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(Gênese, 18:1-22:24)
Sumário da Porção
Comentário
Os eventos da porção não são meros contos históricos; eles são fontes
que lidam com as conexões entre nós. O papel destas fontes é ensinar a
aqueles que desejam avançar e se elevar à nova percepção da realidade.
Elas mostram como examinar nossos desejos, qualidades, forças, e a
conexão entre eles. Deste modo, podemos desenhar a partir deles a
percepção da realidade que é chamada a porção, ”VaYerá”.
Com cada porção, devemos nos elevar mais alto até que cheguemos à
entrada da terra de Israel, onde todos nossos desejos visam doar,
em Dvekút (adesão), para que possamos começar o trabalho
verdadeiro. A Torá revela a luz que reforma, para que possamos avançar
desde receber a Torá a entrar na terra de Israel – um estado onde
podemos trabalhar com a inteira substância da Criação e com todos
seus desejos da maneira adequada. A palavra Éretz (terra), vem da
palavra, Ratzon (desejo, e a palavra Yisrael (Israel), vem das palavras
Yashar El (direito a Deus).
Os três anjos são três forças que existem dentro de nós: direita,
esquerda, e meio, pelas quais nós avançamos. Há o Abraão dentro de
nós, a linha direita. Abraão tem a Klipá (casca/pele) da direita, Hagar e
Ismael, e a Klipá da esquerda, Isaac e Esaú, com quem alcançamos a
linha do meio, Jacó, na conclusão do processo da correção.
Separamos todas as nossas forças mentais das qualidades que visam
dar e das qualidades que visam receber. No meio, entre elas, está a
combinação equilibrada das forças, a força de Chéssed (misericórdia) –
direita – é Abraão, e a força de Gvurá – esquerda – é Isaac, enquanto as
forças dos anjos são Miguel na direita e Gabriel na esquerda.
Precisamos separar a partir da profundeza dos desejos com os quais
podemos trabalhar pois não podemos trabalhar com todos nossos
desejos em prol de doar. Embora cada Mitzvá (mandamento) no
caminho vise “Ama teu próximo como a ti mesmo”, ainda assim
precisamos separar todos nossos desejos e ver se podemos alcançar o
amor aos outros com eles. Se não podemos, evitamos usá-los até que
alcançamos o próximo, estado superior.
Foi por isso que Abraão teve que cortar – alguns para a direita e alguns
para a esquerda – como no caso da contenda entre os pastores do gado
de Lót e os pastores do seu gado. Lá, era muito claro quem estava para
a direita e quem estava para a esquerda. Em um estado de Sodoma, há
novamente uma mistura, que requer semelhante escrutínio.
Por um lado, Lót deve ser retirado de lá. Por outro lado, o desejo
“feminino” de Lót deve ser removido. Um macho é uma força de
doação, enquanto uma fêmea é a força da recepção. Deste modo,
seguindo a análise, uma vez que não era possível trabalhar com o
desejo de Lót, sua esposa se tornou um pilar de sal. Nós usamos o sal
para acrescentar sabor à nossa comida. Sem ele, nossa comida seria
insípida, mas o usamos somente sob condição que ela não tem vida. A
água é um estado de semi-morte, semi-vida. Sal, que é essencialmente
um minério, é extraído do solo quando ele está completamente sem
vida; ele não é vegetal nem animal.
É deste modo que a pessoa escrutina mais e mais graus. Quando Isaac é
atado, examinamos como atar a linha esquerda e como a prevenir de
usar seus poderes na totalidade. Abraão, a força da direita, segura a
linha esquerda e ata-a, prevenindo-a de ser usada. Ele o faz ao cortar
sua própria parte animal, mas deixando sua parte falante. O resto pode
ser sacrificado como oferenda.
Hoje, a regra Sodomita de “Deixai que o meu seja meu; deixai que o teu
seja teu”, caracteriza a queda de ambos comunismo e capitalismo.
Presentemente, não estamos em um estado de “Dar aquilo que puderes
e recebe aquilo que precisas”, como proclamaram os comunistas. Em
vez disso, estamos em um processo, onde devemos sair de Sodoma sem
destruí-la toda. Ao Invés, devemos derrubá-la e reconstruí-la a partir dos
discernimentos anteriores, uma vez que tudo é criado por uma razão.
Está escrito em O Livro do Zohar que quando um veado quer dar à luz à
alma, a serpente vem e morde-o, e somente então dá ele à luz. É
impossível dar à luz a qualquer coisa – seja um novo grau ou a uma
nova alma – sem a mordidela da serpente.
“Aquilo que odeias, não faças a teu próximo” não significa que você
evita somente prejudicar os outros. Em vez disso, ela significa que você
se deve relacionar aos outros de modo a que não os consiga prejudicar,
apesar de seu ego e sua vontade de receber. Esta atitude é chamada
“desejar misericórdia”.
Todavia, esta não é uma atitude de amor. Em vez disso, é como o velho
Hilel disse para o gentio (aquele que deseja se aproximar da verdade).
Esta é somente a primeira parte, dizendo sobre uma perna. Na próxima
fase, como diz Rabi Akiva, tratamos os outros de uma maneira de “Ama
teu próximo como a ti mesmo” (Talmude de Jerusalém, Nedarim,
Capítulo 9, 30b). Estas são as duas fases, e agora devemos executar pelo
menos a primeira.
Perguntas e Respostas
Sim, é esta a precisa razão pela qual passamos pela fase do deserto. Os
inteiros quarenta anos no deserto foram uma fase, onde nos elevamos
aos nossos egos, tentando não sermos desrespeitosos uns para os
outros. Isto se manifestou em todos os pecados que os filhos de Israel
cometeram no deserto. Cada pecado teve sua própria correção, repetida
e incessantemente.
