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REABILITAÇÃO - AUTONOIA - INDEPENDENCIA Ou PARTICIPAÇAO
REABILITAÇÃO - AUTONOIA - INDEPENDENCIA Ou PARTICIPAÇAO
REABILITAÇÃO - AUTONOIA - INDEPENDENCIA Ou PARTICIPAÇAO
Realização:
17 de março de 1917:
Nessa data, há exatamente um século, um grupo multidisciplinar
vinculado direta e indiretamente à área da saúde, se reuniu na cidade de
Nova Iorque para oficializar a criação da NSPOT – National Society for the
Promotion os Occupational Therapy, a Associação Nacional para a Promoção
da Terapia Ocupacional (hoje AOTA – Associação Americana de Terapia
Ocupacional). Presentes àquela primeira reunião, apenas seis pessoas.
Cem anos depois, e próxima de reunir meio milhão de profissionais
em todo o mundo, a Terapia Ocupacional se consolida como uma
profissão que se expande desde a área da saúde para abraçar também os
campos social e da educação.
Por meio de suas práticas e dos avanços em pesquisas, onde o
fazer humano é abordado de forma transformadora, evidenciamos a
importância da atuação dos terapeutas ocupacionais.
5
Agradecimentos
6
Dedicatória
Disponível em:
http://robertociasca.blogspot.com.br/2009/08/grupo-de-danca-
paratodos-estreia.html (acesso em 05/03/2018)
7
Capa
Significado
8
SUMÁRIO
VOLUME 2
TERAPIA OCUPACIONAL - MÉTODOS, ABORDAGENS E INTERVENÇÕES
PARA GANHO DE AUTONOMIA, INDEPENDÊNCIA OU PARTICIPAÇÃO.
Prefácio 1................................................................................................................. 14
Prefácio 2................................................................................................................. 15
I - APRESENTAÇÃO.....................................................................................................17
II - CONTEXTUALIZAÇÃO............................................................................................25
Características e Breve Análise de Impacto da Terapia Ocupacional por Geopro-
cessamento no Brasil: Aspectos Sociais, de Saúde e de Educação
III - AQUECIMENTO.....................................................................................................43
Introdução à Ciência Ocupacional
CAPÍTULO 1...............................................................................................................65
- Introdução - Atividades da Vida Diária e Interdisciplinaridade
CAPÍTULO 2................................................................................................................71
– Princípios de Tecnologia Assistiva
CAPÍTULO 3................................................................................................................96
– Avaliação, Prescrição e Adequação Postural em Cadeira de Rodas
CAPÍTULO 4.............................................................................................................105
- Órteses e Próteses
10
SUMÁRIO 11
CAPÍTULO 5.............................................................................................................124
- Adaptações de Espaços/Ambientes de Interação: Acessibilidade e Prevenção
de Quedas
CAPÍTULO 6.............................................................................................................131
- Comunicação Aumentativa (Suplementar) e Alternativa - Terapia Ocupacional e
Aspectos Multiprofissionais
CAPÍTULO 7.............................................................................................................142
- Deficiência Visual - Terapia Ocupacional e Aspectos Multiprofissiomais
CAPÍTULO 8.............................................................................................................149
- Disfagia: Considerações para a Prática Multiprofissional
CAPÍTULO 9.............................................................................................................167
- Terapia Aquática – Terapia Ocupacional e Aspectos Multiprofissionais
CAPÍTULO 10...........................................................................................................192
- Equoterapia – Terapia Ocupacional e Aspectos Multiprofissionais
CAPÍTULO 11...........................................................................................................209
- Intervenções Assistidas por Animais – O Olhar da Terapia Ocupacional
CAPÍTULO 12...........................................................................................................224
- Ergonomia Cognitiva e Terapia Ocupacional - Resignificando a Relação com o
Trabalho nas Empresas
CAPÍTULO 13...........................................................................................................247
- “Integração Sensorial Combinada” nas Alterações Neurofuncionais: Terapia
Ocupacional e Aspectos Multiprofissionais
CAPÍTULO 14...........................................................................................................290
- Distúrbios do Sono - Terapia Ocupacional e Aspectos Multiprofissionais
CAPÍTULO 15...........................................................................................................313
- Assimetrias Cranianas – Abordagem da Fisioterapia e Terapia Ocupacional
ANEXO 1...................................................................................................................327
- Reabilitação Visual - Relato de Experiência (Ref. ao Cap. 7)
ANEXO 2...................................................................................................................334
- Terapia da Mão/Órtese de Membro Superior - Relato de Experiência
(Ref. ao Cap. 4)
12 Terapia Ocupacional • Volume 2
IV - APÊNDICE..........................................................................................................338
- Cartilha de Apoio para a Inserção de Terapeutas Ocupacionais nos Pro-
gramas e Serviços Públicos de Saúde e Assistência Social.......................339
– Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde –
CIF: Considerações para Terapeutas Ocupacionais...............................342
- Apresentação dos mini-currículos dos autores / colaboradores, em
acordo com a identificação numérica em sobrescrito...........................351
Prefácio 1
Dra. Patrícia Luciane Santos de Lima*
14
Prefácio 2
Dr. José Renato de Oliveira Leite*
15
I - APRESENTAÇÃO.
Adriano Conrado Rodrigues
17
18 Terapia Ocupacional • Volume 2
I - (APRESENTAÇÃO).
II - CONTEXTUALIZAÇÃO.
1. Adriano Conrado Rodrigues (1)
2. Álida Fernanda C. Murta Andrade (94)
3. Jamile Cristina Albieiro Silva (31)
4. Dimaima Vitória Castro da Graça (93)
5. Susilene Maria Tonelli Nardi (72)
III - AQUECIMENTO.
Otavio Augusto de Araujo Costa Folha (57)
VOLUME 1.
TERAPIA OCUPACIONAL - GESTÃO, EMPREENDEDORISMO E MARKETING.
1. Priscilla Regina Cordeiro (33)
2. Annie Betune Ramalhão (3)
3. Sandra Helena Iglesias Cordeiro Leite (9)
I - APRESENTAÇÃO 21
VOLUME 2.
TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE E REABILITAÇÃO - MÉTODOS,
ABORDAGENS E INTERVENÇÕES PARA GANHO DE AUTONOMIA,
INDEPENDÊNCIA OU PARTICIPAÇÃO.
1. Daniel Marinho Cezar da Cruz (11)
2. Maria Aparecida Ferreira de Mello (37)
3. Cândida Luzzo (39)
4. Tatiani Marques (40)
5. Adriano Conrado Rodrigues (1)
6. Fernando Vicente de Pontes (56)
7. Daniela Nascimento Augusto (17)
8. Roberta Abduch Rolim Credidio (16)
9. Adriano Conrado Rodrigues (1)
10. Luciana Diniz Freitas (70)
11. Gisele Pellegrini (5)
12. Renata Aparecida Conejo (8)
13. Ana Cláudia Tavares Rodrigues (88)
14. Luciane Padovani (6)
15. Ana Maria D. O. Belleza (2)
16. Fábio Jakaitis (4)
22 Terapia Ocupacional • Volume 2
VOLUME 3.
TERAPIA OCUPACIONAL - CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO, SAÚDE, PREVIDÊNCIA
E ASSISTÊNCIA SOCIAL.
1. Maria Fernanda dos Santos (74)
2. Daniela Nascimento Augusto (17)
3. Leonardo Costa Lima (35)
4. Alexandre Martinho (76)
5. Aide Mitie Kudo (46)
6. Mônica Estuque Garcia Queiroz (47)
7. Gabriela Pereira do Carmo (71)
8. Luciana Diniz Freitas (70)
9. Mônica Estuque Garcia Queiroz (47)
10. Patrícia Luciane Santos de Lima (53)
11. José Naum de Mesquita Chagas (77)
12. Carolina Maria do Carmo Alonso (48)
13. Priscila Blasquez da Costa Leite (55)
I - APRESENTAÇÃO 23
VOLUME 4.
TERAPIA OCUPACIONAL - PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM
SAÚDE (PICS).
1. Ana Teraza Costa Galvanese (79)
2. Fábia Cilene Dellapiazza (38)
3. Márcia de Souza Rodrigues (61)
4. Luzianne Feijó Alexandre Paiva (82)
5. Adriano Conrado Rodrigues (1)
6. Leonardo Costa Lima (35)
7. Flavia Liberman (78)
8. Rachel Azulay Leite (60)
9. Ângela Maria Cecim de Souza Castro Lima (62)
10. Lídia Seade Vieira Maia (63)
11. Socorro de Maria Castro (65)
12. Maria de Nazareth Mendes (64)
13. Patrícia Luciane Santos de Lima (53)
14. Karla Adriana Ferreira Beckman (84)
15. Alan Senigalia (85)
16. Ana Maria Fernandes Pitta (86)
17. Lara Susan Silva Lima (80)
18. Clarissa Dantas de Carvalho (87)
IV - APÊNDICE
1. Susilene Maria Tonelli Nardi (72) / Câmara Técnica Sócio-Sanitária
- Crefito 3.
2. Adriano Conrado Rodrigues (1)
Colaboração:
Susilene Maria Tonelli Nardi
Álida Fernanda Corgozinho Murta Andrade
Jamile Cristina Albieiro Silva
Dimaima Vitória Castro da Graça
1 - Introdução.
Após a apresentação dessa obra, é importante que se apresente
a Terapia Ocupacional, bem como contextualizá-la numa dimensão de
interesse dos gestores, acadêmicos e profissionais.
Essa importante profissão já difundida no mundo, no Brasil caminha
para a sua consolidação, habitando e se desenvolvendo nos espaços
da saúde, educação, assistência social e cultura. Portanto, é essencial
o entendimento das variáveis que compõem a Terapia Ocupacional, e
dos parâmetros que a delimitam em nosso país, tanto no que se refere
à distribuição geográfica dos profissionais, como de suas práticas e
contribuições para as Políticas de Atenção.
A partir do correto entendimentos desse contexto, e da evidência
do impacto das ações profissionais, o planejamento para a valorização e
o próprio crescimento da profissão passam a ser possíveis, e em acordo
com as reais demandas da profissão e da própria população brasileira.
2 - Terapia Ocupacional.
2.1 - Apresentação
Numa visão contemporânea, a Terapia Ocupacional é uma profissão
25
26 Terapia Ocupacional • Volume 2
A - Especialidade: Acupuntura
Área de Atuação:
• Todos os níveis de atenção à saúde, em todas as fases do
desenvolvimento ontogênico, com ações de prevenção, promoção,
proteção, educação, intervenção, recuperação e reabilitação do cliente/
paciente/usuário.
D - Especialidade: Gerontologia
• Atenção à saúde da pessoa idosa; Assistência social à pessoa idosa;
• Cultura e lazer para a pessoa idosa e Educação à pessoa idosa.
• Presídios
• Universidades
• Institutos de Pesquisa
• Indústrias
• Gestão
• Serviço militar em geral.
• Centros de Defesa em Direitos Humanos
Estado Universidades TO
AL Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
CE Universidade de Fortaleza
DF Universidade de Brasília
ES Universidade Federal do Espírito Santo
GO Faculdade União de Goyazes
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
MG
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola Superior da Amazônia
Universidade da Amazônia
PA
Universidade do Estado do Pará
Universidade Federal do Pará
Universidade Federal do Paraná
PR
União do Ensino Superior do Iguaçu
PE Universidade Federal do Pernambuco
PI Faculdade Integral Diferencial
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
RJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Faculdade Serra Gaúcha
Centro Universitário Franciscano
RS Universidade Federal de Santa Maria
Universidade Federal de Pelotas
RO Faculdades Integradas Aparício Carvalho
SC Associação Catarinense de Ensino - Faculdade Guilherme Guimbala
30 Terapia Ocupacional • Volume 2
Estado Universidades TO
Centro Universitário de Araraquara Brasil
Centro Universitário São Camilo
Faculdade de Medicina do ABC
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Universidade Sagrado Coração
SP Universidade de São Paulo
Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto
Universidade de Sorocaba
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Universidade Federal de São Carlos
Universidade Federal de São Paulo
SE Universidade Federal de Sergipe
Fig. 1 – Mapa para análise de cobertura com o número de IES que oferecem
o curso de Terapia Ocupacional/Estado (em acordo com a Tabela 1).
1- Densidade Demográfica
2- Consumo de Saúde
3- Consumo de Educação
6- Número de Profissionais
6 - Considerações Finais.
