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PINOCCHIO

Uma Aventura Teatral Mágica


Personagens:
Pinocchio
Grilo Falante
Gepeto
Fada Azul
Espuleta
Joã o Honesto
Gideã o
Stromboli
Dono do Circo

Abertura: [ 1* Música Fada PLAYBACK ]

Fada Azul cantando encanta o tronco da á rvore, ao tocá -lo com a sua varinha de
condã o e sai depois da mú sica.

Cena1 – Espuleta entra correndo com vontade de fazer xixi. Ao ver o tronco tem a
ideia de fazer ali mesmo. Gepeto entra cantando, vê a cena e pergunta dando bronca.
GEPETO – Mas nã o sabe que nã o pode fazer xixi na á rvore. Xixi se faz no banheiro!
Espuleta chuta o tronco.(BATIDA NA ÁRVORE)
GEPETO – Mas por que faz isso com esse pobre tronco de á rvore?
ESPULETA – Olha só , o velho maluco defendendo um pedaço de madeira.
GEPETO – Você precisa aprender boas maneiras.
ESPULETA – E quem vai me ensinar? Um velho fracote como você? Há há há (sai rindo).
GEPETO – Má olha que io vou te dar uma salamada! (corre atrás do Espuleta e para
sentindo dor) Ai que dor. Má é só uma dor nova numas costas “vecchias”. Má que
menino mal criado! Se eu tivesse um filho, o educaria com muito carinho, conversa,
bons exemplos, confiança. Eu o ensinaria a nunca mentir, a ser obediente, bom, gostar
de estudar... (olha para o tronco e tem uma idéia). É isso! Vou fazer um menino de
madeira...Gepeto, você está ficando velho mesmo, falando sozinho, delirando.
(2*Música abertura da cortina)
A cortina abre mostrando a sua casa e começa a entalhá -lo, dando forma a um
boneco de madeira. (3* Música Gepeto constrói Pinocchio)Assim que termina, olha
para o tronco, orgulhoso do trabalho feito.
GEPETO – Como posso chamá -lo? [perguntado para plateia] Ahh... Pinocchio. Sabem o
que quer dizer Pinocchio? “Um pequeno broto de um grande pinheiro”. Grande é a dor
que eu sinto aqui nas costas. (Quando Gepeto diz lixo se joga onde? Volta a mesma
música 3) Como eu gostaria que você fosse um menino de verdade. (TRILHA DA FADA
SAMPLE)
Adormece sentado em frente ao boneco, enquanto uma luz aparece iluminando o
boneco. Surge a fada, seguida do grilo, e apontando sua varinha de condã o diz.

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FADA AZUL – Mexa-se, Pinocchio! (TRILHA FADA ENFEITIÇA PINOCCHIO SAMPLE)
(Pinocchio apenas pisca os olhos) Você agora vive! É um menino!
PINOCCHIO – Pinocchio? Um menino? (ainda sem se mover)
FADA AZUL – Gepeto teve seu pedido realizado por ser um bom homem.
PINOCCHIO – Posso me mexer? Posso andar? Posso falar?
FADA AZUL – Sim. (ANDAR DO PINOCCHIO, QUANDO ELE CAIR SOLTAR O TOMBO
SAMPLE) Sou um menino agora?
FADA AZUL – Nã o. Para que se torne um menino de verdade é preciso merecer. Deve
provar que é bom, sincero, generoso e corajoso. E para que isso aconteça você vai ter
que aprender o que é certo e errado.
GRILO FALANTE – Cri criiiiii
PINOCCHIO – Certo e errado?
GRILO FALANTE – Cri, cri cri cri cri cri
FADA AZUL – Fale! (PLIM SAMPLE)
GRILO FALANTE – E como ele vai saber? Oh!? (percebendo que agora fala)
PINOCCHIO – É e como eu vou saber?
FADA AZUL – A sua consciência lhe dirá !
PINOCCHIO – Consciência? O que é consciência?
GRILO FALANTE – Consciência é aquela voz dentro de ti que diz o que é melhor, é o
conhecimento das suas responsabilidades. Eu to falando! Tô falando!
FADA AZUL – Muito bem, senhor Grilo, o que acha de ser a consciência de Pinocchio?
GRILO FALANTE – Eu? Bem... eu (envaidecido) Claro!
FADA AZUL – Entã o, a partir de hoje, Sr. Grilo...
GRILO FALANTE – Grilo Falante, por que agora eu falo, eu tenho voz, posso falar...
FADA AZUL – Sr. Grilo Falante, eu te nomeio (PLIM SAMPLE) consciência de Pinocchio.
GRILO FALANTE – Há !
FADA AZUL – Você irá orientá -lo, ajudá -lo a distinguir entre o bem e o mal, aconselhá -
lo nos momentos de tentaçã o e guiá -lo pelo bom caminho.
GRILO FALANTE – Nossa! Que honra! Obrigado... sou muito importante mesmo!
FADA AZUL – (vai até Pinocchio que observa Gepeto) Gepeto é seu pai, você deve-lhe
respeito e obediência.
PINOCCHIO – Meu pai!
FADA ZUL – Lembre-se Pinocchio, seja um bom menino e deixe a consciência ser seu
guia. (Trilha da fada vai abaixando com sua saída sample)
GRILO FALANTE – Há !
PINOCCHIO – Nã o! O grilo de consciência nã o! Fada, por favor! (vai atrá s da Fada)
GRILO FALANTE – (assustando Pinocchio) Agora é com a gente. Se você quer ser um
menino de verdade deve se comportar e agir como uma boa pessoa. E para isso basta o
que? Basta ouvir a voz da sua consciência. E quem é a voz da sua consciência? Euzinho
aqui...
Cena 2 – [4*Música do Grilo]

