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Pinóquio

Universo dos Livros Editora Ltda.


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VINTAGE
Pinóquio
Pinocchio
Copyright © 2020 by Disney Enterprises, Inc.

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19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por
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quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos,
fotográficos, gravação ou quaisquer outros.

Diretor editorial: Luis Matos


Gerente editorial: Marcia Batista
Assistentes editoriais: Letícia Nakamura e Raquel F. Abranches
Tradução: Rebecka Villarreal
Preparação: Aline Graça
Revisão: Giovana Sanches eTássia Carvalho
Adaptação de texto: Lily Murray
Arte: Renato Klisman
Ilustração de capa: Chellie Carroll
Design original: Lindsay Broderick

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Angélica Ilacqua CRB-8/7057

M962p
Murray, Lily
Pinóquio / Lily Murray ; tradução de Rebecka
Villarreal. –– São Paulo: Universo dos Livros,
2022.
80 p : il. (Clássicos da Disney ; vol. 4)

ISBN 978-65-5609-287-4
Título original: Pinocchio

1. Ficção infantojuvenil norte-americana 2.


Animação (Cinematografia) I. Título II. Villarreal,
Rebecka III. Série

21-3682 CDD 813.6


Este livro pertence a
Agradecimentos

Agradecimentos especiais à equipe da Biblioteca de Pesquisa em


Animação da Walt Disney por sua inestimável ajuda e por fornecer a
arte para este livro.
Depois que assisti a Pinóquio pela primeira vez, quando era criança,
olhei para a tampa do esgoto na calçada em frente à minha casa e
quis ser um animador da Disney. Acho que podemos dizer que fiz um
pedido para uma tampa de esgoto, em vez de para uma estrela
cadente. Na quarta série, durante um trabalho de artes, decidi
desenhar algo do meu coração: a cena de abertura de Pinóquio, que
tem a estrela azul e a cidade iluminada pela luz do luar. Quando
minha professora viu, ela mostrou para toda a sala e disse: “Olhem a
linda arte do Mike Gabriel!”. Essa foi a primeira vez que me senti
como um artista, e guardei o desenho durante todos esses anos. De
vez em quando preciso pegá-lo para relembrar esse sentimento.
Por fim, me tornei um animador da Disney e — acredite ou não! —
trabalhei com alguns dos artistas que fizeram Pinóquio. Joe Grant, o
artista encarregado do design do filme, foi meu amigo e parceiro
criativo durante treze anos. Eric Larson, o animador principal do gato
Fígaro, foi meu mentor. Também pude assistir a palestras sobre
animação de Ward Kimball, Frank Thomas e Ollie Johnston, que
também trabalharam em Pinóquio. Andando pelos corredores estava
o sempre imponente, mas genial Woolie Reitherman, que
magistralmente animou a baleia Monstra e sua sequência de
perseguição emocionante.
O The Walt Disney Animation Studios tem um logo especial que
aparece em todos os filmes: a cena de uma estrela cadente que
passa por cima do castelo enquanto a música “When You Wish Upon
a Star” é tocada. Eu fui o artista sortudo que concebeu, desenhou e
dirigiu essa cena. Coloquei a estrela cadente no começo para
representar visualmente a letra da música.
Meu desejo mais recente foi uma neta. Logo, este livro repleto de
lindas artes estará na estante da minha neta Reese para encorajá-la
a fazer um desejo e acreditar de fato que nenhum pedido é extremo
demais: sonhos realmente se tornam realidade.
Mike Gabriel
Walt Disney Animation Studios
Em uma noite fresca, um grilo andava pelasruas tortuosas de uma
pequena vila pitoresca.
Ele chegou à janela iluminada da loja de um entalhador chamado
Gepeto. Ele foi pulando e ficou espiando. A oficina parecia vazia,
mas a lareira estava acesa. O grilo não conseguiu resistir, passou
por baixo da porta e entrou na loja. Ele correu para o fogo e
esquentou as mãos no carvão. Olhando em volta, viu vários relógios
incríveis pendurados nas paredes, todos talhados em madeira.
Também havia caixas de música maravilhosas e prateleiras cheias
de brinquedos. Então algo especial chamou sua atenção… um
boneco!
— Boneco engraçadinho — falou o grilo, inspecionando o boneco.
— É boa a madeira, sim.
Então, o entalhador entrou no quarto, acompanhado de seu
