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II - JUSTIFICATIVA
Desde a época dos astecas, a baunilha é muito valorizada pelo seu aroma, sendo
hoje considerada o aromatizante mais importante nas indústrias alimentícia e de
perfumaria (Pérez Silva et al., 2021).
Segundo Silva (2022), essa especiaria é classificada como uma variedade de
orquídea cujos frutos são comestíveis, faz parte da família Orchidaceae e engloba um
conjunto de mais de 110 espécies. A espécie mais amplamente distribuída no mercado
é a Vanilla Planifolia Andrews, devido às suas propriedades aromatizantes,
representando mais de 90% da produção global.
É a segunda especiaria mais cara do mundo, e amplamente utilizada pela
indústria alimentícia, como nos setores de panificação, confeitaria e na fabricação de
sorvetes (BRUMANO, 2019). No entanto, devido às limitações de fornecimento em sua
forma natural, o uso de essência artificial é muito comum, pois, a vanilina principal
composto presente nos frutos curados, pode ser obtido de forma mais accessível, por
processos químicos em laboratório (WALTON et al., 2000; WILDE et al., 2019).
A baunilha é nativa do sudeste do México, mas também da Guatemala e outras
regiões da América Central (EMBRAPA, 2014), entretanto atualmente, segundo
Januszewska (2020), Madagascar se destaca como o principal produtor global,
contribuindo com mais de 80% da produção mundial.
No entanto, o Brasil não figura entre os principais exportadores, registrando
apenas alguns cultivos que atendem minimamente o mercado interno, com a maior parte
do mercado brasileiro sendo abastecida por baunilha de origem estrangeira, muitas
vezes na forma de essência sintética, embora existam espécies nativas, 40 espécies
segundo a base Flora e Funga do Brasil, sendo 22 endêmicas, ou seja, só ocorrem
dentro do território nacional (Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2022).
No Brasil, a escassez de informação e estudos científicos, relacionadas à
produção comercial, cura e seu beneficiamento, aliada ao baixo custo associado ao seu
uso em forma artificial, contribui para o desconhecimento e falta de incentivo para a
produção da mesma conforme observado por Brumano (2019).
Conforme Zaneti (2015), a valorização dos produtos agroalimentares tradicionais
no mercado é fortemente influenciada pelo processo social. Contudo, essa valorização
está intrinsecamente ligada à interação dos diversos tipos de capital (econômico,
simbólico e intelectual) dos atores sociais envolvidos na trajetória desses produtos. Nas
palavras da autora:
REFERÊNCIAS:
PÉREZ SILVA, A., GARCÍA NICOLÁS, M., PETIT, T. et al. Quantificação do potencial
aromático de frutos maduros de Vanilla planifolia (Orchidaceae) e de várias de
suas espécies e híbridos estreita e distantemente relacionados. Eur Food Res
Technol 247, 1489–1499 (2021). https://doi.org/10.1007/s00217-021-03726-w