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MANUAL DO

CONSTRUTOR®
Par a Leigos e Pr ofissionais

Passo-a-passo
Desde as fundações
até o telhado

Fases Instalações
Como organizar Elétrica e hidráulica
a obra em fases
Acabamento
Começo Revestimento,
Como escolher pintura, pisos,
os materiais portas e janelas

E mais: Cuidados que você deve tomar com a documentação


MANUAL DO
CONSTRUTOR®
Nesta pequena revista,
fornecemos algumas infor-
mações práticas e simples
sobre técnicas e modos de
construção que podem aju-
dá-lo na construção de sua
própria residência.

Escolha bem os materiais


segundo a qualidade, o seu
gosto pessoal e o seu orça-
mento.

Boa sorte!
Manual do construtor ed01 / 7908182003969
MANUAL DO CONSTRUTOR
R® 1 • Cuidados Legais
Antes de qualquer coisa, verifique a documentação. Todo terreno tem
que ter um registro no Cartório de Registro de Imóveis, sem o qual você
não pode ter certeza da sua origem e propriedade. A exigência legal para
o início de uma construção é uma planta do projeto assinada por um enge-
nheiro ou arquiteto, com a aprovação da prefeitura, que emitirá um alvará
de construção para a obra. Desta forma, procure a prefeitura de sua cida-
de para orientação, pois cada município tem leis e normas de construção
próprias. Para dar entrada neste alvará, é necessário o IPTU do terreno,
escritura de compra e venda do terreno.
O próximo registro a ser feito é junto ao INSS. Por lei, todo proprietário
de uma construção civil particular é obrigado a efetuar matrícula da Obra
junto ao INSS em até 30 dias, a contar do início da mesma (salvo constru-
ções familiares menores que 70 metros quadrados, sem utilização de mão
de obra assalariada e de uso familiar). A documentação necessária para
esta matrícula é CIC ou RG do proprietário, IPTU, escritura de compra e
venda e planta aprovada pela prefeitura. Se você for contratar funcioná-
rios, será necessário apresentar os comprovantes de recolhimento do INSS
de seus ajudantes para requerer o “Habite-se”. Em algumas, a construção
pode ser facilitada com plantas de casas padrão já previamente aprovadas
pela prefeitura.

Outros aspectos que também devem ser analisados antes do início da


construção:

• Escolha do terreno aonde a benfeitoria vai se localizar, levando


em conta, inclusive, a resistência do solo, para aguentar o peso
da construção;
• Proteção contra enchentes, assoreamentos e mau cheiro;
• Posição em relação ao sol e aos ventos dominantes, para garan-
tir iluminação e temperatura adequadas;
• Proximidade de fontes de abastecimento de água e de energia
elétrica;
• Facilidade de acesso;
• Nivelamento do local onde a moradia será construída.

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2 • O Terreno
O solo é constituído na maioria das vezes de aproximadamente 60% de
areia e 40% de argila, variando muito de região; em alguns casos, precisam
ser corrigidos.
O critério para seleção do solo deve ser rigoroso, pois não pode conter
materiais orgânicos ou raízes. Verifique se houve anteriormente a existên-
cia de um lixão que comprometa a resistência do solo.
Um terreno de fraca resistência é caracterizado pelo aparecimento de água,
quando se cava um buraco de até 1 metro de profundidade. Se isso acontecer,
você vai precisar da ajuda técnica de um engenheiro civil, para calcular a di-
mensão exata das fundações e para a segurança de sua construção
Dê preferência a terrenos planos, porém não muito baixos em relação
ao meio-fio da rua. Muitas vezes, uma conversa informal com seus futuros
vizinhos pode deixá-lo ciente destes assuntos. Após a definição do terreno,
faça uma consulta ao Cartório de Registro de Imóveis da Região. Solicite
também a certidão negativa de débitos no INSS e a certidão negativa de
tributos imobiliários na prefeitura municipal. De posse da escritura definiti-
va, registre-a no Cartório de Registro de Imóveis. É imprescindível que seja
requisitada a Certidão de Propriedade neste cartório.

• Verifique quais são os recuos mínimos exigidos pela prefeitura.


• Verifique a necessidade de poços e se existe rede de esgoto.
• Verifique no plano diretor do bairro (cidade) qual o tipo de edifica-
ção permitida em sua região.

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3 • Fases da Construção
A primeira coisa a se fazer é limpar o terreno e organizar a área de trabalho,
definindo o local do canteiro de obras, isto é, onde guardará a areia, o cimento,
a pedra, os ferros e as ferramentas que serão usadas, para não atrapalhar o
lugar onde se erguerá a casa. Reserve uma área para o corte das madeiras
e dos ferros, para não haver desperdício do material e atrasos na construção.
Defina onde estará a fonte de água limpa que será utilizada e onde
ficará também a fonte de eletricidade. Para definir melhor esses locais, é
melhor você pedir às Companhias de Água e de Eletricidade de sua cidade
que instale um hidrômetro na entrada de água e a instalação de um poste
com um medidor de luz. Para obter esses pontos importantes, você poderá
apresentar um simples croqui do terreno.

4 • Canteiro de Obras
Com a planta do terreno em mãos, demarcar o local de implantação
da casa. Definir onde devem ficar o barracão e o depósito de materiais e
ferramentas. Observar a melhor posição também para a chegada de cami-
nhões, lembrando que o descarregamento de materiais pode ser feito por
suas laterais ou por basculamento de caçamba. Para os materiais a granel,
como areia e pedra, é preciso determinar um local (baia) que não atrapa-
lhe o desenvolvimento do trabalho, mas que seja de fácil acesso, evitando
desperdícios. Não deixe os agregados (areia e brita) em contato direto com
o terreno. Além de eles serem carreados pela chuva, ainda são contamina-
dos por terra e entulho. Cimentos e cales devem ser estocados em locais
fechados, isentos de umidade e sobre estrados de madeira. Sacos, em
pilhas de no máximo dez.
É bom também definir o local onde será preparado o concreto e montadas
as ferragens e fôrmas. Faça sempre o fechamento de sua obra com tapume.
Além de ser uma exigência da Prefeitura, isso melhora a segurança da obra.

