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ELEUTÉRIO CZORNEI
O PIAZINHO
COPYRIGHT © 2022 BY ELEUTÉRIO CZORNEI
COPYRIGHT © 2022 BY JUVENAL TIODORO
Czornei, Eleutério
O piazinho (livro eletrônico) / Eleutério Czornei,
Juvenal Tiodoro. – São José dos Pinhais, PR:
Ed. dos Autores, 2022.
PDF.
ISBN 978-65-00-51715-6
22-125380 CDD-B869.3
Índices para catálogo sistemático:
ELEUTÉRIO CZORNEI
EM 2022 O PIAZINHO COMPLETA 50 ANOS.
LHE DIREI QUE: - NÃO, O PRESENTE É ESTE LIVRO COM EDIÇÃO ÚNICA E
ELEGANTEMENTE ELABORADO PARA VOCÊ!
E VOCÊ VAI DIZER: - AH, TÁ! MAS NUM DÁ PRA TROCAR POR UM
CHURRASCO?
JUVENAL TIODORO
Sumá rio
AMANHÃ ......................................................................... 9
O HOMEM QUE NÃO VIA A COR DOS OLHOS .................. 10
PRIMEIRA CONFISSÃO .............................................................. 17
SUSPIRO ROUBADO ................................................................... 27
O INCÊNDIO E OS DORMINHOCOS ...................................... 33
O CHURRASCO ............................................................................. 39
OS GNOMOS DE JARDIM ......................................................... 47
UMA INESQUECÍVEL AULA DE MATEMÁTICA.................. 52
DESFILE SETE DE SETEMBRO .............................................. 56
ESCADA DE PEDRA ....................................................................... 60
O PIAZINHO .................................................................................... 62
ASSUSTADO ................................................................................... 65
O GOLEIRO .................................................................................... 69
A INDECISA DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS - 1 .................... 77
A INDECISA DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS - 2 .................... 84
ROSA GRACIOSA ............................................................................ 90
SONHOS DELIRANTES............................................................... 91
SAPATOS ......................................................................................... 94
COMPRANDO MEL....................................................................... 99
VELHO BABACA ......................................................................... 105
COMO PREPARAR UMA PAELLA .......................................... 111
PROFESSORA YOSHIKO .......................................................... 118
COMENDO UMA VIÚVA ........................................................... 121
A MAÇÃ, A MULTA E A APOSENTADA ................................ 126
O CORCEL, O CASAMENTO E A EMPURRADINHA ........ 130
A GRANDE INAUGURAÇÃO .................................................... 134
VENDE-SE ÂNCORA .................................................................... 138
O CARNEIRO ................................................................................ 140
CACHORRO-QUENTE NO MARACANÃ ............................... 144
CURITIBANA ASSALTADA NO RIO DE JANEIRO ............ 148
O HOMEM PARADO .................................................................. 154
O HOMEM PARADO DOIS ....................................................... 156
O ÚLTIMO DOS VELHOS ......................................................... 159
A REUNIÃO ................................................................................... 165
LEMBRANÇAS DE UMA VIDA ................................................ 171
E O COELHO? ............................................................................. 178
O VELHO BANHA ....................................................................... 183
CAPUT MORTUUM CABEÇA MORTA ...................................... 187
DELEGADO CALÇA CURTA .................................................... 189
SOBAKA - UMA LENDA DA FAMÍLIA CZORNEI ............... 196
UM CASAMENTO ........................................................................ 206
9
AMANHÃ
Na penumbra da noite
Na solidão do silêncio
Tudo está vazio
Tudo é escuridão
A garrafa vazia
O copo cheio
A cabeça sente
O corpo padece
Na falta de luz
As horas voam
Os pensamentos entristecem
Os olhos fecham
Chegou a hora
A cabeça rola
O corpo cai
Amanhã...
ressaca!!!
10
...
- Eu vi a criança!
- Mas não viu a cor dos olhos dela? O sinal de que ela
estava exaltada era as três rugas na testa e para
provocá-la, ou não, ele respondeu seco: - Não!
- Como assim não? Você não viu a cor dos olhos? Ele
era ruivo de olhos azuis!!! Você não viu o olho azul?
Uma criança ruiva de olho azul e você não percebeu?
