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CURSO DE EXTENSÃO

em Regiões
Semiáridas

Base ecológica dos SAFs


Ecologia de SAFs no Semiárido
Daniel Duarte Pereira
CURSO DE EXTENSÃO – SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM REGIÕES SEMIÁRIDAS

FICHA TÉCNICA

Realização: Projeto AKSAAM – Adaptando Conhecimento para a Agricultura


Sustentável e o Acesso a Mercados, Instituto de Políticas Públicas e Desenvol-
vimento Sustentável - IPPDS/UFV, Fundação Arthur Bernardes - FUNARBE e
Universidade Federal de Viçosa - UFV.

Financiamento: Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola - FIDA

Coordenador projeto AKSAAM: Marcelo José Braga

Coordenadores curso: Ricardo Henrique Silva Santos e Alex Carlos Silva Pi-
mentel

Autor: Daniel Duarte Pereira

Layout: Adriana Helena de Almeida Freitas

Diagramação: Bárbara Elen Sampaio

Revisão linguística: Cinthia Maritz dos Santos Ferraz Machado

2
Ecologia de SAFs no Semiárido

Capítulo 01 - Princípios Ecológicos em SAFs

Fauno, Flora, Hidra e Terro são jovens que moram em uma


comunidade rural do Semiárido Brasileiro.
Eles têm uma professora muito aplicada e muito preocupada em
explicar a origem de tudo!!! O nome dela é Dona Fida.

– Olá, crianças! Hoje a nossa aula será sobre Princípios Ecológicos.


– Oba!!! – Responderam todos.
Primeiro, eu preciso que vocês entendam que o motivo de nós
estarmos estudando o Semiárido, o seu principal Bioma, a Caatinga, e
principalmente os SAFs, se deve ao fato de que houve e está havendo
(e espero eu que não haja por muito tempo mais) muita perturbação e
degradação no ambiente, como a demonstrada na figura abaixo.

Sistema de Degradação do Ambiente


Fonte: Lucena (2022)1

3
– Por outro lado, a proposta dos SAFs que vocês já viram em
outras aulas, com outros Professores e Professoras é muito interessante
e importante, não só para evitar como minimizar e, por vezes, corrigir
esta degradação. Vejam as comparações abaixo entre uma Floresta, um
Sistema Agrícola e um SAF. Vejam como o SAF consegue integrar, de forma
harmônica, as propostas da Floresta e do Sistema Agrícola, em termos de
conservação da diversidade, da água, do solo e de produção de alimentos
ou forragem.

Fonte: Dover e Talbot (1992)2

4
– Puxa, Professora!!! – Disse Flora. – Cada vez mais eu me convenço,
e estou tentando convencer os meus pais e vizinhos, sobre as coisas boas
que estão associadas aos SAFs. Lá em casa já não se corta (broca) mais
a vegetação nativa que pode ser cortada pelo meio legal. Nós já estamos
raleando e enriquecendo. É outra história!!!
– Enquanto isto, eu já estou ensinando aos meus pais e um vizinho
a recuperar, através de um SAF, uma área que estava muito erodida e
degradada, e que está localizada nas duas propriedades. – Disse Terro.
– Que notícias boas vocês estão trazendo, Flora e Terro!!! – Disse
a Professora Fida. – Observem que, em muitos casos, os SAF procuram
“repetir” ou “copiar” as Florestas.

Exemplo de dinâmica de manejo para um Sistema


Agroflorestal de 4,4 ha em Tomé-Açu-Pa
Fonte: Zanatta e Pontes (2020)3

– Desta forma, é importante que, para entender os SAFs, tenhamos


que entender alguns Princípios Ecológicos.
– Mas, antes, um pequeno histórico: a “Agrofloresta” surgiu das
recomendações de pesquisas em 1977 pelo Centro Internacional de
Pesquisa Agroflorestal – International Center for Research in Agroforestry
(ICRAF), com a ampliação do estudo agrícola e florestal em propriedades
rurais (YOUNG, 2003) 4. Isto quer dizer que, de meados da década de 70 do
século XX em diante, os SAFs passaram a compor as pesquisas oficiais.
De lá para cá, muita coisa evoluiu. Mas muita coisa permanece como
base, como alicerce!
– Sobre os Princípios Ecológicos, podemos começar pelos conceitos
de População, Comunidade, Biodiversidade e Coexistência.

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População

Uma População apresenta indivíduos de uma mesma espécie dentro


de uma dada área5.
Agrupada Randômica Homogênea

Padrões de distribuição descrevem o espaçamento dos


indivíduos
Fonte: CESAD/UFS6 (s.d)
– Por exemplo, esta Sala de Aula, Professora? – Perguntou Fauno.
– Isto mesmo, Fauno!!! – Respondeu Dona Fida.
Comunidade

Comunidade é uma reunião de populações de espécies que ocorrem


juntas no espaço e no tempo. Uma forma de descrever uma comunidade
é contar o seu número de espécies. A Riqueza de Espécies, ou seja, o
número de espécies presente em uma determinada área ou habitat é
um dos indicadores de uma comunidade7. Vejam que muitos SAFs têm
populações diferentes, formando uma comunidade.
– Por isto é que nós podemos ser chamados de “Comunidade”,
Professora? Pelo fato de termos aqui a espécie humana, muitas espécies
vegetais e animais e até mesmo espécies do solo? – Perguntou Hidra.
– Perfeitamente, Hidra! Além disso, vejam que nos SAFs nós temos
espécies vegetais lenhosas (árvores, arbustos), herbáceas (capins,
hortaliças), microorganismos do solo, insetos benéficos, insetos “praga”,
animais silvestres, animais domésticos entre outros seres vivos.
Todos estes seres vivos são representados por populações. Assim, nós
podemos, em um SAF, termos populações de milho, de feijão, de mandioca,
de sabiá, de gliricídia, de caju, de mamão, de alface, de coentro, de
tomate, de capim buffel, de capim elefante...
Elas podem estar distribuídas de forma aleatória, em grupos ou
bosquetes, em linhas, fileiras ou aleias, em “quadros” ou divisórias e
diversas outras formas, de modo que imitem, ao máximo, uma floresta
desde o seu início até a sua maturidade.

6
Populações de um SAF formando uma Comunidade
Fonte: Oliveira et al. (2010)8

Coexistência

Todas estas espécies e populações vivem em Coexistência, o que


significa duas ou mais espécies vivendo juntas no mesmo ambiente9. Uma
das Coexistências mais conhecidas é o plantio em consórcio do milho e
feijão. Quando nós adicionamos a este consórcio uma planta lenhosa,
como o caju, aí nós teremos um SAF.
– Muito interessante!!! Nunca tinha pensado nisto: Coexistência! Via
apenas o milho plantado junto do feijão na mesma fileira ou no mesmo
berço/cova. – Disse Flora.
– Pois é, Flora! Aos poucos, nós vamos aprendendo que todos os seres
vivos se interrelacionam através de Sistemas.

7
Fonte: De Antoni e Koller (2000)10

Biodiversidade

Já Biodiversidade é a soma de toda a variação biótica existente, que


ocorre desde os genes até ecossistemas. A Biodiversidade não se constitui
apenas tipos diferentes de organismos, mas também é a diversidade
genética. Portanto, em SAFs não se deve apenas “misturar” plantas e
animais: é preciso observar a diversidade genética 11 existente entre e
dentre estas plantas e animais.
– Pois eu pensava, Professora, que Biodiversidade era apenas juntar
um monte de bicho, plantas etc. – Disse Fauno.
– Muita gente pensa assim, Fauno. Mas veja que, ao longo dos anos,
décadas, séculos e milênios, os agricultores e criadores têm procurado
obter da genética da diversidade de plantas e animais sempre o melhor.
Veja o caso das Sementes Crioulas ou da Paixão. Ao longo de muito
tempo, essas pessoas foram selecionando o melhor milho, o melhor feijão,
o melhor arroz adaptado às condições de solo, de clima, de proteção
contra pragas e doenças e de consumo de um determinado local. Isto é
uma espécie de manipulação genética que fizeram sem nem saberem
o que estavam fazendo. Por isso é que nos SAFs é preciso respeitar o
conhecimento ancestral e acumulado.

8
Ecossistemas

Por sua vez, os SAFs podem, por vezes, serem entendidos ou formados
a partir de determinados Ecossistemas. Os Ecossistemas seriam sistemas
contendo seres bióticos e abióticos que, ao interagirem, resultam em um
processo autossustentável que se configura em um conjunto de todos os
organismos que habitam um ambiente vital12.
É observado que alguns SAFs podem ser entendidos como
Ecossistemas, e que neles existem Populações, Comunidades,
Biodiversidade e Coexistência. Assim, é natural que ocorram Relações,
Interações ou Fatores Ecológicos que podem ser Harmônicos ou
Desarmônicos.

Relações, Interações ou Fatores Ecológicos

Colônia
Harmônica
Sociedade
Intra-específicas
Canibalismo
Desarmônica
Competição

Comensalismo
Relações Ecológicas Inquilinismo
Harmônica Mutualismo
Simbiose
Foresia
Interespecíficas
Amensalismo
Competição
Desarmônica Esclavagismo
Parasitismo
Predatismo

Fonte: Tarefaiecanapitta (s.d)13

Vejam que as Relações podem ser14 15:


- Intraespecíficas Harmônicas (mesma espécie). Colônias.
Sociedades.
- Intraespecíficas Desarmônicas (mesma espécie). Competição.
Amensalismo. Canibalismo.
- Interespecíficas Harmônicas (espécies diferentes). Protocooperação,
Mutualismo. Simbiose. Comensalismo. Inquilinismo. Saprobiose. Foresia.
- Interespecíficas Desarmônicas (espécies diferentes). Competição.

9
Amensalismo. Parasitismo. Predatismo. Esclavagismo.
Dentre estas Relações, as que mais interessam no estudo, implantação
e manutenção dos SAFs são:
a) Competição 16
Competição por Exploração: as espécies competem por um recurso
vital limitado. Competição por Interferência: uma espécie ativamente
impede que a outra tenha acesso a recursos vitais.
b) Saprobiose17
Seres que se alimentam da matéria orgânica em decomposição. Por
exemplo, fungos do solo, que se alimentam de cadáveres de animais e
vegetais. São os diversos fungos, mofos e cogumelos que observamos,
muitas vezes, em plena Caatinga.

Fonte: Fatos e Fotos da Caatinga (2011)18

c) Protocooperação19
Espécies diferentes que cooperam entre si, mas não são dependentes
uma da outra para sobreviverem. Poderia ser o caso da relação entre o
milho e o feijão.
d) Mutualismo
Espécies diferentes em que ambas são beneficiadas na relação.
Mais do que isso, as espécies necessitam uma da outra para sobreviver,
ou seja, estabelecem uma relação de dependência20. Associação entre
organismos de espécies diferentes com benefícios recíprocos. Exemplos:
algas, fungos, plantas e insetos21.

10
d) Simbiose22
Associação entre indivíduos de espécies diferentes, com troca
mútua de favores de ordem alimentar, como, por exemplo, as algas e os
cogumelos.
e) Amensalismo ou Antibiose
Competição por recursos. As duas espécies saem prejudicadas. Uma
acaba prejudicando o desenvolvimento da outra sem se beneficiar com
isso23. Nessa circunstância, uma espécie inibidora produz substâncias
tóxicas. É mais comum entre vegetais, fungos e bactérias. Exemplo:
proliferação de algas fazendo com que diminua a criação de peixes, ou
plantas maiores, como o eucalipto, prejudicando a gramínea etc...24

Competição

Com relação à Competição, este é um dos grandes dilemas nos SAFs.


A Coexistência entre algumas espécies lenhosas e herbáceas, nativas e
exóticas, perenes e anuais já é bem conhecida para algumas espécies e
formatos de SAFs.
Mas, por vezes, o que funcionou em um local não funciona em outro,
por mudarem os fatores ambientais, variedades, pragas, doenças etc.
Além do fato que, nem sempre se observa profundidade e dispersão de
raízes, porte e copa final que uma espécie terá depois de cinco, dez anos,
o que pode acarretar excesso de sombreamento, concorrência por água,
nutrientes ou até mesmo improdutividade.
Existe, também, o fato das plantas daninhas ou espontâneas que
ocorrem em muitos SAFs e que precisam ser controladas por métodos
naturais ou de baixo impacto, como as limpas, roços, cobertura morta
etc.
– Professora, lá em casa o meu pai usa muito a enxada e, por vezes,
uma roçadeira mecânica. – Disse Hidra.
– Isto mesmo, Hidra. Aí nós temos o exemplo de duas práticas que
pouco causam danos às plantas “comerciais” e, muitas vezes, aproveitam
as plantas daninhas ou espontâneas para servirem de cobertura do solo.

11
Amensalismo

Já o Amensalismo está muito associado em SAFs com a Alelopatia ou a


influência de um indivíduo sobre o outro, seja prejudicando ou favorecendo
o segundo. São usadas, por vezes, biomoléculas, ou aleloquímicos,
produzidas por uma planta e lançadas no ambiente, seja na fase aquosa
do solo ou substrato, seja por substâncias gasosas volatilizadas no ar
que cerca as plantas terrestres (RIZVI et al., 1992) 25. Rice (1984) 26 definiu a
Alelopatia como: “qualquer efeito direto ou indireto, danoso ou benéfico,
que uma planta (incluindo micro-organismos) exerce sobre outra pela
produção de compostos químicos liberados no ambiente”.

Efeitos alelopáticos por algumas plantas da Caatinga

Nome Vulgar Nome Científico Provável Substância Alelopática Efeitos Negativos Efeitos
Positivos
Anadenanthera colu-
Angico Taninos, Alcalóides, Flavonóides - -
brina
Pityrocarpa monilifor-
Angico de Bezerro - Sabiá. Jurema Preta -
mis
Aroeira Schinus terebinthifolius - Alface -
Taninos, Alcalóides, Esteróides, Ter-
Aroeira do Sertão A. urundeuva - -
penos
Alface. Capim Carra-
Besouro Senna cearensis - -
picho
Cagaita Eugenia dysenterica - Alface -
Cenostigma bracteo- Sabiá
Catingueira - -
sum

Feijão Bravo Capparis hastata - Jurema Preta -

Juazeiro Sarcomphalus joazeiro Saponinas Alface Sabiá

Alface. Feijão Ma- Picão Pre-


Alcalóides, Terpenos, Esteróides, Ta-
Jurema Preta Mimosa tenuiflora cassar to,
ninos, Saponinas
Feijão Fava

Óleo Essencial de Composição Alface. Feijão Ma-


Picão Pre-
Marmeleiro Croton sonderianus Complexa, Hidroxicumarina, Tanino cassar
to, Alface
Monoterpenos

Flavonóides, Cumarinas E Saponi-


Mulungu Erythrina velutina Alface -
nas Alcalóides Taninos
Flavonóides, Saponinas, Taninos,
Pau-Ferro. Jucá Libidibia ferrea Cumarinas, Esteróides, Compostos Feijão Caupi. Alface -
Fenólicos
Aspidosperma pyrifo-
Pereiro Taninos, Alcalóides - -
lium
Mimosa caesalpiniae- Alcalóides, Terpenos, Esteróides, Ta- Ipê-Amarelo.
Sabiá Alface
folia ninos Feijão Fava
Umburana de Cheiro.
Amburana cearensis Cumarinas Caruru. Sorgo, Melão -
Cumaru
Xique-Xique Pilosocereus gounellei - Alface. Xique-Xique -

Fonte: Adaptado de Da Silva et al. (2021)27

12
Simbiose

A Simbiose é muito bem explicada quando bactérias do gênero


Rhizobium (Rizóbio) se fixam em raízes de leguminosas e formam nódulos
que funcionam como verdadeiras “fábricas” de nitrogênio fixado do
ar para as plantas. Em troca, as plantas fornecem o alimento para as
bactérias. Daí a importância de nos SAFs se ter várias leguminosas nativas
ou exóticas.

Nódulos das raízes de soja. A coloração interna rósea representa que


estão ativos
Fonte: Hungria et al. (2007)28

– Por isto, Professora, que quando se arranca as plantas de feijão


elas estão cheias destes caroços (nódulos) nas raízes. Eu não sabia que
cada um era uma pequena fábrica!!! – Disse Terro.
– Sim, Terro! Mas cuidado para não confundir com outra situação
em que, na verdade, as raízes estão sendo atacadas por um organismo
chamado nematoide. Para saber se é ação do Rizóbio, primeiro verifique
se os “caroços” saem facilmente das raízes. Se saírem, é Rizóbio. Depois
verifiquem se este caroços estão avermelhados ou róseos por dentro. É
sinal de que cada fábrica está funcionando. E, por último, verifique se
existe uma grande quantidade destes caroços “funcionando” nas raízes.
Se tiver, é sinal de que o solo apresenta um tipo de Rizóbio bom para
aquela planta. Se não, muitas vezes temos que comprar o “pó” de Rizóbio
e inocular (misturar nas sementes formando uma camada) para aumentar
a eficiência.

13
Mutualismo

O Mutualismo é explicado através da associação de plantas,


leguminosas ou não, a fungos radiculares denominados de Micorrizas. As
que mais interessam nos SAFs são as Micorrizas Vesículo-arbusculares,
que ocorrem em cerca de 80% das espécies de plantas (BONFANTE;
PEROTO, 1995)29. As Micorrizas Vesículo-arbusculares são conhecidas
como Fungos Micorrízicos Arbusculares – FMA.
Um dos grandes
benefícios das FMA, além de
“estenderem” as raízes em
busca de água e nutrientes,
é a de, em alguns casos,
funcionarem como defesa
contra microrganismos
patogênicos.
Ao contrário do Rizóbio,
muitas vezes não podemos
ver diretamente a ação das
Micorrizas, nem se elas são Raiz de uma planta da Caatinga colonizada por
viáveis ou não. Às vezes, Micorriza
notamos a presença de um Fonte: Cardoso e Andreote (2016)30

mofo associado às raízes. Assim,


para saber da eficiência, um dos
processos utilizados é analisar
a quantidade de esporos e a
presença da glomalina no solo.
A glomalina é uma
glicoproteína produzida
por Fungos Micorrízicos
Arbusculares – FMA, e associada
à formação e estabilização de
agregados do solo e à dinâmica
no estoque de carbono 31. Ou seja,
A Glomalina é naturalmente marrom. Um quanto maior a presença dela,
procedimento laboratorial revela glomalina em maior a estabilidade do solo.
hifas e agregados do solo, como o material verde
brilhante mostrado aqui.
Fonte: Nichols (s.d.)32

14
– Como o solo visto desta forma é bonito, não é Professora? –
Perguntou Terro.
– Sim, Terro! O solo “esconde” muitas belezas e muitos segredos!!!
Pena que não conheçamos, nem respeitemos todos...

Microbiomas

Esta presença de fungos, bactérias e outros microrganismos


associados às raízes das plantas, e mais especificamente a Rizosfera,
passa a ser denominada de Microbioma. Santos (2020)33 definiu
Microbiomas como comunidades microbianas ou conjunto de micro-
organismos associados, seus genomas e moléculas, a um determinado
hospedeiro.

Fonte: CCSM (2019)34

Esses hospedeiros podem ser, por exemplo, plantas, animais,


humanos e até mesmo o solo. Os micro-organismos no Microbioma
interagem dinamicamente com seus hospedeiros e entre si formando
relações sinérgicas ou de busca dos mesmos resultados 34. Muitas vezes,
os SAFs são Agroecossistemas ou podem integrar Agroecossistemas.
– Microbiomas!!! E eu pensava que só existiam os Biomas... – Disse
Flora.
– Atualmente, existem muitos estudos sobre os Microbiomas, Flora.
Uma verdadeira revolução está acontecendo.

15
Agroecossistemas

Para a Associação Brasileira de Agroecologia – ABA36,


Agroecossistema é um ecossistema cultivado e socialmente gerido
(PETERSEN et al., 2017)37, caracterizado pelo manejo intencional por
seres humanos para gerar benefícios materiais e imateriais.
Um Agroecossistema abrange o conjunto de seres vivos e suas
interações com seu ambiente físico (GLIESSMAN, 2001)38, incluindo
centralmente os seres humanos, suas relações sociais e valores culturais.
Contempla não apenas os serviços ecossistêmicos, mas todas as
contribuições da natureza para as pessoas (SEIXAS et al., 2019) 39.
O Agroecossistema é um sistema socioecológico que considera a
interação entre natureza e sociedade para o entendimento de sistemas
complexos, com as propriedades emergentes que possuem e suas
dinâmicas espaço-temporais (PETERSEN et al., 2017)40. Vejam algumas
formas de integração e sinergias na tabela abaixo.
Integração e sinergias em agroecossistemas

Fonte: Brito (2010)41

16
Manejo/Manipulação de Vegetação

Feitas estas observações, podemos falar agora sobre Manejo/


Manipulação de Vegetação Nativa para a implantação de SAFs. Para
Lucena (2022) 42, o Manejo Florestal Sustentável (MFS), incluindo os SAFs,
é uma concepção sobre a exploração florestal que possui objetivos
econômicos, sociais e ambientais abrangentes, busca a satisfação das
necessidades de bens e serviços florestais e garante a conservação
florestal por meio da capacidade regenerativa. Vejam alguns discursos
sobre o MFS no quadro abaixo:
Quadro 1 Principais características, ideias e narrativas dos discursos sobre o MFS do
Domínio da Caatinga

Fonte: Lucena (2022)43

17
Lucena (2022) 44 continuou observando que os Sistemas Produtivos
Silvipastoris [sustentáveis] são abordados como um dos componentes
fundamentais da geração de renda e da melhoria das condições sociais
dos proprietários rurais da Região Semiárida/Caatinga. E, para isto, se
apoiou em outros autores como Kirmse, Provenza e Malechek (1987) 45. Ainda,
relatou que, em alguns momentos, estes sistemas são denominados “como
atividade tampão dos efeitos da seca” ou “estabilizador [econômico] das
variações climáticas ano após ano” baseado também em outros autores,
como Cândido, Araújo e Cavalcante, (2005); Araújo Filho, (2013); Faggin,
Behagel e Arts (2017).
Existe um pressuposto de que, como a imensa maioria das
propriedades rurais do Domínio da Caatinga têm pequena extensão (90%
dos imóveis são menores que 50 hectares (IBGE, 2021))46, a adoção dos
sistemas silvipastoris sustentáveis desempenha um papel fundamental
para assegurar a segurança alimentar e econômica desses pequenos
produtores (ARAÚJO FILHO, 2013; PINHEIRO; NAIR, 2018)47.

Caatinga Enriquecida. Época úmida (à esquerda) e época seca (à direita)


Fonte: De Araújo Filho (2014)48

Existiriam, portanto, três principais discursos 49 sobre o MFS do


Domínio da Caatinga:
a) MFS bioenergético – tem como principal objetivo produzir formas
sustentáveis de abastecimento das demandas energéticas regionais,
principalmente indústrias e comércios consumidores de grandes
quantidades de biomassa florestal;
b) MFS silvo-pastoril – tem como principal meta empregar técnicas
sustentáveis de manipulação da vegetação lenhosa com vistas a melhorar

18
a disponibilidade quali-quantitativa da forragem e, assim, propiciar a
sustentação e o desenvolvimento da pecuária regional;
c) MFS não madeireiro – procura, por meio da valorização de
conhecimentos tradicionais e ampliação de informações sobre a
biodiversidade florística, fornecer formas alternativas e sustentáveis
de manejo não madeireiro e, portanto, proporcionar o fortalecimento
produtivo rural e ampliar as estratégias de convivência com as condições
semiáridas50.

Sucessão

Caso se faça a opção por criar SAFs a partir de Áreas Degradadas,


Abandonadas ou com Atividades Agrícolas ou Pecuárias deficientes é
preciso planejar o processo de Sucessão envolvendo espécies nativas ou
exóticas.
Para Penereiro (2010), a sucessão resume-se no estabelecimento de
consórcios sucessivos, sendo que cada um chega a dominar na área até
que se transforme e transforme o ambiente de tal forma que o próximo
consórcio, já convivendo com aquele, chegue, por sua vez, a dominar e
assim sucessivamente.
Numa progressão, onde os consórcios com espécies contendo ciclo
de vida cada vez maior vão caracterizando, um após o outro, a fisionomia
de cada um dos estádios, até que uma nova perturbação dê início
novamente a um novo ciclo, começando com o consórcio das espécies
pioneiras, porém, já em condições ambientais mais propícias a espécies
mais exigentes, pois a vida acaba por transformar o local onde atua,
levando a uma melhoria da qualidade do ambiente devido ao acúmulo de
matéria orgânica e interações bióticas 51.
Porém, Penereiro (2010)52 observou que, nos estudos sobre Sucessão
Ecológica, muitas vezes são consideradas apenas as espécies arbóreas e
praticamente são desprezados os outros portes vegetais. Poucos autores
correlacionam a vegetação com a fauna, e, mais especificamente, com
a fauna do solo. Sabe-se, por exemplo, que a sucessão das espécies
vegetais acompanha a sucessão animal e também da fauna do solo.

19
20
Modelo de Restauração de Área Degradada na Caatinga

Fonte: Miccolis et al. (2016)54

– Gostei deste modelo, Professora. Vou tentar repeti-lo e restaurar


uma área erodida lá em casa. – Disse Hidra.
– Muito Bem, Hidra!!! Que bom saber que o que vocês estão
aprendendo aqui já estão replicando em casa. Mas o termo correto é
Recuperação. Inclusive, vou aproveitar para falar um pouco sobre
Restauração e Recuperação.

21
Restauração
Restauração, segundo a Lei Federal 9.985/00 (SNUC) 55, Capítulo
I, Artigo 1º. Inciso XIV, é a restituição de um ecossistema ou de uma
população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição
original. Portanto, não se aplica aos SAFs.

Recuperação
Já Recuperação, segundo a Lei Federal 9.985/00 (SNUC) 56, Capítulo
I, Artigo 1º, Inciso XIII, é a restituição de um ecossistema ou de uma
população silvestre degradada a uma condição não degradada, que
pode ser diferente de sua condição original. Portanto, mais adequada
aos SAFs.

Indicadores
– Vocês já verificaram que, periodicamente, eu faço algumas
avaliações ou provas e publico as notas, não é crianças?
– Sim, Professora!!!
– Pois bem, estas notas, na verdade, são indicadores para saber
como a turma está entendendo os assuntos e até mesmo para que eu
saiba se estou ensinando bem.
Desta forma, para as corretas Implantação, Acompanhamento,
Evolução e Avaliação dos SAFs, é preciso que sejam utilizados Indicadores.
Podem ser análises de solos, produção em quilogramas, dúzias de ovos,
peso vivo de animais, peso de matéria seca de plantas, colonização
por micorrizas e rizóbio, índices de diversidade etc. São diversos os
indicadores que podem ser usados em um SAF.
Segundo Kemerich e colaboradores (2014)57, Indicadores são
parâmetros ou uma representação de uma realidade que permite
entender melhor o funcionamento de um ambiente, subsidiando políticas
de gestão ambiental.
Já os Indicadores de Sustentabilidade são ferramentas que
permitem realizar uma análise do desempenho de um agroecossistema,
demonstrando, a partir de medida do comportamento de atributos
expressivos e perceptíveis (HOLLING, 1978) 58, a sua eficiência e os
problemas em sua condução com informações que possam apoiar o
monitoramento e as tomadas de decisão de ações nas unidades produtivas
(GLIESSMAN, 2001)57.
Como instrumentos subsidiadores, os indicadores de sustentabilidade
têm a função principal de revelar informações sobre o estado das diversas

22
dimensões (ambiental, econômica, socioeconômica, cultural, institucional
e outras) que compõem o desenvolvimento sustentável de um sistema na
sociedade (CARVALHO et al., 2011)60, mas não são a solução para todas
as dificuldades relacionadas à sustentabilidade (FERNANDES, 2004) e,
sim, indicadores dos caminhos a serem seguidos por quem os utiliza
(KEMERICH et al., 2014) 61.

Fonte: Daniel (2000)62

– Crianças!!! São vários os Índices de Diversidade de Espécies. Alguns


vocês entenderão logo e outros não. Portanto, eu deixarei na forma de
um Anexo. Isto significa que vocês podem ler e entender agora, ou só
entenderem no futuro se precisarem analisar melhor um SAF. O mais
importante é que vocês, no mínimo, saibam que eles existem e por qual
motivo são utilizados!

23
Anexo

Índices de Diversidade de Espécies 63

Além dos indicadores, os Índices de Diversidade de Espécies referem-


se à variedade de espécies de organismos vivos de uma determinada
comunidade, habitat ou região. A diversidade pode ser subdividida em
dois grupos: Riqueza e Uniformidade.
a) Riqueza refere-se ao número de espécies presentes na flora e/ou
na fauna em uma determinada área;
b) Uniformidade diz respeito à distribuição de indivíduos entre as
espécies em uma área.
Assim, a diversidade de espécies é considerada como um aspecto
favorável de comunidades naturais, existindo vários índices que a
quantifica e que também são denominados Parâmetros Fitossociológicos 64.
a) Densidade Absoluta (DA) 65: indica o número de indivíduos de uma
espécie por unidade de área como o hectare (ha).

b) Densidade Relativa (DR)66: indica a participação de cada espécie


em relação ao número total de árvores/indivíduos

c) Frequência67: Exprime a distribuição espacial de cada espécie na


área. Fornece informação a respeito da dispersão das espécies. Espécies
com um elevado número de indivíduos podem apresentar baixos valores
de frequência em função de seus indivíduos estarem agrupados. Outras
espécies podem apresentar 100% de frequência por seus indivíduos
encontrarem-se distribuídos em todas as parcelas amostradas.

24
- Frequência Absoluta (FA) - indica a porcentagem (ou proporção)
de ocorrência de uma espécie em uma determinada área.

Frequência Relativa (FR) - Relação entre a frequência absoluta de


determinada espécie com a soma das frequências absolutas de todas as
espécies.

d) Dominância68: Taxa de ocupação do ambiente pelos indivíduos de


uma dada espécie por unidade de área, geralmente por hectare. Pode ser
definida como a projeção da área basal à superfície do solo, fornecendo,
deste modo, uma medida mais eficaz da biomassa do que simplesmente
o número de indivíduos.
- Dominância Absoluta (DoA). Área Basal Total de uma determinada
espécie (gi) por unidade de área, geralmente o hectare.

- Dominância Relativa (DoR). Porcentagem da Área Basal de uma


determinada espécie (gi) em relação à área basal de todas as espécies
amostradas [(G), o somatório das áreas basais individuais), ambas
calculadas por unidade de área.