pequeno gato preto e branco. O grilo rapidamente se escondeu em
uma prateleira alta.
— Bem, vejamos. Agora não falta muita coisa — disse Gepeto. —
Só mais um pouquinho de tinta e estará terminado.
Então ele pegou seu pincel e deu os retoques finais no boneco,
adicionando sobrancelhas e um sorriso.
— Viu? Isso faz muita diferença — declarou Gepeto. — Agora eu
tenho um belo nome para você. Pinóquio! Você gosta, Fígaro? —
perguntou ele ao gato.
Fígaro negou com a cabeça.
— Não? Você gosta, não é, Cléo? — perguntou Gepeto ao peixe.
Cléo fez cara feia.
— Hum — falou Gepeto. — Gosta do nome? — perguntou ele ao
boneco. Então, Gepeto puxou uma das cordas do boneco para que
ele concordasse com a cabeça. — Está resolvido! — exclamou
Gepeto. — É Pinóquio mesmo! O entalhador ligou a caixa de música
e dançou pelo cômodo com o boneco.
— Está ficando tarde — falou Gepeto quando acabou de dançar.
Depois, colocou Pinóquio na prateleira do lado de sua cama: — Boa
noite, Pinóquio. Carinha mais engraçadinha.
O grilo tirou seu chapéu, pendurou seu guarda-chuva e, usando o
próprio casaco como travesseiro, ajeitou-se para dormir.
À luz de velas, Gepeto olhou para Pinóquio:
— Olhe para ele, Fígaro. Ele quase parece vivo. Não seria ótimo se
fosse um menino de verdade?
Então, pela janela aberta, Gepeto viu uma estrela brilhando no céu.
— A Estrela dos Desejos! — falou ele e, ao admirá-la, fez um
pedido. — Fígaro, sabe o que eu pedi?
Fígaro balançou a cabeça, com sono. O grilo se esticou para ouvir.
— Pedi que meu pequeno Pinóquio possa ser um menino de
verdade — falou Gepeto.
— Desejo muito bonito — falou o grilo para si mesmo —, mas nada
prático.
Conforme Gepeto e Fígaro dormiam, o grilo estava acordado por
causa dos barulhos dos relógios e do ronco do entalhador. Por conta
disso, ele foi o único que viu a estrela descer do céu e vir direto na
janela da oficina.
— Ei! — exclamou o grilo. — O que está havendo aqui? Por um
momento, a estrela ficou parada no ar. Em seguida, uma luz
cintilante pareceu crescer e crescer até que, por fim, surgiu uma
fada.
— Bondoso Gepeto — falou a Fada Azul para o entalhador, que
dormia. — Você, que tem dado tanta felicidade aos outros, merece
ver o seu desejo realizado. — Então ela se virou para Pinóquio: —
Boneco feito de pinho, acorde — disse a fada, tocando a sua
varinha no boneco. — O dom da vida é seu.
Então Pinóquio balançou a cabeça, esfregou os olhos e olhou em
volta.
—Possomemexer!—exclamou ele, balançando as mãos. — Posso
falar! Posso andar!
— Sim, Pinóquio — falou a Fada Azul. — Eu lhe dei a vida.
— Por quê? — perguntou Pinóquio.
— Porque esta noite Gepeto desejou um menino de verdade —
explicou a fada.
— Eu sou um menino de verdade? — perguntou o boneco.
— Não, Pinóquio — respondeu ela. — Realizar o desejo de Gepeto
é coisa que depende de você. Se você provar que é valente, sincero
e generoso, um dia será um menino de verdade.
— Não será fácil — sussurrou o grilo.
— Precisa aprender a conhecer o certo e o errado — continuou a
fada.
— Mas como vou saber? — perguntou Pinóquio.
— Sua consciência lhe dirá — falou a Fada Azul.
— O que é consciência? — perguntou Pinóquio.
— O que é consciência! — exclamou o grilo, pulando da prateleira.
— Eu lhe direi!
O grilo pousou ao lado de Pinóquio.
— Consciência é aquela voz clara e baixinha que ninguém quer
ouvir.
— Você é minha consciência? — perguntou Pinóquio.
— Quem, eu? — indagou o grilo.
— Gostaria de ser a consciência de Pinóquio? — perguntou a Fada
Azul, sorrindo para ele.
— Bem, eu… aham — respondeu o grilo, ficando vermelho de
vergonha.
— Muito bem — falou a fada, rindo. — Como é seu nome?
— Grilo é o meu nome — respondeu o grilo, tirando o chapéu velho
e se curvando. — Grilo Falante.
— Ajoelhe-se, senhor Grilo — disse a fada. — Eu te nomeio a
consciência de Pinóquio. Guardião supremo do conhecimento do
bem e do mal. Conselheiro nos momentos de tentação e guia para
ditar o bom e o mau caminho. Levante-se, senhor Grilo Falante.
A fada tocou nele com a varinha e, quando o Grilo Falante olhou
para baixo, viu que vestia um fraque preto e um chapéu azul, com
um guarda-chuva novo.

— Ora, que elegância!


