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SUL – UNIJUÍ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM DIREITO – PPGD
MESTRADO E DOUTORADO EM DIREITOS HUMANOS
Ijuí (RS)
2021
PAULA BAPTISTA OBERTO
Ijuí (RS)
2021
Catalogação na Publicação
O12i
Oberto, Paula Baptista.
A (In)eficácia do enfrentamento à violência sexual de crianças e
adolescentes no Brasil frente ao direito internacional dos direitos
humanos / Paula Baptista Oberto. – Ijuí, 2021.
106 f. ; 29 cm.
CDU: 342.7(81)
elaborada por
Banca Examinadora:
Não posso deixar de mencionar que o caminho percorrido por estes dois anos
no curso de Mestrado foi árduo e cheio de percalços, percalços estes em que, por
vezes, tive que passar por eventos alheios à minha vontade. Porém, hoje, aqui e agora
posso dizer que tudo foi muito gratificante, saboroso e que me sinto aliviada, de certa
forma, pois as tentativas de desistência por não conseguir atingir e executar da forma
que sempre fiz com minhas coisas foram tantas (na verdade, inúmeras). Nunca gostei
de fazer algo com a qual eu não tivesse uma grande entrega, contudo, dentro das
minhas possibilidades psicológicas e físicas no momento em questão.
Sempre queremos fazer mais, sempre queremos fazer o melhor, mas há
momentos em nossa vida que infelizmente precisamos ir como a onda anda. Tenho a
consciência de que não fiz por mal aquilo que não saiu por vezes bom; realmente era
o que eu podia entregar naquela hora.
O Mestrado me mostrou um outro lado no qual, por vezes, para mim passava
despercebido. Vivencie algo diferente e inovador para minha vida como pessoa e
como profissional; o lado acadêmico a nível filosófico nos traz muitos questionamentos
e nos desafia, levando a perceber e sempre ver o outro lado das coisas.
Primordialmente, agradeço a Deus, por ter me dado muita força, por me
iluminar e traçar os caminhos a serem seguidos, guiando-me sempre e me
demonstrando por intermédio de pessoas que nada nesta vida é impossível.
Aos meus pais, Paulo Sérgio e Ruth Sibele, por poderem estar aqui, hoje,
participando comigo deste alcance tão importante, uma vez que, pelos desígnios
ocorridos em nossas vidas, nesses dois anos tive medo de não os ter mais aqui na
terra. Por isso, a vida hoje me faz enxergar que só a presença deles neste momento
me basta. Agradeço também por terem me possibilitado esta titulação, este sonho.
Não somente com o investimento monetário, que é uma parte importante do processo,
mas com carinho, auxílio e dedicação. Com eles tudo posso, tudo consigo, tudo
alcanço. Por eles, a minha vida torna-se encantadora e fácil de viver.
A segunda pessoa a quem preciso e muito prestar minhas sinceras
homenagens, em virtude da imensa admiração que sinto, é a minha orientadora Joice
Nielsson. Além da grande ajuda que me forneceu e da participação ímpar nesta
dissertação, posso dizer que me salvou em momentos de angústia e dúvida, nos quais
me questionava quanto ao trabalho a ser desenvolvido e minha habilidade para fazê-
lo. Esteve ao meu lado “me empurrando” e me fazendo acreditar em mim mesma.
Esteve ali, quando mais precisei, pessoa totalmente humana e de muita empatia.
Finalmente, expresso que almejo ser metade da mulher que é, por ser tão significativa
e relevante no que proporciona com sua presença. O Mestrado foi, com toda a certeza,
um divisor de águas para mim.
Aos meus grandes amigos, pelo auxílio e disponibilidade imprescindíveis ao
bom andamento do estudo.
À minha turma toda de 2019, pelo companheirismo, apoio e por todos os
momentos felizes que passamos juntos, os quais me trouxeram muitas alegrias.
Aos professores que passaram ao longo desses dois anos e que não mediram
esforços, compreendendo, flexibilizando e auxiliando no momento de infortúnio que
passei com meus pais. Todos, mas todos, foram imprescindíveis para mim.
E a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram positivamente
para que esta árdua conclusão se tornasse realidade. Muito obrigada!
Foi tirada de mim.
Alguma coisa me foi tirada – Alexa.
Sohaila Abdulali (2019, p. 177).