Contextualizar a Terapia Ocupacional no cenário nacional, assim
como contextualizar a própria prática da Terapia Ocupacional, envolve a
compreensão acerca da identidade profissional e de fato o entendimento
de até que ponto conseguimos sensibilizar profissionais e população
acerca da complexidade de nossa atuação. Falar de uma forma clara
para as pessoas sobre quem somos, como atuamos, e conceituar de
uma forma simples e didática o instrumento da Terapia Ocupacional
– a análise da atividade humana, para que uma pessoa possa associar
uma questão de sua rotina ou cotidiano, à intervenção do terapeuta
ocupacional, pode ser um caminho.
No imaginário popular, por exemplo, uma dieta pode remeter
a pessoa ao nutricionista, assim como uma entorse pode remeter
ao fisioterapeuta. E assim poderíamos citar outras profissões que já
possuem a identidade forte quanto ao fazer que lhes caracterizem.
Na Terapia Ocupacional, consolidar a identidade ainda é uma busca.
Trabalhamos com os preceitos da ocupação humana, fazer humano,
rotina, cotidiano, dentre tantos outros conceitos que utilizamos para
explicar às pessoas o que fazemos e o que permeia nossa atuação.
Todavia, nós profissionais sabemos da complexidade da nossa prática, e
diante disso, desistimos de tentar explicar ou partimos para a evidência
clinica, expressa pela prática profissional.
Num contraponto a essa complexidade, o próprio nome da profissão
traz em si um estigma difícil de ser “desconstruído”... A idéia do ocupar
por ocupar, o que acaba sendo mais um problema.
Com a experiência e a formação continuada, passamos a
considerar mais claramente a ciência por traz dos fatos. Refletir
sobre a Ocupação Humana, e o quanto essa ciência influencia a
população em geral, bem como a nossa atuação enquanto terapeutas
ocupacionais, pode auxiliar nesse processo de sensibilização para a
identidade da Terapia Ocupacional.
Em nossa atuação profissional, somos constantemente observados
(pacientes, familiares, outros profissionais...), e considero esse um importante
momento de divulgação do nosso fazer. Como exemplo, compartilho um
atendimento especifico do Programa Melhor em Casa (do SUS), localizado na
Zona Norte da cidade de São Paulo. Esse programa se dá pela intervenção
domiciliar, onde acessamos uma diversidade enorme de contextos.
Na avaliação de um Senhor Idoso, 71 anos de idade, com
40 Terapia Ocupacional • Volume 2
1. Considerações Iniciais.
Este capítulo pretende apresentar, de forma introdutória, a Ciência
Ocupacional e suas potenciais contribuições para a Terapia Ocupacional
no contexto brasileiro. No entanto, faz-se necessário elucidar primeiro
a minha aproximação com esta disciplina acadêmica. Talvez, por meio
deste relato, outras pessoas, como alunos de graduação e terapeutas
ocupacionais, encontrem ressonâncias em suas dúvidas e inquietações
individuais acerca dos fundamentos teóricos da nossa profissão.
Ainda enquanto aluno de graduação em terapia ocupacional
na Universidade do Estado do Pará, o meu interesse pelas teorias de
base da profissão foi despertado. A diversidade de possibilidades de
áreas de atuação com variados públicos e em diferentes condições,
o leque de procedimentos e recursos, de objetivos de intervenção e
do suporte teórico utilizado para fundamentar as boas práticas, foi a
força motriz que impulsionou o meu interesse acerca das teorias de
base que sustentam singular diversidade. Quais conceitos e teorias são
desenvolvidos e utilizados pela profissão, que possibilitam tamanha
variedade na prática profissional? Essa passou a ser uma questão central
em minha formação.
Ao buscar respostas para esta questão, o lugar comum que encontrei,
entre as várias produções existentes, foi a compreensão da intricada
relação entre o ser humano e suas ações na vida cotidiana. A partir
de então, pareceu central que, enquanto terapeuta ocupacional, era
essencial aprofundar os meus conhecimentos sobre o ser humano, seus
fazeres diários e sua relação com outros elementos que constituem a
vida humana, como o ambiente, as condições sociais e de saúde e as
diferentes formas de existir na sociedade.
Nesse período, em conversas e debates com outros alunos,
professores e profissionais que atuavam na assistência, percebi que
43
44 Terapia Ocupacional • Volume 2
6. Considerações Finais.
Este capítulo visou apresentar uma visão geral da constituição
e do desenvolvimento da ciência ocupacional, bem como dos seus
focos e estratégias de pesquisa. Além disso, objetivou apresentar
algumas potenciais contribuições para a prática da terapia ocupacional.
Em virtude seu caráter introdutório não objetivou aprofundar no
que se refere aos conceitos, teorias e debates desenvolvidos no
âmbito da disciplina. Contudo, é válido ressaltar o histórico do seu
desenvolvimento no Brasil.
Questionamentos sobre as ancoragens teóricas capazes de
sustentar a prática profissional também surgiram ao longo do
desenvolvimento e da consolidação da profissão no contexto nacional,
principalmente na década 80 e início dos anos 90. Todavia, as
motivações e as respostas geradas seguiram outras trajetórias.
Assim, a produção de conhecimento da terapia ocupacional
brasileira seguiu outros caminhos, uma vez que os conceitos e teorias
desenvolvidos em outros contextos, principalmente norte-americanos,
não se adequavam às demandas da realidade brasileira. Portanto,
restou necessário o desenvolvimento de caminhos próprios e genuínos
alicerçados em contextos de prática da realidade nacional.
Como estratégia, os terapeutas ocupacionais brasileiros também
III - AQUECIMENTO 57
Referências Bibliográficas
14 - YERXA, E.J.; CLARK, F.; FRANK, G.; JACKSON, J.; PARHAN, D.;
PIERCE, D. et al. An introduction to occupational science, a foundation
for occupational therapy in the 21st century. Occupational Therapy in
Health Care. V.6, n.4, p.1-17, 1989.
19 - CLARK, F.; ZEMKE, R.; FRANK, G.; PARHAN, D.; NEVILLE-JAN, A.;
HEDRICKS, C. et al. Dangers Inherent in the Partition of Occupational
Therapy and Occupational Science. The American Journal of
Occupational Therapy. v.47, n. 2, p.184-186, 1993.
45 - CLARK, F.; AZEN, S.P.; ZEMKE, R.; JACKSON, J.; CARLSON, M.;
HAY, J. et al. Occupational therapy for independent-living older
adults: A randomized controlled trial. Journal of the American Medical
Association, v.278, n.16, p.1321–1326, 1997
Referências Bibliográficas.
em geral, a partir do Design Universal ou não, mas que usados por uma
pessoa com deficiência para potencializar suas habilidades residuais passam
a ser consideradas como um produto assistivo. Ou seja, produtos que são
uma opção para a população em geral (por exemplo, carros automáticos),
mas que para uma pessoa com determinada deficiência passam a ser a
única alternativa que viabilize a realização de uma atividade de forma
independente (uma pessoa com limitação motora que para dirigir de forma
independente necessita do mesmo carro automático que está disponível
para a população em geral, nessa situação esse veículo automático passa
a ser um produto assistivo). Os produtos assistivos podem variar desde
dispositivos de tecnologia simples, que são relativamente fáceis de construir
e utilizar, tais como pranchas de comunicação e talheres adaptados, até
dispositivos mais complexos, com tecnologia mais sofisticada, sistemas
de comunicação por ondas cerebrais, casas inteligentes e próteses
mioelétricas. A TA pode desempenhar um papel importante ao criar a
possibilidade de que uma pessoa se envolva em suas ocupações de escolha
e participe plenamente em sua comunidade . Por exemplo, o uso adequado
de um produto assistivo promove a independência e permite a participação
em ocupações através de aumento ou substituição de mobilidade,
comunicação, manipulação ou funções cognitivas, sensoriais, concretizando
oportunidades de maximizar a independência e autonomia da pessoa com
deficiência, criando possibilidades para a pessoa com deficiência retornar
às atividades produtivas, de auto-manutenção e econômicas, contribuindo
para a evolução da humanidade. Negar esse direito à pessoa com
deficiência é inaceitável.
As definições sobre TA trazem, em comum, a necessidade
do trabalho interdisciplinar e o produto como ponto central da
conceituação; apenas a definição européia foca no serviço de TA e nos
processos complementares para o sucesso do uso do produto.
É importante que seja utilizada uma classificação para as diversas
categorias de TA, a importância da classificação se dá na organização da
área de conhecimento: cada categoria exige grande especialização por
parte das diversas categorias profissionais envolvidas; na organização do
mercado, inclusive questões fiscais; e na disponibilização dos produtos pela
rede pública e privada (visto que o governo brasileiro criou em 2012 uma
linha de crédito subsidiada para que o cidadão brasileiro pudesse comprar
o produto que achasse melhor, linha de crédito do Banco do Brasil, BB
Acessibilidade). A classificação abaixo, foi construída pela ADA (9):
1- Auxílios para a vida diária - Materiais e produtos para auxílio em
CAPÍTULO 2 75
Referências Bibliográficas
4 – Considerações Finais.
Prescrever uma Cadeira de Rodas não deve ser considerada uma
ação simples, onde qualquer pessoa possa fazer. Para uma prescrição
adequada é fundamental a presença de um Terapeuta Ocupacional, pois
essa é a garantia de que todas as variáveis para a segurança do paciente
serão atendidas.
O TERAPEUTA OCUPACIONAL É O PROFISSIONAL RECOMENDADO
PARA A PRESCRIÇÃO E ADEQUAÇÃO POSTURAL EM CADEIRA DE RODAS.
Nesse contexto, o terapeuta ocupacional compartilha com seu
paciente um momento difícil, onde por vezes a lesão é permanente e a
condição de “cadeirante”, bem como o estigma que a cadeira de rodas
traz, passará a estar presente no cotidiano da pessoa. Assim, uma nova
dinâmica de vida deverá ser entendida, aceita e incorporada.
Na avaliação do paciente, é comum que perguntas sejam feitas
pelo mesmo, ou por um familiar. Como por exemplo:
“Por quanto tempo eu terei que utilizar essa Cadeira de Rodas?”
E, por mais que outros profissionais da equipe, ou corpo clínico
já tenham respondido a essa pergunta anteriormente, é comum e até
esperado que cada profissional seja acessado pelo paciente ou familiar,
como potencial depositário de esperança, tamanhas as rupturas e
perdas envolvidas, como no caso do diagnóstico de uma doença neuro-
degenerativa, paraplegia, tetraplegia, trauma crânio-encefálico ou até
mesmo uma condição ortopédica de menor gravidade, mas que exigirá
uma restrição momentânea de movimentos e a mudança de umplano ou
projeto de vida específico.
Diante disso, alguns pontos devem ser considerados.
1- Cada caso é um caso, e a conduta adequada depende da
avaliação criteriosa do terapeuta ocupacional.
2- A linguagem da equipe deve ser o norte para qualquer resposta ao
paciente, lembrando que prognósticos clínicos podem destoar do prognóstico
funcional; e considerando-se a individualidade de cada pessoa, por mais
grave que seja um quadro, o prognóstico também varia para cada um.
3- Há que se considerar o momento emocional da pessoa, e prover-
lhe de acompanhamento psicológico se assim couber.
4- Há que se atentar para uma questão que remete diretamente a
Terapia Ocupacional, onde salvo por uma condição clínica impeditiva,
quanto mais precocemente a pessoa deixar o “imobilismo” do leito (quer
seja hospitalar, ou domiciiar), e retomar uma dinâmica de vida mais
CAPÍTULO 3 103
Referências Bibliográficas.
2 – COLLANGE, L.A.; RODINI, C.; JULIANO, Y.; MISAO, H.; ISOLA, A.M.;
ALMEIDA, S.B. Influência da adequação postural em cadeira de rodas na
função respiratória de pacientes com amitrofia espinal tipo II.Fisioter.
Pesqui.vol16 nº.3 São Paulo July/sept 2009.
1 - Órteses.
1.1 - Introdução
As órteses são dispositivos que auxiliam na função dos membros,
contribuindo com a estabilidade e suporte para articulações. E estão
indicadas principalmente para pessoas com doenças que acometem
o sistema nervoso e o musculoesquelético, e que afetam os membros
inferiores e superiores1.
A palavra órtese (orthosis) vem do grego ortho, que significa corrigir
ou alinhar e sua função essencial é otimizar o aparelho locomotor através
de forças externas que influenciam na mobilidade articular2.