Depósitos Depósitos Depósitos Depósitos Depósitos


de ferro para cimento para pedras para areia para tijolos

Depósitos
madeiras
construção
Área para
trabalho

Área da

Depósitos
de ferrametas

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5 • Começando a Construção
MARCANDO O LOCAL DAS FUNDAÇÕES
Com a planta de sua casa em mãos, você começará a marcar no terreno a
dimensão total de sua casa, como se estivesse fazendo um desenho no chão,
com as medidas exatas de todos os seus cômodos. Na marcação da obra, use
sempre trenas metálicas. Elas garantem maior precisão que as trenas de pano
ou plástico. Para iniciar esta marcação, você primeiro tem de respeitar o recuo
da construção determinado pela prefeitura. Isto quer dizer, a distância mínima
que a sua casa tem que ficar da rua. Isto é uma exigência legal.
Esta distância mínima varia de município para município e mesmo de um
bairro para outro. É preciso saber através da prefeitura qual a medida deste
afastamento.
A melhor maneira de marcar o terreno e determinar o lo-
cal das fundações que irão sustentar a sua casa é com o uso
de piquetes, em um processo chamado piquetagem. Piquetes
são pequenos tarugos ou cunhas de madeira que se fincam no
chão, obedecendo ao desenho da planta. Esses piquetes são
vendidos em casas de materiais de construção.
Seguindo o desenho da planta e, obedecendo ao recuo
obrigatório da construção, crave essas pequenas cunhas no
solo. Puxe uma linha contínua com barbante, que é amarrado
nos pregos que estas possuem, parcialmente fincados no seu
topo, e forme o desenho da planta em tamanho real, com todos os seus cômo-
dos e para uma perfeita marcação.

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Para ter certeza de que sua casa ficará no esquadro, preste atenção no
desenho abaixo:
• Crave os piquetes A e B no chão, marcando as medidas exatas, a
contar da linha do muro, respeitando o recuo. Passe um barbante
entre os dois, amarrando-os nos piquetes.
• Continue cravando o piquete C e estendendo o barbante.
Observação: em obras muito grandes, deve-se colocar mais piquetes
entre eles, para facilitar a visualização do desenho. Uma boa dica para ter
certeza de que o canto das linhas esteja no esquadro é marcar 3 metros
exatos na linha A-B.

Marcar também um ponto a exatamente 4 metros na linha A-C.


Então você deverá encontrar exatamente 5 metros entre o ponto dos 3
metros da linha A-B e o ponto dos 4 metros da linha A-C. Se esta medida
não estiver certa, é porque as linhas não estão no esquadro.
Então, mexa na posição para dentro ou para fora do piquete C, até en-
contrar a medida certa.
Faça o mesmo com todas as linhas esticadas entre os piquetes, para
verificar a exatidão do esquadro e acertar a marcação. A colocação das
linhas de marcação exatamente no esquadro impede que as paredes for-
mem ângulos irregulares entre si.
Observação:
Cave no solo um canal de marcação raso pelo lado de fora das linhas
estendidas entre os piquetes, para que o tamanho dos cômodos não fique
alguns centímetros menor do que você projetou.
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6 • Fundações
A maioria das construções populares é de apenas um pavimento, mas
se você tem intenção de construir, mesmo que seja posteriormente, um se-
gundo andar, a primeira providência é identificar se a resistência do terreno
é forte ou fraca para aguentar o peso de sua casa.
Muitas vezes, a experiência dos vizinhos ajuda muito. Converse com
eles. A profundidade das fundações irá variar para maior ou menor, depen-
dendo da resistência do terreno. Existem cinco tipos principais de funda-
ções: sapatas, baldrame ou sapata corrida, estaca e radier.
Sapatas
Servem como base para as colunas da construção e são buracos feitos
no solo, onde se coloca o concreto diretamente sobre o solo. São usados
principalmente quando se constrói em terrenos secos e firmes. O enchi-
mento dos buracos com concreto para confecção das sapatas é feito da
seguinte forma:
• Primeiro coloca-se uma camada de concreto ma-
gro, sobre o qual se colocará a armação de ferro
que deverá ser um pouco menor que o buraco, para
que fique completamente envolvida pelo concreto.
• Depois, coloca-se uma camada de concreto gordo,
preenchendo o buraco até a sua borda, mas deixan-
do de fora a armação de ferro que servirá de amarração
das colunas. Veja no desenho abaixo a maneira de colo-
car as ferragens das sapatas, com as ferragens das co-
lunas já presas a elas: Estas ferragens já se encontram
prontas em algumas casas de materiais de construção:
De 5/16” para as colunas (com 3m) e 1/4” para os ali-
cerces (com 6m). Para uma casa de 2 andares, a ferragem
da sapata (aquele quadriculado visto nesta figura) pode ser
de 3/8”, salvo indicação especial do engenheiro. Para uma
casa padrão de até dois pavimentos, podemos ter os valo-
res médios da tabela abaixo, segundo o tipo de terreno:
Malha das Tamanho dos
Tipo de terreno Ferros
sapatas buracos

Forme, saibroso 40 x 40 cm 50x50x50cm 10mm

Aeronoso sem
60x 60 cm 70x70x60cm 12,5mm
água
Argiloso
100 x 100cm 110x110x80cm 12,5mm
consistente

Rochoso 40 x 40cm 50x50x50 cm 10mm


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IMPORTANTE
Ao jogar o concreto nas fundações, sacuda toda a armação de ferro da
sapata, para evitar que ela fique dentro do concreto magro, e soque bem com
uma vara ou tubo de ferro, para evitar bolhas de ar no concreto. Na maioria
dos casos, é usado o baldrame, com 20 cm de largura e 40 cm de altura.

Baldrame ou sapata corrida


Este alicerce em si é uma linha de concreto com 30 centímetros de al-
tura, construída com fôrmas de madeira que devem ficar o mais niveladas
possível, e onde se assentarão os tijolos
para erguer as paredes. Se você encon-
trar terreno firme até 60 cm de profundida-
de, você pode abrir uma vala e fazer um
baldrame diretamente sobre o fundo dela.
Observe o desenho:
Uma maneira muito prática e rápida
de montar os alicerces é com o uso de
blocos de cimento, tipo canaleta, que dis-
pensam a armação da fôrma de madeira
e podem também ser usados na cons-
trução de cintas no alto das paredes. Na
maioria dos casos, é usado o baldrame,
com 20 cm de largura e 40 cm de altura.
Para facilitar, a fundação pode ser feita
com blocos-canaletas. Quando o terre-
no não tem resistência para aguentar
o peso da construção (terrenos moles,
alagados, brejos, etc.), são necessárias
brocas (estacas) para escorar o baldra-
me.
Veja ao lado:

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Para medir corretamente o
nível do alicerce, use mangueira
transparente com água colorida.

Outra solução para as suas fundações é fazer um radier. A vantagem do


radier é que ele funciona como contrapiso e calçada.
Não se esqueça de colocar os tubos de esgoto e os ralos antes de con-
cretar o radier. A construção do radier ocupa toda a dimensão da casa mais
a largura da calçada em sua volta.
Veja abaixo:
O radier só deve
ser utilizado se o terre-
no todo tiver o mesmo
tipo de solo. Se uma
parte dele for firme e
outra fraca, você não
deve utilizar o radier.
O radier é na verdade
como uma grande laje
construída no chão,
sobre a qual se ergue
a casa.