RESUMO
The present work aims to initially demonstrate the historical constitution of patriarchy
and the objectification of children and adolescents, as well as contextualize the
phenomenon of sexual violence today, presenting it as a violation of human rights and
a worrying social problem in the scenario at the world and also Brazilian. In its
realization, it is initially mentioned, together with the support of the Magna Carta of
1988, the sparse legislations and all the legislative evolution in Brazil subsequent to
the full protection of these subjects, in which a series of rights were offered that
imposed obligations on the entire society and public authorities. These obligations refer
to life, health, food, education, sport, leisure, professional training, culture, dignity,
respect, freedom and family and community life. Furthermore, researchers from
different areas have been making efforts to make this phenomenon theoretically
perceptible, resulting in the emergence of studies that point to the need for public
policies aimed at confronting this phenomenon. In a second moment, the research
addresses the evolution in the international sphere of human rights, mentioning the
Organs of the Inter-American System, International Treaties, Conventions and
Declarations, as well as examples of cases discussed in the Court regarding abuses
involving minors. Finally, it analyzes public policies to combat this crime in Brazil and
concludes that, despite advances in the doctrine of child and adolescent protection and
the government's efforts to face this type of violation, the situation still presents itself
as a serious social problem, especially in Brazil. It is preeminently necessary that the
adopted measures undergo a review, in order to promote greater effectiveness in the
integral protection of children and adolescents. In methodological terms, the research
is exploratory, with bibliographic and documentary research technique, carried out
using the hypothetical-deductive method.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2 VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES:
PATRIARCADO E OBJETIFICAÇÃO .............................................................. 13
2.1 O patriarcado e a objetificação de crianças e adolescentes ao longo da
história ............................................................................................................. 13
2.2 Violência sexual na atualidade ...................................................................... 22
2.3 Sujeitos de Proteção Integral ........................................................................ 27
3 A EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO
DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS ............................... 34
3.1 As Convenções, Declarações e Tratados Internacionais no âmbito de
proteção aos menores .................................................................................... 34
3.2 O Sistema Interamericano de Direitos Humanos e a proteção à infância no
continente americano ..................................................................................... 41
3.3 O abuso de menores perante o Sistema Interamericano de Direitos
Humanos ......................................................................................................... 51
4 O BRASIL E AS POLÍTICAS DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL
CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES APÓS A CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988 .......................................................................................... 59
4.1 Evolução legislativa no Brasil ....................................................................... 60
4.2 Políticas públicas implementadas de enfrentamento à exploração sexual de
crianças e adolescentes no Brasil ................................................................ 77
4.3 A (in)eficácia das normas e políticas brasileiras quanto à erradicação desta
violência .......................................................................................................... 83
5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 87
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 91
9
1 INTRODUÇÃO
Para Itamar Gonçalves da ONG Childhood Brasil, que trabalha para promover
o empenho de governos e sociedade civil em combater a violência sexual
contra crianças e adolescentes, faltam no Brasil ações de prevenção que
trabalhem com temas como o conhecimento do corpo, questões culturais de
gênero e em especial as que dizem respeito aos padrões adotados de
feminilidade e masculinidade. (COELHO, 2018, s.p.).
Na idade Média, no início dos tempos modernos e por muito tempo ainda nas
classes populares, as crianças misturavam-se com os adultos assim que
eram capazes de dispensar a ajuda das mães ou das amas poucos anos –
depois de um desmame tardio – ou seja, aproximadamente aos 7 anos de
idade. A partir desse momento ingressavam imediatamente na grande
comunidade dos homens, participando com seus amigos jovens ou velhos
dos trabalhos e dos jogos de todos os dias. O movimento da vida coletiva
arrastava em uma mesma torrente as idades e as condições sociais, sem
deixar a ninguém o tempo da solidão e da intimidade (ARIÈS, 1978, p. 50).
Desse modo, percebe-se que não havia distinção entre o mundo adulto e o
infantil; as crianças viviam em meio ao universo adultocêntrico, falavam e se vestiam
como os adultos. Além disso, não havia restrição ao diálogo próximo das crianças,
inclusive participavam de jogos sexuais; eram preparadas e transformadas em
adultos, sem passar pelas etapas da juventude. Segundo Ariès (1978, p. 26), “[...] as
pessoas se divertiam com a criança pequena como um animalzinho. Se ela morresse,
como muitas vezes acontecia, alguns podiam ficar isolados, mas a regra geral era não
fazer muito caso, pois outra criança logo a substituiria.”
