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BALCÃO DE

REDAÇÃO
TEMA 2 – 2021 | Período de 1o a 7 de fevereiro
ENEM
A VALORIZAÇÃO DA CULINÁRIA BRASILEIRA

“cotidiano” e “meia boca” foram os termos usados para definir o


PROPOSTA DE REDAÇÃO
arroz, feijão e fígado de Hailton.
A partir da leitura da coletânea, e com base nos conheci- O diagnóstico de que o prato não é digno de vencer uma com-
mentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto petição gastronômica seria também fruto de um preconceito dos bra-
dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua sileiros contra sua própria culinária?
portuguesa, sobre o tema A valorização da culinária brasileira, [...]
apresentando uma proposta de intervenção que respeite os direitos NEIVA, Leonardo. “Por que a internet surtou com prato de arroz e feijão no
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coe- MasterChef Brasil”. TAB-UOL, 6 ago. 2020. Disponível em: <https://tab.
sa, argumentos e fatos para a defesa do seu ponto de vista. uol.com.br/noticias/redacao/2020/08/06/por-que-a-internet-surtou-com-
prato-de-arroz-e-feijao-no-masterchef-brasil.htm>.
Acesso em: 4 jan. 2020.
TEXTO 1
Alimentos regionais brasileiros TEXTO 3
[...]
Refletindo sobre as diferenças socioculturais, territoriais e con- Rica e abrangente, cozinha amazônica
ganha novo papel na mesa brasileira
ceituais sobre a comida e o comer, constata-se que a comida é vida e
identidade; e o alimento, a necessidade do corpo. As preferências A culinária amazônica conquistou o chef mais influente da gas-
e o prazer de comer residem na comida, nos temperos, e isso leva tronomia moderna, o espanhol Ferran Adrià, virou capa do The New
a pensar que se vive mais pelo prazer de comer que para sobreviver York Times e ganhou o mundo com o açaí, fruto nativo da floresta.
(DA MATTA, 1993)1. [...]
No Brasil, a comida representa a mistura das raças que habi- Levou tempo – e muito trabalho por parte de alguns chefs – para
tam este país. Há distintos cardápios historicamente distribuídos por que ela se tornasse mais familiar aos brasileiros que vivem em esta-
modos desiguais de viver, coexistindo com a estratificação social da dos distantes da região Norte. Mas agora a gastronomia amazônica
mesa e produzindo nos indivíduos variadas noções sobre o comer e se tornou mais conhecida e difundida.
as necessidades do corpo. [...]
[...] TONON, Rafael. “Rica e abrangente, cozinha amazônica ganha novo
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. papel na mesa brasileira”. Nossa Cozinha, 5 set. 2020. Disponível em:
Departamento de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros. 2. ed. <www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/09/05/rica-e-abrangente-
Brasília: Ministério da Saúde. p. 440. Disponível em: <https://bvsms. cozinha-amazonica-ganha-maior-projecao-na-gastronomia.htm>.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentos_regionais_brasileiros_2ed.pdf>. Acesso em: 4 jan. 2020.
Acesso em: 4 jan. 2020.

1
DA MATTA, R. O que faz do Brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
TEXTO 4
Brasileiras passaram a cozinhar mais e
abandonaram dietas na pandemia
TEXTO 2
Na pandemia, tudo mudou de lugar para dar espaço a um novo
Por que a internet surtou com prato de arroz modo de vida. A forma de se alimentar não ficou isenta do impacto
e feijão no “MasterChef Brasil”
do isolamento social. Uma pesquisa feita na USP avaliou como as
Arroz, feijão com bacon, fígado acebolado e salada de repolho. mulheres brasileiras, de diferentes classes sociais e estados nutricio-
Além de uma combinação que marca presença diariamente na mesa nais, vivenciaram esse momento, afetado por aspectos psicológicos
de milhões de brasileiros, foi esse o cardápio vencedor do primeiro em relação aos seus hábitos e escolhas alimentares. Os dados mos-
episódio da nova temporada do “MasterChef Brasil”. tram que elas cozinharam mais, diminuíram as idas aos supermer-
[...] Hailton Arruda, de 29 anos, levou o troféu para casa ao cados e usaram mais serviços de entregas (delivery). Além disso,
vencer uma prova em que o desafio era cozinhar com ingredientes muitas deixaram suas dietas de lado.
de uma cesta básica. [...]
Além da polêmica gerada pelo novo formato – que desagra- Das 1 183 entrevistadas pela plataforma Google Forms entre
dou parte dos telespectadores –, o prato também foi condenado junho e setembro de 2020, foi possível observar que o número de
nas redes sociais por sua simplicidade. “Pouco criativo”, “limitado”, mulheres que participava das compras de supermercado reduziu

