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Já escrevi algumas vezes sobre a importância de começar.

E sempre acreditei que o começo era a parte mais difícil de cada


jornada. No final do ano passado, fui brindado com muitas mudanças. Algumas previstas e planejadas, como minha decisão de
ampliar meus horizontes profissionais. E, outras nem tanto, como a decisão de trazer meus
filhos para morar comigo após 15 anos morando com a mãe nos Estados Unidos.
Decidi então que, na virada de ano, daria uma pausa nas minhas postagens por aqui, para que pudesse me dedicar em tempo
integral a entender e absorver essas mudanças. Passados o Natal e Ano Novo, me convenci de que precisava de mais alguns
dias para organizar meus pensamentos a fim de compartilhar um pouco essas novas experiências com vocês.
Os dias viraram semanas, as semanas viraram meses e todo dia me convencia de que precisava de um pouco mais de tempo.
Hoje acordei e me dei conta de que, nesse ritmo, não voltaria a escrever. Cheguei a ponderar se deveria realmente parar, pois já
havia perdido o ritmo semanal. E, depois de pensar mais um pouco, cheguei à conclusão de que precisava mesmo era começar
independente do "momento certo".
Já escrevi algumas vezes sobre a importância de começar. E sempre acreditei que o começo era a parte mais difícil de cada
jornada. O que não havia me dado conta é que cada vez que fazemos algo, mesmo que seja a centésima vez, estamos
enfrentando um novo começo. Para um artista, cada quadro é um novo começo. Para o esportista, cada competição é um novo
começo também.
No meu caso, como não sou nenhum dos dois, deixei que minhas postagens ficassem em segundo plano. Esqueci que
precisamos de atenção e dedicação para que as pequenas coisas de nossa vida não virem rotina.
Ou pior, que caiam no esquecimento. Por isso, quando em dúvida, recomece! Estou de volta a todo vapor!

Não se preocupe com o amanhã

Temos a arrogância de achar que controlamos nossos destinos a longo prazo e que, como deuses, basta planejar para que tudo
aconteça.
Durante os últimos dois anos, como parte de minha busca de seguir um caminho zen, tomei uma decisão que não compartilhei
com ninguém.
Decidi que, por um período indeterminado, não faria planos pessoais de longo prazo nem me preocuparia com o amanhã.
Tive certeza que deveria manter esta decisão em segredo quando encontrei um amigo americano que me perguntou quais eram
minhas metas para os próximos cinco anos.
No momento em que terminei de dizer que ia fluir com os acontecimentos da vida, me arrependi. Ele, por mais de meia hora,
tentou me convencer que isso não era normal. Usou como argumento até o fato que nem Jesus
veio a terra sem um objetivo.
Mas, como meu objetivo não era provar ponto algum, deixei que falasse e aceitei tudo que disse. Afinal, sem saber ele também
fazia parte do meu exercício de fluir com tudo que a vida me apresentasse.
Por muitos anos, como bom virginiano, planejava os anos, meses e semanas com detalhe. Tinha metas de cinco anos e outras de
um mês.
Acreditava que, simplesmente por planejar minha vida pessoal, as coisas tinham grande chance de acontecer daquela forma.
Porém, as maiores mudanças que aconteceram em minha vida não estavam nos meus planos. Se você parar para pensar, vai
notar que isso é verdade na sua vida também.
As chances de tudo na vida são 50/50. Ou melhor, como diria Nassim Taleb, autor do livro "Lógica do Cisne Negro", as
chances de algo acontecer são zero antes de acontecer, e 100% depois de acontecerem.
É incrível como somos arrogantes e inocentes. Temos a arrogância de achar que realmente controlamos nossos destinos a longo
prazo e que, como deuses, basta planejar para que aconteça. Ao mesmo tempo, somos
inocentes ao achar que o planejamento realmente resolve tudo.
Sei que para muitas pessoas, o planejamento pessoal serve como bússola. Ele permite que você saiba aonde está em relação a
aonde quer estar.
Mas pare e pense por um segundo. Você conseguiu controlar como seria seu primeiro amor? Como seriam seus filhos? Ou sua
carreira quando começou como trainee? Se consegui, parabéns. Você é uma pessoa especial.
O fato é a maioria de nós somos péssimos em prever o futuro distante. Uma hora, um dia, um mês? Pode até ser. Mas cinco,
dez anos? Por favor!
Por isso, lamento dizer, mas tudo que acredita sobre sua capacidade de prever o futuro não passa de uma grande ilusão. Até o
tempo, na essência, é uma grande ilusão coletiva.
A única coisa real em nossas vidas é o agora. Este momento efêmero que acabou de passar quando terminei esta frase.
Saia da ilusão e viva a realidade. Sua vida acontece agora. Conscientize-se disso e aproveite cada segundo como se fosse o
último.
Porque a gente só leva desta vida a vida que a gente leva.

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