Na construção dos significados, importante apresentar que a palavra infância
vem do latim infantia. Para Frota (2007), o termo se atribui a pessoa que não é capaz
de falar, ou seja, uma incapacidade da primeira infância, até os sete anos de idade,
que representaria a idade da razão. Para além da idade cronológica, ao observar o
contexto social, a infância
dificultosa, devido às suas condições, sofriam abusos sexuais e eram violentadas por
homens, mesmo em companhia de seus pais. Elas eram postas para limpar
excrementos; quando as embarcações eram atacadas por piratas, serviam de
escudos. Crianças que conseguiam se salvar dos naufrágios eram entregues à própria
sorte. Fica claro, portanto, que as crianças nesse período, devido à sua fragilidade,
eram as primeiras vítimas. Esse processo histórico é pouco narrado, sendo necessário
provocar uma reflexão e permitir a compreensão deste processo na luta pelos direitos
humanos das crianças e adolescentes.
No período colonial, a escolarização chegou com atraso, conforme Del Priori
(2010, p. 7):
[...] uma relação social onde se exercita a força, legitimada ou não, para se
manter ou também resistir à dominação em suas diferentes formas. Esse
exercício depende tanto do lugar onde é exercido como dos movimentos das
forças em presença, que reforçam ou desgastam as relações estruturadas/
estruturantes. A estrutura, assim deve ser vista não como um arcabouço es-
tático, mas como um conjunto de relações complexas e em movimento, de
acordo com as forças em presença (FALEIROS; FALEIROS, 2001, p. 16).
são o segredo familiar e o poder. Há uma “cultura do silêncio” destacado por Leal
(2014, p. 78), “uma estratégia utilizada para manter o clima de violência intra e
extrafamiliar, à qual é fortalecida pelas práticas coercitivas, por pressões psicológicas,
físicas, morais e religiosas”. Neste sentido, é importante destacar que o ambiente
familiar sempre foi um ambiente privado, não havendo lugar para a cidadania
(FALEIROS; FALEIROS, 2001).
Destarte, a violência sexual ocorre desde muito tempo, numa relação de
poder, ultrapassando os limites dos direitos humanos, legais, de poder e de regras
sociais e familiares. Nela, a criança e o adolescente passam por um processo de
desumanização, ou seja, tornam-se um objeto para satisfazer o desejo do outro.
Considerada um problema de saúde pública que ocasiona sérios prejuízos às vítimas,
a violência sexual envolve aspectos psicológicos e sociais. O problema é agravado
pelo medo e pela vergonha das vítimas que, indefesas, sofrem abusos e violências
por um longo tempo e, quando finalmente criam coragem de denunciar o abusador,
padecem pela pressão da família e de pessoas próximas, que, muitas vezes,
desacreditam em suas versões (FALEIROS; FALEIROS, 2001).
Para ter uma noção da realidade recente no Brasil, que dispõe do Sistema
Único de Saúde (SUS) na prevenção, enfrentamento e na atenção integral às pessoas
que vivenciaram a situação de violência, o Ministério da Saúde lançou, em 2010, o
programa de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e
suas Famílias em Situação de Violências, a fim de organizar a atenção a crianças e
adolescentes e suas famílias em situação de violência, orientando sobre suas
dimensões: acolhimento, atendimento, notificação e seguimento na rede de cuidado
e de proteção social (BRASIL, 2018d).
Assim, considerando o arcabouço político-jurídico de proteção integral, de
atenção e necessidades específicas, através dos dados de violência sexual contra
crianças e adolescentes no Brasil verifica-se que ainda são altos os índices de
vulnerabilidade e risco social (BRASIL, 2018d).
Dos dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, no Boletim Epidemiológico
realizado de 2011 a 2017, foram notificados 58.037 (31,5%) casos de violência sexual
contra crianças. Destaca-se que o maior número de notificação é do sexo feminino,
sendo 43.034 (74,2%). Destas, 51,9% correspondem à faixa etária entre 1 e 5 anos
de idade e 42,9% entre 6 e 9 anos; 46% identificam a raça/cor negra; 33,8% tiveram
caráter de repetição; a residência (71,2%) e a escola (3,7%) como locais de
21
ocorrência; e 61% foram notificados como estupro. Em 75,6% dos casos notificados,
a violência sexual foi perpetrada por um autor. Em 80,8%, o agressor era do sexo
masculino e 39,8% tinham vínculo familiar com a vítima (BRASIL, 2018d).
