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MANUAL PRÁTICO

COMO QUANTIFICAR
ACÇÃO DO VENTO NA
PRATICA?

FERVAL ENGENHARIA
O QUE ACONTECE SE NÃO
CONSIDERAR O VENTO?

1. Instabilidade da estrutura
Se a acção do vento não for considerada na concepção da
estrutura, ela pode tornar-se instável e colocar em risco a
segurança das pessoas e dos bens.

2. Danos estruturais
O vento pode causar danos estruturais, tais como
deformações permanentes, rachaduras, desgaste, entre
outros, que podem comprometer a integridade da
estrutura ao longo do tempo.

Em suma, ignorar a acção do vento em projetos de


estruturas pode levar a problemas de segurança, danos
estruturais e perda de eficiência energética. Por isso, é
importante sempre considerar a ação do vento em
projetos de engenharia e garantir a integridade e a
segurança das estruturas.

FERVAL ENGENHARIA
EXEMPLO PRÁTICO:

Como quantificar acção do vento para o edifício da


imagem. Com os seguintes dados:

Maior dimensão em planta: 11,30 metros


Menor dimensão em Planta: 8,28 metros
Altura do edifício sem a cobertura: 3 metros
8,28 m

11,30 m
FERVAL ENGENHARIA
PASSO 1: DETERMINAÇÃO DA
PRESSÃO DINÂMICA
Primeiro deve-se identificar em que zona o edifício
será construido.
Exemplo, o RSA no artigo 20 divide em 2 zonas:

ZONA A: Generalidade do território


ZONA B: Arquipélagos e regiões situadas numa faixa
costeira com 5 Km de largura, ou altitudes superiores a
600m.

PARA ESTE EXEMPLO PRÁTICO VAMOS ASSUMIR A


ZONA A.
Em seguida determinaremos a rugosidade aerodinâmica
do solo, Segundo o artigo 21 do RSA, que divide como
Tipo I e Tipo II.
Usa-se a rugosidade tipo I quando o edifício se situa
numa zona urbana, e usa-se a rugosidade tipo II quando
o edifício se situa em zonas rurais.
PARA ESTE EXEMPLO PRÁTICO VAMOS ASSUMIR A
RUGOSIDADE TIPO I.

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 1: DETERMINAÇÃO DA
PRESSÃO DINÂMICA

AGORA COM A ALTURA DO EDIFÍCIO, A ZONA E A


RUGOSIDADE JÁ É POSSÍVEL TER A PRESSÃO DINÂMICA.

Rugosidade aerodinâmica tipo I


Altura: 3 metros
Zona: A
Vamos a figura 1 do 24.2 do RSA .

Como a altura do edifício é de 3 metros e a pressão não


varia desde edifícios de 0 m até 15m para rugosidade
tipo I, então a pressão dinâmica será de 0,70 kN/m2.

FERVAL ENGENHARIA
QUANTIFICAÇÃO DO
VENTO NAS PAREDES

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
FATORES DE CARGA NAS PAREDES

Para determinar a acção do vento, além da presão


dinâmica é necessário determinar os coeficientes de
forma ou factores de carga que tem em conta à geometria
do edifício, sua localização e orientação.

Ou seja a Carga de vento (Pw) será igual ao factor de


carga (fc) multiplicado pela pressão dinâmica (Wk).

Pw=fp x Wk em KN/m2

Com a ajuda do quadro I na página 24 do RSA é possivel


achar os coeficientes de forma.

Para usar o quadro precisamos dos seguintes dados:

Maior dimensão em planta (a): 11,30 metros


Menor dimensão em Planta (b): 8,28 metros
Altura do edifício sem a cobertura (h): 3 metros

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
FATORES DE CARGA NAS PAREDES

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
FATORES DE CARGA NAS PAREDES

Maior dimensão em planta (a): 11,30 metros


Menor dimensão em Planta (b): 8,28 metros
Altura do edifício sem a cobertura (h): 3 metros
Iremos considerar 2 hipóteses de vento, actuando
a 90 graus e a 0 graus.