PRIMEIRA CONFISSÃO
Sábado nove da manhã dos anos 80, estávamos na
sala da catequese do colégio das freiras. Aquela
algazarra enquanto ansiosos esperávamos a irmã
Rosa e a irmã Eliza, freiras ucranianas que sempre
andavam com seus hábitos típicos.
E ameaçou:
- Se continuar esta bagunça, vocês não farão a
primeira comunhão este ano!!!
- É ...
SUSPIRO ROUBADO
A mãe gritou para um de seus cinco filhos que
brincavam no quintal:
- Titaaaa!!! Titaaaaa!!! Venha rápido piá!!!
Ele falou:
- Tá mãe, o fígado, e deu pra compra um suspiro!
...
O INCÊNDIO E OS
DORMINHOCOS
Madrugada de domingo.
Domingo de manhã
O CHURRASCO
Meados da década de 80, num sábado de uma manhã
qualquer de um mês de inverno em Papanduva,
cidade pequena do interior de Santa Catarina, nosso
pai veio com a notícia:
A mãe confirmou:
- Aqui tá tudo pronto, só estamos esperando a carne!
As crianças já estão com fome!!!
43
OS GNOMOS DE
JARDIM
Em fila indiana andavam cabisbaixos os gnomos de
jardim. Estavam irrequietos. Correntes pesadas
prendiam seus pés. Um gigante de quatro olhos
segurava as correntes.
- SHHHHHHHHH!!!... PÁ!!!
UMA INESQUECÍVEL
AULA DE
MATEMÁTICA
Década de 80. A empolgação do retorno às aulas
depois das longas, ou nem tanto, férias escolares,
geravam uma alegria descontraída na garotada, ainda
mais que haviam deixado o primário, que era só para
crianças, e estavam no ginásio, 5ª série, já passavam
para categoria de mocinhos e mocinhas.
Silêncio geral.
DESFILE SETE DE
SETEMBRO
Você sabia que os alunos do Alinor Vieira Corte nos
anos 80 já saiam às ruas? Você pode estar se
perguntando se era para protestar contra a
corrupção, para a melhoria da educação, saúde e
qualidade de vida?
Eu responderia: - Não!!!
ESCADA DE PEDRA
escada de pedra
resiste no tempo
isolada na sua fria rigidez
degrau sobre degrau
degrau sob degrau
o sentido não muda o seu destino
imóvel continua!!!
décadas não contam
tempo não existe
parada e firme
não interage!!!
ao seu redor as mudanças acontecem...
árvores crescem
pássaros nascem
flores morrem
o vento passa!!!
escada de pedra não muda
outrora foi uma rocha
atava o mar e a montanha
imponente e dura
batalhou em se manter uma só
não resistiu!!!
fragmentada pelo esforço e suor
carregada por carecas de vestido marrom
separadas, um longo caminho formaram
61
O PIAZINHO
Papanduva, Santa Catarina, um piazinho chega na
bodega arrastando um chinelo maior que seu pé,
calção puído e uma camiseta de manga comprida e
estampa desgastada pelo tempo. Ele está sujo de
terra. O nariz escorrendo.
ASSUSTADO
Ele escarrapichado na cadeira lendo um jornal de
ontem sem muita vontade, na parte dos resumos de
novela parou de repente. Levanta da cadeira de
supetão.
O GOLEIRO
Papanduva, Santa Catarina, ano de 1984, outrora
Escola Básica Alinor Vieira Corte, turma da 6ª série
do período vespertino, antigo ginásio. Aula de
educação física. O professor Bueno resolveu realizar
um torneio de futebol de salão entre os alunos das
turmas da 6ª série, na verdade era futebol de quadra.
Alguém perguntou:
- Vamo lá...!
- Boa goleiro!
74
A INDECISA DE SÃO
JOSÉ DOS PINHAIS - 1
Primeiro Dia
Segundo Dia
- Estilo chanel?
- Como diferente?
Ela interrompeu:
Ela respondeu:
- Quero o troco!!!
Terceiro Dia
Ele questionou:
- E o quê?
- Lembro não!!!
- Você gostou?
A INDECISA DE SÃO
JOSÉ DOS PINHAIS - 2
Ela estava se arrumando para sair, iria visitar seus
parentes que há muito não via, apesar de morarem
próximos. O almoço fora marcado com dias de
antecedência, estava ansiosa.