— falou ele, agradecido.
— Mas eu não vou ganhar um distintivo?
— Bem, vamos ver — disse a Fada Azul.
— Pode ser de ouro? — perguntou Grilo.
— Talvez — respondeu ela. Então, virou-se para Pinóquio.
— Agora, lembre-se, Pinóquio, seja um bom menino. E sempre
deixe a consciência ser o seu guia.
E, com essas palavras, a Fada Azul se tornou uma estrela brilhante
novamente e saiu pela janela.
O Grilo se virou para Pinóquio e começou um discurso sobre
tentação e sobre como escolher entre o certo e o errado.
— Sempre que precisar de mim, assobie.
Pinóquio tentou, mas não conseguiu emitir nenhum som. Tentou de
novo e de novo, até que, enfim, para sua felicidade, ele assobiou.
Grilo Falante e Pinóquio dançaram pelo quarto até o boneco
tropeçar nos potes de tinta e espalhar tudo pelo chão.
— Quem está aí? — perguntou Gepeto, no escuro.
— Sou eu! — respondeu Pinóquio.
— Fígaro! — exclamou Gepeto. — Há alguém aí.
Com as mãos tremendo, Gepeto acendeu uma vela e andou pelo
quarto:
— Ele está aqui em algum lugar — sussurrou.
— Estou aqui! — falou Pinóquio.
— Você está falando! — Gepeto ficou surpreso, olhando para o
boneco.
— Sim, e eu me mexo também!
— Não, não, não pode! — gritou Gepeto. — Eu estou sonhando!
Ele jogou uma jarra de água na própria cabeça para tentar acordar.
— Vamos. Diga alguma coisa!
— Você é gozado — falou Pinóquio, rindo.
— Então você fala! — disse Gepeto.
— Falo! A Fada Azul chegou, e um dia eu vou ser um menino de
verdade.
— Um menino de verdade! — comemorou Gepeto, pulando de
felicidade. — Então o meu desejo se realizou! — E pegou Pinóquio
em seus braços.
Ele o apresentou primeiro a Fígaro e depois a Cléo, que pulou da
água e deu um beijo no boneco.
— Nós temos que comemorar. Música! — exclamou o entalhador,
ligando todas as caixas de música.
Todos eles dançaram pelo quarto.
Na manhã seguinte, a porta da casa de Gepeto se abriu com força,
e Pinóquio a atravessou com os olhos brilhando de empolgação. Era
seu primeiro dia de aula.
— Olhe, papai! Olhe! — gritou o boneco, apontando para as outras
crianças na rua.
— Espere aí, fique quieto — disse Gepeto, tentando colocar a
jaqueta em Pinóquio. Depois, entregou uma maçã e um livro ao
filho. — Vá correndo agora, vá.
— Até logo, papai! — gritou Pinóquio, saltitando.
— Até logo, filho — respondeu Gepeto. — Volte logo.
Pinóquio não ia muito longe quando passou João Honesto, a
raposa, e Gideão, o gato. João Honesto olhou para ele de novo e de
novo.
— Um boneco de pau! — exclamou João Honesto. — Gideão, olhe!
Mas é espantoso! Um boneco vivo, sem cordões. Uma coisinha
dessa deve valer uma fortuna para alguém.
João Honesto pensou um pouco.
— É isso! Stromboli! — gritou a raposa, apontando para um pôster
do show de marionetes do Stromboli. — Se nós trabalharmos com a
cabeça, vamos ter boa vida — ele falou, puxando Gideão. —
Depressa! Vamos pegá-lo.
Os dois correram na frente de Pinóquio, esperando-o cruzar seu
caminho de novo. João Honesto esticou a bengala, fazendo
Pinóquio tropeçar nela.
— Eu peço mil perdões — mentiu João Honesto. — Espero não o
ter machucado.
— Eu estou bem — disse Pinóquio.
— É um estudioso, já vi — afirmou João Honesto, pegando o livro
de Pinóquio e dando uma mordida na maçã do boneco.
— Eu vou indo para a escola — declarou Pinóquio, orgulhoso.
— Então ainda não ouviu falar do caminho fácil para o sucesso —
disse João Honesto. — Estou falando, menino, do teatro —
continuou a raposa, devolvendo apenas o caroço da maçã para
Pinóquio. — Muitas luzes, músicas, aplausos! Fama!

— Mas eu vou… — começou Pinóquio.