A Área Basal corresponde à soma das áreas transversais de árvores


individuais a uma altura de 1,30 m (altura do Diâmetro a Altura do Peito-
DAP), projetadas sobre o solo numa parcela ou em um hectare. É dada
em m² por unidade de área ou mais comumente em m²/ha (CUNHA,
2004)69. Sobre o DAP, ver melhor em IBFLORESTAS70. Sobre o Cálculo da
Área Basal, ver melhor em EFLORAWEB71.

25
e) Índice de Valor de Importância (IVI) 72: Caracteriza a importância
de cada espécie na comunidade (sob a perspectiva horizontal), reunindo
os critérios de análise dos três parâmetros (DR, FR, DoR). É a soma da
abundância, da frequência e da dominância relativa de cada espécie da
associação vegetal.
Teoricamente, a espécie mais importante em termos de IVI é aquela
que apresenta o maior sucesso em explorar os recursos de seu habitat.

f) Diversidade73: Envolve o conhecimento da riqueza e da abundância


das espécies no local.
- Riqueza é o número de espécies de plantas presentes em uma área.
- Diversidade é relativa ao número de espécies e suas abundâncias
em uma comunidade ou habitat.
Para fazer distinção entre a diversidade encontrada dentro de uma
comunidade e a diversidade de uma paisagem ou região, na qual se
observa uma mistura de habitats, Whittaker sugeriu os seguintes conceitos
de diversidade (MAGURRAN, 1988):
- Diversidade Alfa: é
relativa ao número de espécies
e suas abundâncias em
uma área determinada ou
uma comunidade. Exemplo:
diversidade de espécies em
uma área restrita de Cerrado.
- Diversidade Beta: é a
diversidade entre habitats.
Também é chamada de
Diversidade Alfa x Diversidade Beta. Cada Diversidade de Habitats
símbolo representa uma planta. À esquerda porque evidencia diferenças na
plantio em faixas. Maior diversidade Beta. À
direita plantio intercalado. Maior diversidade composição das espécies entre
Alfa as diferentes áreas. Exemplo:
Fonte: Gliessman (2010)74 diversidade entre as matas e
Cerrado e diversidade entre áreas de floresta ao longo de um gradiente
ambiental.

26
- Diversidade Gama ou Diversidade de Paisagem: reflete
primariamente processos evolucionários em vez de processos ecológicos.
Representa o número de espécies e suas abundâncias em uma determinada
região, considerando todas as comunidades presentes. Seria o somatório
das espécies que ocorrem em todas as matas, campos e cerrados dentro
de uma bacia hidrográfica, por exemplo.
g) Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (Diversidade Alfa) 75
(H’): assume que os indivíduos são amostrados de forma aleatória de
uma população infinitamente grande, assumindo também que todas
as espécies estão representadas na amostra. É um índice baseado na
abundância proporcional das espécies na comunidade:

Em que: s é o número de espécies na amostra; pi, a proporção de


indivíduos de cada espécie em relação ao número total de indivíduos de
todas as espécies, ou seja, a densidade relativa de cada espécie; e ln é o
logaritmo neperiano.
Exemplo I: Cálculo do Índice de Shannon-Wiener
Duas áreas, mesma quantidade de espécies e de indivíduos.
DA e DR foram definidos anteriormente, nos estudos de fitossociologia
e os valores indicam o número de indivíduos de cada espécie

Fonte: Santiago (s.d.)76

27
h) Equabilidade J de Piel ou Equabilidade ou índice de Pielou
( J) . Representa a distribuição do número de indivíduos em relação às
77

espécies. Varia de 0 a 1,0. O valor 1,0 representa a situação em que todas


as espécies possuem a mesma abundância, ou seja, a mesma quantidade
de indivíduos (MAGURRAN, 1988; FELFILI; VENTUROLI, 2000).

H'max = In(S); S é o número de espécies amostradas.


Exemplo II: Cálculo da Diversidade Máxima nas áreas 1 e 2 do
exemplo anterior.

Cálculo da Equabilidade J de Pielou.

Cálculo da Diferença na Riqueza Florística entre duas outras áreas.

i) Índice de Jaccard – Sj (Diversidade Beta): é qualitativo, não


considera o número de indivíduos presentes na amostra e, sim, a presença
e a ausência deles.

28
j) Índice de Sorensen – Ss (Diversidade Beta)78: índice de Similaridade
semelhante ao de Jaccard, mas dá peso maior às espécies comuns às
duas áreas que estão sendo comparadas.

Por fim, tudo isto leva à busca pela Sustentabilidade.


Na análise de Sustentabilidade 79, três dimensões básicas –
econômica, ambiental ou ecológica e social – têm sido usadas por muitos
autores para a definição e o uso de indicadores nos agroecossistema
(PURVIS et al., 2019)80, com predominância do uso de indicadores
ambientais e com metodologias e indicadores diferenciados, como nas
abordagens agroecológicas (MENDONÇA, 2011; MUNIZ; ANDRADE, 2016)81.
No entanto, no contexto da sustentabilidade, Caporal e Costabeber
(2002; 2004; 2007)82 consideram necessárias pelo menos seis dimensões
básicas 83, que são: a econômica, a ambiental ou ecológica, a social, a
cultural, a política e a ética.

29
Referências
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9
Conferir: DE ANTONI, Clarissa; KOLLER, Sílvia Helena. A visão de família entre as adolescentes que
sofreram violência intrafamiliar. Estudos de Psicologia, Natal, v. 5, n. 2, p. 347-381, 2000.https://www.
scielo.br/j/epsic/a/wJy6Z3jHvGGmmLhn6zKQVwj/?format=pdf&lang=pt;
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Conferir: ECOLOGIA DE POPULAÇÕES E COMUNIDADES. http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_
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Conferir: RIBEIRO, L. (2018) Ecossistema. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/


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ecossistema;
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Conferir: RIBEIRO, L. (2018) Ecossistema. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/
ecossistema;

Conferir: RELAÇÕES ECOLÓGICAS. https://sites.google.com/site/tarefaiecanapitta/home/topicos/


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ecologia/relacoes-ecologicas;
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Conferir:ECOLOGIA DE POPULAÇÕES E COMUNIDADES. http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_
site/Biblioteca/Livro_4/1-Ecologia_de_Populacoes_e_Comunidades.pdf;
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Conferir: KRAENKEL, A.R. Ecologia de Populações http://ecologia.ib.usp.br/ecopop/lib/exe/fetch.
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ECOLOGIA DE POPULAÇÕES E COMUNIDADES. http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_site/


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Biblioteca/Livro_4/1-Ecologia_de_Populacoes_e_Comunidades.pdf;
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Conferir:Fatos e Fotos da Caatinga. Os cogumelos da caatinga de Pernambuco. https://
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Conferir:ECOLOGIA DE POPULAÇÕES E COMUNIDADES. http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_site/
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Biblioteca/Livro_4/1-Ecologia_de_Populacoes_e_Comunidades.pdf;
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Conferir: RELAÇÕES ECOLÓGICAS. https://www.policiamilitar.mg.gov.br/conteudoportal/uploadFCK/
ctpmbarbacena/04042016055635153.pdf;

Conferir:ECOLOGIA DE POPULAÇÕES E COMUNIDADES. http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_site/


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Biblioteca/Livro_4/1-Ecologia_de_Populacoes_e_Comunidades.pdf;
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leitura%20-%20referencia%20leitura.pdf;
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Conferir: LUCENA, Marcelo Silva de. Manejo florestal no Domínio da Caatinga: caminhos
e conhecimentos para a sustentabilidade. 2022. https://repositorio.unesp.br/bitstream/
handle/11449/216964/lucena_ms_dr_botfca.pdf?sequence=3&isAllowed=y;
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Conferir: LUCENA, Marcelo Silva de. Manejo florestal no Domínio da Caatinga: caminhos
e conhecimentos para a sustentabilidade. 2022. https://repositorio.unesp.br/bitstream/
handle/11449/216964/lucena_ms_dr_botfca.pdf?sequence=3&isAllowed=y;
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Conferir: LUCENA, Marcelo Silva de. Manejo florestal no Domínio da Caatinga: caminhos
e conhecimentos para a sustentabilidade. 2022. https://repositorio.unesp.br/bitstream/
handle/11449/216964/lucena_ms_dr_botfca.pdf?sequence=3&isAllowed=y;
46
Conferir: LUCENA, Marcelo Silva de. Manejo florestal no Domínio da Caatinga: caminhos
e conhecimentos para a sustentabilidade. 2022. https://repositorio.unesp.br/bitstream/
handle/11449/216964/lucena_ms_dr_botfca.pdf?sequence=3&isAllowed=y;

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Conferir: LUCENA, Marcelo Silva de. Manejo florestal no Domínio da Caatinga: caminhos
e conhecimentos para a sustentabilidade. 2022. https://repositorio.unesp.br/bitstream/
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sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
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Conferir: LUCENA, Marcelo Silva de. Manejo florestal no Domínio da Caatinga: caminhos
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institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm;
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Conferir: Lei Federal 9.985/00. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal,
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agroflorestais: levantamento de metodologias e indicadores utilizados. Revista de Economia e Sociologia
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Rural, v. 60, 2022. https://www.scielo.br/j/resr/a/tVw6DvpYtbHgMJtgbsHqjjS/?format=pdf&lang=pt;
82
Conferir: ARAÚJO, Fabiana Aparecida da Silva et al. Indicadores de sustentabilidade para sistemas
agroflorestais: levantamento de metodologias e indicadores utilizados. Revista de Economia e Sociologia
Rural, v. 60, 2022. https://www.scielo.br/j/resr/a/tVw6DvpYtbHgMJtgbsHqjjS/?format=pdf&lang=pt;
83
Conferir: ARAÚJO, Fabiana Aparecida da Silva et al. Indicadores de sustentabilidade para sistemas
agroflorestais: levantamento de metodologias e indicadores utilizados. Revista de Economia e Sociologia
Rural, v. 60, 2022. https://www.scielo.br/j/resr/a/tVw6DvpYtbHgMJtgbsHqjjS/?format=pdf&lang=pt.

34
Ecologia de SAFs no Semiárido

Capítulo 02 - Biodiversidade Nativa do Semiárido e Uso em SAFs - I

Fauno, Flora, Hidra e Terro são jovens que moram em uma


comunidade rural do Semiárido Brasileiro.
Eles têm uma professora muito aplicada e muito preocupada em
explicar a origem de tudo!!! O nome dela é Dona Fida.

– Crianças, hoje vamos estudar o uso da vegetação nativa do


principal Bioma do Semiárido, a Caatinga, em Sistemas Agroflorestais.
– Oba!!! – Disse Flora.
– Existem vários relatos da utilização de espécies da caatinga pelos
indígenas que antecederam os colonizadores por vários milênios, como,
por exemplo, do Caruá/Caroá Neoglaziovia variegata. Este é um exemplo
de forma de exploração agroflorestal, pois esta bromélia (“prima” do
abacaxi e da macambira) só vive bem se estiver na caatinga. Com o início
do Ciclo do Couro, muitas matas da Caatinga, do Cerrado e da Mata
Atlântica foram transformadas em cinzas para “enriquecer” o solo, para
espantar animais predadores e até mesmo indígenas, pois, a mudança
de mata para pastagem permitia uma melhor alimentação (embora por
pouco tempo) e uma melhor observação dos rebanhos.

35
Caroá (Coivaras) Área Desflorestada (Broca) e Queimada
Fonte: Fatos e Fotos da Caatinga (2012)¹ Fonte: Acervo do autor

– Professora, este “enriquecer” o solo não durava muito, não era? –


Perguntou Terro.
– Pois é Terro, a cinza, quando não era carregada pelas chuvas,
só servia por poucos anos como nutriente. Depois, o solo se esgotava
e era abandonado. Este abandono permitia a volta da ocupação da
vegetação nativa, ou se tornava muito erodido e degradado. Mas muitos
proprietários não queimaram as matas. Pelo contrário, eles ralearam mais
ou menos, originando SAFs primitivos, denominados em algumas regiões
como Mangas (Menos Raleado), Malhadas (Medianamente Raleado) e
Cercados (Intensamente Raleado), os quais permitiram mais pastagem
“mole” (herbácea) e que depois nós estudaremos.

Bovino pastando na caatinga


Fonte: Salviano et al (2004)

36
– Estes foram mais sabidos, ou mais prudentes, pois se costuma
dizer no Semiárido que quem tem Mata, tem forragem no período seco. E
porque não dizer, mais água também, já que as matas funcionam como
esponjas, ajudando a absorver e a manter a água no solo.
– Isto mesmo, Professora. A Senhora já explicou bem isto! – Disse
Hidra.
– Pois bem!!! Mas estudos mais científicos sobre SAFs no Semiárido
só vieram a acontecer a partir da década de 80 do século 20. Talvez,
pela criação do Centro de Pesquisas do Trópico Semi-Árido - CPATSA
em Petrolina, Pernambuco, hoje Embrapa Semiárido, que fez com que se
passasse a se ver a possibilidade de uso mais adequado da vegetação
nativa. Contudo, vale lembrar que um estudioso estrangeiro, Albert
Loefgren, já a partir de 1909, através da IOCS – Inspetoria de Obras Contra
as Secas, tinha indicado estudos nesta área. Outro pesquisador natural da
Paraíba, Pombal, Manuel Arruda da Câmara, também já tinha realizado
estudos sobre o Caroá e o Umbu antes de 1810.
– Se nós tentarmos fazer uma Linha do Tempo, mesmo incompleta,
vamos verificar as contribuições de diversos estudiosos. Vejam esta Linha
do Tempo que eu criei:
1985

Ribaski (1985), em um
trabalho denominado de Pes-
quisas Agrossilviculturais em
Andamento na Região Semi-
-árida3 Brasileira (Resultados
Preliminares)⁴, talvez tenha
sido o primeiro pesquisador
a inserir espécies nativas da
Caatinga em Sistemas Agroflo-
restais ao estudar a associação
da Maniçoba nativa Manihot sp Maniçoba
Fonte: Antonio et al (2020)⁶
com outras culturas forrageiras
exóticas como Feijão-Guandu Cajanus sp e a palma forrageira 5. Portanto,
um sistema criado pelo homem a partir de espaçamentos, disposição
espacial de plantas etc.
– Esta foi mesmo a primeira pesquisa, Professora? – Perguntou Fauno.
– Com espécie nativa da Caatinga, provavelmente sim!!! Pelo menos
até onde se sabe...

37
1988

Ainda sobre a indicação de espécies nativas do Semiárido, em especial


da Caatinga, foi realizado por Lima (1998) um trabalho denominado
Sistemas Agrossilviculturais Desenvolvidos no Semi-Árido Brasileiro. Na
época, o autor se referiu ao fato de que “muitas das associações isoladas
no Nordeste enquadravam-se nos Sistemas Agrossilviculturais propostos
por COMBE & BUDOWSKI (1979), onde árvores são associadas a culturas
agrícolas (Sistema Silviagrícola), à pecuária (Silvipastoril) e a ambos
(Agrossilvipastoril)”, além de citar o uso de espécies para Quebra-Ventos
e Cercas-Vivas.
Como Sistema Silviagrícola utilizando espécies nativas, Lima (1998)
destacou o Licuri Cocos coronata. E para os Sistemas Silvipastoris,
citou a utilização da vegetação natural de caatinga como pastagem
sendo praticada em toda a Região Semiárida brasileira devido ao valor
forrageiro das espécies que a compunham, prevalecendo as formas de
manejo:
- O pastejo em campo aberto;
- O pastejo cercado de pastagem nativa melhorada;
- Os dois sistemas combinados.

Licuri
Fonte:Drumond (2007)⁸

38
Bovino na caatinga
Fonte:Soares (2001)9
Para a modalidade vegetação de caatinga melhorada, Lima
(1998) observou que os animais pastejavam em áreas onde era deixado
um determinado número de árvores por hectare, de espécies de valor
forrageiro. Nestas áreas eram introduzidas gramíneas resistentes à
seca exóticas e nativas como o capim panasco Aristida setifolia. O autor
enfatizou que as espécies nativas dos gêneros Acacia (Canafístulas),
Mimosa (Juremas) e Ziziphus (Juazeiro), entre outras, não eram abatidas
pelos agricultores devido ao seu valor forrageiro, além da preservação
do Umbu Spondias tuberosa. Da vegetação de caatinga, citou ainda a
alimentação suplementar por restos de cultura (restolhos) ou cactáceas
nativas como o Mandacaru Cereus jamacaru, o Xique-xique Cereus
gounellei, após queimados os espinhos, e a Macambira Bromelia laciniosa.

Capim Panasco
Fonte: Carvalho et al (s.d.)10

39
Canafístula Jurema Preta
Fonte: CNIP (s.d.)11 Fonte: CNIP (s.d.)12

Juazeiro Mandacaru
Fonte: CNIP (s.d.)13 Fonte: CNIP (s.d.)14

Xique-Xique Macambira
Fonte: Diva et al (2012)15 Fonte: CNIP (s.d.)16

40
Lima (1998) relatou, ainda, que em algumas propriedades a Casa
Sede era cercada por árvores frutíferas e/ou forrageiras, mantidas muitas
vezes irrigadas pelo aproveitamento das águas servidas na cozinha,
prevalecendo espécies nativas como a Goiaba Psidium guajava e Capim-
Santo Cymbopogon citratus, e criados, em paralelo, caprinos, aves e, às
vezes, suínos, assim caracterizando o que alguns autores denominavam
de Horta Familiar ("Home garden").

Goiaba Seriguela
Fonte: Instituto Paêbirú (2014)17 Fonte: Instituto Paêbirú (2014)18

– Puxa Professora, lá em casa é rodeado de plantas!!! Quer dizer que


temos uma Horta Familiar? – Perguntou Terro.
– Provavelmente sim, Terro! E lá na frente vamos ver que estas Hortas
Familiares passaram a ser denominadas de Quintais Produtivos ou
Quintais Peridomésticos.
Lima (1998) ressaltou, ainda, os Sistemas Silvipastoris, em face da
vocação da região, citando o uso de espécies nativas como Sabiá Mimosa
wcaesalpiniaefolia em consórcio com a gramínea exótica Capim Buffel.

Sabiá
Fonte: De Araújo Filho (2013)19

41
– Quer dizer Professora, que à medida que o tempo ia passando,
mais plantas nativas eram estudadas nos SAFs, não é? – Perguntou Flora.
– Isto mesmo, Flora. Mais e mais plantas foram incluídas para ver se
dava certo.
1992

Mas o primeiro grande trabalho relacionado diretamente com a


transformação da caatinga em SAFs foi o de Araújo Filho (1992). O saudoso
João Ambrósio da Embrapa Caprinos, Sobral, CE.

João Ambrósio de Araújo Filho


Fonte: Adelco (2015)20

Este trabalho foi intitulado Manipulação da Vegetação Lenhosa da


Caatinga para fins Pastoris 21. É até hoje um trabalho de referência!!!
É um trabalho riquíssimo, que traz coeficientes sobre a caatinga em
termos de produção de forragem, capacidade de suporte, métodos de
manejo e muito mais.
– Professora, o que significa coeficientes? – Perguntou Hidra.
– Coeficientes, Hidra, neste caso, podem ser valores de medições,
pesagens e avaliações que, depois de serem analisados, servem de
referência. Por exemplo, a média de produção de milho aqui na região é
de 700,0 kg por hectare. Isto é um coeficiente.

42
Como Métodos Físicos de Manejo, João Ambrósio citou:
- Broca Manual. Ou corte da parte aérea dos arbustos e árvores
a uma altura de 30 cm do solo, aproximadamente. Ele verificou que as
espécies vegetais respondiam diferentemente tanto à altura da broca
como à época de corte (HARDESTY, 1986 apud ARAÚJO FILHO, 1992), e
que quanto mais elevado o corte, maiores a altura média e o número das
gemas que rebrotavam (ARAÚJO FILHO et al., 1985). Ressaltou também
que, além de reduzir a produção de matéria seca, o corte mais elevado
(60 cm) contribuía para o controle de espécies “indesejáveis”, já que as
rebrotas se originavam das gemas axilares ou laterais que são de número
reduzido e, quando ligadas ao sistema vascular das plantas, sua remoção
acarreta a exaustão das reservas.

Broca com Corte Raso na Caatinga


Fonte: Acervo do autor

– Gemas Axilares, Professora? – Perguntou Flora.


– Sim, Flora! São aquelas gemas ou “olhos”, como muita gente chama,
que, quando se corta uma planta, elas são responsáveis pela brotação
rápida. Mas são muito fáceis de destacar, pois ficam praticamente na
parte mais de fora das cascas.

43
Gemas Axilares
Fonte: Santos (2007)22

O corte baixo (10-30 cm) é o mais indicado para as espécies de


maior valor forrageiro, pois mantém maior produção da matéria seca e
não acarreta a exaustão rápida das reservas da planta pelo fato das
brotações serem originadas de gemas adventícias.
- Destocamento Manual. Consistia no arranque, com ferramenta tipo
chibanca, do tronco (toco) da pIanta juntamente com parte ou totalidade
de seu sistema radicuIar.
- Destocamento Mecânico. Uso de equipamentos mecânicos tipo
buldozers (tratores de esteira) com implementos, como o ancinho e lâmina.
Mas com observações sobre a retirada da fina camada orgânica do solo.

Destoca e Limpeza de Área de caatinga com Trator de Esteira


Fonte: Acervo do autor

44
– Eita Professora, neste caso o solo é muito destruído! – Disse Terro.
– Sim, Terro. Muito mesmo. Quando se usa a lâmina do trator para
limpar a área e a vegetação de caatinga é fina, a lâmina apenas “verga”
a vegetação e não a arranca. Neste caso, o tratorista empurra a lâmina
de encontro as raízes, para arrancar as plantas e termina levando grande
parte da “gordura” do solo, que é a matéria orgânica.
– Além do mais, movimenta muito o solo, provocando o surgimento
de buracos e trilhas que, no período invernoso, podem originar poças
dificultando o manejo do solo. E o pior: Leva toda a gordura do solo para
locais fora da área de plantio deixando um solo exposto, mais pobre e
cheio de buracos.
- Fogo. Considerado por muitos como agente determinante da
predominância e sobrevivência das pastagens de gramíneas, conhecido
como clímax pírico ou do fogo. Em muitos casos, ajuda a quebrar a
dormência de sementes e a acelerar a mineralização de gravetos, ramos
etc.

Coivaras
Fonte: Acervo do autor

– O que é quebrar a dormência, Professora? – Perguntou Fauno.


– Muitas sementes e caroços de plantas da Caatinga, Fauno,
apresentam casca (tegumento) duro. Isto é uma defesa delas. Esta casca
é, frequentemente, impermeável à água, gases etc. Se não entra água,
não ocorre a embebição (embebedamento) daquela parte de dentro da
semente ou do caroço. Se não ocorre a embebição, não haverá o início
da germinação.

45
– Mas, por exemplo, em 100 sementes, ou caroços, 20 não apresentam
a casca tão dura e conseguem embeber e germinar no inverno deste ano.
Outras 40 só germinarão no outro inverno, pois neste tempo sofrerão a
ação da temperatura, do frio, do ataque de animais e microrganismos e a
casca começa a rachar ou ficar fina. Mais 40 só embeberão no inverno do
ano seguinte. Isto significa que as 100 sementes só germinarão totalmente
em 03 anos. Portanto, se no primeiro ano ocorrer uma grande seca e as
plantas das 20 sementes que germinarem morrerem, ou forem comidas
por algum animal, fica um “banco” de 80 sementes para os próximos
invernos.
Como Métodos Químicos, João Ambrósio citou:
- Arbusticidas. Ou substâncias químicas capazes de inibir o
crescimento e causar a morte de plantas lenhosas apesar dos riscos de
contaminação ou poluição ambiental.
E como Métodos Biológicos:
- Uso de Caprinos. É, talvez, a melhor opção para a época, já que
o pastejo combinado de bovinos e caprinos ou ovinos e caprinos pode
oferecer boas possibilidades de estabilização das comunidades vegetais.
Para tanto, as espécies a serem controladas deveriam ser brocadas e os
caprinos utilizados no manejo da rebrota.

Caprinos na caatinga em época seca.


Fonte: Embrapa (2020)23

– Bem... Na próxima aula nós continuaremos a nossa Linha do Tempo


com muitas outras informações. Até lá!!!

46
Referências
1
Conferir: Fatos e Fotos da Caatinga (2012). O caroá na caatinga seca. https://fatosefotosdacaatinga.
blogspot.com/2012/05/o-caroa-na-caatinga-seca.html;
2
Conferir: SALVIANO, L. M. C. et al. Desempenho de bovinos em pastagem de caatinga sob diferentes
taxas de lotação. Embrapa Semiárido-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E), 2004.
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/bovino-Desempenho+em+pastagem_000fhby5z3
g02wyiv80efhb2aup07w22.pdf;
3
Conservou-se a grafia origina;

⁴Conferir: RIBASKI, J. Pesquisas agro-silviculturais em andamento na região semi-árida brasileira


(resultados preliminares) Florestas plantadas nos neotrópicos como fonte de energia; anais do simpósio.
In: Simpósio Florestas Plantadas nos Neotrópicos como Fonte de Energia, Viçosa,(Brasil), 6-13 Feb 1983.
Universidade Federal de Viçosa,(Brasil) MAB/UNESCO, Viçosa,(Brasil) IUFRO, Viçosa,(Brasil).https://ainfo.
cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF-2009-09/4863/1/lima.pdf;
5
Provavelmente a variedade de Palma Gigante Opuntia ficus-indica;
6
Conferir: ANTONIO, R. P. et al. Propagação e manejo fitossanitário de mudas de maniçoba. Embrapa
Semiárido-Comunicado Técnico (INFOTECA-E), 2020.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/219143/1/COMUNICADO-TECNICO-179.pdf;
7
Conferir: LIMA, Paulo César Fernandes. Sistemas agrossilviculturais desenvolvidos no semi-arido
brasileiro. In: Embrapa Semiárido-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: TALLER SOBRE DISENO
ESTADISTICO Y EVALUACION ECONOMICA DE SISTEMAS AGROFORESTALES, 1986, Curitiba. Apuntes...
Curitiba: Oficina Regional de la FAO para America Latina y el Caribe/EMBRAPA-CNPF, 1986., 1986.https://
ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF-2009-09/4863/1/lima.pdf;
8
Conferir:DRUMOND, Marcos Antônio. Licuri Syagrus coronata (Mart.) Becc. Embrapa Semiárido-
Documentos (INFOTECA-E), 2007.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/152644/1/
SDC199.pdf;
9
Conferir: SOARES, José Givaldo Góes. Composição botânica da dieta de bovinos em vegetação
típica de caatinga sob diferentes taxas de lotação. Embrapa Semiárido-Boletim de Pesquisa e
Desenvolvimento (INFOTECA-E), 2001.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPATSA/27114/1/
BPD54.pdf;
10
Conferir: Carvalho et (s.d.) E-flora da ESEC Seridó. http://biodiversus.com.br/serido/?p=esec;

Conferir: CNIP (s.d.) Bancos de Dados de Plantas do Nordeste. Canafístula. http://www.cnip.org.br/


11

bdpn/fotosdb/927472756.JPG;
12
Conferir: CNIP (s.d.) Bancos de Dados de Plantas do Nordeste. Jurema Preta. http://www.cnip.org.br/
bdpn/fotosdb/259399859.JPG;
13
Conferir: CNIP (s.d.) Bancos de Dados de Plantas do Nordeste. Juazeiro. http://www.cnip.org.br/bdpn/
fotosdb/1866115019.JPG;
14
Conferir: CNIP (s.d.) Bancos de Dados de Plantas do Nordeste. Mandacaru. http://www.cnip.org.br/
bdpn/fotosdb/594936644.JPG;

Conferir: DIva et al (2012). Embrapa. Circular Técnica 40.Produção de Mudas de Xique-Xique. https://
15

ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/79882/1/XIQUE-XIQUE.pdf;
16
Conferir: CNIP (s.d.) Bancos de Dados de Plantas do Nordeste. Macambira. http://www.cnip.org.br/
banco_img/Macambira/bromelialaciniosamartexschultezf2.html;

47
17
Conferir: Instituto Paêbirú (2014). Agrofloresta Experimental Paêbirú. Saf Produzindo Frutas na Caatinga
Sergipana. https://institutopaebiru.wordpress.com/2014/12/16/saf-produzindo-frutas-na-caatinga-
sergipana/;
18
Conferir: Instituto Paêbirú (2014). Agrofloresta Experimental Paêbirú. Saf Produzindo Frutas na Caatinga
Sergipana. https://institutopaebiru.wordpress.com/2014/12/16/saf-produzindo-frutas-na-caatinga-
sergipana/;
19
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;

Conferir: Adelco (2015). NOTA DE PESAR – João Ambrósio de Araújo Filho . https://adelco.org.br/geral/
20

nota-de-pesar-joao-ambrosio-de-araujo-filho/;
21
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, J. A. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins pastoris.
Embrapa Caprinos e Ovinos-Circular Técnica (INFOTECA-E), 1992. https://www.embrapa.br/busca-
de-publicacoes/-/publicacao/514296/manipulacao-da-vegetacao-lenhosa-da-caatinga-para-fins-
pastoris;
22
Conferir: Santos, J. (2007). Blog do Enem. As partes do CAULE – Revisão de Organologia Vegetal para
o Enem! https://blogdoenem.com.br/caule-suas-partes-biologia-enem/;
23
Conferir: Embrapa (2020). Embrapa alerta sobre surto de enterotoxemia em caprinos e ovinos
criados na Caatinga. https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias?p_p_id=buscanoticia_WAR_
pcebusca6_1portlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=pop_up&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-
1&p_p_col_count=1&_buscanoticia_WAR_pcebusca6_1portlet_groupId=1355026&_buscanoticia_WAR_
pcebusca6_1portlet_articleId=57431271&_buscanoticia_WAR_pcebusca6_1portlet_viewMode=print.

48
Princípios Ecológicos em SAFs

Capítulo 03 - Biodiversidade Nativa do Semiárido e Uso em SAFs II

Fauno, Flora, Hidra e Terro são jovens que moram em uma


comunidade rural do Semiárido Brasileiro.
Eles têm uma professora muito aplicada e muito preocupada em
explicar a origem de tudo!!! O nome dela é Dona Fida.

– Bem crianças, continuando a nossa Linha do Tempo, em que


paramos no ano de 1992 com o trabalho de João Ambrósio1, a preciosidade
dele estava justamente nos níveis ou intensidades de manipulação da
caatinga que ele dividiu em seis alternativas:
1 - Caatinga Nativa. Consiste no uso da vegetação nativa, mesmo
observando que a caatinga nativa de predominância arbórea-arbustiva
apresenta índices de desempenho muito baixos em termos de forragem.