Os principais objetivos com o uso de uma órtese são: proporcionar
funcionalidade por meio da aplicação ou diminuição de forças sobre
parte do corpo de maneira controlada; proteger a cicatrização tecidual
mantendo um membro ou parte dele em repouso para que os tecidos
doentes (traumatizados ou cirurgicamente lesionados que possam cicatrizar
ordenadamente e ininterruptamente); influenciar favoravelmente a
cicatrização tecidual e diminuir o desenvolvimento de tecido cicatricial
de restrição (que tem efeito prejudicial na articulação normal e na
movimentação); manter ou aumentar a amplitude de movimento articular
para prevenir ou corrigir deformidades e substituir ou aumentar função (3).
As primeiras órteses descritas datam do Antigo Egito (2.750-2.625 a.C.),
foram inicialmente usadas para tratar fraturas de membros. No entanto, as
órteses começaram a ser conhecidas e utilizadas a partir da “epidemia mundial
de poliomielite”, no início do século XX, que tiveram papel fundamental no
tratamento e prevenção de deformidades, e que na época, eram produzidas
com os seguintes materiais: panos, couro, madeira e metal (2).
105
106 Terapia Ocupacional • Volume 2
(a)
110 Terapia Ocupacional • Volume 2
(b)
Figura 7 (a, b). Órtese assistiva de punho, usada ara ganho de função
após a lesão do nervo radial.
Fonte: Instituto Lauro de Souza Lima de Baurú.
Fonte: Fess E, Gettle KS, Philips C, Janson R. Hand and Upper Extremity Splinting: Principles and
Methods. 3ª ed. St. Louis: Mosby; 2005. 725.
Fonte: Fess E, Gettle KS, Philips C, Janson R. Hand and Upper Extremity Splinting: Principles and
Methods. 3ª ed. St. Louis: Morby; 2005. 725.
CAPÍTULO 4 115
2 - Próteses.
2.1 - Introdução.
As próteses são dispositivos acrescidos ao corpo para substituir
estética ou funcionalmente um membro perdido por uma deficiência
congênita ou adquirida (13). Pois, o terapeuta ocupacional e o protesista
devem trabalhar juntos com o próprio paciente para selecionar a melhor
escolha de prótese.
De forma geral, os seguintes fatores devem ser considerados na
escolha da prótese: co-morbidades (déficits cognitivos, amputação
concomitante de vários membros, lesões ortopédicas), motivação para
116 Terapia Ocupacional • Volume 2
4 - Considerações Finais.
Como o desenvolvimento órteses e próteses representa um
campo de atuação amplo e que necessita de conhecimentos clínicos
e tecnológicos, uma das características é a multidisciplinaridade, na
qual o terapeuta ocupacional, se une com profissionais da engenharia,
computação e física na tentativa de somar conhecimento para viabilizar
a aplicabilidade tecnológica no tratamento do paciente e na inclusão
social de pessoas com de deficiência.
O desenvolvimento de órteses e próteses são fundamentais para
a funcionalidade de muitos pacientes com diferentes patologias e/ou
sequelas, principalmente com o objetivo de propiciar funcionalidade em
tarefas básicas necessárias para manter e melhorar a qualidade de vida.
Apesar dos trabalhos crescentes nessa área e da existencia de diversos
serviços de atendimento a saúde e reabilitação no Brasil que usam
esse tipo de tecnologia, existe uma carência no desenvolvimento
e verificação da eficácia de próteses e órteses, principalmente
considerando material e desenvolvimento com custo acessível.
Outro aspecto importante a ser considerado, é a adesao dos
pacientes ao uso dessas tecnologias, havendo diversos relatos empiricos
nos serviços que a prescrevem do abandono das mesmas, sem que
tenham sido pesquisados os motivos desse abandono.
CAPÍTULO 4 121
Referências Bibliográficas.
2 - FESS, E.; GETTLE, K.S.; PHILIPS, C.; JANSON R. Hand and Upper
Extremity Splinting: Principles and Methods. 3ª ed. St. Louis: Mosby; 2005.
725.
11 - BRAND, P.W. Clinical Mechanics of the hand. St Louis: Mosby; 1999. 369p.
122 Terapia Ocupacional • Volume 2
12 - CYR, L.M.; ROSS, R.G. How controlled stress affects healing tissues.
Journal of hand Therapy 1998 Apr-Jun: 125-130.
1 - Introdução.
Estudos nacionais mostram que as quedas são prevalentes em
idosos e que a porcentagem é de 30% entre as pessoas com mais de 65
anos, considerando-se o quantitativo de uma queda ao ano (1).
O evento da queda pode ser definido como um deslocamento não-
intencional do corpo para um nível inferior à sua posição inicial, com
incapacidade de correção em tempo hábil (2). Nesta perspectiva, até
mesmo desequilíbrios ou pequenas alterações não-intencionais de postura
são consideradas quedas, mesmo que o idoso não chegue ao chão.
A etiologia, que é multifatorial, pode se dar em dois grandes
grupos, os fatores intrínsecos e os extrínsecos. Entre os primeiros
encontram-se as alterações fisiológicas da velhice, o uso de
medicamentos e as condições patológicas.
Entre os fatores extrínsecos, destacam-se os perigos ambientais e
os calçados e roupas inadequados (3). O monitoramento destes fatores
pode ser um diferencial nos indicadores de quedas ambientais no
domicilio e mesmo em instituições de longa permanência. No âmbito
domiciliar, a manutenção da nova estruturação do ambiente é um grande
desafio, visto que os arranjos familiares são comumente geracionais,
somado a questão comportamental e até mesmo cognitiva dos idosos.
O uso de novas tecnologias também pode contribuir para a
prevenção ou mesmo para a diminuição dos danos recorrentes as
quedas. Estes dispositivos incluem sensores de movimento e iluminação,
camas baixas, cintos de cama, sistemas de adequação postural,
transferência realizada por sistema de elevação, entre outros. Vale
124
CAPÍTULO 5 125
3 - Objetivos.
Quanto aos ojetivos, podemos citar:
- Maior participação / Independência nas atividades cotidianas.
- Facilitar a relação do indivíduo com o ambiente, permitindo que
ele realize atividades de seu interesse.
Envolve barreiras ambientais e suportes ambientais para o desempenho
ocupacional, sendo influenciado por fatores sociais, culturais, econômicos,
institucionais, físicos e arquitetônicos. Parte de uma visão sobre a relação
entre a necessidade populacional e a necessidade individual.
Pontos importantes:
- Focos de Atenção da Equipe de Saúde
- Movimento livre e independente
- Inclusão social
- Legislação
4 - Avaliação.
No processo de avaliação, deve-se atentar para:
- Fatores físicos (ambiente natural e construído)
- Adaptação
- Dinâmica de execução da atividade.
- Fatores sociais (relação familiar, vizinhança, comunidade, grupos
institucionais ou lideranças)
- Fatores culturais (influência em atitudes e interesses, normas de
comportamento, tradições e definições de regras)
- Fatores de cidadania (aceitação da comunidade para as
adaptações ambientais)
128 Terapia Ocupacional • Volume 2
5 - Considerações Finais.
Dessa forma, o Terapeuta Ocupacional na abordagem a diferentes
saberes, com profissionais em dinâmica de equipe, busca melhorar
a acessibilidade, prevenindo quedas e incluindo as pessoas em suas
atividades cotidianas. Isso se dá no princípio do conceito do design
universal, onde os produtos fabricados e os locais construídos devem
ser de uso equitativo, flexível, simples e intuitivo, com informações
perceptíveis a todos, produtos de baixa tolerância ao erro, com o
mínimo desgaste físico, e com tamanho e espaço para uso e alcance
máximo dos usuários; e assim prover que todos os produtos, ambientes e
meios de comunicação atendam a maioria da população, independente
de gênero, idade, tamanho, desempenho funcional ou incapacidade;
esse conceito juntamente com as normas técnicas e uma completa
análise das atividades, levam a maior autonomia e independência
funcional, e consequentemente uma sociedade mais inclusiva (7; 8).
Referências Bibliográficas.
cidade de Londrina Revista Kairós, São Paulo, 12(1), pp. 181-196, jan. 2009.
1 - Introdução.
Profissionais da área da saúde e reabilitação, da educação, familiares,
cuidadores, a sociedade e a própria pessoa deficiente, muitas vezes se
deparam com uma grande barreira: a dificuldade de comunicação.
Sendo assim, essa dificuldade tornar-se-á limitadora e frustrante,
tanto para quem está expressando suas idéias, quanto para quem está
interpretando os conteúdos elaborados pelo outro.
A comunicação é o processo no qual toda a informação é passada
entre os indivíduos, e é por meio desse processo que nos relacionamos e
aprendemos. É fator essencial para a integração do sujeito à sociedade,
sendo utilizada na interação com outras pessoas, formando os laços sociais
que as conectam umas às outras e às suas comunidades e culturas (8).
Uma pessoa com distúrbio de comunicação poderá ter prejuízos em
inúmeras áreas da linguagem, tais como: escrita, expressiva, receptiva e na
área emocional. Então, para auxiliar nesse contexto, temos a comunicação
suplementar e alternativa que, por meio de recursos eletrônicos ou não,
atua como um meio facilitador que permite a comunicação das pessoas (1).
Assim, pode-se definir a Comunicação Suplementar e Alternativa
(CSA) como uma área da prática clínica, educacional e de pesquisa
que tenta compensar e facilitar, de forma temporária ou permanente,
os prejuízos e incapacidades dos indivíduos com graves distúrbios da
comunicação expressiva e/ou de compreensão.
A CSA pode ser necessária para indivíduos que demonstrem
131
132 Terapia Ocupacional • Volume 2
prejuízos nos modos de comunicação gestual, oral e/ou escrita (1, 2).
Como conceitos, temos ainda:
a. Comunicação Suplementar: Quando o indivíduo utiliza outro meio
de comunicação para complementar ou compensar um comprometimento
na articulação ou produção de sons da língua, sem substituí-la totalmente.
b. Comunicação Alternativa: Quando o indivíduo utiliza outro meio
de comunicação devido à impossibilidade de se comunicar oralmente.
Dessa forma, a CSA pode ser usada de forma temporária e
permanente. É dita temporária, quando utilizada por uma pessoa com
dificuldade de comunicação somente por um período e permanente,
quando utilizada por uma pessoa com impossibilidade de desenvolver ou
de readquirir a linguagem oral e escrita (1).
A comunicação alternativa envolve a comunicação de duas formas:
sem ajuda de recursos externos (gestos, expressão facial, expressão
corporal, piscar de olhos, apontar, vocalizações) ou com o auxílio
de recursos externos denominados símbolos gráficos bidimensionais
(fotografias, gravuras, desenhos) e tridimensionais (objetos reais e
miniaturas, voz digitalizada e sintetizada em computadores).
Esse método de comunicação pode ser indicado para indivíduos com
retardo de aquisição de linguagem; disartria; afasia; deficiência motora,
como paralisia cerebral; autismo; síndromes neurodegenerativas; atraso
do desenvolvimento neuro-psico-motor (DNPM), entre outras afecções
(1, 6), visto que para o percentual da população que não fala ou cuja
fala não preenche as funções comunicativas, é necessário potencializar
outros sistemas de comunicação para que haja interação social e melhor
qualidade de vida (8).
O sistema de comunicação alternativa é um grupo integrado de
componentes que inclui os símbolos, os recursos, as estratégias e as
técnicas utilizadas pelo indivíduo para auxiliar o desenvolvimento do
processo comunicativo.
Os símbolos são as representações visuais, auditivas ou táteis de
um conceito e podem ou não necessitar de recursos externos para serem
utilizados. Caso o usuário não necessite de um recurso externo, pode ser
utilizado o próprio corpo para se comunicar, como os gestos, a língua de
sinais, as vocalizações e as expressões faciais (8).
Já os sistemas simbólicos que necessitam de recursos externos,
também denominados sistema de ajuda, podem ser simples, de baixa
tecnologia ou tecnologicamente complexos. Incluem-se nesta categoria os
objetos concretos, os símbolos gráficos como desenhos, pictogramas, letras e
CAPÍTULO 6 133
Referências Bibliográficas.
2 - https://utep.edu/chs/slp/_Files/docs/3-ASHA Documents.pdf
7 - http://www.fonoemneuro.com/materiais-e-jogos/
(acesso em 12/02/2018)
1 - Considerações Iniciais.
A deficiência visual refere-se a uma situação incorrigível de
diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas,
hereditárias ou adquiridas, mesmo após tratamento clínico e uso de
óculos convencionais.
A deficiência visual é classificada em dois grupos:
– Cegueira (ausência total da resposta visual)
– Visão subnormal ou baixa visão (diminuição da resposta visual).
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS o indivíduo com
baixa visão ou visão subnormal é aquele que apresenta diminuição das
suas respostas visuais, mesmo após tratamento e/ou correção óptica
convencional, uma acuidade visual menor que 6/18 à percepção de
luz, ou um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação,
mas que utiliza ou é potencialmente capaz de utilizar a visão para o
planejamento e/ou execução de uma tarefa.