Ela continuou:
- Mas se eu fizer um coque assim, vai ficar bom?
Ele falou:
ROSA GRACIOSA
Oh rosa
Oh rosa graciosa
Seus encantos floreiam a minha alma
Tu és bela
Oh rosa graciosa
Dos deuses preferida
Tuas cores
Oh rosa graciosa
Guardam teus segredos
Tu és solitária
Oh rosa graciosa
Teu amor eterno
Tu és selvagem
Oh rosa graciosa
De seus espinhos caem gotas de lágrima
No jardim da vida
Oh rosa graciosa
Tu és única
Oh dúvida
Rosa graciosa
Serei-te-eu?
91
SONHOS DELIRANTES
A calma de uma mente inerte resplandecia na nuvem
branca, única nas profundezas de seu interior. O
formato de algodão doce revelava o tempo esquecido
de aventuras infantis. Ele dominava a mente no
estágio inicial do sono, queria paz e sossego nas horas
em que era feliz na solidão do seu mundo. O que não
conseguia de olhos abertos, a solidão do mundo real
lhe angustiava.
Ele respondeu:
- Não! O sonho de goiaba me dá pesadelos! Me dá dois
pães de água!
SAPATOS
Ela não era nova, adolescente já foi, estava em outra
fase da vida, profissionalmente encaminhada, na
empresa reconhecida, promoções anuais lhe eram
concedidas, dinheiro não estava faltando, carro, casa,
investimentos, futuro garantido.
rosto, corou! Ela sem reação. Será que era para ela
que ele estava olhando? Duvidou! Ele continuava
olhando, só devia ser para ela, não tinha mais
ninguém naquele local da rua, ela sorriu.
COMPRANDO MEL
Final dos anos de 1990, Gumercindo e Gertrudes
moravam no 11º andar num prédio, bem no centro de
uma capital, e tinham somente uma filha, MariJane.
MariJane, 10 anos de idade, era uma menina esperta,
ia muito bem nas aulas do colégio, cursava inglês,
jogava xadrez como gente grande, ela se achava e
sempre tinha resposta para tudo, era uma sabe tudo
da vida da cidade, mas raramente ia para o campo.
- “Bodega”?
MariJane disse:
101
O balconista falou:
O balconista continuou:
VELHO BABACA
Meados do ano de 2000, primeira turma do curso de
direito da Unibrasil. No período noturno existiam
duas turmas de 40 alunos, as aulas aconteciam no
então outrora convento das irmãs Oblatas.
1
Tribunal Constitucional Federal Alemão.
107
- O professor tá te chamando!
- Sim professor?
- O professor me chamou!?
- VELHO BABACA!!!
110
E continuou, indignado:
COMO PREPARAR
UMA PAELLA
Sábado de um mês qualquer. O relógio digital
marcava 18:01:47s. O casal MariDane, já estava
alocado na divisão da casa que era usada
especificamente para o preparo de comida, ou seja,
na cozinha.
Mari respondeu:
- Olha esse palavreado aqui na minha cozinha seu piá
de m..., e quem teve a ideia e começou a fazer o fervo
foi o teu irmão! Se entenda com ele agora! E o merda
ainda ficou de chegar cedo para nos ajudar a matar e
limpar estas coisas nojentas, cadê ele hein? Cadê?
113
...
Dane falou:
- Ele tá no ônibus e tá tudo congestionado por causa
das reformas pra copa, e já faz uma hora e meia que
ele tá dentro do busão, ele que falou!
Dane disse:
- Nem precisamos dele, não. Me ajude e vamos limpar
estes bichinhos e fazer uma bela paella. Os
convidados daqui a pouco estão chegando hein!
JotaTe falou:
- Animação aí pessoal! Vocês tão precisando de um
vinho, peraí que vou abrir um!
PROFESSORA
YOSHIKO
Era início da década de 90. As coisas não deram certo
para minha família na cidade onde a noite escuta-se
o som forte do guizo de cobra, Cascavel.
- A... a... a... partir de... de... hoje v...você não... não
poderá a... a... apresen...sen....sen... tar os trabalhos
da turma aqui na frente!