Em se tratando das notificações do sexo masculino, foram 14.996 (25,8%);
33,2% tiveram caráter de repetição; a residência (63,4%) e a escola (7,1%) como
locais de ocorrência; 64,6% dos casos foram notificados como estupro; em 72,2% dos
casos a violência sexual foi perpetrada por um autor. Em 83,7%, o agressor era do
sexo masculino e 35,4% tinham vínculo de amizade/conhecimento (BRASIL, 2018d).
Também, a representante atual do Ministério da Mulher, da Família e dos
Direitos Humanos (MMFDH) divulgou dados do Disque 100 (Disque Direitos
Humanos), acerca das denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes,
sendo 17.093 registros. Destes, 73,44% do sexo feminino e 18,60% vítimas do sexo
masculino. A divulgação ocorreu em 14 de junho de 2019, referente ao Balanço Anual
de 2018. E em 2019, nos primeiros quatro meses houve um total de 4.736 denúncias
de violência sexual (BRASIL, 2019b).
Os dados de ambas as fontes remetem à compreensão, conforme Cisne e
Santos (2018, p. 45), de que
essa questão são apontados como os principais fatores que incidem para a
continuidade das violências (LIBÓRIO; SOUSA, 2004).
Dentre as várias formas de manifestação da violência, a sexual é uma das
mais graves, pois provoca danos físicos, emocionais e sexuais (LIBÓRIO; SOUSA,
2004). Enfrentar essa violência requer fortes mudanças culturais e a real combinação
de políticas públicas construídas com a sociedade, o poder público e todas as esferas
da Federação (MACHADO, 2003).
Para tanto, é preciso considerar a sexualidade como uma dimensão a ser
protegida para o desenvolvimento infantil, longe da opressão e da violência. É
perceber a criança e o adolescente em toda a sua dimensão humana (MACHADO,
2003).
No contexto dos direitos sexuais, todas as pessoas têm seus direitos
assegurados. Isso significa que as pessoas podem decidir e/ou discernir como e
quando iniciar e vivenciar a vida sexual. No caso das crianças e dos adolescentes,
que estão ainda em processo de formação, também devem ter seus direitos sexuais
assegurados – entre eles, o de não serem abusadas ou exploradas sexualmente por
adultos (MACHADO, 2003).
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. (BRASIL,
1990b, s.p.).
personalidade, e é relevante tal noção por estar ligada estruturalmente à distinção que
os direitos das crianças e adolescentes recebem do texto constitucional:
Por sua vez, em seu artigo XXV, item 2, dispõe que: “A maternidade e a
infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas
dentro ou fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social” (ORGANIZAÇÃO
DAS NAÇÕES UNIDAS, 2009, p. 13). Entretanto, e por óbvio, como esta Declaração
enuncia direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais a todos os seres
humanos, as crianças e os adolescentes também estão incluídos.
Já a Declaração dos Direitos da Criança – proclamada em 20 de novembro
de 1959 e preconizada por meio de dez princípios, listados a seguir – possui como
37
dos Direitos da Criança ainda sofreu acréscimos oriundos das Regras de Beijing
(1985), das Regras de Tóquio (1990) e, enfim, das Diretrizes de Riad (1990).
Já a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada pela
Assembleia Geral da ONU em novembro de 1989, tornou-se o instrumento legal em
âmbito internacional mais representativo dos direitos e conquistas instituídos em favor
da infância e da adolescência. A proposta original para que a ONU adotasse um
instrumento em favor dos direitos da criança foi formalmente apresentada pelo
governo polonês em 1978, com o objetivo de que a Convenção fosse adotada já em
1979, o Ano Internacional da Criança.
Em razão do intento de obter celeridade na “tramitação” do documento
apresentado, a fim de que pudesse ser adotado já no ano festivo supramencionado,
este se aproximava em muito da Declaração dos Direitos da Criança de 1959.
Entretanto, quando a proposta de Convenção foi apresentada a outros países pelo
secretário-geral da ONU com o objetivo de obter sugestões e observações, muitos
asseveraram que o texto era em grande parte omisso, eis que não se referia a uma
série de direitos das crianças.
