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SABERES

DO
CERRADO
COMER, PLANTAR E COLHER NA SERRA DO CIPÓ
SABERES
DO
Cerrado
COMER, PLANTAR E COLHER NA SERRA DO CIPÓ

Daya Gloor Vellasco


Emmanuel Duarte Almada
(Orgs.)

Belo Horizonte - 2012


AMANU

Arquivo da Amanu
SABERES DO Cerrado
registro das informações levantadas nos de um projeto de doutorado intitulado
momentos anteriores com o objetivo de “Entre as Serras: etnoecologia de duas
ampliar a pesquisa dos saberes tradicionais comunidades quilombolas no Sudeste
COMER, PLANTAR E COLHER NA SERRA DO CIPÓ das comunidades. Isso foi feito através da Brasileiro”. A partir de entrevistas e vivência
aplicação de um questionário elaborado na comunidade foram registrados seus
coletivamente nos encontros de formação. saberes sobre o Cerrado, especialmente
APRESENTAÇÃO Foram entrevistadas pelos Pesquisadores sobre animais que visitam as flores e comem
Essa cartilha representa um esforço de e as futuras gerações, garantindo a Populares 31 moradores das comunidades os frutos de espécies do Cerrado utilizadas
registrar saberes de comunidades da Serra continuidade de seus modos de vida. do Berto, Espada e Xirú. Esta última etapa pela comunidade. A história do Açude,
do Cipó sobre o Cerrado, seus modos de contou com apoio Projeto “FLORELOS: Elos Espada, Xirú e Berto estão fortemente
vida e seus valores. É resultado de pesquisas Esses dois primeiros momentos fizeram Ecossociais entre as Florestas Brasileiras: ligadas. Todas essas comunidades se
distintas, mas que se relacionam. parte do Projeto Vivendo nos Cerrados Modos de vida sustentáveis em paisagens formaram, pelo menos em parte, por
Gerais, da Amanu, que foi possível graças produtivas”, desenvolvido pelo Instituto descendentes de ex-escravos da Fazenda
A pesquisa realizada nas comunidades ao apoio do Programa de Pequenos Sociedade, População e Natureza – ISPN Cipó, a mais antiga da região. Dessa
do Berto, Espada e Xirú teve momentos Projetos Ecossociais – PPP-ECOS, que é e possui o apoio financeiro da União forma, boa parte dos saberes são comuns
e metodologias distintos. Num primeiro coordenado técnico-administrativamente Européia. a todas as comunidades. Devemos
momento, em 2011, foi realizada pela pelo Instituto Sociedade, População e lembrar que, salvo casos especiais, os
Amanu uma pesquisa em 13 propriedades, Natureza. Todos os momentos da pesquisa se deram saberes nessas comunidades só existem
a partir de um questionário semi-estruturado, também como momentos de formação e, a medida em que são compartilhados.
com o objetivo de levantar as mudanças Outro momento dessa se deu em para além da importância de se fazer esse As informações aqui apresentados são
na alimentação das comunidades ao parceria com a educadora e os registro que a cartilha propõe, foi importante uma pequena parte de um balaio cheio
longo do tempo e as principais espécies educandos da turma do MOVA-Brasil1 a criação de espaços de diálogo e reflexão de saberes, histórias, memórias e vidas
do Cerrado utilizadas na alimentação. que existe na comunidade desde entre os moradores das comunidades, de das comunidades. Lembremos o que nos
Essa etapa marcou o início de inscrições 2011. Eles participaram do Curso de modo que pudessem, de forma coletiva, ensinou Dona Geralda do Açude:
para o Curso de Agroextrativismo e Cultura Agroextrativismo e Cultura Popular e dentro relacionar suas vidas com as mudanças
Popular e embasou seu planejamento. dos temas geradores da turma, dentre no mundo que os rodeia e se perceberem “A gente nasce, aprende, vive o que
os quais estavam saúde, agricultura e como protagonistas da própria história. aprendeu e morre sem saber.”
O Curso de Agroextrativismo e Cultura meio ambiente, foram aprofundando Na comunidade do Açude a pesquisa foi
Popular teve duração de um ano, com as discussões geradas e realizando realizada entre 2010 e 2012 como parte
encontros quinzenais, e, ao mesmo tempo atividades sobre a comunidade e seus
em que procurou aumentar o repertório modos de vida.
das comunidades no uso dos alimentos
locais, criou espaços de levantamento Por último, foi criado um grupo de O que trouxe para
e discussão dos saberes tradicionais Pesquisadores Populares, formado por esse projeto E o que eu quero levar
aliados à eles e aspectos relacionados 15 pessoas das três comunidades,
às suas mudanças. Esses encontros, que aprofundou o levantamento e o
baseados em metodologias participativas, Esperança – Conhecimento – Conhecimentos transformadores
foram espaços importantes para que
1
Projeto do Instituto Paulo Freire, inspirado no Movimento de
Alfabetização de Jovens e Adultos criado pelo educador Interesse – Confiança – Desejo – Futuro melhor para todos –
as comunidades pudessem levantar, Paulo Freire
– Capacidade de aprender – Possibilidades de diferentes amanhãs
visualizar e discutir seus saberes e sua
importância, bem como vislumbrar futuros Segurança – Trabalho – Paz – – Tudo de bom – Conhecimento para
possíveis: de um lado a possibilidade Vontade – Força e coragem para melhores dias para o meio ambiente
do esvaziamento das comunidades continuar o amanhã – Otimismo – Experiência – Conhecimento de um
com aumento de sítios, loteamentos, futuro melhor – Resultado – Alegria
condomínios, pastos e monocultura de – Sabedoria – Humildade –
cana e, por outro, o uso sustentável do Possibilidade – Sinceridade - – Amor – Aprendizado – Ensino –
Cerrado pelas comunidades, valorizando Ajuda Responsabilidade – Um bom futuro
os saberes tradicionais, fortalecendo – União
o agroextrativismo e criando opções
de geração de renda local para essas