Caatinga herbácea e arbórea


Fonte: Araújo Filho (2013)2

49
Disponibilidade de forragem na caatinga nas épocas chuvosa e
seca
Fonte: De Araújo Filho (2014)3

Caatinga nativa em Patos. Paraíba


Fonte: De Araújo Filho (2014)4

– Acho que é a forma/manipulação mais utilizada por aqui, não é,


Professora? – Perguntou Flora.
– Sim, Flora! Desde que não se crie muitos animais e se tenha
uma grande área, dá para ir se “virando”. Mas não significa o pleno
aproveitamento do potencial da caatinga.
2 - Caatinga Rebaixada - Rebaixamento por broca manual (corte 30,0
cm) de espécies lenhosas, com a objetivo de aumentar a disponibilidade
da forragem de árvores e arbustos, com melhorias das qualidades
bromatológicas (nutrição) e de fazer com que a folhagem verde dure mais
tempo na estação seca. Com a redução do sombreamento, ocorria um

50
significativo aumento da produção de folhagem pelas ervas localizadas
rentes ao solo (tapete herbáceo). Ou seja, trocar o lenhoso (duro) pelo
herbáceo (mole e nutritivo). Para o rebaixamento são indicadas espécies
forrageiras como Quebra-Faca, Mororó, Jurema-Preta e Sabiá, cujas
folhas podiam ser comidas verdes ou fenadas naturalmente.

Caatinga Rebaixada nas épocas úmida e seca


Fonte: De Araújo Filho (2014)5

Quebra Faca Mororó


Fonte: CNIP (s.d.) 6
Fonte: Araújo Filho (2013)7

– Esta eu não gostei muito, Professora. Fica tudo muito aberto. Muito
exposto. E o abrigo para os animais silvestres? – Perguntou Fauno.
– Sim, Fauno! Para esta manipulação é preciso ter muita prudência
nas épocas dos cortes, nas alturas dos cortes e, principalmente, com a
quantidade e o tempo que os animais ficarão na área depois. Já houve
situação em que muitas plantas morreram esgotadas devido ao consumo
excessivo pelos animais e por não ter chovido a quantidade adequada.

51
Jurema Preta Sabiá
Fonte: CNIP (s.d.)8 Fonte: Araújo Filho (2013)9

3 - Caatinga Raleada - É o controle seletivo de espécies lenhosas,


reduzindo o sombreamento e a densidade de espécies “indesejáveis”,
com o estímulo da produção a partir do tapete herbáceo. Desse modo,
é preciso deixar, no mínimo, 30% de sombreamento. Assim, na Caatinga,
já existem muitas áreas naturalmente raleadas... E outras que não
respondem a esta intervenção.

Caatinga raleada nos períodos chuvoso e seco


Fonte: De Araújo Filho (2014)10

– Esta eu gostei mais, Professora!!! Acho que, além de proteger mais


o solo e de dar maior proteção aos animais silvestres, também mantém
maior diversidade de plantas. – Disse Terro.
– Isto mesmo, Terro! É uma das formas de manipulação mais
utilizadas, justamente pelo que você acabou de dizer. O solo resseca
menos, tem maior sombreamento e “corta” um pouco os ventos... Mas é

52
preciso ter cuidado com qual tipo vai utilizar.
João Ambrósio ressaltava que existiam pelo menos três tipos de
Raleamento:
3.1 - Savana. Indicado para se preservar as árvores como espécies
isoladas em áreas onde a caatinga arbórea está se recuperando e
cercada por muitos arbustos. Se muito intenso, pode causar mortalidade
das árvores pelo ressecamento do solo ou ventos fortes.

Caatinga assavanada com afloramentos rochosos e caatinga assavanada


Fonte: Araújo Filho (2013)11

3.2 - Bosquete. Consiste em se poupar as árvores por grupos, que


ocorrem naturalmente na área, principalmente em caatingas arbóreas
ou em avançado estado sucessional.

Sombreamento nas pastagens nativas


Fonte: Araújo Filho (2013)12

53
3.3 - Faixas. Deve ser usado em terrenos acidentados (declividade
de até 25%), com as faixas “cortando as águas” ou em curvas de nível
perpendiculares ao declive do terreno, a fim de conter a erosão.

Raleamento em Faixas
Fonte: Santos Neto (2021)13

– Eu gostei mais do modelo em Faixas, Professora. Acho que conserva


mais o solo e a água e permite plantar entre as faixas. – Disse Hidra.
– Isto mesmo, Hidra. O modelo em Faixas deveria ser o mais adotado.
Principalmente, se fosse em curva de nível. Deveria ser até uma Política
Pública semelhante ao Programa Um Milhão de Cisternas. Quem sabe
algo como: Um Milhão de Faixas!!! Mas, na verdade, dentre os tipos de
Raleamento, o mais utilizado é o que poderíamos chamar de Tradicional,
conforme a imagem abaixo. Geralmente, é o mais fácil de executar por
ser mais rapidamente entendido.

Caatinga raleada em Apodi. Rio Grande do Norte


Fonte: De Araújo Filho (2014)14

54
– Veja nesta outra, abaixo, que aconteceu o que você disse. – Disse a
Professora Fida.
E completou: – Em uma faixa foi plantado um Banco de Proteína.

Áreas de caatinga raleada e caatinga raleada com banco de proteína


Fonte: De Araújo Filho (2014)15

4- Caatinga Rebaixada/Raleada – Combinação do rebaixamento


com o raleamento. Podendo ser a mais adequada aos diferentes tipos
de caatinga do Semiárido. Ocorre o controle sistemático de arbustos
“indesejáveis” como Marmeleiro, Velame e Malva-Branca no rebaixamento
das espécies lenhosas de valor forrageiro e consumidas, quando verdes,
como a Sabiá, a Jurema-Preta, o Mororó, o Quebra-Faca, a Aroeira 16 e
na preservação das árvores sem valor forrageiro, ou cujas folhas são
consumidas, quando secas. Todos os cuidados devem ser tomados com
relação ao excessivo ressecamento do solo ou erosão.

Caatinga Raleada e Rebaixada em Barra - BA


Fonte: Acervo do autor.

55
Velame Marmeleiro
Fonte: Macedo (2014)17 Fonte: Embrapa (s.d.)18

Malva Branca Aroeira


Fonte: RCPOL (2016)19 Fonte: Araújo Filho (2013)20

– Eita Professora!!! Este foi o que nós gostamos mais!!! – Disseram


todos.
– Mas não gostamos de chamar o marmeleiro, o velame e a malva
de “indesejáveis”... – Disse Flora.
– É verdade, Flora! São plantas que, além de serem pioneiras e
bioindicadoras de áreas que foram usadas pela agricultura e pecuária, e
de serem abandonadas, são medicinais, alimentam animais silvestres e
domésticos e, quer queira, quer não, estão cumprindo a função ecológica
de proteger o solo, abrir o solo com as raízes, sombrear, adicionar matéria
orgânica, reduzir ventos etc.

56
5- Caatinga Enriquecida - Indicada para áreas onde houve
superpastoreio ou agricultura intensiva com grande perda da diversidade,
onde deve ocorrer reintrodução, ressemeio, cultivo mínimo, em curva
de nível e preservando o tapete herbáceo rico em forrageiras. Pode-se
enriquecer o tapete herbáceo com gramíneas e leguminosas nativas ou
exóticas. Para a parte lenhosa, podem ser indicadas espécies nativas
como Sabiá, Mororó, Quebra Faca, Carqueja, Cunhã e Erva de Ovelha.
Esse cenário tem resultado em um considerável aumento da produtividade
pastoril e capacidade de suporte.

Sobrepastejo ou excesso de pastoreio em solo da caatinga


Fonte: De Araújo Filho (2014)21

Enriquecimento com Mandacaru. Sumé -PB Enriquecimento com Palma Forrageira.


Sumé -PB
Fonte: Acervo do autor

57
Carqueja Cunhã
Fonte: Fatos e Fotos da Caatinga (2011)22 Fonte: Alves et al (2011)23

Erva de Ovelha
Fonte: Brandão (2020)24

– Esta é muito boa também!!! – Disse Terro. Principalmente para


áreas degradadas, não é, Professora?
– Sim, Terro! Deveria ser outra Política Pública: Recuperação de Áreas
pelos SAFs Enriquecidos. Os resultados são muito bons!!! Principalmente
quando se adiciona os Bancos de Proteína.
6 - Caatinga Desmatada ou Desflorestamento. É a remoção completa
dos estratos arbóreo e arbustivo da caatinga feita, muitas vezes, com
implementos pesados e danosos ao solo. É muito prejudicial e sem
resultados expressivos, já que as retiradas de mais de 70% da vegetação
não trazem aumentos expressivos de produção de forragem. Ocorre
grande perda da diversidade, desequilíbrios e vantagens econômicas
questionáveis.

58
Caatinga desflorestada para agriculturização e
pecuarização. Camalaú-PB
Fonte: Acervo do autor

1992

– Continuando a nossa Linha do Tempo, ainda em 1992 vamos


encontrar uma das primeiras publicações fora da esfera de instituições
como a Embrapa e as Universidades. Foi a publicação intitulada A
Agricultura Tropical e a Produção de Alimentos no Brasil de Reis (1992) 25.
Por aquela época, o autor observava que, para a Agricultura Tropical,
os agrossistemas tropicais (áreas de cultivo) deviam obedecer a algumas
condições que podiam ser essencialmente agrícolas ou agroflorestais.
Neste caso, deveriam se reunir às culturas agrícolas algumas espécies
florestais constituindo o estrato mais alto dos sistemas.
Dependendo das espécies escolhidas, os sistemas poderiam ser
orientados para uma economia de mercado, para a transformação na
própria fazenda ou, ainda, para autoalimentação dos agricultores. Para
o Trópico Semiárido, algumas espécies poderiam ser utilizadas, como o
umbu Spondias tuberosa; a faveleira Cnidoscolus phyllacanthus, o ouricuri
ou lucuri Syagrus coronata; a maniçoba Manihot cerulescens, e tantas
outras plantas forrageiras, madeireiras, essenciais, frutíferas, fibrosas,
oleaginosas etc.

59
Faveleira Umbuzeiro
Fonte: Moreira e Drumond (s.d.)26 Fonte: CNIP (s.d.)27

Licuri
Fonte:Drumond (2007)28

Reis (1992) ressaltou que esses agrossistemas podiam, e deviam,


ser bastante diversificados, que a pesquisa poderia aperfeiçoá-los e
compreendê-los melhor, e que muito pouco se sabia (quase nada mesmo)
a respeito das inter-relações e interações entre espécies, ou entre
grupos de espécies componentes de sistemas (naturais ou artificialmente
implantados).
– Ou seja, da Ecologia das Espécies e da Ecologia entre as Espécies!!!
No caso de se implantar um Agrossistema Tropical em área já
degradada, é necessário cuidar da recuperação do solo deteriorado,

60
sendo de maior valia a contribuição das leguminosas tropicais arbóreas
de grande potencial de fixação biológica de nitrogênio, a fim de que
se criem condições de vida no solo quase morto, destacando espécies
exóticas e nativas como a sabiá Mimosa caesalpiniaefolia e a eritrina
Erythrina poepigiana.

“Mulungu” Erythrina poepigiana


Fonte: Reflora (2015)29
E finalizou listando mais algumas espécies nativas que poderiam ser
utilizadas, como o Cedro Cedrela odorata; o Freijó Cordia alliodora; a
Cajazeira Spondias mombim, o Mulungu Erythrina sp, o Buriti Mauritia sp
e o Jenipapo Genipa americana.

Cedro Freijó
Fonte: CNIP (s.d)30 Fonte: Carvalho (2007)31

61
Buriti Jenipapo
Fonte: Ferreira et al (s.d.)32 Fonte: Ruzza et al (2020)33

– Professora, algumas destas espécies não existem aqui, não é? –


Perguntou Flora.
- Sim, Flora!!! Assim como existem “vários” Semiáridos, existem
“várias” caatingas. E algumas espécies são muito específicas somente
de alguns locais. É o caso do Buriti e do Licuri, por exemplo.

2002

Ainda na nossa Linha do Tempo, já em 2002, Albuquerque e Andrade,


embora tenham realizado uma pesquisa, intitulada Conhecimento
Botânico Tradicional e Conservação em uma Área de Caatinga no
estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil34, no município de Alagoinha,
PE, pesquisaram comunidades e propriedades rurais realizando
levantamentos florísticos em sistemas agroflorestais (Quintais Produtivos)
e em vegetação natural.
Identificaram 108 espécies de plantas distribuídas em 10 categorias:
comida, medicinal, madeira (para combustível, construção etc.),
uso doméstico (tecnologia), forragem, veneno, repelente de inseto,
ornamentação, sombra e místico. As plantas, exóticas e nativas estavam
ainda distribuídas em 41 famílias botânicas e 87 gêneros.
As espécies nativas da Caatinga foram identificadas como: Caju
Anacardium occidentale; Aroeira Myracrodruon urundeuva; Braúna

62
Schinopsis brasiliensis; Umbu Spondias tuberosa; Pereiro Aspidosperma
pyrifolium; Pau D’Arco Tabebuia sp; Barriguda Chorisia glaziovii; Mororó
Bauhinia cheilantha; Jucá Caesalpinia ferrea; Canafístula Senna martiana;
Canafístula Senna spectabilis; Feijão-de-Boi/ Feijão-Bravo Capparis
flexuosa; Trapiá Crataeva tapia; Bom-Nome Maytenus rigida; Maniçoba
Manihot glaziovii; Burra-Leiteira Sapium sp; Imburana-de-Cheiro
Amburana cearensis; Mulungu Erythrina velutina; Angico-de-Caroço
Anadenanthera colubrina; Jurema-Preta Mimosa tenuiflora; Carcará,
Rasga-Beiço Piptadenia stipulacea; Ubaia Eugenia sp; Pitanga Eugenia
uniflora; Jabuticaba Myrciaria caulifora; Caixão Ruprechtia laxiflora;
Juá Ziziphus joazeiro; Sabonete Sapindus saponaria e Pitomba Talisia
esculenta.
Já outras nativas, como Pupunha Bactris sp; Coqueiro Cocos nucifera;
Pau-Brasil Caesalpinia echinata; Pirim Eugenia sp e Goiaba Psidium
guajava, pertenciam a outros Biomas.
– Puxa, que riqueza de diversidade, Professora! E muito dela nos
quintais e ao redor das casas. – Disse Hidra.
– Pois é, Hidra! Veja como estes Quintais Produtivos participam todos
os dias na manutenção das casas e propriedades. E são modalidades
de SAFs, sim!!! Modalidades criadas, inclusive, pelas pessoas que moram
nestes locais, sem obedecer a nenhuma regra, fórmula ou orientação. É o
conhecimento popular e ancestral aflorando!!!

Baraúna/Braúna Pereiro
Fonte: CNIP (s.d.)35 Fonte: CNIP (s.d.)36

63
Pau D’Arco Roxo Barriguda
Fonte: CNIP (s.d.)37 Fonte: CNIP (s.d.)38

Canafístula Jucá
Fonte: CNIP (s.d.)39 Fonte: CNIP (s.d.)40

Feijão Bravo Trapiá


Fonte: CNIP (s.d.)41 Fonte: CNIP (s.d.)42

64
Burra Leiteira Bom Nome
Fonte: CNIP (s.d.)43 Fonte: CNIP (s.d.)44

Angico de Caroço Imburana de Cheiro


Fonte: CNIP (s.d.)45 Fonte: CNIP (s.d.)46

Carcará/Arapiraca Ubaia
Fonte: CNIP (s.d.)47 Fonte: CNIP (s.d.)48

65
Pitanga Jabuticaba
Fonte: Bezerra et al (s.d.)49 Fonte: Furukawa (2013)50

Caixão Juazeiro
Fonte: Carvalho (2003)51 Fonte:CNIP (s.d.)52

66
Saboneteira Pitomba
Fonte: SIBBR (s.d.) 53
Fonte: SIBBR (s.d.)54

2004

Voltando agora para os estudos das Instituições de Pesquisa, em


2004, Drumond e colaboradores publicaram um trabalho denominado
Contribuição da Embrapa Semi-Árido para o Desenvolvimento dos
Sistemas Agroflorestais no Semi-Árido brasileiro55.

Além de descreverem SAFs com espécies exóticas, citaram consórcios


entre o umbuzeiro e a palma forrageira e estudos silviculturais com 19
espécies nativas promissoras, como: Angico Anadenanthera macrocarpa;
Angico-de-Bezerro Piptadenia obliqua; Arapiraca Chloroleucon foliolosum;
Aroeira Myracrodruon urundeuva; Baraúna Schinopsis brasiliensis;
Canafistula Cassia excelsa; Catingueira Caesalpinia pyramidalis;
Faveira Parkia platycephala; Imbiruçu Pseudobombax sintplicifoliuni;
Umburana-de-Cheiro Amburana cearensis; Jatobá Hymenaea sp; Juazeiro
Zizyphus joazeiro; Jurema-Preta Mimosa tenuiflora; Maniçoba Manihot
pseudoglaziovii; Pau D'Arco Tabebuia impetiginosa; Pau Ferro Caesalpinia
ferrea; Pereiro Aspidosperma pyrifolium; Sabiá Mimosa caesalpiniifolia e
Umbu Spondias tuberosa Ar. Dentre estes, destacam-se umbuzeiro, sabiá,
maniçoba e faveleira.

67
Angico de Bezerro Catingueira
Fonte:CNIP (s.d.)56 Fonte:CNIP (s.d.)57

Faveira
Fonte: Carvalho (2014)58

Imbiruçu Jatobá
Fonte: Carvalho (2008)59 Fonte: Embrapa (s.d.)60

68
2013

Em 2013, novamente João Ambrósio, no livro Manejo Pastoril


Sustentável da Caatinga61, indicava como espécies de interesse pastoril
Aroeira Myracrodruon urundeuva; Catingueira Poinciana pyramidalis;
Cumaru Amburana cearensis; Juazeiro Zizyphus joazeiro; Jucá Libidibia
ferrea; Jurema-Preta Mimosa tenuiflora; Mororó Bauhinia cheilantha;
Pau-Branco Auxemma oncocalyx e Sabiá Mimosa caesalpiniaefolia.

Aroeira Catingueira
Fonte: Araújo Filho (2013)62 Fonte: Araújo Filho (2013)63

Cumaru Jucá
Fonte: Araújo Filho (2013)64 Fonte: Araújo Filho (2013)65

69
Mororó Pau Branco
Fonte: Araújo Filho (2013)66 Fonte: Araújo Filho (2013)67

Além disso, João Ambrósio (2013) 68 observava que, para o Semiárido


Brasileiro, eram mais adequados sistemas de produção utilizando como
modelos o Silvipastoril e o Agrossilvipastoril, tendo por objetivos a
fixação da agricultura, adequação do manejo pastoril, racionalização da
extração madeireira e forte integração dessas três atividades.
Reforçou as modalidades de Manipulação de Rebaixamento com
Manejo das Rebrotas, Raleamento e Enriquecimento.
O autor acima mencionado fez questão de lembrar que a manutenção
de uma cobertura arbórea em áreas de caatinga manipulada serve a
cinco propósitos:
1 - Preservação da biodiversidade da vegetação nativa;
2 - Interceptação de porção significativa da precipitação pluvial,
contribuindo para o controle da erosão do solo e das enxurradas;
3 - Aporte de matéria orgânica para a manutenção de fertilidade do
solo;
4 - Produção de forragem;
5 - Conforto térmico.
Alertou sobre o não rebaixamento das seguintes variedades:
angico, cumaru, baraúna Schinopsis brasiliensis, imburana, imbu
Spondias tuberosa, pereiro Aspidosperma pyrifolium, jucá e embiratanha
Pseudobombax marginatum.
E, como espécies a serem rebaixadas, o sabiá, o mororó, a jurema-
preta, a jurema- branca Piptadenia stipulacea, o quebra-faca Croton
conduplicatus, o pau-branco, o feijão-bravo Capparis cynophallophora,
o carquejo Calliandra depauperata e a camaratuba Cratylia mollis.

70
Camaratuba
Fonte: Torres(2013)69

João Ambrósio (2013) trouxe como inovação o Roçado Ecológico,


que é representado por uma área com raleamento da vegetação
arbórea, devendo ser preservadas cerca de 200 árvores por hectare,
correspondendo a uma cobertura de, aproximadamente, 20%, o que
garantiria um aporte anual de matéria orgânica em torno de 1.500 kg/
ha, por ocasião da queda das folhas no início da estação seca.

Roçado Ecológico
Fonte: Araújo Filho (2013)70

Além disso, como Modelos Silvipastoris, João Ambrósio (2013) citava:

1- Banco de Proteína ou Bancos Forrageiros, que consistiam em


áreas com forrageiras de alto valor nutritivo e produtividade destinadas
a fornecer suplementação alimentar, principalmente nas épocas críticas
e com espécies botânicas predominantemente leguminosas, como as
nativas jurema-preta, o sabiá e a camaratuba.

71
Bancos de Proteína de Leucena e de Gliricídia
Fonte: Embrapa (2008)71

– Puxa, Professora, lá em casa tem um destes com Gliricídia. Mas eu


não sabia que se chamava Banco de Proteína!!! – Disse Terro.
– Está vendo, Terro, como muitas destas ações estão bem perto da
gente. Por vezes, até no vizinho e nós não nos importamos de conhecê-
las? De fazer intercâmbios? De replicar nas nossas propriedades?
E a Professora Fida completou: – Os Bancos de Proteína hoje estão
consagrados no Semiárido. Quer sejam isolados, quer dentro das caatingas
raleadas ou enriquecidas. Deveriam ser outra Política Pública!!!
2- Caatinga Manipulada. Manipulação da vegetação da caatinga,
por meio do Rebaixamento, Raleamento, Enriquecimento ou a combinação
dessas práticas como excelente opção para incrementar a produção de
forragem e adequar a caatinga para a espécie animal a ser explorada,
assim otimizando o uso dos recursos forrageiros nativos.
3- Lote Florestal. Transformação de áreas de exploração florestal em
sistemas de produção silvipastoris, com a inclusão do pastoreio. Pode ser
ex situ e in situ. In situ (no local) quando utiliza áreas de caatinga arbórea
com adequado potencial madeireiro. O manejo consistirá em cortes rasos
de faixas da mata feitos anualmente, interessando 1/10 da parcela, pois
será de aproximadamente 10 anos o tempo de pousio necessário para o
restabelecimento da mata.
– Crianças, vejam na imagem abaixo! À medida que vai se chegando
ao último lote (10 anos), na cor marrom mais escura, os outros lotes mais
antigos vão mudando gradativamente para o verde mais escuro, que
significa o retorno da vegetação.
– Mas prestem bastante atenção!!! Em muitos lugares, este retorno
só acontece com 20 anos. Ou seja, tem que dividir em 1/20, e a quantidade
de animais por área a cada ano tem que ser muito bem controlada. Senão,

72
eles podem comer as rebrotas em excesso, esgotando as plantas, e aí não
se terá varas, estacas, mourões, etc. no futuro para se cortar novamente
e iniciar um novo ciclo.

Manejo de Lote Florestal com Retirada Inicial de Lenha,


Estacas, Mourões etc.
Fonte: SFB (2021)72

– Professora, um vizinho nosso faz Manejo Florestal. Ele tem o maior


cuidado em cercar, em controlar a quantidade de animais, em cortar na
época certa. Uma vez, eu o ouvi explicando isto lá em casa, e tentando
convencer os meus pais a fazerem o mesmo. – Disse Flora.
– Para quem ainda tem muita caatinga, pode ser uma boa opção,
Flora!!! Mesmo em áreas consideradas pequenas, isto pode ser feito. Mas
como você reforçou, com o maior cuidado possível!!!
Segundo João Ambrósio (2013), as espécies da caatinga mais
adequadas à formação de Lotes Florestais seriam o sabiá (estacas, lenha
e forragem), a jurema-preta (lenha e forragem), o pau-branco (madeira
e forragem), o mororó (estaca e forragem), a aroeira (madeira, estacas,
lenha e forragem) e a catingueira (lenha e forragem).
4- Sistema SAF-Sobral. Modelo que integra um SAF Agrossilvicultural
e dois SAFs Silvipastoris, em que o animal (bovino, caprino e/ou ovino)
integra os três sistemas, via pastejo e redistribuição de nutrientes pela
produção de urina e esterco.

73
Ocorre a divisão da área em três parcelas de dimensões variáveis.
A primeira, com 20% da área, será o Sistema Agrossilvicultural ou Área
Agrícola; a segunda, com 60% da área, será um Sistema Silvipastoril ou
Área Pastoril; e a terceira, com 20% da área, será outro Sistema Silvipastoril
ou Reserva Legal. Uma área de oito a nove hectares permitiria a obtenção
de até dois salários-mínimos mensais como renda bruta.
Utilizando como exemplo uma área de 8,0 hectares, podiam ser
criadas 20 matrizes ovinas ou caprinas, se a área pastoril for uma caatinga
raleada, e 50 animais se for uma caatinga enriquecida.

Manejo do Rebanho Restante da Época Úmida


Início Época Úmida
Fonte: Araújo Filho (2013)73

Manejo do Rebanho Área Agrícola. Banco de Proteína. Área


Início Época Seca Pastoril
Fonte: Araújo Filho (2013)74

74
– Professora, não é muito animal para pouca área, não? –Perguntou
Fauno.
– Se executarem direitinho, não, Fauno! Mas como algumas coisas
tendem a relaxar... É preciso muita prudência e responsabilidade.

2014

Dando continuidade à nossa Linha do Tempo, em 2014 vamos encontrar


João Ambrósio novamente com outro trabalho denominado Proposta para
a Implementação do Manejo Pastoril Sustentável da Caatinga74.
Neste estudo, além de observar que, em termos médios, cerca de 70%
das espécies arbóreas e arbustivas da caatinga são forrageiras, faz três
recomendações a serem seguidas corretamente para a sustentabilidade
da manipulação da caatinga:
1 - Preservação de até 400 árvores por hectare, ou o equivalente a
40% de cobertura arbórea;
2 - Utilização máxima de 60% da forragem disponível;
3 - Preservação da mata ciliar em toda a malha de drenagem da
pastagem.
Além dos tipos de manipulação já conhecidos, três novidades
são registradas neste trabalho: o Sistema CBL, o Sistema SIPRO e o
Recaatingamento.
A- Sistema CBL – Caatinga, Buffel, Leucena. É um SAF Agrossilvipastoril
da EMBRAPA Semiárido, Petrolina, Pernambuco. A essência consiste no
uso estratégico da caatinga associada com Pastagem de capim Buffel
e um Banco de proteína de Leucena ou de outra leguminosa forrageira
para produção de feno ou silagem na estação úmida e ramoneio.

Capim Buffel Banco de Proteína de Leucena


Fonte: Embrapa (2013)76 Fonte: Rocha (2019)77

75
A caatinga arbórea varia de 1/3 a 2/3 do total e deve ser utilizada
nos meses da estação das chuvas, por dois a quatro meses. A partir de
então, os animais passam a pastejar a área de capim Buffel e a usar a
área de Leucena como banco de proteína nos primeiros meses do período
seco. Pelo resto da estação, a suplementação será com base no feno
produzido durante o período das chuvas. A lógica do sistema é a divisão
da propriedade em três parcelas: a primeira, correspondendo a 33,3%
de caatinga nativa; a segunda, de 60,0% semeada com capim Buffel; e a
terceira, de 6,7% cultivada com Leucena.

Sistema CBL
Fonte: Elaborado pelo autor

O sistema CBL pode ser usado em áreas a partir de 20,0 ha, mas é
recomendado para áreas superiores a 100,0 ha. Em termos de suporte
forrageiro, a caatinga contribui com apenas 6,4%, suficientes somente
para manter 3,3 UA anuais das 51,8 UA mantidas em todo o sistema de
produção. Em termos gerais, a caatinga é utilizada por cerca de dois
meses no período úmido, por animais em crescimento ou por vacas secas.

Sistema CBL em Petrolina. Pernambuco


Fonte: De Araujo Filho (2014)78

76
O Sistema CBL apresenta cinco características fundamentais:
a) utiliza a caatinga como um de seus componentes, por dois a
quatro meses do ano;
b) utiliza pastos tolerantes à seca, em sistema rotacional para
complementar a alimentação volumosa do rebanho no restante do ano;
c) utiliza feno e silagem produzidos a partir de bancos de proteína/
energia para suplementar a alimentação dos animais nos períodos mais
críticos;
d) mantém uma reserva estratégica de espécies forrageiras de
alta tolerância à seca severa para assegurar, neste período, um nível
satisfatório de produtividade do rebanho; e
e) funciona como um subsistema capaz de se adequar e interagir
com os demais componentes (DRUMOND et al, 2004)79.
Apresenta resultados economicamente compensadores, mas não
pode ser considerado um método de manejo da vegetação da caatinga
para fins pastoris, pois as culturas (capim Buffel e Leucena) são
introduzidas por métodos de alto impacto, ou seja, são implantadas como
monocultura em substituição à vegetação nativa.
A diferença da prática de semeadura do Buffel no CBL para o
plantio do Buffel nos sistemas de caatinga enriquecida está no fato de
que no último sistema são preservadas, além da mata ciliar, cerca de
200 árvores por hectare, sem prejuízo para a produção de forragem pela
gramínea e com a contribuição do estrato arbóreo remanescente para a
sustentabilidade da produção.
– Então, Professora, não é uma boa opção para o Semiárido, não é?
– Perguntou Flora.
– Depende, Flora! Se na propriedade já há áreas utilizadas pela
agricultura e que estão mais “cansadas”, seria natural substituí-las pelo
capim Buffel e pela Leucena. Assim, a caatinga seria mais arbórea. Ou
seja, ter mais árvores que arbustos. Mas, nunca derrubar a caatinga
arbórea para plantar o Buffel ou a Leucena em monocultura. Neste caso,
é melhor plantar o Buffel dentro da caatinga raleada e a Leucena em
faixas dentro da caatinga.
B- Sistema Sipro/Sispro. Também desenvolvido pela EMBRAPA
Semiárido, objetiva o uso racional da caatinga arbórea em suas condições
naturais, como fonte de forragem para caprinos de corte, e buscando sua
viabilização da exploração no período das chuvas, com suplementação
do rebanho na época seca, à base de palhada de sorgo ou milho.