COMENDO UMA
VIÚVA
Vitória, Espírito Santo. Década de 60. O gerente de
uma madeireira comprava árvores de jacarandá. Na
região o jacarandá-da-baía era uma das mais
valorizadas madeiras brasileiras. Árvore de 15 a 25
metros de altura, com tronco 40–80 cm de diâmetro,
madeira rija, resistente e de cor negra, com desenhos
variados, fácil de ser trabalhada. Foi muito utilizada
em obras de marcenaria de luxo, construção de
instrumentos de corda e na fabricação de pianos.
Existia em abundância nas florestas da mata
atlântica, e desde a fase colonial houve sua
exploração. Hoje é uma das espécies em extinção.
A MAÇÃ, A MULTA E A
APOSENTADA
Um senhor todo educado e falante compra maçãs,
colhendo-as diretamente no pomar. Nos idos de 70 e
80 existia este pomar ao lado da BR 277, em
Guarapuava/PR. Ele agradece ao proprietário,
embarca no carro e continua seu caminho.
- Sim!
O CORCEL, O
CASAMENTO E A
EMPURRADINHA
Nilcéia reclamava:
- Vá devagar João, você está rápido demais!
Nilcéia repreendia:
- Cuidado João, vai que você ganha uma multa, e este
mês já tivemos que parcelar o presente dos noivos,
né?
João resmungou:
- Deixa que eu resolvo!
João argumentou:
132
A GRANDE
INAUGURAÇÃO
Numa de muitas viagens que realizei pelo interior do
Paraná, no tempo que trabalhava no extinto
Funrural, recordo de um acontecimento lá entre os
anos 70 e 80. Estava dirigindo pela região central do
estado, região de Guarapuava, escutava a rádio AM
de Entre Rios. Na época as músicas que tocavam no
rádio eram só sertanejas de raiz e as músicas
gauchescas.
2 Nome fictício
135
VENDE-SE ÂNCORA
o que faz uma âncora no jardim da casa da cidade que
não tem mar?
cordas, correntes e amarras não lhe seguram
enterrada na terra
enfeite que não prende a atenção
paisagem tomada pelo mato
do outrora colorido jardim, a cor da folha seca reina
nesta paisagem triste uma âncora de ferro
a poeira do inverno seco esconde a cor branca que
encobriu sua glória
o peso de seus braços recurvados ainda resiste
a haste imponente não demonstra o tempo vivido
âncora encostada na cidade grande
lembrança de uma vida dentro do mar
lembrança para um velho
um velho que do mar fez seu lar
juventude a plenitude navegando no verdadeiro amor
cheio de aventuras e estórias nas ilhas do tempo
encarou as profundezas da solidão
enfrentou os monstros da alma
virou capitão da vida
virou um velho
de sua luta, uma lembrança
âncora para fincar sua vida passageira
ilusão da morte efêmera
139
O CARNEIRO
Década de 80, cidade de Jaboti, estavam todos ao
redor de uma mesa grande na churrascaria "Carne
Quente", nome sugestivo para o grupo discutir os
rumos da campanha. A cidade era pequena, mas o
embate político não deixava a desejar as grandes
metrópoles. As estratégias da campanha, os rumos, o
marketing, o que usar ou não usar contra o
adversário.
Ele respondeu:
- Pode pedir pro moço quando ele passar!
CACHORRO-QUENTE
NO MARACANÃ
Rio de Janeiro, estádio Maracanã antes da reforma
para a copa. Dois curitibanos aproveitaram um
pacote promocional de passagens aéreas e hotel
disponível na internet e fizeram um passeio de final
de semana. Dois dias para conhecer as belezas
naturais da cidade maravilhosa.
CURITIBANA
ASSALTADA NO RIO
DE JANEIRO
Numa manhã fria de um dia normal da capital
paranaense, Dona Astride pegou o avião. Não avisou
os filhos, estava cansada de ser babá dos netos.
Desde que deixou a vida profissional não sabia dizer
não para os filhos. Cinco filhos e 12 netos. O neto
mais novo tinha sete meses e oito dias, e o mais velho
vai fazer 14 anos. Os netos sabiam aproveitar as
regalias da vó Astride. Ela não gostava de ser
chamada de vó.
