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TDE - ÉTICA PROFISSIONAL

ALUNOS:
WALMIR PACHECO CORDEIRO
WILLIAN CORDEIRO GOSLAR
GUILHERME GEMIN DELPONTE

Matéria publicada na mídia: “Movimentos sociais pedem afastamento de juiz


que investiga assassinato de casal no Pará”. Movimentos sociais e parentes de
José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva, assassinados em
maio último no sudeste do Pará, querem o afastamento do juiz responsável
pelo processo que apura a morte do casal de extrativistas. As organizações
pedem que o juiz Murilo Lemos Leão, da 4ª Vara Penal de Marabá (PA), seja
substituído ou que o processo seja federalizado. Durante as investigações, o
juiz negou por duas vezes o pedido de prisão preventiva de três suspeitos, que
depois foram apontados pela Polícia Civil como responsáveis pelas mortes: o
fazendeiro José Rodrigues Moreira, suspeito de ser o mandante do crime, e os
possíveis executores Lindon Jonhson Silva Rocha e Alberto Lopes do
Nascimento. Mesmo depois da conclusão do inquérito policial, o pedido de
prisão ainda não foi acatado. “Ao negar a decretação da prisão dos acusados
por duas vezes, o juiz contribuiu para que eles fugissem da região. Agora,
mesmo que seja decretada, a prisão do grupo se torna ainda mais difícil”,
assinalam organizações, em nota. Entre as entidades que assinam o
manifesto, estão a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista
Missionário (Cimi) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST).Se o Judiciário do Pará não aceitar trocar o juiz que conduz o caso, o
grupo pretende levar ao Ministério Público Federal o pedido de federalização
do processo.

(Movimentos sociais pedem afastamento de juiz que investiga assassinato de


casal no Pará, 26/07/2011 – 16h27min, do UOL Notícias, Luana Lourenço – Da
AgênciaBrasil,emBrasília.http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2011/07/26/
movimentos-sociais-pedem-afastamento-de-juizque-investiga-assassinato-de-
casal-no-para.jhtm)
Considerando o texto abaixo e o que dispõe o Código de Ética da Magistratura
Nacional e as regras de ética profissional aplicáveis ao Ministério Público,
responda às seguintes questões de maneira fundamentada:

1) O magistrado e o membro do MP, no exercício de suas atribuições,


devem levar em consideração as manifestações dos movimentos
sociais? Consolidada a Democracia a CF/88 acabou absorvendo várias
demandas dos movimentos sociais que reivindicaram a partir dos
direitos sociais a garantia da dignidade humana ao povo brasileiro.
Portanto no caso citado tanto Magistrado como o Membro do Ministério
Público precisam sim levar em consideração aos manifestações dos
movimentos sociais, pois esses por sua característica com suas
prerrogativas acabam levando a sociedade apoiar o Poder Judiciário e o
Ministério Público nos casos de punição de criminosos de altíssima
influencia social.

2) É legítima a interferência dos “movimentos sociais” na atividade judicial?


Qual sua influência na atuação do Ministério Público? Apesar de muitas
vezes ser vista como negativa a interferência dos movimentos sociais
tem levado a mídia a gerar um maior número de informações associada
a uma maior conscientização política, fazendo com que o cidadão
brasileiro coloque o pé no chão e passe a ter sua participação política
mais ativa. Portanto muitas ações dos movimentos sociais tornam-se
SIM legítimas a ponto de pressionar o Ministério Público para um olhar
clinico mais apurado frente a demanda de injustiças sociais como a
citada no texto.

