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ASSINATURA DO CANDIDATO
No do Documento
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Conhecimentos Básicos
P R O VA Conhecimentos Específicos
Discursiva-Estudo de Caso
INSTRUÇÕES
Quando autorizado pelo fiscal
de sala, transcreva a frase
ao lado, com sua caligrafia
O exercício da disciplina constitui ajuda para a
usual, no espaço apropriado vida cotidiana.
na Folha de Respostas.
CONHECIMENTOS BÁSICOS
Língua Portuguesa
[Religiões e progresso]
É conhecida a tese de que nas sociedades pré-modernas, como o medievo europeu ou as culturas ameríndias e africanas
tradicionais, a religião não tem uma existência à parte das demais esferas da vida, não é um nicho compartimentalizado de devoção e
celebração ritual demarcado no tempo e no espaço, mas está integrada à textura do cotidiano comum e permeia todas as instâncias
da existência.
A separação radical entre o profano e o sagrado – entre o mundo secular regido pela razão, de um lado, e o mundo da fé,
regido por opções e afinidades estritamente pessoais, de outro – seria um traço distintivo da moderna cultura ocidental. Mas será isso
mesmo verdade? Até que ponto o mundo moderno teria de fato banido a emoção religiosa da vida prática e confinado a esfera do
sagrado ao gueto das preces, contrições e liturgias dominantes? Ou não seria essa compartimentalização, antes, um meio de
apaziguar as antigas formas de religiosidade e ajustar contas com elas ao mesmo tempo em que se abre e se desobstrui o terreno
visando a liberação da vida prática para o culto de outros deuses e de outra fé?
Não se trata, é claro, de negar o valor desses outros deuses: a ciência, a técnica, o conforto material, a sede de acumulação de
riquezas. O equívoco está em absolutizar esses novos deuses em relação a outros valores, e esperar deles mais do que podem
oferecer. A ciência jamais decifrará o enigma de existir; a tecnologia não substitui a ética; e o aumento indefinido de renda e riqueza
não nos conduz a vidas mais livres, plenas e dignas de serem vividas, além de pôr em risco o equilíbrio mesmo da bioesfera.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 152-153)
2. Ao se referir aos novos deuses, aos outros deuses do nosso tempo, o autor está considerando a
(A) premência de se renovar, no mundo secular, a fé incondicional e a devoção essencial que caracterizavam os ritos antigos.
(B) estabilidade social que o progresso da ciência e a consolidação dos valores éticos estão imprimindo no cotidiano moderno.
(C) necessidade de sacralizarmos, como fizeram os antigos, as qualidades morais que só a prática estritamente religiosa pode
recuperar.
(D) infundada esperança de que os novos ritos religiosos alcancem a força que tinham em épocas de devoção mais sincera.
(E) ilusão de que as práticas da ciência, da economia e da tecnologia possam alcançar as altas metas do progresso que
pretendem atingir.
Sombra
Sombra, explicava a sabida boneca Emília, de Monteiro Lobato, é ar preto. Criança, não me tranquilizei: do escuro só podiam
surgir fantasmas, apagar a luz era dar uma oportunidade aos duendes e demônios do quarto. Só a luz possuía o dom confortante de
tocar deste mundo os habitantes do outro.
No ginásio, estudante de Física, não me tranquilizei. Sombra é o resultado da interposição de um corpo opaco entre o
observador e o corpo luminoso, sinal de que muitos corpos luminosos deixam de banhar-nos com sua luz desejável, sinal de que nos
faltam felicidades, de que muitos sóis necessários se interromperam em sua viagem até nossos olhos.
Não perguntar o que um homem possui, mas o que lhe falta. Isso é sombra. Não indagar de seus sentimentos, mas saber o
que ele não teve a ocasião de sentir. Sombra. Não se importar com o que ele viveu, mas prestar atenção à vida que não chegou até
ele, que se interrompeu de encontro a circunstâncias invisíveis, imprevisíveis. A vida é um ofício de luz e trevas. Enquadrá-lo em sua
constelação particular, saber se nasceu muito cedo para receber a luz da estrela ou se chegou ao mundo quando de há muito se
extinguiu o astro que deveria iluminá-lo.
Ontem vi uma menininha descobrindo sua sombra. Ela parava de espanto, olhava com os olhos arregalados, tentava agarrar a
sombra, andava mais um pouco, virava de repente para ver se o seu fantasma ainda a seguia. Era a representação dramática de um
poema infantil de Robert Stevenson, no qual uma menininha vai e vem, rodeando, saltando, gesticulando com seus bracinhos diante
de sua sombra, implorando por uma explicação impossível, dançando um balé que será a sua própria vida.
(Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Org. Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 211-212)
12. No contexto, a frase Criança, não me tranquilizei terá seu sentido explicitado caso o termo sublinhado seja substituído por
(A) Conquanto fosse criança...
(B) A par de ser criança...
(C) Por ser eu uma criança...
(D) Tendo sido eu criança...
(E) Nem tanto por ser criança...
Raciocínio Lógico-Matemático
13. Na adição, a seguir, letras iguais representam o mesmo algarismo e letras distintas representam algarismos distintos.
B B
+ A
A
C C C
A soma A + B + C vale:
(A) 21.
(B) 9.
(C) 11.
(D) 15.
(E) 16.
14. Considere a soma dos algarismos que formam o dia e o mês. Por exemplo, para o dia 28 de abril temos 2 + 8 + 0 + 4 = 14. A
maior soma possível que se pode obter é:
(A) 20.
(B) 21.
(C) 19.
(D) 17.
(E) 18.
15. Em um baú há 8 pares de meias brancas. 40% dos pares de meias no baú são pretas e os 4 pares restantes são listrados. O
número total de pares de meias no baú é
(A) 24.