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Arquivo da Amanu

O Cerrado E SEUS POVOS


O Cerrado é o segundo maior bioma conviver com as milhares de espécies
brasileiro em extensão, sendo menor de plantas e animais que ali existiam.
apenas que a Floresta Amazônica. É
um bioma com ambientes bastante Os colonizadores europeus e os negros
diversificados, sendo formados por que foram chegando, aprenderam
veredas, pelos campos, serras, capões com os indígenas seus saberes sobre
de mata, várzeas, entre outros. Ele ocupa o solo, as plantas e o os animais, e
toda a região do Brasil Central, desde o também ensinaram o que sabiam. As
norte de São Paulo ao Maranhão e Piauí. comunidades que ainda hoje vivem no
Cerrado são herdeiras desses saberes.
No Cerrado também nascem importantes
rios que fornecem água para grande O Cerrado é um dos ambientes mais
parte da população brasileira. Entre eles ricos em espécies de plantas e animais
o principal é o São Francisco, que nasce de todo o planeta. Mas além dessa
na Serra da Canastra e vai desaguar lá na riqueza de espécies, no Cerrado
divisa de Sergipe e Alagoas. também existe uma grande diversidade
de comunidades tradicionais. São
Antes da chegada dos colonizadores comunidades que herdaram esses
principalmente a partir do século XVIII, o conhecimentos, que sabem como
Cerrado era habitado por centenas de conviver com o Cerrado e como usar
povos indígenas. Esses povos, ao longo suas espécies, e dependem de sua
de muito tempo, foram aprendendo a preservação para continuar tendo

GLOSSÁRIO
Biodiversidade = conjunto de todas as espécies e
ambientes que existem em um determinado local.

Ecossistema = é o sistema formado por todas as


espécies que vivem em um determinado lugar e
pelas relações entre elas e o ambiente em que
vivem (rios, terras, ar).

Agroextrativismo = combinação de atividades


agropecuárias (plantio e criação de animais), com
atividades extrativistas (aquelas que usam produtos
da vegetação nativa) em um conjunto de produção
complexo. É importante na reprodução dos modos
de vida das comunidades do Cerrado.

Área de abrangência do Cerrado (Fonte: Conservação Internacional Brasil)

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água, plantando e colhendo, extraindo
remédio, alimento, madeira, fibras e
“É preciso parar de fazer queimadas,
destocação de terra para pastos, parar de A SERRA DO CIPÓ E AS
muitas outras coisas das matas e campos. limpar as beiras dos córregos, de cortar as
Essas comunidades podem nos ajudar
a construir maneiras de conviver com o
árvores, quando for preciso cortar uma é só
plantar outra para nunca ficar sem árvore”.
COMUNIDADES PARTICIPANTES
Cerrado sem destruí-lo, pois o conhecem, Vildete, Espada, durante oficina para
valorizam e podem usá-lo de forma formação de Pesquisadores Populares.
A Serra do Cipó é uma das regiões com maior sociobiodiversidade de todo o país. A Serra
sustentável. Elas têm muito a nos ensinar.
faz parte da Cadeia do Espinhaço, um conjunto de montanhas que vão desde o centro de
Minas Gerais até o sul da Bahia. Ela é um importante divisor de águas entre as bacias do Rio
São Francisco (a oeste) e a do Rio Doce (a leste). As comunidades do Berto, Xirú, Espada
“O Cerrado está se acabando. Devemos “Precisamos continuar preservando as
e Açude situam-se na porção oeste da Serra, no município de Jaboticatubas, em meio a
ter mais cuidado com ele. Com as plantas, não deixando que as pessoas
áreas de Cerrado.
máquinas derrubando o Cerrado, cada desmatem o nosso meio ambiente e
dia a água vai acabando, o verde e os darmos continuidade às plantações que
As quatro comunidades guardam uma origem histórica comum. Os primeiros habitantes
animais desaparecendo”. Diego, Valéria e vêm desde o tempo dos nossos avós”
foram descentes de ex-escravos e trabalhadores agregados da Fazenda Cipó, a mais
Andréia, do Berto e Espada, durante o Valéria, Espada, durante oficina para
antiga da região. Sempre viveram das roças, caça e do extrativismo de plantas do Cerrado.
Curso. formação de Pesquisadores Populares.
Nas últimas três décadas, no entanto, muita coisa mudou na região. Parte das famílias
se mudara para áreas urbanas e a criação do Parque Nacional da Serra do Cipó nos
anos de 1980 intensificou as atividades turísticas. Muitas propriedades se transformaram em
casas de campo ou pousadas. Na comunidade do Açude, por exemplo, grande parte da
comunidade atualmente trabalha em atividades ligadas ao turismo.

