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Dayane Ribeiro de Oliveira

Advocacia e
Consultoria Jurídica

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO


DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CUIABÁ, ESTADO MATO
GROSSO

JERONIMO VICENTE FARIAS, brasileiro, casado, servidor


público, portador do RG 11188456 SJ/MT, inscrito no CPF sob o nº. 819.161.911-34,
residente e domiciliado na Rua P, s/n, bairro Santa Cruz, Cuiabá/MT, por intermédio
de sua advogada – instrumento procuratório anexo – vêm, respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE CONTRATUAL C/C


RESSARCIMENTO POR DANOS MATERIAIS E INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E TUTELA ANTECIPADA

em face de RESOLVE FRANCHISING LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


devidamente inscrita no CNPJ nº. 12.360.537/0001-41, titular da Inscrição Estadual
nº. 647.343.169.110, com sede social na Rua Coronel Spínola de Castro, nº. 4.434,
Bairro Redentora, São José do Rio Preto – SP – CEP: 15.015-500, pelas razões de
fato e de direito a seguir expostas:
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1 – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, consigna-se que o requerente empregou vultosa


quantia quando da aquisição do direito de usufruir a marca, o que implicou em
queda considerável em seu orçamento, sobretudo por ainda não auferir
qualquer lucro.

O artigo 2º da Lei de Assistência Judiciária estabelece o


seguinte:

Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros


residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil,
militar ou do trabalho.
Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo
aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio
ou da família.

Neste diapasão, ressai do artigo 4º da referida Lei que o


deferimento da gratuidade é condicionado apenas à declaração acerca da
impossibilidade de sustento próprio do pretenso beneficiário em caso de necessidade
de pagamento.

Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária,


mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está
em condições de pagar as custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.

Assim, diante da impossibilidade de arcar com custas


processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento (declaração
anexa), requer à Vossa Excelência sejam deferidos os benefícios da Gratuidade da
Justiça, com fulcro na Lei 1.060/50.

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2 – DOS FATOS

2.1 – DOS FATOS ANTERIORES À FORMALIZAÇÃO DO


CONTRATO DE FRANCHISING .

O requerente, há algum tempo, vinha se atendo para a


possibilidade e viabilidade de abrir uma empresa ligada a uma rede de franquia.

Insta consignar que o requerente jamais exerceu qualquer


atividade empresarial, buscando na ideia de franquia a segurança de adquirir e
explorar uma marca já consolidada no mercado, e assim, diminuir os riscos do
empreendimento.

Através do contrato de franquia, uma pessoa, com algum capital,


pode estabelecer-se empresarialmente, sem precisar proceder estudo e
equacionamento de muitos aspectos administrativos. Tais aspectos já se encontram
suficiente e devidamente equacionados pelo titular da marca de comércio ou serviço,
fornecendo-lhe subsídios indispensáveis à estruturação do negócio.

Ciente das características que circundam esse sistema, o


requerente estabeleceu os primeiros contatos junto à requerida, ficando surpreso e ao
mesmo tempo maravilhado com a hipótese de se firmar no segmento de reparos e
reformas, mercado de grande expansão na atualidade.

Ocorre que, junto à proposta de adesão ao contrato de


franchising, veio a necessidade de formalizarem o acordo o mais rápido possível. Isso
porque o consultor de vendas afirmou, tão logo iniciou-se a negociação, que haviam
outros interessados em firmar negócio com a franqueadora e, quem primeiro o

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fizesse, teria direito à exclusividade de exploração da atividade e direito à preferência


na comercialização de novas áreas.

Diante das condições apresentadas e suposta vantagem em


primeiro aderir ao contrato de franquia, o requerente não teve dúvidas e efetivou
negócio com a requerida, mesmo antes de receber a Circular de Oferta de
Franquia, em descompasso com a lei que disciplina a matéria, o que será melhor
explicitado em tópico apartado.

2.1 – DIREITOS E OBRIGAÇÕES PREVISTOS EM


CONTRATO.

As partes celebraram em 29 de novembro de 2012 “CONTRATO


DE FRANQUIA EMPRESARIAL”, restando ajustado que a Franqueadora, ora requerida,
concedia ao requerente o direito do uso da marca e nome comercial “Doutor Resolve
Reparos e Reformas”, além do direito de distribuição de serviços de manutenção e
reforma predial, ao uso da tecnologia de implantação e administração do sistema
operacional da Franqueadora (Item “1”).