3) As autoridades do Poder Judiciário e dos demais poderes podem


interferir na atuação do juiz? Uma vez que o Juiz não estiver agindo
segundo os princípios da Ordem e da Justiça em favor da resolução dos
conflitos sociais ou esteja procrastinando em favor dos mau feitores,
cremos que poderão ser feitos apontamentos que ajudem o Juiz a
observar melhor os fatos ocorridos. No entanto sabemos do poder do
Juiz:
De acordo com Moraes (2008, p. 01), o Estado
Democrático de Direito tem o sentido da exigência de direcionar o
Estado baseado no Direito e em normas democráticas, com eleições
livres, periódicas e através da escolha do povo, com o respeito às
autoridades públicas, seus direitos e garantias fundamentais, que
estão assegurados no artigo 1° da Constituição Federal de 1988, que
traz em seu parágrafo único, o princípio democrático, que qualquer
poder é proveniente do povo, que através de seus representantes
pode colocar em prática tal poder.

O Estado Democrático de Direito deve realizar uma


distribuição igualitária de poder, possibilitando a sua racionalização,
controlando, assim, a violência, baseando-se na legislação, para que
se possa organizar a sociedade. Essa forma de Estado não pode ser
vista como uma estrutura finalizada, mas sim uma questão que pode
ser transformada, com base em novos estudos, acontecimentos e
interpretações (SOARES, 2001, p. 16).

Enquanto se defende a responsabilidade que recai sobre


este profissional, na busca da garantia dos direitos e da legislação
que rege toda a sociedade. Por muito tempo, sob o foco de uma
ideologia liberal, buscou-se compreender que o equilíbrio do sistema
seria conquistado através de uma limitação dos poderes do juiz,
sendo responsabilidade do magistrado a condição de espectador das
partes. Contudo, a postura pública de um processo e suas variantes,
bem como a legitimação da sentença final não está ligada apenas ao
papel do juiz, em suas limitações, que são atribuídas pela constituição
(PIOTTO, 2009, p. 04).

4) O juiz, sem dar ciência à outra parte, pode se reunir com membros do
Ministério Público e com autoridades policiais para tratar de processos
criminais?

O poder hermenêutico do juiz é fundamental na


construção do sentido a ser imprimido ao ordenamento jurídico,
sendo que o termômetro do desgaste de um sistema judicial é o
próprio Judiciário posto que é o poder responsável por exercer a
função de decidir, concretizando as normas abstratas, atendendo,
assim, as demandas reais e históricas nas quais agentes sociais se
encontram envolvidos. Trazendo este tema para um enfoque a partir
da realidade brasileira, temos que o Poder Judiciário é aquele que
mais se vê acossado pela enormidade dos problemas, sendo
constantemente instigado a decidir conflitos de natureza social, que
deveriam ser tratados e implementados politicamente (a priori), e não
jurisdicionalmente (a posteriori), diga-se de passagem, lidando com
questões dessa natureza dentro de uma cultura liberal, de conflitos
individuais, de demandas de interesse privado, sem aparelhamento
e/ou preparo devidos, bem como dentro de um sistema engessado
por formalismos e procedimentos processuais incapazes de satisfazer
a questões de dimensão difusa e/ou coletiva. (BITTAR, 2005, p. 306-
307)
O poder judicial é capaz de invocar e realizar o Estado
constitucional contemporâneo, deve ser totalmente imparcial, mostrar-
se observador das normas gerais e também abstratas. Garante-se
independência de forma democrática e que se legitima, com o
predomínio hierárquico e um dever da obediência. O controle
assumido pelo juiz de Direito não lhe traz privilégios hierárquicos do
poder, ainda que tenha autonomia, precisando respeitar a lei e a
sociedade (PINTO, 2000, p. 01)
Comenta que do magistrado, espera-se uma entrega
ampla e inesgotável, para isso, o mesmo precisa assumir uma
postura mais voltada à amplitude, com a participação e a integração
de uma discussão de cada parte, que possa possibilitar um
convencimento em relação à realidade dos fatos. Por conduzir esse
processo, o juiz se mostra como o personagem principal, por conduzir
a discussão, na busca de uma solução que possa estar de acordo
com a verdade. Piotto (2009, p. 05).

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