PINOCCHIO – Pare com esse barulho! Vai acabar acordando meu pai!
GRILO FALANTE – Acordar quem?
GEPETO – (acordando assustado) Ma que! Ma que! Incêndio! Tá pegando fogo na caixa
d’á gua! Afuuu! Afuuu! Minha nossa... Eu peguei no sono de repente... Ma eu tive um
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bruta de um pesadelo. Eu sonhei que tava acordado e quando eu acordei eu tava
dormindo! (vendo que Pinocchio não está no lugar) Ma que? Onde tá meu Pinocchio? Ma
como ele veio parar aqui? Ele tava lá . E agora veio parar aqui. Ma ele tava lá e como veio
parar aqui? (Pinocchio olha para Gepeto quando este olha para frente e volta a olhar
para frente quando este olha para ele) Ma io vou ver o que tá acontecendo! (Gepeto
levanta-se e vai olhar bem perto do rosto de Pinocchio , TRILHA OLHO DO
PINOCCHIO SAMPLE)
GEPETTO – Aaaaahhhhh!!!
PINOCCHIO – Aaaaahhhhh!!!
(Gepeto grita e se ajoelha de frente para o público. Pinocchio corre e grita com Grilo)
PINOCCHIO e GRILO – Aaaaahhhhh!!!
Enquanto Pinocchio se aproxima de Gepeto, este balbucia ter medo, e bate 3
vezes no ombro. Na terceira vez, Gepeto decide virar-se, mas sem abrir os olhos [piada
da luz]. Gepeto se aproxima de Pinocchio
PINOCCHIO – Pai?
GEPETO – (emocionado) Filho! Má tu tá vivo! Má como isso foi acontecer? Será que foi
porque eu deixei a sopa no fogo? Mas eu apaguei o fogo... Será que nesta casa tem pó de
Pirlim Pim Pino? Bem, isso nã o importa! Agora eu tenho um filho... Um filho de verdade!
Ma que cá spita se faz com um filho de verdade? Olha, essa é a nossa casa.
Passa na frente de Pino e puxa-o dando uma grande volta pelo palco e os dois se
“abraçam” girando [braços retos]
GEPETO – Ahhh Má nã o me gira que eu tenho labirintite!
PINOCCHIO – Casa?
GEPETO – Casa significa lar, família, proteçã o, entende? (vê a expressão confusa de
Pinocchio) Nã o... Nã o entende. (olha para a lamparina) Nunca chegue perto desta
lamparina quando estiver acesa, pois você é de madeira e pode pegar fogo, entendeu? É
perigoso!
PINOCCHIO – O que quer dizer perigoso? (sobe na cadeira e na mesa)
GEPETO – Isso quer dizer perigoso! Cuidado ou você pode se machucar. (tirando-o de
cima da mesa. Pinocchio se vê refletido no espelho)
PINOCCHIO – O que é isso?
GEPETO – Isto é um livro!
PINOCCHIO – Nã o. Isto. (apontando o espelho)
GEPETO – Esse é você!
PINOCCHIO – Eu? Que feio! (pega o livro na mão de Gepeto para bater no espelho)
GEPETO – Nada de feio. Meu Deus! Construí um burratino bagunceiro. Vou
providenciar cadernos, livros e lá pis para você ir à escola. (sai)
GRILO FALANTE – Seu pai é um bom homem. Agora preste atençã o aos meus
conselhos! (virando de costas o grilo passa atrás de Pinocchio) Você deve ficar atento
com as pessoas com quem anda ou pode acabar mal. (Grilo senta-se e Pinocchio tira-o da
cadeira) Se só ficar rindo ou brincando o tempo todo, será pior pra você. Nã o pode fazer
bagunça, nã o pode desobedecer...
PINOCCHIO – (interrompendo-o) Mas como você é chato! Nã o posso fazer isso, nã o
posso fazer aquilo, é tudo proibido. (pegando o balde) Por você eu nã o faço nada, só
fico aqui parado. Vá embora! (coloca na cabeça do grilo depois de baixar suas antenas)

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GRILO FALANTE – Impossível... sou a sua consciência. Você nã o pode me evitar. Somos
uma dupla agora, onde você for, eu vou. [jogo de tirar e colocar o balde]
PINOCCHIO – Ahhh! Vou achar um meio de me livrar de você. (deixando o balde)
(Entra Gepeto com o material escolar e Pinocchio esconde o Grilo, sentando-se nele)
GEPETO – Olha só Pinocchio, o que eu te trouxe. Você será um exemplo para os outros
alunos. (entregando o material escolar à Pinocchio) Siga as crianças que estã o indo à
“escula”. Agora posso ir para o mio lavoro.
PINOCCHIO – O que é lavoro? (ainda abaixado como sentado no Grilo)
GEPETO – Lavoro é trabalho!
PINOCCHIO – E o que é trabalho?
GEPETO – Trabalho é lavoro. Um Baccio filho mio. (sai levando tudo dentro do balde)
Pare com esse barulho! Vai acabar acordando meu pai!
GRILO FALANTE – Há ! (aparecendo na outra porta)
PINOCCHIO – Mas como? Ahhh (caindo dando uma cambalhota e levanta-se dizendo)
Vou à escola!
GRILO FALANTE – Vou também. A fada disse que eu preciso ir com você.
PINOCCHIO – Nã o, você nã o vai! Nã o! Nã o vai nã o!
Estão caminhando pela cena e Pinocchio deixa o grilo, que o persegue,
passar e então bate com os livros na cabeça do grilo que cai desmaiado na mesa
TRILHA BATE NA ARVORE MESMO SOM DO CHUTE SAMPLE)
PINOCCHIO – Enfim, ficou quieto. Tchau grilo! Estou indo para escola! Grilo? Grilo!
(Pinocchio preocupa-se por não ver reação do grilo e vai até ele, levantá-lo) Grilo! Grilo!
Eu nã o queria... (o grilo geme e Pinocchio solta-o na mesa novamente TRILHA BATE
NA ARVORE MESMO SOM DO CHUTE SAMPLE)
PINOCCHIO – Ah... nã o está morto! Me preocupei à toa. Até mais grilo!