— Direto para a glória — interrompeu João Honesto. — Como é
mesmo seu nome?
— Pinóquio.
João Honesto colocou o braço em volta de Pinóquio.
— Venha, vamos para o teatro! — falou a raposa, e João Honesto e
Gideão levaram Pinóquio para o Stromboli.
***
Enquanto isso, Grilo estava correndo pela rua.
— Bela consciência — resmungou para si próprio conforme corria.
— Eu tinha que me atrasar logo no primeiro dia. Bem, ele não deve
arranjar encrenca daqui até a escola.
Nesse momento, ele viu Pinóquio andando com João Honesto e
Gideão.
— Ei, aonde é que você vai? — gritou ele, seguindo o trio. — Ah, é
o Grilo! — falou Pinóquio, vendo-o em cima do chapéu de João
Honesto. — Grilo, agora eu vou ser ator!
— Está bem, filho — disse o Grilo, puxando Pinóquio para longe dos
outros. — Vamos com calma.
— Lembra-se do que eu falei sobre tentação? — sussurrou o Grilo.
— Pois bem, é ele — continuou, apontando com o guarda-chuva
para João Honesto.
— Não, não, Grilo — negou Pinóquio.
Mas o Grilo foi firme:
— Você não pode ir para o teatro. Diga: eu agradeço muito, sinto
muito, mas tenho que ir para a escola.
Pinóquio parecia estar escutando, mas, antes que o Grilo pudesse
impedi-lo, ele saiu de novo com João Honesto e Gideão em direção
a Stromboli. Tudo que o Grilo podia fazer era ir atrás deles.
****
Quando o Grilo chegou ao teatro, Stromboli estava diante de uma
multidão.
— Apresento-lhes a única marionete capaz de cantar e dançar
completamente sozinha, sem a menor ajuda de cordões — anunciou
Stromboli. — O incomparável… Pinóquio!
Foi uma fanfarra. As cortinas se abriram e lá estava Pinóquio. Ele
desceu pelos degraus do palco, tropeçou e caiu de nariz em um
buraco nas tábuas do chão.
A plateia morreu de rir.
— Isso mesmo, transforme-se num bobo — Grilo falou para si
mesmo. — Depois então talvez ouça a sua consciência.
Mas Pinóquio se levantou e continuou cantando e dançando. A
plateia e Stromboli estavam encantados. No fim, a plateia aplaudiu,
gritou e jogou moedas no palco.
— Gostaram dele. Ele é um sucesso. Talvez eu estivesse errado.
Bem, acho que ele já não precisa de mim — falou o Grilo ao andar
pela rua escura.
****
Na sua oficina, Gepeto andava de um lado a outro. O jantar estava
pronto, mas não havia nenhum sinal de Pinóquio.
— O que terá havido com ele? — Gepeto perguntou-se em voz alta.
— Onde poderá estar a esta hora? É melhor eu sair outra vez para
procurá-lo.
E saiu na chuva…
Nessa hora, Pinóquio estava sentado com Stromboli conforme o
homem contava as moedas.
— Bravo, Pinóquio! — exclamou Stromboli. — Você é sensacional!
— Quer dizer que eu sou um ator?
— É claro! É só empurrar você diante do público — respondeu
Stromboli. Em seguida, pegou todas as moedas para si e entregou
um pedaço velho de metal para Pinóquio.
— Muito obrigado! — agradeceu Pinóquio ao se levantar.
— Vou correndo para casa contar para o meu pai.
Mas Stromboli foi mais rápido. Ele pegou Pinóquio e o colocou em
uma gaiola.
— Esta é a sua casa — disse o homem, fechando o cadeado.
— Onde eu posso achá-lo sempre!
— Não, não, não! — gritou Pinóquio.
— Sim, sim, sim! — exclamou Stromboli. — Você ganha rios de
dinheiro para mim. E, quando estiver bastante velho, dará uma
excelente lenha para o fogo!
— Tire-me daqui! — gritou Pinóquio mais uma vez. — Eu tenho que
sair! Não pode me prender!
Grilo corre atrás da carroça para dar a Pinóquio o último adeus

Stromboli apenas riu dele. Então saiu e bateu a porta.