Após longos dez anos de intenso trabalho e modificações, a Convenção
Internacional sobre os Direitos da Criança foi finalmente adotada em 20 de novembro
de 1989, exatamente 30 anos depois da promulgação da Declaração dos Direitos da
Criança. O exato decurso de 30 anos entre a Declaração e a Convenção (não por
acaso), a data do dia 20 de novembro foi decretada pela ONU como Dia Universal da
Criança. Por fim, a Convenção foi aberta à assinatura e ratificação em 26 de janeiro
de 1990 na cidade de Nova Iorque (EUA). O Brasil assim o fez por meio do Decreto
n. 99.710, de 21 de novembro de 1990. Composta por 54 artigos e extenso preâmbulo,
é executada e cumprida inteiramente em solo brasileiro.
De acordo com Santos (2004), a Convenção declara que a família é um grupo
fundamental perante a sociedade e que se revela um ambiente natural para
crescimento e bem-estar, principalmente das crianças. Ela deve receber proteção e
assistência suficientes a fim de se posicionar com suas responsabilidades perante a
comunidade. A referida Convenção enxerga a família como um pilar, na qual irá
conduzir a educação da criança “em um ambiente de felicidade, amor e compreensão”
(BRASIL, 1990a, s.p.).
Sobre a Convenção, O’Donnell (2021, p. 2) disserta que a relação triangular
Estado-criança-família possui um espaço de muita relevância no referido instrumento:
40
O sexto parágrafo preambular cita, em forma sintética, o mais belo e significativo dos
Princípios consagrados pela Declaração de 1959, reconhecendo que “a criança, para
o pleno e harmonioso desenvolvimento de sua personalidade, deve crescer no seio
da família, em um ambiente de felicidade, amor e compreensão”. O quinto, fazendo
eco da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Pacto Internacional sobre
os Direitos Civis e Políticos, sublinha a importância da família “como grupo
fundamental da sociedade e ambiente natural para o crescimento e bem-estar de
todos os seus membros, e em particular das crianças”, e a consequente necessidade
de prestar à família “a proteção e assistência necessárias a fim de poder assumir
plenamente suas responsabilidades dentro da comunidade” (O’DONNELL, 2021, p.
2).
No âmbito do Sistema Interamericano, merece destaque a Convenção
Americana de Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San José da
Costa Rica, consistente em um tratado internacional celebrado entre os Países-
Membros da Organização dos Estados Americanos. Foi subscrita ao longo da
realização da Conferência Especializada Interamericana de Direitos Humanos em
1969. Além de outros assuntos de notória importância abrangidos pela referida
Convenção, seu artigo 1º assevera que:
privaria a petição de sua utilidade, como nos casos de vítima idosa, criança, privada
de liberdade ou quando a suposta vítima seja objeto de aplicação de pena de morte,
entre outros.
A Convenção Americana, no artigo 46.1, alíneas “a” a “d”, descreve as
condições de admissibilidade da petição, quais sejam: o esgotamento dos recursos
locais, ausência do decurso do prazo de seis meses para a representação, ausência
de litispendência internacional e ausência de coisa julgada internacional (artigo 47, d).
Ademais, no artigo 46.2, alíneas “a” a “c”, a Convenção estabelece casos de dispensa
do requisito de prévio esgotamento dos recursos internos, consistentes em: não existir
o devido processo legal para a proteção do direito violado na legislação interna do
Estado; não se houver permitido à vítima o acesso aos recursos da jurisdição interna,
ou houver sido ela impedida de esgotá-los; e se houver demora injustificada na
decisão acerca dos mencionados recursos (ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS
AMERICANOS, 1969). Outrossim, no entender de Ramos (2013), a jurisprudência da
Corte consagrou mais três situações de dispensa do referido requisito: o recurso for
inidôneo; o recurso não for útil ou ausência de defensores; ou existentes obstáculos
de acesso à justiça.
É oportuno destacar, como Victor Abramovich (2011) o fez, que o requisito do
esgotamento prévio dos recursos internos é considerado um elemento chave para
compreender a dinâmica de funcionamento do Sistema Interamericano. Pois o
sistema,
partes (artigo 48, “f”). Contudo, tal acordo deve ser fiscalizado pela Comissão, em
razão da natureza dos direitos envolvidos e do desequilíbrio de poder entre as partes
(consoante o Regulamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em
seu artigo 40).
Não obstante as óbvias vantagens da conciliação, como a agilidade do
procedimento e a flexibilidade de diálogo, a Corte vem delineando parâmetros
essenciais de interpretação às regras que autorizam a solução amistosa e que
colocam limites à atuação da Comissão, até mesmo da própria Corte na promoção da
conciliação. De acordo com Maria Carolina Estepa (2011, p. 348), a Corte tem
entendido que
[...] esse ônus é atenuado por duas vias distintas. Em primeiro lugar, às vezes
o demandante é eximido do ônus probatório se os meios de prova forem
inacessíveis para ele, por estarem em poder ou à disposição do Estado.