É necessário para sua construção que o solo seja bem firme e muito
bem nivelado, para que não haja dificuldades em erguer as paredes depois.
Pode-se também, seguindo o desenho da casa, deixar no radier e nos can-
tos das paredes as pontas das armações de ferro, que servirão para erguer
as colunas. O radier é normalmente utilizado para construções simples,
de apenas um pavimento, sem laje superior e sem colunas. Nas constru-
ções em que não se deseja fazer fun-
dações para suporte das colunas de
uma laje, utiliza-se normalmente blo-
cos de cimento, que tornam a cons-
trução mais segura e rápida. Porém,
alguns profissionais, por medida de
maior segurança, sempre recomen-
dam, mesmo com o uso dos blocos
de cimento, fazer colunas nos cantos
das paredes.
Veja o desenho ao lado:

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A construção básica do radier consiste em cavar 10 centímetros de pro-
fundidade no solo a área total da casa, inclusive com a calçada ao redor.
Construa uma armação de madeira em toda volta. Jogue uma camada
de brita e, por cima, uma camada de concreto magro.
Coloque uma armação de ferro e por cima uma camada de concreto.

Qualquer um dos tipos de fundação deve ficar nivelado. Caso neces-


sário, faça uma camada de argamassa sobre a fundação pronta para ni-
velamento (regularização). Para evitar que a umidade da terra suba pelas
paredes, use uma camada de argamassa com impermeabilizante sobre a
fundação ou sobre a camada de nivelamento (regularização). Essa arga-
massa deve ser desempenada sem alisar. Quando ela secar, aplique uma
pintura impermeabilizante.
Embora, como dissemos antes, o sistema de radier não seja adequado
para a construção de uma laje de teto, porque originalmente não foi feito
para ter colunas, alguns construtores deixam as pontas das ferragens nas
quinas das paredes, para daí levantar as colunas que sustentarão uma laje,
tornando a única diferença em relação ao sistema tradicional a inexistência
de sapatas.

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7 • Os Tipos de Concreto
Para todas as massas em que haja a mistura de cimento com outros
ingredientes, seja para o concreto, alvenaria ou acabamento, quer para o
concreto magro ou gordo, primeiro faz-se uma mistura bem homogênea,
até obter uma coloração uniforme, para depois se adicionar a água.
Concreto magro: 1:4: 4
(1 medida de cimento, 4 de areia e 4 de pedra). Pode-se usar também 1
parte de cimento por 5 de areia e 5 de pedra. Observação:
O solo deverá
Concreto gordo: 1:3: 3 ser molhado
antes de jogar o
1 medida de cimento por 3 de pedra e 3 de areia.
concreto.

A lata usada como medida deve ser de 18 litros. Mantenha o concreto


sempre molhado (cura) durante 1 semana após a concretagem. Isso não
impede que você, depois do 3º dia, já possa executar outros serviços sobre
esse concreto.
concreto para fundação
Rendimento por
Aplicação Traço Dicas
saco de cimento
1 saco de cimetno
Antes de receber o
Base de 8 1/2 latas de areia concreto magro, o solo
14 latas ou 0.25 m 2
concreto magro 11 1/2 latas de pedra deve ser nivelado e
socado.
2 latas de água
É melhor evitar
Concreto do 1 saco de cimento
emendas de concre-
baldrame (sapara 5 latas de areia tagem na fundação. O
corrida), da broca 9 latas ou 0,16 m2
6 1\2 latas de pedra concreto da fundação
(estaca) e do
deve ser bem adensa-
radier. 1 1\2 lata de água
do (vibrado).

concreto para laje


Rendimento por
Aplicação Traço Dicas
saco de cimento
Espalhe o concreto
1 saco de cimetno uniformemente por
Lajes maciças e 4 latas de areia toda a laje, evitando a
capas de lajes pré- 8 latas ou 0.14 m2 formação de grandes
moldadas 5 1/2 latas de pedra montes, para não
1 1/4 latas de água sobrecarregar o esco-
ramento.

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8 • A Alvenaria
Levantando as paredes pelo método mais tradicional, você vai assentar
o primeiro tijolo sobre a fundação a uns 10 centímetros distante da ferra-
gem das colunas. Levante as fileiras de tijolos dos dois lados da coluna, até
atingir a altura desejada.
Atenção - Massa para assentamento dos tijolos é 1:2: 7 - 1 parte de
cimento, 2 de cal e 7 de areia.
Depois, coloque duas tábuas bem escoradas
de cada lado da parede, tampando as ferragens
como uma fôrma. Despeje o concreto nesta fôr-
ma até a altura dos tijolos da parede, soque bem.
Está pronta a sua primeira coluna. Veja no dese-
nho abaixo:

Não jogue o concreto do alto.


Faça uma peça como esta, para
que o concreto escorra para o in-
terior da coluna.

Se você estiver construindo sua casa em cima de um radier, comece a


erguer as paredes pelos cantos, cruzando os blocos de cimento. Faça isso
em todas as quinas de parede.
Veja no desenho ao lado:
Não se esqueça de vibrar o concreto
com um tubo, para evitar bolhas.

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É muito importante usar sempre o prumo quando estiver levantando as
paredes, para que elas não fiquem tortas e criem uma grande dificuldade
e gasto de material, quando for fazer o emboço e tentando corrigir as im-
perfeições.
Preste atenção para um detalhe importante:
Misture um bom impermeabilizante na massa que vai
assentar a primeira fiada de tijolos, pois isso evita que a
umidade do solo suba pelas paredes. Mesmo depois de
assentados os primeiros tijolos das paredes, o melhor é
passar um impermeabilizante ou tinta impermeabilizante
nas laterais, para evitar futuras infiltrações.
Isso evita que as paredes, depois de construídas, fi-
quem úmidas toda vez que chove. Durante o processo
de levantar as paredes, vá deixando os espaços para a
colocação das portas e janelas.
Considerando o tamanho das portas e janelas que você escolher, os
espaços para sua colocação deverá ser pelo menos 20 centímetros maior.
Use uma verga, também chamada de lajota, na parte superior do vão, que
irá sustentar os tijolos que ficam acima das portas e janelas.
Esta lajota pode ser pré-moldada ou construída por você. Não deixe
também de descontar 5 centímetros para a altura do piso, especialmente
para os cômodos que serão a cozinha e o banheiro, que normalmente são
mais baixos que os outros cômodos.
Durante este processo, outra coisa importante é colocar os tacos de
madeira nas laterais dos vãos, para fixar as portas e janelas (se for usar as
janelas e portas tradicionais de madeira). Para as janelas, coloque 2 tacos
de cada lado e, para as portas, 3 de cada lado. Use uma massa forte, 1:3
(1 medida de cimento e 3 de areia), para fixar os tacos na parede.

Observação:
Se for instalar portas
e janelas metálicas, a
fixação será posterior.

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Construindo sua casa pelo método tradicional (sapatas e colunas), com
o objetivo de colocar uma laje de teto, você deverá fazer uma cinta de
concreto e ferros no topo das paredes, para dar sustentação a laje e estabi-
lizar as paredes da construção. As ferragens desta cinta serão amarradas
nos ferros das colunas. Pode-se usar canaletas de concreto para esse fim,
prontas nas casas de materiais de construção, evitando a construção de
fôrmas de madeira para montar a cinta.

