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Organização Judiciária - Conceito do Poder Judiciário, funções do Poder

Judiciário, Órgãos de jurisdição.


RODRIGO DE SOUZA SANT’ ANNA1
RGM: 3205-19-2

INTRODUÇÃO

O Poder judiciário é um dos três poderes do Estado, qual é


atribuída a função judiciária, ou seja, de resolver os litígios e prezar pela administração da justiça na
sociedade, através do cumprimento das normas e leis judiciais e constitucionais.
Tal poder é formado por juízes, desembargadores, promotores
de justiça e ministros, que se incumbem do julgamento dos litígios ou situações que não estão previstas
com as leis criadas.
Compete ao judiciário, a defesa dos direitos de cada cidadão,
prezando atender a mais lidíssima justiça, resolvendo os prováveis conflitos, através do devido processo
legal, atendendo aos princípios da administração pública em prol da apuração da verdade.
O sistema judiciário, em grande parte dos regimes
democráticos contemporâneos, é subdividido em órgãos que atuam em esferas próprias, como: Tribunais
Eleitorais, Tribunais do Trabalho, Tribunais Militares, Tribunais Regionais Federais, Superior Tribunal
de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.
Tais órgãos, se incumbem da responsabilidade em tratar de
diferentes questões e situações, que podem ser classificados em:
Civis – resolução de conflitos entre pessoas físicas e jurídicas.

Penais – busca elucidar os crimes de diversos tipos, tais como:


sequestro, roubo, homicídios, furtos e etc.
Eleitorais – relacionados com as campanhas eleitorais e às
eleições.
Trabalhistas - litígios entre empregadores e empregados, no
âmbito laboral.
Federais – casos relacionados diretamente ou que dizem
respeito a administração e a organização política do país.
Militares – os que envolvem as Forças Armadas, aeronáutica,
marinha e exército.

O PODER JUDICIÁRIO E SUA EVOLUÇÃO

Inconteste é a evolução constitucional e decorrente dela do


poder judiciário e dos órgãos de jurisdição. O convívio social desperta o surgimento de conflitos de
interesses, entretanto, quando não existia o judiciário, no tocante a uma força suficiente para dirimir tais
conflitos, decorrentes pela resistência entre as vontades, o próprio individuo, por esforço próprio, tentava
lograr êxito na sua pretensão.
Diante disto, prevalecia o sistema da autotutela ou a autodefesa,
que nem sempre era justa, pois, tinha a vantagem quem era o mais forte, ousado ou estratégico. A
evolução humana, o acesso a informação e cultura, proporcionaram avanços em muitos aspectos, destaca-
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Bacharelando no curso de Direito pela Faculdade Piaget – Suzano – SP
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se o avanço onde o homem, passa a perceber que é preciso abrir mão de parte dos seus interesses para
chegar em uma solução amigável, chamando os da sua confiança para decidir entre a lide, ou seja, a visão
de uma terceira pessoa.
Observa-se, o inicio da composição judicial atual, onde temos:
a figura do juiz, autor e réu, onde ambos levam a conhecimento do Estado, este por sua vez, dotado de
jurisdição, intervêm e baseia-se nas normas positivadas, princípios ou pelo seu poder investido, diz o
direito do caso a ele trazido.
Montesquieu, em sua obra “Do espírito das leis”, assevera que,
em cada Estado, há três espécies de poderes, que são: o poder legislativo, o poder executivo das coisas
que dependem do direito das gentes, e o executivo das coisas que dependem do direito civil.
Pelo primeiro, o príncipe ou magistrado faz leis por certo
tempo ou para sempre e corrige ou ab-roga as que estão feitas. Pelo segundo, faz a paz ou a guerra, envia
ou recebe embaixadas, estabelece a segurança, previne as invasões. Pelo terceiro, pune os crimes ou julga
as querelas dos indivíduos. Chamaremos este último o poder de julgar e, o outro, simplesmente o poder
executivo do Estado.
Por sua vez, Ada Pellegrini destaca:
“A capacidade do Estado de impor a sua vontade sobre os
particulares para solucionar os conflitos de interesse iniciou-se
no século III d. C.” (GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria geral
do processo. 12 ed. São Paulo: Malheiros, 1996, p. 23)
A experiencia de formas de governo e a história politica
brasileira, demonstram uma vasta experiência com o parlamentarismo, com o presidencialismo, com o
regime militar, com a ditadura e com a democracia.
As formas de governo, em destaque os autoritários,
contribuíram para que o judiciário brasileiro, adotasse, por algum tempo, o perfil de poder neutro,
silencioso, discreto e pouco participativo.
A democracia, abriu as portas para a retomada de consciência
da sociedade quanto a importância do poder judiciário, atribuindo-o a função de dizer o direito e de
submeter a julgamentos os governantes, casos estes não obedecerem aos limites e aos deveres que a
constituição os obriga.

FUNÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO E ÓRGÃOS DE JURISDIÇÃO

Os órgãos que compõem o Poder Judiciário brasileiro são


previstos na Carta Magna, em seu artigo 92 e incisos, constitui os seguintes órgãos:
I – o Supremo Tribunal Federal;
II – o Conselho Nacional de Justiça;
III – o Superior Tribunal de Justiça;
IV – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
V – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
VI – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VII – os Tribunais e Juízes Militares;
VIII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios.
O poder judiciário é uma instituição burocrática, possui a
característica da divisão do trabalho, desta forma, organizou-se em dois planos: comum e especializado.
A justiça comum subdivide-se em justiça estadual e federal,
com os seus respectivos juizados especiais para as pequenas causas, por outro lado, a justiça
especializada é formada pela justiça do trabalho, eleitoral e militar, existindo a jurisdição militar nas
esferas estaduais e federais.
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O judiciário brasileiro, procura evoluir sendo contemporânea,
entretanto, retrocessos ocorrem no que versa ao célere tramite processual ou a eficácia das leis quanto ao
fato a ser analisado.
O poder judiciário, tem as suas funções típicas e atípicas, como
os demais poderes, entretanto, o seu grau de jurisdição é o típico de dizer o direito, ou seja, dará a sua
ultima palavra quanto ao que se trata de fato da procedência ou improcedência da lide.
A independência dos magistrados é um fator de preservação do
judiciário, justamente para manter-se o equilíbrio e não se sujeitar às pressões dos demais poderes, nem
de seus órgãos colegiados.

CONCLUSÃO
A estrutura do Poder Judiciário brasileiro, não obstante a
Emenda Constitucional n° 45/2004, embora não está inteiramente apta para exercer adequadamente o seu
dever diante dos desafios da sociedade moderna. A reforma representa um começo da democratização
interna do Poder Judiciário, mas os velhos problemas também irão permanecer uma vez que a sobrecarga
de tarefas e os vícios da estrutura burocrática.
A sociedade clama por um Judiciário que, através de seus
magistrados, oriente as suas ações para a eficiência, exercendo uma produtividade de qualidade,
estimulando a descentralização de seus órgãos, criando espaço para uma estrutura mais flexível,
direcionada ao povo, cujo fim não se resuma apenas na solução de conflitos, mas também em educar a
sociedade, no sentido de informá-la sobre os seus direitos e sobre a missão do Judiciário. A participação
dos magistrados é imprescindível neste processo de democratização, principalmente, para a garantia de sua
independência.

BIBLIOGRAFIA

MONTESQUIEU, O Espiríto das Leis – disponível em:


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2963710/mod_resource/content/0/Montesquieu-O-espirito-das-
leis_completo.pdf (acesso 26/08/2020)
GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria geral do processo. 12
ed. São Paulo: Malheiros, 1996, disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/51527158/ada-
pellegrini-teoria-geral-do-processo-pdf (acesso 27/08/2020)
Constituição Federal de 1988 – disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm (acesso 26, 27 e 28/08 de 2020)

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