77
O manejo inclui, também, uma área de capim Buffel para
suplementação das matrizes na época da parição, prolongando-se pelo
primeiro mês da lactação. Quando a parição ocorrer na estação seca, as
matrizes receberão, ainda, uma suplementação de grãos de sorgo.

Matrizes caprinas em experimento no CPATSA.


Atual Embrapa Semiárido
Fonte: De Araujo Filho (2014)80

A área é dividida em três parcelas: a primeira, correspondendo


a 80,0% da área total, com caatinga nativa, constitui manutenção do
rebanho; a segunda, equivalente a 9,0% da área total do sistema, plantada
com capim Buffel, serve como uma reserva alimentar estratégica para
época seca; e a terceira, compondo 11,0% do total, é utilizada para a
produção de grãos e palhada para a suplementação alimentar do
rebanho na época seca e outras necessidades.

Sistema Sipro/Sispro
Fonte: Elaborado pelo autor.

78
Um modelo experimental foi implantado em uma propriedade de
133,6 ha, dos quais foram utilizados 96,4 ha de caatinga arbórea nativa,
10,7 ha plantados com capim Buffel e 11, 7 ha de agricultura para
produção de Sorgo. Foi utilizado um rebanho de 35 matrizes caprinas
SRD (sem raça definida) e dois reprodutores anglo-nubianos. Assim, a
carga animal, considerando a área de caatinga ocupada pelo rebanho,
era de 2,6 ha/matriz/ano.
– Como se vê, crianças, a exemplo do Sistema CBL, o Sistema Sipro/
Sispro pode ser uma modalidade de alto impacto. Pois, parte da a caatinga
pode ser derrubada para o plantio de Sorgo e de Buffel – a não ser que
estes plantios sejam realizados em áreas de agricultura ou pastagem
abandonados ou “cansados”.
C- Recaatingamento. Promovido pelo Instituto Regional da Pequena
Agropecuária Apropriada, IRPAA. Atua em comunidades de pequenos
produtores do Fundo de Pastos na Bahia, envolvendo-as diretamente em
atividades de preservação do meio ambiente.
O Projeto atua com cinco linhas de ação:
1- Conservação da Caatinga;
2- Recomposição da Caatinga;
3- Educação Ambiental Contextualizada;
4- Melhorias da Renda; e
5- Políticas Públicas.
A geração de renda é obtida através
da agregação de valor aos produtos
provenientes do agroextrativismo
sustentável, com destaque para o
beneficiamento de frutas silvestres,
notadamente umbu e maracujá do
mato, além da formação e transplantio
de espécies nativas da Caatinga para
recomposição de sua vegetação.
Além disto, procura desenvolver
atividades pastoris sustentáveis na
Caatinga, utilizando-a em suas condições
naturais, através do ajuste da carga
animal em valores condizentes com
a anulação do impacto negativo do
sobrepastejo.
Fonte: Santos e Santos (2019)81

79
Fonte: Santos e Santos (2019)82

2016

Em outra grande pesquisa feita no Semiárido e com agricultores


familiares, Gonçalves (2016), na publicação intitulada Sistemas
Agroflorestais do Semiárido83, e estudando parcelas com até 308 plantas
e outras com até 28 espécies, identificou 45 Famílias Botânicas e 158
espécies diferentes.
Algumas nativas da caatinga, como cajueiro Anacardium occidentale;
sabiá Mimosa caesalpiniaefolia Benth; cambuí Myrciaria spp; imburana
de cheiro Amburana cearensis; umbuzeiro Spondias tuberosa; mulungu
Erythrina velutina; pitombeira Talisia esculenta; catingueira Poincianella
pyramidalis; cajá Spondias mombin e canafístula Senna spectabilis.
O referido autor citou mais algumas nativas como referencial, como
licuri Syagrus coronata; ingá Inga sp; jabuticaba Myrciaria cauliflora;
araçá Psidium sp, macaúba/macaíba Acrocomia sp, jatobá Hymenaea
courbaril, araticum Annona spp e murta Myrcia spp. E algumas de outros
Biomas, como a goiabeira Psidium guajava L e o coqueiro Cocos nucifera L.
E todas estas plantas associadas a culturas como as de fava, milho,
feijão, abóbora/jerimum, macaxeira, guandu, alface, quiabo, maxixe,
cenoura, capuchinha, rúcula, espinafre, coentro, cebolinha, rabanete,
salsa, couve, vagem, quiabo, quiabo de metro, tomate, abobrinha, hortelã,
chuchu, mamão, maracujá, bergamota, pêssego, banana, lima, amora,
amendoim, atemoia e limão.

80
Cajueiro Cambuí
Fonte: Melo et al (2016)84 Fonte: Lemos et al (s.d.)85

Cajá Ingá
Fonte: Serejo et al (2009)86 Fonte: Carvalho (2014)87

Macaíba Araticum
Fonte: Chies (2017)88 Fonte: Cohen et al (2010)89

81
Murta Araçá
Fonte: Larocca (2015)90 Fonte: Franzon et al (2009)91

2016

Outro excelente trabalho foi publicado em 2016 por Miccolis e


colaboradores, intitulado como Guia Técnico. Restauração Ecológica
com Sistemas Agroflorestais como conciliar conservação com produção
Opções para Cerrado e Caatinga92.
Nele, são indicadas para Áreas de Declive ou de Reserva Legal na
Caatinga Espécies-chave de Árvores como Umbu, Cajá, Caju, Juazeiro,
Favela e Mulungu.
Para um modelo de SAF Forrageiro para a Caatinga, foram indicadas
Espécies-chave de Árvores e Outras como Umbu, Cajá, Caju, Emburana,
Jucá, Juazeiro, Catingueira, Sabiá (Sansão do Campo) e Mandacaru.
Para um Sistema Silvipastoril
para criação de Cabras e Ovelhas,
foi citado o rebaixamento na
Catingueira, no Mororó Bauhinia
cheilantha e na Catanduva
Ptyricarpa moniliformis.
Para outro Sistema
Silvipastoril com caprinos e caju,
os autores relataram o Mororó, a
Sabiá rebaixada, a Jurema Branca,
a Jurema Preta e a Catingueira Jurema Branca
(Feno). Fonte: RCPOL (2016)93

82
Agrofloresta estabelecida consorciada com alta densidade de espécies forrageiras,
culturas agrícolas e árvores nativas. Umburanas.Bahia
Fonte: Miccolis et al (2016)94

Para Áreas Degradadas, foram indicadas as Espécies-chave


de Árvores e Outras: Umbu, Cajá, Caju, Emburana, Jucá, Juazeiro,
Catingueira, Sabiá (Sansão Do Campo), Maniçoba, Baraúna, Licuri e
Aroeira; Mulungu e Mamuí ou Mamãozinho de Veado.
Miccolis e colaboradores (2016)
finalizaram com uma Lista Geral de
Espécies Indicadas para Restauração,
como o Abacaxi Ananas spp; Angico
Anadenanthera colubrina; Angico de Bezerro
Piptadenia obliqua; Aroeira Myracrodruon
urundeuva; Braúna Schinopsis brasiliensis;
Buriti Mauritia flexuosa; Caju Anacardium
occidentale; Canafístula Senna spectabilis,
Carnaúba Copernicia prunifera; Catingueira
Caesalpinia pyramidalis; Cedro Cedrela
fissilis; Copaíba Copaifera langsdorfii;
Embiruçu Pseudobombax tomentosum;
Emburana de Cheiro Amburana cearensis;
Espinheiro Acacia glomerosa; Faveleira
Mamuí Cnidoscolus phyllacanthus; Faveira Parkia
Fonte: Cavalcanti (2004)95
platycephala; Feijão Bravo Canavalia

83
brasiliensis; Ingá Mirim Inga nobilis; Ipê Roxo Handroanthus impetiginosus;
Jatobá Hymenaea courbaril; Jenipapo Genipa americana; Juazeiro Zizyphus
joazeiro; Jucá Caesalpinia ferrea; Jurema Branca Piptadenia stipulacea;
Jurema Preta Mimosa tenuiflora; Jacaratiá Jaracatia corumbensis; Licuri
Syagrus coronata; Macaúba Acrocomia aculeata; Mandacaru Cereus
jamacaru; Mangaba Hancornia speciosa; Maniçoba Manihot glaziovii;
Marmeleiro Croton sonderianus; Mulungu Erythrina velutina; Oiticica
Licania rigida; Pajeú Triplaris gardneriana; Sansão do Campo Mimosa
caesalpiniaefolia; Umbu Spondias tuberosa e Xique-Xique Pilosocereus
gounellei.

2018

Em 2018, Farias e colaboradores, em um trabalho denominado


Sistemas Agroflorestais como Inovação Social na Sustentabilidade de
Agroecossistemas de Base Familiar no Semiárido Cearense96, descreveram
as seguintes espécies nativas da Caatinga e encontradas em alguns SAFs
familiares:
Ameixa Ximenia americana L; Angico Anadenanthera macrocarpa
(Benth.) Brenan; Aroeira Myracrodruon urundeuva M. Allemão; Cajá
Spondias mombin L; Cajueiro Anacardium occidentale L; Camaratuba
Cratylia argentea (Desv.) Kuntze; Caraibeira Tabebuia aurea (Silva
Manso) Benth. & Hook.f. ex S. Moore; Catingueira Cenostigma pyramidalis
(Tul.) Gagnon & G.P.Lewis; Feijão Bravo Capparis flexuosa (L.) L.; Imburana
Amburana cearensis (Allemão) A.C. Smith; Ingazeira Inga vera Willd; Jatobá
Hymenaea courbaril L; Juazeiro Zizyphus joazeiro Mart.; Jurema Preta
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir; Jucá Caesalpinia ferrea var. leiostachya
Benth; Mandacaru Cereus jamacaru DC.; Marmeleiro Croton sonderianus
Müll.Arg; Mofumbo Combretum leprosum Mart; Mororó Bauhinia forficata
Link; Oiticica Licania rigida Benth; Pau Branco Auxemma oncocalyx
(Allemão) Taub.; Pau Mocó Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke;
Pereiro Aspidosperma pyrifolium; Sabiá Mimosa caesalpiniaefolia Benth;
Sabonete Sapindus saponaria L; Umbu Spondias tuberosa Arruda e Xique-
xique Pilosocereus gounellei F.A.C.Weber.
Outras nativas do Brasil foram também descritas como o Abacaxi
Ananas comosus (L.) Merril; o Coco Cocos nucifera L.; a Goiabeira Psidium
guajava L e a Mandioca Manihot esculenta Crantz.

84
2018

Moreira (2018), em uma pesquisa denominada Avaliação de um


Sistema Agroflorestal na Região de Itaparica, Semiárido Pernambucano 97,
fez observações com as espécies nativas Angico Anadenanthera colubrina
e Aroeira Myracrodruon urundeuva e duas essências florestais exóticas
consorciadas com Feijão Caupi Vigna unguiculata. Verificou que os
consórcios entre as espécies nativas apresentaram os melhores resultados
em relação à produtividade do Feijão-Caupi, inclusive com um maior
crescimento do Angico. Porém, o Feijão-Caupi em monocultivo obteve
maiores produtividades quando comparado aos Sistemas Agroflorestais.
– Isto quer dizer que as espécies nativas “casam” melhor com o
Feijão-Caupi quando em SAFs.

2021

E para finalizar a nossa Linha do Tempo parcial, em um trabalho


recente de Hamelak (2021), intitulado Agroecologia no Semiárido:
experiências e proposta de sistema agroflorestal agroecológico para
regiões de caatinga no Ceará98, a autora descreveu vários sistemas
agroflorestais existentes na área pesquisada.
Ela sugeriu algumas espécies nativas da Caatinga para compor
outros sistemas como: Angico Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.)
Altschul; Aroeira Astronium urundeuva (M.Allemão) Engl; Canafístula
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.; Catingueira Cenostigma pyramidale
(Tul.) Gagnon & G.P.Lewis; Mandacaru sem Espinho Cereus jamacaru DC.;
Pau D’Arco Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos; Maniçoba
Manihot caerulescens Pohl; Algodão Mocó Gossypium hirsutum L. e
Mandacaru Cereus jamacaru DC.

85
Mata nativa nas partes das “baixas”da propriedade de Zé Artur no
Sítio Tabuleiro. Nova Olinda. Ceará.
Fonte: Hamelak (2021)99

Sistema Agroflorestal de Mata Secundária I na parte superior da


propriedade, ao lado da Casa de Zé Artur. Sítio Tabuleiro. Nova
Olinda. Ceará.
Fonte: Hamelak (2021)100

86
Sistema Agroflorestal na parte superior Sistema Agroflorestal de Mata
da propriedade. Sítio Tabuleiro. Nova Secundária II na parte das “baixas” da
Olinda. Ceará. propriedade de Zé Artur. Sítio Tabuleiro.
Nova Olinda. Ceará.

Caprinos pastando na área de


sistema agroflorestal parte superior
da propriedade de Zé Artur. Sítio
Tabuleiro. Nova Olinda. Ceará.
Fonte: Hamelak (2021)101

87
A seguir, há uma proposta de croqui/desenho.

Fonte: Hamelak (2021)102

Para Cercas Vivas, Hamelak (2021) indicou as nativas Sabiá Mimosa


caesalpiniaefolia Benth e Caju Anacardium occidentale L.
– E não podemos esquecer que existe a proposta de ILPF – Integração
Lavoura Pecuária e Floresta para o Semiárido. Mas isto é assunto para
outras aulas! Até a próxima!!!

88
Referências
1
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, J. A. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins pastoris.
Embrapa Caprinos e Ovinos-Circular Técnica (INFOTECA-E),1992.https://www.embrapa.br/busca-de-
publicacoes/-/publicacao/514296/manipulacao-da-vegetacao-lenhosa-da-caatinga-para-fins-
pastoris;
2
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
3
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf;
4
Conferir: Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo
pastoril sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/
content/19225/manejo_sustentavel_caatinga.pdf;
5
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf;
6
Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Quebra Faca. http://www.cnip.org.br/
banco_img/Quebra%20Faca/index.html;
7
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
8
Conferir:CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Jurema Preta. http://www.cnip.org.br/
bdpn/fotosdb/259399859.JPG;
9
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
10
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf;
11
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
12
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
13
Conferir: SANTOS NETO, Clemente Fernandes dos. Produção de forrageiras cultivadas e
conforto térmico em sistemas silvipastoris na caatinga. 2021.https://repositorio.ufc.br/bitstream/
riufc/58908/3/2021_tese_cfsneto.pdf;
14
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf;

89
15
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf;
16
Impedida de corte em áreas de floresta primária pela Portaria Normativa IBAMA n.º 83, de 26 de
setembro de 1991, e integrante das espécies em extinção pela Instrução Normativa MMA n° 6, de 23 de
setembro de 2008.v;
17
Conferir: MACEDO, Giulianna Echeverria. Investigação da toxicidade e do potencial bioinseticida do
extrato hidroalcoólico de folhas de croton campestris a. St.-Hill em modelo de drosophila melanogaster.
2014.https://dspace.unipampa.edu.br/handle/riu/4363;
18
Conferir: Embrapa (s.d). Flora Apícola. https://www.embrapa.br/en/meio-norte/flora-apicola;
19
Conferir: Rede de catálogos polínicos online. Malvaceae . Sida cordifolia. http://chaves.rcpol.org.br/
profile/species/eco/eco:pt-BR:Sida%20cordifolia;
20
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
21
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf;
22
Conferir:Fatos e Fotos da Caatinga (2011). A intensa brotação da carqueja na caatinga. https://
fatosefotosdacaatinga.blogspot.com/2011/11/intensa-brotacao-da-carqueja-na.html;
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Conferir: ALVES, A. A.; REIS, E. M.; DA SILVA NETO, M. F. Forrageiras indicadas para alimentação animal
no Semiárido brasileiro. Embrapa Semiárido-Fôlder/Folheto/Cartilha (INFOTECA-E), 2015.https://ainfo.
cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/141004/1/Cartilha-Andrea.pdf;

Conferir:Brandão (2020). Embrapa. News. Erva-de-ovelha é boa opção para alimentação animal no
24

Semiárido https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/51526348/erva-de-ovelha-e-boa-
opcao-para-alimentacao-animal-no-semiarido;
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Conferir: DE SOUZA REIS, Antônio Carlos. A agricultura tropical e a produção de alimentos no Brasil.
Ciência & Trópico, v. 20, 1992.https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/495/359;
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Conferir:Moreira, J.N; Drumond, M.A. (s.d.). Embrapa. Ageitec. Faveleira. https://www.agencia.cnptia.
embrapa.br/gestor/bioma_caatinga/arvore/CONT000g79856tg02wx5ok0wtedt3qc4zwp8.html;

Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Umbuzeiro. http://www.cnip.org.br/


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Conferir:DRUMOND, Marcos Antônio. Licuri Syagrus coronata (Mart.) Becc. Embrapa Semiárido-
Documentos (INFOTECA-E), 2007.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/152644/1/
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Conferir:Reflora. Flora e Funga do Brasil. Erythrina poeppigiana.
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br%2Freflora%2FlistaBrasil%2FConsultaPublicaUC%2FBemVindoConsultaPublicaConsultar.;
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Cedro..http://www.cnip.org.br/bdpn/
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Conferir: CARVALHO, P. E. R. Louro-freijó-Cordia alliodora. Embrapa Florestas-Circular Técnica
(INFOTECA-E), 2007.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/304679/1/Circular136.pdf;
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Conferir: Ferreira et al (s.d). Mauritia flexuosa. Buriti. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/
bitstream/doc/1103403/1/capburiti.pdf;

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Conferir: RUZZA, Danieli Aline Cigolini et al. Etnobotânica do jenipapo (Genipa americana L.,
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Development, v. 6, n. 8, p. 61161-61184, 2020.https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/
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Conferir:ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino de; ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti. Conhecimento


34

botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco,


Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 16, p. 273-285, 2002. https://www.scielo.br/j/abb/a/
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Baraúna. Braúna.http://www.cnip.org.
br/bdpn/fotosdb/203914390.JPG;
36
Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Baraúna. Pereiro.http://www.cnip.org.
br/bdpn/fotosdb/1032289672.JPG;
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Pau D’Arco Roxo.http://www.cnip.org.br/
bdpn/fotosdb/1981179779.JPG;

Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Barriguda. http://www.cnip.org.br/


38

bdpn/fotosdb/2133484030.JPG;
39
Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Canafístula. http://www.cnip.org.br/
bdpn/fotosdb/927472756.JPG;
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Jucá. http://www.cnip.org.br/bdpn/
fotosdb/455846925.JPG;
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Feijão Bravo. http://www.cnip.org.br/
bdpn/fotosdb/777395052.JPG;
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Trapiá. http://www.cnip.org.br/bdpn/
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Burra Leiteira. https://www.flickr.com/
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Bom Nome. http://www.cnip.org.br/
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bdpn/fotosdb/104567869.JPG;
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Angico de Caroço. http://www.cnip.org.
br/bdpn/fotosdb/130089693.JPG;
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Imburana de Cheiro. http://www.cnip.
org.br/bdpn/fotosdb/1911046089.JPG;
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Conferir:Queiroz, R. (2012). Plantas do Brasil. Fabaceae - Leguminosae no Brasil. http://rubens-
plantasdobrasil.blogspot.com/2012/03/fabaceae-pithecellobium-diversifolium.html;
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Ubaia. http://www.cnip.org.br/bdpn/
fotosdb/1217532029.JPG;
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Conferir:Bezerra et al (s.d.) Eugenia uniflora. Pitanga. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/
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Conferir:FURUKAWA, Neide Makiko. Embrapa. Multimedia: Image bank. https://www.embrapa.br/en/


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busca-de-imagens/-/midia/1060001/pe-de-jabuticabeira;
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Conferir: CARVALHO, PER. Marmeleiro-bravo: Ruprechtia laxiflora. 2003.https://www.alice.cnptia.
embrapa.br/handle/doc/1140099;

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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Juazeiro. http://www.cnip.org.br/bdpn/
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Conferir:Conferir: SIBBR (s.d.). Saboeiro.Sapindus saponaria L.https://ala-bie.sibbr.gov.br/ala-bie/
species/296631?lang=pt_BR#overview
54
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org.br/profile/species/eco/eco:pt-BR:Talisia%20esculenta;

Conferir: DRUMOND, Marcos Antonio et al. Contribuição da Embrapa Semi-Árido para o


55

desenvolvimento dos sistemas agroflorestais no semi-árido brasileiro. Embrapa Semiárido-Artigo em


periódico indexado (ALICE), 2004.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/186733/1/
Agrossilvicultura-v.1-n.2-p.145-153-2004.pdf;
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Angico de Bezerro. http://www.cnip.org.
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Conferir: CNIP (s.d.), Banco de Dados de Plantas do Nordeste. Catingueira. http://www.cnip.org.br/


57

bdpn/fotosdb/772113149.JPG;
58
Conferir:CARVALHO, PER. Faveira: Parkia platycephala. 2014. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/
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Conferir: CARVALHO, PER. Embiruçu: Pseudobombax grandiflorum. 2006.https://www.alice.cnptia.


59

embrapa.br/handle/doc/1140768;
60
Conferir:Embrapa (s.d.). Espécies Arbóreas da Amazônia N° 8 Jatobá Hymenaea courbarilhttps://ainfo.
cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/215701/1/Jatoba-Hymenaea.pdf;
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Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013. http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
62
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
63
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
64
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
65
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
66
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;

92
67
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
68
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013. http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
69
Conferir:Torres, M. Embrapa. News. Agroecology and organic farming. Dia de Campo na TV - Uso da
forrageira camaratuba em práticas agroecológicas.https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/
noticia/2194894/dia-de-campo-na-tv---uso-da-forrageira-camaratuba-em-praticas-agroecologicas;
70
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
71
Conferir: Embrapa (2008). Technological Solutions. Formação de banco de proteínas para a produção
de forragem.https://www.embrapa.br/en/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/770/
formacao-de-banco-de-proteinas-para-a-producao-de-forragem;

Conferir: SSB. Serviço Florestal Brasileiro . Mercado de lenha no Nordeste movimenta R$ 2 bilhões por
72

ano e garante ocupação equivalente a 35 mil postos de trabalho. https://www.florestal.gov.br/ultimas-


noticias/1995-mercado-de-lenha-no-nordeste-movimenta-r-2-bilhoes-por-ano-e-garante-ocupacao-
equivalente-a-35-mil-postos-de-trabalho;
73
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
74
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
75
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf
76
Conferir: Embrapa (2013). Projects. Silagens de variedades de capim-buffel como volumosos
para dietas de ovinos no semiárido brasileiro. https://www.embrapa.br/en/busca-de-projetos/-/
projeto/204771/silagens-de-variedades-de-capim-buffel-como-volumosos-para-dietas-de-ovinos-no-
semiarido-brasileiro;
77
Conferir: Rocha, J.E. da S. Embrapa. Multimedia: Image bank. https://www.embrapa.br/en/busca-de-
imagens/-/midia/4682001/banco-de-proteina-de-leucena-produzindo-sementes;
78
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf;
79
Conferir: DRUMOND, Marcos Antonio et al. Contribuição da Embrapa Semi-Árido para o
desenvolvimento dos sistemas agroflorestais no semi-árido brasileiro. Embrapa Semiárido-Artigo em
periódico indexado (ALICE), 2004.https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/156708;
80
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014. https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf;

93
81
Conferir: Santos, J.M. dos Santos, L.A. IRPAA (2019). Experiências de Recaatingamento no Semiárido
Brasileiro - Bahia https://u.pcloud.link/publink/show?code=XZnh5KkZpwYkIToRWw5oLorGskf0hbIal1Sy;

Conferir: Santos, J.M. dos Santos, L.A. IRPAA (2019). Experiências de Recaatingamento no Semiárido
82

Brasileiro - Bahia https://u.pcloud.link/publink/show?code=XZnh5KkZpwYkIToRWw5oLorGskf0hbIal1Sy;


83
Conferir: Gonçalves, A.L.R. Centro Sabiá (2016). Sistemas Agroflorestais do Semiárido. https://issuu.
com/centrosabia/docs/sistemas_agroflorestais_no_semi__ri;

Melo, D.S.; VIDAL NETO, F. da C.; Barros, L de M. (2016). Embrapa. Sistema de Produção do Caju.
84

Cultivares recomendadas de cajueiro;


85
Conferir: LEMOS, EEP et al. Myrciaria floribunda: cambuí. Embrapa Agroindústria Tropical-Capítulo em
livro técnico (INFOTECA-E), 2018.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/191194/1/Cambui.
pdf;
86
Conferir: DOS SANTOS-SEREJO, Janay Almeida et al. (Ed.). Fruticultura Tropical: espécies regionais e
exóticas. Embrapa Informação Tecnológica, 2009.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
CNPAT-2010/11592/1/CL09011.pdf;
87
Conferir:CARVALHO, PER. Ingá-cipó: Inga edulis. 2014. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/
doc/1140499;
88
Conferir:Chies, V. (2017). Embrapa. News. Macaúba é aposta para gerar energia e renda no Nordeste.
https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/22662938/macauba-e-aposta-para-gerar-
energia-e-renda-no-nordeste;
89
Conferir:COHEN, K. de O. et al. Avaliação das características físicas e físico-químicas dos frutos de
araticum procedentes de Cabeceiras, GO. Embrapa Cerrados-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento
(INFOTECA-E), 2010.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/883941/1/bolpd270.
pdf;
90
Conferir: LAROCCA, Diene et al. Morfoanatomia de Myrcia splendens (SW.) DC.(Myrtaceae) ocorrente
em um encrave de Savana Amazônica. Enciclopédia Biosfera, v. 11, n. 21, 2015.https://www.conhecer.org.
br/ojs/index.php/biosfera/article/view/1953/1867;
91
Conferir:FRANZON, Rodrigo Cezar et al. Araçás do gênero Psidium: principais espécies, ocorrência,
descrição e usos. Embrapa Cerrados-Documentos (INFOTECA-E), 2009. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/
digital/bitstream/CPAC-2010/31584/1/doc-266.pdf;
92
Conferir:MICCOLIS, Andrew et al. Restauração ecológica com sistemas agroflorestais: como conciliar
conservação com produção: opções para Cerrado e Caatinga. Embrapa Cerrados-Livro técnico
(INFOTECA-E), 2016. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1069767;
93
Conferir: Rede de catálogos polínicos online. Fabaceae. Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke. Jurema-
branca. http://chaves.rcpol.org.br/profile/species/eco/eco:pt-BR:Piptadenia%20stipulacea;
94
Conferir: MICCOLIS, Andrew et al. Restauração ecológica com sistemas agroflorestais: como conciliar
conservação com produção: opções para Cerrado e Caatinga. Embrapa Cerrados-Livro técnico
(INFOTECA-E), 2016. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1069767;
95
Conferir:CAVALCANTI, N. de B. Utilização do mamãozinho-de-veado na alimentação dos animais
na seca. Embrapa Semi-Árido. Instruções Técnicas, 2004. http://www.cpatsa.embrapa.br/public_
eletronica/downloads/INT60.pdf;
96
Conferir:FARIAS, JL de S.; MESQUITA, AMS; FERNANDES, FEP. Sistemas agroflorestais como inovação
social na sustentabilidade de agroecossistemas de base familiar no semiárido cearense. Embrapa
Caprinos e Ovinos-Documentos (INFOTECA-E), 2018. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/197128/1/CNPC-2018-Doc130.pdf;
97
Conferir: Moreira (2018).http://www.ppgcf.ufrpe.br/sites/www.ppgcf.ufrpe.br/files/documentos/tese_
francisco_tiberio_de_alencar_moreira.pdf;

94
98
Conferir: HAMELAK, Maria Clara Silva. Agroecologia no semiárido: experiências e proposta de
sistema agroflorestal agroecológico para regiões de caatinga no Ceará. 2021. https://repositorio.ufc.br/
bitstream/riufc/60176/3/2021_dis_mclhamelak.pdf;
99
Conferir: HAMELAK, Maria Clara Silva. Agroecologia no semiárido: experiências e proposta de
sistema agroflorestal agroecológico para regiões de caatinga no Ceará. 2021. https://repositorio.ufc.br/
bitstream/riufc/60176/3/2021_dis_mclhamelak.pdf;
100
Conferir: HAMELAK, Maria Clara Silva. Agroecologia no semiárido: experiências e proposta de
sistema agroflorestal agroecológico para regiões de caatinga no Ceará. 2021. https://repositorio.ufc.br/
bitstream/riufc/60176/3/2021_dis_mclhamelak.pdf;
101
Conferir: HAMELAK, Maria Clara Silva. Agroecologia no semiárido: experiências e proposta de
sistema agroflorestal agroecológico para regiões de caatinga no Ceará. 2021. https://repositorio.ufc.br/
bitstream/riufc/60176/3/2021_dis_mclhamelak.pdf;
102
Conferir: HAMELAK, Maria Clara Silva. Agroecologia no semiárido: experiências e proposta de
sistema agroflorestal agroecológico para regiões de caatinga no Ceará. 2021. https://repositorio.ufc.br/
bitstream/riufc/60176/3/2021_dis_mclhamelak.pdf;

95
Ecologia de SAFs no Semiárido

Capítulo 04 - Biodiversidade Exótica do Semiárido e Uso em SAFs.

Fauno, Flora, Hidra e Terro são jovens que moram em uma


comunidade rural do Semiárido Brasileiro.
Eles têm uma professora muito aplicada e muito preocupada em
explicar a origem de tudo!!! O nome dela é Dona Fida.

– Olá, crianças!!! Na aula anterior nós estudamos a participação da


Biodiversidade Florística Nativa nos SAFs do Semiárido. Hoje nós vamos
ver a participação da Biodiversidade Exótica nos SAFs do Semiárido.
Vamos tentar construir novamente uma Linha do Tempo!
– Embora a plantas exóticas já tenham sido indicadas desde há
muito para o Semiárido e a Caatinga como, por exemplo, nas publicações
de Guimarães Duque, como O Nordeste e as Lavouras Xerófilas, onde ele
defendia o cultivo da Algaroba Prosopis spp e da Palma Gigante Opuntia
ficus-indica, foi a partir da década de 80 do século passado que os estudos
passaram a ser mais evidentes.

96
Algaroba Palma Gigante
Fonte CNIP (s.d.)² Fonte: Silva et al (2015)3

1982

Freire e colaboradores publicaram, em 1982, Alguns Aspectos


Econômicos sobre a Implantação e utilização de Capim Buffel em Área
de Caatinga4, em que se fez a comparação entre a produção de 1,0 ha
de caatinga e 1,0 ha de Capim Buffel em termos de quilograma de carne
bovina por ano. E eles verificaram que a contribuição da vegetação nativa
era de apenas 4,0 kg de carne/hectare/ano contra 60,0 kg de carne/
hectare/ano produzidos pelo Capim Buffel.