(B) 16.
(C) 20.
(D) 30.
(E) 32.
4 TJUCE-Conhecimentos Básicos2
Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
16. André e Bruno possuem algumas bolinhas de gude. Se André der 2 de suas bolinhas para Bruno, eles ficam com a mesma
quantidade de bolinhas. Por outro lado, se Bruno der duas de suas bolinhas para André, este ficará com o dobro de bolinhas que
Bruno ficou. Ao todo, o número de bolinhas que André e Bruno possuem é igual a
(A) 22.
(B) 24.
(C) 18.
(D) 20.
(E) 16.
17. Uma pesquisa em uma universidade verificou que cada estudante utiliza-se de apenas um meio de transporte para se deslocar
até lá. A pesquisa também mostrou que três quartos de seus estudantes vão de ônibus, um décimo vai de carro, um oitavo vai
de bicicleta e os 200 estudantes restantes vão a pé. O número de estudantes entrevistados é igual a
(A) 24000.
(B) 16000.
(C) 20000.
(D) 8000.
(E) 6000.
19. De acordo com o Regulamento Disciplinar dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Ceará (aprovado pela Resolução
o
n 08/2017 do Órgão especial do TJ do Estado do Ceará – Anexo II), no que tange ao processo administrativo disciplinar, o
afastamento preventivo do servidor poderá ocorrer a pedido da Comissão Permanente de Ética e Disciplina
(A) apenas, não podendo ocorrer de ofício, por um prazo máximo de 90 dias, sendo possível ocorrer apenas no momento da
instauração do processo.
(B) apenas, não podendo ocorrer de ofício, por um prazo máximo de 90 dias, sendo possível ocorrer no momento da instau-
ração do processo ou após o início dos trabalhos.
(C) ou de ofício, por um prazo máximo de 120 dias, sendo possível ocorrer apenas no momento da instauração do processo.
(D) ou de ofício, por um prazo máximo de 120 dias, sendo possível ocorrer no momento da instauração do processo ou após o
início dos trabalhos.
(E) ou de ofício, por um prazo máximo de 90 dias, sendo possível ocorrer apenas após o início dos trabalhos.
20. Considere:
I. José é parente colateral de 4o grau de Durval.
II. Durval é integrante titular da Comissão Permanente de Ética e Disciplina do Poder Judiciário do Estado do Ceará.
o
De acordo com a Resolução n 08/2017 do Órgão especial do TJ do Estado do Ceará (que aprova o Código de Ética e o Regu-
lamento Disciplinar dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Ceará e Institui a Comissão Permanente de Ética e Dis-
ciplina), considerando apenas as informações fornecidas, se José estiver envolvido no assunto a ser apreciado pela Comissão
da qual Durval participa, com relação a esse processo, Durval
(A) poderá dele participar normalmente.
(B) ficará impedido de dele participar, assumindo automaticamente o respectivo suplente.
(C) ficará suspenso das atividades da Comissão, até a conclusão do processo.
(D) poderá dele participar, apenas se houver concordância dos demais membros.
(E) ficará impedido de dele participar, não sendo necessária a participação de seu suplente na apuração desse processo.
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Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Direito Constitucional
Atenção: Para responder às questões de números 21 a 28, considere a Constituição Federal de 1988 e a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal (STF).
21. Durante sessão de julgamento em Tribunal do Júri, que resultou em condenação do acusado, o réu permaneceu algemado, ten-
do sido indeferido requerimento formulado por seu defensor para a retirada das algemas, em virtude do número reduzido de
policiais, insuficiente para garantir a segurança dos presentes, colocando em risco a integridade física de todos, inclusive do réu,
conforme justificativa apresentada pelo Juiz presidente, constante da ata respectiva. Nessa hipótese,
(A) é legítima a justificativa invocada por escrito para autorizar o uso excepcional de algemas, não havendo contrariedade à
súmula vinculante relativa à matéria.
(B) há contrariedade à súmula vinculante aplicável ao caso, por ser ilegítima a justificativa invocada para autorizar o uso excep-
cional de algemas, ainda que registrada por escrito, cabendo reclamação para o STF, para cassar a decisão reclamada,
diante da nulidade do julgamento.
(C) há contrariedade à súmula vinculante aplicável ao caso, por ser ilegítima a justificativa invocada para autorizar o uso excep-
cional de algemas, ainda que registrada por escrito, embora não seja cabível reclamação para o STF, por não ser a recla-
mação sucedâneo recursal.
(D) há contrariedade à súmula vinculante aplicável ao caso, por ser ilegítima a justificativa invocada para autorizar o uso excep-
cional de algemas, ainda que registrada por escrito, o que, embora não seja motivo suficiente para determinar a nulidade
do julgamento, enseja a responsabilidade civil do Estado, pelo constrangimento indevido imposto ao réu.
(E) há contrariedade à súmula vinculante aplicável ao caso, uma vez que não se admite o uso de algemas em sessão de jul-
gamento do Tribunal do Júri, pela prejudicialidade da situação para o réu, sendo cabível tanto reclamação para o STF, pa-
ra anulação da sessão de julgamento e dos atos processuais subsequentes, como a responsabilização civil do Estado,
pelo constrangimento indevido imposto ao réu.
22. Em virtude de emenda parlamentar a projeto de lei relativo a aspectos variados da organização judiciária de determinado Es-
tado, foi atribuída ao órgão pleno do Tribunal de Justiça a competência para o julgamento de Prefeitos pelo cometimento de
crimes comuns e crimes de responsabilidade sob jurisdição da Corte estadual, diversamente do definido nas normas regimentais
até então vigentes. A referida atribuição de competência ao órgão pleno do Tribunal é
(A) constitucional, desde que o projeto de lei em questão seja de iniciativa do Tribunal de Justiça.