Mesmo com essas transformações, as comunidades guardam saberes e memórias sobre


a biodiversidade local, essencial para suas vidas, tanto do ponto de vista econômico
como cultural. Seja no Batuque, no Candombe, nas benzeções, nas Festa de Reis ou
Encomendação das Almas, as plantas e animais da Serra estão sempre presentes para o
preparo dos alimentos, dos remédios ou dos instrumentos musicais.

É sobre essa rica diversidade de saberes, plantas e bichos que queremos falar um pouco
nessa cartilha.

Letícia Gloor/Arquivo da Amanu

“Fui chamado pra jantar:


peixe frito, sabiá.
Doce bão, mangaba dá”

“Engenho novo tá de tremer,


Bota cana nele, deixa moer”

Versos de batuque cantado no


Berto, Espada e Xirú
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OS SABERES ECOLÓGICOS
TRADICIONAIS
Hoje em dia todo mundo fala da Outra coisa importante lembrar é
importância da ciência para o progresso que com as mudanças na socidade
do país e para a melhoria da qualidade muitos saberes das comunidades tem
de vida da população. Mas muito antes se perdido. Muitos filhos e netos não
de surgir a ciência moderna há 200 anos querem mais trabalhar na roça e vão
atrás, a humanidade já tinha desenvolvido para as cidades em busca de melhores
muitas maneiras de conhecer o mundo. condições de vida e nem sempre a
encontram. Se os saberes não são
Desde que a humanidade existe, transmitidos, eles correm o risco de
as pessoas procuravam conhecer o desaparecer.
ambiente onde viviam. Davam nome
para plantas e animais, conheciam os Registrar e guardar os saberes ecológicos
tipos de terra que eram melhor para o das comunidades é uma forma de
plantio, usavam plantas para o cuidado valorizar o modo de vida da roça. Muita
com a saúde (alimento e remédio). Todos gente pensa que viver na cidade “é
esses saberes sobre os ecossistemas que que é bom”. Mas viver na roça pode
as comunidades guardam são chamados ser muito melhor. Quem vive na roça,
de Saberes Ecológicos Tradicionais. no Cerrado, sabe muito e às vezes nem
sabe o quanto sabe.
Diferente da ciência, esses saberes são
formados no dia-a-dia das comunidades,
observando as plantas e os animais, Uso sustentável é quando nós
experimentando diferentes formas de utilizamos algo do Cerrado sem
cultivo e uso. Eles também em geral prejudicá-lo, como o côco
são transmitidos entre as pessoas da [macaúba].
comunidade de forma oral, sem precisar Valéria, Espada, durante o Curso.
escrever num livro, como fazem os
cientistas.
Aqui é o meu lugar.
Hoje em dia os saberes ecológicos
Aqui plantei milho, feijão, mandioca, tradicionais são muito valorizados. Muitas
amendoim, alho, couve... indústrias tentam obter a informação das
Fiz farinha, tempero e tutu, comunidades sobre plantas ou animais
medicinais para fabricar remédios e depois
Fiz fubá, paçoca e angu, vendê-los a preços muito altos, ou como
Chá, canjica. extrair um óleo de qualidade e usá-lo para
desenvolver produtos. Na maioria das
No sossego dessa terra construí meu lar. vezes, de forma injusta, as comunidades
Fiz proeza, não recebem nada em troca. Por isso é
Fartura na mesa pra família alimentar. importante que as próprias comunidades
valorizem e sistematizem seus saberes para
evitar que eles sejam privatizados e assim
Poema coletivo da turma do MOVA gerem benefícios só para alguns poucos.
Comunidade do Berto
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OS SABERES DO CERRADO: OS SABERES ECOLÓGICOS
