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Número 148
BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.. Art. 5. São revogados o Decreto n.º 3/97, de 4 de Março,
o Decreto n.º 41/2009, de 21 de Agosto, e todo diploma legal
AVISO que contrarie o presente Decreto.
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em cópia
Art. 6. O presente Decreto entra em vigor na data da sua
devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das indicações publicação.
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado: Para Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 12 de Julho
publicação no «Boletim da República». de 2022.
Publique-se.
O Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane.
SUMÁRIO
Estatutos da Empresa Regadio do Baixo
Conselho de Ministros:
Limpopo, E.P.
Decreto n.º 37/2022:
CAPÍTULO I
Funde por incorporação a empresa Hidráulica de Chókwè,
Empresa Pública, na empresa Regadio do Baixo Limpopo, Disposições Gerais
Empresa Pública, abreviadamente designadas por HICEP, Artigo 1
e por RBL, E.P., respectivamente, aprova os seus estatutos,
(Denominação e natureza)
extingue a HICEP, criada pelo Decreto n.º 3/97, de 4
de Março e revoga o Decreto n.º 3/97, de 4 de Março A empresa Regadio do Baixo Limpopo, Empresa Pública,
e Decreto 41/2009, de 21 de Agosto. abreviadamente designada por RBL, E.P., é uma empresa pública,
dotada de personalidade jurídica, com autonomia administrativa,
Resolução n.º 30/2022: financeira e patrimonial, que se rege pelos presentes estatutos
Nomeia Manuela Joaquim Rebelo para o cargo de Presidente e demais legislação aplicável.
do Conselho de Administração do Fundo de Energia, F.P.
(FUNAE, EP). Artigo 2
(Objecto)
A RBL, E.P. tem por objecto a gestão da terra, da água e das
CONSELHO DE MINISTROS infra- estruturas em todos os perímetros irrigados de Chókwè,
Chongoene, Limpopo, Xai-Xai e Chibuto, na Província de Gaza,
Decreto n.º 37/2022 incluindo a organização dos utentes na administração, operação
de 2 de Agosto
e manutenção das infra-estruturas.
c) acompanhar a execução dos planos de actividade anuais 2. São funções da Comissão de Auditoria e Controlo Interno:
e plurianuais e respectivos orçamentos; a) apreciar as demonstrações financeiras, seu relato
d) pronunciar-se sobre o grau de cumprimento do Contrato- e processo de controlo;
Programa; b) rever o alcance e a eficácia dos sistemas de controlo
e) verificar se os actos dos diferentes órgãos da empresa são interno estabelecidos pela empresa;
conforme a lei, estatutos e demais normas aplicáveis; c) assegurar o relacionamento com os auditores externos
f) pronunciar-se sobre os relatórios da auditoria interna; e acompanhar as respectivas actividades;
g) exercer quaisquer funções que lhe sejam cometidas por d) rever periodicamente a eficácia do Gabinete de Auditoria
lei ou pelos presentes estatutos; e Interna da empresa no contexto do Perfil de Risco, com
h) Apresentar à Assembleia Geral o relatório anual especial incidência sobre a Carta de Auditoria, Plano
das suas actividades. Anual, actividades de pessoal, estrutura do Gabinete
e elaboração de relatórios;
3. As competências do Conselho Fiscal, são aplicáveis com
e) rever periodicamente os relatórios do Gabinete
as devidas adaptações ao Fiscal Único.
de Auditoria Interna;
Artigo 25 f) obter dos processos jurídicos, sempre que necessário,
relatórios sobre cumprimentos legais, fiscais, litígios,
(Actas do Conselho Fiscal) disputas e reclamações;
Das reuniões do Conselho Fiscal é elaborada a respectiva acta, g) apreciar o desempenho dos auditores externos; e
a ser assinada por todos os membros presentes, da qual devem h) desempenhar quaisquer outras funções que lhe forem
constar as deliberações tomadas e um relatório sucinto de todas as conferidas pela Assembleia Geral.
verificações, fiscalizações e demais diligências dos seus membros
desde a reunião anterior, e dos seus resultados. Artigo 30
(Comissão de Conformidade, Boas Práticas e Governação
SECÇÃO V Corporativa)
Comissões Especializadas 1. A Comissão de Conformidade é o órgão que zela pelo
Artigo 26 cumprimento da legalidade na empresa.