Nesses casos, ele é dispensado de provar um ou mais fatos ou
circunstâncias. Em segundo lugar, se o Estado não contestar os fatos que
são objeto da demanda, estes serão considerados certos, mediante a
aplicação de uma suposição regulamentar
impregnado por regimes autoritários e, por isso, de casos relativos a violações graves
e sistemáticas de direitos humanos.
O segundo momento, que vai de 1990 a 1995, é marcado por uma
preocupação maior em relação à preservação dos novos regimes democráticos em
vigor e começa a delinear-se a nova postura adotada pela Comissão no terceiro
período, mais conciliatória no que concerne aos casos contenciosos, especialmente
utilizando-se do mecanismo de solução amistosa. Os países que anteriormente
negavam as violações sistemáticas de direitos humanos em seus territórios, com a
chegada dos regimes democráticos, passam a reconhecê-las.
No terceiro momento, de 1996 a 2001, sob o prisma processual, iniciou-se a
discussão da reforma do Sistema Interamericano, pois, em razão do desaparecimento
dos regimes ditatoriais, o sistema poderia centrar-se na promoção dos direitos
humanos, em detrimento da função de proteção até então predominante. Dessa
forma, em 2001, foram reformados os regulamentos de funcionamento da Comissão
e da Corte. Já sob o prisma substantivo, a partir desse momento assumiram especial
relevância os casos ligados a grupos sociais específicos, como o direito dos povos
indígenas e dos homossexuais.
esta forma de violência foi, durante muito tempo, tratada dentro da estrutura social
patriarcal.
O caso María Dolores Rivas Quintanilla vs. El Salvador – Informe 694,
referente ao caso 10.772 de 1994 – relata a violência sexual sofrida por Maria Dolores
Rivas Quintanilla, de sete anos de idade. O ato foi cometido por soldado ligado ao
Batalhão de Infantaria de Reação Imediata Atonal, do Estado de El Salvador. De
acordo com a petição inicial, os atos ocorreram em 14.05.1990, quando a criança
estava em sua casa, sem a presença dos pais.
Segundo a petição recebida pela Comissão (ORGANIZAÇÃO DOS
ESTADOS AMERICANOS, 1994b, s.p.), em “14 de maio de 1990, um soldado
estuprou María Dolores Rivas Quintanilla, de sete anos, e deixou no local do evento
seu lenço com o nome de sua Unidade Militar, Batalhão de Infantaria de Reação
Rápida Atonal”. O estupro “foi cometido quando a jovem estava em sua casa no
povoado de Gualchua, no cantão de Moropala, departamento de San Miguel, El
Salvador”. Segundo a petição, a mãe da criança afirmou que saiu de casa na
madrugada do dia 14 de maio, deixando suas duas filhas (de sete e cinco anos)
brincando no pátio. Um soldado se aproximou, pediu água às meninas e as
acompanhou quando elas entraram em casa. Lá ele atacou a menina. Ao ver o que
estava acontecendo, a irmã mais nova da vítima, Evelin Yamlit Rivas Quintanilla, de
cinco anos, saiu correndo de casa para contar a um vizinho, que não fez nada.
Quando a mãe das meninas voltou para casa e soube o que havia acontecido,
ela falou com um grupo de soldados que estava a uma quadra de sua casa e pediu
ao tenente que convocasse todos os soldados, a fim de que sua filha pudesse
identificar seu agressor. A menina, que não parava de chorar, não conseguia
identificar nenhum dos homens. A senhora Quintanilla denunciou o crime ao
comandante do cantão responsável por essa empresa, Boanerges N., que se
manifestou disposto a prender o responsável e dar-lhe dinheiro para os medicamentos
que se faziam necessários (ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS, 1994a).
Com base em uma descrição do agressor que a jovem deu à sua mãe, esta
apresentou a denúncia correspondente ao Comandante e, no dia seguinte, ao Juízo
de Primeira Instância de Usulután. Lá, o juiz se recusou a aceitar o caso, dizendo a
ela; “Essas coisas acontecem, e não apenas aqui, mas em outros lugares também”
(ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS, 1994b, s.p.)
54
pena em caso de ser a vítima menor de idade. Por fim, a Comissão convidou o Estado
a aceitar a competência contenciosa da Corte Interamericana de Direitos Humanos
(ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS, 1994b).