Cena 3 – [ 4*TROCA DE CENÁRIO: VIRAR VILA ]

Espuleta entra pelo lado direito do palco e depois de passar por Pinocchio volta-
se com olhar curioso. Aproxima-se e pulando chuta a bunda de Pino perguntando.

ESPULETA – Mas o que é isso? Um boneco de madeira, vestido como um palhaço e com
cara de tonto!
PINOCCHIO – Eu nã o sou tonto!
ESPULETA – (dando a volta em Pinocchio) Escuta tonto, onde você está indo?
PINOCCHIO – Pra escola!
ESPULETA – Escola pra que? (mãos no joelhos)
PINOCCHIO – Você nã o vai à escola?
ESPULETA – (olha para os lados e se aproxima com o passo dos Flintstones ) Aos diabos
com a escola, os livros, os professores. Eu nã o vou. Nã o tem nadinha pra fazer lá .
(virando Pinocchio e pulando por cima dele para brincar de bola do outro lado)
PINOCCHIO – Mas meu pai me disse que...
ESPULETA – Quem é seu pai? (virando-se para Pinocchio ainda no chão)
PINOCCHIO – Gepetto.
ESPULETA – Gepeto? (tentando lembrar-se) Ah só podia ser mesmo aquele velho
caduco! (os três dão risadas e depois ele manda-os parar) Bom mesmo é nã o fazer nada o
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dia todo! (pulando no colo de Pinocchio com as pernas dobradas) Aula, liçã o é chato
demais! (pernas esticadas, depois desce ) Eu vou andando porque quero mais é me
divertir e nã o ficar com essa cara de tonto, como a sua! (sai e deixa Pinocchio pensando)
PINOCCHIO – Ir à escola é chato?

JOÃO HONESTO – Nosso dinheiro está chegando ao fim, Gideã o. Precisamos pensar em
novos golpes para aplicar. Já nã o se fazem mais otá rios como antigamente.
GIDEÃO – Nã o se fazem...
JOÃO HONESTO – Você viu? (apontando para Pinocchio)
GIDEÃO – Faz teeeempo.
JOÃO HONESTO – Imbecil! Você viu aquele boneco de madeira andando?
GIDEÃO – Vi, acabei de falar!
JOÃO HONESTO – Mas como ele faz isso?
GIDEÃO – Com as pernas!
JOÃO HONESTO – Estú pido! Quero saber como um boneco de madeira consegue andar
sem cordas, sozinho! (pernas abertas)
GIDEÃO – (colocando a cabeça entre as pernas de JH) Um milagre!
JOÃO HONESTO – (apertando com seus joelhos a cabeça de Gideã o) Cale a boca!
GIDEÃO – Ai ai ai minha cabeça!
JOÃO HONESTO – Venha, vamos falar com ele. (som dos passos dos Monstros. Gideão
tenta falar três vezes e é cortado por JH)
JOÃO HONESTO – O que você quer?
GIDEÃO – Será que ele fala?
JOÃO HONESTO – Nã o sei. Mas sinto cheiro de dinheiro no ar. (Gideã o começa a
cheirar o ar até cheirar embaixo do braço de JH e tossir.) Stromboli vai gostar dele.
JOÃO HONESTO – Olá menino!
PINOCCHIO – Olá !
JOÃO HONESTO – Como se chama?
GIDEÃO – Gideã o!
JOÃO HONESTO – É com você mesmo que estou falando
PINOCCHIO – Me chamo Pinocchio. (e sai andando para o outro lado do palco)
JOÃO HONESTO – Pinocchio é um nome muito bom. (percebendo que Pinocchio está
indo embora) Ei menino? Aonde você está indo?
PINOCCHIO – Vou à escola.
JOÃO HONESTO – (indo até Pinoccio) Escola? Mas pra que vai à escola?
GIDEÃO – Pra estudar! Ser um homem de bem, honesto, ao contrá rio de nó s que...
JOÃO HONESTO – (dá com a bengala na cabeça de Gideão) Entã o nã o sabe? Escola é
perda de tempo. Existe um caminho mais curto para o sucesso.
GIDEÃO – Ser cantor de rap. (e começa um beatbox)
JHonesto fecha a mã o em frente aos olhos do Pinocchio e “puxa” sua atençã o
PINOCCHIO – Sucesso?
JOÃO HONESTO – Sim, os aplausos, a fama, o dinheiro... (anda abraçando Pinocchio)
PINOCCHIO – Isso é bom?
JOÃO HONESTO – Hahahaha (joga girando Pinocchio para o outro lado) Vê isso,
Gideã o? Me pergunta se dinheiro é bom.
GIDEÃO – Ah! Pergunto: Dinheiro é bom?
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JOÃO HONESTO – Você nã o, imbecil.
GIDEÃO – Ah! Dinheiro nã o é bom! É bom? Nã o é bom?
PINOCCHIO – Dinheiro é bom? Nã o é bom
JOÃO HONESTO – Nã o, dinheiro é bom! Mas eu estou te dizendo que ele me pergunta
se dinheiro é bom e... Ahhhh! Quietos! Junto! (dão passinhos juntos até chegarem bem
próximos a Pinocchio) Bem se vê, menino (abraçando-o) que você nã o conhece nada.
GIDEÃO – Entre ter vida de mendigo e um futuro de tristeza (olhar de reprovação de
JHonesto) escolha a riqueza.
JOÃO HONESTO – Sá bias palavras, Gideã o! E indo à escola, você nã o vai tirar proveito
de nada (passo para frente) menino tolo. (Gideã o e Pinocchio fazem poses)
PINOCCHIO – Agradeço, mas eu tenho que ir.
JOÃO HONESTO – Sem conhecer o teatro? Lá é que está o sucesso! Você nasceu para
ser ator. Como é mesmo seu nome?
PINOCCHIO – Pinocchio!
JOÃO HONESTO – Vejo até escrito nos cartazes...
GIDEÃO – (tentando soletrar) P – I – N – X – W – Y – A... (se atrapalha e é interrompido
por João Honesto, que abraça e gira Pinocchio novamente)
JOÃO HONESTO – Venha comigo e nã o vai se arrepender.