PLANTAR E COLHER TRADICIONAIS
Para fazer a cansanção com
“É preciso plantar na época certa e fazer “Pode plantar o milho e o amendoim junto Hortaliças tradicionais:
um plantio diversificado”. Agripino, na e tem que observar a lua ”. Ademar, na frango você colhe as folhas
turma do MOVA turma do MOVA - Jurubeba, serralha, ora-pro-nóbis, taioba, da cansanção, lava, corta e
palma, cansanção, azedinha, maxixe, refoga. Com o frango já
bucha, almeirão roxo, beldroega, maria
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez gome, capeba, folha de batata, folha do
pronto, ensopado, mistura
Tempo de cará, cará roxo. a cansanção no meio, deixa
chuva ferver um pouco e serve.
De origem animal:
Tempo de Rosalina, Berto
festas
- Leite, ovo, carne, mel. Produzidos a
Tempo de
partir desses: queijo, requeijão, manteiga,
fruta
iogurte, coalhada, doce de leite, mocotó. Pode fazer suco, bolo,
Tempo de
seca
mangaba pode tomar suco,
bambu faz conserva, jurubeba
Tempo de Açafrão com arroz: 2 xícaras
com carne de porco.
de arroz, 2 dentes de alho,
horta
Maria José, Espada
sal a gosto, 1 colher de óleo,
Tempo de
roçar
1 colher de chá de açafrão.
Junte tudo na panela para
Lobo-lobô com carne de boi:
refogar a coloque água para
Levantamento de alimentos locais pera, jaca, batata-doce, melancia, romã, Tempere a carne, cozinhe,
tamarindo, favaca, coentro, quitoco, cozinhar.
selecione a parte nova da
Plantados (da horta, do quintal, da roça): açafrão, tomilho, gengibre, hortelã, Verônica e Vanessa, Varginha
orégano, manjericão, transage, agrião, planta, lave, corte e refogue,
- Cana de açúcar, mandioca, banana, cenoura, condensa, graviola, acerda, Urucum: pa a seguir coloque na carne.
milho, feijão, arroz branco, arroz vermelho, pepino, ervilha, kiwi, , canela, coco, macá, nha o urucu Sebastião, Berto
feijão andu, feijão miúdo, amendoim, café, jambo, araçá. Há outros produzidos depois de m seco,
debulhado
rapadura, cachaça, farinha de mandioca, a partir desses, como: rapadura, farinha com o fub soca
á, peneira
cebola, tomate, alface, repolho, couve, de mandioca, doces, etc. para o fog e leva Araticum
chuchu, abóbora, cará-chinês, manga, o para tor
Marlene, E rar. ros
jabuticaba, laranja, pêssego, caju, acerola, Do Cerrado: spada as semente a: retirar
cidra, limão comum, goiaba, abacaxi, liquidific s, b a
ador co t er no
cacau, mostarda, alface, cebolinha, - Coco macaúba, coco licuri, mangaba, condens m leite
salsinha, chicória, berinjela, morango, caju do Cerrado, gabiroba, araticum, ado e , leite
vagem, tomate, , beterraba, alho poro, jatobá, cagaitera, figo do campo, Uma boa pedida é o frango farinha
de trig
um cop
o de
quiabo, couve-flor, jiló, pimentão, brócolis, manapuçá, agá, gravatá, ananás, angá, com palmito [da macaúba], forno e
assar,
o. Leva
r ao
também fica ótimo com gema d pincelar
pimentas, nabo, espinafre, rabanete, goiabinha, murici, marmelada, pequi,
vovô, murta, azeitona do mato, angélica, e ovo p com
alho, inhame, guaraná, laranja da terra,
costelinha de porco. Sebast ara dou
maracujina, mexerica, maracujá, ameixa, mama cadela, pau doce, palmito, ião, Ber rar bem
to .
lichia, carambola, mamão, lima, , amora, jenipapo, jambolô, urucum, siriguela, Mariana, Berto
figo, pitanga, caqui, uva, fava, maça, sangue de cristo, bacupari, bosta de
fruta do conde, laranja creme, abacate, cachorro.