(B) inconstitucional, por violar a competência do Tribunal para definir, em seu respectivo regimento, o órgão interno res-
ponsável pela instrução e julgamento das ações relativas aos crimes comuns e de responsabilidade sob sua jurisdição.
(C) inconstitucional, no que se refere apenas à competência para julgamento de crimes comuns, em relação aos quais os
Prefeitos não gozam de prerrogativa de foro.
(D) inconstitucional, no que se refere apenas à competência para julgamento de crimes de responsabilidade, em relação aos
quais compete à União legislar sobre as normas de processamento e julgamento pertinentes.
(E) inconstitucional, por se tratar de matéria a ser regulada na constituição do Estado respectivo, ao organizar sua Justiça, obser-
vados os princípios estabelecidos na Constituição Federal.
23. Em ação de cobrança de aluguéis vencidos, em fase de liquidação de sentença, foi determinada a realização de penhora de imóvel
pertencente ao fiador do contrato de locação. Sendo o imóvel em questão bem de família, e considerando que há previsão legal
que autoriza a penhora nessa hipótese, o fiador pretende impetrar mandado de segurança, em caráter preventivo, para impedir
que a penhora seja realizada, sob o argumento de inconstitucionalidade do permissivo legal. Em tese, no caso em tela, a impe-
tração de mandado de segurança
(A) não é admissível, embora, no mérito, seja procedente a alegação de inconstitucionalidade da penhora do bem de família,
desde que se trate de locação residencial.
(B) não é admissível, ademais de, no mérito, ser improcedente a alegação de inconstitucionalidade da penhora do bem de
família, independentemente de se tratar de locação residencial ou comercial.
(C) é admissível, para tutela do direito fundamental à moradia, embora, no mérito, seja improcedente a alegação de inconstitu-
cionalidade da penhora do bem de família, independentemente de se tratar de locação residencial ou comercial.
(D) é admissível, para tutela do direito fundamental à moradia, ademais de, no mérito, ser procedente a alegação de incons-
titucionalidade da penhora do bem de família, desde que se trate de locação residencial.
(E) é admissível, para tutela do direito fundamental à moradia, ademais de, no mérito, ser procedente a alegação de incons-
titucionalidade da penhora do bem de família, independentemente de se tratar de locação residencial ou comercial.
24. É INCOMPATÍVEL com a disciplina constitucional dos direitos e garantias fundamentais, em matéria processual,
(A) a realização de citação com hora certa, no âmbito do processo penal, ainda que se constate que o réu se oculta para não
ser citado.
(B) o cancelamento automático do registro em conselho profissional, ante a inadimplência de anuidades, sem a prévia mani-
festação do profissional, ainda que com suporte em previsão legal.
(C) o compartilhamento de provas colhidas no bojo de instrução processual penal para instrução de procedimento adminis-
trativo disciplinar.
(D) a determinação de sucessivas renovações de interceptação telefônica, para fins de instrução processual penal.
(E) a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, no âmbito do Tribunal de Contas da União, sem
observância de contraditório e ampla defesa.
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Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
25. Em outubro de 2021, foram introduzidas alterações na lei que dispõe sobre sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de im-
probidade administrativa, dentre as quais se previu que a assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia
dos atos administrativos praticados pelo administrador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este venha a res-
ponder a ação por improbidade administrativa. Naquele mesmo ano, referida previsão legal foi objeto de ação direta de inconsti-
tucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, na qual, em decisão proferida e publicada em fevereiro de 2022, o Ministro
Relator monocraticamente deferiu parcialmente medida cautelar, para suspender os efeitos do dispositivo legal em comento,
sem modular os efeitos da decisão.
Caso seja proposta ação civil pública pela prática de ato de improbidade administrativa, em face de ocupante de cargo público em
administração direta estadual, sem que tenha havido alteração no trâmite da ação direta, o órgão de assessoria jurídica que emi-
tiu parecer pela legalidade do ato impugnado
(A) deverá, inicialmente, atuar em defesa do réu, somente vindo a desobrigar-se na hipótese de a medida cautelar ser referen-
dada pelo Plenário do Tribunal, situação em que produzirá efeitos retroativos a fevereiro de 2022.
(B) não estará obrigado a defender o réu, desde que haja legislação anterior, no âmbito do Estado cuja administração o réu
integre, que assegure a independência funcional do órgão de assessoria jurídica, diante do efeito repristinatório da medida
cautelar em ação direta de inconstitucionalidade.
(C) estará obrigado a defender o réu, uma vez que os efeitos do dispositivo legal impugnado somente serão suspensos na
hipótese de haver referendo do Plenário, situação em que a medida cautelar produzirá efeitos contra todos e ex nunc.
(D) não estará obrigado a defender o réu, uma vez que, embora esteja sujeita a referendo do Plenário, a medida cautelar é
dotada de eficácia contra todos e produz efeitos desde fevereiro de 2022.
(E) apenas estará obrigado a defender o réu na hipótese de a ação referir-se a ato praticado entre outubro de 2021 e fevereiro
de 2022, uma vez que a medida cautelar produz efeitos ex nunc, não atingindo os atos praticados até então.
26. Um portador de doença grave obteve indicação médica para utilização de medicamento de origem estrangeira, que possui
registro em agências regulatórias renomadas e em relação ao qual já foi efetuado pedido de registro sanitário perante a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ainda não apreciado. Impossibilitado de arcar com o pagamento do medicamento sem
prejuízo de atendimento de suas necessidades básicas, e tendo sido recusado o tratamento pretendido pelos órgãos públicos de
saúde, sob o fundamento de que o medicamento não é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente pretende obter
judicialmente o direito ao fornecimento gratuito do medicamento durante todo o tratamento a que deverá submeter-se. Nesse
caso,
(A) a ação deverá necessariamente ser proposta em face da União, podendo o poder público vir a ser compelido ao forne-
cimento do medicamento por decisão judicial, desde que haja mora irrazoável da ANVISA em apreciar o pedido de registro
e que não exista substituto terapêutico para o tratamento da doença com registro no Brasil.