O indivíduo com cegueira é aquele com acuidade visual igual ou
menor de 3/60 (0,05), com a melhor correção óptica no olho de melhor
visão, até ausência de percepção de luz, ou correspondente perda de
campo visual no olho de melhor visão com melhor correção possível (1).
São causas comuns da cegueira e de outras deficiências visuais:
– Doenças infecciosas (tracoma, sífilis).
– Acidentes e traumas oculares (pancadas, ação de ácidos)
– Doenças sistêmicas (diabetes, arteriosclerose, nefrite, moléstias
do sistema nervoso central, deficiências nutritivas graves).
– Causas congênitas e outras (catarata, glaucoma, miopia).
O diagnóstico da deficiência visual é da responsabilidade do
oftalmologista, sendo ele o responsável pelo encaminhamento, por meio
142
CAPÍTULO 7 143
criança tiver para explorar materiais próprios para a sua idade, melhor
será o entendimento do mundo que a espera.
Segundo Piaget (1998), a atividade lúdica (brincar) é o berço
obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso,
indispensável à prática educativa (2).
A utilização de materiais de diferentes formas e texturas,
brinquedos sonoros e próprios para cada faixa etária serão de grande
importância nessa prática.
Alguns materiais poderão ser adaptados a fim de facilitar a sua
utilização e contribuir para a estimulação dos sentidos.
O sistema vestibular pode ser estimulado por meio do uso de balanços ou
redes, contribuindo para o ganho de equilíbrio ou melhor controle de tronco.
Segundo a Dra. Ayres (terapeuta ocupacional americana que
utiliza a integração sensorial), o sistema vestibular é responsável pela
segurança postural, equilíbrio e movimentos oculares. No caso da visão
subnormal, materiais coloridos ou luminosos podem contribuir para a
estimulação do resíduo e foco visual (3).
2 - Desenvolvimento da visão.
(Idade – características visuais)
0 mês – Não responde a qualquer estímulo no campo visual, exceto
luz Algum grau de fixação.
1 mês – Segue movimento lento de objetos. Começa a
coordenação binocular.
2 meses – Atenção a objetos a 20 cm ou mais.
3 meses – Aperfeiçoa movimento dos olhos. Aperfeiçoa movimento
binocular. Reage a cores diferentes.
Atenção nos objetos somente quando manipula.
4 meses – Fixa os olhos sobre a mão e permanece mostrando
interesse por objetos pequenos e brilhantes.
Tenta mover–se em direção ao objeto no seu campo visual.
5 meses – Desenvolve coordenação olho-mão: esforços sucessivos
de agarrar. Procura intencionalmente os objetos com os olhos, mesmo
que seja apenas para brincar com a luz.
6 meses – Reconhece pessoas. Vira os olhos para a direita e esquerda.
7-8 meses – Tenta pegar objetos além do alcance. Convergência dos olhos.
9 meses – Observa a expressão das pessoas próximas e tenta
fazer o mesmo.
CAPÍTULO 7 145
Referências Bibliográficas.
3 - AYRES, A.J.: Sensory Integration and The Child, Los Angeles, WPS, 1979.
Escovação
Dentes em mau estado de conservação também contribuem para
o risco de pneumonias, sendo necessária além da higiene, a retirada da
placa bacteriana.
Mesmo se o paciente não se alimentar por via oral, há necessidade de
escovação 3 vezes ao dia, escovando dentes, língua e palato duro, com pastas
não muito abrasivas e com flúor, (as pastas com gel são mais abrasivas).
A escova deve ter cabo anatômico, cabeça pequena, cerdas
dispostas em poucas fileiras de tufos para que todos entrem em contato
com a superfície dental, de pontas arredondadas para não lesar a
gengiva, de flexibilidade entre média e macia;
Em relação a pacientes com hipersensibilidade, o movimento
160 Terapia Ocupacional • Volume 2
Ambiente
Durante os procedimentos e exercícios, o ambiente deve ser
tranquilo, sem interferência de barulhos, sem distrações, sem a
presença de pessoas desnecessárias, movimento de pessoas, ou muitos
estímulos visuais, desligando-se rádio, TV e eliminando conversas.
Utensílios
Utilizar utensílios que facilitem a alimentação do paciente e
ofereçam mais conforto, prescritos pela fonoaudióloga (ex: seringas,
colheres adaptadas, canudos, etc.).
Posição do Paciente
Deverá ser sempre alterada a sua posição corpórea (mudança de
decúbitos), para que se evitem as escaras de decúbito (orientar-se com
o fisioterapeuta):
Procurar preservar, sempre que possível, o paciente na posição
sentada. E nela, o paciente deverá estar com a cabeça centrada
(alinhada com o corpo).
Nos pacientes sem controle cervical, adaptar rolinhos de toalha ou
lençóis para apoiar a cabeça, mantendo-a centrada/alinhada com o corpo.
Quando acamado, durante os episódios de alimentação, deve-se
elevar o tronco do paciente a pelo menos 45º e manter elevado por
pelo menos 1 hora após a alimentação. O posicionamento inadequado
ou o retorno do paciente à posição supina imediatamente após a
alimentação, podem produzir retorno do alimento ingerido (refluxo),
ocasionando desconforto gástrico (náuseas e vômitos), e consequente
possibilidade de pneumonia aspirativa.
Procure não alterar isoladamente a conduta estabelecida pela
equipe multiprofissional sem consulta prévia; cada etapa do trabalho
é extremamente importante e deve ser observada para que o paciente
CAPÍTULO 8 161
Referências Bibliográficas.
2 - FILHO, E.M.; PISANI, J.C.; CARNEIRO, J.; GOMES G.; DANTAS, R.O.;
Disfagia orofaríngea. Disfagia Abordagem multidisciplinar - 2a. Ed. - Frôntis
Editorial 2000, p. 20-27.
- SALA R.; MUNTÓ, M.J.; CALLE, J.; PRECIADO, I.; PÉREZ,; CORTÉS,
A.; MOLLA, R.; MARIBEL, A. Alteraciones de la deglutición en el accidente
cerebrovascular: incidencia, historia natural y repercusiones sobre el estado
nutricional, la morbidade la mortalidad. Rev Neurol;159(27)1998:0759- 66.
1 - Introdução.
Para o planejamento de uma abordagem de reabilitação com
o objetivo de restauração das estruturas corporais, aprendizado ou
reorganização do movimento, muitos profissionais da área da saúde
podem estar envolvidos, na medida em que se compreende que os
aspectos da saúde e, em especial o comportamento motor. Isso engloba
a condição social, o estado físico e o emocional do indivíduo, assim
como o contexto onde ele se insere. Cabe a equipe multiprofissional a
elaboração de propostas de atuação em conjunto, em prol de objetivos
em comum. Participam dessas propostas fisiatras, neurologistas,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros que atuam na
área de reabilitação, entre outros.
Dentre as várias possibilidades para a reabilitação de pessoas com
deficiência física, tem se discutido ao longo de décadas os efeitos da
água e suas propriedades como um recurso importante para a reabilitação
motora de pacientes com sequelas de lesões centrais, por exemplo (1).
De forma geral, a terapia aquática, hidroterapia ou reabilitação
aquática é um recurso utilizado por especialistas, e fornece suporte
à reabilitação realizada em solo, no qual o paciente experimentará
posturas, movimentos e atividades no meio líquido; que em muitos
casos, fora d’água talvez não fossem possíveis de serem realizados.
Logo, entende-se que o ambiente aquático é um meio facilitador e
complementar, em que as atividades vivenciadas e aprendidas na água
são reproduzidas e continuadas em solo e nas atividades cotidianas.
Para uma adequada avaliação multiprofissional sobre o paciente, é
preciso entender alguns parâmetros, conceitos e definições a respeito do
movimento e sua organização sistêmica.
167
168 Terapia Ocupacional • Volume 2
3 - O Sistema Sensorial.
A organização ou planejamento dos movimentos e sua
representação cerebral têm como porta de entrada para o sistema
nervoso, o sistema sensorial.
Esse processo se caracteriza por uma dinâmica neuromotora
e fisiológica de base, denominada aferência, juntamente a uma
organização emocional em âmbito social e permitirá que a pessoa exerça
sua profissão, pratique esportes e realize projetos de vida (3).
A aferência de estímulos sensoriais depende, entre outras
características, (estruturais e funcionais) da capacidade percepto-
cognitiva das pessoas.
Como “canais” de captação sensorial para demanda percepto-
cognitiva têm-se a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar. As
cores, as formas, os gostos, os cheiros e os sons são construções mentais
criadas no cérebro pelo processamento sensorial.
Nesse processo destaca-se ainda o sistema vestibular, responsável pela
manutenção do equilíbrio e da postura e o sistema proprioceptivo (2).
Assim, as percepções pessoais não são registros diretos do mundo
ao redor, mas são construídos internamente de acordo com regras inatas
e limites impostos pela capacidade do SNC (conhecimento prévio por
mecanismos básicos da percepção e evolução do ser humano).
O estimulo sensorial é captado pelo organismo como estímulo
físico, gerando estímulos nervosos (energia eletroquímica – linguagem
CAPÍTULO 9 171
ação da gravidade, sendo igual à força inversa (para cima) gerada pelo
volume da água deslocado. A flutuação, também conhecida como empuxo,
descoberto por Arquimedes (287-212 a.C), tem um papel importante no
tratamento de pacientes que não suportam o peso corporal fora da água.
O corpo imerso facilita movimentos articulares, musculares e funcionais,
muitas vezes difíceis de ser realizados fora d’água.
Um corpo humano imerso até a região cervical apresenta o
peso corpóreo reduzido em 90%; com imersão até região do processo
xifóide, o seu peso reduzirá em 75%; imerso até região umbilical seu
peso reduzirá para 50%.
Esse princípio físico, além de facilitar o movimento, pode também
dificultá-lo, o que depende da ação do movimento e posição em que
este será realizado. Com a redução da descarga de peso, o Sistema
Nervoso Simpático (SNS), suprimido à imersão, diminui a percepção da
dor. Outro efeito importante é o metacêntrico, e refere-se à interação
das forças opostas da gravidade e flutuação, resultante das forças
rotacionais sobre o corpo.
Assim, quando o centro de gravidade estiver alinhado com a
flutuação, o ponto de metacentro consequentemente se alinhará,
estabilizando o corpo na água. Esse efeito é bastante utilizado pelo
método Halliwick no programa dos 10 pontos, e procura estabilizar o
corpo para facilitar ou desafiar para a realização de atividades com o
mesmo intuito de estabilização e melhora do equilíbrio.
• Pressão Hidrostática
É uma pressão exercida em toda superfície do corpo imerso no
meio líquido e, segundo a Lei de Pascal, é medida em newtons por
metro quadrado (N/m2), dinas por centímetro quadrado (dyn/cm2) e
milímetro de mercúrio por pé (mmHg/ft).
Essa pressão exercida no corpo imerso é diretamente proporcional
à densidade do líquido e profundidade de imersão, e precipita os
fluidos corporais da região distal para proximal, em posição vertical,
o que favorece a reação diurética (devido à supressão dos hormônios
antidiuréticos), aumento da circulação/fluxo sanguíneo corporal,
reabsorção de edemas e reações de equilíbrio.
• Viscosidade
É o atrito entre as moléculas de um líquido. Essa atração molecular
gera uma resistência ao corpo em movimento, conhecida como
viscosidade. Quanto mais viscoso o líquido, maior a resistência por
ele exercida ao corpo em movimento, processo esse proporcional ao
176 Terapia Ocupacional • Volume 2
9 - Contraindicações e Cuidados.
A reabilitação de pacientes que sofreram trauma neurológico é
complexa, sendo contraindicado para o trabalho na água pacientes
com baixos níveis cognitivos que corram riscos de vida ou acidentais.
Na imersão de pacientes, a sonda nasogástrica necessita estar fechada,
gastrostomias devidamente vedadas com material apropriado,
tipo tegadermTM, bolsas de colostomia devidamente vedadas, e a
CAPÍTULO 9 189
Referências Bibliográficas.
1 - Introdução.
Esse capítulo foi elaborado pela equipe do centro de Equoterapia
Camaster (Salto/SP), e retrata a equoterapia como método terapêutico
dentro de uma abordagem multiprofissional na área da saúde,
educação e equitação.
Com a apresentação de casos clínicos, a equipe mostra a eficiência
do método, que busca como principais objetivos, o desenvolvimento
biopsicossocial das pessoas.
Figura 1 - O Trote.