2. A Comissão de Conformidade avalia sistematicamente os
(Natureza, composição e mandato)
padrões de governação da empresa e propõe medidas para o seu
1. As Comissões Especializadas são órgãos independentes aperfeiçoamento.
do Conselho de Administração que asseguram, de entre outras 3. São funções da Comissão de Conformidade:
matérias, o cumprimento das boas práticas de gestão e governação
a) verificar o cumprimento das normas e procedimentos
corporativa da empresa em matérias de remunerações, auditoria,
controlo interno, conformidade e gestão de riscos, para permitir legalmente instituídos;
maior controlo, desenvolvimento e melhoria do desempenho das b) avaliar sistematicamente a aplicação dos princípios
áreas-chave da actividade da empresa. de boa governação corporativa na empresa;
2. As Comissões Especializadas são constituídas por três c) propor princípios e normas de conduta profissional;
membros. d) informar e proteger todos os intervenientes, em particular
3. As Comissões Especializadas são remuneradas por senha quanto à saúde, segurança no trabalho e meio-
de presença, mediante deliberação da Assembleia Geral. -ambiente;
e) monitorar o processo de implementação dos padrões
Artigo 27 de procedimentos operacionais, de responsabilidade
(Constituição das Comissões Especializadas) social e de posicionamento ambiental da empresa; e
f) desempenhar quaisquer outras funções que lhe forem
Na RBL, E.P. podem ser constituídas as seguintes Comissões conferidas pela Assembleia Geral.
Especializadas:
a) Comissão de Remunerações; SECÇÃO VI
b) Comissão de Auditoria e Controlo Interno; Mandato dos Órgãos
c) Comissão de Conformidade, Boas Práticas e Governação
Corporativa; e Artigo 31
d) outras que venham a ser constituídas pela Assembleia (Mandatos)
Geral, de acordo com as necessidades da empresa. 1. Os membros dos órgãos estatutários exercem um mandato
Artigo 28 individual de quatro anos, podendo ser renovável.
2. À excepção do disposto no número 1 do presente artigo, os
(Comissão de Remunerações) membros do Conselho Fiscal exercem um mandato de três anos.
A Comissão de Remunerações é o órgão que propõe e submete
à aprovação da Assembleia Geral o pacote remuneratório dos Artigo 32
membros dos órgãos estatutários da empresa. (Fim de Mandato)
2. A RBL, E.P., deve constituir as seguintes reservas e fundos: e deles dispor livremente, sem sujeição à disciplina
a) reserva legal; jurídica ou domínio privado do Estado; e
b) reserva para investimentos; e b) bens e direitos de domínio público do Estado afectos às
c) fundo para fins sociais. actividades a seu cargo, devendo manter o respectivo
3. A reserva legal prevista nos termos do disposto na alínea a) cadastro actualizado.
do número anterior, constitui 5% dos excedentes de cada exercício 2. Os bens e direitos referidos na alínea b) do número anterior
que lhe for anualmente destinada e pode ser utilizada para cobrir são inalienáveis e impenhoráveis.
eventuais prejuízos. 3. Considerando a natureza da prossecução do interesse
4. Constitui reserva de investimento, a parte dos resultados público, a RBL, E.P., pode ter áreas de jurisdição correspondentes
apurados em cada exercício que lhe for anualmente destinado. ao domínio público atribuído com prerrogativas de licenciamento
Artigo 42 e concessão a título precário de bens móveis e imóveis que se
encontrem dentro das respectivas áreas.