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Arquivo da Amanu Arquivo da Amanu
Arquivo da Amanu

Vou ensinar uma receita de mangaba:


Doce em Calda
Ingredientes: mangaba, água e açú
car
Modo de preparo: pega os fru
tos mais novos e
fura todos eles com uma agulha
grossa para sair
todo o leite que ela tem e jog
a dentro de uma
vasilha com água e deixa até o
outro dia. Depois
dá uma fervura com outra água limp
a até que fique
bem macia. Agora coloca os frutos
em uma vasilha e
joga a água fora e no tacho colo
ca água e açúcar
necessários para a quantidade
de mangaba que
tiver. Deixa ferver por um tempo
bom até que fique
uma clada como o doce da laranja
da terra, que é o
ponto de fio como nós chamamos
aqui.
Vildete, Espada

“É importante preservar essas “São as plantas que de certa


plantas pois elas oferecem mais maneira preservam a cultura
qualidade e variedade na nossa do local e pouco a pouco se
alimentação e também na dos não preservarmos elas vão se
acabando... E com a morte das O sabão de azeite de coco
animais, além de proporcionarem
plantas ocorre também a morte [macaúba] faz assim: 7 litros de
beleza e valor medicinal no nosso
meio” de alguns conhecimentos regionais azeite, 1 kg de soda e 4 litros
que são parte da nossa cultura” Uma boa pedida é o frango com de água, coloca no fogo para
Educandos do MOVA, durante palmito [da macaúba], também cozinhar e depois vira tudo em
discussão em sala na comunidade Elisângela, Berto, durante oficina fica ótimo com costelinha de
para formação de Pesquisadores
uma vasilha forrada com saco
do Berto sobre a pesquisa que porco. plástico.
seria realizada Populares
Mariana, Berto Almindo, Espada

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CALENDÁRIO EXTRATIVISTA Ameaças ao Cerrado local Consequências para
- Desmatamento manual para plantio
Usos tradicionais

dio para gripe e

Conserva, doce
doce, licor, vita-

Suco, licor, vita-


a comunidade
Azeite, sabão e

óleo, conserva,
Corante, remé-
geléia, pudim,

farinha, molho

Farinha, doce
quando não respeita as áreas de

sabão, suco,
Doce, suco,
Vinho, suco,

Doce, licor,
Suco, bolo,
preservação. É menos prejudicial pois - Seca das nascentes e diminuição

sabão
doce

mina

mina
tosse
Suco
óleo preserva as árvores frutíferas. do volume dos córregos e rios.
- Desmatamento com máquina - Poluição (lixo doméstico, produtos
químicos e fezes).
para monocultura e pasto. É feito
por produtores maiores e é mais - Não poder usar a água do
prejudicial. córrego.
Dez

- Fogo criminoso, por interesse ou - Desequilíbrio na fauna e flora.


vandalismo. - Risco com animais peçonhentos.
- Descuido com o lixo e falta de - Diminuição das árvores e da
Nov

coleta. produção de frutos.


- Uso de produtos químicos na - Perda das plantas medicinais e
animais silvestres úteis.
Out

grande e na pequena propriedade.


- Loteamentos e sítios com - Erosão e perda da fertilidade do
solo.
construções irregulares.
Set

- Carvoaria, ainda existe.


Ago

“Meus avós maternos eram raizeiros e tratadores.” Seu Antônio ,


durante oficina para formação de Pesquisadores Populares.
Jul

“São sete qualidades de cajuzinho, que eu conheço, mas tem


mais. Tem o que dá grande a comprido, o que dá chatinho e
Jun

curto, tem um roxinho mesmo, um branco e um vermelho. Um


deles é mais medicinal, tem que saber usar.” Seu Antônio, Berto,
no Curso
Mai

“Tem gente que coloca fogo, mas eu acho que é porque não
sabe que as árvores estão com flores e que, se queimar, esse
Abr

ano não tem fruta, só ano que vem.” Agripino, Berto, durante
o Curso
Mar
Fev
Jan

Jabuticaba

Mangaba
Macaúba

Cajuzinho

Jenipapo
Araticum
Urucum

Palmito
Nomes

Jatobá
Coco

Pequi

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Arquivo da Amanu
plantação e o mato

madeira para lenha


CONHECIMENTO SOBRE

pouco mais fraca.”


cresceu de novo.”

Aroeira, cajuzinho.
“Onde antes era

“A terra já tá um

e construção.
Extração de
Capoeira
OS PROCESSOS ECOLÓGICOS

OS SABERES DO Cerrado: OS AMBIENTES DA SERRA


As plantas do Cerrado são importantes pra vida das comunidades. São utilizadas
para muitas coisas e também como alimento. As espécies que dão fruto também são

Aroeira, Jacaré

eral, coleta de
madeira para
Extração min-
essas pedras”

construção e
Gameleira,
Macaúba,
“Onde dá
muito consumidas pelos animais no Cerrado. Sobre cinco espécies de plantas do Cerrado,

Calcáreo

lenha.
Lapa
foram realizadas na comunidade do Açude , 49 entrevistas sobre os saberes das pessoas
sobre a época de floração e frutificação e também sobre os animais que visitam e comem
os frutos dessas espécies. Esses saberes são muito importantes para que se possa realizar
projetos de manejo das espécies e conservação tanto das plantas quanto dos animais do
Cerrado.

grossa, com mais


árvore, fechada.”