Imagem: Editoria de arte/folhapress
6 - Relato de Casos.
CASO 1
G., 6 anos de idade
Diagnóstico – Síndrome de Pitti Hopkins (rara – 50 casos
notificados no mundo).
A síndrome caracteriza-se pela associação de déficit cognitivo,
dismorfismo facial típico e alteração da respiração (irregular), os dois
gêneros são igualmente acometidos. (ORPHANET)
Foi encaminhado por um serviço médico de referência, e já realiza
a equoterapia há 4 anos. Além disso, é acompanhado por fisioterapeuta,
fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.
Após 1 mês de tratamento, foi observada uma melhora significativa
na dinâmica de marcha, na expressão facial e comunicação e interação
social, e ainda ganho nas funções uni e bi-manuais.
Nesse caso, em relação à terapia aplicada, foi dada ênfase ao
trabalho de integração sensorial.
CASO 2
Vc. e Vn., gêmeos, 5 anos de idade
Diagnóstico – Síndrome de West
Quadro clínico – Paralisia cerebral, portador de gastrostomia e
válvula de derivação, com déficit visual, hipertonia muscular (Vc) e
hipotonia muscular (Vc), e esteriotipia das mãos. E no caso em tela,
ambos compreendem ordens simples.
Essas crianças realizam sessões de equoterapia há 1 ano, evoluindo
com melhora do controle de cabeça e tronco, ganho de ADM em membros
inferiores (facilitando o cuidado com a higiene), evolução na preensão e
uso funcional das mãos, e consequente melhoria na qualidade de vida.
CASO 3
F. 29 anos de idade
Diagnóstico – Trauma Crânio-Encefálico (TCE)
Quadro clínico – Tetraparesia, dificuldade na comunicação
verbal (decorrentes da perda de massa encefálica), mas possui boa
compreensão.
Esse paciente realiza atendimento de equoterapia 1 vez por
semana, e já se encontra no seu segundo ano de tratamento.
A abordagem se dá em montaria dupla (junto ao terapeuta), pela
dificuldade em manter-se sentado de forma independente.
204 Terapia Ocupacional • Volume 2
CASO 4
V. 50 anos de idade
Diagnóstico – Secção de Aneurisma Cerebral. (Quadro clínico -
Déficit de equilíbrio e dificuldade na dinâmica de marcha.)
Objetivos da equoterapia – Ganho de equilíbrio e melhora na
dinâmica de marcha.
Evolução – Apesar de ter um tratamento irregular quanto a
continuidade, e ter evoluído com quedas no âmbito familiar (pouca
supervisão e adesão da família), no segundo ano de tratamento reconhece
a grande importância da equoterapia no seu cotidiano, tanto na condição
física, quanto na emocional. Pois, seu trabalho terapêutico também é
complementado com atendimento de fisioterapia em domicílio.
Figura 15 - O Amor.
CAPÍTULO 10 207
As imagens exibidas nesse capítulo, são de arquivos pessoais dos próprios autores.
Referência Bibliográfica.
1 - Introdução.
Os animais sempre estiveram presentes na vida do homem como
auxiliar no trabalho, meio de transporte ou companhia. Nas mais
remotas civilizações há registros históricos retratados por meio de
símbolos e desenhos que identificam o elo com os animais por meio
da representação da afetividade e seus relacionamentos. Os gregos
acreditavam que os cães eram capazes de curar doenças, e os criavam
como terapeutas auxiliares em seus templos de cura. Em quase todas as
culturas há relatos do cão como guardião, protetor e acompanhante do
homem. Simbolicamente, o cão significa fidelidade, devoção, vigilância
e prudência. Passa a se perceber um vínculo de afeto entre homem e
animal. A partir da domesticação, foi possível também obter efeitos
benéficos relacionados à saúde do homem.
Após a revolução industrial muitos animais tiveram suas atividades
reconhecidas. Começaram a exercer outras funções. Um exemplo disto são
os animais de serviço, sendo os cães os mais empregados nessas atividades.
Os cães de serviço são classificados em cães de assistência, cães guias, cães
de alerta, cães para deficientes auditivos, entre outras possibilidades.
Os cães de assistência executam atividades como abrir portas, pegar e
levar objetos, acender e apagar as luzes, abrir geladeiras, pegar e atender
ao telefone, empurrar cadeiras de rodas, etc. São treinados principalmente
para pacientes com Paralisia Cerebral, Distrofia Muscular e Esclerose
Múltipla. Podem ser treinados para auxiliar pacientes com dificuldade
de equilíbrio (pacientes vítimas de AVE ou com Doença de Parkinson, por
exemplo). Os cães se posicionam como um apoio, como um andador.
Os cães-guia para deficientes visuais são os mais conhecidos. Já
os cães de alerta são treinados para auxiliar pessoas com distúrbios
psiquiátricos, epilepsia ou diabetes. Emitem um alerta para perigo
209
210 Terapia Ocupacional • Volume 2
3 - Definições.
Intervenções Assistidas por Animais (IAA) são todas as intervenções
em que se atua junto com um animal em terapia. Uma unidade de
intervenção é formada pelo binômio: um técnico especializado em
cinoterapia e um animal próprio para terapia.
A Atividade Assistida por Animais (AAA) envolve a visitação,
recreação e quebra de rotina por meio do contato dos animais com os
pacientes. Não há necessidade de objetivos pré-definidos. Os animais
são levados às instituições por seus tutores, e cada sessão dura cerca
de uma hora. Em uma sessão de AAA desenvolvem-se atividades e
brincadeiras intermediadas pelos animais, ou apenas se estimula
o contato com os animais e seus tutores. A atividade não envolve
metodologia e/ou procedimentos rígidos. O conteúdo da visita é
espontâneo, e não há necessidade da sessão ser coordenada por um
profissional da área da saúde. Mas há a necessidade de um técnico
especializado em cinoterapia. As atividades podem ser individualizadas
ou grupais, com periodicidade semanal ou quinzenal, geralmente em
intervalos definidos.
As sessões de Educação Assistida por Animais (EAA) têm objetivos
pré-definidos, voltados à estimulação pedagógica. A sessão de EAA deve
necessariamente ser coordenada por um profissional da área de educação
(professor ou pedagogo), e nestas intervenções o animal participa como
um facilitador, um motivador ou um mecanismo de apoio para crianças
com dificuldades de aprendizagem, autista ou TDAH, por exemplo.
A Terapia Assistida por Animais (TAA) é uma intervenção dirigida,
com objetivos específicos para cada patologia e faixa etária. O animal
deve cumprir critérios rigorosos de comportamento e é parte integrante
de um processo terapêutico formal.
O animal surge como um catalisador do processo terapêutico,
modificando o ambiente e o cotidiano da pessoa em tratamento.
Além dos pacientes, todas as pessoas que estiverem na instituição se
beneficiam desta interação. A TAA é planejada previamente conforme
os objetivos que se pretende atingir. Podem ser para promover a
melhoria da saúde física, social, emocional ou cognitiva. As sessões são
previamente agendadas e com duração de cerca de uma hora.
A TAA é obrigatoriamente dirigida por profissionais da saúde com
conhecimentos especializados na patologia a ser tratada, bem como em
cinoterapia. Envolve procedimentos padronizados e metodologia predefinida.
CAPÍTULO 11 213
9 - Considerações Finais.
O Médico Veterinário é o responsável pela atualização das vacinas
e acompanhamento da saúde do animal. O animal não é uma simples
ferramenta de trabalho. O tutor deve ficar atento às necessidades
fisiológicas do animal, estresse e cansaço.
O Terapeuta Ocupacional é o responsável técnico pelo paciente.
É quem fará o diagnóstico das limitações e potencialidades; prescreve
e coordena a terapia, e determina a atividade a ser realizada junto ao
animal, bem como em todo o processo terapêutico ocupacional.
A diferença nesse processo é que o recurso é vivo, e oferece
benefícios como o afeto catalisador, que certamente é um grande
diferencial desse recurso.
Referências Bibliográficas.
1 - Introdução
No Brasil, os casos de afastamento por doença do trabalho
cresceram cerca de 25% entre 2005 e 2015, atingindo 181.608 pessoas,
segundo informações publicadas no Anuário do Sistema Público de
Emprego e Renda do Dieese, com base na Relação Anual de Informações
Sociais (Rais). O impacto disto na economia mundial, é de um prejuízo
de aproximadamente 1 trilhão de dólares por ano. Ainda de acordo
com a Organização Mundial da Saúde - OMS, existem 23 milhões de
trabalhadores sofrendo com transtornos mentais, que necessitam
de algum tipo de atendimento, correspondendo a cerca de 12% da
população brasileira.
A OMS fez também um alerta sobre a depressão. De acordo com
o documento elaborado, a doença será o maior motivo de afastamento
do trabalho no mundo, até 2020, e hoje é a principal causa de mortes
por suicídio, com cerca de 800 mil casos por ano. No Brasil, cerca de
5,8% da população tem a doença, o que faz do país o campeão de casos
na América Latina. Em 2016, 75,3 mil trabalhadores foram afastados
por causa de depressão no território brasileiro. Esse grupo corresponde
a 37,8% de todas as licenças médicas apresentadas em 2016 e que
deram direito a recebimento de auxílio-doença, em casos esporádicos
ou recorrentes. No panorama mundial, as mulheres são as principais
afetadas: 5,1% são depressivas. Entre os homens, a taxa é de 3,6%.
Além da depressão, a entidade indica que, ao redor do mundo, 264
milhões de pessoas sofrem com transtornos de ansiedade, uma média de
3,6%. O número representa uma alta de 15% em comparação a 2005 (1).
Outra patologia que vem atingindo cada vez mais trabalhadores
no Brasil e no mundo, é a Síndrome de Burnout, mais conhecida como
Síndrome de Exaustão pelo trabalho. Segundo pesquisa realizada pela
224
CAPÍTULO 12 225
2 - Processos Mentais.
Os processos mentais ficam evidenciados após o nascimento e tem
função principal, de fazer o indivíduo se relacionar harmonicamente com a
realidade física, emocional e social a sua volta. Pode ser subdividido em 3:
1. Processos Cognitivos;
2. Processos Emotivos;
3. Processos Conativos.
Processos Cognitivos.
Cognição é a habilidade para processar informações através da
percepção, portanto, o processamento cognitivo engloba a capacidade
de receber estímulos através dos diferentes sentidos (visão, tato, olfato,
paladar), assimilar (memória, atenção, concentração) e processar
(aprendizagem) as informações, para que sejam convertidas posteriormente,
em conhecimento. A cognição tem uma importante função adaptativa e o
seu desenvolvimento permite uma progressiva complexidade, flexibilidade e
sofisticação na capacidade de resolver problemas.
Processos Emotivos.
Correspondem às vivências de prazer/desprazer que o indivíduo
experimenta no decorrer da vida. Remetem à interpretação das relações
com pessoas, objetos, idéias, e que podem desencadear alterações
fisiológicas e comportamentais frente ao estímulo, como por exemplo,
calafrios, rubor, palidez, respiração ofegante, tremor muscular, palpitação.
226 Terapia Ocupacional • Volume 2
Processos Conativos.
Designam os processos em que a vontade, a intenção e a
motivação, levam os indivíduos a adotar determinados comportamentos
proativos. A Conação não equivale à ação propriamente dita, mas a uma
disposição interna para agir a favor de.
6 - Instrumentos de Base.
1. Análise Ergonômica do Trabalho - AET.
Antes de iniciarmos nossa intervenção, é fundamental proceder a
análise ergonômica, que é determinada pela norma regulamentadora
17 (NR-17), onde no item 17.1.2, especifica que: “Para avaliar a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas
dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica
do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de
trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.”
Descreve quais métodos, testes, foram utilizados (entrevistas
a funcionários e chefias, questionários, medições ambientais e
observações in loco, registro de situações reais de trabalho através de
filmagens ou fotografias.) Oriunda da escola franco-belga de ergonomia,
tem possibilitado a compreensão e a transformação de inúmeras
situações. A AET está centrada na análise da atividade e fundamentada
no estudo de situações de trabalho singulares e socialmente situadas.
Busca a adaptação do trabalho ao homem e não o contrário. Possibilita
ao empregador e ao trabalhador um panorama geral das situações
encontradas (5; 6).
CAPÍTULO 12 231
FONTE: OMS
11 - Considerações Finais.
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional -
COFFITO define a terapia ocupacional como uma “profissão de nível
superior voltada aos estudos, à prevenção e ao tratamento de
CAPÍTULO 12 241
Referências Bibliográficas.
https://www.cognifit.com/br/cognitive-assessment/battery-of-
tests/viper-nam-test/decoding-test (acessado em 25/03/2018).