(B) em que pesem a garantia constitucional do direito à saúde e a responsabilidade solidária dos entes da federação nas de-
mandas prestacionais da área, o poder público não pode ser obrigado a fornecer, por decisão judicial, medicamentos
experimentais, assim considerados os não registrados na ANVISA.
(C) em que pesem a garantia constitucional do direito à saúde e a responsabilidade solidária dos entes da federação nas de-
mandas prestacionais da área, o poder público não pode ser obrigado a fornecer, por decisão judicial, medicamentos não
registrados na ANVISA.
(D) a ação poderá ser proposta em face de quaisquer entes da federação, isolada ou conjuntamente, podendo o poder público
vir a ser compelido ao fornecimento do medicamento, desde que haja mora irrazoável da ANVISA em apreciar o pedido de
registro e que não exista substituto terapêutico para o tratamento da doença com registro no Brasil.
(E) o paciente tem direito à saúde e o poder público, o dever de assistência, independentemente de o medicamento ter registro
na ANVISA, podendo a ação ser proposta em face de quaisquer entes da federação, isolada ou conjuntamente, competindo à
autoridade judicial direcionar o cumprimento, conforme as regras de repartição de competências, e determinar o
ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro.
27. Em uma situação hipotética, funcionários de uma agência dos Correios abriram, sem autorização legal específica, pacote emba-
lado e etiquetado para postagem e viram se tratar de frascos com conteúdo líquido, que consideraram suspeito. Comunicada a
autoridade policial, agentes dirigiram-se ao endereço de quem identificado como destinatário, local em que este não se en-
contrava, mas onde estava seu aparelho celular, do lado de fora, à vista e desbloqueado. Os agentes apreenderam-no, tendo no
ato acessado histórico de mensagens de WhatsApp, por meio do qual se constatou a existência de tratativas entre o destinatário
e o remetente do pacote relativas à substância em questão. Nesse caso,
(A) apenas para a abertura do pacote seria necessária prévia autorização judicial, sob pena de ilicitude da prova obtida e atos
subsequentes, uma vez que o sigilo das comunicações não alcança os dados registrados no serviço de WhatsApp.
(B) apenas para o acesso ao histórico de mensagens de WhatsApp seria necessária prévia autorização judicial, sob pena de ilici-
tude das provas obtidas e atos subsequentes, uma vez que o sigilo das comunicações não alcança pacotes ou encomendas.
(C) não seria necessária prévia autorização judicial para a abertura do pacote, desde que se trate de flagrante delito, nem para
o acesso ao histórico de mensagens de WhatsApp, por ter sido o celular encontrado do lado de fora da residência e des-
bloqueado, não sendo alcançado pela inviolabilidade de domicílio, nem das comunicações.
(D) tanto para a abertura do pacote como para o acesso ao histórico de mensagens de WhatsApp seria necessária prévia
autorização judicial, sob pena de ilicitude das provas obtidas e atos subsequentes.
(E) não seria necessária prévia autorização judicial para a abertura do pacote, nem para o acesso ao histórico de mensagens
de WhatsApp, desde que se trate de apuração de possível crime de tráfico ilícito de entorpecentes, inafiançável e
insuscetível de graça ou anistia, por expressa previsão constitucional.
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Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
28. Considere os seguintes processos administrativos, relativos a apurações disciplinares no âmbito do Poder Judiciário:
I. Em trâmite perante o órgão correicional competente, visando à apuração de infração disciplinar de servidor de Judiciário
estadual sujeita à penalidade de demissão.
II. Instaurado para apuração de conduta de magistrado sujeita à penalidade de aposentadoria compulsória, julgado e arqui-
vado pelo Tribunal Regional Federal de origem, sem que tenha havido a imposição de penalidade.
(A) avocar os processos I e II, desde que instaurado o primeiro e encerrado o segundo há menos de um ano, bem como pa-
ra imposição das penalidades respectivas.
(B) avocar o processo I, desde que instaurado há menos de um ano, e rever, a qualquer tempo, de ofício ou mediante provoca-
ção, o processo II, bem como para imposição das penalidades respectivas.
(C) avocar, antes de seu término, o processo I, bem como para imposição da penalidade respectiva, não possuindo, no en-
tanto, competência, revisional ou originária, relativamente ao processo II e à penalidade respectiva.
(D) rever, de ofício ou mediante provocação, o processo II, desde que julgado há menos de um ano, bem como para a penali-
dade respectiva, não possuindo, no entanto, competência, revisional ou originária, relativamente ao processo I e à penali-
dade respectiva.
(E) avocar, antes de seu término, o processo I, e rever, de ofício ou mediante provocação, o processo II, desde que julgado
há menos de um ano, bem como para imposição das penalidades respectivas.
Direito Administrativo
29. Uma empresa estatal de determinado estado da federação instaurou procedimento de licitação para aquisição de bens e equipa-
mentos de informática em substituição a itens adquiridos 14 meses antes, por determinação do novo diretor administrativo, este
que, egresso de empresa do setor de tecnologia na iniciativa privada, justificou pessoalmente a compra, qualificando a atualiza-
ção anual daqueles bens como imprescindível, de modo a garantir acesso contínuo aos produtos mais modernos do mercado.
Concluído o certame e celebrado o contrato de compra, foi instaurado procedimento pelo Tribunal de Contas competente, para
averiguação da legalidade da aquisição e da necessidade da realização da despesa. As premissas fáticas lançadas
(A) indicam irregularidade na despesa realizada pela empresa estatal, porquanto o regime jurídico de direito público ao qual se
submete, somado à periodicidade anual prevista para as aquisições, impunham prévia autorização legislativa para a con-
tratação realizada.