Ao aderir ao contrato de franchising, o Requerente


comprometeu-se ao pagamento inicial da “taxa de franquia”, no valor de
R$40.000,00 [ver se isso msm] …......(Item “6”), além do pagamento de
Royalties, no valor de 1,5 (um e meio) salário mínimo nos 6 (seis) primeiros meses;
2,5 (dois e meio) salários mínimos, do sétimo ao décimo segundo mês; 3,5 (três e
meio) salários mínimos, do décimo terceiro ao vigésimo quarto mês; 4,5 (quatro e
meio) salários mínimos, do vigésimo quinto mês até o término do contrato (Item “7”).

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Conforme constou da proposta encaminhada pela requerida,


Cuiabá estaria dividida em três áreas de exploração e a praça adquirida pelo
requerente (área de exploração exclusiva) compreende a unidade Vila Itália,
conforme mapa abaixo:

colar o mapa aqui.

A aquisição de equipamentos, ferramentas gerais e produtos


diversos, deve ser feita junto à fornecedores exclusivos, conforme consta no Item “5”
do referido contrato.

Ainda em conformidade ao contrato, a franqueadora deveria dar


total suporte total para a inauguração da empresa, além de efetuar campanhas de
marketing e manter seu portal atualizado de forma a facilitar que os interessados
encontrem os franqueados mais próximos

Não obstante o pacto entabulado entre as partes e a legislação


que disciplina as regras contratuais de franchising, a requerida vem agindo a todo
momento de maneira contrária a normatização e ao acordo firmado, causando
prejuízos ao franqueado.

3 – DO DIREITO

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3.1 – DA NÃO ENTREGA OBRIGATÓRIA DA CIRCULAR


DE OFERTA DE FRANQUIA – COF (ART. 3º DA LEI 8.955/94) E
CONSEQUENTE ANULABILIDADE DO CONTRATO.

Nos termos dos arts. 3º e 4º da Lei 8.955/94, o franqueador


deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de
franquia – COF - no mínimo dez (10) dias antes da assinatura do contrato ou
pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador, sob pena de
nulidade do contrato e devolução de todas as quantias pagas ao franqueador ou
terceiros por ele indicados......

transcrever os artigos.............

A circular de oferta de franquia é o documento que o


franqueador, obrigado por lei, fornece ao candidato a franqueado, contendo várias
informações sobre o negócio oferecido. Em outras palavras, a COF serve para dar
total esclarecimento ao franqueado em que tipo de negócio entrará.

Nas palavras da professoa Ana Cláudia Redecker:

transcrever doutrina.........

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No mercado de franquias, a COF é considerada o meio para


divulgar de modo sincero e completo dados e as informações sobre o negócio. Por
esse motivo deverá ser entregue ao candidato a franquia dez (10) dias antes da
assinatura do contrato ou pagamento de qualquer quantia.

A COF é elemento imprescindível para a concretização desse


tipo de contrato, devendo trazer OBRIGATÓRIAMENTE todas as informações
descritas no art. 3º.

Transcrever e negritar as informações que não foram


enviadas...

Excelência, em que pese o requerente tenha assinado declaração


de recebimento da circular de oferta de franquia, jamais recebeu referidas
informações, nem antes, nem depois da formalização do contrato.

Conforme já asseverado, o requerente firmou negócio com a


requerida às pressas, logo após os primeiros contatos com o consultor de expansão.
Isso porque fora afirmado que outras pessoas estariam interessados no negócio e o
primeiro a adquirir o direito ao uso da marca teria vantagem sobre os demais, o que
também não se concretizou, mas isso também falaremos em tópico apartado.

Consigna-se, excelência, que os fatos aqui mencionados poderão


ser comprovados através das conversas por e-mails com o consultor de vendas, bem
como pela oitiva de testemunhas (ver isso com o jero...........)
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Sabemos, emérito julgador, que não estamos diante de uma


relação trabalhista, ou de consumo, não cabendo ao franqueado invocar cláusulas
protetivas exclusivas de tais relações.

Contudo, devemos nos ater que o franqueado é uma empresa de


grande porte, com inúmeras franquias espalhadas pelo Brasil, ao passo que o
requerente, até antes de aderir ao contrato de franquia, era nada mais que um singelo
servidor público, com total desconhecimento administrativo-empresarial.

Ademais, o contrato de franquia é de adesão. Isso dá margens a


possíveis explorações dos franqueados, parte hipossuficientes em relação ao
franqueador.

Com essas considerações, não obstantes tenha o requerente


assinado o recebimento da COF, requer seja o requerido intimado a comprovar o
envio de referidas informações por qualquer meio possível, via e-mail, malote, fac-
símile, ou outros.

Em não sendo comprovado o envio da COF e de suas


informações obrigatórias, requer-se a anulabilidade do contrato, com a consequente
devolução de todo o valor gasto pelo requerente, nos termos do art. 4º da lei 8.955/94.

