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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CAMPUS BACABAL

CURSO DE DIREITO BACHARELADO

LEONARDO LUIS COSTA SANTOS.

Fichamento sobre o artigo “Judicialização, Ativismo judicial e legitimidade


democrática” de Luís Roberto Barroso.

BACABAL – MA

2021
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LEONARDO LUIS COSTA SANTOS

Fichamento sobre o artigo “Judicialização, Ativismo judicial e legitimidade


democrática” de Luís Roberto Barroso.

Fichamento apresentado ao Curso de


Direito da UEMA – Campus Bacabal
como requisito para obtenção de nota
regimental parcial na disciplina de
Direito Constitucional II.

Professora: Dyhelle Mendes.

BACABAL – MA

2021
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BARROSO, Luís Roberto. Judicialização, ativismo judicial e legitimidade


democrática. Suffragium - Revista do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, Fortaleza,
v. 5, n. 8, p. 11-22, jan./dez. 2009.

O artigo destinado a esse fichamento textual é intitulado ‘’Judicialização,


ativismo judicial e legitimidade democrática’’ uma produção composta por Luis
Roberto Barroso, jurista, professor e magistrado brasileiro, atualmente ministro do
Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.

O renomado jurista Roberto Barroso inicia o artigo descrevendo como aas


supremas cortes ao redor do mundo estão se reunindo para discutir acerca dos mais
diversos temas que afetam a sociedade contemporânea. O mesmo da ênfase de como
esta camada jurídica da mais alta corte atua não comente em certos países, mas em
grande maioria dos países democráticos jurídicos. Para firmar seu pensamento, é
utilizado explicações rápidas de países aos quais a suprema corte atuou com
demasiada importância, como Turquia, canada, estados unidos, Hungria argentinas e
entre outros, mas abordando um teor mais nacional, é possível citar o recente
julgamento do supremo tribunal federal a recente decisão por unanimidade da
inconstitucionalidade da tese da legitima defesa da honra, que vai contra todos os
princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana que visam proteger os
direitos a vida, a liberdade e a igualdade de gênero. De tal forma, o autor também cita
como no brasil diferentemente do resto mundo, que enquanto os meios legais são
definidos de maneira sigilosa e fechada, no brasil há uma maior visibilidade da mídia
acerca de tais decisões, sendo noticiadas diariamente e até mesmo incentivando a
população em algumas decisões.

Posteriormente o escritor cita a judicialização e explica como atualmente o


poder judiciário está se sobrepondo aos demais poderes do congresso nacional e o
poder executivo, para isto ele cita 3 causas que explicam tal motivação. A primeira
parte da ideia de uma redemocratização de cargo dos pais não mais tendo herança
da ditadura militar, também abrindo maior liberdade democrática e de imprensa,
limitada anteriormente. Por segunda motivação, é descrito como a
constitucionalização abrangente, trazendo um aumento no numero de questões a
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serem abordadas pelo o supremo que antes era ignorada tornando mais ativa nas
questões sociais.

E por fim, o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade. Roberto


Barroso cita como o modelo jurídico nacional se compara bastante com modelos
adotas na Europa e nos Estados Unidos, podendo um juiz se abster de praticar uma
lei caso a mesma seja considerada por ele inconstitucional, sendo relembrando como
a visão de um juiz apesar de necessário cumprir os mandamentos da lei assim como
é determinada, também possui o ideal moral, sendo capaz de interpretar a lei a partir
de sua visão moral.

No entanto, essa atuação sobre a discussão sobre temas da sociedade, não é


recente, sendo atualmente envolvida em temas como política governamentais,
relações entre poderes e discussões sobre os direitos fundamentais suas naturezas.
Essas recentes conturbações na sociedade acerca de tais temas, provocam e obrigam
o supremo a se posicionar ante tais assuntos, não podendo filtrar sua natureza.