(B) demonstram excesso na atuação do órgão de controle, considerando que o questionamento da legalidade e discricio-
nariedade da contratação estaria condicionado à prévia impugnação do edital, em sede de controle prévio.
(C) demonstram a legalidade e regularidade da aquisição realizada pela empresa, considerando que foi motivada a necessida-
de da aquisição, esta que poderia, inclusive, ser realizada livremente no mercado, independentemente de procedimento de
seleção, obrigatório apenas para alienação de bens e serviços decorrentes da atividade fim da empresa.
(D) sinalizam por carência de justificativa da área técnica da empresa para a substituição de bens em reduzido intervalo de tempo
e indicam regular atuação do órgão de contas, que pode promover a verificação também da necessidade da aquisição em
sede de controle posterior.
(E) indicam irregularidade na realização da despesa, considerando que a aquisição de bens de mesma natureza daqueles com-
o
prados anteriormente deve observar intervalo mínimo de 5 anos, consoante disposto na Lei n 8.666/1993.
30. A aquisição de um imóvel por um ente público, considerando a necessidade de construção de uma rodovia e a recusa de um
particular em lhe vender sua propriedade consensualmente, observa encadeamento de atos praticados em sede administrativa e
judicial, assim resumidos:
(A) declaração de utilidade pública, pelo ente público ou pela concessionária de serviço público; depósito judicial da oferta pelo
expropriante; ajuizamento da ação de desapropriação.
(B) depósito judicial da oferta pelo ente expropriante; ajuizamento da ação de desapropriação pelo ente público ou pela
concessionária; homologação da declaração de utilidade pública e da desapropriação, com expedição de carta da sen-
tença.
(C) declaração de utilidade pública, pelo ente público; ajuizamento da ação de desapropriação; depósito da oferta inicial; ava-
liação judicial para apuração de eventual diferença entre o justo preço e a oferta; sentença.
(D) ajuizamento da ação de desapropriação; trânsito em julgado da sentença; depósito do valor da oferta inicial acrescido de
eventual diferença determinada na sentença.
(E) declaração de utilidade pública ou de interesse social; depósito do valor da indenização; levantamento da totalidade do
valor pelo expropriado; contestação do expropriado; sentença; laudo de avaliação; homologação da sentença.
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31. Um funcionário público em estágio probatório apropriou-se de insumos hospitalares disponíveis em uma unidade de atendimen-
to, disposto a aliená-los no mercado informal paralelo em proveito próprio. Em razão de sua situação funcional
(A) deverá ser exonerado cautelarmente, instaurando-se processo administrativo na sequência, para apuração dos fatos
ocorridos e infrações cometidas.
(B) poderá ser demitido somente após a conclusão do triênio do estágio probatório, por ocasião da avaliação especial de de-
sempenho ordinária.
(C) poderá ser submetido a avaliação especial de desempenho extraordinária, culminando com sua demissão, sem prejuízo da
aplicação de outras sanções, inclusive por improbidade administrativa.
(D) não pode ser responsabilizado por improbidade administrativa, salvo se tiver agido em conjunto com agente público e se o
produto do ilícito tiver revertido também em favor do sujeito ativo da improbidade.
(E) será responsabilizado como servidor público efetivo, antecipando-se sua confirmação na carreira, para que possa figurar
como réu no processo administrativo-disciplinar de apuração de responsabilidade.
32. Uma ambulância de uma unidade de saúde estadual transitava em alta velocidade em via urbana com pesado fluxo de veículos,
quando colidiu com viatura da guarda civil municipal, que se deslocava em regular monitoramento de bairro. No que se refere à
responsabilidade civil pelos danos causados em decorrência do acidente, a sequência de eventos narrada pode indicar que
(A) a responsabilidade pelo ressarcimento dos danos será do ente municipal, considerando que a ambulância goza de
prioridade no deslocamento de trânsito, não podendo seu proprietário ser responsabilizado civilmente por danos decor-
rentes de colisões.
(B) cada ente deverá arcar com os danos experimentados em suas viaturas, considerando que inexiste responsabilidade civil
entre entes da federação, porque gozam de autonomia administrativa.
(C) o ente maior, estado, deve responder pelos danos causados nos dois veículos, diante de sua superioridade orçamentário-fi-
nanceira, não cabendo cobrança de débitos civis entre entes públicos.
(D) a responsabilidade civil pelo acidente é do condutor da viatura municipal, considerando que trafegar em baixa velocidade
comprometeu o deslocamento seguro da ambulância, colocando em risco a integridade física do paciente que estava sen-
do transportado.
(E) a viatura municipal trafegava em velocidade regular, tendo a ambulância dado causa ao acidente, de forma que, salvo se
presente alguma excludente de responsabilidade, é do estado a responsabilidade objetiva pelos danos causados.
33. Uma autarquia precisa contratar serviços de análise de capacidade e substituição de quadro de força para elevação da tensão
suportada. Os orçamentos providenciados pela Administração indicaram que os serviços custariam, em média, R$ 15.000,00, o
que motivou o encaminhamento, para análise do órgão jurídico, de proposta de abertura de licitação. De acordo com o disposto
o o o
na Lei n 8.666/1993, Lei n 10.520/2002 e Lei n 14.133/2021,
(A) não seria cabível a modalidade tomada de preços, em razão de se tratar de contratação de serviços técnicos de enge-
nharia, que deve ser precedida de concorrência.
(B) poderia ser realizada contratação direta, com fundamento em hipótese de dispensa de licitação em razão do valor,
observado o limite legal e a compatibilidade com o praticado no mercado para o valor dos serviços.