Fonte:Freire et al (1982)5

97
Variedade de Capim Buffel: (a) Biloela; (b) Cpatsa 131; (c) Molopo; (d) Grass
Fonte: Kill e Menezes (2005)6

Estes dados fizeram com que muitos criadores passassem a


desflorestar muitas áreas de caatinga com rica diversidade, para plantar
apenas a monocultura do Capim Buffel que, diga-se de passagem, é uma
espécie muito promissora para os SAFs do Semiárido.
Em alguns lugares deu certo, mas na maioria, não!!! Isso se deu pelo
fato de que qualquer pastagem de capins tem que esperar o tempo certo
para poder se colocar os animais nela, além de que é preciso levar em
consideração a quantidade correta de animais (capacidade de suporte)
e o tempo certo em que eles devem permanecer no local. Coisa que, na
maioria das vezes, não acontece!!!
– Puxa Professora, retirar toda a vegetação nativa para plantar
apenas uma espécie? Isto não foi nada bom!!! – Disse Flora.
– É verdade Flora, mas com o tempo e o avanço das pesquisas se
observou que o caminho não deveria ser este.

98
1985

Continuando a nossa Linha do Tempo, em 1985, Ribaski, citado por


Lima (1998)7 no trabalho Pesquisas Agrossilviculturais em Andamento na
Região Semi-árida7 Brasileira (Resultados Preliminares), no que parece
ser um trabalho pioneiro em pesquisa sobre SAFs no Semiárido, publicou
alguns resultados sobre o consórcio da Maniçoba Manihot sp com as
exóticas Feijão-Guandu Cajanus sp e a Palma Forrageira9, com boa
produção de Feijão-Guandu por área.

Feijão Guandu
Fonte: Instituto Paêbirú (2014)10
1987

Já em 1987, Ribaski novamente publicou outro estudo denominado


Comportamento da Algarobeira Prosopis juliflora (SW) DC) e do Capim-
Buffel Cenchrus ciliaris em Plantio Consorciado na Região de Petrolina11,
no qual alertava, inclusive, sobre a competição do Buffel com relação
à Algaroba. Não ficou claro, entretanto, se estes SAFs ocuparam áreas
anteriormente de caatinga, ou se foram implantados em áreas já
desflorestadas.
– Quer dizer que Algaroba e Capim Buffel não dão certo, Professora?
– Perguntou Fauno.
– Dão certo, se sempre tiver o cuidado de coroar as Algarobas, ou
seja, limpar um círculo ao redor do seu tronco para que as raízes do Capim
Buffel não entrem em competição com as raízes da algaroba. Todas elas
são mais rasas para “beberem” logo a água das chuvas. Isto chama-se
competição intraespecífica!!!

99
1988

Em 1998, Lima publicou um trabalho de referência denominado


Sistemas Agrossilviculturais Desenvolvidos no Semi-Árido Brasileiro12
onde são citados os consórcios e usos de exóticas como o Sisal Agave
sisalana; a Palma Forrageira Opuntia ficus-indica; a Algaroba Prosopis
spp; a Grama de Burro Cynodon dactylon. Em alguns quintais denominados
por ele como Hortas Familiares, ou Home Gardens, foram encontradas a
Pinha Annona sp; a Graviola Annona muricata; o Mamão Carica papaya;
a Erva-Cidreira Melissa officinalis; a Hortelã Mentha sp; o Eucalipto
Eucalyptus camaldulensis e E. creba; a Leucena Leucaena leucocephala;
o Feijão-Guandu Cajanus sp; o Sorgo Granífero Sorghum vulgare e o
Dendê Elais guineensis.

Sisal/Agave Grama de Burro


Fonte Embrapa (s.d.)13 Fonte: Reis (2009)14

Pinha Graviola
Fonte: Mosca et al (2006)15 Fonte: Mosca et al (2006)16

100
Mamão Erva Cidreira
Fonte: Embrapa (s.d.)17 Fonte: UFSC (2020)18

Eucalipto Leucena
Fonte: Paludzyszyn Filho e Telles (2011)19 Fonte: Embrapa (2016)20

Sorgo Dendê
Fonte: Embrapa (s.d.)21 Fonte: Embrapa (2013)22

101
Fonte: Kiill e Menezes (2005)23

– O que eu mais gostei foram estas Hortas Domésticas ou Quintais


Produtivos. Lá em casa parece que temos um, pois temos muitas destas
plantas no nosso quintal. – Disse Hidra.
– Pois é, Hidra! Quase todas as casas do Semiárido têm estes quintais.
Para proteger a casa do sol, para produzir frutas, hortaliças, medicinais,
ornamentais e muitas outras funções.

1992

Em 1992, João Ambrósio, em um trabalho intitulado Manipulação da


Vegetação Lenhosa da Caatinga para fins Pastoris24 (e principalmente
para a modalidade de SAF Caatinga Enriquecida), sugeriu a introdução
das variedades Capim-Buffel, Buffel Aridus; Capim Gramão ou Grama
de Burro; Feijão de Porco Canavalia sp; Leucena Leucaena leucocephala
e Algaroba Prosopis spp.

102
Feijão de Porco
Fonte: Leal (2012)25

1992

Por sua vez, De Souza Reis, na publicação A Agricultura Tropical e


a Produção de Alimentos no Brasil em 199226, descreveu várias espécies
exóticas que poderiam ser utilizadas em SAFS, inclusive no Semiárido,
tais como: Pinhão Manso Jathropa sp; Guandu Cajanus cajan; Leucena
Leucaena leucocephala; Gliricídia Gliricidia sepium; Acácias Acacia
albida e A. mangium; Fruta Pão Artocarpus altilis; Jaqueira Artocarpus
heterophyllus; Limão Comum Citrus aurantifolia; Limão Tahity Citrus latifolia;
Lima Citrus limettioides; Bananeira Musa spp; Caramboleira Averrhoa
carambola; Jambeiro Syzygium spp; Inhame Colocasia esculenta; Kudzu
Pueraria phaseoloides; e Antúrios Anthurium spp.

103
Pinhão Manso Acacia Albida
Fonte: Embrapa (2014)27 Fonte: Bognounou (2011)28

Acacia Mangium
Fonte: Embrapa (2019)29

– E a nossa Linha do Tempo continua!!!


Em 1998, Ribaski e colaboradores publicaram Influência da Algaroba
Prosopis juliflora (SW.) DC. sobre a Disponibilidade e Qualidade da
Forragem de Capim-Buffel Cenchrus ciliaris) na Região Semiárida
Brasileira29, incluindo resultados sobre sombreamentos, microclimas,
temperatura das folhas, fotossíntese, bioconversão da energia solar
recebida; pigmentos foliares; teores de clorofila a, b; morfologia de
folhas e área foliar relacionados ao Capim Buffel e aporte de nitrogênio
no sistema Silvipastoril pela Algaroba. Um trabalho de referência sobre
competições intraespecíficas.

104
– Puxa, Professora, quanta informação!!! – Disse Terro.
– Isto mesmo, Terro! Ao se juntar duas ou mais plantas é preciso
verificar os benefícios e os “defeitos” entre elas. O agricultor do Semiárido
já sabe disto. Inclusive, ele classifica muitas plantas como “quentes” e
“frias”. As quentes são aquelas que concorrem muito com as outras, e
até entre elas, por luz, água e nutrientes. Muitas vezes, só elas crescem
no local. As frias são aquelas que permitem que outras se desenvolvam
ao lado e debaixo delas, sem causar nem um dano. Cientificamente,
chamamos isto de Alelopatia.T

2002

Em 2002, Albuquerque e Andrade, embora tenham realizado uma


pesquisa intitulada Conhecimento Botânico Tradicional e Conservação
em uma Área de Caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil31,
descreveram principalmente para os Quintais Produtivos espécies exóticas
como Algaroba Prosopis juliflora DC; Eucalipto Eucalyptus sp; Feijão-
Guandu Cajanus cajan (L.) Millsp; Palma Opuntia ficus-indica Mill; Pinhão-
Manso Jatropha molissima (Pohl) Baill; Flamboyant Delonix regia (Boj. ex
Hook) Raf; Manga Mangifera indica L; Ciriguela Spondias purpurea L;
Graviola Annona muricata L; Pinha Annona squamosa L; Ipezinho Tecoma
stans Fuss; Mamão Carica papaya L; Mastruz Chenopodium ambrosioides
L; Chorão Canavalia sp; Mangericão Ocimum campechianum Mill; Hortelã
Plectranthus sp; Alecrim Rosmarinus officinalis L; Acerola Malpighia glabra
L; Papoula Hibiscus rosa-sinensis L; Leucena Leucaena leucocephala (Lam.)
DC Witim; Buganvília Bougainvillea glabra Choisy; Jasmim Jasminum sp;
Limão Citrus sp; Laranja Citrus aurantium L; Laranja-Cravo Citrus nobilis
Lour; Arruda Ruta graveolens L; Erva-cidreira Lippia alba (Mill.) Brow.

Flamboyant
Fonte: UFC (2022)32

105
2004

Em 2004, Drumond e colaboradores publicaram um trabalho


denominado Contribuição da Embrapa Semi-Árido para o
Desenvolvimento dos Sistemas Agroflorestais no Semi-Árido brasileiro 33,
em que descreveram os seguintes SAFS: Leucena Leucaena leucocephala x
Sorgo Sorghum spp; Eucalyptus crebra x Capim-Buffel Cenchrus ciliares;
Eucalyptus camaldulensis x Capim-Urocloa Urochloa mosambicensis;
Algarobeira Prosopis spp x Agave Agave sisalana; Algarobeira x
Capim-Buffel; Gliricídia Gliricidia sepium x Palma Opuntia ficus-indica;
Umbuzeiro Spondias tuberosa x Palma e Sistemas de Produção Animal
CBL (Caatinga, Buffel e Leucena) e de gado de leite sob pastagens de
Capim-Buffel, Leucena, Gliricídia e Palma-Forrageira.

Eucalipto Crebra Capim Urochloa


Fonte: Wikimedia (2008)34 Fonte: Weds of Australia (s.d.)35

Esta pareceu ser uma das primeiras pesquisas oficiais com o uso da Gliricídia.

Gliricídia
Fonte: Rangel et al (2011)36

106
Os estudos apontaram que os consórcios Leucena x Sorgo; Eucalyptus
camaldulensis x Capim-Urocloa; Algarobeira x Agave; Algarobeira
x Capim-Buffel; Gliricídia x Palma e Umbuzeiro x Palma foram viáveis
tecnicamente.
Eles estudaram também a introdução de 12 espécies de Eucaliptos
Eucalyptus spp; 12 espécies de Algaroba Prosopis spp; 12 espécies de
Acácia Acacia spp; 03 espécies de Leucena Leucaena spp; 03 espécies de
Pinus Pinus spp e outras 12 espécies de Albizia niopoides (Benth.) Burkart
var. niopoides; Pseudosanianea guacliapee (Kunth) Harrns; Enterolobium
cyclocarpum Griseb; Caesalpinia coriaria Willd; Pithecellobium dulce
(Roxb.) Benth; Caesalpinia velutina (Britton & Rose) Standl; Ateleia herbert-
smithii Pittier; Gliricidia sepium ( Jacq.) Walp; Azadiractha indica A. Juss e
Moringa oleifera Lam.
Mostraram-se mais promissoras Eucalyptus crebra F. Muell;
Enterolobium cyclocarpum Griseb; Pithecellobium dulce (Roxb.) Benth;
Caesalpinia velutina (Britton & Rose) Stand; Ateleia herbert-smithii Pittier;
Azadirachta indica A. Juss. e Moringa oleifera Lam.
Portanto, sua pesquisa é um dos primeiros estudos mais técnicos
sobre a introdução do Nim Azadirachta indica e da Moringa Moringa
oleifera em SAFs

Nim Moringa
Fonte: Viana e Ribeiro (2010)37 Fonte: Lisita et al (2018)38

Drumond e colaboradores (2004) destacaram ainda que as


espécies Algaroba Prosopis juliflora; Leucena Leucaena leucocephala;
Gliricidia Gliricidia sepium e Eucalipto Eucalyptus camaldulensis tinham,
comprovadamente, potencial para plantio em áreas de sequeiro
(dependente de chuva), com precipitações acima de 500 mm por ano,
devendo-se ressaltar o uso de G. sepium, E. cyclocarpum e P. dulce em
áreas com precipitações acima de 600 mm/ano.

107
– Professora, e aquela história que o Nim mata as abelhas? –
Perguntou Fauno.
– Procede, Fauno! Alguns estudos têm mostrado que em colmeias
enfraquecidas a ação do Nim faz com que as abelhas não consigam repor
as mortas. Mas, em colmeias bem nutridas e bem cuidadas, ocorre um
certo equilíbrio. Por isto que o Nim tem que ser usado com certo cuidado.

2013

Em 2013, novamente João Ambrósio, no livro Manejo Pastoril


Sustentável da Caatinga39, citou o uso de Capim-Buffel Cenchrus ciliaris;
Capim-Gramão Cynodon dactylon cv. Callie; Capim-Corrente Urochloa
mosambicensis; Capim-Andropogon Andropogon gayanus cv. Planaltina);
Leucena Leucaena leucocephala; Gliricídia Gliricidia sepium e Guandu
Cajanus cajan para a modalidade de SAF Caatinga Enriquecida e Banco
de Proteínas.
2014

Dando continuidade à nossa Linha do Tempo, em 2014 vamos


encontrar João Ambrósio novamente com outro trabalho denominado
Proposta para a Implementação do Manejo Pastoril Sustentável da
Caatinga40, no qual, além de repetir o Capim-Buffel Cenchrus ciliaris; o
Capim-Gramão Cynodon dactylon cv. Callie; o Capim-Corrente Urochloa
mosambicensis e a Leucena, ressaltou o Buffel Aridus e incluiu ainda o
Sorgo e o Milho em relação à publicação de 2013.

2014

Em 2014, Drumond e Morgado, na publicação Espécies Arbóreas


Alternativas para Sistemas Agroflorestais no Semi-árido Brasileiro41,
estudaram e indicaram Leucena Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit;
Gliricídia Gliricidia sepium ( Jacq.) Steud. e Algaroba Prosopis juliflora
(Sw.).

2016

Em uma grande pesquisa feita no Semiárido com agricultores


familiares, Gonçalves (2016), na publicação intitulada Sistemas

108
Agroflorestais do Semiárido42, destacou a presença de Moringa Moringa
oleifera Lam; Leucena Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit.; Palma
Forrageira Nopalea sp e Opuntia spp; Gliricídia Gliricidia sepium ( Jacq.)
Kunth ex Walp; Aveloz Euphorbia tirucalli L.; Sisal Agave sisalana Perrine
ex Engelm; Capim Buffel Cenchrus ciliaris L; Capim Elefante Pennisetum
purpureum Schum e Capim Capiaçu Pennisetum purpureum Schum.

Aveloz Capiaçu
Fonte: Neodini e Gaspi(2011)43 Fonte: Embrapa (2020)44

Outras espécies exóticas foram citadas também como Mangueira


Mangifera indica L; Pinha Annona squamosa L.; Graviola Annona muricata
L; Acerola Malpighia emarginata DC; Azeitona Preta Syzygium cumini
(L.) Skeels; Laranjeira Citrus sinensis (L.) Osbeck; Jaqueira Artocarpus
heterophyllus Lam; Romã Punica granatum L; Guandu; Milho, Feijão,
Alface, Quiabo, Maxixe, Cenoura, Capuchinha, Rúcula, Espinafre, Coentro,
Cebolinha, Rabanete, Salsa, Couve, Vagem, Quiabo de Metro, Tomate,
Abobrinha, Hortelã, Chuchu, Mamão, Bergamota, Pêssego, Banana, Lima,
Amora, Atemoia, Limão.
– Aveloz, Professora? Pode ser usado? – Perguntou Hidra.
– Sim, Hidra! Embora muitos conheçam o uso do Aveloz mais como
cerca-viva, ele pode e deve ser usado com forragem. É uma boa fonte de
energia e de cálcio. Os caprinos e ovinos, e alguns bovinos, aceitam bem.
Além disso, é vermífugo natural e parece haver uma boa relação do uso
do aveloz e uma menor incidência do mal do caroço em caprinos.

109
- Na Paraíba, em Coxixola, um agricultor criou um SAF com aleias de
aveloz. Estas aleias são em fileiras duplas e estão espaçadas cerca de 7,0
m uma da outra. Entre elas, ele planta milho, feijão, melancia, jerimum e
outras culturas no inverno. E no período seco, ele corta (com o uso de EPI
– Equipamento de Proteção Individual) os ramos e dá para os animais.
– A princípio, muitos riram dele, mas quando viram que os animais
não perdiam peso e quase não tinham verme e mal do caroço, passaram
a imitá-lo.

Sistema Agroflorestal com Aleias de Aveloz em Coxixola. Paraíba


Fonte: Google Earth

2016

Ainda em 2016, Miccolis e colaboradores publicaram o excelente


documento chamado Guia Técnico. Restauração Ecológica com Sistemas
Agroflorestais como conciliar conservação com produção Opções para
Cerrado e Caatinga45.
Para as áreas de declive ou de Reserva Legal na Caatinga, eles
recomendaram como Espécies-chave de Árvores Exóticas a Graviola, o
Tamarindo Tamarindus indica, a Pinha Annona squamosa e a Seriguela.
Como Espécies-chave de Culturas Agrícolas, Guandu, Gergelim, Maxixe
e Feijão De Corda.
– O que é Reserva Legal, Professora? – Perguntou Terro.
– Reserva Legal, Terro, é uma área que toda propriedade deve ter,
ou deveria ter, toda coberta de vegetação nativa, ou recuperada com
esta vegetação e por SAFs. A princípio, muitos acham que ela é intocável.
Mas ela pode ser manejada sim, dependendo de cada lei estadual.
Para a Caatinga, esta reserva deve ser de, no mínimo 20% da área da

110
propriedade, e pode ser o somatório de algumas áreas e não uma só
área.
Para um SAF Agrossilvipastoril em Caatinga Manejada, os autores
identificaram em Monte Santo, na Bahia, o uso de Palma, Sisal e Culturas
Agrícolas e Forrageiras como Gliricídia e Leucena, citando como
Espécies-chave de Culturas Agrícolas as seguintes: Milho, Guandu,
Gergelim, Maxixe e Feijão de Corda. E como Espécies-chave de Árvores
e Outras: Gliricídia, Leucena, Palma, Sisal e Algaroba.
Em Uauá, Bahia, detectaram o uso do Capim Buffel. Em Tianguá,
Ceará, registraram o uso de Milho consorciado com Gliricídia e Leucena.
Em Viçosa do Ceará, Ceará, o uso de Atas, Pinha ou Fruta do Conde.
Além disto, eles publicaram um croqui demonstrando um SAF em
diversos momentos no tempo com Sisal, Palma, Mamona, Feijão Guandu,
Gliricídia, Moringa e outras exóticas.

111
Opção 9. Restauração de Áreas Degradadas na Caatinga
Fonte: Miccolis et al (2016)46

Fonte: Miccolis et al (2016)47

112
Sistema Agroflorestal com Palma Forrageira
Fonte: Miccolis et al (2016)48

– Que imagem bonita, Professora!!! – Disse Flora.


– Isto Flora!!! Principalmente quando um SAF como este foi implantado
em área degradada ou abandonada pela agricultura ou pecuária.
Para Áreas Degradadas, Miccolis e colaboradores (2016) indicaram
como Espécies-chave de Culturas Agrícolas: Milho (quando houver
possibilidade de esterco) ou Sorgo, Guandu, Gergelim, Maxixe, Feijão de
Corda e como Espécies-chave de Árvores e Outras: Gliricídia Gliricidia
sepium; Leucena Leucaena leucocephala; Palma Opuntia ficus-indica;
Moringa Moringa oleifera; Algaroba Prosopis juliflora; Mamona Ricinus
comunis; Feijão Guandu Cajanus cajan; Sisal Agave sisalana; Banana
Musa spp; Eucalipto Eucalyptus spp; Capim Mombaça Panicum maximum;
Capim Andropogon Andropogon gayanus e Capim Elefante Pennisetum
purpureum cv. Napier.
Para Restauração de um modo geral na Caatinga, indicaram Abóbora
de Rama Curcubita pepo; Acerola Malpighia glabra L.; Agave Agave
spp.; Algaroba Prosopis juliflora; Capim Elefante Pennisetum purpureum;
Cinamomo Melia azedarach; Curcuma Curcuma longa; Feijão de Corda
Phaseolus vulgaris; Feijão de Porco Canavalia ensiformis; Feijão Guandu
Cajanus cajan; Gengibre Zingiber officinale; Gliricídia Gliricidia sepium;

113
Graviola Annona muricata; Inhame Colocasia esculenta; Jaca Artocarpus
altilis; Jiló Solanum gilo; Leucena Leucaena leucocephala; Mamona Ricinus
communis; Manga Mangifera indica; Maxixe Cucumis anguria; Mombaça
Panicum maximum; Moringa Moringa oleífera; Mucuna Mucuna sp; Palma
Opuntia ficus-indica; Pepino Caipira Cucumis sativus; Sapoti Manilkara
zapota; Sorgo Sorghum sp e Tomate Cereja Solanum lycopersicum.
Por último, ainda citaram a ILPF – Integração Lavoura Pecuária e
Floresta, preconizada pela EMBRAPA e geralmente composta por uma
espécie arbórea incluindo Eucalipto Eucalyptus spp.; Teca Tectona
grandis: Mogno Africano Khaya senegalensis, entre outras, plantada em
fileiras amplamente espaçadas e, nas entrelinhas, grãos e gramíneas para
bovinos.

ILPF
Fonte:Embrapa (2007)49
Recentemente, a Embrapa Caprinos, Sobral, fez um redesenho para
a Caatinga onde o sistema sugere faixas de vegetação conservada
intercaladas com faixas desmatadas plantadas com Sorgo, Milheto e
Feijão Guandu, além do uso do Capim Massai e pastagem nativa50.

2018

Em 2018, Farias e colaboradores, em um trabalho denominado


Sistemas Agroflorestais como Inovação Social na Sustentabilidade de
Agroecossistemas de Base Familiar no Semiárido Cearense51, relataram
o uso da Ateira Annona squamosa L; milho Zea mays L; Feijão Vigna
unguiculata L.; Melancia Citrullus lanatus (Thunb.) Matsun. & Nakai e
Leucena Leucaena leucocephala (Lam.) De Wit.) em SAFs Familiares.

114
2018

Moreira (2018), em uma pesquisa denominada Avaliação de um


Sistema Agroflorestal na Região de Itaparica, Semiárido Pernambucano52,
fez observações com duas espécies nativas e duas essências florestais
exóticas identificadas pelos Clones MA 2000 e MA 2001 de Eucalyptus
urophylla x Eucalyptus tereticornis consorciadas com Feijão Caupi Vigna
unguiculata variedades Miranda - IPA 207 e BRS Tumucumaque. Ele
encontrou resultados mais positivos com o SAF envolvendo as espécies
nativas.
– Eita, Professora!!! As espécies nativas “ganhando”!!! – Disse Flora.
– Que bom seria se sempre fosse assim, Flora!!!

2021

Como finalização da nossa Linha do Tempo parcial, em um trabalho


recente de Hamelak (2021) intitulado Agroecologia no Semiárido:
experiências e proposta de sistema agroflorestal agroecológico para
regiões de caatinga no Ceará53, foram descritas espécies exóticas
presentes em SAFs como Abobrinha Cucurbita pepo L; Acerola Malpighia
emarginata DC; Alface Lactuca sativa; Algaroba Pros opis juliflora (Sw.)
DC; Ateira Annona squamosa L; Banana-da-Terra Musa paradisiaca L;
Batata Solanum tuberosum L; Cana Saccharum officinarum L; Coentro
Coriandrum sativum L; Erva-Sal Atriplex nummularia Lindl; Feijão
Comum Phaseolus vulgaris L; Feijão-de Corda Vigna unguiculata (L.)
Walp; Gliricídia Gliricidia sepium ( Jacq.) Kunth ex Walp; Graviola Annona
muricata L; Guandu Cajanus cajan (L.) Huth; Hortelã Mentha spicata L;
Laranja Citrus sinensis (L.) Osbeck; Leucena Leucaena leucocephala (Lam.)
De Wit; Limão Citrus limon (L.) Burm.f; Mamão Carica papaya L; Manga
Mangifera indica L; Mastruz Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin &
Clemants; Melancia Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum. & Nakai; Mexerica
Citrus reticulata Blanco; Milho Zea mays L; Moringa Moringa oleifera Lam;
Palma Forrageira Opuntia ficus-indica (L.) Mill; Quiabo Abelmoschus
esculentus (L.) Moench L; Romã Punica granatum Mart. & Zucc; Seriguela
Spondias purpurea L; Sorgo Sorghum bicolor (L.) Moench.
– E assim finalizamos o uso das biodiversidades nativa e exótica
para SAFs no Semiárido. Até a próxima aula, pessoal!!!

115
Referências
1
Conferir: DUQUE, José Guimarães. O Nordeste e as lavouras xerófilas. Banco do Nordeste do Brasil,
2004.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/23261/1/livro1-O-Nordeste-e-as-Lavouras-
Xerofilas.pdf;
2
Conferir CNIP (s.d.) Centro Nordestino de Informações sobre Plantas. http://www.cnip.org.br/banco_
img/Algaroba/prosopisjuliflora.html;
3
Conferir: DA SILVA, A. A. G.; DE OLIVEIRA, F. T.; SOUTO, J. S. Zoneamento agrícola de risco climático
da palma forrageira (Opuntia ficus-indica (L.) Mill) para o estado de Sergipe. Embrapa Tabuleiros
Costeiros-Comunicado Técnico (INFOTECA-E), 2015.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/
handle/doc/1024345;
4
Conferir: FREIRE, L. C. et al. Alguns aspectos econômicos sobre a implantação e utilização de capim
buffel em área de caatinga. EMBRAPA-CPATSA, 1982 https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/
bitstream/doc/132090/1/CTE9.pdf;
5
Conferir: FREIRE, L. C. et al. Alguns aspectos econômicos sobre a implantação e utilização de capim
buffel em área de caatinga. EMBRAPA-CPATSA, 1982.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/
bitstream/doc/132090/1/CTE9.pdf;
6
Conferir: KIILL, Lúcia Helena Piedade; MENEZES, E. A. Espécies vegetais exóticas com potencialidades
para o semi-árido brasileiro. Petrolina: Embrapa Semi-Árido; Brasília, DF: Embrapa Informação
Tecnológica, 2005., 2005.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/155430/1/
ESPECIES-VEGETAIS-EXOTICAS-ed01-2005-1.pdf;
7
Conferir: LIMA, Paulo César Fernandes. Sistemas agrossilviculturais desenvolvidos no semi-arido
brasileiro. In: Embrapa Semiárido-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: TALLER SOBRE DISENO
ESTADISTICO Y EVALUACION ECONOMICA DE SISTEMAS AGROFORESTALES, 1986, Curitiba. Apuntes...
Curitiba: Oficina Regional de la FAO para America Latina y el Caribe/EMBRAPA-CNPF, 1986.,1986.https://
ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF-2009-09/4863/1/lima.pdf;
8
Conferir: Conservou-se a grafia original;
9
Conferir: Provavelmente a variedade de Palma Gigante Opuntia ficus-indica.;

Conferir: Instituto Paêbiru (2014). Agrofloresta Experimental Paêbiru. Feijão Guandu na Agrofloresta
10

Paêbiru. https://institutopaebiru.wordpress.com/2014/06/20/feijao-guandu-na-agrofloresta-paebiru/;
11
Conferir:RIBASKI, J. Comportamento da algaroba (Prosopis juliflora (SW) DC) e do Capim-buffel
(Cenchrus ciliaris L.), em plantio consorciado, na região de Petrolina, PE. In: Simpósio brasileiro
sobre algaroba., Mossoró, 6-10 abr. 1987. 1987. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
CPATSA/28566/1/OPB1402.pdf;

Conferir: LIMA, Paulo César Fernandes. Sistemas agrossilviculturais desenvolvidos no semi-arido


12

brasileiro. In: Embrapa Semiárido-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: TALLER SOBRE DISENO
ESTADISTICO Y EVALUACION ECONOMICA DE SISTEMAS AGROFORESTALES, 1986, Curitiba. Apuntes...
Curitiba: Oficina Regional de la FAO para America Latina y el Caribe/EMBRAPA-CNPF, 1986.,1986.https://
ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF-2009-09/4863/1/lima.pdf;

Conferir: Embrapa (s.d.). Agência Embrapa de Informação Tecnológica ÁRVORE DO


13

CONHECIMENTO Sisal. ttps://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/sisal/arvore/


CONT000gv5km0x502wx7ha0g934vgeibwfht.html;

Conferir: Reis; R. A. Estudo das Principais Gramíneas Forrageiras. Aula 4. https://www.fcav.unesp.br/


14

Home/departamentos/zootecnia/RICARDOANDRADEREIS/aula-5-cynodon-pennisetum.pdf;
15
Conferir: MOSCA, José Luiz; CAVALCANTE, Carlos Eliardo Barros; DANTAS, Tatiana Mourão.
Características botânicas das principais anonáceas e aspectos fisiológicos de maturação. Fortaleza:
Embrapa agroindústria tropical, 2006. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/178652/1/

116
Dc-106.pdf;
16
Conferir: MOSCA, José Luiz; CAVALCANTE, Carlos Eliardo Barros; DANTAS, Tatiana Mourão.
Características botânicas das principais anonáceas e aspectos fisiológicos de maturação. Fortaleza:
Embrapa agroindústria tropical, 2006. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/178652/1/
Dc-106.pdf;

Conferir: Embrapa (s.d). Melhoramento genético do mamoeiro com vistas à mitigação dos efeitos
17

de estresses bióticos e abióticos.(https://www.embrapa.br/busca-de-projetos/-/projeto/201799/


melhoramento-genetico-do-mamoeiro-com-vistas-a-mitigacao-dos-efeitos-de-estresses-bioticos-e-
abioticos;
18
Conferir: UFSC (2020). Horto Didático de Plantas Medicinais do HU/UFSC. Erva Cidreira. https://
hortodidatico.ufsc.br/erva-cidreira/;
19
PALUDZYSZYN FILHO, Estefano; DOS SANTOS, Paulo Eduardo Telles. Programa de melhoramento
genético de eucalipto da Embrapa Florestas: resultados e perspectivas. Embrapa Florestas-Documentos
(INFOTECA-E), 2011. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/898045/1/Doc214.pdf;
20
Conferir: Embrapa (2016). Vegetação da caatinga tem potencial para alimentação de rebanhos.
https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/10455882/vegetacao-da-caatinga-tem-
potencial-para-alimentacao-de-rebanhos;