Um momento depois, a carruagem começou a andar quando
Stromboli soltou os cavalos e os levou para fora da cidade. Eles
passaram pelo Grilo, que assistiu àquilo suspirando.
— Bem, lá vai ele. Sentado no colo da glória, o mundo aos seus
pés. Pois é, poderei dizer que o conheci. E agora saio de sua vida
mansamente… — Então Grilo pensou por um momento. — Mas eu
devia me despedir dele. Sim! Por que não?
E pulou atrás da carruagem.
— Pinóquio? — chamou ele.
— Grilo! — respondeu o boneco. — Puxa, que bom ver você!
— O que aconteceu? — indagou o Grilo, surpreso ao ver Pinóquio
dentro da gaiola.
— Ele ficou brabo. Ele disse que vai me empurrar em cima do
público — explicou Pinóquio. — Ele vai me transformar em lenha
para o fogo.
— Não se preocupe, filho. Eu vou dar um jeito de tirar você daqui
num instante — afirmou o Grilo.
O Grilo entrou no cadeado da gaiola, mas, em seguida, ele saiu.
— Deve ser um modelo antigo.
— Quer dizer que não pode abrir? — perguntou Pinóquio.
— É, não há esperança. Só um milagre pode nos tirar daqui.
Pinóquio começou a chorar:
— Eu devia ter ouvido você, Grilo.
— Não, a culpa foi minha — falou o Grilo. — Eu não devia
abandonar você.
— Acho que nunca mais vou ver papai — choramingou o boneco.
O Grilo olhou pela janela da carruagem.
— Ei, aquela estrela outra vez! — falou ele. — A moça! A fada!
Pinóquio entrou em pânico:
— Que que ela vai dizer? E eu, o que vou dizer?
— Deve contar-lhe a verdade — sugeriu o Grilo.
Em outra explosão de luz brilhante, a Fada Azul apareceu diante
deles.
— Pinóquio, por que não foi para a escola? — indagou a fada.
— Eu ia indo para a escola — respondeu o boneco —, mas
encontrei alguém.
— Dois grandes monstros! — continuou Pinóquio. — De olhos
verdes.
Assim que terminou de falar, o nariz dele cresceu um pouco.
— Eles me amarraram num saco — acrescentou Pinóquio, e seu
nariz cresceu mais um pouco.
— Ora, não diga. E onde estava o senhor Grilo? — questionou a
fada.
— Amarraram ele num saquinho — respondeu o boneco, e o nariz
dele cresceu mais ainda.
— Como você escapou? — perguntou a Fada Azul.
— Não escapei. Me transformaram em lenha para o fogo
— respondeu o boneco.
Nesse momento, o nariz de Pinóquio estava do tamanho de um
galho. Tinha até um ninho de pássaros na ponta.
— Ó, veja! Meu nariz! — exclamou ele. — O que está havendo?
— Talvez não tenha dito a verdade, Pinóquio — disse a fada.
— Por favor, ajude-me. Eu peço desculpas — falou o boneco.
— Está vendo, Pinóquio? A mentira vai crescendo, crescendo, até
que aparece, como o nariz no seu rosto.
— Ela tem razão, Pinóquio — afirmou o Grilo. — É melhor ser
honesto.
— Nunca mais vou mentir — prometeu Pinóquio.
— Por favor, Alteza, digo… dona Fada, dê-lhe outra oportunidade.
Por mim, sim? — pediu o Grilo.
— Eu lhe perdoo desta vez — disse a fada. — Mas lembre-se:
menino que quer ser mau, não passará de menino de pau.
— Seremos bons, não é? — Grilo e Pinóquio falaram juntos.
— Muito bem. Mas esta é a última vez que posso ajudá-lo
— explicou a Fada Azul.
Ela bateu com a varinha no nariz de Pinóquio, o que fez surgir uma
luz e, quando Pinóquio abriu os olhos novamente, a Fada Azul tinha
ido embora, seu nariz tinha voltado ao normal e a gaiola estava
aberta.
Sorrindo de alívio, Pinóquio e Grilo saíram da carruagem e foram
para casa.

Em uma pousada não muito longe, João Honesto e Gideão estavam


comemorando por terem conseguido enganar Pinóquio.
— E ele ainda pensa que somos seus amigos — disse João
Honesto para um cocheiro. — Eu fiz Stromboli pagar… bastante! —
A raposa se gabou, deixando uma bolsa cheia de dinheiro na mesa.
— Bem — falou o cocheiro —, será que vocês gostariam de ganhar
dinheiro de verdade? — Ele olhou ao redor para garantir que
ninguém estava ouvindo e continuou: — Eu estou catando meninos
burrinhos.
— Meninos burrinhos? — perguntou João Honesto.
— São os… desobedientes, os que gazeteiam aula… — explicou o
cocheiro, e continuou sussurrando a proposta no ouvido de João
Honesto.
— E então eu os levo para a Ilha dos Prazeres! — finalizou o
homem.
— Ilha dos Prazeres? — João Honesto perguntou, preocupado. — E
a polícia? E se eles…
— Não, não, não há perigo! Eles nunca voltam de lá… como
meninos! Ouçam, uma carruagem cheia vai sair à meia-noite. Nos
encontramos na encruzilhada — explicou o cocheiro. — E qualquer
pretendente que acharem, tragam para mim.
Pinóquio e Grilo estavam quase em casa, correndo para ver quem
chegava primeiro na porta.

Pinóquio estava na frente, mas, antes de chegar na oficina de


Gepeto, João Honesto apareceu e o prendeu com sua bengala.
— Ora, ora, Pinóquio, que pressa é essa? — perguntou a raposa.
E ele falou para Pinóquio sobre a Ilha dos Prazeres — uma ilha feliz
de meninos despreocupados onde todos os dias são feriados.
— Eu não posso ir — falou Pinóquio.
— Ora, mas é claro que você pode ir — afirmou João Honesto. —
Vou dar para você a minha passagem!
— Obrigado — agradeceu o boneco —, mas eu não…
— Mas eu insisto! — continuou João Honesto. — Venha, a
carruagem vai partir à meia-noite!
E, novamente, Pinóquio cedeu à tentação.
Ele se viu sentado em uma carruagem cheia de meninos, a caminho
da Ilha dos Prazeres.
— Meu nome é Espoleta — disse um menino. — Já esteve na Ilha
dos Prazeres?
— Eu não — respondeu Pinóquio.
— Nem eu. Mas dizem que é um lugar formidável — explicou
Espoleta. — Estou louco para chegar.
Ao lado deles, o cocheiro deu um sorriso.
Logo eles chegaram a um cais, onde havia um barco os
aguardando. Os meninos embarcaram e navegaram, gritando de
felicidade quando chegaram à ilha. Era uma grande festa, com
brinquedos e barracas cheias de bolos e tortas grátis, picles e
sorvete.
— Vejam a casa modelo — gritou um homem. — Aberta para
destruição, é de vocês, meninos! Tudo de vocês!
— Eu não lhe disse? — falou Espoleta. — Não é um lugar infernal?
— É! — concordou Pinóquio. — Ser malcriado é divertido, né?
Com isso, Espoleta jogou um tijolo em uma vidraça colorida. Nos
portões, o cocheiro bateu seu chicote:
— Está bem — gritou ele. — Fechem as portas e amarrem todos.
Para baixo e aprontem os engradados.
*****
Mais tarde naquela noite, Grilo entrou por um buraco no portão e viu
o cocheiro carregando caixas com dezenas de burros.