(C) caberia contratação por inexigibilidade de licitação, na medida em que serviços cujo valor seja orçado em até R$ 15.000,00
não justificam o custo de instauração e tramitação de um procedimento de licitação.
(D) qualquer modalidade de licitação seria aplicável para a contratação pretendida, com exceção do pregão, admitido apenas
para alienação de bens e serviços comuns.
(E) a licitação poderia ser instaurada indicando, como preço mínimo, o valor médio dos orçamentos obtidos pela Administra-
o
ção Pública, sendo facultativa a escolha da modalidade sob o regime da Lei n 14.133/2021.
34. A interdição administrativa, inclusive com lacração, de estabelecimento que funcionava, nos períodos diurno e noturno, para
fornecimento de bebidas e refeições em atendimento presencial ao público sem as devidas licenças, caracteriza
(A) exercício de poder de polícia, que permite adoção de medidas coercitivas justificadas, para tutela dos direitos dos
administrados, diferindo-se o direito de defesa do proprietário ou responsável pelo estabelecimento interditado.
(B) regular exercício de poder disciplinar, que permite limitação a direitos individuais e imposição de penalidades, aos quais
todos os administrados estão sujeitos.
(C) implementação de medidas que devem ter sido impostas por meio do exercício do poder normativo da Administração
Pública, que permite instituição de obrigações e limitação de direitos aos administrados.
(D) ilegalidade, caso a medida não estivesse expressamente prevista em lei, abrangidas todas as penalidades e providências
acessórias impostas, tendo em vista que a Administração Pública não detém poderes para prática de medidas coercitivas
em face dos administrados.
(E) excesso ou abuso de poder por parte da Administração Pública, que depende de autorização judicial para a implemen-
tação de medidas materiais coercitivas em face dos administrados.
TJUCE-Oficial Justiça-B02 9
Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
Direito Civil
35. Fábio adquiriu veículo automotor financiado por Banco Mercante, e, como garantia, alienou-lhe fiduciariamente o bem. De acor-
o
do com o disposto no Decreto-Lei n 911/1969, não paga a dívida no prazo, o Banco Mercante poderá requerer a busca e apre-
ensão do veículo automotor,
(A) e, contra esta, Fábio poderá apresentar resposta, no prazo de 15 dias, contado da citação.
(B) a qual será concedida liminarmente, desde que comprovada a mora.
(C) de cuja sentença caberá apelação, com efeito suspensivo.
(D) que possui natureza cautelar e deve ser sucedida por ação principal.
(E) a qual será extinta, sem resolução de mérito, se o veículo automotor não for encontrado ou não se achar na posse do devedor.
36. Roberto é solteiro e reside sozinho em imóvel próprio que utiliza não só para moradia, mas também para guarda de um veículo
que alienou fiduciariamente a uma instituição financeira, para garantia de contrato de mútuo, ainda não quitado. Em dificuldades
financeiras, deixou de pagar imposto predial e teve ajuizada, contra si, ação de execução fiscal, no âmbito da qual a fazenda pú-
blica requereu a penhora de ambos os bens. Em defesa, Roberto alegou que o imóvel e o veículo seriam impenhoráveis, por se
tratarem de bem de família. A penhora
(A) poderá recair sobre ambos os bens, porque a impenhorabilidade do imóvel não abrange a cobrança do imposto predial e a
do veículo só existiria se o bem estivesse quitado.
(B) não poderá recair sobre nenhum dos bens, porque o conceito de impenhorabilidade do bem de família se estende a pes-
soas solteiras e abrange não só o imóvel mas também os móveis e equipamentos que os guarnecem, incluindo os de uso
profissional.
(C) deverá recair apenas sobre o veículo, pois, embora o conceito de impenhorabilidade do bem de família se estenda a pes-
soas solteiras, abrange somente os bens móveis que estejam quitados.
(D) poderá recair sobre ambos os bens, porque o conceito de impenhorabilidade não se estende a pessoas solteiras.
(E) poderá recair sobre o imóvel, porque a impenhorabilidade do bem de família não abrange a cobrança do imposto predial;
no que toca ao veículo, a penhora do bem em si não é cabível porque, ao aliená-lo fiduciariamente, Roberto deixou de ter
sua propriedade plena, ficando ressalvada, porém, a possibilidade de constrição dos direitos que possui sobre a coisa.
37. Analise as proposições abaixo.
I. A hipoteca confere ao credor hipotecário o direito de excutir o bem hipotecado, e, salvo disposição legal em contrário,
preferir no pagamento a outros credores, observada a prioridade no registro.
II. O credor pignoratício tem direito à posse da coisa empenhada e não pode ser constrangido a devolvê-la antes de inte-
gralmente pago.
III. Os bens inalienáveis, embora insuscetíveis de hipoteca, podem ser dados em penhor.
IV. Se, depois da excussão do penhor ou da hipoteca, o produto não bastar para o pagamento da dívida e das despesas
judiciais, o devedor continuará pessoalmente obrigado pelo restante, que será qualificado, para fins de concurso, como
crédito quirografário.
Acerca dos direitos reais de garantia, está correto o que se afirma APENAS em
(A) I, II e IV.
(B) II, III e IV.
(C) I e II.
(D) I, III e IV.
(E) I, II e III.
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Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
40. Durante a pandemia de Covid-19, Carlos contratou tratamento no hospital Dona Marina, o qual, se aproveitando da escassez de va-
gas em UTI, aumentou o valor da internação em quatro vezes o preço. A fim de salvar-se, Carlos pagou o valor. Está-se diante de
(A) lesão, que ocorre quando uma pessoa, em premente necessidade, ou por inexperiência, obriga-se a uma prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
(B) negócio lícito, cujo preço é regulado pela lei da oferta e procura.