1 - Introdução.
Entende-se que o processo de reabilitação é de responsabilidade
da equipe multiprofissional de saúde, composta por médicos,
terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, enfermeiros, assistentes
sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, e outras profissões relacionadas.
Portanto, a reabilitação não é um simples procedimento, e sim, pode
ser reconhecida como um longo processo de reinserção do indivíduo
na sociedade, que preconiza a sua máxima recuperação. Neste caso,
também se deve considerar não apenas os aspectos médicos, mas
também os aspectos psicológicos, funcionais e vocacionais. E que, cada
profissional contribui de acordo com sua formação e área de atuação.
O terapeuta ocupacional possui o papel de favorecer a evolução da
capacitação das respostas físicas, sensoriais, cognitivas, psicossociais
e vocacionais. E para tal, utiliza recursos terapêuticos funcionais numa
ampla variedade de atividades que considera apropriado ao estado físico
e psicológico do paciente.
O fisioterapeuta atua na evolução da capacitação das incapacidades
físicas, e se utilizando diversos recursos, tais como, exercícios terapêuticos,
agentes físicos e recursos de assistência apropriados ao seu paciente.
O fonoaudiólogo se utiliza de recursos relacionados a audição,
fonação, alimentação e linguagem. Já o pedagogo, atua na elaboração
de programação especializada direcionada para escolaridade, inclusão
com tutoria, e adequação necessária para aprendizagem. (1).
247
248 Terapia Ocupacional • Volume 2
1.2 - Histórico.
O conceito de Integração Sensorial (IS) teve início nos anos 60 em
pesquisas realizadas pela Dra. Anna Jean Ayres, terapeuta ocupacional,
PhD, na área de psicologia. E tinha como preocupação, a necessidade
de entender e ajudar as crianças com alterações em processamentos
sensoriais.
Assim, inúmeras terapeutas ocupacionais brasileiras, desde os anos
70, acompanham o desenvolvimento da IS, a qual sempre foi considerada
como importante no tratamento das disfunções sensoriais, motoras e das
dificuldades de aprendizagem.
Segundo Ayres (1979), a adequação do processamento sensorial nos
primeiros meses de vida é essencial para o desenvolvimento das reações
posturais e do bem-estar emocional, sendo crucial para o posterior
desenvolvimento do planejamento motor, coordenação “olho-mão”,
atenção e aprendizagem (3).
Na época, a Dra. A. Jean Ayres identificou a IS como “um processo
cerebral que motiva a organização e a interpretação das informações
que recebemos dos sentidos (equilíbrio e movimento, posição do corpo,
toque, cheiro, paladar, visão e audição) para que o mundo tenha
significado, e assim, possamos agir sobre ele” (4).
250 Terapia Ocupacional • Volume 2
Sistema Sensorial
- Sensibilidade tátil
Tanto a pele quanto o sistema nervoso originam-se da mais extensa
das três camadas de células embrionárias, ou seja, a ectoderma, de onde
deriva a epiderme, os fâneros cutâneos e o Sistema Nervoso (periférico
e central). Justamente por ambos terem a mesma origem, o Sistema
Nervoso é como “uma parte escondida da pele ou, ao contrário, a pele
pode ser considerada como a porção exposta do sistema nervoso” (7).
A sensibilidade tátil se refere às respostas SOMESTÉSICAS (do latim
soma, que quer dizer corpo e aesthesia, que significa sensibilidade), que
nos levam a sentir o corpo com sensações e percepções. A detecção de um
estímulo propriamente dito é denominada sensação e a interpretação do
estímulo, que envolve a consciência, é chamada de percepção.
Esta sensibilidade é a “fronteira” entre nosso corpo e o mundo.
A necessidade do toque foi comprovada por inúmeras pesquisas, como
por exemplo a de Harry Harlow, que em 1958, já desenvolvida estudos
com macacos (8).
As massagens, a exemplo da Shantala, a relação mãe\bebê, o toque
em todos os momentos das atividades da vida diária, no banho, no trocar a
roupa, no fazer dormir, ao amamentar, no acalmar, no brincar são formas de
interação mais eficientes para estabelecer um alicerce e um vínculo.
A pele humana é como uma roupagem contínua e flexível, que
nos envolve por completo. Ao mesmo tempo em que nos protege, ela
também é um dos nossos primeiros meios de comunicação. Por ser um
252 Terapia Ocupacional • Volume 2
- Propriocepção
A propriocepção é a consciência do próprio corpo. Os receptores
deste sistema estão localizados nos músculos, nas articulações e nos
ligamentos. Ele fornece informações relativas à distensão dos músculos,
à tensão sobre tendões, à posição das articulações e à vibração
profunda. É um poder expressivo e intencional (11).
A propriocepção, em conjunto com o aparelho vestibular, é
responsável pela capacidade de controle na força exercida nas atividades,
tais como segurar uma caneta, beber água no copo de diferentes
materiais. Controla o tônus, a postura e o ajuste de postura em diferentes
situações, para que não se derrube ou se passe por cima de algo.
Imagine uma criança num balanço brincando; a amiga que está
brincando junto a convida para mudar de brinquedo.
O sentido proprioceptivo é responsável pela informação da
posição do corpo necessária para que ela faça a mudança, sem precisar
olhar para verificar a postura e, automaticamente, faz as mudanças
necessárias para criar a nova posição, em outro equipamento, saindo
automaticamente do balanço.
A propriocepção está intimamente relacionada à segurança
emocional, ao esquema corporal, à graduação do movimento, à
consciência corporal, ao planejamento motor, à estabilidade postural, e
ao controle motor, assim, não precisamos pensar ao mudar de postura,
em situações corriqueiras e estáveis e nem utilizar a visão.
A disfunção levará a inabilidade de perceber o corpo como de
um todo.
- Aparelho Vestibular
O Aparelho Vestibular é um dos primeiros a se desenvolver no bebê.
Responde à força da gravidade e registra a posição do corpo em relação
à Terra. Ajuda-nos a manter o equilíbrio, a coordenar os movimentos
da cabeça com os olhos e a utilizar ambos os lados do corpo ao mesmo
tempo. A sensação de equilíbrio ou balanço está ligada ao órgão
sensorial do ouvido interno, a impulsos visuais e a informações recebidas
por outros receptores do corpo. A informação é processada pelo cerebelo
e córtex cerebral, de modo que o corpo se ajuste aos movimentos e
CAPÍTULO 13 259
- Gustação
Pensar em Sentido Gustativo, nos leva também a pensar em
sabor. Há variações consideráveis na forma de como reagimos aos
sabores: doce, azedo, salgado, amargo e ácido. Na língua, os receptores
sensoriais diferenciam os tipos de sabores. A combinação das sensações
é que nos dará a discriminação para a experiência da comer. Gostamos
ou não de alguns alimentos, em decorrência da influência na textura, no
cheiro e no que eles representam (4).
262 Terapia Ocupacional • Volume 2
- Audição
Filogeneticamente, a audição se caracteriza por ser um sentido
pluridirecional, ininterrupto e sequencial. A audição, ou o ouvir, é a
capacidade de receber os sons. Trata-se de integrante do sistema sensorial,
e de cunho básico para a compreensão situacional e da linguagem falada,
sendo o sentido especializado para perceber as vocalizações.
CAPÍTULO 13 263
- Olfato
Para grande parte dos animais, o olfato é o mais importante dos
sentidos. Para os humanos, ele não é menos primordial. Sentir o cheiro
das coisas é tão importante que somente nos damos conta disso quando
nosso olfato, por alguma razão, desaparece. Na maioria das vezes esse
processo é lento e a pessoa nem percebe que está perdendo um sentido
tão importante. A capacidade de cheirar, via de regra, não se conecta com
os outros sentidos, antes de atingir os hemisférios cerebrais. Estas vias
diretas levam a experiências relacionadas com as emoções. Exemplo: o
perfume de alguém querido marcará de tal forma uma pessoa que, se ela
sentir o odor desse perfume, mesmo sem a presença física da pessoa, a
sua lembrança lhe virá automaticamente. O olfato tem ainda uma forte
relação com a gustação, condicionando o sabor das comidas e bebidas (4).
- Visão
Filogeneticamente, a visão é um telerreceptor unidirecional,
descontínuo (os olhos podem fechar) e simultâneo. É um dos sentidos do corpo
humano preparado para lidar com ângulos, linhas, distâncias, profundidades,
diferentes intensidades luminosas, diferentes perspectivas, posições,
264 Terapia Ocupacional • Volume 2
2.2 - Modulação.
Quando falamos de modulação sensorial, relatamos a capacidade
que a criança tem na interpretação de um estímulo, como reage frente
a ele, como se recupera de mudanças bruscas e qual a reação inicial.
Sugerimos, também, como acontece este processamento central e onde
CAPÍTULO 13 265
2.4 - Práxis.
Práxis, no processamento sensorial, significa a função ou
capacidade de sequenciar novos atos motores, organizá-los e executá-
los. Palavra de origem grega que significa conduta ou ação. Este termo
é utilizado por vários campos de conhecimento, como a filosofia e a
psicologia, que a classificam como uma atividade voluntária, orientada
para um determinado fim ou resultado. Assim, a praxia engloba a
capacidade de saber o que fazer e como fazer.
Definida por Ayres (1979) (3) a DISPRAXIA é dificuldade para
idealizar, planejar e executar um ato motor não habitual na sequência
correta. Já um déficit na capacidade de um indivíduo de envolver-
se eficazmente em um ato motor específico. Interfere, também, com
o desenvolvimento cerebral e, consequentemente, na capacidade
geral. Identificar as áreas em déficit e dar-lhes respostas terapêuticas
adequadas, pode aumentar as oportunidades de sucesso da criança.
De acordo com Groodrich (2006), a praxia envolve três processos:
a) ideação: o que fazer; b) planejamento: como fazer; c) execução: a
projeção da ação propriamente dita (17).
266 Terapia Ocupacional • Volume 2
3 - Sistemas de Avaliação.
Para avaliar as disfunções sensoriais, assim como qualquer outra
disfunção de forma segura, é preciso utilizar protocolos especializados
de avaliação e estudados por pesquisadores, para definir o quadro
clínico específico que a criança apresenta, norteando o tratamento. São
protocolos que, para serem aplicados, é preciso treinamento.
O terapeuta ocupacional é o profissional que está habilitado
para avaliar e aplicar testes específicos de Integração Sensorial (IS),
necessitando realizar formação com treinamento teórico e prático.
CAPÍTULO 13 267
Linguagem;
Atividades diárias;
Habilidades sociais pessoais
Observar qual estímulo que a criança elege para se organizar.
Segundo Blanche (1996), crianças com encefalopatia crônica não
progressiva da infância apresentam muita insegurança gravitacional
(21). Assim, as estratégias de tratamento devem ser programadas para
reduzir o medo e a ansiedade na movimentação do corpo e da cabeça
no espaço, as atividades com movimento devem ser aumentadas
gradativamente visando melhorar o comportamento de insegurança.
Trabalhe com a criança próxima ao chão com os pés tocando o solo,
respeitando seu medo. Dê a ela a sensação de controle e saiba onde
está indo. Use muita propriocepção com informações linear e vertical:
permitindo que caia no solo com proteção de colchão. Pode utilizar
como recurso cama elástica, trampolim baixo, colchão de espuma ou
inflável. E sempre demonstre atitudes positivas.
O enfoque do tratamento é o aumento e aperfeiçoamento do
“output” motor para o desempenho funcional, realizando normalização
do processamento sensorial e integração para produzir respostas
adaptativas, objetivando elicitar ajustes posturais automáticos
para atingir a função, estimulando o processamento vestibular –
proprioceptivo e tátil - para atingir movimento, aprendizado e bem-
estar sócio emocional. O ambiente do tratamento também se compõe
com superfícies móveis, incluindo corpo do terapeuta, utilizando
equipamentos suspensos, com espaço para possibilidades ilimitadas (29).
Figura 35
Fonte: Editora UFMG
6 - Conclusão.
O enfoque da terapia de intervenção da IS se baseia na experiência
sensorial e na resposta adaptativa, no contexto de jogo e nas atividades
com propósito (ocupações), com ênfase não cognitiva e, sempre, na
capacitação e experiência dos terapeutas.
Ao longo destes anos da década de 70 até os dias de hoje, autores
apresentam diversas nomenclaturas e novos modelos de atuação
combinando novas técnicas com a IS. E o maior desafio enfrentado
atualmente no Brasil é manter a maior fidelidade a técnica de
Integração Sensorial Ayres®.
Referências bibliográficas.