— E como é o seu nome? — perguntou o cocheiro a um burro.


O primeiro burro zurrou em resposta.
— Pode me dizer como é o seu nome? — perguntou o cocheiro a
outro burro.
— Alexandre — respondeu o burro. — Eu quero ir para a casa da
minha mamãe!
— Levem-no de volta! — ordenou o homem. — Ele ainda está
falando!
— Por favor, por favor! — disse Alexandre. — Eu não quero ser
burro. Deixe-me sair.
— Quietos! — gritou o cocheiro. — Vocês se divertiram, meninos.
Agora têm que pagar!
— Meninos? — indagou o Grilo. — Então é isso!
Naquele momento ele percebeu o que acontecia com todos os
meninos na Ilha dos Prazeres. Eles se transformavam em burros!
Ele correu o mais rápido que conseguia, tentando encontrar
Pinóquio a tempo. Mas, quando o encontrou, Pinóquio já tinha
orelhas… e um rabo.
— Grilo! Socorro! — gritou Pinóquio.
— Venha depressa! — falou o Grilo. — Antes que seja pior. Ele
levou Pinóquio para o outro lado da ilha.
— Por aqui, Pinóquio! É a única saída! — explicou, levando o
boneco para a beira do penhasco que dava direto no mar. — Você
tem que pular!
Juntos, Pinóquio e Grilo nadaram pelo mar e chegaram até a oficina
de Gepeto.
— Papai! Voltei para casa! — gritou Pinóquio. Mas a casa estava
escura, e a porta, trancada. Gepeto, Fígaro e Cléo haviam ido
embora. — Quem sabe se ele não está em dificuldades — disse o
boneco.
— Não se preocupe, filho, ele não deve ter ido longe — falou o
Grilo.
Mas, um momento depois, uma pomba branca brilhante apareceu
no céu com uma carta.
— Aqui está um recado… É sobre seu pai — explicou Grilo, lendo
rápido. — Aqui diz que ele foi procurar você e foi engolido por uma
baleia. Uma baleia chamada Monstra. Mas espere, ele está vivo.
— Vivo! Onde? — perguntou Pinóquio.
— Ele está dentro da baleia, lá no fundo do mar — respondeu Grilo.
Pinóquio deu um pulo.
— Eu vou procurar o papai. — E correu de volta para o penhasco
perto do mar. — Adeus, Grilo — ele falou.
— Adeus? Posso ser isca viva lá dentro, mas eu vou com você —
respondeu o Grilo.
E, juntos, eles pularam do penhasco até o mar mais uma vez.
Eles nadaram e nadaram, até o fundo do oceano. Depois andaram,
à procura de Gepeto, até acharem um grande cardume, no qual
todos os peixes nadavam freneticamente para fugir de algo.
Pinóquio entrou no meio deles e percebeu que estavam fugindo de
uma baleia gigante.
Monstra abriu a boca e engoliu Pinóquio, com todos os peixes.
E, na barriga da baleia, Pinóquio enfim encontrou seu pai.
— Pinóquio, meu filho! — gritou Gepeto, e correu para abraçá-lo. —
Eu estou tão feliz em vê-lo.
— Eu também, papai — disse Pinóquio.
— Todos juntos outra vez — afirmou Gepeto, juntando Fígaro e Cléo
também. — Você não devia ter vindo aqui, mas eu estou muito
contente em vê-lo. Vamos tirar o chapéu. Ao levantar o chapéu de
Pinóquio, ele viu as orelhas de burro!
— O que houve com você? — perguntou Gepeto.
— Bem, eu… eu…
— Está bem, não importa — falou Gepeto, abraçando-o novamente.