(C) coação, que ocorre quando o negócio é celebrado sob fundado temor de dano iminente à pessoa do contratante ou de sua
família.
(D) estado de perigo, o qual se configura quando alguém, premido da necessidade de salvar-se de grave dano conhecido pela
outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
(E) lesão, a qual se configura quando alguém, premido da necessidade de salvar-se de grave dano conhecido pela outra par-
te, assume obrigação excessivamente onerosa.
43. Nicolas anunciou, em rede social, que turbaria a posse de um imóvel de Igor. Este, por sua vez, para defender sua posse,
ajuizou ação de reintegração de posse contra Nicolas. De acordo com o disposto no Código de Processo Civil, provado o fato, o
Juiz deverá
(A) conhecer do pedido e determinar a expedição de mandado proibitório, cominando a Nicolas pena pecuniária caso moleste
a posse de Igor.
(B) indeferir a petição inicial, porque, em tendo havido turbação, Igor deveria ter ajuizado ação de manutenção de posse, não
de reintegração.
(C) indeferir a petição inicial, porque o mero receio de turbação não confere direito à tutela possessória.
(D) conhecer do pedido e determinar a expedição de mandado de manutenção de posse, não obstante tenha Igor ajuizado
ação de reintegração de posse.
(E) conhecer do pedido e determinar a expedição de mandado de reintegração de posse.
44. De acordo com o disposto no Código de Processo Civil, no cumprimento de sentença que haja reconhecido a exigibilidade de
obrigação de fazer, o Juiz,
(A) desde que a requerimento da parte, poderá impor multa, devida ao Estado, para compelir o executado à efetivação da
tutela específica, sem prejuízo da aplicação das penas por litigância de má-fé, em caso de descumprimento injustificado à
ordem judicial.
(B) desde que a requerimento da parte, poderá impor multa para compelir o executado à efetivação da tutela específica, a qual
será revertida ao Estado e abrange as penas por litigância de má-fé.
(C) de ofício ou a requerimento da parte, poderá impor multa, devida ao exequente, para compelir o executado à efetivação da
tutela específica, sem prejuízo da aplicação das penas por litigância de má-fé, em caso de descumprimento injustificado à
ordem judicial.
(D) de ofício ou a requerimento da parte, poderá impor multa para compelir o executado à efetivação da tutela específica, cujo
valor será revertido ao Estado e abrange as penas por litigância de má-fé.
(E) desde que a requerimento da parte, poderá impor multa, devida ao exequente, para compelir o executado à efetivação da
tutela específica, sem prejuízo da aplicação das penas por litigância de má-fé, em caso de descumprimento injustificado à
ordem judicial.
45. De acordo com o disposto no Código de Processo Civil, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica será
(A) instaurado de ofício ou a requerimento da parte, suspendendo o processo, salvo se apresentado junto com a petição inicial.
(B) instaurado de ofício ou a requerimento da parte, suspendendo o processo ainda que apresentado junto com a petição inicial.
(C) resolvido por sentença.
(D) admitido apenas na fase de cumprimento de sentença e na execução de título extrajudicial.
(E) dispensado se a desconsideração for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
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Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
o
46. De acordo com a Lei n 9.099/1995, nos Juizados Especiais Cíveis,
(B) não podem postular, como parte, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público ou privado, as empresas públi-
cas da União, a massa falida e o insolvente civil.
(D) far-se-á a citação por edital quando o réu se encontrar em local incerto e não sabido.
(E) as partes não precisam ser assistidas por advogado, quer para propor ação como para recorrer.
I. Com o trânsito em julgado da decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas
que as partes poderiam opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.
III. A coisa julgada atinge os terceiros que, podendo, não hajam intervindo no processo na qualidade de assistentes.
IV. Faz coisa julgada a verdade dos fatos, quando estabelecida como fundamento da sentença.
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I e IV.
(E) I, II e IV.
Direito Penal
48. “Ao cometer o crime, o autor erra sobre uma situação fática e imagina que está protegido por uma causa excludente que, se
existisse, tornaria sua ação em lícita”. A assertiva se refere a erro de
(A) Induzir pessoa idosa, mesmo que com discernimento, a outorgar procuração para fins de administração de bens.
(B) Desdenhar ou menosprezar pessoa idosa.
(C) Deixar de prestar assistência ao idoso em situação de iminente perigo.
(D) Abandonar idoso em hospital.
(E) Reter cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios.
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Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
51. Assinale a alternativa correta:
o
(A) Os crimes de lavagem de dinheiro previstos na Lei n 9.613/1998 são sempre de competência da justiça federal.
(B) Constitui efeito automático da condenação por crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor a perda do cargo ou
função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não su-
perior a três meses.
(C) Considera-se organização criminosa a associação de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela di-
visão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza,
mediante a prática de quaisquer infrações penais.
(D) Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licita-
ção, o caráter competitivo do processo licitatório é crime previsto no Código Penal.
o
(E) Somente poderá ser sujeito ativo do crime de tortura, previsto na Lei n 9.455/1997, o funcionário público.
o
52. Sobre a Lei “Maria da Penha” (Lei n 11.340/2006) é correto afirmar:
(D) O atendimento à mulher em situação de violência doméstica será necessariamente prestado por servidores do sexo fe-
minino.
(E) A autoridade policial, a seu juízo, poderá suspender o porte ou a posse de arma de fogo do agressor.
(A) o casamento contraído por erro essencial (art. 236) é de ação penal pública incondicionada.
(B) no crime de bigamia (art. 235), a anulação do casamento anterior provoca a inexistência do crime.
(D) deixar de pagar, sem justa causa, pensão alimentícia judicialmente fixada, configura apenas ilícito civil.