O HOMEM PARADO
De repente um homem que caminhava para no meio
da calçada. As pessoas vão e vem. Ele fica parado.
O HOMEM PARADO
DOIS
O homem de terno preto bem cortado, gravata com
listras vermelhas, azuis e brancas, caminhava
apressado pela calçada da grande cidade.
O ÚLTIMO DOS
VELHOS
Teca fechou o livro e olhou para os lados com aquela
felicidade estampada no rosto querendo compartilhar
sua alegria com algum passageiro. O ônibus
deslocava-se para o centro. Ninguém olhou para ela,
todos concentrados na tela do celular. E mesmo que
a olhassem, a máscara de caveirinhas lhe cobria o
sorriso. O uso de máscara era obrigatório devido a
pandemia que assolava o mundo. Teca ficou
resignada segurando firmemente o livro repousado
em suas pernas.
A REUNIÃO
Segunda feira tensa no C.P.D. Daqui alguns minutos
todos participarão da “a reunião” que poderá mudar
o rumo de tudo o que você conheceu até hoje deste
departamento. A apresentação estava pronta e os
apresentadores ansiosos ensaiavam as frases de
efeito para impressionar o presidente e conseguir
aprovação esperada há tempos.
- Tá!
- Aviso!
LEMBRANÇAS DE
UMA VIDA
Em 20/07/1969 dizem que um homem, Neil
Armstrong chegou à lua num foguete espacial
chamado Apolo 11. Mesmo com uma grande
divulgação em todos os meios de comunicação da
época, rádio, TV, jornais, revistas e filmes, alguns
ainda duvidam desta façanha do homem.
TE AMAMOS.
178
E O COELHO?
O sinal de nova mensagem tocou no celular. Ela levou
um susto. Os olhos que estavam atentos nas letras
mortas do livro, rapidamente passaram para o celular
ao lado da cama. Ela olhou viu o remetente, neste
momento duas novas mensagens tocaram. Eram do
marido.
Esposa: eca!
Esposa: rsrsrs!
Esposa: rsrs.
Esposa: rsrsrs.
Esposa: quantos?
Esposa: tinha?
O VELHO BANHA
Coautoria: Anad Bi Kinpilue
CAPUT MORTUUM
CABEÇA MORTA
E uma luta constante travada com o seu corpo
o sangue flui sem força
a vida presa
uma máquina sem vida
programação repetida diariamente
falta-lhe energia
mesmice que lhe incomoda
seu corpo não se mexe
quer ser livre
músculos lhe prendem
quer voar
as vértebras lhe seguram
direita, esquerda e para frente
pescoço lhe limita
como retroceder?
começar de novo?
neurônios em polvorosa
o corpo tem o poder
quer garantias
manter as mordomias
quer benesses
está mal acostumado
188
DELEGADO CALÇA
CURTA
BOTANDO ORDEM NA CIDADE
CELA TRÊS
TRILHO DO TREM
SOBAKA - UMA
LENDA DA FAMÍLIA
CZORNEI
A festa começou cedo com a bênção de Deus para os
noivos na capela da comunidade de Rodeiozinho,
interior do município de Papanduva, e os convidados,
descendentes de polacos e ucranianos, foram
recepcionados no sítio dos pais da noiva.
Geraldo avisou:
- Nós vamos pela trilha no meio do mato tio, daí
encurtamos um bom trecho do caminho! Mas
primeiro temos que despistar os outros, que eu não
vou ficar carregando os menorzinho depois na volta!
UM CASAMENTO
CONVITE: ERA UMA VEZ ...
- Bem, ainda não! Você achou que iria ser tão fácil
assim né! Você vai ter que ajudar o aventureiro Dane
e a donzela Mari.
CONVITE RECUSADO
LEVANDO O DJ EMBORA
Dane falou:
- Mas tia o Rizada vai ficar, e aí?
Telma falou:
- O Rizada já é experiente, malandro, sabe se virar...
o Auo não... ele é inocente, não conhece a vida ainda,
eu tenho que cuidar dele, e só eu sei o que é melhor
para ele, e ele vai embora comigo no ônibus, não
quero nem saber!
Pronto!
- Quaquaquaquaquaquaquaquaqua!
VOVOZÃO
Eleutério Czornei