Então Gepeto falou para Pinóquio que estava tentando fugir, já tinha
construído até uma jangada, mas era impossível.
— Não há esperanças, Pinóquio. Vem, vamos acender o fogo e
cozinhamos alguns peixes — continuou ele.
— Fogo! Já sei! — disse Pinóquio. — Uma grande fogueira. Muita
fumaça!
— Fumaça? Ah, é claro, peixe defumado é muito gostoso
— respondeu Gepeto.
— Depressa, pai, mais lenha! — disse Pinóquio, enquanto quebrava
uma cadeira de madeira.
— Ora, onde vamos sentar se…
— Não é preciso! Nós vamos sair!
— Vamos sair! Mas como? — perguntou Gepeto.
— Vamos fazê-la espirrar! — gritou Pinóquio.
Logo a fumaça tomou conta da baleia e ela espirrou — atchim!
Assim, Gepeto e Pinóquio usaram a jangada para sair da boca dela.
Mas a baleia, furiosa, foi nadando rapidamente atrás deles. Ela
quebrou a jangada com a cauda. Gepeto se segurou por um
momento em um pedaço de madeira.
— Salve-se… filho — disse ele para Pinóquio, e sumiu no meio das
ondas.
Pinóquio mergulhou atrás do pai. O boneco passou os braços em
volta de Gepeto e nadou com ele até a costa. Monstra seguia-os
ferozmente, mas uma onda quebrou e mostrou um buraco no
penhasco à frente deles. A baleia bateu no penhasco assim que
Pinóquio puxou Gepeto e passou pelo buraco.
Quando Gepeto acordou, ele estava na areia da praia com Cléo,
Fígaro e Grilo. Mas Pinóquio, o boneco corajoso que tinha salvado o
pai, estava deitado em uma poça de água, sem se mexer.
Gepeto carregou Pinóquio para casa e o deitou na cama. Então se
ajoelhou ao lado do boneco, com as mãos na cabeça, chorando.
Enquanto chorava, apareceu uma luz forte, e a voz da Fada Azul
ecoou:
— Se você provar que é valente, sincero e generoso, um dia será
um menino de verdade. Acorde, Pinóquio, acorde.
De repente, Pinóquio estava cercado de várias estrelas brilhantes.
Ele abriu os olhos. Estava transformado.
— Pai — disse Pinóquio, se sentando —, por que está chorando?
— Porque… você morreu, Pinóquio.
— Não! Eu não morri! — exclamou Pinóquio. — E eu sou… sou um
menino de verdade!
— Está vivo… e é um menino de verdade! — gritou Gepeto. Ele
pegou Pinóquio no colo. Grilo, Fígaro e Cléo pularam de felicidade.
— Temos que comemorar isto! — falou Gepeto.
Ele ligou os relógios e as caixas de música, e todos dançaram pelo
cômodo.

Somente Grilo, olhando para cima, viu a estrela brilhante da Fada


no céu.
Enquanto os outros dançavam, ele foi para fora, no parapeito da
janela.
— Obrigado, dona Fada — disse ele, olhando para a estrela. — Ele
merece ser um menino de verdade. E foi muita bondade sua…
Então uma luz brilhou sobre ele. Ao olhar para baixo, ele viu um
distintivo de ouro em sua camisa.
— Que beleza! — disse, sorrindo. — Meu distintivo de ouro. Isso é
formidável.
E aqui acaba a história, nessa pequena e pitoresca vila, com um
grilo orgulhoso, um menino de verdade e um pai muito feliz que teve
seu sonho realizado.
Pinóquio e sua família viveram…
felizes para sempre.

Fim
A arte de Pinóquio, da Disney

Pinóquio foi a segunda animação produzida pelo Walt Disney


Studios, depois do sucesso de A Branca de Neve e os Sete Anões.
Baseado no romance infantil As Aventuras de Pinóquio, de Carlo
Collodi, a versão animada da Disney foi lançada em 1940 e é
considerada uma das maiores conquistas da animação. Pinóquio foi
inovador em seus efeitos de animação e é elogiado pelo movimento
realista de veículos, máquinas e elementos naturais como água,
chuva, relâmpagos, fumaça e sombras. O visual do filme foi
amplamente influenciado pela arte conceitual de Gustaf