Cedro, Jatobá,
A terra é mais
“Onde forma

para lenha e
de madeira

construção.
mata mais

Extração
Monjolo.
Mata

fértil.
Quando Quando Que bicho Que bicho
dá flor? dá fruto? visita a flor? come o fruto?

Araticum outubro a na época AVES AVES


(Anonna março das águas beija-flor, patativa, tico- galinha, maritaca,
muita pedra. “
“Lá em cima,

crassiflora) tico papagaio, siriema

criava boi na
ema, arnica.
Sempre-viva,
não dá pra

canela-de-

“Antes nós
onde tem

plantar.”
tucano
“Quase

solta.”
Serra

INSETOS
abelha-africana, INSETOS
abelha-arapuá, abelha- besouro, caruncho,
borá, abelha-cachorra, chumbé, cupim,

Construção
mais perto

canela do

abelha-europa, abelha- formiga, grilo, lagarta


boa, mais

de casas.
“É o lugar

Sabueiro,
“A terra é
dos rios.”
Baixada

escura.”

mato.

jataí, abelha-preta,
besouros, formiga MAMÍFEROS
boi, cachorro, cavalo,
lobo-guará, lobo-
Dá muito capim,

merim, paca, porco-


pre mais úmida,
“É lugar grande,

Plantio de arroz,
“A terra tá sem-

é muito boa.”
onde alaga.”

chapéu-de-

do-mato, raposa,
Vargem

couro.

feijão.

soim, tatu, veado

RÉPTEIS
cobra, lagarto
Tipos de natureza na Serra do Cipó
menos árvore grande.”

Terra ruim para cultivo.

bananeira do campo.

plantas que dão fruto,


mandioca, abacaxi,

plantas medicinais.
campo. Onde tem

cagaita, araticum,
Pequi, mangaba,
“É o mesmo que

Plantação de
Cerrado

Vegetação
Definição
local

Terra

Uso

Arquivo da Amanu

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Quando Quando Que bicho Que bicho Quando Quando Que bicho Que bicho
dá flor? dá fruto? visita a flor? come o fruto? dá flor? dá fruto? visita a flor? come o fruto?

Pequi quase o na época AVES AVES Gabiroba setembro na época AVES AVES
(Caryocar ano todo das águas abelha-africana, beija- abelhas, beija- (Campomonesia a janeiro das águas beija-flor, papagaio, gaturano, jacu,
brasilense) flor, beija-flor-marrom, flor, galinha, spp.) sabia-barranqueiro joão-de-barro,
maritaca, papagaio, gralha, maritaca, maritaca,
passarinhos, periquito, maritaca-maracanã, INSETOS passarinhos
tico-tico papagaio, abelha-africana, sabiá, sanhaço,
passarinhos, periquito abelha-arapua, trinca-ferro,
INSETOS abelha-bora, abelha- tucano,
abelha-amarelinha, INSETOS cachorra, abelha- verdadeira
abelha-borá, abelha- besouro, borboleta, europa, abelha-jataí,
cachorra, abelha-europa, cupim, formiga, abelha-mandaçaia, INSETOS
abelha-jataí, abelha- lagarta, lagarta- abelha-preta, abelha- abelhas, formiga,
preta, abelhas, besouro, mosquito-azul timirim, lagarta
besourinho, besouro- abelhas, besouro,
caçador, besourão, MAMÍFEROS formiga, grilo, MAMÍFEROS
formiga, lagarta, lobo-pequi, paca, insetozinhos, boi, gambá,
marimbondo, mariposas tatu marimbondo, mosca, morcego, paca,
mosquitinho tatu
MAMÍFEROS REPTEIS
soim tiú REPTEIS
Arquivo da Amanu Arquivo da Amanu cobra

Quando Quando Que bicho Que bicho Quando Quando Que bicho Que bicho
dá flor? dá fruto? visita a flor? come o fruto? dá flor? dá fruto? visita a flor? come o fruto?