Conferir: Embrapa (s.d.) Technological Solutions. Sorgo granífero BRS 380 https://www.embrapa.br/en/
21

busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/3548/sorgo-granifero-brs-380;
22
Conferir: Embrapa (2013). Multimedia: Image bankhttps://www.embrapa.br/en/busca-de-imagens/-/
midia/680003/dende.;
23
Conferir: KIILL, Lúcia Helena Piedade; MENEZES, E. A. Espécies vegetais exóticas com potencialidades
para o semi-árido brasileiro. Petrolina: Embrapa Semi-Árido; Brasília, DF: Embrapa Informação
Tecnológica, 2005., 2005.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/155430/1/
ESPECIES-VEGETAIS-EXOTICAS-ed01-2005-1.pdf
24
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, J. A. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins pastoris.
Embrapa Caprinos e Ovinos-Circular Técnica (INFOTECA-E), 1992.https://www.embrapa.br/busca-
de-publicacoes/-/publicacao/514296/manipulacao-da-vegetacao-lenhosa-da-caatinga-para-fins-
pastoris;
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Conferir: LEAL, MA de A. et al. Feijão-de-porco na Baixada Fluminense: como tirar proveito máximo da
sua ação como adubo-verde. Embrapa Solos-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E),
2012.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/92180/1/bot083-12.pdf;
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Conferir: DE SOUZA REIS, Antônio Carlos. A agricultura tropical e a produção de alimentos no Brasil.
Ciência & Trópico, v. 20, 1992.https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/495/359;
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Conferir:Embrapa (2014).Multimedia: Image bank. https://www.embrapa.br/busca-de-imagens/-/
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28
Conferir: BOGNOUNOU, Fidele. Caractérisation et gestion de ligneux fourragers dans les systèmes
de production agro-pastorale du terroir de Dankana en zone sud Soudanienne du Burkina Faso. GRIN
Verlag,2011.https://www.researchgate.net/publication/215552325_Characterization_and_management_
of_browse_species_in_Dankana_agropastoral_production_system_in_South_Sudanian_zone_of_
Burkina_Faso/link/5af661900f7e9b026bceecef/download;
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Conferir:Embrapa (2019). Multimedia: Image bank
https://www.embrapa.br/en/busca-de-imagens/-/midia/4562001/efeito-da-arvore-de-acacia-
mangium-sobre-pastagemultimedia: Image bank;

Conferir: RIBASKI, J.; INOUE, M. T.; DE LIMA FILHO, J. M. P. Influência da algaroba (Prosopis juliflora (Sw.)
30

Dc.) sobre alguns parâmetros ecofisiológicos e seus efeitos na qualidade de uma pastagem de capim-
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117
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Sistemas agroflorestais no contexto da qualidade ambiental e competitividade: resumos expandidos.
Belém: EMBRAPA-CPATU, 1998., 1998.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/196541/1/
Congresso-Agroflorestais.pdf;

Conferir: ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino de; ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti. Conhecimento
31

botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco,


Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 16, p. 273-285, 2002.https://www.scielo.br/j/abb/a/
XV7B6sK4TM7VHWGm7cSprWr/?format=pdf&lang=pt;
32
Conferir: UFC (2002) Flora do campus do Pici. Prefeitura Especial de Gestão Ambiental. http://www.
pega.ufc.br/projetos/fauna-flora-do-campus-do-pici/flora-do-campus-do-pici/;

Conferir: DRUMOND, Marcos Antonio et al. Contribuição da Embrapa Semi-Árido para o


33

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periódico indexado (ALICE), 2004.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/186733/1/
Agrossilvicultura-v.1-n.2-p.145-153-2004.pdf;
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Conferir: WIKIMEDIA (2008). https://en.wikipedia.org/wiki/Eucalyptus_crebra#/media/File:Eucalyptus_
crebra_tree.jpg ;

Conferir: Weeds of Australia (s.d.) https://keyserver.lucidcentral.org/weeds/data/media/Html/urochloa_


35

mosambicensis.htm;
36
Conferir:RANGEL, JH de A. et al. Implantação e manejo de legumineira com gliricídia (Gliricidia
sepium). Embrapa Tabuleiros Costeiros-Comunicado Técnico (INFOTECA-E), 2011.https://www.infoteca.
cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/902847/1/ct63.pdf;
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Conferir: VIANA, Paulo Afonso; RIBEIRO, Paulo Eduardo de Aquino. Efeito do extrato aquoso de folhas
verdes de nim (Azadirachta indica) e do horário de aplicação sobre o dano e o desenvolvimento larval
de Spodoptera frugiperda (JE Smith, 1797)(Lepidoptera: Noctuidae) na cultura do milho. Revista Brasileira
de Milho e Sorgo, v. 9, n. 01, p. 27-37, 2010.https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/uso-
do-extrato-aquoso-de-folhas-de-nim-para-o-controle-de-spodoptera-frugiperda-na-cultura-do-
milho.pdf/f1d204a5-fa0d-4818-b859-59d30d039605;
38
Conferir: LISITA, F. O.; JULIANO, R. S.; MOREIRA, J. S. Cultivo e processamento da Moringa na
alimentação de bovinos e aves. Embrapa Pantanal-Circular Técnica (INFOTECA-E), 2018. https://ainfo.
cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/183491/1/CT119-Fred-moringa.pdf;
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Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto
Dom Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de
Agroecologia, Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.http://www.sidalc.net/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=iicacr.
xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=002011;
40
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdf;
41
Conferir: DRUMOND, Marcos Antônio; MORGADO, Luiz Balbino. Espécies arbóreas alternativas para
sistemas agroflorestais no semi-árido brasileiro. In: Embrapa Semiárido-Artigo em anais de congresso
(ALICE). Agrossilvicultura, Viçosa, MG, v. 1, n. 1, p. 43-50, 2004., 2004.https://ainfo.cnptia.embrapa.br/
digital/bitstream/item/186732/1/Agrossilvicultura-v.1-n.1-p.43-50-2004.pdf;

Conferir: Gonçalves, A.L.R. Centro Sabiá (2016). Sistemas Agroflorestais do Semiárido.https://issuu.


42

com/centrosabia/docs/sistemas_agroflorestais_no_semi__ri;
43
Conferir: NEODINI, Daniella Nunes Rollo; GASPI, F. O. Análise dos efeitos Tóxicos da Avelóz (Euphorbia
tirucalli L.). Revista Científica da FHO| UNIARARAS v, v. 3, n. 2, 2015. http://www.uniararas.br/
revistacientifica/_documentos/art.051-2015.pdf;

118
44
Conferir :Embrapa (2020). News. Nordeste tem primeiro viveirista de BRS Capiaçu, capim-elefante da
Embrapa. https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/55798386/nordeste-tem-primeiro-
viveirista-de-brs-capiacu-capim-elefante-da-embrapa;
45
Conferir:MICCOLIS, Andrew et al. Restauração ecológica com sistemas agroflorestais: como conciliar
conservação com produção: opções para Cerrado e Caatinga. Embrapa Cerrados-Livro técnico
(INFOTECA-E), 2016. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1069767;
46
Conferir:MICCOLIS, Andrew et al. Restauração ecológica com sistemas agroflorestais: como conciliar
conservação com produção: opções para Cerrado e Caatinga. Embrapa Cerrados-Livro técnico
(INFOTECA-E), 2016. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1069767;
47
Conferir:MICCOLIS, Andrew et al. Restauração ecológica com sistemas agroflorestais: como conciliar
conservação com produção: opções para Cerrado e Caatinga. Embrapa Cerrados-Livro técnico
(INFOTECA-E), 2016. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1069767;
48
Conferir:MICCOLIS, Andrew et al. Restauração ecológica com sistemas agroflorestais: como conciliar
conservação com produção: opções para Cerrado e Caatinga. Embrapa Cerrados-Livro técnico
(INFOTECA-E), 2016. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1069767;
49
Conferir: Embrapa (2007). Technological Solutions. Sistemas de produção integrados - ILPF. https://
www.embrapa.br/en/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/1049/sistemas-de-producao-
integrados---ilpfhttps://agenciaeconordeste.com.br/novo-modelo-de-sistema-de-integracao-lavoura-
pecuaria-floresta-beneficia-caatinga/;

Conferir.:EcoNOrdeste. Novo modelo de Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta beneficia


50

Caatinga. https://agenciaeconordeste.com.br/novo-modelo-de-sistema-de-integracao-lavoura-
pecuaria-floresta-beneficia-caatinga/;
51
Conferir:FARIAS, JL de S.; MESQUITA, AMS; FERNANDES, FEP. Sistemas agroflorestais como inovação
social na sustentabilidade de agroecossistemas de base familiar no semiárido cearense. Embrapa
Caprinos e Ovinos-Documentos (INFOTECA-E), 2018. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/197128/1/CNPC-2018-Doc130.pdf;
52
Conferir: Moreira (2018).http://www.ppgcf.ufrpe.br/sites/www.ppgcf.ufrpe.br/files/documentos/tese_
francisco_tiberio_de_alencar_moreira.pdf;
53
Conferir: HAMELAK, Maria Clara Silva. Agroecologia no semiárido: experiências e proposta de sistema
agroflorestal agroecológico para regiões de caatinga no Ceará. 2021.https://repositorio.ufc.br/bitstream/
riufc/60176/3/2021_dis_mclhamelak.pdf.

119
Ecologia de SAFs no Semiárido

Capítulo 05 - Coeficientes Agroecológicos de SAFs

Fauno, Flora, Hidra e Terro são jovens que moram em uma


comunidade rural do Semiárido Brasileiro.
Eles têm uma professora muito aplicada e muito preocupada em
explicar a origem de tudo!!! O nome dela é Dona Fida.

– Olá, Crianças!!! Hoje nós vamos estudar os Coeficientes


Agroecológicos!!! Primeiro, é preciso que vocês entendam que a
Agroecologia é uma Ciência 1 que tem como Base as: Agriculturas
Sustentáveis ou de Base Ecológica, como a Agricultura Biodinâmica; a
Agricultura Biológica; a Agricultura Orgânica; a Agricultura Natural;
a Agricultura Alternativa; a Permacultura; a Agricultura Ecológica; a
Agricultura Sustentável; a Agricultura Regenerativa e a Agricultura
Vitalista, por exemplo.
– Podemos dizer que o “coração” da Agroecologia é o
Agroecossistema. E que o “coração” do Agroecossistema é a diversidade.
Esta diversidade deve ser vegetal e animal. No caso da vegetal, deve-
se sempre procurar unir tanto espécies lenhosas como herbáceas em
consórcios. Estes consórcios, se bem conduzidos nas áreas, no tempo e
na diversidade podem ser denominados Sistemas Agroflorestais – SAFs.
– Assim, um plantio de milho, feijão e mandioca pode ser apenas
denominado de consórcio ou policultivo, mas, quando associado a aléias,
ou plantio não ordenado, de espécies lenhosas nativas, como caju e sabiá,
ou exóticas, como gliricídia e moringa, ele passa a ser denominado de

120
Sistema Agroflorestal.
– O consórcio de milho, feijão e mandioca, principalmente associado
à agricultura convencional (adubo químico, venenos, sementes
transgênicas etc.), gera coeficientes agronômicos ou agrícolas quando se
mede a produção deles em quilogramas/hectare, por exemplo.
– Já o consórcio milho, feijão, mandioca, caju, sabiá e gliricídia,
associado às agriculturas de base ecológica e à proposta agroecológica,
gera Coeficientes Agroecológicos. Ou seja, todas as medições em kg/
ha, fitomassa/ha etc. passam a receber esta denominação. Mas para
entender melhor, vamos usar, novamente, uma Linha do Tempo!!!

1982

Em 1982, Freire e colaboradores publicaram o estudo “Alguns


Aspectos Econômicos sobre a Implantação e Utilização de Capim Buffel
em Área de Caatinga”2.
Não se pode dizer que, nesta pesquisa, foram publicados os primeiros
coeficientes sobre SAFs. Mas é possível afirmar que, a partir dela, muitas
ações foram realizadas com a substituição da diversidade da vegetação
de caatinga, no todo ou em parte, pela monocultura do Capim Buffel –
capim este que depois viria a ser utilizado na caatinga enriquecida após
raleamento, caracterizando uma forma de manipulação mais adequada
e mais racional.
A comparação entre a produção matemática de carne por hectare
na Caatinga (4,0 kg/ha/ano) e de carne por hectare no Capim Buffel
(60,0 kg/ha/ano) era simplesmente desfavorável para a manutenção da
Caatinga.
Entretanto, a aplicabilidade do desflorestamento, do plantio do
capim, do início do pastejo, da lotação de animais e do tempo de lotação
não foi bem conduzida, levando muitas áreas do monocultivo a entrarem
em processo acelerado de degradação.

Fonte: Freire et al (1982)3

121
– Puxa, Professora, o que uma pesquisa não pode causar... para o
bem e para o mal, né!? – Disse Flora.
– Por vezes, nem é a pesquisa, Flora, mas como ela é apropriada por
técnicos, agricultores, proprietários... Pastagens bem conduzidas, além
de alimentar, conservam água e solo.

Área degradada pela erosão em antiga capineira de


Buffel. Sumé.PB.
Fonte: Acervo do autor.

1992

Ao publicar “Sistemas Agroflorestais no Semi-Árido 4 Brasileiro” 5,


Ribaski (1992) trazia, então, importantes informações sobre alguns dos
primeiros SAFs criados para o Semiárido.
Isoladamente, o autor informou sobre os resultados da introdução de
25 espécies e 160 procedências de Eucalipto em Pernambuco, Paraíba,
Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia, com destaque para Eucalyptus
camaldulensis e E. tereticornis com rendimento médio de 70 m³/ ha, aos
sete anos de idade, ou uma produtividade quatro vezes maior que a da
vegetação nativa.
Ainda isoladamente, informou os bons desempenhos da Algaroba,
Leucena, Sabiá e Gliricídia, com vantagens por serem de múltiplo uso para
lenha, carvão, estacas, forragem, cercas vivas, quebra-ventos, fixação de
nitrogênio, sombreamento etc. A Algaroba Prosopis juliflora, por exemplo,
aos 10 anos de idade produz 60 m³ de madeira por hectare (DRUMOND et
al., 1984) e uma média de 6.000 quilos de frutos por hectare para plantios
com cinco anos de idade (SILVA, 1986).

122
Já para os SAFs, Ribaski (1992) destacou o consórcio de Algaroba P.
juliflora com a Palma Forrageira Opuntia ficus-indica, e com a Algaroba
nos espaçamentos 5,0 m x 5,0 m; 7,0 m x 7,0 m; 10,0 m x 10,0 m e 12,0 m x
12,0 m e a Palma Forrageira no espaçamento 2,0 m x 0,5m. A primeira
avaliação da palma com um corte aos três anos de idade mostrou não
haver diferença significativa entre tratamentos em relação à matéria
seca produzida. Neste período, as Algarobas ainda estavam pouco
desenvolvidas, apresentando uma área média de copa em torno de 16,0
m² (ALBUQUERQUE et al., 1986).
Outro SAF identificado foi o da Algaroba e do Capim Buffel, em que
a Algaroba foi sensível à competição, principalmente para obtenção de
água, quando plantada em uma área já estabelecida com Capim Buffel.
A produção de fitomassa seca, aos 30 meses de idade, foi 17,0 t/ha e
2,7 t/ha para a Algaroba isolada e consorciada, respectivamente. A
diferença entre estes dois tratamentos foi da ordem de 540%. Verificaram-
se tendências positivas de que a Algaroba pode melhorar a qualidade
da pastagem de Capim Buffel em proteína bruta, em razão da maior
concentração de nitrogênio. O plantio da Algaroba passou a ser indicado
dois a três anos ao semeio do Capim Buffel para garantir um bom
desenvolvimento inicial da espécie arbórea.
No Sistema CBL (Caatinga + Buffel + Leucena), comparado com o
sistema exclusivo de Caatinga (C), tradicional da região, e com o sistema
de Caatinga + Buffel (CB), os resultados parciais em ganho de peso
mostraram uma acentuada superioridade do grupo CBL sobre o grupo C,
mas moderada sobre o grupo CB. O peso médio no final do terceiro ano
nos animais do CBL foi de 342,7 kg, correspondendo a um incremento de
220% em relação ao peso inicial de 107,1 kg e 48% maior que o incremento
verificado no C (158,5 kg), mas apenas 16% maior que o observado no CB
(200,5 kg).
No SAF envolvendo a produção de borracha natural de Maniçoba
em consórcio com espécies forrageiras, como a Palma Forrageira, e
com Feijão Guandu Cajanus cajan, a exploração do látex, feita por um
período de nove semanas, em 1988, mostrou uma produção variável de
borracha de 5,2 g a 535,0 g por árvore, ficando a média próxima a 100,0
g. Entre as árvores estudadas, 17,5% produziram mais de 20 g de borracha
por semana, sendo que 5% produziram mais de 40 g, o equivalente a
20 kg/ha/semana. A produção por área foi de 33,0; 62,0 e 27,0 kg/ha
para a maniçoba isolada, maniçoba x palma e maniçoba x guandu,
respectivamente.

123
No Sistema Silvipastoril envolvendo o consórcio de Eucalipto com
Gramíneas Forrageiras utilizando o Eucalyptus camaldulensis com
Capim Urochloa Urochloa mosambicensis; Capim Buffel C. ciliaris e Panic
Pannicum maximum, o eucalipto, com oito anos de idade, após ter sido
invadido de forma natural pelas gramíneas, teve parte de sua área cercada
para o estudo. A avaliação da cobertura do estrato herbáceo mostrou
uma ocupação de 63% da área com gramíneas, sendo representadas por
Capim Urochloa (90%), Buffel e Panic (10%), com uma média de 8,75%
de proteína bruta. Novilhas com 30 meses e 230,0 kg de peso vivo inicial
permaneceram na área por um período de três meses, numa taxa de
lotação de 2,7 animais/ha. Os resultados preliminares mostraram um
incremento médio de 57,0 kg por animal, correspondendo a 600 g/
animal/dia. Valores acima da média (500,0 g) para outros animais com
as mesmas características e em igual período em pastagem de Capim-
Buffel Cv. Biloela foram observados.
Já para os SAFs Quebra-Ventos em Área Irrigadas, destacou-se que,
no período seco, entre os meses de julho a outubro, os ventos chegam
a atingir uma velocidade superior a 250 km/dia (AMORIM NETO, 1989),
causando sérios prejuízos à agricultura regional. Foi usado o Eucalyptus
tereticornis, dada a sua boa adaptação à região e à sua arquitetura
de grande massa foliar e distribuição uniforme dos galhos ao longo do
seu fuste. Mensurações feitas em um dos quebra-ventos, aos 17 meses de
idade, mostraram uma altura média de 7,4 m, com diâmetro de 7,5 cm,
para duas fileiras de eucalipto plantado no espaçamento de 2,5 m entre
plantas e 1,25 entre fileiras. As avaliações da influência dos quebra-
ventos sobre a produtividade agrícola somente seriam realizadas após o
segundo ano da implantação. A produtividade média estimada foi de 50
m³/ha/ano (conforme RIBASKI e EMBRAPA-CPATSA).
– Então quer dizer que a maioria dos SAFs para o Semiárido se voltou
mais para pastagens, Professora? – Perguntou Terro.
– As pesquisas oficiais sim, Terro. Mas temos que lembrar que,
segundo Da Silva6 e colaboradores (2014), no Nordeste brasileiro, e não
só no Semiárido, tudo começou com experiências dispersas pelo Sertão,
com projetos vinculados a Organizações Não Governamentais (ONGs) e
por instituições ligadas à Igreja Católica. Isto quer dizer que muitos SAFs
foram implantados sem apoio e pesquisa oficiais.

124
1992

Em 1992, João Ambrósio, através da publicação “Manipulação da


Vegetação Lenhosa da Caatinga para fins Pastoris”7, trouxe dados sobre
a caatinga e sobre as diferentes formas de manipulação da caatinga na
forma de diversos SAFs.
Assim, para uma Caatinga com densidade de 400 a 13.000 pl/ha e
um sombreamento de 20 a 100%, os autores estabeleciam, inclusive citando
outras fontes, que para o caso da vegetação lenhosa, a contribuição era
de 4.000 kg/fitomassa/ha/ano, representada predominantemente por
folhas verdes ou secas. No caso da vegetação herbácea, a contribuição
era de cerca de 2.500 kg/ha/ano a 600 kg/ha/ano.
Mas nem toda esta Fitomassa era palatável ou de forragem. Assim,
eram calculados cerca de 270 kg/ha/ano de forragem para caprinos e de
220 kg/ha/ano para bovinos, resultando, inclusive, em uma capacidade de
suporte de 1,3 ha/ano/matriz adulta de caprino como pode ser observado
no quadro resumo abaixo.

Caatinga Dados Fonte


Densidade de Árvores e Arbustos
400 a 13.000 CEARÁ (1982)
(pl/ha)
Sombreamento (%) 20 a 100 CEARÁ (1982)
Fitomassa Lenhosas Folhagens
4.000 CEARÁ (1982) Pfister (1983) Kirmse (1984)
(kg/ha)
Fitomassa Herbácea kg/ha 2.500 a 600
Forrageamento Caprinos (kg/ha/
270
ano)
Forrageamento Bovinos Forra-
220
gem (kg/ha/ano)
Forrageamento Matéria Seca/
900
Animal (g/dia)
Capacidade Suporte Caprino
1,3
Adulto (cabeça/ano/ ha)
Fonte: De Araújo Filho (1992)8

Para uma Caatinga Manipulada na forma de SAFs, os coeficientes


são muito expressivos em relação à Caatinga Nativa.
Desta forma, se saía, por exemplo, de uma lotação de 1,3 a 1,5 ha/
ano/matriz adulta de caprino para 0,5 a 0,7 ha/ano/matriz adulta de
caprino em Caatinga Rebaixada e Caatinga Raleada. Para bovinos, os
dados são ainda mais promissores, pois se saía de 10,0 a 12,0 ha/ano/
matriz adulta de bovino em Caatinga Nativa para 2,5 a 3,0 ha/ano/
matriz adulta de bovino em Caatinga Raleada. Isto pode ser observado

125
no quadro resumo abaixo.
Enquanto na Caatinga Nativa o ganho de peso vivo/ha/ano de
caprino era da ordem 20,0 kg, em Caatinga Rebaixada e em Caatinga
Raleada estes valores chegavam a 40,0 e 37,0 kg, respectivamente.
E, em caso de Períodos Secos mais intensos, enquanto na Caatinga
Nativa o decréscimo pode ser de até 70%, em Caatinga Rebaixada este
valor passa a ser de 52%, e na Caatinga Raleada de 22%.

Fonte: De Araújo Filho (1992)9

A partir destes coeficientes utilizando como base a caatinga nativa e


manipulada, houve uma verdadeira “revolução” no modo de pensar, agir
e fazer. Já não se pensava mais só na derrubada da caatinga (caatinga
desmatada), embora os dados de produção para bovinos fossem elevados.
Se passou a ver que a manipulação e tecnificação apresentavam
inúmeros benefícios, incluindo a manutenção de boa parte da diversidade
vegetal e o controle da erosão.
– Que notícia boa, Professora!!! – Observou Hidra.
– Mas é uma pena que estes exemplos não sejam seguidos...
Também não existe nenhuma Política Pública mais ostensiva sobre SAFs
no Semiárido. – Ressaltou a professora.

126
1999

Em 1999, João Ambrósio e Barbosa, na publicação “Sistemas Agrícolas


Sustentáveis para Regiões Semi-áridas”10 e na “Proposta de um Sistema
de Produção para o Trópico Semiárido Brasileiro” definiram parcelas de
produção, sendo uma destinada à produção agrícola, outra à produção
pecuária e a última à extração madeireira.
Para as Parcelas Agrícolas, os autores observaram a necessidade
de se deixar um sombreamento de 15 a 20% e um número mínimo de
espécies lenhosas de 100 pl/ha; e de se realizar o plantio em faixas de
cultivo e faixas de vegetação nativa de caatinga; bem como de se fazer
um enriquecimento com leguminosas.
Sombrea-
Árvores Rebaixamento Roço Rebrotas Consumo
mento Leguminosas
por Seletivo Rebrota Estacas/Lenha Destoca- Culturas Anual
Parcelas Leiras nas Restolhos
Hectare por Plantas mento Agrícolas Forra-
Leiras
Nº 30-40 cm anos nº gem %
%
Pr o d u çã o
15-20 100 - - - Não Faixas Sim Sim Sim -
Agrícola

Árvores e
Pr o d u çã o
35-40 200 Arbusto 2-3 02 a 03 - - - - - 60
Pecuária
Forrageiros

Extração
- - - - - - - - - - -
Madeireira

Fonte: De Araújo Filho et al (1999)11

2004

À medida que o tempo passa, novos coeficientes vão surgindo. Em


2004, Drumond e Morgado, na pesquisa “Espécies Arbóreas Alternativas
para Sistemas Agroflorestais no Semi-árido Brasileiro”12 descreveram
as espécies arbóreas Leucena Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit.
Gliricídia Gliricidia sepium ( Jacq.) Steud e Algaroba Prosopis juliflora (Sw.)
De, obtendo resultados promissores, tais como: a) melhor produção de
forragem, em quantidade e qualidade, em relação às plantas forrageiras
tradicionais e gramíneas introduzidas na região; e b) produção de lenha
em menor espaço e tempo.
Inclusive, obtiveram também dados importantes para a Leucena e
a Gliricídia, que no futuro viriam a ser muito utilizadas em bancos de
proteínas e no enriquecimento da caatinga, tais como os coeficientes da
composição da silagem delas.

127
Análise bromatológica de forragem usada na alimentação
de bovinos, com base na matéria seca de leucena e
gliricídia

Fonte: Drumond e Morgado (2004)13

Fonte: Andrade et al (2015)14

Processo de fenação após trituração em máquina forrageira (à esquerda) e


material fenado após desfolhação manual (à direita) da Gliricidia sepium

Fonte: Andrade et al (2015)15


– Eita, Professora, lá em casa todo ano meu pai faz feno e silagem!!!
– Disse Fauno.
– Que beleza, Fauno, isto quer dizer que o seu pai é uma pessoa
prevenida. Não deixa os animais passarem fome nos períodos mais secos.

128
2006

Maia e colaboradores, em 2006, publicaram a pesquisa “Impactos


de Sistemas Agroflorestais e Convencional sobre a Qualidade do Solo no
Semi-Árido Cearense”16. Nesta pesquisa, eles definiram os seguintes SAFs:
- Tratamento Agrossilvipastoril (AGP): Modelo rotativo. Cultivo em
aléias. Milho intercalado por fileiras de Leucena. Período seco, Banco de
proteína. Rebanho de 20 matrizes ovinas. Uma hora diariamente.
- Tratamento Silvipastoril (SILV): Modelo rotativo. Raleamento. 260
árvores por hectare. 38% de cobertura, juntamente com a de mata nativa,
pastagem de mantença. Rebanho de 20 matrizes ovinas.
- Tratamento Agrossilvipastoril Tradicional - 1998 (TR98): Sistema
tradicional. Desmatamento. 16,2 e 12,7 Mg ha-1(MS) de restolhos lenhoso
e folhoso, respectivamente. Queimadas no ano de 1997. Milho em 1998 e
1999. Pousio. Período seco. Forragem e resíduos culturais da área cultivada.
Suplementação alimentar. Rebanho de 10 matrizes ovinas.
- Tratamento Agrossilvipastoril Tradicional – 2002 (TR02): Sistema
tradicional. Desmatamento e queima da vegetação lenhosa em 2001.
Cultivo com milho em 2002. Período seco. Forragem e resíduos culturais da
área cultivada. Suplementação alimentar de um rebanho de 10 matrizes
ovinas.
- Cultivo intensivo (CI): Sistema convencional. Desmatada. Queima
em 1997. Cultivada com milho de 1998 a 2002.
- Mata nativa -1 (MN-1): Caatinga nativa do sistema rotativo.
Testemunha. Período seco. Mantença dos animais.
- Mata nativa -2 (MN-2): Caatinga nativa. Testemunha, sobretudo,
para o Tratamento CI. Período seco. Mantença dos animais.
Os resultados mostram que o Tratamento Silvipastoril (SILV) foi o
mais recomendado para a manutenção da qualidade do solo e produção
de alimentos na região do Semiárido cearense.
2009

E para que não se pense que os Coeficientes Agroecológicos são


medidos apenas acima do solo, a seguir, é demonstrado que também
são medidos abaixo dele. Sousa (2009) publicou um trabalho intitulado
“Diversidade e Atividade de Fungos Micorrízicos Arbusculares em
Agroecossistemas do Semi-árido Paraibano”17, o qual é dividido em
quatro pesquisas, das quais nos interessam três.

129
A Primeira Pesquisa foi denominada “Diversidade e Atividade de
Fungos Micorrízicos Arbusculares após Aplicação de Adubos Orgânicos no
Semi-Árido, Nordeste Brasileiro”, em que foram avaliados os Consórcios
de:
Milho Zea mays L. (var. Sergipano); Feijão Macassar Vigna unguiculata
(L.) Walp (var. Moitinha) e Algodão Herbáceo Gossypium hirsutum L. (var.
H8 – Embrapa CNPA).
Estes consórcios foram conduzidos nos Sistemas de Adubação
Orgânica:
-E – Esterco Caprino incorporado no solo antes do plantio;
-G – Gliricídia incorporada no solo antes do plantio;
-E + G – Esterco e Gliricídia incorporados no solo antes do plantio;
-GC – Gliricídia Aplicada em Cobertura 45 dias após o plantio;
-E+GC – Esterco incorporado no solo antes do plantio e Gliricídia
aplicada em cobertura 45 dias após o plantio;
-T - Tratamento sem adição dos adubos orgânicos.
– Professora o que são Micorrizas? – Perguntou Terro.
– Ah!!! Micorrizas são fungos, ou mofos, como muita gente chama,
que existem no solo e dependem muito da associação com as raízes das
plantas. Elas vivem em simbiose com as plantas. Aumentam a capacidade
das raízes de absorver água e nutrientes e, por sua vez, as plantas
alimentam a elas.