[ 5*Música Gideão e João Honesto ]

GRILO FALANTE – Pinocchio! Pinocchio!Nã o dê ouvido a esses tolos!


PINOCCHIO – Parece que ouvi um grilo.
GIDEÃO e JOÃO HONESTO – Ih! Lascou!
JOÃO HONESTO – Grilo?
GIDEÃO – Era só a sua consciência... Nã o é nada de importante.
PINOCCHIO – Com dinheiro eu posso fazer o que quiser?
JOÃO HONESTO – Com dinheiro terá o mundo aos seus pés.
PINOCCHIO – (feliz) Rico! Serei riquíssimo!!!
GRILO FALANTE – Pinocchio, nã o os escute! Isso é a tentaçã o, o mau caminho! Diga
que nã o pode ir e vá para a escola!
PINOCCHIO – Vou pra escola.
GRILO FALANTE – Isso mesmo!
JOÃO HONESTO – O que está esperando, menino?
JOÃO HONESTO e GIDEÃO – Fama. Dinheiro. Glamour. Sucesso. BBB.
PINOCCHIO – (sai com os dois) Até mais, Grilo!
GRILO FALANTE – O que? Até mais? Pinocchio, volte aqui! Vou atrá s desse cabeça oca.

Cena 4 – [ 6*TROCA DE CENÁRIO: VIRAR TEATRO ]

STROMBOLI – E agora, senhoras e senhores, para finalizar esse grande espetá culo,
apresento-lhes um nú mero inédito, incrível, indescritível e inimaginá vel: a ú nica
marionete que canta e dança sem a ajuda de fios (de costas para a plateia) o ilustríssimo
Pinocchio! Palmas para o boneco. (sai)

(7*Coreografia das Marionetes)


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GRILO FALANTE – E nã o é que gostaram desse canastrã o? É ...acho que estou sobrando
aqui...ele nã o precisa de mim. Vou embora. (sai)

Cena 5 – [8* TROCA DE CENÁRIO: MONTAR A CASA DO STROMBOLLI]