Mangaba agosto a na época AVES AVES Cagaita setembro a na época AVES AVES
(Hancornia dezembro das águas beija-flor joão-de-barro, (Eugenia novembro das águas beija-flor canarinho, guaxo,
speciosa) pardalzinho-do- dysenterica) jacu, joão-de-barro,
INSETOS campo, passarinhos INSETOS maritaca, papagaio,
abelha-africana abelha- periquito-do-campo, abelha-africana, patativa, sabia,
arapuá, abelha-cachorra sabia, siriema abelha-arapua, sanhaço, siriema,
abelha-europa, barbeiro, abelha-bora, abelha- tucano
besouro, formiga, INSETOS cachorra, abelha-
gafanhoto, marimbondo. abelhas, formiga, europa, abelha-jataí, INSETOS
formiga-cabeçuda, abelha-mandaçaia, abelhas, barbeiro,
larva, mosquitos, rola- abelha-preta, abelha- formiga, grilo
bosta timirim, abelhas,
besourinho, formiga, MAMÍFEROS
MAMÍFEROS marimbondo, boi, cavalo, lobinho,
boi, cachorrinho- mosquitos lobo-guará, porco-do-
do-mato, cavalo, mato, rato, soim, tatu,
lobinho, lobo-guará, veado
mocó, paca, porco-
do-mato, raposa,
rato, soim, tatu,
veado-campeiro
Arquivo da Amanu Arquivo da Amanu

20 21
DEPOIMENTOS DA COMUNIDADE Aprendi com meus pais e avós, mas o
fato de conviver no meio disso também
Muitas coisas aprendi vendo outros
fazerem, outras aprendi com ensinamento
ajudou um pouco, pois algumas coisas das pessoas mais velhas, estudando,
que não ensinaram eu perguntava o lendo e observando a própria natureza,
que era e para que servia, e assim pude que por si só nos educa. A curiosidade
Obtive a confirmação de que é preciso entender um pouco melhor, mas ainda e a pesquisa também me levaram a
lutar mas é possível ver os trabalhos da desconheço muitas. entender e aprender muito sobre essas
gente valorizados e reconhecidos. Foi plantas.
possível perceber que ao contrario do que “Todas essas frutas são gostosas e Elisângela, Berto, durante oficina para
se pensa os produtos da cultura popular saudáveis, fazem bem para a saúde e formação de Pesquisadores Populares Mariana, Berto, durante oficina para
são muito consumidos e valorizados. não tem agrotóxico, é preciso resgatar e formação de Pesquisadores Populares
conservar”.
Osvaldina, Berto, sobre visita técnica “Espero que fique em nossas mentes
realizada na Feira da Agricultura Familiar Seu Antônio, Berto, durante oficina para aquilo que ouvimos de nossos
de Minas Gerais como formação de Pesquisadores Populares. companheiros de Montes Claros, que
possa também nos animar a lutar juntos Os pais ensinaram que essas plantas
com garra e buscar nossos objetivos de servem para alimentar, para não acabar
melhorar a nossa sociedade e a nossa com a natureza e nossas águas, servem
vida, lutar juntos e buscar alternativas!” para nos trazer chuva.
Foi importante para ajudar a fortalecer o
Gostaria de ensinar porque a gente não nosso conhecimento que é grande, porém
Osvaldina, Berto, sobre visita de Edna, Espada, entrevistada.
pode ficar com tudo que a gente sabe estamos acomodados e compramos de
2ª qualidade os produtos que temos de intercâmbio realizada em várias
só pra gente, é bom compartilhar com
1ª qualidade na nossa comunidade. cooperativas e associações de
alguém para que siga adiante e que
agricultores familiares em Montes Claros,
não morra junto com a gente, quando a
José Raimundo, Berto, sobre visita técnica como atividade do Curso. “Alguns dizem que os pais e avós eram mais
gente for embora daqui da terra.
realizada na Feira da Agricultura Familiar ricos em relação a esse conhecimento
de Minas Gerais como atividade do curso. e que eles não aprenderam tudo o que
Vildete, Espada, durante oficina para Que pena que o Cerrado ainda não é podiam e que estava disponível”
formação de Pesquisadores Populares reconhecido o quanto vale!
Análise da Elisângela, Berto, sobre as
Mariana, Berto, na avaliação final do entrevistas que realizou
Curso baseado nos itens: que bom; que
É preciso ser feliz, e gostar daquilo que pena; que tal.
É importante preservar essas plantas, é o fazemos, para manter um pouco do que
que a gente mais quer. ainda resta do Cerrado.

Maria José, Espada, entrevistada


Apelos aos sitiantes e turistas da Serra do Cipó
Maria Aparecida, Espada, entrevistada.
Para que sejam sempre bem vindos aqui, lembrem-se que aqui é a nossa casa. Quando
vierem para os sítios ou para passeios:
- Não barrem os córregos, pois há pessoas que precisam da água abaixo;
- Não deixem lixo espalhado;
Eu aprendi com os antigos, os pais e É importante preservar essas plantas - Não façam necessidades na beirada dos córregos e rios, eles abastecem regam
avós, na precisão de comer, porque não para que essas crianças que vêm por aí nossas hortas;
tinha nada pra gente comer, saiam pra possam conhecer também como nós - Não desmatem, a vegetação é a garantia de que nossos filhos terão água e outros
procurar alguma coisa para encher a conhecemos essas belezas do Cerrado e recursos;
barriga. O que encontramos pelo Cerrado da vida. - Se puderem, deixem suas propriedades abertas para que possamos coletar os frutos
pegamos e comemos, e aprendemos. e as folhas que usamos, muitas vezes nosso acesso é proibido e eles se perdem sem
Vildete, Espada, durante oficina para uso.
Ana Batista, Espada, entrevistada. formação de Pesquisadores Populares