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9 • A LAJE Existem
LAjE pRé-MOLDADA dois tipos
É a mais usada e recomendada para construções de lajes:
populares, por ser mais prática, rápida e mais barata
na execução, com bastante segurança, além de não
A laje
precisar de uma enorme quantidade de madeira para pré-moldada
as fôrmas e escoramentos.
e a laje
São normalmente encontradas em casas de ma-
teriais de construção, e você verificará que existem batida
em vários tamanhos, cabendo a você escolher aquela
que atenda às dimensões dos cômodos de sua casa, calculando uma sobra
de mais ou menos 50 centímetros para os beirais externos para evitar a in-
filtração de água da chuva. Estas lajes ainda são do tipo cobertura ou piso,
muito mais resistentes e capazes de sustentar um segundo pavimento.

A instalação de uma laje pré-fabricada é muito prática e simples. As


vigas são assentadas no topo das paredes e amarradas nos ferros da cinta
de concreto. Entre cada viga, é colocado um tijolo especial de barro, cha-
mado lajota, para fechar o vão entre as vigas, como mostra o desenho aci-
ma: Quando a laje estiver totalmente assentada, é preciso fazer um esco-
ramento, para evitar a horrível “barriga” que se forma na laje, no momento
em que ela não é devidamente escorada, parecendo que vai cair.
Coloque uma madeira no sentido transversal da laje, sustentada por
uma perna de 3”, para levantar a laje cerca de 2 ou 3 centímetros com uma
cunha de madeira inserida embaixo da perna de 3”, como um calço. Esta
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escora deve ser colocada bem no meio da laje, para isso, risque no chão
um X, partindo de cada um dos cantos do cômodo. O ponto central do X
será o centro do cômodo. Para cômodos com dimensões maiores de qua-
tro metros, divida o espaço por dois e use o mesmo processo, colocando
duas escoras. Use também escoras nos beirais, para que eles não fiquem
tortos para baixo. Depois de totalmente assentada e escorada, a laje deve
ser bem molhada, para auxiliar a perfeita aderência do concreto que será
despejado logo a seguir e garantir a segurança de seu teto.
Faça um concreto forte, 1:3: 3 (1 medida de cimento, 3 de areia grossa e
3 de pedra). Coloque primeiro uma fina camada de concreto e, depois, por
cima, uma grade de ferro, com os elementos mais próximos de si, no meio
da laje, e um pouco mais afastados nas pontas (esta ferragem fica apoiada
sobre pequenas bolas de massa 1:3). Complete a concretagem até uma
altura de aproximadamente 6 centímetros.
Uma laje pré-moldada, bem construída, é tão resistente quanto a laje
batida. O escoramento da laje e dos beirais deve permanecer durante três
semanas, para uma perfeita secagem e cura do concreto, que deve ser
lenta, dando tempo a todas as reações químicas que se processam no con-
creto. Por isso, em locais de clima muito quente, a laje deve ser molhada
diariamente, evitando uma secagem muito rápida.
Dica:
• A ferragem fica suspensa, apoiada sobre bolotas de massa, com
o traço 1:3. Use quantas bolotas achar necessário.
• Nas lajes pré-moldadas, usa-se uma caixa de luz diferente da
convencional e considerada mais prática. Fique atento quando
for comprar o material elétrico.

A LAjE bATIDA
A laje de concreto batido é indicada para construções maiores. Quando a
dimensão dos cômodos ultrapassa um vão acima de 4 metros, deve ficar secan-
do com as escoras por um tempo maior, cerca de vinte e oito dias no mínimo,
podendo até se estender por um período maior, dependendo do clima. A sua
confecção apresenta um custo bem maior, devido ao tempo maior gasto na obra
e da maior quantidade de madeiras e escoras necessárias para sua execução.
Para fazer uma laje batida, se constrói uma fôrma de madeira, forrada com
um papel impermeável (geralmente se usam os próprios sacos de cimento),
para evitar o vazamento e o escorrimento do cimento.
No meio da malha de ferro, as tubulações de água e luz são fixadas com
ferros na madeira.
Na laje batida, os pontos que se apóiam sobre as paredes devem ter ferros
colocados na porção superior da laje, e também nos beirais, para evitar o que se
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chama tecnicamente de “flecha negativa”, assim chamados de ferros negativos.
O ideal é que um engenheiro calcule a bitola das ferragens, para que não
haja especificações excessivas, ocasionando um custo adicional desnecessário
na compra dos ferros. Porém, nas construções populares, é tradicional o uso de
ferros 3/8”, e o traço de concreto normalmente usado é:
1:3: 3 - 1 medida de cimento, 3 de areia e 3 de pedra.

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10 • A INSTALAÇÃO ELÉTRICA
O correto seria que toda a instalação elétrica da casa fosse feita por um
profissional experiente. Não se deve deixar um curioso cuidar de uma ins-
talação tão importante. Além dos riscos de curto circuito, de acidentes com
choque elétrico e possíveis incêndios, devido a instalações mal feitas, o tra-
balho de um profissional mal qualificado pode causar consumo exagerado de
energia e aumento dos gastos por conta de material inadequado.
A instalação elétrica de uma residência engloba uma série de procedi-
mentos e materiais específicos, tais como a instalação de disjuntores nos
circuitos elétricos; a colocação de conduites, para a passagem dos fios; liga-
ção com as tomadas; interruptores das lâmpadas e os bocais das mesmas.
Cada cômodo da casa, segundo a sua utilização e os equipamentos que
serão ligados à corrente elétrica, tem suas necessidades específicas.
O fornecimento de energia, fornecido pela Companhia de Eletricidade lo-
cal, é classificado de três formas: Monofásico, Bifásico e Trifásico.
Monofásico
Sistema composto de dois fios: um FASE, que conduz a eletricidade e
chamado também de “positivo”; e o outro NEUTRO, que fecha o circuito e
não conduz eletricidade, também chamado de “negativo”. Normalmente,
nas casas populares, o fornecimento de energia é feito no modo monofá-
sico (apenas uma fase). Este sistema fornece eletricidade em uma tensão
de 110/127 Volts.
Abaixo um exemplo simplificado:

Embora seja fácil a identificação do fio positivo, pelo uso de uma ferra-
menta parecida com uma pequena chave de fenda, disponível nas casas
de material elétrico. Esta possui uma pequena lâmpada no interior, que
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acende quando tocamos o fio positivo. Nunca toque nos fios desencapa-
dos com o medidor ligado, pois apesar do neutro não conduzir energia, por
vezes, devido a um problema técnico na rede, pode ocorrer um retorno de
eletricidade pelo fio neutro, e você levará um choque violento.
Uma observação muito importante: NUNCA use fios paralelos na insta-
lação elétrica de sua residência.

Bifásico - (três fios)


Composto de dois fios fase e um neutro. Com esta configuração, po-
de-se instalar duas redes de circuitos internos independentes, de 110/127
Volts, ou um circuito de 220/240 Volts.