3 - AYRES, A.J. Sensory Integration and The Child, Los Angeles, WPS, 1979.
24 - ISABELLE, B. http://www.7senses.pt/teoria.html
Intervenção baseada nos princípios da teoria da I. Sensorial.
(acesso em 13/02/2018)
https://www.canchild.ca/en/resources/44-gross-motor-function-
measure-gmfm (acesso em 13/02/2018)
1 - Introdução.
As inovações tecnológicas geram verdadeiras revoluções em
todos os aspectos da vida humana e na área da saúde não poderia ser
diferente e muito mais, no caso é uma área especialmente favorecida
por lidar diretamente com a longevidade e qualidade de vida, que se
tratam hoje em dia de necessidades cada vez mais presentes de forma
consciente aos seres humanos.
O uso do equipamento de Cpap (pressão positiva continua nas vias
aéreas) Eletrônico teve início em 1982, desenvolvido na Australia pelo
Doutor Collin Sulivan.
Desde então, de forma semelhante aos computadores, o Cpap passou
por inovações constantes que geraram alterações desde o tamanho e
peso, tornando-se cada vez mais são reduzidos, até outras melhorias
essenciais como a criação e aprimoramento de softwares, algoritmos e
interfaces que acoplam o gerador de fluxo a face do usuário, que desta
maneira vem revolucionando seu uso tanto em ambiente hospitalar quanto
domiciliar. Dispositivos como cartões de memória passaram a registrar
de forma consistente e ampla com o uso do Cpap, permitindo que a
intervenção fosse feita com ajuste de parâmetros do equipamento de
forma mais assertiva e no momento mais apropriado pelos profissionais de
saúde habilitados e treinados a manejar. Hoje em dia o armazenamento
já pode ser feito totalmente na nuvem e os ajustes de muitos parâmetros
são realizados a distância, otimizando o tempo, custo, favorecendo a
todos os envolvidos no processo denominado Adaptação de Cpap, que vem
se tornando cada vez mais eficaz, aumentando a adesão ao tratamento
com o Cpap para a Apneia do Sono, que é nível 1 em evidência científica.
290
CAPÍTULO 14 291
2 - Revisão de Literatura.
A polissonografia (PSG) ainda é o padrão ouro para a avaliação
dos distúrbios respiratórios do sono. Trata-se de um exame complexo,
demorado e limitado a alguns centros. Por este motivo, tem-se tentado
criar uma maneira de identificar os pacientes com maior probabilidade
de ter Síndrome da apneia do Sono (SAOS) antes de encaminhá-los para
a PSG, como o questionário de Berlin. Estudos anteriores já utilizaram,
para este fim, métodos como oximetria de pulso noturna, curvas de
fluxo-volume e ressonância magnética das vias aéreas superiores para
avaliar a distribuição de gordura nessa região (8, 10).
O Clinical Practice Review Committee of the American Academy of
Sleep Medicine, em 2003, sugeriu uma série de sinais e sintomas que,
usados em combinação, poderiam auxiliar na determinação de quais
pacientes deveriam ser investigados para SAOS (11).
No entanto, nem todos os pacientes com SAOS vão ser detectados
por esses questionários, e a confiança nesses instrumentos ainda não
foi totalmente estabelecida, ficando assim o paciente passível de um
subdiagnóstico que trará consequências muitas vezes desastrosas para
sua saúde física e mental e muitas vezes irreversíveis (12).
A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) é definida
pela ocorrência de episódios de apneias e/ou hipopneias obstrutivas
recorrentes durante o sono acompanhadas de sonolência diurna e/ou
disfunção cardiovascular (15). A prevalência da Síndrome da Apneia/
Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) tem aumentado bastante nas
últimas décadas, em paralelo à recente epidemia mundial de obesidade
(15). Estima-se que, em adultos de países ocidentais, 4% dos homens
e 2% das mulheres apresentem SAHOS clinicamente significante (2,3).
Mesmo havendo um maior reconhecimento deste problema pelos
médicos, em especial após o advento da polissonografia, a maioria dos
indivíduos afetados permanecem sem diagnóstico.
Os episódios de apneia ou hipopneia presentes nos indivíduos com
SAOS são decorrentes do relaxamento fisiológico da musculatura faríngea
durante o sono, com conseqüente estreitamento ou obstrução completa
das vias aéreas superiores (15).
CAPÍTULO 14 295
4 - Higiene do Sono.
O termo ‘Higiene do Sono’ foi criado pelo pesquisador norte-
americano Peter Hauri, em 1977, para auxiliar no tratamento de insônia
sem precisar usar medicamentos convencionais. Tratam-se de hábitos e
medidas simples que podem ter um impacto significativo na qualidade e
quantidade de sono, e que muitas vezes é suficiente para resolver casos
mais simples de insônia.
Outro item à se considerar é o eletromagnetismo que afeta o
sono devido à equipamentos eletrônicos ligados na tomada e próximo
ao corpo durante a noite. A glândula pineal para liberar um dos
maiores hormônios do nosso corpo, precisa ter o mínimo possível de
eletromagnetismo ao seu redor.
Com o objetivo a melhoria da qualidade do sono alguns métodos
trazidos pela higiene do sono podem acrescentar resultados positivos,
como seguem:
∙ Bruxismo.
O Bruxismo é um dos Distúrbios de Movimento do Sono,
caracterizado pelo ranger ou apertar dos dentes. Os principais sinais e
sintomas incluem o ruído característico de ranger dos dentes, desgaste
dentário, dor muscular, cefaléia matinal, sono de má qualidade e
sonolência diurna. O diagnóstico é feito por meio da história do paciente
e através da Polissonografia, que possibilita o registro da presença dos
movimentos.
O tratamento envolve o uso de placas intra-orais elaboradas pelos
dentistas, medicamentos, controle de ansiedade e aplicação de toxina
botulínica. Quando os dentes estão desgastados, é muito recomendada a
reabilitação oral funcional e estética.
∙ Pesadelos.
Pesadelos são manifestações comuns durante o sono, descritos
por sonhos de conteúdo ruim, desagradável e que por fim na maioria
das vezes, acabam despertando o paciente. Existem relatos frequentes
de que o paciente durma e novamente volte ao mesmo sonho, ou algo
semelhante, também desagradável. Observa-se correlação com depressão,
ansiedade, problemas emocionais, vivências familiares estressantes, stress
após um trauma psicológico, e a tendência a ter muito mais pesadelos. O
tratamento pode ser realizado com medicamento ou psicoterapia.
∙ Terror Noturno.
O Terror Noturno acontece em crianças, e muito raramente
em adultos, e se caracteriza por comportamento que impressiona
os familiares que a rodeiam. A criança subitamente começa a gritar,
demostrando-se apavorada, com fácies de medo e muita agitação. No
dia seguinte não se lembra de nada do que aconteceu durante a noite.
∙ Sonambulismo.
O Sonambulismo é muito comum em crianças, comum em adultos,
e amplamente conhecido por todos.
Durante a manifestação de sonambulismo, o cérebro apresenta
atividade motora e percebe o meio ambiente, mas é incapaz de registrar
as vivèncias na memória, portanto o acometido não se recorda do que
houve e nem de atividade realizou durante o sono. Assim, se for muito
frequente e por um período prolongado, faz-se necessário tratamento.
O sonambulismo acaba sendo confundido com outras doenças do
sono e também com epilepsia, e em alguns casos é benéfico se realizar a
Polissonografia para estudo do sono, com o objetivo de esclarecer o problema.
∙ Narcolepsia.
A Narcolepsia, “doença do Mr. Bean” (personagem conhecido da
televisão e cinema) é uma doença neurológica um tanto rara que se
caracteriza por sonolência excessiva diurna; cataplexia (perda de força
nos membros, provocada por riso, susto ou stress, podendo até ocorrer
queda), a qual não é verificada em todos os pacientes; alucinações no
início ou final da noite de sono; paralisia do sono (você está acordado,
mas não consegue se mover, algo muito angustiante) e fragmentação do
sono, com um sono muito interrompido durante a noite.
A pessoa com narcolepsia possui alterações no hipotálamo,
podendo haver redução de substâncias importantes para que uma pessoa
fique acordada, como é o caso da hipocretina/orexina. A doença apesar
de crônica, pode ser tratada com sucesso, gerando enorme melhora na
qualidade de vida.
∙ Ronco.
O Ronco é uma vibração localizada na garganta com a passagem
306 Terapia Ocupacional • Volume 2
∙ Insônia.
Talvez a doença que demonstre mais facilmente, os benefícios
da terapia cognitivo comportamental. A insônia caracteriza-se pela
dificuldade em iniciar e ou manter o sono, e acarreta em consequências
adversas durante o dia, como fadiga, redução do desempenho físico e
intelectual e alteração de humor. A incidência é de cerca de 10% a 15%
da população com insônia crônica.
Quem sofre com a insônia apresenta modificações do funcionamento
cerebral, basicamente em que durante a noite a frequência da atividade
elétrica do cérebro é mais rápida, já durante o dia, aparecem ondas mais
lentas. A insônia psicofisiológica é a principal causa de insônia, apresentada
em quase todos os pacientes, mesmo que em menor grau. No quadro típico
de insônia, a pessoa se deita mas não consegue adormecer e dormir, ou
acorda no meio da noite e não consegue retornar a adormecer e a dormir.
Fica pensando a noite toda, faz esforço para dormir, e se irrita ficando
preocupado com o seu desempenho no dia seguinte, e assim muitas vezes
surgem vivências emocionais de desespero e raiva.
O diagnóstico da insônia é clínico e o tratamento pode ser
medicamentoso e/ou através da TCC para a insônia.
∙ Apneia.
Apneia do sono é um problema clínico-neurológico que se
caracteriza pela redução ou completa interrupção da respiração durante
o sono. A causa mais comum de apneia é a obstrução da via aérea
durante o sono, sendo chamada de Apneia Obstrutiva do Sono. A apneia
CAPÍTULO 14 307
6 - Considerações Finais.
Os primeiros estudos sobre os distúrbios do sono surgiram em
meados de 1939, quando Nathaniel Kleithman publicou seu trabalho sobre
sono e vigília, apesar disso somente trinta anos depois com a criação do
primeiro Centro de Estudos da Universidade de Stanford começam a surgir
308 Terapia Ocupacional • Volume 2
Referências Bibliográficas.
1 - Introdução.
Apesar de recente em nosso meio as assimetrias cranianas já vem
sendo tratadas há quase 40 anos nos Estados Unidos quando em 1979
Sterling Clarren publicou seu primeiro estudo na revista “Journal of
Pediatrics” já descrevendo “ tratamento ortótico para plagiocefalia e
torcicolo congênito” utilizando-se de elásticos que se fixavam do berço à
um capacete no objetivo de alongar o músculo esternocleidomastoideo
envolvido e ganhar simetria do crânio ainda maleável do lactente,
enquanto o mesmo dormia (1).
No Brasil o primeiro estudo clínico sobre órteses cranianas foi
publicado em 2013, e a primeira clínica totalmente voltada à esse
tratamento estabeleceu-se em 2011 (2) .
Chamamos de assimetrias cranianas posicionais ou deformacionais
todas as deformidades, desproporções ou achatamentos que ultrapassem
o grau de normalidade das assimetrias comuns à natureza humana e
que sejam causadas pelo apoio excessivo em determinada região da
cabeça, seja no período intrauterino ou após o nascimento. Excluem-se
desse conceito as assimetrias cranianas causadas pela cranioestenose
(fechamento precoce das suturas cranianas), que tem tratamento
cirúrgico e não é objetivo desse anexo (3).
Desde que a campanha “Back to sleep” iniciou em 1992 a
prevalência das assimetrias aumentou significativamente, porém ainda
não existem estudos brasileiros que possibilitem determinar os números
de lactentes acometidos (4).
A maioria dessas deformidades de crânio tem resolução
espontânea em aproximadamente seis semanas após o nascimento uma
vez que a força deformacional é removida. É importante compreender,
no entanto, que alguns fatores de risco podem perpetuar o achatamento
313
314 Terapia Ocupacional • Volume 2
2 - Avaliação e Procedimentos.
Uma vez diagnosticada a assimetria a abordagem da mesma se dará
de acordo com a idade do bebê e o grau de achatamento apresentado.