Simulação de fungos micorrízicos associados ao sistema


radicular de plantas
Fonte: Costa et al (2013)18

130
As Micorrizas 19 classificam-se em Ecto, Endo e Ectoendomicorrizas.
Nas endomicorrizas, o fungo desenvolve-se intracelularmente. São
divididas em três tipos distintos: Ericóide, Orquidóide e micorrizas
vesículo arbusculares ou, simplesmente, micorrizas arbusculares, ocorre
em cerca de 80% das espécies de plantas (BONFANTE; PEROTO, 1995). Os
fungos que formam endomicorrizas pertencem a uma de 130 espécies.
As Micorrizas Arbusculares são conhecidas como Fungos Micorrízicos
Arbusculares - FMA.

Colonização micorrízica tipo Paris: hifas mais grossas


enovelam-se intracelularmente
Fonte: Berbara et al (2006)20

Continuando sobre a Primeira Pesquisa, alguns dos resultados


permitiram verificar que:
-Não foi possível identificar o sistema de adubação que mais
favoreceu a comunidade de FMA associada ao milho e ao feijão, contudo
estes foram superiores ao tratamento sem adição dos adubos orgânicos.
-Nos anos estudados (2006 e 2007), o Sistema de Adubação E+GC
(Esterco + Gliricídia) favoreceu a produção de esporos e de glomalina
na rizosfera do algodoeiro-Em 2007, um ano seco, independentemente
do sistema de adubação e da cultura, houve aumento significativo da
densidade de esporos, colonização micorrízica, produção de glomalina
(com exceção do algodão), e observado que há riqueza de espécies de
FMA;
-Os Sistemas E (Esterco Caprino) e E+GC (Esterco + Gliricídia)
apresentaram maior riqueza de espécies que os demais sistemas de
adubação, independente da cultura e do ano.
– Professora, o que é Glomalina? – Perguntou Terro.

131
– É uma glicoproteína produzida pelos Fungos Micorrízicos
Arbusculares – FMA, e que é associada à formação e estabilização de
agregados do solo e à dinâmica no estoque de carbono 21. Ou seja, quanto
maior a presença dela, maior a estabilidade do solo.

“A Glomalina é naturalmente marrom. Um procedimento laboratorial reve-


la glomalina em hifas e agregados do solo como o material verde brilhante
mostrado aqui”.
Fonte: Nichols (s.d.)22

-E o que são esporos? -Perguntou Terro.


-Esporos são “... estruturas pequenas produzidas em grande quantidade por
bactérias, fungos e plantas, com capacidade de gerar um novo indivíduo. São
extremamente pequenos e leves e podem permanecer no ar por longos perío-
dos e deslocados por grandes distâncias”23. Veja na figura abaixo alguns tipos
de esporos de alguns FMA.

Tipos de esporos de alguns Fungos Micorrízicos Arbusculares - FMA


Fonte: Saggin Junior (2011)24

132
Já a segunda pesquisa, denominada “Fungos Micorrízicos
Arbusculares em Diferentes Estádios Sucessionais de Caatinga”, foi
conduzida nos Estádios Sucessionais de caatinga:
-1) pasto (P) - áreas de caatinga desmatadas. Capim Buffel Cenchrus
ciliaris. Pasto para o gado. Protegidas com cerca. Predominância de
vegetação herbácea;
-2) Estádio Inicial (EI) - Capim Buffel Cenchrus ciliaris L. Originalmente
pasto para o gado. Protegidas com cercas. Em regeneração natural de 8
a 10 anos. Vegetação composta de arbustos e herbáceas;
-3) Estádio Intermediário (EIT). Capim Buffel Cenchrus ciliaris L.
Originalmente pasto para o gado. Protegidas com cercas. Em regeneração
natural nos últimos 20 a 25 anos. Vegetação composta de herbáceas,
arbustos e árvores;
-4) Estádio Tardio (ET) – Caatinga Madura. Mais de 50 anos. Sem
corte raso ou perturbações antrópicas de maior porte.
Os resultados demonstraram que os FMA demonstraram::
-Ser importantes no estabelecimento das espécies vegetais que
iniciam o processo de revegetação de áreas;
-As áreas apresentaram baixo potencial de infectividade, sugerindo
a introdução de mudas micorrizadas como uma alternativa viável para
acelerar o processo de revegetação;
-Para os anos de 2006 e 2007, com exceção das áreas em estádio
tardio, os reservatórios de glomalina aumentaram com o avanço do
processo de sucessão vegetal;
-As áreas em estádio tardio de sucessão apresentaram elevada
riqueza de espécies de FMA, indicando que o estabelecimento da
vegetação também exerce efeito sobre a comunidade fúngica e que
as espécies de Glomus e Acaulospora predominaram nas áreas, em
ambos os períodos, possivelmente por serem adaptadas às condições de
semiaridez.
A terceira pesquisa foi denominada de “Relações entre Uso da Terra,
Diversidade e Atividade de Fungos Micorrízicos Arbusculares na Região
Semiárida do Nordeste Brasileiro”. Nela foram estudados os:
-1) Cultivo Agrícola Tradicional com consórcio de Milho Zea mays +
Feijão Phaseolus vulgaris;
-2) Pastagem com espécie herbácea perene Capim Buffel Cenchrus
ciliaris;
3) Campo de Cultivo de Palma Opuntia ficus-indica para produção
de forragem.

133
Para cada um dos 03 Sistemas De Uso foram estabelecidas Parcelas
Agroflorestais com a presença de fileiras intercaladas de árvores de
maniçoba e gliricídia ou sem a presença das árvores Sistema Convencional.
Os resultados comprovaram que:
-A presença das árvores favoreceu a esporulação, a colonização
micorrízica e o número de propágulos infectivos de FMA nos sistemas de
uso da terra;
-Para os anos de 2006 e 2007, o sistema de produção de palma,
independentemente da presença das árvores, contribuiu para a produção
de glomalina pelos FMA;
-A maior riqueza de espécies de FMA foi observada nos sistemas de
uso da terra sem a presença das árvores;
-Não houve efeito significativo da presença das árvores e dos
sistemas de uso da terra sobre a riqueza de espécies de FMA e que espécies
do gênero Glomus predominaram independentemente da presença das
árvores, do sistema de uso da terra e do período de coleta.
2010

Na pesquisa “Diversidade e Biomassa Arbórea em Sistemas


Agroflorestais”25, Aguiar e colaboradores analisaram os Agroecossistemas:
1. AGP_C: Sistema Agrossilvipastoril. 1997. Raleamento da vegetação
natural. 20% da cobertura vegetal arbórea nativa. Milho em aleias
formadas por Leucena. Período de seca. Banco de Proteínas. Rebanho de
20 matrizes caprinas.
2.AGP_O: Sistema Agrossilvipastoril. Semelhante ao anterior. Banco
de Proteínas para um rebanho de matrizes ovinas.
3. SILV_C: Sistema Silvipastoril. 1997. Vegetação lenhosa raleada e
rebaixada. 38% da cobertura vegetal. Rebanho de 20 matrizes caprinas.
4. SILV_O: Sistema Silvipastoril. Semelhante ao anterior. Pastejado
por um rebanho de matrizes ovinas.
5. Mata (MATA). Área de caatinga conservada com cerca de 50
anos. Usada como referência.
Os resultados obtidos apontaram quantidade semelhante de
biomassa arbórea entre as áreas manejadas e inferiores à da MATA e que
todas as áreas apresentaram baixa diversidade. Observou-se, também,
que áreas com menor diversidade têm maior quantidade de biomassa
arbórea.
Depois da MATA o AGP_O: Sistema Agrossilvipastoril. 1997.

134
Raleamento da vegetação natural. 20% da cobertura vegetal arbórea
nativa. Milho em aléias formadas por Leucena. Período de seca. Banco
de Proteínas. Rebanho de 20 matrizes ovinas foi o que apresentou maior
produção de biomassa por área.

Biomassa arbórea em área sob sistemas agroflorestais e sob caatinga nativa em Sobral. CE
Fonte: De Aguiar et al (2010)26

2013

Martins e colaboradores, em 2013, publicaram “Produtividade de


Biomassa em Sistemas Agroflorestais e Tradicionais no Cariri Paraibano”27,
assim definindo os Agroecossistemas:
- 1) Sistema de Cultivo Agrícola Tradicional. Espécies herbáceas
anuais. Consórcio Milho Zea mays L. (var. Sergipano) e Feijão Vigna
unguiculata (L.) Walp (var. Moitinha).
- 2) Sistema de Cultivo Agrícola Tradicional. Espécies herbáceas
anuais. Consórcio Milho Zea mays L. (var. Sergipano) e Feijão Vigna
unguiculata (L.) Walp (var. Moitinha). Fileiras de Gliricídia Gliricidia
sepium ( Jacq.) Steud) e Maniçoba Manihot glaziovii Muel Arg.
- 3) Sistemas de Produção de Forragem. Espécie herbácea perene.
Capim buffel Cenchrus ciliaris. Fileiras de Gliricídia Gliricidia sepium
( Jacq.) Steud) e Maniçoba Manihot glaziovii Muel Arg.
- 4) Sistemas de Produção de Forragem. Espécie herbácea perene.
Capim Buffel Cenchrus ciliaris. Fileiras de Gliricídia Gliricidia sepium
( Jacq.) Steud) e Maniçoba Manihot glaziovii Muel Arg.
- 5) Sistemas de Produção de Forragem com Palma Opuntia ficus-
indica. Fileiras de Gliricídia Gliricidia sepium ( Jacq.) Steud) e Maniçoba
Manihot glaziovii Muel Arg.

135
- 6) Sistemas de Produção de Forragem com Palma Opuntia ficus-
indica. Fileiras de Gliricídia Gliricidia sepium ( Jacq.) Steud) e Maniçoba
Manihot glaziovii Muel Arg. Fileiras de Gliricídia Gliricidia sepium ( Jacq.)
Steud) e Maniçoba Manihot glaziovii Muel Arg.

Consórcio de Gliricídia x Milho


Fonte: Fontes e Martins (2010)28

Banco de proteína utilizando Gliricídia sepium adensada (à esquerda) e consorciada com


palma forrageira (à direita)
Fonte: Andrade et al (2015)29

Os resultados demonstraram que:


-A Produtividade Total de Matéria Seca (MS) das espécies cultivadas
(Milho/Feijão, Buffel e Palma), ao longo dos quatro anos do experimento,
foi cerca de 33% maior no sistema sem árvores (SA) que no sistema com
árvores (CA).
-Os cultivos Milho + Feijão produziram significativamente menos
biomassa no sistema CA com redução de cerca de 38%. Esta redução
é esperada, uma vez que a presença de árvores afeta diretamente

136
a produtividade das culturas associadas pela competição por água,
nutrientes e luz (SANCHEZ, 1995; PÉREZ-MARIN et al., 2007).
-Nos sistemas tradicionais (sem fileira de G liricídia e Maniçoba), os
cultivos produziram 33% mais biomassa e a biomassa de milho e feijão foi
o dobro da produzida nos sistemas agroflorestais.

-s Cultivos Tradicionais que mais produziram foram Buffel e


Consórcio Milho e Feijão.
- Já o Capim Buffel foi o cultivo que mais produziu no Sistema
Agroflorestal.
-A produtividade total nos Sistemas Agroflorestais foi 260% maior que
nos sistemas tradicionais, onde a presença de árvores não só aumentou a
produtividade total como conferiu maior estabilidade aos sistemas.
-A Gliricídia produziu nove vezes mais biomassa de folhas, galhos
finos e lenha que a Maniçoba.
– Professora, a minha mãe disse que depois que começou a “misturar”
o plantio de milho, feijão e gliricídia, a produção diminuiu um pouco para
o milho e o feijão. Mas, por outro lado, tem mais ração para os animais e
eles ficam mais bonitos e gordos. – Disse Hidra.
– Pois é, Hidra! Não se pode esquecer que muitas plantas podem
não ser alelopáticas, nem competirem por água e nutrientes, mas podem
reduzir a fotossíntese e a produção das outras pelo sombreamento. Pode
ser que isto esteja acontecendo lá na sua propriedade. Mas tudo tem o
outro lado. Menos feijão, menos milho e mais ração de boa qualidade da
gliricídia.

2013

Em 2013, João Ambrósio, no livro “Manejo Pastoril Sustentável da


Caatinga”30 publicou mais dados sobre a vegetação de caatinga em
quatro situações, com informações valiosas sobre Fitomassa e Forragem,
entre outras. Não são dados explicitamente de SAFs, mas ajudam a
entender a necessidade deles no Semiárido a partir da manipulação da
caatinga.

137
Fonte: Adaptado de Araújo Filho (2013)31

Em uma série de tabelas e quadros disponibilizados neste estudo


outros dados foram sendo informados, como a da composição herbácea,
que é a mais utilizada para forragem, além das folhas verdes, ou secas,
das plantas lenhosas. Assim, à medida que o período vai ficando seco ou
chuvoso, esta disponibilidade muda.
Disponibilidade e composição florística estacional da
fitomassa pastável de caatinga

Fonte: Araújo Filho (2013)32

Outras relações de dados apresentaram quais os componentes entre


Gramíneas, Ervas e Lenhosas que mais ofertam forragem nos períodos
secos ou chuvosos na Caatinga Nativa e na Caatinga Raleada.

138
Participação (%) dos componentes botânicos da caatinga nativa nas dietas de
bovinos, caprinos e ovinos, na estação úmida (E.U.) e na estação Seca (E.S.)

Fonte: Araújo Filho (2013)33

Participação (%) dos componentes botânicos da caatinga raleada nas dietas de


bovinos, caprinos e ovinos, na estação úmida (E.U.) e na estação Seca (E.S.)

Fonte: Araújo Filho (2013)34

Caatinga arbórea e caatinga arborescente arbustiva


aberta
Fonte: Araújo Filho (2013)35

139
Em algumas, são organizados dados da Oferta Forrageira, da
Capacidade de Suporte, do Ganho de Peso Diário, da Produção de Peso
Vivo Anual e as comparações com a Caatinga Rebaixada, Caatinga
Raleada e Caatinga Enriquecida.
Produção anual média de fitomassa (Pfito), disponibilidade de forragem (Dfor),
capacidade de suporte (CSup), ganho de peso diário (GPD) na recria e produção de peso
vivo (PPV) em uma caatinga nativa

Fonte: Araújo Filho (2013)36

Produção anual média de fitomassa (Pfito), disponibilidade de forragem (Dfor),


capacidade de suporte (CSup), ganho de peso diário (GPD) na recria e produção de peso
vivo (PPV) em uma caatinga rebaixada

Fonte: Araújo Filho (2013)37


Produção anual média de fitomassa (Pfito), disponibilidade de forragem (Dfor),
capacidade de suporte (CSup), ganho de peso diário (GPD) na recria e produção de peso
vivo (PPV) em uma caatinga raleada

Fonte: Araújo Filho (2013)38

140
Produção anual média de fitomassa (Pfito), disponibilidade de forragem (Dfor),
capacidade de suporte (CSup), ganho de peso diário (GPD) na recria e produção de peso
vivo (PPV) em uma caatinga enriquecida com capim gramão, com adubação fosfatada

Fonte: Araújo Filho (2013)39

Caatinga enriquecida: estações úmida e seca


Fonte: Araújo Filho (2013)40

Caatinga raleada e enriquecida: estações úmida e seca


Fonte: Araújo Filho (2013)41

141
Caatinga rebaixada: estações úmida e seca
Fonte: Araújo Filho (2013)42
2013

Em 2013, Silva e colaboradores publicaram “Manejo da Caatinga


para Produção de Caprinos”43. Nesta pesquisa, mais uma vez, foram
enfatizados dados para a Caatinga Manipulada na forma de SAFs,
principalmente da Fitomassa Realmente Pastável.
Produção de matéria seca nos diferentes níveis de
manipulação da Caatinga

Fonte: Silva et al (2013)44


2014

No documento “Proposta para a Implementação do Manejo


Pastoril Sustentável da Caatinga”45, mais uma vez João Ambrósio (2014)
acrescentou informações sobre SAFs na Caatinga ao fazer comparações
com dados extraídos da Caatinga Nativa, Caatinga Rebaixada, Caatinga
Raleada e Caatinga Enriquecida.
Neste documento ele repete várias tabelas publicadas em Manejo
Pastoril Sustentável da Caatinga de 2013 e apresenta outras modalidades
como o Sistema de Produção de Caprinos e Ovinos de Corte para o
Nordeste Brasileiro - SISPRO; o Caatinga/Buffel/Leucena - CBL e o SAF-
Sobral.

142
Os dados de Manipulações da Caatinga nas formas Rebaixada,
Raleada e Enriquecida, do SISPRO, do CBL e do SAF-Sobral, com
coeficientes importantes, foram resumidos no quadro abaixo a seguir.

143
João Ambrósio (2014), inclusive, publicou dados comparativos da
produção de milho no Sistema Tradicional e no SAF -Sobral em relação
ao Ceará.
Comparação da produção de milho (kg/ha/ano) no período
1998 a 2007 no estado do Ceará

Fonte: De Araújo (2014)46

Além disso, disponibilizou informações sobre o Peso Médio de


Nascimento, Desmame, Peso Total, Capacidade de Suporte e Produção
de Peso Vivo comparando também o SAF-Sobral ao Sistema Tradicional.

Pesos médios ao nascimento (PN, kg), e ao desmame (PD, kg), ganhos de peso total (GPT,
kg) e diário (GPD, g)capacidade de suporte(CS, cab/ha/ano) e produção de peso vivo (PPV,
kg/ha/ano) dos cordeiros nascidos nas estações úmida (Umi) e seca (Sec) nos sistemas de
produção tradicional (Tr) e no SAF-Sobral.

Fonte: De Araújo (2014)47

Outras tabelas e quadros disponibilizados pelo autor se referiram aos


ganhos e perdas de peso, disponibilidade de forragem e sobre os níveis
de manipulação de Caatinga Nativa, Rebaixada ou Raleada.

144
Ganhos de peso diários médios (g) de bovinos caprinos e ovinos na estação úmida (E. U.) e
estação seca (E. S.), sob os tratamentos de manipulação da caatinga

Fonte: De Araújo (2014)48

Efeitos do ano e da manipulação da caatinga sobre o ganho e percentagem de perda de


peso diário dos bovinos, em pastoreio múltiplo

Fonte: De Araújo (2014)49

Produção de peso vivo animal da caatinga (kg/ha/ano) em diferentes níveis de


manipulação

Fonte: De Araújo (2014)50

Capacidade de suporte da caatinga (UA/ha/ano) para bovinos, caprinos e ovinos, sob


diferentes técnicas de manipulação

Fonte: De Araújo (2014)51

145
Disponibilidade de forragem (Dfor), capacidade de suporte (CSup), ganho de peso diário
(GPD) na recria e produção de peso vivo (PPV) em caatinga manipulada

Fonte: De Araújo (2014)52

Ambrósio (2014), neste estudo, finalizou com alguns dados econômicos sobre a instalação
de um SAF para 20 matrizes ovinas ou caprinas.

Fonte: Adaptado de De Araújo (2014)53

2016

Em 2016, Gonçalves e colaboradores publicaram “Sistemas


Agroflorestais no Semiárido Brasileiro: Estratégias para o Combate
à Desertificação e Enfrentamento das Mudanças Climáticas”54. Ao
descreverem um dos SAFs, relataram alguns coeficientes agroecológicos
de produção.

Fonte Criação Animal Roçado Hortaliças* Frutas** Outros***


Galinha (kg) 20
Ovos (dz) 104
Mel (l) 06
Fava (kg) 50
Milho Pipoca (kg) 40
Milho Crioulo (kg) 60
Feijões (kg) 10
Abobora (kg) 50
Jerimum (kg) 100
Macaxeira (kg) 1.000
Guandu (kg) 30
Quilogramas 100 3.000
Diversos -
* Alface, Quiabo, Maxixe, Cenoura, Capuchinha, Rúcula, Espinafre, Coentro, Cebolinha, Rabanete, Salsa,
Couve, Vagem, Quiabo, Quiabo De Metro, Tomate, Abobrinha, Hortelã, Chuchu
** Mamão, Maracujá, Laranja, Bergamota, Pêssego, Manga, Acerola, Caju, Banana, Lima, Seriguela, 146
Jaca, Goiaba, Amora, Amendoim de Árvore, Romã, Pinha, Graviola, Atemóia, Cajá, Ingá, Limão,
Jabuticaba, Fruta de Palma, Jamelão, Araçá, Macaúba/Macaíba, Calazan, Jatobá, Araticum e Murta
*** Sementes, Mudas, Forragens, Lenha, Frutas Nativas, Cambuí, Murta e Flores.
2018

Moreira (2018), ao publicar “Avaliação de um Sistema Agroflorestal


na Região de Itaparica, Semiárido Pernambucano”55 descreveu SAFs
compostos de Angico Anadenanthera colubrina; Aroeira-do-Sertão
Myracrodruon urundeuva; Eucalipto Clones MA 2000 e Clone MA 2001
de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus tereticornis e Feijão-Caupi Vigna
unguiculata Cultivares Miranda - IPA 207 e BRS Tumucumaque.
Houve a implantação dos consórcios: Feijão Isolado; Angico x Feijão;
Aroeira X Feijão; Clone MA 2000 x Feijão e Clone 2001 x Feijão.
Foram obtidos os seguintes resultados:
-As maiores médias em altura para as culturas florestais foram
alcançadas no espaçamento 3,0 m x 2,0 m;
-O Clone MA 2001 foi o que apresentou a maior média de crescimento
em altura para os clones de eucaliptos avaliados;
-Entre as espécies nativas avaliadas, o maior crescimento médio em
altura foi verificado para o angico;
-Os consórcios entre as espécies nativas, angico e aroeira,
apresentaram os melhores resultados em relação à produtividade
do Feijão-Caupi; o Feijão-Caupi em monocultivo obteve as maiores
produtividades em relação aos sistemas agroflorestais;
-O Sistema Agroflorestal apresentou melhor desempenho financeiro
em relação aos monocultivos, com receitas positivas desde o primeiro
ano do projeto;
-A Combinação “Lenha e Estacas” proporcionou as maiores receitas
em todos os sistemas avaliados, sendo mais lucrativo quando comparado
com a venda de apenas lenha.
Mas outros dados também puderam ser analisados, como a
sobrevivência das mudas plantadas.
Taxa de sobrevivência (%) das espécies usadas no plantio dos sistemas agroflorestais e
em monocultivo em uma área experimental instalada na Estação Experimental do IPA, no
município de Belém do São Francisco, PE

Fonte: Moreira (2018)56

147
Também foram analisados dados de produção do Feijão Caupi
isolado e em SAFs.'
Produtividade do feijão-caupi nos sistemas agroflorestais
e em monocultivo

Fonte: Moreira (2018)57

A pesquisa supracitada trouxe algumas inovações, como o cálculo


das receitas geradas em monocultivo e em SAFs.
Receitas geradas com venda de feijão-caupi produzido em
monocultivo e nos sistemas agroflorestais

Fonte: Moreira (2018)58

148
- Logo abaixo podemos observar que o Fluxo de Caixa apontou
dados positivos para o SAF com Eucalipto. O uso de Fluxo de Caixa não é
muito comum em análises de SAFs.
Fluxo de caixa considerando a venda de lenha e a venda da lenha em
conjunto com estacas no sistema em monocultivo dos dois clones de
eucalipto no espaçamento 3 m x 2 m aos 36 meses

Fonte: Moreira (2018)59

– Professora, o que é Fluxo de Caixa? – Perguntou Hidra.


– Segundo a Caixa Econômica Federal 60 Hidra, Fluxo de Caixa é um
instrumento que o empresário/agricultor/criador usa para acompanhar
a situação financeira da sua empresa/propriedade, e consiste em um
relatório/planilha com informações sobre toda a movimentação de
dinheiro gasto ou recebido em um determinado período de tempo. Pode
ser bem simples, como a tabela acima. Entendido?
– Sim, Professora!!! – Responderam todos.
– Pois bem, crianças, até a próxima aula!!!

149
Referências
1
Conferir: CAPORAL, Francisco Roberto; PAULUS, Gervásio; COSTABEBER, José Antônio. Agroecologia:
uma ciência do campo da complexidade. 2009.http://www.emater.tche.br/site/arquivos_pdf/teses/
Agroecologiaumacienciadocampodacomplexidade.pdf;
2
Conferir: FREIRE, L. C. et al. Alguns aspectos econômicos sobre a implantação e utilização de capim
buffel em área de caatinga. EMBRAPA-CPATSA, 1982.https://www.embrapa.br/en/busca-de-
publicacoes/-/publicacao/132090/alguns-aspectos-economicos-sobre-a-implantacao-e-utilizacao-
de-capim-buffel-em-area-de-caatinga;
3
Conferir: FREIRE, L. C. et al. Alguns aspectos econômicos sobre a implantação e utilização de capim
buffel em área de caatinga. EMBRAPA-CPATSA, 1982.https://www.embrapa.br/en/busca-de-
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de-capim-buffel-em-area-de-caatinga;
4
Foi deixada a grafia da época;
5
Conferir: RIBASKI, Jorge. Sistemas agroflorestais no Semi-Arido brasileiro. In: Embrapa Semiárido-
Artigo em anais de congresso (ALICE). In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO
FLORESTAL, 2., 1991, Curitiba. Sistemas agroflorestais no Brasil: aspectos técnicos e econômicos: anais.
Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1992., 1992. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/133041;
6
Conferir: DA SILVA, Teresinha Teixeira; DRUMOND, Marcos Antonio; BAKKE, Ivonete Alves. Agrofloresta
no Semiárido cearense: uma experiência de sucesso no município de Nova Olinda. In: Embrapa
Semiárido-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: CONGRESSO INTERNACIONAL DA REALIDADE
SEMIÁRIDA, 2.; SIMPÓSIO ALAGOANO SOBRE ECOSSISTEMAS DO SEMIÁRIDO, 3., 2014, Delmiro
Gouveia. Anais... Delmiro Gouveia: UFLA, Campus do Sertão, 2014., 2014. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/
digital/bitstream/item/111855/1/Drumund-2014.pdf;
7
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, J. A. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins pastoris.
Embrapa Caprinos e Ovinos-Circular Técnica (INFOTECA-E), 1992.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.
br/bitstream/doc/514296/1/CT11.pdf;
8
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, J. A. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins pastoris.
Embrapa Caprinos e Ovinos-Circular Técnica (INFOTECA-E), 1992.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.
br/bitstream/doc/514296/1/CT11.pdf;
9
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, J. A. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins pastoris.
Embrapa Caprinos e Ovinos-Circular Técnica (INFOTECA-E), 1992.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.
br/bitstream/doc/514296/1/CT11.pdf;
10
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio; BARBOSA, Tânia Maria Leal. Sistemas agrícolas
sustentáveis para regiões semi-áridas. Embrapa Caprinos e Ovinos-Circular Técnica (INFOTECA-E), 1999.
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/515302;
11
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambròsio; BARBOSA, Tânia Maria Leal. Sistemas agrícolas
sustentáveis para regiões semi-áridas. Embrapa Caprinos e Ovinos-Circular Técnica (INFOTECA-E), 1999.
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/515302;
12
Conferir: DRUMOND, Marcos Antônio; MORGADO, Luiz Balbino. Espécies arbóreas alternativas para
sistemas agroflorestais no semi-árido brasileiro. In: Embrapa Semiárido-Artigo em anais de congresso
(ALICE). Agrossilvicultura, Viçosa, MG, v. 1, n. 1, p. 43-50, 2004., 2004. https://www.alice.cnptia.embrapa.
br/alice/bitstream/doc/155372/1/Agrossilviculturav.1n.1p.43502004.pdf;
13
Conferir: DRUMOND, Marcos Antônio; MORGADO, Luiz Balbino. Espécies arbóreas alternativas para
sistemas agroflorestais no semi-árido brasileiro. In: Embrapa Semiárido-Artigo em anais de congresso
(ALICE). Agrossilvicultura, Viçosa, MG, v. 1, n. 1, p. 43-50, 2004., 2004. https://www.alice.cnptia.embrapa.
br/alice/bitstream/doc/155372/1/Agrossilviculturav.1n.1p.43502004.pdf;

150
14
Conferir: ANDRADE, Brisa Marina Silva et al. Uso da gliricídia (Gliricidia sepium) para alimentação
animal em Sistemas Agropecuários Sustentáveis. Scientia Plena, v. 11, n. 4, 2015.http://scientiaplena.org.
br/sp/article/view/2476;
15
Conferir: ANDRADE, Brisa Marina Silva et al. Uso da gliricídia (Gliricidia sepium) para alimentação
animal em Sistemas Agropecuários Sustentáveis. Scientia Plena, v. 11, n. 4, 2015.http://scientiaplena.org.
br/sp/article/view/2476;
16
Conferir: MAIA, Stoécio Malta Ferreira et al. Impactos de sistemas agroflorestais e convencional sobre
a qualidade do solo no semi-árido cearense. Revista Árvore, v. 30, n. 5, p. 837-848, 2006. https://www.
scielo.br/pdf/rarv/v30n5/a18v30n5.pdf;
17
Conferir: DA SILVA SOUSA, Carla. Diversidade e atividade de fungos micorrízicos arbusculares em
agroecossistemas do semi-árido paraibano. 2009.https://attena.ufpe.br/handle/123456789/9295;

Conferir: DA COSTA, R. S. C. et al. Micorrizas arbusculares em sistemas agroflorestais. Embrapa


18

Rondônia-Documentos (INFOTECA-E), 2013.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/


doc/1011986;

Conferir: HOFFMANN, L. V.; LUCENA, V. S. Para entender Micorrizas Arbusculares. Embrapa Algodão-
19

Documentos (INFOTECA-E), 2006. https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/276480/1/


DOC156.pdf;
20
Conferir: BERBARA, Ricardo LL; SOUZA, Francisco A.; FONSECA, H. M. A. C. III-Fungos micorrízicos
arbusculares: muito além da nutrição. Nutrição mineral de plantas. Sociedade Brasileira de Ciência
do Solo, Viçosa, MG, p. 74-85, 2006.https://www.researchgate.net/profile/Ricardo-Berbara/
publication/266571800_III_-FUNGOS_MICORRIZICOS_ARBUSCULARES_MUITO_ALEM_DA_NUTRICAO/
links/54b95a810cf24e50e93d2cbf/III-FUNGOS-MICORRIZICOS-ARBUSCULARES-MUITO-ALEM-DA-
NUTRICAO.pdf;
21
Conferir: VIANA, João Herbert Moreira; DOS SANTOS, Evani Duarte. A fração glomalina e a estabilidade
de agregados de diferentes Latossolos. In: Embrapa Milho e Sorgo-Artigo em anais de congresso
(ALICE). In: REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 18., 2010, Teresina.
Novos caminhos para a agricultura conservacionista no Brasil. Teresina: Embrapa Meio-Norte:
Universidade Federal do Piauí, 2010., 2010.https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/
publicacao/860389/a-fracao-glomalina-e-a-estabilidade-de-agregados-de-diferentes-latossolos;