STROMBOLI – (pensa alto) Mas esse boneco estú pido é uma mina de dinheiro.
(9* MUSICA DE PINOCCHIO E STROMBOLI)
PINOCCHIO – (aproximando-se) E entã o, sou um sucesso, Sr Stromboli?
STROMBOLI – Sucesso? (disfarçando) Foi bom, mas pode ser melhor.
PINOCCHIO – E eu vou ganhar meu dinheiro?
STROMBOLI – Dinheiro? E quem falou em dinheiro?
PINOCCHIO – Mas... mas... eu preciso do dinheiro pra dar pro meu pai. E falando nisso,
tenho que ir pra casa.
STROMBOLI – Claro (segurar na palavra) ir pra sua casa...
PINOCCHIO – Sim, já está tarde.
STROMBOLI – De agora em diante, essa é a sua casa.
PINOCCHIO – Obrigado, mas nã o posso ficar. (saindo) Meu pai deve estar preocupado.
STROMBOLI – Você agora me pertence e fará tudo o que eu mandar.(gritando para
plateia) Pro inferno com seu pai!
STROMBOLI – Você fica! É aqui que mora agora e onde posso encontrá -lo sempre que
quiser.
PINOCCHIO – Nã o! Nã o! Nã o!
STROMBOLI – Sim! Sim! Sim!
PINOCCHIO – Quero o meu pai!
STROMBOLI – Ah...você quer o seu pai?
PINOCCHIO – Meu pai deve estar sentindo minha falta.
STROMBOLI – Você é um boneco de madeira estú pido, nã o precisa de pai. (saindo) A
propó sito, quando estiver velho e nã o conseguir mais se apresentar, nã o puder ganhar
dinheiro, servirá de lenha para a fogueira.
PINOCCHIO – Solte-me! Você nã o pode me prender aqui!
STROMBOLI – Quieto! Cale essa boca ou vai se arrepender! Tenha uma ó tima noite,
boneco (olhando para o dinheiro) que vale ouro! (sai)
PINOCCHIO – Solte-me! Solte-me! (arrependido) Por que eu nã o ouvi o grilo?
(chamando) (9* MUSICA TRISTE BAIXINHO)Grilo! Grilo! Nã o adianta, ele nã o vai me
escutar.
O Grilo Falante aparece
GRILO FALANTE – Resolvi voltar só para me despedir... Onde está o Pinocchio?
(procura interagindo com a plateia) Muito obrigado!
PINOCCHIO – Grilo! Grilo! Grilo! (falando tão rápido que não se pode entender)
GRILO FALANTE – Calma! Sente! Fale mais devagar.
PINOCCHIO – Ele me enganou! Disse que eu vou ganhar muito dinheiro pra ele, mas
depois vai me queimar como lenha na fogueira.
GRILO FALANTE – Ele disse isso? Que monstro! Eu te avisei, eu avisei. Eu disse
Pinocchio nã o faça isso... (falando tão rápido que não se pode entender)
PINOCCHIO – Psiu! Você fala de mim mas oh oh oh (fazendo com a mão)
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GRILO FALANTE – Agora nã o adianta falar. Vou ver o que posso fazer para te soltar.
PINOCCHIO – Ele levou as chaves.
GRILO FALANTE – Ahhh Entã o nã o há nada que se possa fazer, agora só com um
milagre você sai daí.
PINOCCHIO – Um milagre? (desanimado) Se eu tivesse lhe escutado...
GRILO FALANTE – Ã h?
PINOCCHIO – Se eu tivesse lhe escutado, estaria com meu pai agora.
GRILO FALANTE – Os erros servem para nos ensinar!
Pinocchio chora. O grilo tira um lenço do bolso e dá para Pinocchio assoar o nariz.
(TRILHA ASSOAR NARIZ PINOCCHIO SAMPLE)Apó s assoar o nariz devolve para o
grilo que reutiliza o lenço, TRILHA SSOAR NARIZ GRILO SAMPLE). A luz da estrela
aparece iluminando a cena.
GRILO FALANTE – Essa luz...( TRILHA DA FADA BAIXINHO SAMPLE)
PINOCCHIO – O que tem?
GRILO FALANTE – É a fada!
PINOCCHIO – E agora? O que eu vou falar pra ela?
GRILO FALANTE – Diga sempre a verdade!
A Fada aparece do lado esquerdo do palco.
FADA AZUL – Olá Pinocchio! Olá Sr. Grilo Falante!
AMBOS – Olá !
FADA AZUL – Pinocchio, você tem ouvido os conselhos da sua consciência, o grilo?
PINOCCHIO – Bem, eu...
FADA AZUL – Você foi à escola?
PINOCCHIO – Eu estava indo à escola, quando encontrei o Joã o Honesto.
GRILO FALANTE – Isso mesmo...
PINOCCHIO – Mas aí apareceu um monstro gigante e devorou os dois (10* o nariz
cresce pela primeira vez)
GRILO FALANTE – O que?
PINOCCHIO – Antes que o monstro me devorasse também, eu corri. (o nariz cresce
pela segunda vez. Pinocchio percebe algo estranho) Meu nariz! O que está
acontecendo?
FADA AZUL – Talvez tenha contado alguma mentira?
GRILO FALANTE – Talvez?
PINOCCHIO – Nã o! Corri o mais que pude.
FADA AZUL – E o que aconteceu com o monstro?
PINOCCHIO – Correu e me alcançou (o nariz cresce pela terceira vez)
GRILO FALANTE – Mais mentiras!
FADA AZUL – E nã o te devorou como ao Gideã o e Joã o Honesto?
PINOCCHIO – Nã ã ã ooo! Isso é que foi o mais estranho. (o nariz cresce pela quarta
vez)
FADA AZUL – É mesmo? E onde estava o grilo?
GRILO FALANTE – Nã o minta mais!
PINOCCHIO – Também foi pego pelo monstro que acabou nos prendendo aqui (o nariz
cresce pela quinta vez) O meu nariz! O que é isso?
FADA AZUL – Você diz que nã o está mentindo.
PINOCHIO – Nã o estou... Essa é a verdade! (o nariz cresce pela sexta vez)
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FADA AZUL – Pinocchio, cada vez que você mente, precisa criar uma nova mentira para
manter a primeira. Mentir torna-se um vício, você acostuma-se a mentir e ela vai
crescendo mais e mais, como o seu nariz agora.
PINOCHIO – Mas todos mentem e isso só acontece comigo? Isso nã o é justo.
FADA AZUL – Justo é ser verdadeiro.
PINOCCHIO – Fada me ajude, por favor.
GRILO FALANTE – Dê-lhe outra chance, eu lhe imploro.
FADA AZUL – Pinocchio, você se arrepende por ter desobedecido ao grilo e mentido?
PINOCCHIO – Muito! (o nariz diminui) Como você fez isso? Nem me tocou com a sua
varinha de condã o...
FADA AZUL – Você disse a verdade. Agora lembre-se Pinocchio, se nã o for bom, nunca
será um menino de verdade, será melhor continuar como madeira.
PINOCCHIO – Prometo ser um bom menino.
GRILO FALANTE – Mas como ele vai sair daí?
FADA AZUL – (TRILHA ABERTURA DA CADEIA SAMPLE) Desta vez está perdoado,
mas lembre-se de que esta foi a ú ltima vez que lhe ajudei.
A Fada sai. Pinocchio e Grilo saem já fazendo a troca de cená rio.

Cena 6 – [11* TROCA DE CENÁRIO: VIRAR VILA TROCADA ]

Gepeto aparece no foco esquerdo preocupado e triste.

GEPETO – Onde estará meu Pinocchio? Nã o aparece desde ontem, quando saiu pra ir à
escola. Nã o pode ter se perdido... O que terá acontecido com meu menino? Nã o posso
mais ficar parado esperando ele aparecer. Vou sair para procurá -lo. Alguém deve tê-lo
visto.
Gepeto pergunta para Romulo e Carol, crianças que passam por ele, e sai.
Pinocchio entra pelo lado direito e encontra com Espuleta que entrou pela esquerda.
ESPULETA – Ora, ora... Se nã o é o menino de madeira com cara de tonto.
PINOCCHIO – Eu nã o sou tonto!
ESPULETA – (para pú blico) Mas tem cara! (assuntando-o) Olha lá atrá s de você!
(rindo) Viu como você é tonto? E aposto que tá indo pra escola.
PINOCCHIO – Nã o, na verdade eu estava... (pensando) Mas aonde você tá indo?
ESPULETA – Eu estou indo ao País dos Brinquedos.
PINOCCHIO – País dos Brinquedos? E o que tem lá ?
ESPULETA – Tonto! Diversã o... Lá você é livre e cada dia tem uma coisa nova pra fazer.
Você quer vir comigo?
GRILO FALANTE – Nã o Pinocchio... Você prometeu...
PINOCCHIO – Eu nã o posso... Eu prometi (vira-se de costas para Espuleta)
ESPULETA – (rindo e pulando nas costas de Pinocchio) Um boneco de madeira tonto e
obediente. (descendo) Pois nã o sabe o que está perdendo.
PINOCCHIO – Nã o posso mesmo (indo para longe de Espuleta)
GRILO FALANTE – Isso mesmo, Pinocchio. Vamos embora logo que seu pai deve estar
preocupado.
ESPULETA – (tentando convencer Pinocchio) Lá no País dos Brinquedos você pode fazer
o que quiser e se nã o gostar, é só voltar pra casa!
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PINOCCHIO – É mesmo? (correndo até Espuleta)
ESPULETA – Vem logo!
GRILO FALANTE – Nã o vá , Pinocchio!
PINOCCHIO – Ah! Nã o vou! ( indo embora quando o grilo diz “Há!” e Pinocchio resolve
voltar) Sim, eu vou! (corre até Espuleta que manda-o parar, virar, abaixar-se e sobe nas
costas dele. Vão para a plateia)(11* MUSICA JOAO HONESTO PLAYBACK)
GRILO FALANTE – Pinocchio! Pinocchio volte aqui! (o grilo segue Pinocchio) Lá vou eu
de novo...
Cena 7 – [ TROCA DE CENÁRIO: VIRAR ESCOLA ]