Este ativismo judicial citado por ele é uma atitude visando a compreensão e a
interpretação de uma norma e normalmente é acionada quando as necessidades
sociais não são recepcionadas de maneira efetiva pela a lei e é necessária uma
intervenção do meio judiciário para efetivar suas necessidades. Contudo, por seu
acionamento se dá em situações incomuns, é necessária uma diversa medida de
implementações de condutas afim de suceder esta necessidade, sendo definidas em
3 condutas por Barroso: a utilização direta da lei em situações que não estiverem
prescritas em lei, a declaração de inconstitucionalidade de atos normativos e a
imposição de condutas ao poder público; Este ativismo judicial possui estruturação na
jurisprudência norte americana principalmente durante o período de segregação racial
que antes da revisão de suas normas, ia contra os direitos fundamentais dos negros,
fato que continua a perpetuar até os dias hodiernos.

Indo a contra ponto do ativismo judicial também ocorre a auto contenção judicial
que é o oposto deste, que visa a não interferência em ações as quais não lhe convém
atuação, seu pensamento é situado no meio legal mais restritivo e visa a intromissão
mínima em tais ações.
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Na visão do autor, o brasil atualmente está altamente engajado com temas que
afetam diretamente o cotidiano. Esta atuação se deve principalmente pela a
necessidade de atender as vontades da comunidade menos favorecida em situações
frequentes como greves sindicais ou infrações contra os direitos fundamentais de
pessoas.

Entretanto, assim como o mesmo cita e pontua fatores que demonstram como
este ativismo judicial é benéfico para a sociedade ele também critica como a sua
atuabilidade pode afetar o meio jurídico. A cada mandado, por vontade geral da
população, uma votação eleitoral é feita para decidir o candidato a representar o
estado brasileiro, este, é dotado de poderes e acima de tudo, da vontade geral do
povo de ser representado por ele, entretanto, ao fornecer poder a um seleto grupo
não indicado pela a população de ser capaz de destituir decretos promulgados por
esse representante do povo, ocorre um desbalanceamento da balança do meio
jurídico. Entretanto, há de se afirmar que a suprema corte não possuem própria
vontade política, então não pode agir conforme interesses próprios. Para o autor,
apesar do direito ser expressamente representado pela a vontade social do povo, não
é justificável decisões serem baseadas na vontade de maiorias, pois iria causar o
rápido desaparecimento de minorias, gerando ditaduras e autarquias.

Atualmente por conta dos frequentes conflitos políticos, opiniões se tornam


cada vez mais politizadas e aos extremos, causando uma distorção dos deveres dos
direitos, acerca disto o autor descreve sua segunda critica ao ativismo judicial pois
pode causar uma politização da justiça. Evidentemente como apontado pelo o autor
anteriormente os compositores do supremo, apesar de serem permitidos de terem
opinião política, os mesmos não podem utilizar deste meio para beneficiar lados
partidários ou beneficiar aliados por isso devem ser abster de seus próprios anseios
para cumprir o regimento e visar a constituição.

Por fim, o autor expõe como apesar do supremo possuir este poder restritivos,
não é um poder ‘’supremo’’ pois se constitui em uma democracia que visa a
descentralização do poder, ou seja, a separação de forças, por este motivo, grande
maioria dos estados democráticos do mundo são organizados visando a separação
de poderes, deste modo, ocorre o não fortalecimento de grupos e auto seção de ações
a partir de suas limitações, permitindo que o finalizar de um poder dê início a outro.
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Com a manutenção destes poderes e a preservação do ativismo judicial,


cautelando para que estas ocasionalidades políticas e comportamentais não ocorram,
e exemplificado de maneira fidedigna, este ativismo é similar a um antibiótico, que se
administrado de maneira correta e controlada, elimina doenças e comorbidades,
entretanto caso ministrado de maneira imprudente e em dose excessivas, pode
agravar casos e levar a óbito, como no caso, da morte da democracia brasileira.

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