Tenggren. Albert Hurter desenhou os personagens, objetos e locais,


e o departamento de modelo de personagens de Joe Grant foi
responsável por criar modelos de argila dos personagens, incluindo
Pinóquio como uma marionete, os brinquedos de Gepeto, os
relógios e a caravana de Stromboli. Ao longo deste livro, você pôde
ver artes conceituais, esboços de história e células de animação dos
seguintes artistas do Walt Disney Studios.
Gustaf Tenggren
Gustaf Tenggren, nascido na Suécia, ingressou no The Walt Disney
Studios graças ao interesse de Walt Disney em ilustração europeia.
Durante seu período na Disney, Tenggren produziu artes para A
Branca de Neve e os Sete Anões e Pinóquio, bem como vários dos
curtas anteriores. Tenggren continuou ilustrando livros infantis até
sua morte, em 1970.
Arte conceitual nas páginas 8-9, 17, 30, 36, 57, 58, 73 e guardas.
Ollie Johnston
Trabalhando como animador no The Walt Disney Studios de 1935
até 1978, Ollie Johnston contribuiu em quase todas as animações
da Disney durante esse tempo. Um dos Nove Anciões da Disney,
Johnston trabalhou em filmes como A Branca de Neve e os Sete
Anões, Cinderela e Bambi. Para Pinóquio, Johnston trabalhou como
diretor de animação e animou o personagem principal. A
contribuição de Johnston para a animação foi reconhecida com um
prêmio Lendas da Disney em 1989 e uma Medalha Nacional das
Artes em 2005.
Desenho de animação na página 42.
John Lounsbery
Um dos Nove Anciões da Disney, John Lounsbery juntou-se ao The
Walt Disney Studios em 1935 como animador-assistente em A
Branca de Neve e os Sete Anões. Além de trabalhar em vários
curtas e filmes entre os anos de 1940 e 1970, Lounsbery também
contribuiu para a maioria das animações mais famosas da Disney,
incluindo Dumbo, Peter Pan, A Bela Adormecida e Robin Hood.
Para Pinóquio, Lounsbery animou João Honesto e Gideão. Em
1970, Lounsbery codirigiu o curta Winnie the Pooh and Tigger Too e
a animação Bernardo e Bianca. Ele foi nomeado Lenda da Disney
em 1989.
Desenho de animação na página 46.
Ward Kimball
Ward Kimball juntou-se ao The Walt Disney Studios em 1934 e
contribuiu para várias animações e curtas até sua aposentadoria,
em 1973. Entre vários outros personagens memoráveis da Disney,
ele deu vida ao Grilo Falante em Pinóquio, Tweedledee e
Tweedledum em Alice no País das Maravilhas e o gato Lúcifer em
Cinderela. Ele dirigiu inúmeros curtas educativos, como Mars and
Beyond, O Homem no Espaço e o ganhador do Oscar It’s Tough to
Be a Bird. Um dos Nove Anciões da Disney, Kimball foi nomeado
Lenda da Disney em 1989.
Desenho de animação na página 64.
Jack Campbell
Jack Campbell foi um animador no The Walt Disney Studios durante
muitos anos, onde foi um dos primeiros a dominar a figura humana.
Ele foi um dos animadores da Branca de Neve, trabalhando com
Grim Natwick e Ham Luske. Para Pinóquio, Campbell contribuiu
para a animação da Fada Azul. Sua carreira na Disney abrangeu
muitos dos filmes de animação mais memoráveis dos anos 1940 e
1950.
Desenho de animação nas páginas 44 e 61.
Cy Young
Cy Young, um animador de efeitos especiais americano de origem
chinesa, juntou-se ao The Walt Disney Studios no começo de 1930.
Ao lado de Ugo D’Orsi, Young foi um dos dois únicos animadores de
efeitos especiais da Disney durante uma década. O primeiro projeto
do departamento de animação de efeitos especiais foi A Branca de
Neve e os Sete Anões. Young também contribuiu para o desenho da
floresta e prados em Bambi e trabalhou em Pinóquio, Fantasia e
Dumbo.
Arte conceitual na página 59.
Eric Larson
Eric Larson, outro dos Nove Anciões da Disney, juntou-se ao The
Walt Disney Studios em 1933 e trabalhou por mais de 50 anos,
aposentando-se em 1986. Larson trabalhou em filmes como A
Branca de Neve e os Sete Anões, Fantasia, Bambi, Os 101
Dálmatas e Mogli: O Menino Lobo. Para Pinóquio, Larson trabalhou
como animador e diretor e animou personagens incluindo Fígaro e
Espoleta. Em 1973, Larson montou um novo programa de
recrutamento e treinamento que iria treinar uma nova geração de
animadores, incluindo Chris Buck, Tim Burton, Glen Keane e
Andreas Deja.
Desenho de animação na página 52.
Glossário de termos

Arte conceitual: Desenhos, pinturas ou esboços preparados nas


fases iniciais do desenvolvimento de um filme. A arte conceitual é
frequentemente usada para inspirar a encenação, o humor e a
atmosfera das cenas.
Célula: Uma folha de celuloide transparente na qual desenhos de
animação são traçados com tinta e pintados com cores. Para criar
um quadro acabado de uma cena, a célula é fotografada contra a
pintura de fundo, que aparece através das áreas não pintadas.
Desenho de animação: Uma ilustração criada para a animação
final, pronta para ser colocada na célula.
Esboço de história: Mostra a ação que está acontecendo em uma
cena, além de apresentar a emoção do momento da história. Os
esboços de histórias ajudam a visualizar o filme antes que recursos
caros sejam comprometidos com sua produção.
Modelos de cores: Poses de um personagem animado com
anotações e cores de tinta combinadas usadas para aquele
personagem em particular. Os modelos de cores servem como guias
para os tintureiros e pintores na padronização da aparência de um
personagem e na manutenção da consistência em seu trabalho.
Pintura de fundo: Estabelece a cor, o estilo e o clima de uma cena.
Eles aparecem na sobreposição de célula para visualizar a cena
finalizada.
Sobreposição de células: Uma combinação de uma ou mais
células e uma pintura de fundo, formando um quadro da cena
finalizada.

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