Obrigado! Moradores da Serra do Cipó

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Arquivo da Amanu
Autores da pesquisa participativa Orlando Apolinário Dias – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular

Ademar Francisco Batista – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular; Osvaldina Martins – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular; educanda
educando do MOVA-Brasil e Pesquisador Popular do MOVA-Brasil e Pesquisadora Popular

Andréia Moreira B. dos Santos – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular Rogério Menezes Maia – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular

Antônio Agripino de Souza – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular; Sebastião Rodrigues – Educando do MOVA-Brasil
educando do MOVA-Brasil e Pesquisador Popular
Valéria Roberta Dias – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular;
Antônio de Oliveira – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular; Pesquisadora Popular
educando do MOVA-Brasil e Pesquisador Popular
Vildete Aparecida dos Santos – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura
Claudinei Batista dos Santos – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular Popular; Pesquisadora Popular

Diego Leonardo Apolinário – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular;


Pesquisador Popular Equipe da AMANU envolvida nessa publicação
Elisângela Castorino de Souza – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Daya Gloor Vellasco – bióloga pela Universidade Federal de Minas Gerais e estudante do
Popular; Pesquisadora Popular Curso Técnico em Agroecologia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Rio Pomba. É fundadora da Amanu e coordenou o Projeto Vivendo nos Cerrados Gerais,
Fabiano Aparecido dos Santos – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura que deu origem à esta cartilha.
Popular
Emmanuel Duarte Almada - biólogo, mestre em Ecologia pela Universidade Federal de Minas
Geralda M. Assis Santos – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular; Gerais, doutorando em Ambiente e Sociedade pela Universidade Estadual de Campinas,
Pesquisadora Popular bolsista de doutorado FAPESP (2010/01466-5) e bolsista do Programa Universidades e
Comunidades no Cerrado – UNICOM do ISPN. Participa do Grupo Aroeira - ambiente,
José Laborão – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular; educando do sociedade e cultura que desenvolve pesquisa e extensão em Agricultura Urbana em Belo
MOVA-Brasil; Pesquisador Popular Horizonte. É colaborador da Amanu.

José Raimundo Martins Cruz – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular Luiz Felipe Lopes Cunha – filósofo e mestre em Educação pela Universidade Federal de
Minas Gerais. É fundador da Amanu e foi assessor do Projeto Vivendo nos Cerrados Gerais.
José Raimundo Maurício – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular e
Pesquisador Popular Mariana Oliveira Martins da Cruz – graduanda em Educação do Campo na Universidade
Federal de Minas Gerais. É educadora do MOVA-Brasil na comunidade do Berto, onde foi
José Fidélis dos Santos - Educando do MOVA-Brasil e Pesquisador Popular nascida e criada. É colaboradora da Amanu.

José Zito Marques – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular;


educando do MOVA-Brasil e Pesquisador Popular

Maria Elenice de Souza – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular

Maria José da Silva Santos – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura Popular

Mariana Oliveira Martins da Cruz – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura


Popular; educadora do MOVA-Brasil e Pesquisadora Popular
Amanu - Educação, Ecologia e Solidariedade
Natália Júnia dos Santos Souza – Participante do Curso de Agroextrativismo e Cultura
Popular www.associacaoamanu.blogspot.com
associacaoamanu@gmail.com
(31)9702-9248 – (31)9195-2726
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EXPEDIENTE
Organização e elaboração do projeto:
Daya Gloor Vellasco
Emmanuel Duarte Almada

Identidade visual e diagramação:


Cadu Braga

Ilustrações:
Alethéia Alves da Silva (Páginas 3, 4, 6, 11, 19, 20, 21, 26)
Flora Brasiliensis (Páginas 4, 8, 11, 12, 14, 16, 17, 24, 25)
Biblioteca Nacional (Capa, Contracapa)

“Esta cartilha é resultado do Projeto “FLORELOS: Elos


Ecossociais entre as Florestas Brasileiras: Modos de vida
sustentáveis em paisagens produtivas”, desenvolvido pelo
Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN e possui o
apoio financeiro da União Européia. Este documento é de
responsabilidade do autor não podendo, em caso algum,
considerar-se que reflete a posição de seus doadores.”

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