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BALCÃO DE REDAÇÃO – TEMA 2 – 2021

bastante, cerca de 34%. Já o hábito de cozinhar em casa aumen- • não atender à proposta solicitada ou possuir outra estrutura
tou em 28%, e o uso de serviço de entrega cresceu vertiginosa- textual que não seja a dissertativa-argumentativa;
mente, 146%. No entanto, nenhuma mudança foi observada para • apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do
o hábito de comer em frente à TV, tablet ou celular ou substituir as tema proposto;
principais refeições por lanches. • contiver impropérios, desenhos ou outras formas propositais de
As participantes relataram realizar menos dietas restritivas e anulação.
também reduziram o consumo de bebidas alcoólicas. Também
houve aumento de 23% no número de mulheres que disseram que Lembrando que, apesar de isto não se aplicar aos nossos exer-
“beliscavam” ao longo do dia. “Gostar”, “necessidade”, “fome” e cícios de escrita, no dia da prova do Enem, acrescentar nome, assi-
“hábitos” foram os determinantes das escolhas alimentares mais co- natura, rubrica ou qualquer outra forma de identificação no espaço
mumente relatados pelas participantes. destinado exclusivamente ao texto da redação também resultará em
[...] anulação.
FERREIRA, Ivanir. “Brasileiras passaram a cozinhar mais e abandonaram
dietas na pandemia”. Jornal da USP. São Paulo, 9 nov. 2020.
Disponível em: <https://jornal.usp.br/ciencias/brasileiras-passaram-a- Boa produção!
cozinhar-mais-e-abandonaram-dietas-na-pandemia/>.
Professora Sônia Tomita
Acesso em: 4 jan. 2020.

TEXTO 5
A comida como linguagem
[...]
Os sistemas culinários, assim como a linguagem, estão sujeitos
a toda sorte de intervenções, acréscimos, influências. Uma língua
nunca está morta e vive de invenções, de interferências, de acrésci-
mos, de cruzamentos. Ainda que gramáticos conservadores queiram
afirmar purismos ou a nefasta influência estrangeira e das gírias,
abreviações ou neologismos, as línguas incorporam palavras, as
criam, as fundem e... falam. No dia a dia da fala, a gramática e o
dicionário são estáticos e tendem a correr atrás do que já acontece
na prática.
Com a cozinha acontece o mesmo. Não existe uma cozinha
pura ou original – ela está sendo constantemente reinventada, modi-
ficada, sofrendo influências, contaminações e interferências de todo
tipo. É o que a cozinha tem de maravilhoso. Chegamos, assim, ao
tema de identidade e da troca na cozinha. Palavras que parecem
opostas, mas que se complementam ali, no fazer cotidiano. Afinal,
a defesa de uma determinada identidade gastronômica parece se
contrapor à necessidade das trocas de ingredientes. Mas são as tro-
cas, as experiências, vivências e necessidades que fazem com que a
cozinha e as línguas tenham o que mais importa na vida, a conexão
entre as pessoas.
MONTELEONE, Joana. “A comida como linguagem”. Brasil de Fato,
18 dez. 2020. Disponível em: <www.brasildefato.com.br/2020/12/18/
a-comida-como-linguagem>. Acesso em: 4 jan. 2020.

ORIENTAÇÕES PARA O ALUNO


Você poderá rascunhar sua redação; no entanto, o texto defi-
nitivo a ser entregue ao professor deverá ser escrito à tinta preta e
possuir até 30 linhas. Como a produção deverá ser autoral, a reda-
ção que apresentar cópia de trechos da coletânea terá o número de
linhas copiadas desconsiderado na contagem.
Além disso, receberá nota 0 (zero) a redação que:
• não apresentar texto escrito na folha entregue ao professor;
• contiver até sete linhas escritas, configurando texto insuficiente;

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