A troca acontece enquanto Espuleta, Pinocchio e Grilo estã o na plateia. O sinal


para eles chegarem ao País dos Brinquedos é quando Fernando apitar. Espuleta entã o
diz ao Pinocchio que chegaram e se aproximam da frente do palco.
(quando subir no palco baixando a musica ate tirar)
ESPULETA – Feche os olhos! (coloca as mãos nos olhos de Pinocchio)
PINOCCHIO – Fechei!
ESPULETA – Nã o vale espiar (fazendo-o subir no palco)
PINOCCHIO – Tá bom.
ESPULETA – Te apresento o País dos Brinquedos!
PINOCCHIO – Mas isso é uma escola!
ESPULETA – Mas é uma escola especial.
PINOCCHIO – Você também mente.
ESPULETA – O que você está dizendo?
PINOCCHIO – E seu nariz nã o cresce!
ESPULETA – O que tem meu nariz?
PINOCCHIO – E você é chato igual Grilo Falante.
ESPULETA – Grilo Falante? Ahhh Deixa de ser tonto! (pegando as mãos no Pinocchio)
Aqui a gente pode bagunçar muito e nã o somos castigados. (girando para o outro lado)
Aqui nã o tem professor, inspetor, diretor! E o melhor é o intervalo que dura o ano todo.

[ 12*Música da ESCOLA ]

Abrem o cená rio com o início da mú sica e depois fecham os painéis novamente
para acontecer a TROCA DE CENÁRIO DURANTE A CENA seguinte.

Cena 8 – O Grilo aparece.


PINOCCHIO – Obrigado, Espuleta!
GRILO FALANTE – Nã o o agradeça.
PINOCCHIO – Você aqui também?
GRILO FALANTE – Claro, sou a sua consciência. E digo que Espuleta é a sua perdiçã o.
PINOCCHIO – Espuleta, você é o meu melhor amigo. Daqui pra frente estaremos
sempre juntos.
GRILO FALANTE – Pinocchio, lembre-se do seu pai. E do que prometeu à Fada.
ESPULETA – Vamos fazer tudo o que quisermos, sem nenhuma regra ou adulto para
ficar no nosso pé.
GRILO FALANTE – Nã o o ouça, Pinocchio!
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PINOCCHIO – E sem nenhum Grilo Falante pra encher a paciência?
ESPULETA – Que grilo falante? Dã ã ã .... Tonto! Aqui só tem coisas belas, divertidas,
arriscadas, proibidas... Sem limites pra sonhar. (Pinocchio senta-se com Espuleta)
GRILO FALANTE – Pinocchio perdeu a consciência e a inocência. Está tudo perdido.
Vou embora, nada tenho para fazer aqui. (sai)( 13* MUSICA DO RELOGIO)

Cena 9 – O tempo passa com o som do reló gio e as trocas de luzes enquanto
Pinocchio e Espuleta dormem. Pinocchio acorda.
PINOCCHIO – Espuleta, acorde!
ESPULETA – O que foi? Eu quero dormir.
PINOCCHIO – Há quanto tempo estamos aqui no País dos Brinquedos?
ESPULETA – Como vou saber? Aqui o tempo nã o é contado.
PINOCCHIO – Está tudo muito chato. Nã o tem mais graça fazer nada... Nem quebrar
vidros, brigar, lutar, puxar o cabelo das meninas...
ESPULETA – Entendi, muita emoçã o te faz mal.
PINOCCHIO – Nã o tem mais emoçã o! Estou entediado. Penso no meu pai, quero voltar
pra casa.
ESPULETA – Ah! Nã o me aborreça, eu quero dormir.
( 14* Musica PLAYBACK DO PINOCCHIO, COMEÇA BAIXA DEPOIS QUE TERMINAR
O TEXTO VAI SUBINDO A MÚSICA)
PINOCCHIO – (levantando-se para ir ao outro lado do palco. Sua música já começa a
tocar enquanto ele termina o texto) Quero ir embora dessa vida vazia. Eu vou mudar,
vou achar o caminho e voltar pra casa. A culpa é minha, mas é possível recomeçar, eu
sei. Vou criar meu novo destino.

PINOCCHIO – Desculpe-me Espuleta... Mas quando acordar eu nã o estarei mais aqui.


Nã o te esquecerei, seremos amigos para sempre. Adeus!