O primeiro passo então é o terapeuta realizar uma análise clínica e
medidas que possibilitem a classificação para que um programa de
tratamento seja determinado. Para isso diversos instrumentos podem
ser utilizados, desde escâneres sofisticados que possibilitam captar o
formato do crânio da criança em 3D até medidas simples realizadas com
paquímetros (ou craniômetros), que ainda possibilitam o direcionamento
adequado do tratamento (10). Além disso, a análise visual é de grande
valia, pois ela possibilitará saber as áreas achatadas e abauladas,
o grau de comprometimento da face e ainda a presença ou não do
desalinhamento de orelhas
QUADRANTE 1 QUADRANTE 2
QUADRANTE 4 QUADRANTE 3
DIAGONAL DIAGONAL
3 - Considerações Finais.
Estudos prévios já demonstraram que determinar a gravidade
de uma assimetria assim que detectada pode ser essencial para o
direcionamento adequado do tratamento de acordo com cada idade e
grau de severidade, o tratamento certo deve ser instituído. Preconiza-
se que até os 4 meses de idade medidas de reposicionamento e seus
acessórios devem ser utilizadas sendo a fisioterapia essencial tanto
nessas orientações adequadas quanto na execução de exercícios e
atividade quando o comprometimento do pescoço estiver associado (17).
Para as assimetrias leves e para alguns casos moderados é possível
realizar o tratamento de forma ótima com reposicionamento, e/
ou fisioterapia, se limitações relevantes existirem no movimento de
322 Terapia Ocupacional • Volume 2
cabeça. Mas casos graves não devem ter sua terapia ortótica postergada
podendo-se atingir os melhores resultados em menor tempo quando a
introdução da mesma se faz até os 6 meses (15; 18).
Finalmente, é importante considerar que apesar da literatura não
ser categórica quantos as consequências das assimetrias não tratadas
algumas deficiências funcionais já podem ser relatadas e estudos que
associam a deformidade com consequência em ouvidos (otites de
repetição) (19), olhos (distúrbios visuais) (20), e mandíbula (assimetria
mandibular e oclusão anormal) já foram apresentados (21; 22). Mais
ainda, alguns pesquisadores sugerem que a plagiocefalia posicional
está associada ao aumento do risco de atraso no desenvolvimento;
no entanto, uma associação causal não deve ser presumida (causa ou
consequencia), pois não foi ainda comprovada (23).
O tratamento da assimetria, portanto deve ser iniciado com
antecedência desde o momento preventivo de orientações adequadas
aos recém-nascidos e deve ainda ser direcionado de forma gradual,
de acordo com o grau de gravidade do problema (17). Importante e
relevante considerar também que a ação da órtese pode ocorrer a
fim de ajudar em outras deformidades e deve ser objeto de estudos
contínuos pela sociedade (24).
É da mais extrema importancia a compreensão que o
fisioterapeuta compreende toda a abordagem desse tratamento desde
a triagem, prevenção, intervenção precoce e finalmente tanto o
fisioterapeuta quanto o terapeuta acupacional serão os responsáveis
pelo acompanhamento do tratamento com a órtese a fim de garantir
um tratamento acurado , com atenção, rigor e marcado pelo cuidado
que o tratamento de um bebê requer.
Referências Bibliográficas.
1 - Introdução.
A visão compreende um dos sentidos mais importantes para os seres
humanos, sendo responsável pela integração dos demais e representando
a principal via de percepção e análise do ambiente (1).
Segundo a Organização da Saúde (OMS), de acordo com dados
baseados na população mundial do ano de 2002, estima-se que mais de
161 milhões de pessoas tem deficiência visual, das quais 124 milhões
teriam baixa visão e 37 milhões seriam cegas (2).
O Conselho Internacional de Oftalmologia define cegueira como
perda total da visão ou quando o indivíduo faz uso predominantemente
de recurso de substituição da visão. A baixa visão é caracterizada por
níveis de perda visual menores, nos quais o individuo pode ser auxiliado
através de recursos para melhorar a resolução visual (3).
Diante da perda visual podemos observar diferentes níveis
de impactos no desempenho ocupacional, sendo as atividades de
autocuidado e mobilidade as mais prejudicadas no adulto, tendo
consequência importante na sua participação social 4).
Na criança o impacto se dá em todo o seu desenvolvimento.
Segundo evidências encontradas na literatura afirmam que os impactos
causados pelo atraso no desenvolvimento ocupacional da criança podem
levar a deficiências secundárias (5).
Dessa forma a Terapia Ocupacional desempenha papel importante
327
328 Terapia Ocupacional • Volume 2
2 - Estudos de Caso.
- Estudo de Caso 1 - Criança.
V.A.J.S, nascido em 17 de maio de 2014, com o diagnóstico de
catarata congênita em ambos os olhos, foi submetido a cirurgia para
correção da catarata quando tinha 11 meses, teve descolamento de
retina em OD com perda total da visão e em OE apresenta resíduo visual
com AV de 20/960 e nistagmo.
A criança chegou ao serviço de reabilitação visual em julho de
2016, quando estava com 2 anos e 2 meses.
Inicialmente, apresentava comportamento agitado e choroso
durante todo o atendimento, recusando contato físico e em busca dos pais
constantemente, não havendo interesse pelos brinquedos e brincadeiras,
interessado somente pelo estímulo luminoso o qual aproximava do olho
ANEXO 1 329
Referências Bibliográficas.
Descrição:
Paciente de 9 anos de idade, foi vítima de acidente causado por
“arma branca” (faca), e que resultou em ferimento lacerante na mão
esquerda, mais precisamente na região da zona II. E que resultou das
seguintes lesões: tendões flexores superficial e profundo, nervos digitais
e artérias digitais dos dedos médio, anular e mínimo.
334
ANEXO 2 335
(a) (b)
(a) (b)
Apresentação
Essa Cartilha foi idealizada e construída com o propósito de
selecionar quais as leis, resoluções e programas do Ministério da Saúde
e do Ministério da Assistência Social que contemplam a inserção dos
profissionais nos serviços públicos.
A Cartilha foi finalizada em 2017 pela Câmara Técnica Sócio
Sanitária (CTSS) do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional de Terceira Região - Crefito 3.
Nessa Cartilha, os profissionais já vinculados ao serviço público,
poderão se apropriar do regimento dos programas e verificar as
atribuições do Terapeuta Ocupacional em cada programa implantado
em seu município. Há também a possibilidade de, com a cartilha em
mãos, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas e a própria população,
sensibilizarem os gestores para a implantação dos programas em seu
município e ou reivindicar a melhoria dos serviços e a contratação de
profissionais para garantir mais qualidade no atendimento à população.
Cabe aqui ressaltar que o Terapeuta Ocupacional tem uma inserção
e ação muito ampla na Assistência Social e compõe juntamente com
339
340 Terapia Ocupacional • Volume 2
1 - Apresentação.
Assim como o médico estabelece o diagnóstico clínico de doenças,
distúrbios ou outras condições de saúde, determinando o código CID-10
(Classificação Internacional de Doenças – Décima revisão), O Terapeuta
Ocupacional estabelece o diagnóstico funcional e incapacidades associadas
aos estados de saúde, determinando o código CIF. Essas duas classificações
quando combinadas, podem determinar maior acertividade nas condutas e
gerar evidência para o monitoramento da saúde da população.
A CIF (assim como a CID-10) pertence à “família” das classificações
internacionais desenvolvidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
para aplicação em vários aspectos da saúde. Dessa forma, fornece
um sistema para a codificação de uma ampla gama de informações,
e possibilitando uma linguagem comum padronizada, que permite
sobretudo a comunicação universal para uma atenção adequada à saúde.
Conforme a nomenclatura, temos os seguintes conceitos teóricos:
Funcionalidade é um termo que abrange todas as funções do corpo,
atividades e participação;
Incapacidade é um termo que abrange deficiências, limitação de
342
343
Primeiro Nível:
Atividades e Participação
Capítulo 1 Aprendizagem e aplicação do conhecimento
Capítulo 2 Tarefas e exigências gerais
Capítulo 3 Comunicação
Capítulo 4 Mobilidade
Capítulo 5 Auto cuidados
Capítulo 6 Vida doméstica
Capítulo 7 Interacções e relacionamentos interpessoais
Capítulo 8 Áreas principais da vida
Capítulo 9 Vida comunitária, social e cívica
Segundo Nível:
Atividades e Participação
Capítulo 5 Auto cuidados
d510 Lavar-se
d520 Cuidar de partes do corpo
d530 Cuidados relacionados com os processos de excreção
d540 Vestir-se
d550 Comer
d560 Beber
d570 Cuidar da própria saúde
d598 Auto cuidados, outros especificados
5 - Considerações Finais
Há que se considerar o volume de informações contida na CIF. Por
um lado, isso subsidia o profissional à um olhar integral ao indivíduo. Por
outro, torna o instrumento complexo e pouco prático na aplicabilidade.
Porém, com a prática na aplicação e conseqüente familiaridade a partir
dessa prática, aplicar a classificação, bem como torná-la presente no
processo terapêutico vai ficando mais fácil e rápido.
Idealizada e desenvolvida pela OMS, a CIF traz a confiabilidade
desse órgão, que também norteia as “boas práticas” do SUS. Esse
certamente é um dado que credencia a CIF como um instrumento de
referência para a Terapia Ocupacional, que inclusive, dado o exposto
acima, “conversa” com as políticas públicas de Saúde do Brasil.
E assim finalizo esse overview sobre a CIF e sua aplicação,
sugerindo o aprofundamento nos estudos sobre a seus Componentes,
Domínios e Constructos, bem como a sugestão de ter a CIF sempre a
mão para consulta (no formato que lhe for mais conveniente), completo,
como disposto para acesso no link abaixo.
Acesse a versão completa da CIF em:
http://www.inr.pt/uploads/docs/cif/CIF_port_%202004.pdf
APRESENTAÇÃO
MINI-CURRÍCULOS DOS AUTORES/COLABORADORES,
EM ACORDO COM A IDENTIFICAÇÃO NUMÉRICA EM
SOBRESCRITO.
AUTOR E ORGANIZADOR
1. Adriano Conrado Rodrigues - Terapeuta Ocupacional.
• Graduação – Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCAMP.
• Especialização em Terapia da Mão – Associação dos Terapeutas
Ocupacionais do Estado do Rio de Janeiro, 1998.
• Mestre em Ciências da Reabilitação Neuromotora – Universidade
Bandeirante de São Paulo/CAPES, 2005.
• Vice-presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional da Terceira Região - Crefito 3 (Gestão 2016-2020) - Sistema
Coffito-Crefitos.
• Professor Titular da Universidade de Sorocaba – UNISO, Curso de
Terapia Ocupacional - 2003 à 2007. Disciplinas de Patologia Aplicada;
Órteses, Próteses e Adaptações; Terapia Ocupacional em Saúde Física;
Práticas Institucionais e Comunitárias; Estágio Profissional de Terapia
Ocupacional em Saúde Física.
• Preceptor da Primeira Residência Multiprofissional em Saúde da
Família, Casa de Saúde Santa Marcelina / Universidade Santa Marcelina -
Categoria Terapia Ocupacional - 2004.
• Coordenador do curso de pós graduação lato sensu “Reabilitação
Funcional do Membro Superior – Especialização em Terapia da Mão” –
Universidade de Sorocaba / Conjunto Hospitalar de Sorocaba (2006, 2007).
• Terapeuta Ocupacional (Concursado Público Estadual Efetivo) do
Instituto de Medicina Física e Reabilitação – IMREA – HC – FMUSP (2008).
• Autor de artigos em revistas científicas relacionadas a Neurociências e
Reabilitação.
• Consultor de Gestão em Saúde; Home Care; Empresário - 2008/dias atuais.
• Sócio-Fundador da Associação Brasileira de Terapia Ocupacional Neuro-
Traumato-Ortopédica (Abratoneto).
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352 Terapia Ocupacional • Volume 2
AUTORES COLABORADORES
2. Ana Maria D. O. Belleza – Fonoaudióloga.
• Especialização em Motricidade Oral – Disfagia. (Centro de
Especialização de Fonoaudiologia Clínica – CEFAC).
• Aprimoramento e Especialização em Cuidados Paliativos (Pinus
Longæva Saúde e Educação).
• Pós-graduanda em Saúde do Idoso (SES - SP - Telemedicina USP/HC).
• Ex-Fonaudióloga do Programa Médico da Família – Serviço de
Atendimento ao Acamado – Prefeitura Municipal de Sorocaba – SP.
• Fonaudióloga na Prefeitura Municipal de Araçoiaba da Serra– SP.
• Fonoaudióloga na Clínica de Fonoaudiologia de Sorocaba.
• Membro integrante do Conselho do Idoso de Araçoiaba da Serra.
• Membro integrante da ABRAZ - Associação Brasileira de Alzheimer.
• Articuladora do NEPH (Núcleo de Educação Permanente) de Araçoiaba
da Serra – SP.