Nós comparamo-nos sempre aos outros, tudo aquilo que temos que
arruinar dentro de nós mesmo, e aquilo que construímos como uma
atitude completamente nova para os outros.
“Certamente deveria dizer Abraão, pois ele precisava ser incluído em Din
porque anteriormente, não havia Din em Abraão e ele era todo
Chéssed. Mas, agora água se misturou com o fogo, Chéssed com Din.
Até então, Abraão era incompleto, e ele foi coroado para passar juízo e
corrigir o Din no seu lugar, uma vez que há iluminação
de Chochmá somente na linha esquerda. Assim, antes de Abraão ser
incluído em Isaac, a linha esquerda, ele era incompleto, ou seja, que ele
carecia da iluminação de Chochmá. Através do atar, Isaac foi misturado
e foi então coroado com a iluminação de Chochmá e foi completado. É
por isso que se escreve que ao atar, ele foi coroado para passar juízo, e
assim o Din foi corrigido, ou seja a iluminação da esquerda no seu lugar,
quando ele foi incluído no lugar de Abraão, em Chéssed”. Zohar para
Todos, VaYerá (O Senhor Apareceu), item 490
Todavia, está claro para nós que temos desejos chamados “esposa de
Lót”, que devem ser “colocados em espera”. O sal não se estraga; ele
pode ser usado passado muito tempo. É também assim que usamos
todos os discernimentos dentro de nós, todos nossos desejos.
Termos
Anjo
Um “anjo” é uma força da Natureza, tal como a gravidade ou o
eletromagnetismo. Um anjo é uma das forças da alma. As forças das
nossas almas contêm direita, esquerda e meio, Gabriel, Miguel, Uriel,
Rafael, e assim por diante.
Riso
Sodoma e Gomorra
Parece bastante simples não olhar para trás. “Que o passado seja
passado”, nos é dito, e “o que aconteceu tinha que acontecer” porque
“não há ninguém além Dele” (Deuteronômio, 4:35), “Eu sou o primeiro,
e Eu sou o último” (Isaías, 44:6). O anterior momento não dependia de
nós e devia ter acontecido como aconteceu. Não devemos nos
arrepender dele; devemos olhar somente para a frente.
Um Pilar de Sal
Expulsão
Atar
“Atar” refere-se a limitar o uso do desejo de uma certa maneira para que
passado algum tempo sejamos capazes de o usar. É como o mundo
dos Akudim (atados), no qual primeiro encerramos toda a luz de Ein
Sof (infinito), ou é como as quatro espécies em Sucot.
"Pegue seu filho Yitschac," disse D'us, "e vá para a terra de Moriyá. Lá
deverás ofertá-lo como sacrifício numa das montanhas que eu lhe
mostrarei!"
Todo pai ama seu filho. Avraham sentia um carinho especial por
Yitschac, porque havia esperado por um filho até a idade de cem anos. E
não tinha outro filho para tomar o lugar de Yitschac.
Mas Avraham não fez perguntas a D'us. Pensou: "Qualquer coisa que
D'us me pede farei sem questionar."
Avraham não sabia como contar para Sara que D'us queria que Yitschac
fosse sacrificado. Ela ficaria tão triste, partiria o seu coração.
Portanto, disse a Sara: "Nosso filho cresceu. É tempo de ele estudar
Torá. Amanhã vou levá-lo para a Yeshivá de Shem."
"Faça como você diz," respondeu Sara. "Mas por favor não o deixe lá por
muito tempo, pois não posso aguentar a separação. Cuide bem dele no
caminho."
Depois, perguntou, "Você não está sendo tolo por ir matar um filho que
nasceu em sua velhice? Não é possível que D'us lhe tenha ordenado
fazer isso. Ele não lhe daria uma ordem tão cruel!"
"Pai!" - Yitschac chamou Avraham. "Você ouviu o que esse rapaz estava
me dizendo?"
Então Avraham compreendeu que tudo aquilo era um teste para eles.
"Aqui nunca houve rio algum," disse para Yitschac. "Isso é obra de Satã".
Avraham, sem saber, havia dito a verdade! Tanto ele como Yitschac
realmente voltariam da montanha!
"Já que você me pergunta", respondeu Avraham, "vou lhe contar. D'us
escolheu você para o sacrifício, meu filho."
"Eu vou me deixar sacrificar de bom grado," disse Yitschac sem hesitar.
"Mas me dói pensar no sofrimento da minha mãe quando souber de
minha morte."
Ele suplicou a D'us: "Por favor, D'us, aceite este sacrifício como se
tivesse sacrificado meu filho!"
O anjo ordenou a Lot: "Apresse-se e fuja para Tsoar, pois não posso
destruir Sodoma antes que você chegue lá!" Lot e suas filhas
apressaram-se para Tsoar, porém não permaneceram. Lot temia
estabelecer-se naquela cidade, porque ficava muito perto de Sodoma.
Em vez disso, mudou-se com as filhas para uma caverna nas
montanhas, desconsiderando, assim, as palavras do anjo que lhe
ordenou refugiar-se em Tsoar. Como consequência, sucedeu-se a
vergonhosa história dos eventos ocorridos na caverna.
Ao contrário das filhas, Lot sabia, através dos anjos, que a destruição
afetaria apenas determinado número de cidades, e não o mundo
inteiro. Mais ainda, apesar de estar embriagado e não ter consciência do
que fazia na primeira noite, pela manhã percebeu, e soube o que
acontecera. Não obstante, permitiu-se embriagar-se novamente,
sabendo perfeitamente quais seriam as consequências.