90 graus

0 graus

Para usar o quadro anterior precisamos calcular os


seguintes parâmetros:

h/b= 3m/ 8,28 m =0,36

a/b=11,30m/8,28m=1,4

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
FATORES DE CARGA NAS PAREDES

Perceba que o nosso h/b calculado anteriormente é


gual a 0,36 que é menor que 1/5 por isso
trabalharemos na linha h/b<= 1/2 em amarelo.

De forma análoga o nosso a/b calculado anteriormente


é gual a 1,4 que é menor que 3/5 e maior que 1 por isso
trabalharemos na linha 1<a/b<= 3/2 em vermelho.

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
FATORES DE CARGA NAS PAREDES

Em seguida vamos extrais os valores de A, B, C, D para


vento em 90 graus e 0 graus.

O A,B,C,D são letras correspondentes as faces da planta


que estamos a analisar, para melhor entenderes vou
representar abaixo.

90 graus
C C
0 graus
B
A A B
D D
FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
FATORES DE CARGA NAS PAREDES

Agora vamos começar a extrair os nossos coeficientes


de forma ou factores de carga.
C
0 graus
B
A
D
A= +0,7 ; B= -0,2 ; C= -0,5 ; D= -0,5
Os valores negativos indicam sucção do vento na
superfície, e os valores positivos indicam pressão na
superfície. Exemplo pressão indica seta pra dentro da
planta e sucção para fora da planta.

90 graus C

A B
D
A= -0,5 ; B= -0,5 ; C= +0,7 ; D= -0,2

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PASSO 3: DETERMINAÇÃO DA
CARGA DE VENTO NAS PAREDES
Para melhor percepção vou representar os valores dos
factores na planta.
Vento 0 Graus:
A= +0,7 ; B= -0,2 ; C= -0,5 ; D= -0,5
Cálculo da carga de vento:
Face (A): Carga de vento (Pw)= A x Pressão = +0,7 x 0,7=
0,49 kN/m2 Pressão
Face (B): Carga de vento (Pw)=B xPressão= -0,2 x 0,7=
-0,14 kN/m2 sucção
Face (C): Carga de vento (Pw)=C x Pressão x = -0,5 x 0,7=
-0,35 kN/m2 sucção
Face (D): Carga de vento (Pw)=D x Pressão x = -0,5 x 0,7=
-0,35 kN/m2 sucção

C 0,35 kN/m2

0,49 kN/m2 0,14 kN/m2

A B

D 0,35 kN/m2

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 3: DETERMINAÇÃO DA
CARGA DE VENTO NAS PAREDES

Vento 90 Graus:
A= -0,5 ; B= -0,5 ; C= +0,7 ; D= -0,2
Cálculo da carga de vento:
Face (A): Carga de vento (Pw)= A x Pressão = -0,5 x 0,7=
-0,35 kN/m2 sucção
Face (B): Carga de vento (Pw)=B xPressão= -0,5 x 0,7=
-0,35 kN/m2 sucção
Face (C): Carga de vento (Pw)=C x Pressão x = +0,7 x
0,7= 0,49 kN/m2 pressão
Face (D): Carga de vento (Pw)=D x Pressão x = -0,2 x 0,7=
-0,14 kN/m2 sucção

C 0,49 kN/m2

0,35 kN/m2 0,35 kN/m2

A B

D 0,14 kN/m2

FERVAL ENGENHARIA
QUANTIFICAÇÃO DO
VENTO NA COBERTURA

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 1: DETERMINAÇÃO DOS
FATORES DE CARGA NA
COBERTURA

Para determinar a acção do vento na cobertura, além


da presão dinâmica é necessário determinar os
coeficientes de forma ou factores de carga que tem
em conta à geometria da cobertura, a quantidade de
águas ou vertentes e a sua inclinação.

