … pelo vulcanismo
(C) indireto … pela sismologia
(D) indireto … pelo vulcanismo

4. As plumas mantélicas mencionadas no texto dão origem a pontos quentes, com prevalência
de vulcanismo do tipo , predominantemente .
(A) central … efusivo
(B) central … explosivo
(C) fissural … efusivo
(D) fissural … explosivo

5. A tectónica é assegurada pela rigidez da astenosfera, sendo esta também conhecida


por zona de .
(A) menor … baixa velocidade sísmica
(B) maior … baixa velocidade sísmica
(C) maior … sombra sísmica
(D) menor … sombra sísmica

6. Uma vez que se verifica um aumento da , Lehmann concluiu que, a partir dos
5140 km de profundidade, o núcleo interno .
(A) densidade … estaria no estado sólido
(B) densidade … seria constituído por ferro e níquel
(C) velocidade das ondas P … estaria no estado sólido
(D) velocidade das ondas P … seria constituído por ferro e níquel

7. O modelo da estrutura interna da Terra em função da composição química considera


(A) três regiões: a crusta, o manto e a endosfera interna.
(B) três regiões: a crusta, o manto e o núcleo.
(C) quatro regiões: a crusta, o manto, a litosfera e a astenosfera.
(D) quatro regiões: a litosfera, a astenosfera, a mesosfera e a endosfera.
8. A perda de calor pela superfície do planeta não é uniforme, com valores do fluxo geotérmico
(A) máximos ao nível das zonas de subducção.
(B) mínimos ao nível dos arcos vulcânicos.
(C) mínimos ao nível do vale de rifte da dorsal oceânica.
(D) máximos ao nível do vale de rifte da dorsal oceânica.

9. Mencione o local da superfície terrestre em que é possível estar mais perto da astenosfera,
que se pode encontrar a apenas 5 km de profundidade.

10. Ordene as afirmações identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência


cronológica de acontecimentos que ocorrem, segundo as informações do texto, num ponto
quente.
A. Acumulação de magma na câmara magmática, na litosfera.
B. Formação da pluma térmica na camada D’’.
C. Ascensão de magma através do manto.
D. Extinção do vulcanismo devido ao movimento da placa litosférica.
E. Formação de escoadas de lava.

11. A dissipação de calor através da superfície do planeta é superior ao calor gerado pelo
decaimento radioativo, estando a Terra a arrefecer lentamente. Uma das consequências deste
arrefecimento é a possível solidificação do núcleo externo.
Preveja, justificando, a possível consequência deste processo no campo magnético terrestre,
no futuro.
SOLUÇÕES

Critérios de correção

Grupo I

1. (B).

2. (D).

3. (D).

4. (C).

5. (A).

6. (B).

7. (a) – (2); (b) – (1); (c) – (4).

8. (B).

9. B – D – E – A – C.
10.
 Atmosfera: devido à formação de uma coluna de cinzas com vários quilómetros e
que afetou a qualidade do ar.
 Geosfera: ocorreu a destruição da caldeira do vulcão e deslizamentos de terra na ilha.
11.
 Quando está próxima uma erupção vulcânica, há movimentação do magma e as-
censão deste em direção à superfície, aumentando a temperatura das rochas en-
caixantes.
 A água em contacto com essas rochas aquece e emerge a uma temperatura ele-
vada.
 Se existir monitorização da temperatura das emissões gasosas, é possível au-
mentar o nível de alerta e, eventualmente, evacuar populações.
Grupo II

1. (B).

2. (C).

3. (B).

4. (D).

5. (A).

6. (D).

7. Escala de Mercalli Modificada.


8.
 As ilhas açorianas resultam de atividade vulcânica, que forma cones altos que,
ao ultrapassarem o nível da água do mar, formam ilhas.
 A ocorrência de uma grande quantidade de sismos, num curto período de tempo,
pode ser indicador de movimento do magma em profundidade.
 A ascensão do magma à superfície, que também pode ser acompanhada de ativi-
dade sísmica, originará novas erupções e, eventualmente, uma nova ilha.
9.
9.1. A – 1; B – 3; C – 2; D – 1; E – 3.
9.2. D – E – B – A – C.

9.3. (a) – (5); (b) – (3); (c) – (1).


Grupo III

1. (C).

2. (a) – (2); (b) – (5); (c) – (4); (d) – (1); (e) – (6).

3. (B).

4. (A).

5. (A).

6. (C).

7. (B).

8. (D).

9. Dorsal oceânica.

10. B – C – A – E – D.
11.
 O campo magnético gera-se devido a movimentos de material metálico líquido no
núcleo externo.
 Com a solidificação do núclo externo, este deixará de ter movimentos de material
metálico líquido.
 Desta forma, sem o núcleo interno líquido, a Terra deixará de ser capaz de gerar
um campo magnético.

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