(E) na subtração de incapaz (art. 249), sendo o agente pai ou tutor, ficará isento de pena, mesmo que destituído do pátrio
poder.
(A) Os tribunais superiores possuem entendimento unânime de não admitir sua aplicação aos processos já em curso, por se
tratar de norma de caráter processual.
(B) Um dos requisitos para seu oferecimento é que o investigado tenha confessado a prática da infração penal formal e
circunstancialmente perante a autoridade policial.
(C) A confissão formal e circunstancial a que se refere o artigo 28-A, do Código de Processo Penal deve ser feita à autoridade
judicial.
(D) É cabível ainda que o investigado esteja em cumprimento de suspensão condicional do processo quando da prática da
infração penal, pois referida suspensão não enseja reincidência.
(E) Para aferição da pena mínima exigida como requisito para seu oferecimento, devem ser consideradas as causas de au-
mento e diminuição de pena aplicáveis ao caso concreto.
(A) é cabível quando o réu não for encontrado, devendo o Juiz nomear defensor dativo caso este não compareça à audiência.
(B) será feita pelo oficial de justiça, após autorização judicial, quando o Juiz verificar que o réu se oculta para não ser citado.
(C) é cabível quando o réu não for encontrado, devendo o Juiz determinar a suspensão do processo e do curso do prazo pres-
cricional.
(D) será feita pelo oficial de justiça, quando este verificar que o réu se oculta para não ser citado, devendo certificar a ocor-
rência.
(E) é inadmissível no processo penal, pois sua natureza não comporta a importação analógica do Código de Processo Civil.
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Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
56. Ludmila, única responsável pelo sustento de sua filha Isabela de 11 anos de idade, ficou desempregada e decidiu furtar um
celular recém lançado de uma loja, para vender. Foi presa em flagrante, logo após sair do estabelecimento, e acusada de
tentativa de furto simples. O Juiz da audiência de custódia converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva, sob o argu-
mento de que Ludmila era reincidente, pois já possuía uma condenação anterior transitada em julgado por furto. Distribuídos os
autos ao juízo competente para julgamento do feito, a defesa requereu a liberdade provisória da ré ou a substituição da prisão
preventiva por prisão domiciliar. Ao analisar o pedido, o Juiz
(A) deverá conceder a liberdade provisória, pois não se admite prisão preventiva nesse caso, uma vez que a pena máxima
cominada ao delito não ultrapassa 4 anos.
(B) deverá manter a prisão preventiva, pois um dos requisitos da concessão de liberdade provisória é que a ré seja primária.
(C) poderá substituir a prisão preventiva por prisão domiciliar, pois o crime a ela imputado não foi cometido contra a filha e
nem envolveu emprego de violência ou grave ameaça à pessoa.
(D) não poderá conceder a liberdade provisória, pois a ré está desempregada e não possui condições de arcar com paga-
mento de fiança.
(E) não poderá conceder a liberdade provisória, pois o Juiz somente poderá reavaliar a necessidade da manutenção da prisão
preventiva após decorridos 90 dias da decisão que a decretou.
57. Da decisão que desclassificar a conduta de tráfico de drogas imputada ao réu para o delito previsto no artigo 28, da
o
Lei n 11.343/2003 (posse de drogas para uso pessoal) e determinar a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal, é cabível
recurso
(C) em sentido estrito apenas pela acusação, pois a defesa não tem interesse na reforma da decisão.
58. Dos direitos abaixo elencados, NÃO constitui corolário do princípio do devido processo legal:
(A) contraditório.
(A) a incompetência do juízo é hipótese de nulidade absoluta, devendo o Juiz que se declarar incompetente julgar extinto o
processo sem exame de mérito.
(B) a ausência de citação do réu enseja nulidade absoluta que não poderá ser sanada, ainda que o acusado compareça antes
de o ato consumar-se.
(C) a suspeição do Juiz é hipótese de nulidade relativa, a qual considerar-se-á sanada se não for arguida antes da sentença.
(D) a falta de nomeação de defensor ao réu ausente enseja nulidade que pode ser sanada pela concordância do réu.
(E) a nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado da sentença penal conde-
natória.
(A) a denúncia será promovida pelo Ministério Público ou mediante queixa do ofendido.
(B) o ofendido poderá se retratar da representação, desde que o faça a qualquer tempo antes da sentença.
(C) a denúncia poderá ser oferecida pelo Ministério Público sem a instauração do inquérito policial, se a representação trouxer
elementos suficientes à ação penal.
(D) o direito de representação poderá ser exercido pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, desde que haja
declaração escrita do ofendido.
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Caderno de Prova ’B02’, Tipo 001
QUESTÃO 1
Um dia antes de prescrever pretensão indenizatória, Carolina ajuizou ação de indenização contra João e Renata, a qual foi distri-
buída a uma Vara Cível em autos eletrônicos. Três dias depois, o juízo ordenou a citação dos réus por Oficial de Justiça. João foi
citado pessoalmente em 02/05/2022 e Renata em 24/05/2022; os mandados de citação foram juntados aos autos em 05/05/2022
e 26/05/2022, respectivamente. João e Renata apresentaram contestação por procuradores diferentes, de escritórios de advo-
cacia distintos. Em preliminar, arguiram a prescrição.
Acerca do caso proposto, responda fundamentadamente às seguintes questões:
a. A pretensão indenizatória está prescrita?
b. Qual o dia do começo do prazo para contestar para João e para Renata?
c. João e Renata gozarão de prazo em dobro para se manifestarem nos autos?
d. Como deverá proceder o Oficial de Justiça se verificar que um dos citandos é mentalmente incapaz?
e. Como deverá proceder o Oficial de Justiça se, por duas vezes, procurar o citando em seu domicílio ou residência, sem o
encontrar, e suspeitar de que está se ocultando para não ser citado?
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