O caso Flor de Ma. Hernández Rivas vs. El Salvador, segundo o informe 7/94,
refere-se à detenção e prisão arbitrárias, tortura e violência sexual sofridas por Flor
de Ma. Hernández, adolescente de 14 anos de idade. Consta de denúncia recebida
pela Comissão em 25 de junho de 1991 que, em 30 de março de 1990, por volta das
16h, a jovem foi capturada violentamente por efetivos da Guarda Nacional, sob a
acusação de ter participado da ofensiva da FMLN em novembro de 1989. Não
obstante as manifestações de Flor alegando sua inocência e da ausência de ordem
judicial escrita determinando sua prisão, os agentes militares a levaram ao Quartel
Central da Guarda Nacional, onde lhe vendaram os olhos, torturaram-lhe e
posteriormente a violentaram sexualmente – três homens a estupraram em outra
unidade da Guarda Nacional. Posteriormente, libertaram-na, não, porém, sem
ameaçá-la gravemente, caso fosse capturada novamente. No dia em que foi presa,
sua mãe foi à Guarda Nacional tentar obter informações sobre sua filha. Inicialmente,
negaram-lhe que ela estivesse detida, mas, em seguida, disseram-lhe que ela estava
sendo investigada (GONÇALVES, 2011).
De acordo com o relato de Gonçalves (2011), a tramitação do caso iniciou em
dois de julho de 1991, quando a Comissão solicitou ao Estado a prestação de
informações sobre o ocorrido, em até 90 dias. Em 28 de janeiro de 1992, tendo se
esgotado tal prazo sem resposta do Estado, a Comissão reiterou o pedido ao Estado,
concedendo-lhe mais 30 dias. Em 20 de agosto de 1992, o Governo encaminhou
comunicação à Comissão alegando que a jovem teria sido detida sob a suspeita de
terrorismo, negando, no entanto, que os seus direitos tenham sido violados durante a
investigação. Considerando a sucinta resposta oferecida pelo Estado, em 27 de
agosto de 1992, a Comissão solicitou detalhes sobre a detenção de Flor,
especialmente considerando-se o fato de ser menor de idade. Em 22 de setembro de
1992, o Estado ofereceu resposta à Comissão, indicando que todas as informações
já haviam sido prestadas. Em cinco de outubro de 1993, a Comissão elaborou um
informe ao governo de El Salvador, com recomendações específicas sobre este caso,
a serem cumpridas em um prazo de 30 dias. Até 18 de outubro de 1993, não houve
respostas por parte do Estado.
57
Subindo das normas inferiores àquelas que se encontram mais acima, chega-
se a uma norma suprema, que não depende de nenhuma outra norma
superior, e sobre a qual repousa a unidade do ordenamento. Essa norma
suprema é a norma fundamental. Cada ordenamento tem uma norma
fundamental, que dá unidade a todas as outras normas, isto é, faz das normas
espalhadas e de várias proveniências um conjunto unitário que pode ser
chamado de ‘ordenamento’.
à prostituição infantil e à pornografia infantil” (BRASIL, 2004, s.p.). Esse protocolo foi
adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 25 de maio de 2000.
Ainda em 2004, o MEC, através da Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), lançou o Projeto Escola que Protege,
que oferta a formação continuada a profissionais, cujo objetivo é
Lei nº 8.069/1990 maiores penas para o previsto no artigo 244-B, sobre corrupção de
menores (BRASIL, 1940, 2009a).
Ainda em 2009, a Lei nº 12.038 alterou o artigo 250 do Estatuto da Criança e
do Adolescente, para determinar o fechamento definitivo de hotel, pensão, motel ou
congênere que reiteradamente hospede crianças e adolescentes desacompanhados
dos pais ou responsáveis, ou sem autorização (BRASIL, 2009b).
Ademais, em 2012 houve a criação da Lei nº 12.650, de 17 de maio de 2012,
alterando o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, com a
finalidade de modificar as regras relativas à prescrição dos crimes praticados contra
crianças e adolescentes. Em seu artigo 111, que trata da prescrição do crime,
acrescenta o inciso V, no qual se lê que “nos crimes contra a dignidade sexual de
crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data
em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido
proposta a ação penal” (BRASIL, 2012a, s.p.).