Conferir: Nichols, K. DOES GLOMALIN HOLD YOUR FARM TOGETHER? https://www.ars.usda.gov/


22

ARSUserFiles/30640500/Glomalin/Glomalinbrochure.pdf;
23
Conferir: Magalhães, N. Esporos. https://www.todamateria.com.br/esporos/#: :text=Os%20esporos%20
s%C3%A3o%20estruturas%20pequenas,serem%20deslocados%20por%20grandes%20dist%C3%A2ncias;
24
Conferir: SAGGIN JUNIOR, O. J. et al. Manual de curadores de germoplasma-micro-organismos:
fungos micorrízicos arbusculares. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia-Documentos
(INFOTECA-E), 2011.https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/933491;
25
Conferir: DE AGUIAR, Maria Ivanilda et al. Diversidade e biomassa arbórea em sistemas agroflorestais.
In: Embrapa Caprinos e Ovinos-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: REUNIÃO BRASILEIRA DE
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 18., 2010, Teresina. Novos caminhos para a agricultura
conservacionista no Brasil. Teresina: Embrapa Meio-Norte: Universidade Federal do Piauí, 2010. 4 f. 1
CD-ROM., 2010. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/142053/1/CNPC-Diversidade-e-
biomassa.pdf;
26
Conferir: DE AGUIAR, Maria Ivanilda et al. Diversidade e biomassa arbórea em sistemas agroflorestais.
In: Embrapa Caprinos e Ovinos-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: REUNIÃO BRASILEIRA DE
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 18., 2010, Teresina. Novos caminhos para a agricultura
conservacionista no Brasil. Teresina: Embrapa Meio-Norte: Universidade Federal do Piauí, 2010. 4 f. 1
CD-ROM., 2010. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/142053/1/CNPC-Diversidade-e-
biomassa.pdf;

151
27
Conferir: MARTINS, Júlio CR et al. Produtividade de biomassa em sistemas agroflorestais e tradicionais
no Cariri Paraibano. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 17, p. 581-587, 2013.https://
www.scielo.br/j/rbeaa/a/hzNtfSrJcfmtGDdSpgYdvCm/?format=pdf&lang=pt;
28
Conferir: Fontes, H.R. Martins, C.R. 2010. Embrapa. Ageitec. Árvore do Conhecimento.
Coco. Cultivo nas Entrelinhas.https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/coco/arvore/
CONT000gl5m1ff702wx5ok0xkgyq5mt1fmml.html;
29
Conferir: ANDRADE, Brisa Marina Silva et al. Uso da gliricídia (Gliricidia sepium) para alimentação
animal em Sistemas Agropecuários Sustentáveis. Scientia Plena, v. 11, n. 4, 2015.http://scientiaplena.org.
br/sp/article/view/2476;
30
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
31
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
32
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
33
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
34
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf
35
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
36
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
37
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
38
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
39
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
40
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
41
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;

152
42
Conferir: ARAÚJO FILHO, J. Manejo pastoril sustentável da caatinga. IICA, Brasília (Brasil) Projeto Dom
Helder Camara, Recife (Brasil) Projeto SEMEAR, Brasília (Brasil) Associação Brasileira de Agroecologia,
Rio Grande do Sul (Brasil), 2013.:https://repositorio.iica.int/bitstream/11324/4209/1/BVE17099221p.pdf;
43
Conferir: SILVA, Aderbal Marcos de Azevedo et al. Manejo da Caatinga para produção de caprinos e
ovinos. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v. 14, p. 77-90, 2013.https://www.scielo.br/j/rbspa/
a/733ThmLwSpcP7B7vxVw6qMy/?format=pdf&lang=pt;
44
Conferir: SILVA, Aderbal Marcos de Azevedo et al. Manejo da Caatinga para produção de caprinos e
ovinos. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v. 14, p. 77-90, 2013.https://www.scielo.br/j/rbspa/
a/733ThmLwSpcP7B7vxVw6qMy/?format=pdf&lang=pt;
45
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdftir;
46
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdftir;
47
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdftir;
48
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdftir;
49
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdftir;
50
Conferir: DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdftir;
51
Conferir:DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdftir;
52
Conferir:DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdftir;
53
Conferir:DE ARAÚJO FILHO, João Ambrósio. Proposta para a implementação do manejo pastoril
sustentável da Caatinga. 2014.https://ava.icmbio.gov.br/pluginfile.php/4592/mod_data/content/19225/
manejo_sustentavel_caatinga.pdftir;
54
Conferir: GONÇALVES, A. L. R. Sistemas Agroflorestais no Semiárido Brasileiro: estratégias para
combate à desertificação e enfrentamento às mudanças climáticas (136 p.). Recife: Centro Sabiá/
Caatinga, 2016. https://issuu.com/centrosabia/docs/sistemas_agroflorestais_no_semi__ri;
55
Conferir: Moreira, T de A. Avaliação de um Sistema agroflorestal na região de Itaparica, Semiárido
pernambucano / Francisco Tibério de Alencar Moreira. – Recife, 2018. 101 f.: il. http://www.ppgcf.ufrpe.br/
sites/www.ppgcf.ufrpe.br/files/documentos/tese_francisco_tiberio_de_alencar_moreira.pdf;
56
Conferir: GONÇALVES, A. L. R. Sistemas Agroflorestais no Semiárido Brasileiro: estratégias para
combate à desertificação e enfrentamento às mudanças climáticas (136 p.). Recife: Centro Sabiá/
Caatinga, 2016. https://issuu.com/centrosabia/docs/sistemas_agroflorestais_no_semi__ri;

153
57
Conferir: Moreira, T de A. Avaliação de um Sistema agroflorestal na região de Itaparica, Semiárido
pernambucano / Francisco Tibério de Alencar Moreira. – Recife, 2018. 101 f.: il. http://www.ppgcf.ufrpe.br/
sites/www.ppgcf.ufrpe.br/files/documentos/tese_francisco_tiberio_de_alencar_moreira.pdf;
58
Conferir: Moreira, T de A. Avaliação de um Sistema agroflorestal na região de Itaparica, Semiárido
pernambucano / Francisco Tibério de Alencar Moreira. – Recife, 2018. 101 f.: il. http://www.ppgcf.ufrpe.br/
sites/www.ppgcf.ufrpe.br/files/documentos/tese_francisco_tiberio_de_alencar_moreira.pdf;
59
Conferir: Moreira, T de A. Avaliação de um Sistema agroflorestal na região de Itaparica, Semiárido
pernambucano / Francisco Tibério de Alencar Moreira. – Recife, 2018. 101 f.: il. http://www.ppgcf.ufrpe.br/
sites/www.ppgcf.ufrpe.br/files/documentos/tese_francisco_tiberio_de_alencar_moreira.pdf;
60
Conferir: CEF. Fluxo de Caixa. https://www.caixa.gov.br/educacao-financeira/empresa/fluxo-de-caixa/
Paginas/default.aspx.

154
Ecologia de SAFs no Semiárido

Capítulo 06 - Índices de Diversidade em SAFs de Base Natural


(Vegetação Nativa) e SAFs de Base Construída (Recuperação ou
incremento de Áreas Antropizadas pela Agriculturização e/ou
Pecuarização).

Fauno, Flora, Hidra e Terro são jovens que moram em uma


comunidade rural do Semiárido Brasileiro.
Eles têm uma professora muito aplicada e muito preocupada em
explicar a origem de tudo!!! O nome dela é Dona Fida.

– Olá, crianças!!! O assunto de hoje será Índices de Diversidade em


SAFs. Para tanto, estudaremos alguns SAFs que utilizam a vegetação
da Caatinga como base natural, e outros que foram implantados em
áreas onde já se praticou, ou pratica, a agricultura e/ou a pecuária, que
chamaremos de base construída.
– Para tanto, vou usar mais uma vez a Linha do Tempo!!!

2007

Em 2007, Duque-Brasil e colaboradores, na pesquisa intitulada


“Riqueza de Plantas e Estrutura de Quintais Familiares no Semi-árido
Norte Mineiro”1, reconheceram 101 etnoespécies pertencentes a 34
Famílias Botânicas, sendo Pinha Annona sp; Manga Mangifera indica L;
Mamão Carica papaya L e Goiaba Psidium guajava L as mais frequentes.

155
O Café Coffea arabica L se destacou em abundância (177 indivíduos),
junto com Pinha Annona sp (168 indivíduos) e Mamão C. papaya (106
indivíduos), mas ocorreu em apenas 08 quintais. A área dos quintais
amostrados variou de 0,1 ha a 0,85 ha e a riqueza de 12 a 38 etnoespécies
de plantas.
As famílias que apresentaram maior número de etnoespécies
reconhecidas foram Fabaceae (18 spp.) e Anacardiaceae (14 spp.).
As Mangas Mangifera indica L contribuíram com cerca de 4% da
cobertura vegetal total amostrada, sendo as mais representativas no
fornecimento de sombra, seguidas de Pinha A. squamosa; Coco Cocos
nucifera L; Café C. arabica; Siriguela Spondias purpurea L e Umbu
Spondias tuberosa Arr. Câm

Fonte: Duque-Brasil et al (2007)2


– Professora, o que é Etnoespécie? – Perguntou Flora.
– Etnoespécie, Flora, neste caso é um sinônimo de nome popular de
uma planta3.

Quintal Produtivo
Fonte: Crispim (2019)4

156
2009

Silva e colaboradores, em 2009, em uma pesquisa denominada


“Análise Florística e Estrutural do Estrato Arbóreo-Arbustivo de um
Sistema Agroflorestal na Caatinga, em Sobral – CE”5, representado pelo
raleamento aleatório da vegetação lenhosa (redução da densidade) e
plantação de renques de Leucena Leucaena leucocephala, espaçados
de 3,0m com cultivo a cada ano de Milho Zea mays entre os renques
encontraram 24 indivíduos, distribuídos em 04 famílias e 06 espécies.
Boraginaceae foi a família que apresentou o maior número de indivíduos
e Fabaceae o maior número de espécies.
A espécie que apresentou o maior Valor de Importância foi Pau
Branco Auxemma oncocalyx, apresentando também a maior Dominância
(72,4%) e Densidade (62,5%). Para Frequência relativa, as espécies Pau
Branco A. oncocalyx e Catingueira Caesalpinia bracteosa apresentaram
os mesmos valores (30,8%). O Índice de Diversidade de Shannon foi de
1,20 e a Equabilidade igual 0,44.
– Vocês devem estar lembrados destes termos: valor de importância,
dominância, densidade, frequência, índice de diversidade, equabilidade...
Não é, crianças? Nós os vimos na aula sobre Princípios Ecológicos.
– Sim, Professora, lembramos. – Responderam todos.
Os resultados apontaram que a diversidade encontrada no Sistema
Agroflorestal permitiu preservar árvores nativas da Caatinga ao mesmo
tempo em que produziu a cultura agrícola para o sertanejo, sem a
necessidade de desmatamento.
Tabela 1 - Densidade relativa (DR), Dominância relativa (DOR), Freqüência relativa (FR),
Índice de valor de importância (IVI), de um sistema agroflorestal. Sobral. 2008.

Fonte: Silva et al (2009)6

157
2010

Aguiar e colaboradores (2010), em “Diversidade e Biomassa Arbórea


em Sistemas Agroflorestais”7, estudaram os seguintes Agroecossistemas
na Caatinga:
1. AGP_C: Sistema Agrossilvipastoril. Implantado em 1997.
Raleamento da vegetação natural. Preservação de 20% da cobertura
vegetal arbórea nativa. Cultivo do Milho em aleias formadas por Leucena.
Período de seca utilizada como Banco de Proteínas. Rebanho de 20
matrizes caprinas. Uma hora diariamente pelo período da manhã.
2.AGP_O: Sistema Agrossilvipastoril. Semelhante ao anterior.
Banco de Proteínas para um rebanho de matrizes ovinas.
3. SILV_C: Sistema Silvipastoril. Implantado em 1997. Vegetação
lenhosa raleada e rebaixada. Preservação de, aproximadamente, 38% da
cobertura vegetal. Pastagem para um rebanho de 20 matrizes caprinas.
4. SILV_O: Sistema Silvipastoril. Semelhante ao anterior. Pastejado
por um rebanho de matrizes ovinas.
5. Mata (MATA). Área de caatinga conservada com cerca de 50
anos. Usada como referência.
Como resultados, encontraram o predomínio da densidade arbórea
na Caatinga conservada, como era esperado, e que nas áreas manejadas
ela varia de 100 a 228 indivíduos por hectare e de 5% e 11% da densidade
da caatinga que foi de 1.938 ind/ha.
Densidade arbórea e indice de diversidade de Shannon em áreas
sob sistemas agroflorestais e sob caatinga nativa (Sobral - CE)

Fonte: De Aguiar (2010)8

Os baixos índices de diversidade para todas as áreas estudadas,


incluindo a Caatinga conservada, se explicaram pelas elevadas
dominâncias de Pau Branco A. oncocalyx (Allem.) Baill e Mofumbo
Combretum leprosum Mart., que somadas representam 69% dos indivíduos
presentes na área. Já nas áreas AGP_C; AGP_O; SILV_C e SILV_O, somente
a espécie Pau Branco A. oncocalyx (Allem.) Baill representou 53%, 30%,
52% e 56% dos indivíduos encontrados em cada área, respectivamente.
– Quer dizer, Professora, que mesmo existindo uma mata de Caatinga

158
bem “fechada” e bem “grossa” ela pode ser pobre em diversidade? –
Perguntou Hidra.
– Sim, Hidra! Muitos locais favorecem a presença maior de algumas
plantas naturalmente, como é o caso da Sabiá e do Pau Branco. Já em
outros, é pelo fato de que esta Caatinga foi “mexida” no passado e outras
plantas passam a dominar o local. Ou mesmo, em áreas de agricultura e
pastagem abandonadas, é comum a ocupação primeiro por Marmeleiros,
Mofumbos, Malva Branca, Velames, Juremas Pretas, entre outras plantas.
São plantas mais rústicas. Elas estão cumprindo uma função ecológica
como pioneiras, ou seja , permitindo que, depois, outras plantas mais
exigentes possam ocupar a área futuramente.
A diversidade arbórea observada nas áreas manipuladas/manejadas
foi semelhante à da Caatinga, respaldando a ideia de que, com os SAFs,
pode-se manter níveis semelhantes aos das áreas nativas.

Caatinga Raleada
Fonte: Fernandes (2019)9

159
2019

Mendes (2019) realizou uma pesquisa denominada “Potencialidades


do Sistema Agroflorestal para Reflorestamento da Caatinga: Uma
Experiência no Assentamento Moacir Lucena- Apodi/RN”10, na
qual correlacionou um SAF de 10 hectares, manejado 16 anos para
reflorestamento em Área Degradada na caatinga; uma área deixada em
Pousio para regeneração natural por 22 anos (Reserva Legal - RL) do
próprio assentamento; e uma Área Controle do Parque Nacional Furna
Feia, Unidade de Conservação de Proteção Integral na Mesorregião do
Oeste Potiguar, Microrregião de Mossoró, Bioma Caatinga. Tanto o SAF
como a RL foram antropizados no passado pelo cultivo de algodão.
– Professora, o que é antropizado? – Perguntou Fauno.
– Significa, neste caso, uma área que perdeu as suas características
naturais. Tanto pode ser a mudança de uma Caatinga para uma cultura
de algodão, como foi o caso, ou uma Caatinga raleada, rebaixada ou
enriquecida. Nestes últimos casos, a antropização é menor. Na zona rural,
a antropização se dá principalmente pela agricultura (Agriculturização) e
pela pecuária (Pecuarização).
Para o SAF, foram encontrados 427 Indivíduos, 18 Espécies e 09
Famílias Botânicas. Destacaram-se as Famílias Fabaceae, em Número de
Espécies, e a Boraginaceae, em Número de Indivíduos.
Famílias, número de espécies, número de indivíduos e percentagem de indivíduos na área
de estudo

Fonte: Mendes (2019)11


O SAF provou ainda ser uma área biodiversa quando comparada a
outras áreas manejadas similarmente na Caatinga ou a áreas preservadas
no Bioma.

160
Composição das pesquisas em florística e fitossociologia na Caatinga

Fonte: Mendes (2019)12


Houve destaque para o Pau Branco Cordia oncocalyx, em Número
de Indivíduos (N); Densidade Absoluta (AD); Densidade Relativa (RD);
Frequência Absoluta (FA) (juntamente com a Catingueira Poincianella
bracteosa); Frequência Relativa (RF) (juntamente com a Catingueira
Poincianella bracteosa); Dominância Absoluta (DoA); Dominância Relativa
(DoR); Índice de Cobertura Vegetal (IVC) e Índice de Valor de Importância
(IVI).
Parâmetros estruturais da vegetação na área de Sistema Agroflorestal. N = Número de
indivíduos; BA = Área basal; AD = Densidade Absoluta; RD = Densidade Relativa; AF =
Frequência Absoluta; RF = Frequência Relativa; DoA = Domínio Absoluto; DoR = Dominância
Relativa; IVC% = Índice de Cobertura Vegetal; IVI% = índice de Valor de Importância

Fonte: Mendes (2019)13

161
Em seguida ao Pau Branco se destacaram a Catingueira Poincianella
bracteosa; o Marmeleiro Croton jacobinnesis; o Mofumbo Combretum
leprosum; o Mororó Bauhinia cheilantha e a Sabiá Mimosa caesalpiniifolia.
Listagem das espécies predominantes em Sistemas Agroflorestais. N: Número de indivíduos:
% porcentagem de indivíduos.

Fonte: Mendes (2019)14

Os resultados mostraram que o Sistema Agroflorestal Sucessional


manejado no assentamento possuiu uma maior riqueza e diversidade
de espécies quando comparados a outras áreas manejadas de forma
semelhante no Bioma Caatinga, o que levou à conclusão de que existia
proximidade dos dados da Agrofloresta com as Áreas Controle e a
potencialidade positiva da utilização do manejo agroflorestal para o
Bioma.
Em termos fitossociológicos e florísticos o manejo, através da
tecnologia do SAF, favoreceu diretamente o aumento da biodiversidade
do local e a recuperação de áreas degradadas, bem como a preservação
da flora e fauna locais, a cobertura do solo e possuiu similaridade com uma
área de vegetação preservada, o que levou a concluir que é verdadeira a
hipótese de que Sistemas Agroflorestais Biodiversos apresentam grande
potencial para reflorestamento em áreas degradadas do Bioma Caatinga.

2009

Mas existe diversidade também no solo e não só acima dele.


Sousa (2009) publicou um trabalho intitulado “Diversidade e Atividade
de Fungos Micorrízicos Arbusculares em Agroecossistemas do Semi-árido
Paraibano”15, dividido em quatro pesquisas, das quais falaremos de três.
– Vocês estão lembrados de que falamos das Micorrizas FMA na
aula sobre Coeficientes Agroecológicos?
– Sim, Professora!!! – Todos responderam.

162
A Primeira Pesquisa foi denominada “Diversidade e Atividade de
Fungos Micorrízicos Arbusculares após Aplicação de Adubos Orgânicos
no Semi-Árido, Nordeste Brasileiro”. Nela foram avaliados os consórcios
de Milho Zea mays L. (var. Sergipano); Feijão Macassar Vigna unguiculata
(L.) Walp (var. Moitinha) e Algodão Herbáceo Gossypium hirsutum L. (var.
H8 – Embrapa CNPA) .
Já os Sistemas de Adubação Orgânica foram identificados como:
E – Esterco Caprino incorporado no solo antes do plantio; G – Gliricídia
incorporada no solo antes do plantio; E + G – Esterco e Gliricídia
incorporados no solo antes do plantio; GC – Gliricídia Aplicada em
Cobertura 45 dias após o plantio; E+GC – Esterco incorporado no solo
antes do plantio e Gliricídia aplicada em cobertura 45 dias após o plantio;
e T - Tratamento sem adição dos adubos orgânicos.
Um outro experimento que pode estar associado a um SAF no
Semiárido, seria o de fornecer a Gliricídia a partir das aleias plantadas,
ou de áreas de plantio mais adensado.
Os resultados demonstraram que não foi possível identificar o sistema
de adubação que mais favoreceu a comunidade de Fungos Micorrízicos
Arbusculares - FMA associados ao milho e feijão. Contudo, estes foram
superiores ao tratamento sem adição dos adubos orgânicos.
Nos anos estudados (2006 e 2007), o sistema de adubação E+GC
favoreceu a produção de esporos e de glomalina na rizosfera do
algodoeiro.
Em 2007, um ano seco, independentemente do sistema de adubação
e da cultura, houve aumento significativo da densidade de esporos,
colonização micorrízica, produção de glomalina (com exceção do
algodão) e riqueza de espécies de FMA.
Os sistemas E e E+GC apresentaram maior riqueza de espécies que
os demais sistemas de adubação, independente da cultura e do ano.

163
Espécies de FMA em cultivo consorciado de milho, feijão e algodão sob
diferentes sistemas de adubação orgânica, durante os dois anos de
condução do experimento em Taperoá, PB.

Fonte: Souza (2009)16

A Segunda Pesquisa foi denominada “Fungos Micorrízicos


Arbusculares em Diferentes Estádios Sucessionais de Caatinga”.
Foi conduzida nos Estádios Sucessionais de Caatinga: 1) pasto (P)
- áreas desmatadas de Caatinga, com Capim Buffel Cenchrus ciliaris
para pasto para o gado, protegidas com cerca e com predominância de
vegetação herbácea; 2) Estádio Inicial (EI) - Capim Buffel Cenchrus ciliaris
L. em local originalmente pasto para o gado, cuja área era protegida com
cerca, estando em regeneração natural em um período de 8 a 10 anos. A sua
vegetação é composta de arbustos e herbáceas; 3) Estádio Intermediário
(EIT), com Capim Buffel Cenchrus ciliaris L., originalmente pasto para o
gado, cuja área estava protegida com cercas e em regeneração natural
nos últimos 20 a 25 anos. Sua vegetação é composta de herbáceas,
arbustos e árvores; 4) Estádio Tardio (ET) – Caatinga Madura, há mais
de 50 anos, sem corte raso ou perturbações antrópicas de maior porte.
Nas áreas estudadas foram identificadas 18 Espécies Vegetais,
pertencentes a 17 Gêneros, distribuídos em 11 Famílias. Destas, 16 Espécies
foram registradas em áreas no estádio tardio de sucessão, 14 Espécies no
estádio intermediário de sucessão e 05 Espécies foram registradas em
áreas no estádio inicial de sucessão. As Áreas De Pasto apresentavam
apenas plantio de Capim Buffel.

164
Espécies arbóreas com indivíduos com diâmetro a altura do peito (DAP) > 3 cm nos estádios
sucessionais de caatinga, em Patos, PB.

Fonte: Sousa (2009)17

As áreas em estádio tardio de sucessão apresentaram elevada riqueza


de espécies de FMA, indicando que o estabelecimento da vegetação
também exerce efeito sobre a comunidade fúngica e que as espécies de
Glomus e Acaulospora predominaram nas áreas, em ambos os períodos,
possivelmente por serem adaptadas às condições do Semiárido.

165
Espécies de FMA nas áreas sob diferentes estádios sucessionais de caatinga, durantes os
períodos chuvoso e seco

Fonte: Sousa (2009)18

A terceira pesquisa foi denominada de “Relações entre Uso da Terra,


Diversidade e Atividade de Fungos Micorrízicos Arbusculares na Região
Semiárida do Nordeste Brasileiro”.
Nela foram estudados os: 1) Cultivo Agrícola Tradicional, com
consórcio de Milho Zea mays + Feijão Phaseolus vulgaris; 2) Pastagem,
com espécie herbácea perene Capim Buffel Cenchrus ciliares; e 3) Campo
de Cultivo de Palma Opuntia ficus-indica, para produção de forragem.
Para cada um dos 03 Sistemas De Uso foram estabelecidas Parcelas
Agroflorestais com a presença de fileiras intercaladas de árvores de
maniçoba e gliricídia ou sem a presença das árvores Sistema Convencional.
A maior riqueza de espécies de FMA foi observada nos sistemas de
uso da terra sem a presença das árvores, onde as espécies do gênero
Glomus predominaram independentemente da presença das árvores, do
sistema de uso da terra e do período de coleta.

166
Espécies de FMA nos sistemas de uso da terra, com e sem presença das árvores em
Taperoá, PB.

Fonte: Sousa (2009)19

– Puxa, Professora, que riqueza o solo tem!!! E só foram estudados


alguns fungos. Imagine o restante dos microrganismos...! – Disse Terro.
- Verdade, Terro. E vejam que alguns são muito adaptados à
semiaridez. Mas assim terminamos mais uma aula. Até a próxima,
crianças!!!

167
Referências
Disponível em: http://www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/view/714/599;
1

2
Conferir: DUQUE-BRASIL, Reinaldo et al. Riqueza de plantas e estrutura de quintais familiares no semi-
árido norte mineiro. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. S2, p. 864-866, 2007.http://www.ufrgs.br/
seerbio/ojs/index.php/rbb/article/view/714/599;
3
Conferir: MIRANDA, Tatiana Mota et al. Etnobotânica de restinga em comunidades caiçaras da
ilha do Cardoso (SP) e da ilha de Santa Catarina (SC). 2006. https://repositorio.ufsc.br/bitstream/
handle/123456789/89087/227236.pdf?sequence=1;
4
Conferir: CRISPIM, M. 2019. Agroflorestas vão mudando a paisagem do Semiárido. https://
agenciaeconordeste.com.br/agroflorestas-vao-mudando-a-paisagem-do-semiarido/;
5
Conferir: SILVA, Valdívida Maria Aragão et al. Análise florística e estrutural do estrato arbóreo-arbustivo
de um sistema agroflorestal na caatinga, em Sobral, CE. In: Embrapa Caprinos e Ovinos-Artigo em
anais de congresso (ALICE). In: WORKSHOP INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA NA EMBRAPA,
2009, Brasília, DF. Resumos e palestras apresentados. Brasília, DF: Embrapa, 2009. 4 f. 1 CD-ROM., 2009.
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/857004;
6
Conferir: SILVA, Valdívida Maria Aragão et al. Análise florística e estrutural do estrato arbóreo-arbustivo
de um sistema agroflorestal na caatinga, em Sobral, CE. In: Embrapa Caprinos e Ovinos-Artigo em
anais de congresso (ALICE). In: WORKSHOP INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA;
7
Disponível em: DE AGUIAR, Maria Ivanilda et al. Diversidade e biomassa arbórea em sistemas
agroflorestais. In: Embrapa Caprinos e Ovinos-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: REUNIÃO
BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 18., 2010, Teresina. Novos caminhos
para a agricultura conservacionista no Brasil. Teresina: Embrapa Meio-Norte: Universidade Federal do
Piauí, 2010. 4 f. 1 CD-ROM., 2010. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/865794
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/142053/1/CNPC-Diversidade-e-biomassa.pdf;
8
Conferir: DE AGUIAR, Maria Ivanilda et al. Diversidade e biomassa arbórea em sistemas agroflorestais.
In: Embrapa Caprinos e Ovinos-Artigo em anais de congresso (ALICE). In: REUNIÃO BRASILEIRA DE
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 18., 2010, Teresina. Novos caminhos para a agricultura
conservacionista no Brasil. Teresina: Embrapa Meio-Norte: Universidade Federal do Piauí, 2010. 4 f. 1 CD-
ROM., 2010. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/865794;
9
Conferir: Fernandes, F.E.P. Embrapa. Multimedia Image Bank. Caatinga manipulada em período seco.
https://www.embrapa.br/en/busca-de-imagens/-/midia/4709001/caatinga-manipulada-em-periodo-
seco;
10
Conferir: MENDES, Matheus Martins. Potencialidades do sistema agroflorestal para reflorestamento da
Caatinga: uma experiência no assentamento Moacir Lucena-Apodi/RN. 2019. https://repositorio.ufrn.br/
bitstream/123456789/28041/1/MatheusMartinsMendes_DISSERT.pdf;
11
Conferir: MENDES, Matheus Martins. Potencialidades do sistema agroflorestal para reflorestamento da
Caatinga: uma experiência no assentamento Moacir Lucena-Apodi/RN. 2019. https://repositorio.ufrn.br/
bitstream/123456789/28041/1/MatheusMartinsMendes_DISSERT.pdf;
12
Conferir: MENDES, Matheus Martins. Potencialidades do sistema agroflorestal para reflorestamento da
Caatinga: uma experiência no assentamento Moacir Lucena-Apodi/RN. 2019. https://repositorio.ufrn.br/
bitstream/123456789/28041/1/MatheusMartinsMendes_DISSERT.pdf;
13
Conferir: MENDES, Matheus Martins. Potencialidades do sistema agroflorestal para reflorestamento da
Caatinga: uma experiência no assentamento Moacir Lucena-Apodi/RN. 2019. https://repositorio.ufrn.br/
bitstream/123456789/28041/1/MatheusMartinsMendes_DISSERT.pdf;
14
Conferir: MENDES, Matheus Martins. Potencialidades do sistema agroflorestal para reflorestamento da
Caatinga: uma experiência no assentamento Moacir Lucena-Apodi/RN. 2019. https://repositorio.ufrn.br/
bitstream/123456789/28041/1/MatheusMartinsMendes_DISSERT.pdf;

168
15
Disponível em: https://attena.ufpe.br/handle/123456789/9295;
16
Conferir: DA SILVA SOUSA, Carla. Diversidade e atividade de fungos micorrízicos arbusculares em
agroecossistemas do semi-árido paraibano. 2009.https://attena.ufpe.br/handle/123456789/929;

Conferir: DA SILVA SOUSA, Carla. Diversidade e atividade de fungos micorrízicos arbusculares em


17

agroecossistemas do semi-árido paraibano. 2009.https://attena.ufpe.br/handle/123456789/929;


18
Conferir: DA SILVA SOUSA, Carla. Diversidade e atividade de fungos micorrízicos arbusculares em
agroecossistemas do semi-árido paraibano. 2009.https://attena.ufpe.br/handle/123456789/929;

Conferir: DA SILVA SOUSA, Carla. Diversidade e atividade de fungos micorrízicos arbusculares em


19

agroecossistemas do semi-árido paraibano. 2009.https://attena.ufpe.br/handle/123456789/929.

169

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