Trifásico - (quatro fios)


Três fios fase e um neutro. Neste tipo de alimentação elétrica, pode-se
instalar três redes independentes de 110/127 Volts; uma rede de 330/360
Volts ou uma rede de 220/240 Volts, junto com outras de 110/127 Volts.
Esta rede não é comum para residências, justifica-se a sua utilização quan-
do houver instalação de motores potentes e máquinas especiais, com ele-
vados consumos de energia. Uma medida muito prática para identificar cor-
retamente os fios fase e o neutro é usar fios de cores diferentes.
Nas instalações bifásicas ou trifásicas, com 2 ou 3 positivos, sempre
use as cores indicadas pelas normas da ABNT:
• Positivos: Preto, branco e vermelho;
• Neutro: Verde; terra e: Azul.

A bitola do fio padrão para os circuitos residenciais é 2,5mm. A distri-


buição dos circuitos elétricos, que atendem áreas distintas da casa, tem
obrigatoriamente um limite de capacidade. Nas redes de 110/127 Volts, o
circuito pode suportar uma carga de até 1.500 watts. A potência em watts
(W) representa o consumo de uma lâmpada ou equipamento. Portanto,
não sobrecarregue um circuito além desses limites. O melhor seria deixar
sempre uma sobra nos circuitos, para um eventual aumento do consumo,
devido a instalação de novos equipamentos, e instalar sempre um disjuntor
separado para cada circuito. Veja a tabela abaixo:
Disjuntores Circuito Elétrico
20 amperes até 960 watts
30 amperes para o chuveiro elétrico
20 amperes para a geladeira e máquina de lavar
30 amperes para o ar condicionado

20
15 amperes para a bomba d’água até 1,5HP
Observe abaixo o desenho de uma planta básica e simplificada de
uma instalação elétrica.

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Instalando o chuveiro elétrico
O chuveiro elétrico é um dos equipamentos que mais consome energia
em uma residência, chegando alguns a 4.400 watts de potência. Portanto,
deve ser usado fios de 6 mm para distâncias de até 30m do disjuntor, ter
um circuito independente e um disjuntor de 40 ampéres.
Os chuveiros elétricos normalmente são acompanhados de um manual
de instalação, e tem três fios, um positivo, um neutro e um fio terra, que
servirá para a proteção da instalação elétrica, através de um aterramento
especial. Portanto, siga as instruções.

O aterramento do chuveiro elétrico segue normas específicas. O terra


que vem do chuveiro é um fio único, sem ligação com qualquer outro, e
deverá ser enterrado do lado de fora da casa, a um metro de profundidade,
preso em uma barra de cobre, em um buraco com uma mistura de carvão
e pedras. Já existem prontas caixas de aterramento nas casas de materiais
de construção. Apesar de todos os cuidados, consulte sempre a Compa-
nhia de Eletricidade, para ter certeza de que está fazendo tudo certo e
preservar a segurança de sua residência.
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11 • A INSTALAÇÃO HIDRÁULICA E SANITÁRIA
A correta execução de uma instalação hidráulica
evita inúmeros problemas, que podem acontecer se
não for dada a esta parte da obra uma atenção espe-
cial.
Siga algumas instruções importantes para não ter
que, depois de pronta a obra, quebrar pisos, paredes e
consertar uma instalação mal feita. A caixa d’água, por
exemplo, deve ficar pelo menos 80 centímetros aci-
ma da laje superior, evitando vazamentos, facilitando
a limpeza e manutenção e auxiliando a pressão da queda d’água. “Caso
queira um chuveiro com uma ducha mais forte, instale um cano direto da
caixa, exclusivamente para ele, com uma redução dos canos antes de che-
gar a ele de 1/2” para 3/4”. O aumento da pressão será considerável.
O ideal é usar canos de 3/4” para todas a instalações restantes, apenas
reduzindo para1/2” antes de chegar as torneiras e aparelhos sanitários. A
colocação desses aparelhos sanitários requer atenção, para não se instalar
um vaso sanitário em um local onde não caiba uma pessoa.
Vejamos abaixo uma tabela com as dimensões recomendadas da altura
das instalações:

• vaso sanitário - (especificado pelo fabricante)


• Lavatório - 60 centímetros
• Chuveiro - 2,10 a 2,40 metros
• pia da cozinha - 1,20 metros
• Descarga comum - 1,20 metros
• Descarga tipo Montana - 1,40 metros
• Descarga tipo primor - 1,30 metros
• Tanque de lavar roupa - 1,20 metros
• Registro do chuveiro - 1,30 metros
Todas essas medidas podem ser alteradas para se adaptarem aos pa-
drões de altura, maior ou menor, da sua família e para o seu conforto. A
pressão da água está diretamente associada ao tamanho do cano. Quando a
água chega à sua casa pela tubulação da rua, ela vem com um grau de ener-
gia (pressão). O caminho da água dentro da tubulação da casa sofre perda
de energia (curvas, aderência de impurezas, pequenos vazamentos, etc).
Essa perda de energia resulta em uma diminuição de pressão. Supo-
nhamos que dois banheiros estejam sendo usados ao mesmo tempo, se o
cano não é dimensionado adequadamente, a pressão da água cairá signi-

23
ficativamente. O tamanho ideal para tubulação (para casos com consumo
médio), tanto para água quente ou fria, é de ¾”.
E para a tubulação de entrada da água da rua para a casa, o tamanho
ideal é de tubos de 1”. Agora, um conselho especial de construtores ex-
perientes a respeito da instalação sanitária, para evitar o constante mau
cheiro dessas instalações em algumas casas:
• Normalmente, se constroem duas caixas de dejetos, sendo uma
de gordura e outra para o esgoto do banheiro.
• A recomendação é construir três caixas, para evitar o problema
do mau cheiro e entupimentos. Veja no desenho abaixo:

A recomendação é usar as caixas que são vendidas prontas, por se-


rem mais práticas que as construídas artesanalmente na terra. Na primeira,
que deve ter um tamanho suficientemente grande, chamado de Caixa de
Inspeção (CI), ligue um cano de 100 mm da saída do vaso sanitário e um
cano de 50 mm de um ralo sifonado do banheiro, para impedir o retorno do
mau cheiro do esgoto. O ralo do chuveiro também poderá ser ligado nor-
malmente a este ralo sifonado do banheiro. Esta Caixa de Inspeção deverá
ser aberta periodicamente, para fazer a necessária limpeza. O truque para
impedir o retorno do mau cheiro é o seguinte:
24
• O cano de 50 mm do ralo sifonado do banheiro vai até a parede e
daí faz-se uma conexão de 40 mm, extra e vertical, como um “T”
invertido, que sobe até o telhado. O tubo do ralo sifonado do ba-
nheiro continua até a Caixa de Inspeção. Da Caixa de Inspeção,
sai um cano de 100 mm, que despeja na rede de esgoto da rua.
Na segunda caixa, que será a caixa de gordura, ligue com um
cano de 50 mm apenas a saída da pia. Desta caixa, que servirá
exclusivamente para a pia, sai um tubo de 75 mm para a Caixa
de Inspeção. Na terceira caixa, vamos ligar os canos de saída do
ralo da cozinha, do tanque de roupas e um cano de 75mm ligará
esta terceira caixa à Caixa de Inspeção.
ISTO É MUITO IMPORTANTE
pARA EvITAR O RETORNO DO MAU ChEIRO, INSTALE
AS CAIxAS DE gORDURA E DO TANqUE EM UM NívEL
SUpERIOR AO DA CAIxA DE INSpEÇÃO.