(Endividamento)
1. Sem prejuízo das competências específicas do Ministro Artigo 44
que superintende a área de finanças, o endividamento ou
a assumpção pela RBL, E.P., de responsabilidades de natureza (Amortização, Reintegração e Reavaliações)
similar, incluindo a emissão de títulos de dívida comercial, deve A RBL, E.P. assegura a reintegração dos seus bens de maneira
ser aprovado pela Assembleia Geral, mediante parecer prévio a garantir a sua renovação e procede periodicamente à reavaliação
do Tesouro Público, a ser solicitado pela entidade que gere do activo imobilizado próprio, com o objectivo de obter uma mais
e coordena o sector empresarial do Estado.
2. O endividamento ou a assumpção pela RBL, E.P. exacta correspondência entre os valores a custos de substituição
de responsabilidades de natureza similar deve observar e os contabilísticos.
os procedimentos relativos à emissão e gestão da dívida pública
e das garantias pelo Estado, nos termos da legislação aplicável. Artigo 45
3. Excepcionalmente, o endividamento de curto prazo (Aquisição de Bens e Serviços)
destinado ao apoio à tesouraria e situações de emergência
é aprovado pelo Conselho de Administração, obedecendo 1. Na aquisição de bens e serviços pela RBL, E.P., aplica-se,
a práticas prudentes de gestão de caixa. regra geral, o concurso público.
4. A RBL, E.P., deve adoptar uma política de endividamento 2. O anúncio do concurso e da adjudicação devem ser
de curto, médio e longo prazos, aprovada pela Assembleia Geral, publicados no jornal de maior circulação e na página electrónica
da qual constem, mas não se limitando, os seguintes aspectos: desta empresa.
a) plano de endividamento numa base anual com base
em indicadores prudentes de solidez financeira; CAPÍTULO IV
b) matriz de endividamento;
c) limites de endividamento e níveis da sua autorização; Regimes do Pessoal, Fiscal e Contabilístico
d) a estrutura das fontes de financiamento e sua aplicação; Artigo 46
e) níveis de autorização e responsabilidade; e
(Regime do Pessoal)
f) a viabilidade económica do financiamento.
5. Para efeitos do número 2 do presente artigo, o endividamento Ao pessoal da RBL, E.P., é aplicável a Lei do Trabalho
ou a assumpção pela RBL, E.P., de responsabilidades de natureza e demais legislação que regem as relações jurídico-laborais.
similar, deve ter em vista a realização de despesas de investimento.
6. O pedido de autorização de contração de dívida ou de Artigo 47
responsabilidades de natureza similar deve ser acompanhado
(Regime Fiscal)
pelos seguintes documentos:
a) identificação do credor; À RBL, E.P., aplica-se o regime fiscal geral.
b) termos e condições propostas;
c) o montante e a finalidade da operação; Artigo 48
d) descrição do projecto; (Contabilidade)
e) impacto económico e/ou social do projecto; e
f) estudo de pré-viabilidade económica e financeira, A contabilidade da RBL, E.P., é organizada nos termos
devendo apresentar os cenários optimista, conservador do Plano Geral de Contabilidade e na legislação aplicável.
e pessimista.
7. A reestruturação das dívidas da RBL, E.P. é sujeita Artigo 49
à aprovação pela Assembleia Geral, com prévia autorização (Capacitação Profissional)
do Ministério que superintende a área de finanças.
1. A RBL, E.P., organiza e desenvolve acções de capacitação
SECÇÃO III profissional com o objectivo de elevar e adaptar a qualificação
Gestão Patrimonial profissional dos seus trabalhadores às novas técnicas e métodos
de gestão assim como facilitar a promoção interna e a mobilidade
Artigo 43
funcional destes.
(Património) 2. Para assegurar as diferentes acções de capacitação
1. O património da RBL, E.P. é, no geral, constituído por: profissional, a empresa utiliza os seus próprios meios pedagógicos
a) conjunto de bens e direitos recebidos ou adquiridos, para e recorre ou associa-se, caso necessário, a organismos qualificados
o exercício da sua actividade, podendo administrá-los para o efeito, nacionais ou estrangeiros.
1304 I SÉRIE — NÚMERO 148
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