Cena 10 – Pinocchio vai sair quando aparece o Dono do Circo para impedi-lo.
DONO DO CIRCO – Aonde você acha que vai?
PINOCCHIO – Pra casa!
DONO DO CIRCO – Nã o pode! Foi você quem quis vir pra cá .
PINOCCHIO – Mas agora nã o quero mais ficar aqui.
DONO DO CIRCO – Tarde demais! Depois que entra aqui, nã o pode mais sair.
PINOCCHIO – E quem é você pra me dizer isso?
DONO DO CIRCO – O dono do País dos Brinquedos.
PINOCCHIO – Até onde eu sei adulto nã o manda aqui e eu posso ir quando quiser.
DONO DO CIRCO – Nã o, cabeça de pau. Nã o pode fazer o que quiser, porque aqui
mando eu.
PINOCCHIO – Mas eu, eu...
DONO DO CIRCO – E agora você será a atraçã o do meu circo, burrinho.
PINOCCHIO – Atraçã o?
DONO DO CIRCO – Sim, tudo o que vocês aprenderam esses meses na escola dos
burros, vocês irã o apresentar. Ou acharam que aqueles nú meros circenses eram pura
diversã o? (Pinocchio sai para colocar a roupa de burro enquanto Dono continua falando
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com os burrinhos que já estão em cena) E vocês? Tratem de me mostrar como estã o ou
eu os chicotearei (bate o chicote com força para o lado, assustando-os)

Cena 11 – O Dono do Circo interage agora com a plateia antes do show.


DONO DO CIRCO – E agora o super burro Pinocchio, seguido por seus burrinhos.

(15* MUSICA DOS BURROS)

GRILO FALANTE – Pinocchio é o nome do burro, nã o é o menino de madeira que eu


conheci. Vou procurá -lo. (sai)(16* MUSICA DO CARROSSEL BAIXINHA)
DONO DO CIRCO – (irô nico) Parabéns seus incompetentes e rebeldes! Entã o vocês
acham que eu posso apresentar esse lixo para as pessoas? O pú blico é sagrado! O
pú blico paga e quer diversã o. O que fazer com vocês se nã o servem para nada? (volta-se
para Pinocchio com disfarçada mansuetude) Pobre Pinocchio! Pobre burro! Mas eu
tenho outros planos pra você. (fala novamente irritado) Farei um tambor com a sua pele
e madeira. Ao menos pra tambor de circo você serve, seu burro manco. (vira-se e
levanta Espuleta do chão) E quanto à você, burro empacado e teimoso, será vendido
para virar salsicha. Vamos lá ! Ensaiem! Quero ver um nú mero melhor que o primeiro
(sai)(17* MUSICA DE PINOCCHIO E ESPULETA BAIXINHA)
ESPULETA – Desculpe-me, Pinocchio, a culpa é minha.
PINOCCHIO – Nã o se culpe, eu vim porque quis.
ESPULETA – Ficamos muito amigos. A gente logo se entendeu.
PINOCCHIO – Você me fez bem, com a sua amizade.
ESPULETA – Será que você me perdoa?
PINCCHIO – Um amigo de verdade está sempre por perto, no melhor e no pior. Nã o
precisa se desculpar se algo nã o está bem nem precisa de palavras para entender o
outro.
ESPULETA – Os amigos sã o para sempre! Nunca esqueceremos um do outro.
PINCCHIO – Continuaremos amigos do jeito que for Espuleta.
Entra o dono do circo e vai direto pegar Espuleta pelo pescoço, levantando-o.
DONO DO CIRCO – Alegre-se sua besta! porque você foi vendido! Nã o tem muita carne,
mas se for bem temperado, dá para o gasto. (para Pinocchio) E você me aguarde, mais
tarde acertaremos nossas contas.
ESPULETA – (desesperado) Adeus, Pinocchio!
PINOCCHIO – (com desespero) Adeus, Espuleta!
ESPULETA – (chorando) Mã e! Mã e!(tenta fugir, mas é jogado para fora de cena)
DONO DO CIRCO – Vamos! Agora desmontem o circo!
( 18* MUSICA DO CIRCO ALTA E VAI ABAIXANDO PARA DONO DO
CIRCO FALAR DEIXAR BAIXAR, QUANDO DONO DO CIRCO SAIR TIRAR)

TROCA DE CENÁRIO DURANTE A CENA: Pinocchio tira a cortina azul enquanto Dono
do Circo, interagindo com a plateia, tira as duas portas de cena e sai. O Grilo entra.

GRILO FALANTE – Eu descobri tudo! Todos os meninos se transformam em burros e


você é o Pinocchio.
PINOCCHIO – Grilo! Grilo! (abraçando o Grilo)
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GRILO FALANTE – Vamos sair daqui depressa, antes que piore!
(18* VOLTA MUSICA DO CIRCO BAIXA)
DONO DO CIRCO – Pinocchio!
GRILO FALANTE – Corre!
DONO DO CIRCO – Pinocchio! Onde está Pinocchio? Ah! Eu vou encontrá -lo Pinocchio!
Você nã o vai acabar com o meu show. (gritando e saiando) Pinocchio! ( tirar a musica )

Cena 12 – Do outro lado do palco entra o Grilo falando.