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ATENÇÃO!
• A qualidade da tubulação usada é de suma importância. Não use
tubos de qualidade inferior, que podem amassar ou entupir o seu
encanamento, gerando prejuízos mais tarde.

12 • ACABAMENTO
Já quase chegando ao fim da obra, começamos a pensar no acabamento
das portas e do piso. Porém, antes disso, você deverá instalar os batentes das
portas e janelas de madeira. Estes serão fixados diretamente nos tacos de
madeira que foram cimentados nas paredes, quando estas foram levantadas.
Nivele os batentes corretamente, para que as portas e janelas não fiquem
inclinadas, e não se esqueça de descontar a altura do piso acabado, quando
marcar a soleira das portas.
Para fixar as esquadrias das portas e janelas com pregos nos tacos fixados
nas paredes e não deixar aparecer a cabeça dos pregos, faça os furos com
a parte superior um pouco mais larga, para escondê-los com massa antes
da pintura. Talvez você ne-
cessite da ajuda de um bom
carpinteiro para montar as
portas, se elas precisarem
ser aplainadas, e colocar en-
caixes para as dobradiças e
fechaduras.
Os basculantes e vitrôs
geralmente são encontrados
em lojas já com as ferragens
montadas e, se vierem sem
os vidros, deixe para colocá-
los só após o acabamento.
Antes de começar o aca-
bamento das paredes, tape
os rasgos que foram feitos
nelas, para a colocação dos
dutos da fiação e dos canos
da hidráulica, com o mesmo
traço de massa que foi utili-
zado para assentar os tijolos.
Espere secar para começar
o acabamento propriamente
dito.

26
O Acabamento feito com revestimentos em Argamassa
Os revestimentos em argamassas têm a finalidade de regularizar as su-
perfícies das paredes e também de tetos, muros e fachadas, protegendo-as
da chuva e do desgaste em geral. O impermeabilizante pode ser passado
antes, ou ser agregado à argamassa.
A argamassa é feita em 4 camadas, a saber:
Primeira camada: Enchimento
Necessária somente em alguns casos, como paredes fora de prumo ou
alvenaria de pedras irregulares. Caso seja necessário mais de uma cama-
da, esperar que a anterior esteja totalmente endurecida.

segunda camada: Chapisco


É a base inicial do revestimento e que garante que as outras camadas
não cairão, especialmente as do teto.
A massa desse chapisco é 1:3 - uma medida de cimento e três de areia
e deve ser aplicada com a espessura mais fina possível. Para o muro, a
camada de chapisco pode ser o único acabamento, se assim desejar.

A terceira camada é o Emboço


Espessura de acabamento áspero 1, a 2cm, deve ser aplicada somente
após o endurecimento do chapisco e após embutir na parede as tubulações
de instalações elétricas, hidráulicas, etc. Espalha-se a argamassa com
colher e se regulariza com régua, tendo guias para manter o nível, alisando
com desempenadeira.

A quarta camada: Reboco


Também chamado de massa fina. Camada aplicada após o endureci-
mento do emboço é executada depois de peitoris e guarnições de portas e
janelas, porém antes do rodapé.
É mais fina em espessura - 0,50cm - e aca-
bamento (grãos finos na argamassa - 0,05 a
0,42mm).
Espalha-se a argamassa em trechos pequenos
e se alisa com desempenadeira de borracha, para
a parede ficar lisa.
Contra pichação
É possível se livrar de palavrões e rabiscos
feitos em muros de alvenaria, tijolos aparentes, cerâmica ou pedras sem
recorrer à pintura. Basta borrifar o Flash Efficient sobre as marcas de tinta a

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óleo, látex ou spray, esfregar e enxaguar. Ele elimina pichações de poucos
dias e apaga 80% das antigas. Vendido em embalagem de 450 ml, limpa
até 10 m². Alguns construtores preferem substituir esse reboco clássico por
um revestimento industrializado mais moderno, como a massa plástica de
PVA, chamada comumente de massa corrida. Para aplicá-la, é preciso pri-
meiro lixar as paredes emboçadas com uma lixa grossa (nº 60) e deixá-las
completamente limpas e livres de poeira.
A massa de PVA deve ser aplicada com uma desempenadeira de aço.
Quando estiver totalmente seca, lixa-se então com uma lixa fina (nº 150),
para corrigir todas as imperfeições. Se ficar alguma depressão, aplique um
pouco mais de massa e repita a operação. Nas paredes externas da casa,
não se utiliza massa corrida. Existe uma alternativa para o acabamento
externo, além do reboco.
É também uma massa industrializada, chamada Reboquit, que pode ser
aplicada diretamente sobre o emboço com uma desempenadeira, para o
acabamento final antes da pintura.

AZULEJOS
Os azulejos são uma parte delicada do acabamento. Devem ficar duran-
te 24 horas de molho na água antes do seu assentamento.
Pode-se usar uma massa 1:1, 5:4 - 1 medida de cimento, 1 e meia de
cal e 4 de areia, ou então uma massa pronta, industrializada, vendida em
casas de material de construção. Molhe as paredes já emboçadas (massa
grossa) antes e coloque os azulejos no sentido de baixo para cima das
paredes, alinhados com as portas. Mantenha o espacejamento entre eles
uniformes, usando também uma régua e um fio de prumo, para mantê-los
bem esquadrejados.
Quando terminar o assentamento de uma parede, limpe-os bem com
uma vassourinha de cerdas duras, para retirar o excesso de massa. Espe-
re dois dias para secar completamente e faça um rejunte com uma massa
de cimento branco, com alvaiade, e uniformize as juntas, removendo com
papel o excesso dessa massa. Há também outra forma de colocação, que
consiste em espalhar a argamassa já pronta em uma área e logo após colar
os azulejos na parede. Este processo é mais rápido e possibilita um exce-
lente e rápido serviço. Se tiver cerâmica com som “oco”, indica que está
mal assentada. Deve-se remover o azulejo e colocá-lo novamente.

PISOS
Antes de fazer os pisos, coloque os tubos de esgoto do banheiro e da
cozinha, com as esperas para os ralos. Para a inúmera quantidade de tipos
de materiais e formatos de pisos, existe uma coisa em comum: a neces-
28
sidade de preparar uma base com uma massa de concreto magro - 1:4:
4 - isto é, 1 medida de cimento, 4 de pedra e 4 de areia, sobre a qual se
assentará o tipo de piso escolhido. Mas, se o piso a ser construído for para
suportar um peso grande, maior que o normal de uma casa, como, por
exemplo, uma garagem ou uma entrada de carro, você deverá fazer uma
base de concreto gordo tipo 1:3: 3 - 1 medida de cimento, 3 de pedra e 3 de
areia - e reforçá-lo com uma grade de ferro apropriada.