O valor da pressão dinâmica permanecerá o


anteriormente calculado, ou seje, 0,7kN/m2.
Neste caso precisaremos determinar os coeficientes
exteriores (CPe) e os interiores (CPi), sendo estes
últimos resultantes de aberturas no edificio, o que
facilita a entrada do vento.

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
COEFICIENTES DE PRESSÃO
EXTERIOR
Hipotenusa (HIP) Cateto oposto (OP)

Inclinação

Nesta etapa precisamos saber a inclinação do


telhado β em graus.
β =arcsen (OP/HIP)
β =arcsen [(4,44-3,15)/9,27]= 8 graus

Com o valor da inclinação ja fica mais simples


determinar os coeficientes CPe, apartir do quadro I-III
do RSA no anexo 1, para coberturas com uma
vertente ou uma água.
Com o valor de β já é possível ter os coeficientes CPe

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
COEFICIENTES DE PRESSÃO
EXTERIOR

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
COEFICIENTES DE PRESSÃO
EXTERIOR

Nota-se pela tabela da página anterior que a situação


mais desfavorável acontece com o vento a 45 graus e
135 graus.
Onde o CPe abarlavento é de -1,0 e a sotavento é de -0,9
com vento a 45 graus.
Sotavento
Abarlavento

Direção do
vento

Para o vento a 135 graus CPe abarlavento é de -0,9 e a


sotavento é de -1,0.

FERVAL ENGENHARIA
PASSO 2: DETERMINAÇÃO DOS
COEFICIENTES DE PRESSÃO
INTERIOR

De forma simplicada os coeficientes de pressão interior


serão iguais a 75% do valor dos coeficientes de pressão
exterior, esta condição deve-se ao facto do edifício ter
fachadas que terão aberturas durante a actuação de
ventos fortes, segundo o RSA no anexo I no item 3.2.3.
Onde o CPe abarlavento é de -0,75 e a sotavento é de
-0,675 com vento a 45 graus.
Para o vento a 135 graus CPe abarlavento é de -0,675 e
a sotavento é de -0,75.
Ou seja, no fim temos que somar os coeficientes de
pressão exterior e interior.
PARA O VENTO A 45 GRAUS
Abarlavento: CPe+Cpi = -1-0,75= -1,75
Sotavento: CPe+Cpi = -0,9-0,675= -1,575

PARA O VENTO A 135 GRAUS


Abarlavento: CPe+Cpi = -9-0,675= -1,575
Sotavento: CPe+Cpi = -1,0-0,75= -1,75

FERVAL ENGENHARIA
PASSO4: DETERMINAÇÃO DA
CARGA DE VENTO NA COBERTURA
HIPOTESE 1: PARA O VENTO A 45 GRAUS
Carga de Vento (Pw)= Pressão dinâmica X somatorio da
pressão interior e exterior da face analisada
ABARLAVENTO:
Carga de Vento (Pw)=0,90 kN/m2 x (-1,75) = -1,575 KN/m2

SOTAVENTO
Carga de Vento (Pw)=0,90 kN/m2 x (-1,575) = -1,4175Kn/m2

Kn/m2
75 KN/m2 -1,417
5
-1,5

FERVAL ENGENHARIA
PASSO4: DETERMINAÇÃO DA
CARGA DE VENTO NA COBERTURA
HIPOTESE 2: PARA O VENTO A 135 GRAUS
Carga de Vento (Pw)= Pressão dinâmica X somatorio da
pressão interior e exterior da face analisada
ABARLAVENTO:
Carga de Vento (Pw)=0,90 kN/m2 x (-1,575) = -1,4175Kn/m2

SOTAVENTO:
Carga de Vento (Pw)=0,90 kN/m2 x (-1,75) = -1,575 KN/m2

KN/m2
-1,575

Kn/m2
5
-1,417

O dimensionamento deve ser feito para as duas


hipoteses de carregamento.

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