Ainda em 2012, o Ministério da Educação, pela Resolução nº 1, de 30 de maio
de 2012, estabeleceu as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos,
dispondo, em seu artigo 12, que
atos normativos editados pelo Poder Executivo federal, que dispõem sobre a
temática do lactente, da criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Fundo
Nacional para a Criança e o Adolescente e os programas federais da criança
e do adolescente, e dá outras providências. (BRASIL, 2018b, s.p.).
que vem sendo constantemente atualizada para cumprir, cada vez mais e
melhor, a promessa de “proteção integral” a todas as crianças e adolescentes
brasileiras contidas já em seu art. 1º, para o que também conta com a
colaboração de outros Diplomas Legais recentemente editados, que
reclamam interpretação e aplicação conjunta, com ênfase para a Lei nº
13.257/2016, que instituiu o “Marco Legal da Primeira Infância”, e a Lei nº
13.431/2017, que prevê a instituição do “Sistema de Garantia de Direitos da
criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência”.
76
Por outro lado, com validade até 2020, o Plano Decenal traz “um plano setorial
de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes, nas mesmas
bases legais e diretrizes do Plano Decenal” (BRASIL, 2013c, p. 13), e é através do
plano setorial que se pode observar e compreender a unidade de conteúdo e forma
do ordenamento jurídico em evidência.
Como forma de encerrar a evolução, demonstra-se de total importância a
criação do Maio Laranja, mediante projeto de lei aprovado em 2020, a ser realizado a
cada ano, em todo o território nacional, no mês de maio, quando serão efetivadas
ações relacionadas ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Foi
escolhido o dia 18 de maio para lembrar o dia em que desapareceu a menina Aracelli
Cabrera Sanches com oito anos e meio na cidade de Vitória, Espírito Santo, em 1973.
O “caso Aracelli”, como ficou conhecido, apresenta, na avaliação dos signatários,
77
Em síntese, não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja
política pública. Os pesquisadores a definem como um campo dentro do estudo da
política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas, como um conjunto
de ações do governo que irão produzir efeitos. Outros destacam a política pública
como a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de
delegação e que influenciam a vida dos cidadãos; ou “o que o governo escolhe fazer
ou não fazer”; ou decisões e análises sobre política pública implicam responder às
seguintes questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz (SOUZA, 2006).
Outros pesquisadores enfatizam o papel da política pública na solução de
problemas, mas sofrem críticas por superestimar aspectos racionais e procedimentais
das políticas públicas. Nessa perspectiva, argumentam que essas teorias ignoram a
essência da política pública, isto é, o embate em torno de ideias e interesses. Pode-
se também acrescentar que, por concentrarem o foco no papel dos governos, essas
definições deixam de lado o seu aspecto conflituoso e os limites que cercam as
decisões dos governos. Portanto, deixam também de fora possibilidades de
cooperação que podem ocorrer entre os governos e outras instituições e grupos
sociais (SOUZA, 2006).
Enfim, Souza (2006) destaca que todas as definições orientam para o locus
onde os embates em torno de interesses e ideias se desenvolvem, ou seja, os
governos. Apesar das diferentes abordagens, as definições de políticas públicas
assumem, em geral, uma visão holística do tema, uma perspectiva de que o todo é
mais importante do que a soma das partes, isto é, os indivíduos, as instituições,
interações, ideologia e interesses contam muito, mesmo que existam diferenças sobre
a importância relativa destes fatores.
Nesse sentido, do ponto de vista teórico-conceitual, a política pública em geral
e a política social em particular são campos multidisciplinares, e seu foco está nas
explicações sobre a natureza da política pública e seus processos. Desta forma, uma
teoria geral da política pública implica a busca de sintetizar teorias construídas no
campo da Sociologia, da Ciência Política e da Economia. Tendo em vista que as
políticas públicas repercutem na economia e nas sociedades, as mesmas precisam
também explicar as inter-relações entre Estado, política, economia e sociedade. Por
essa razão, muitos pesquisadores e de tantas disciplinas – Economia, Ciência
Política, Sociologia, Antropologia, Geografia, Planejamento, Gestão e Ciências
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eficazes, sendo, na atualidade, o caminho que mais apresenta efetividade social para
a construção de uma política integral.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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94
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de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, para determinar o
fechamento definitivo de hotel, pensão, motel ou congênere que reiteradamente
hospede crianças e adolescentes desacompanhados dos pais ou responsáveis, ou
sem autorização. Brasília, DF: Presidência da República. 2009b. Disponível em:
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