PISO CIMENTADO
É o tipo mais simples e econômico. Pode ser feito com uma massa 1:3
- 1 medida de cimento e 3 de areia fina.
Coloca-se a massa no espaço destinado e acerta-se com um sarrafo,
mantendo cuidadosamente o nível, mas não esquecendo os caimentos ne-
cessários para os ralos da cozinha e do banheiro. Existem duas formas de
fazer um acabamento cuidadoso: com a massa ainda secando, polvilhe a
superfície apenas com o pó de cimento e deixe secar. O piso ficará bem
liso. Ou faça uma massa bem mole, apenas com cimento, água e corante.
Para dar um toque diferente ao seu chão, alise com uma desempenadeira
de aço. O piso ficará bonito e barato.

LADRILHOS E CERÂMICA DE PISO


Os pisos cerâmicos também possuem uma enorme variedade de belos
tipos e padrões, e como os ladrilhos de parede, devem ser deixados de mo-
lho dentro d’água por pelo menos 24 horas. Devem ser assentados sobre
um concreto magro, muito bem nivelado, que deve estar molhado antes de
receber a massa, para colocá-los, que terá o traço de 1:1, 5:4 - 1 medida de
cimento, 1 e meia de cal e 4 de areia. Também como os azulejos de parede,
só 24 horas depois de bem seca, a massa deve receber o rejunte.
Outra alternativa é o uso de pisos sintéticos, também com belos pa-
drões, que são colados sobre uma base de concreto magro - 1:3 – 1 medi-
da de cimento e 3 de areia ou então sobre massa pronta comprada em ca-
sas de materiais de construção. Porém, essa massa não deve ser alisada e
sim deixada um pouco áspera, para facilitar a penetração da cola. Os pisos
de tacos de madeira não serão mencionados nesta obra, por serem muito
mais caros e de complexa colocação. Além disso, perdem na comparação
com as outras variedades de piso, muito mais práticas e bonitas, de fácil
manutenção e asseio.
O contrapiso
Antes do assentamento, acompanhe a execução do contrapiso:
• Deixar o solo bem compactado;
• Colocar 15 cm de brita sobre o solo, nivelando;
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• Aplicar camada de 8 cm de concreto;
• Executar a regularização da superfície;
• Colocar camada de impermeabilizante;
• Colocar 2 cm de massa sobre o impermeabilizante, evitando
manchas sobre a placa cerâmica.
Para a colocação das placas cerâmicas, o piso deverá estar no esqua-
dro e nivelado; se necessário, impermeabilizado.
O assentamento deve ocorrer no mínimo 28 dias após a concretagem
da base ou 14 dias após a execução do contrapiso. Os caimentos devem
ser previstos no contrapiso, para evitar empoçamentos.
Recomenda-se adquirir placas cerâmicas antiderrapantes, para assen-
tamento em escadas e rampas com caimentos superiores a 3%.

A PINTURA
A pintura de uma casa não deve ser feita apenas pelo seu aspecto es-
tético, mas também para sua conservação, principalmente as paredes ex-
ternas, que ficam expostas ao sol e à chuva. Toda a enorme quantidade de
tintas, tanto para o interior quanto para o exterior de uma casa, existentes
no mercado são acompanhadas de detalhadas instruções para o seu uso.
Porém, pense primeiro na qualidade. As tintas mais baratas geralmente são
de qualidade inferior, têm um rendimento menor e seu acabamento muitas
vezes deixa a desejar.
Cada tipo de pintura exige uma preparação da superfície, uma mistura,
uma técnica de aplicação e um número de demãos diferentes. Por isso, você
sempre deve consultar primeiro o fabricante da tinta ou um profissional espe-
cializado. Em todo caso, evite pintar sobre superfícies empoeiradas ou com
tinta velha. A pintura mais simples e barata é a caiação, ou seja, uma mistura
de água, cal e um fixador, que deve ser aplicada com broxas. O resultado
deste acabamento fica grosseiro, além de não permitir que se aplique outro
tipo de tinta por cima. Com o tempo, a cal descasca da parede, por isso não
é muito recomendado, principalmente para as paredes internas.
Paredes Internas
A pintura das paredes internas é mais delicada, exigindo uma atenção
especial para o teto. O tipo de tinta mais usado e recomendado são as de
látex, a base de PVA. Se você não for colocar azulejos em sua cozinha ou
banheiro, a recomendação é usar tinta a óleo, que devem ser aplicadas
com pincéis ou rolos sobre uma camada de massa corrida.
Para melhorar o deslizamento do rolo ou pincel na tinta a óleo, adicione
uma pequena quantidade de óleo de linhaça na tinta.

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Paredes Externas
Para estas paredes, também são aplicadas tintas Látex PVA para exte-
riores, que dão um belo acabamento. Se você preferir algo mais refinado,
pode usar tintas de esmalte sintético. Mas atenção, não se deve passar
massa corrida em paredes exteriores, pois, com uma superfície mais áspe-
ra, ela se torna mais resistente às intempéries.
Portas e Janelas de Madeira:
Para pintar as esquadrias de madeira, em primeiro lugar, lixe-as com
uma lixa de madeira fina, depois, limpe muito bem a superfície das mes-
mas. Passe uma tinta a base de zarcão e aplique depois de seca uma mas-
sa própria para madeiras, eliminando as pequenas irregularidades.
Lixe novamente e aplique a primeira camada de tinta a óleo. Espere
secar por 24 horas e dê uma segunda mão de tinta, para um perfeito aca-
bamento.
Portas, Janelas e Esquadrias de Ferro:
Antes da pintura, limpe e faça um polimento das peças com uma lixa
de ferro fina. Aplique uma primeira camada de tinta base (primer), zarcão,
óxido de ferro ou outra tinta que tenha na composição cromato de zinco.
Corrija pequenas irregularidades com uma massa rápida e, depois, li-
xando, dê uniformidade a esquadria. Assim, aplique a tinta óleo. Se esta
peça for ficar exposta ao tempo, repita a operação com uma segunda mão
de tinta prime e mais duas de tinta óleo. Sempre espere secar a tinta antes
da segunda mão.

13 • MUROS
Para as construções populares, os muros
são feitos principalmente de tijolos comuns ou
blocos de concreto. Nas duas opções, é ne-
cessária uma fundação de acordo com a altura
do muro. Esta fundação será do mesmo tipo
que foi usada para a construção das paredes
da casa.
Veja a tabela:

Altura do muro Fundação

até 1,50m de 20cm

até 2,00m de 40cm

até 2,50m de 50cm


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É necessário, para segurança do muro, que se façam colunas partindo
das fundações, como se fez também nas paredes. A maneira mais prática
de construir as fundações do muro é fazer como nas paredes.
Arme canaletas de concreto para envolver as ferragens, amarrando os
ferros de uma coluna a outra. Despeje um concreto gordo, deixando as
pontas dos ferros para subir as colunas e assente os tijolos. Caso o muro
venha a ter mais de 2 metro de altura, será preciso fazer também uma cinta
na parte superior e colunas a cada 3 metros. Para seu acabamento, o mais
rápido e barato é fazer um simples chapisco, e pintá-lo depois.