GRILO FALANTE – Aí eu me confundi, pensei que... (percebe que Pinocchio não está ao
seus lado) Pinocchio?! Pinocchio?!
PINOCCHIO – Veja! Nã o sou mais burro! (entra pulando feliz)
GRILO FALANTE – Claro! Essa magia só funciona lá no País dos Brinquedos!
PINOCCHIO – Nã o vejo a hora de rever meu pai!
GRILO FALANTE – Esse é outro problema!
PINOCCHIO – O que quer dizer?
GRILO FALANTE – Seu pai se foi. Ele saiu à sua procura e foi engolido por uma baleia.
PINOCCHIO – Uma baleia? (sem entender)
GRILO FALANTE – Sim, uma baleia gigantesca chamada Monstro.
PINOCCHIO – (dando-se conta) Uma baleia?
GRILO FALANTE – Mas ele está vivo!
PINOCCHIO – Tem certeza?
GRILO FALANTE – Ouvi dizer que ele continua vivo dentro da baleia, no fundo do mar.
PINOCCHIO – Vou atrá s dele!
GRILO FALANTE – Você enlouqueceu? Ouviu o que eu disse? É uma baleia gigantesca!
PINOCCHIO – É meu pai e eu vou ajudá -lo.
GRILO FALANTE – É perigoso! Você pode nã o voltar mais!
PINOCCHIO – Sem meu pai a vida nã o tem sentido.
Pinocchio vai sair e Grilo coloca o guarda chuva no braço e o acompanha.
PINOCCHIO – Você fica! Já te meti em encrencas demais.
GRILO FALANTE – Mas eu sou a sua consciência. (abaixando as antenas)
PINOCCHIO – Minha consciência de nada vai adiantar dentro de uma baleia. E se algo
de ruim lhe acontecer, nã o irei me perdoar.
GRILO FALANTE – Está bem, mas ficarei atento daqui. (levantando as antenas) Se
demorar a voltar, eu irei atrá s de você.
PINOCCHIO – Adeus, Grilo.
GRILO FALANTE – (triste) Adeus, Pinocchio!

Cena 13 – (19*Musica do mar)

Cena 14 – Dentro da baleia, Gepeto está com uma lamparina acesa.

GEPETO – Dio mio! Ainda bem que eu saí prevenido com minha lamparina. Ã h?
(olhando para o boneco de madeira que acaba de fazer) Nã o está perfeito, má parece um
pouco com mio Pinocchio. I tu? Vamo, me diga “papá ”(para o boneco) Así oh“papá ”.
PINOCCHIO – Pai?!

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GEPETO – (surpreso) Ma tu também parla?! E a voz parece com a do mio Pinocchio.
Será que tu também se mexe?
PINOCCHIO – Sou eu, pai!
Gepeto vira-se e vê Pinocchio e os dois se abraçam emocionados.
GEPETO – É tu Pinocchio?! Tu tá vivo! Pinocchio, ah Pinocchio tu tá vivo!
PINOCCHIO – Pai, prometo que nunca mais te deixarei. Nunca mais mentirei. Mas se
por acaso notar que meu nariz cresceu, só acredite em mim quando ele voltar ao
normal, tá ?
GEPETO – Má que tá parlando?
PINOCCHIO – O meu nariz!
GEPETO – Má que tem tu “nazo”?
PINOCCHIO – Nada... Deixa pra lá . Pai, como o senhor veio parar dentro de uma baleia?
GEPETO – É , io só lembro que tava te procurando, no?
PINOCCHIO – Tudo culpa minha!
GEPETO – No, no, má que? E? Podia ser pior! Ã h? Aqui eu sempre como “tsutshi”. Ã h?
PINOCCHIO – Sushi?
GEPETO – Así! É peixe cru.
PINOCCHIO – Aaargh!!!
GEPETO – Má que, má que? Tu te acostuma! Io só non sei por quanto tempo essa
lamparina vai continuar acesa. Tá cada vez mais fraca. Logo só vai sobrar a “escuridon”.
PINOCCHIO – Tenho uma ideia melhor para que nã o fique no escuro pai... Sou de
madeira, pode me queimar. Eu nã o presto pra nada mesmo.
GEPETO – E! Ma non diga isso non, no? Tu é meu filho! E vai estar sempre junto a me.
Som da baleia abrindo a boca.
PINOCCHIO – O que foi isso? Eu sinto um ar fresco!
GEPETO – Ah no, no, no! Isso no foi nada no! Foi só a baleia que abriu a boca pra
respirar um pouco. Só isso.
PINOCCHIO – Já sei!
GEPETO – Má o que? O que?
PINOCCHIO – Pai! Quando ela abrir a boca de novo podemos escapar e nadar até a
costa.
GEPETO – Má , má , má no! Ficou louco? Ã h? Io no sei nadar!
PINOCCHIO – Sou de madeira, flutuo e posso te levar, pai.
GEPETO – No, no, no. Nada disso! Tu vai!
PINOCCHIO – Nã o! Nunca! Eu nã o quero ficar sozinho de novo. Você é meu pai e
estaremos sempre juntos. Ah vamos! Vamos pai!
GEPETO – Ah si, si, si. Está bem! Ã h?
PINOCCHIO – Depressa! Nã o podemos perder essa oportunidade! Vamos, vamos!

Cena Final – Ambos chegam à costa, mas Pinocchio está desacordado. A custo,
Gepeto consegue se levantar
GEPETO – Pinocchio! Conseguimos! Conseguimos Pinocchio!? Pinocchio?
O Grilo entra.
GRILO FALANTE – Pinocchio? Levante-se! Meu Deus! Que tristeza!
GEPETO – Meu pobre filho! Um verdadeiro heró i! Tudo fez para salvar este velho pai e
agora o que aconteceu? Ele se foi... Nã o é justo...
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Gepeto e Grilo se afastam de Pinocchio com a chegada da Fada que o transforma
em um menino de verdade. Pinocchio entã o levanta-se e chama pelo pai.
PINOCCHIO – Pai?!
GEPETO – Pinocchio? Tu tá vivo, Pinocchio?! (abraçando-o) tem alguma coisa estranha
aqui... Ma tu? Má tua agora é... Um bambino de verdade!
PINOCCHIO –Eu sou um menino de verdade!
Gepeto e Pinocchio se abraçam e o Grilo chega para abraçá -los também enquanto
a Fada fala diretamente com a plateia.
FADA AZUL – Pinocchio! Provou ser verdadeiro, corajoso e solidá rio. Merece ser um
menino de verdade! Pinocchio aprendeu a amar! Esse é o segredo da vida!

[20* Música Final ]

FIM

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