3.2 – DA ÁREA DE EXPLORAÇÃO EXCLUSIVA E


QUEBRA CONTRATUAL CONCERNENTE AO DIREITO DE
PREFERÊNCIA.

Excelência, conforme consta do contrato firmado entre as partes


e do mapa anexo a este, a cidade de Cuiabá foi dividida em três áreas de exploração,

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tendo o requerente adquirido o direito a exploração da unidade denominada Vila


Itália.

Colar o mapa das áreas em cuiabá...

colar o mapa da área adquirida...

Nos termos do contrato, bem como das informações prestadas


pelo consultor de vendas, o franqueado tem o direito de exploração em toda a cidade,
até que outra área seja instalada, sempre respeitando o direito de preferência do
primeiro adquirente, como é o caso do requerente.

Repisa-se, Excelência, o requerente primeiro adquiriu o


direito de exploração da marca, JUSTAMENTE PARA GOZAR DO DIREITO
DE PREFERÊNCIA À AQUISIÇÃO DE NOVA PRAÇA.

A cláusula de exclusividade repousa a garantia do beneficiário do


monopólio da atividade, em relação aos possíveis concorrentes.

Ao arrepio do contrato e das normas que regem este tipo de


contrato, a franqueadora ofertou e finalizou negócio com terceiro sem respeitar o
direito de preferência do requerente.

Tome nota, o requerente só tomou conhecimento do fato ao


verificar junto ao site que havia uma segunda unidade da franquia em fase de
instalação.
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Como se não bastasse tamanho despautério, o requerente


verificou uma subdivisão das áreas. A cidade de Cuiabá, que antes era dividida
em três áreas de exploração, agora estaria dividida em quatro, sendo constatado
uma diminuição da praça adquirida pelo requerente.

Consigna-se: TUDO ISSO EM MENOS DE QUATRO (4)


MESES DE CONTRATO.

Assim que tomou conhecimento dos fatos, o requerente entrou


em contato com a franqueadora (01/1/2013), que respondeu afirmando que “houve
um pequeno erro ao cadastrar uma outra unidade no Sistema” (05/1/2013). Nesse
mesmo e-mail, o preposto da requerida REAFIRMOU que o requerente “tem o
direito de explorar toda a cidade” e indagou quanto a eventual interesse em
comprar uma segunda unidade.

O requerente, precavido que é, e verificando que as coisas


tomavam rumo obscuro, respondeu que, por ora, não tinha interesse em adquirir uma
segunda, mas consignou que, sem dúvida, exerceria seu direito de preferência caso
houvesse outro interessado (05/3/2013).

No dia 08/3/2013, três dias após a requerida ter garantido ao


requerente que, sequer, havia outro interessado em adquirir uma unidade da franquia
em Cuiabá, o requerente comunicou à franqueadora ter visto veículo adesivado com a
marca circulando na cidade.

TEVE RESPOSTA DESSE E-MAIL?????

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No dia 26 de março de 2013, a franqueadora enviou e-mail ao


requerente, pedindo desculpa pela demora e afirmou ter solicitado a remoção da
unidade ao Departamento de Operação.

Excelência, apenas dois dias após o envio desse e-mail, em


28/3/2013, às 11 horas e 41 minutos, o Sr. Mario Sérgio, consultor de expansão da
franqueadora, disse que havia uma “negociação praticamente fechada” para Cuiabá
Jd. Alvorada e que o investidor ficou de fazer o pagamento no mesmo dia, até às 17
horas.

Disse ainda que a proposta que “ele passou”, foi de pagamento


da franquia no valor de R$30.000,00, como uma entrada de R$10.000,000 e o
restante parcelado em 10 vezes sem juros.

Ora, excelência, como este senhor acha que o requerente podia


exercer seu direito de preferência em menos de 6 horas???

O fato que mais chama a atenção é que o suposto investidor é


quem fez a proposta e pagaria menos do que o requerente pagou quando da aquisição
da franquia.

Ora, como pode? Significa dizer que em três meses houve uma
desvalorização da marca? Como um segundo investidor poderia pagar menos que o
primeiro adquirente, que, em tese, teria vantagem por ser o primeiro a contratar?

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Tão logo o requerente leu o e-mail, enviou resposta à


franqueadora (29/03/2013, às 10:05 horas) reafirmando seu interesse na aquisição de
da segunda área, sobretudo diante das condições apresentadas ao suposto investidor.

Transcrever o e-mail....

Nesses termos,

Pede deferimento.

Várzea Grande-MT, 10 de maio de 2013.

DAYANE RIBEIRO DE OLIVEIRA


OAB/MT 16.626

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