14 • CALÇADAS
Quando você constrói sua casa pelo sistema de radier, sua calçada ao
redor da casa já fica pronta. Mas, se você a fez pelo sistema tradicional,
terá que construí-la agora. Cave uma depressão rasa no solo em volta da
casa, molhe bem a terra e despeje um concreto magro. Coloque ripas de
madeira no sentido transversal da calçada, com um espacejamento de 1
metro e meio entre uma e outra, sobre este concreto magro.
Sobre esta camada, jogue um concreto gordo com uma altura de cerca
de 5 centímetros. Estas ripas escoam a água e evitam rachaduras provo-
cadas pela dilatação.
Se estiver fazendo uma calçada com uma entrada de carro, deverá co-
locar uns ferros transversais e fazê-la com uma espessura um pouco maior,
para suportar o peso. O acabamento pode ser feito com uma desempena-
deira, deixando o concreto um pouco áspero.

15 • TELHADO
Existem vários tipos e modelos de telhas. As telhas podem ser de fibrocimento,
argamassa de cimento, barro (cerâmica) ou ardósia. Cada uma exige um madei-
ramento diferente.
Os telhados mais simples e econômicos são os de uma ou duas águas, feitos
com telhas de fibrocimento. Existe uma grande variedade de telhas de fibrocimen-
to no mercado, com diferentes desenhos, espessuras e comprimentos. Algumas
delas podem vencer vãos de até 7m, sem apoio intermediário.
É importante dar inclinação (caimento) correta ao telhado. Se a caixa d’água
for instalada no forro, é preciso prever um espaço necessário e também um aces-
so fácil para limpeza e reparos. Essa caixa deve ficar a uma altura suficiente, para
que haja pressão adequada da água nas torneiras, no vaso sanitário e no chu-
veiro. As lojas de material dispõem de catálogos de telhas de fibrocimento com
dados sobre os tipos, as dimensões, o madeiramento necessário e os cuidados
no transporte, manuseio e montagem.
O número de telhas varia de acordo com o tipo e o modelo escolhido.
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Sabendo quantos metros quadrados tem o telhado, o vendedor terá
condições de calcular o número de telhas. Importante é acrescentar certo
número de telhas, considerando as peças que quebram durante a cobertu-
ra do telhado. Quanto maior o número de águas, maior o número de peças
cortadas é maior a perda. É recomendável que o consumidor adquira cerca
de 10% a mais de peças para reposição. Afinal, mesmo modelos iguais de
telhas podem apresentar diferenças de encaixe e resultarem em vazamen-
tos, se forem comprados de fabricantes diferentes.

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Primeiramente, faça as empenas (oitões) sobre a laje, para dar caimen-
to ao telhado. Se você não vai fazer a laje, as paredes da casa já devem ter
subido direto até a altura do telhado.
O caimento do telhado depende do tipo de telha que você vai usar. Po-
rém, a altura da empena (oitão) depende também da altura da caixa d’água
que você vai colocar debaixo do telhado. Não se esqueça de deixar um
espaço para abrir a tampa da caixa d’água.
As estruturas dos telhados de fibrocimento usam menos madeira (peças
maiores, não têm ripas) e sua montagem é mais rápida.
Cada modelo exige uma inclinação diferente. Telhas de fibrocimento pe-
dem inclinação
mínima de 10%.
Já as telhas ro-
manas (argila)
exigem 30% de
inclinação. Para
que haja um
bom escoamen-
to de água no
telhado, evitan-
do infiltrações,
é importante
seguir a inclinação mínima sugerida para cada telha. Além disso, uma in-
clinação incorreta pode ocasionar problemas no madeiramento do telhado.
O telhado é muito importante, pois, caso dê vazamentos, trará muitos
aborrecimentos aos moradores. É importante conseguir um bom profissio-
nal para orientar este trabalho. O ideal mesmo seria um temporal, para não
deixar dúvidas sobre o bom trabalho ou, em caso de vazamento, mostrar
os pontos a corrigir. Se não chover, providencie uma chuva com a man-
gueira da casa. Não é muito eficiente, mas dá para perceber se ocorrem
vazamentos.
Mantas Laminadas (subcoberturas)
Procure conhecer em lojas de materiais de construção as mantas la-
minadas (subcoberturas para telhado), que devem ser instaladas entre a
estrutura de madeira e as telhas. Funcionam como isolante térmico e pre-
vinem infiltrações de água, entrada de poeira, etc.
• Melhora a temperatura interna da construção, através da inter-
cepção da radiação (calor);
• Não se decompõe com a umidade;
• Excelente impermeabilizante;
• Super resistente.

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Os principais tipos de telhas existentes no mercado são:
Cerâmica:
Feitas de argila, são encontradas em vários formatos. Existe no merca-
do a telha romana, portuguesa, italiana, americana, francesa, plan, paulista
e colonial. O preço acessível torna a telha romana (que é dupla e tem o for-
mato da letra S) uma das mais utilizadas. Também existem modelos mais
caros, como os de cerâmica esmaltada.
Fibrocimento:
Muito utilizada por facilidade no ajuste das peças e economia no madei-
ramento. Caso a opção seja por este tipo de telha, não esqueça os cortes,
para que as telhas se ajustem perfeitamente nos encaixes.
Alumínio e aço galvanizado:
As telhas metálicas são as mais modernas do mercado, ao lado das de
concreto e das de fibra vegetal.
Concreto:
São bastante resistentes e pesadas, podendo ser encontradas em di-
versas cores e formatos.
Fibra vegetal:
São leves e não quebram.
Transparentes:
Também chamadas de telhas de aclaramento, podem ser de fibra de
vidro, polipropileno e policarbonato. São uma boa opção.
ATENÇÃO!
• Ao subir no telhado, não pise diretamente sobre as telhas, para
não trincá-las. Faça um “caminho” de tábuas sobre o telhado.
Não se esqueça de escorá-las e amarrá-las bem;
• Não carregue muitas telhas de uma vez, para não correr o risco de
desequilibrar-se ou quebrar as outras telhas pelo excesso de peso;
• Não trabalhe sobre telhas molhadas;
• Se tiver calhas para recolher a água da chuva, tome cuidado
para limpá-las ao final de cada dia de serviço no telhado, evitan-
do entupimentos e conseqüentes quebras de parede e de cano.
Percentual de custo das várias fases de construção de uma casa

• Projeto e Legalização 10% • Instalação Elétrica e Hidráulica 15%


• Fundação / Alicerce 7% • Cobertura e Telhado 10%
• Estruturas e Alvenaria 20% • Acabamentos 30%
• Esquadrias e Janelas 8%

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